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Chineses Das Etnias Rivais V - o - S Ruas Ap - S Confronto Que Matou 156
Chineses Das Etnias Rivais V - o - S Ruas Ap - S Confronto Que Matou 156
na China
da Folha Online
Minoria
A etnia uigir está sob controle chinês desde 1955, quando foi fundada região
autônoma de Xinjiang. Desde então são relatados choques entre os islâmicos e o
governo, movimentos armados pró-independência, ataques terroristas e mortes de
civis na área.
Os confrontos com a polícia vieram após protestos sobre a forma como a polícia
lidou com os conflitos entre a maioria han chinesa e os uigures em uma fábrica no
sul da China, onde dois uigures morreram.
Separatistas
O governo chinês diz que o levante de domingo foi incentivado por grupos
separatistas exilados que subverteram a ordem na região. "Depois do incidente [na
fábrica], as forças externas acharam um motivo para nos atacar, incitando estes
protestos de rua", afirmou Nuer Baikeli, governador de Xinjiang.
Mais protestos
Analistas afirmam, contudo, que pode haver incidentes isolados em outras cidades,
particularmente naquelas onde há maioria uigur.
Na ocasião a polícia chinesa deteve 1.317 pessoas, das quais 1.115 foram
libertadas depois, enquanto as outras foram julgadas. Os tibetanos no exílio dizem
que a repressão das forças de segurança chinesas após os protestos deixou mais de
200 mortos.
Mudanças
Parece impossível que Pequim consiga ignorar um episódio de violência étnica como
o deste domingo. Mas os protestos, que ocorrem três meses antes do aniversário
de fundação da Republica Popular da China, devem dar tantos argumentos aos
chineses linha-dura que defendem maior controle do governo quanto aos que
defendem maior reconciliação.
Qualquer mudança deve acontecer ainda dentro dos bastidores da fechada política
chinesa que defende o nacionalismo como uma ideologia unificadora e que favorece
um rosto único e forte para ser mostrado ao mundo.
Grupos das etnias han, majoritária, e uiguir, minoritária, voltaram às ruas nesta
terça-feira em grandes protestos marcados por violência em Urumqi, capital da
Província Xinjiang (noroeste da China), dois dias depois da cidade ser palco de um
confronto entre manifestantes uigures e a polícia que deixou 156 mortos e mais de
mil feridos, segundo números oficiais.
A etnia uiguir está sob controle chinês desde 1955, quando foi fundada região
autônoma de Xinjiang. Desde então são relatados choques entre os islâmicos e o
governo, movimentos armados pró-independência, ataques terroristas e mortes de
civis na área. Nada, contudo, como a violência que se viu nos últimos dias,
classificada pelo governo como os piores distúrbios desde 1949.
Membros da etnia muçulmana uiguir, que são minoria na China, mas representam a
maior parte da população da capital de Xinjiang, atacaram pessoas perto da
estação de trem de Urumqi.
Em outra parte da cidade, mulheres com lenços na cabeça também foram às ruas
protestar contra a prisão de seus filhos e maridos. Segundo go governo chinês,
mais de 1.400 pessoas foram presas pelos protestos, pelos quais Pequim culpa
separatistas exilados.
Também nesta terça-feira, um grupo de cerca de mil jovens da etnia han levavam
pedaços de pau na mão e gritavam "Defenda o país" pelas ruas em um protesto
que visava a vizinhança uiguir da capital regional. A agência France Presse fala em
cerca de 10 mil manifestantes da etnia han com armas improvisadas --como
pedaços de pau, correntes e facas.
A polícia, contudo, bloqueou o acesso para a área da cidade onde vivem os uigures
muçulmanos e lançaram gás lacrimogêneo para conter os manifestantes.
"Os uigures vieram a nossa região para quebrar coisas e agora nós vamos atacá-
los", afirmou à France Presse um dos manifestantes da etnia han.
Mesquita
Segundo a agência Efe, um grupo de chineses da etnia han tentou entrar à força na
mesquita de Hantengri, no centro de Urumqi, a fim de atacar uigures refugiados no
local.
Alguns deles disseram à agência Efe que não há outra saída que fazer justiça com
as próprias mãos, já que "o governo não pode fazer nada contra os uigures, por
medo da comunidade internacional".
Segundo eles, os uigures atacaram comércios dos han em dias anteriores e não são
oriundos da cidade, mas procedentes de outras zonas da região de Xinjiang, como
Kashgar e Yili, que, em anos anteriores, também registraram incidentes violentos.
À margem destes grupos, a cidade está tranquila, sem automóveis pelas ruas,
enquanto praticamente todos os uigures estão trancados em casa, por medo de
represálias.
Protestos
O governo deu poucas explicações sobre a violência dos confrontos e não citou
quem são as 156 vítimas dos distúrbios. Eles acusam uma empresária uiguir, uma
das líderes do movimento separatista da região, de incitar os distúrbios com
ligações telefônicas e propaganda em sites.
1933-1934
1944
12 de novembro: Depois de uma nova rebelião, desta vez com a ajuda da União
Soviética, é fundada a Segunda República do Turquestão Oriental, de caráter
soviético e similar a outras repúblicas criadas nos arredores da Ásia Central.
1949
*Agosto*Cinco importantes líderes políticos da república morrem em um misterioso
acidente de avião, quando viajavam, em agosto deste ano, para se reunir com os
líderes comunistas chineses.
1954
1955
1962
1980
1990
1997
2003
27 de agosto: China consegue que o governo dos EUA inclua em sua lista de
grupos terroristas o Movimento Islâmico do Turquestão Oriental, um dos principais
movimentos de independência uiguir.
2005
14 de março: A principal voz do movimento separatista uiguir, a empresária
Rabiya Kadeer, sai da prisão depois de seis anos e ruma ao exílio nos EUA.
2007
5 de janeiro
2008
4 de agosto: Quatro dias antes dos Jogos Olímpicos, duas pessoas atacam com
explosivos e outros armamentos uma instalação da polícia na cidade turística de
Kashgar, no extremo ocidental de Xinjiang. O ataque deixa 17 mortos. Pequim
acusa grupos terroristas e separatistas.