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353-06
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Os fatores de risco mais importantes para o desenvolvimento do câncer do colo do útero são os
seguintes:
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De acordo com o Caderno de Atenção Primária nº 29 “Rastreamento” (disponível em: http://goo.gl/BDhyB9), do Ministério da Saúde,
a PREVENÇÃO PRIMÁRIA é a ação tomada para remover causas e fatores de risco de um problema de saúde individual ou
populacional antes do desenvolvimento de uma condição clínica. Inclui promoção da saúde e proteção específica (ex.: orientação de
atividade física para diminuir chance de desenvolvimento de obesidade e imunização).
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O câncer do colo do útero é uma afecção progressiva iniciada com transformações intraepiteliais
progressivas que podem evoluir para um processo invasor num período que varia de 10 a 20 anos.
O colo do útero é revestido por várias camadas de células epiteliais pavimentosas, arranjadas de forma
bastante ordenada. Essa desordenação das camadas é acompanhada por alterações nas células que vão desde
núcleos mais corados até figuras atípicas de divisão celular.
As lesões pré-invasivas (pré-malignas), que levam muitos anos para se desenvolver, são denominadas de
neoplasia intraepitelial cervical (NIC).
Quando as alterações celulares se tornam mais intensas e o grau de desarranjo é tal que as células
invadem o tecido conjuntivo do colo do útero abaixo do epitélio, temos o CARCINOMA INVASOR (tumor
maligno ou câncer, derivado do tecido epitelial). Para chegar a câncer invasor, a lesão não tem,
obrigatoriamente, que passar por todas essas etapas (NIC I até NIC III).
Caso as lesões pré-invasivas (NIC 2, NIC 3 e o adenocarcinoma in situ) não sejam tratadas, apresentam
alta probabilidade de progredir para o CARCINOMA INVASOR.
Já a NIC I, por ter maior probabilidade de regressão ou persistência do que de progressão, não é
considerada uma lesão precursora do câncer do colo do útero.
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Concluímos que o câncer do colo do útero em estágio inicial caracteriza-se por não apresentar sinais e
sintomas (fase silenciosa). Os sintomas dessa doença surgirão durante o estágio invasor da doença, após 10 ou
20 anos.
A sinusorragia (sangramento durante a relação sexual) pode ser observada em estágios mais avançados
de câncer do colo do útero e tem alto valor de predição, devido à grande especificidade dos dados que se pode
obter nesse caso.
Entre os tratamentos mais comuns para o câncer do colo do útero estão a cirurgia e a radioterapia. A
quimioterapia é outro tratamento de escolha. O tipo de tratamento dependerá do estadiamento da doença,
tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade e desejo de ter filhos.
As complicações do tratamento com a radioterapia inclui perda da função ovariana, disfunções sexual,
gastrintestinal ou vesical e fístulas retovaginais e(ou) vesicovaginais.
O método de rastreamento do câncer do colo do útero e de suas lesões precursoras é o exame
citopatológico.
O início da coleta deve ser aos 25 anos de idade para as mulheres que já tiveram atividade sexual.
Os exames devem seguir até os 64 anos e serem interrompidos quando, após essa idade, as mulheres
tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos.
O intervalo entre os exames deve ser de três anos, após dois exames negativos, com intervalo anual.
A dona Joana, 25 anos, que já teve atividade sexual, fez o exame citopatológico nos
anos de 2012 e 2013, com o resultado negativo. Nesse caso, deverá repetir o exame
somente em 2016, 2019 e assim sucessivamente, caso continue negativo.
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Para mulheres com mais de 64 anos e que nunca realizaram o exame citopatológico, deve-se realizar
dois exames com intervalo de um a três anos. Se ambos forem negativos, essas mulheres podem ser
dispensadas de exames adicionais.
Em síntese, temos o seguinte:
O exame ginecológico inclui a inspeção vulvar, o exame especular e o toque vaginal. Não se deve perder
a oportunidade para a realização do rastreamento do câncer do colo do útero nas gestantes. Não está
contraindicada a realização deste exame em mulheres grávidas, podendo ser feito em qualquer período da
gestação, preferencialmente até o 7º mês.
Exame ginecológico:
• Inspeção e palpação dos genitais externos: avalie a vulva, o períneo, o introito vaginal, a região anal;
• Palpação da região inguinal à procura de linfonodomegalia;
• Exame especular: introduza o espéculo e analise a mucosa e o conteúdo vaginal, o colo uterino e o
aspecto do muco cervical. Pesquise a presença de lesões, sinais de infecção, distopias e incompetência istmo-
cervical. Avalie a necessidade de coletar material para bacterioscopia;
• Coleta de material para exame colpocitopatológico;
• Realize o teste das aminas, quando necessário (KOH a 10%);
• Toque bimanual: avalie as condições do colo uterino (permeabilidade), o volume uterino (regularidade
e compatibilidade com a amenorreia), a sensibilidade à mobilização do útero e as alterações anexiais.
A coleta da parte interna, a endocérvice, não deve ser realizada nas gestantes.
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COLETA EM GRÁVIDAS:
pode ser feita em qualquer período da gestação, preferencialmente até o 7º mês;
a coleta deve ser feita com a espátula de Ayre;
em regra, não se deve usar escova de coleta endocervical.
Atenção! O Protocolo da Atenção Básica: Saúde das Mulheres (2016) trouxe uma exceção para coleta da
região da endocervical em gestante: mulheres com vínculo frágil ao serviço e/ou não aderentes ao programa
de rastreamento, o momento da gestação se mostra como valiosa oportunidade para a coleta do exame,
devendo, portanto, ser completa.
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A transmissão da infecção pelo HPV ocorre por via sexual, presumidamente através de abrasões
microscópicas na mucosa ou na pele da região anogenital. Consequentemente, o uso de preservativos
(camisinha) durante a relação sexual protege parcialmente do contágio pelo HPV.
Foram desenvolvidas duas vacinas contra os tipos de HPV mais presentes no câncer de colo do útero.
Essas vacinas, na verdade, previnem contra a infecção por HPV. Mas o real impacto da vacinação contra o
câncer de colo de útero só poderá ser observado após décadas. Uma delas é a quadrivalente, ou seja, previne
contra quatro tipos de HPV: o 16 e 18, presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero, e o 6 e 11,
presentes em 90% dos casos de verrugas genitais. A outra é específica para os subtipos de HPV 16 e 18.
O Brasil disponibiliza a vacina contra o HPV, usada na prevenção de câncer de colo do útero. A vacina
protege meninas de 9 a 13 anos contra quatro variáveis do vírus. Já em 2014, meninas dos 11 aos 13 anos
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QUESTÕES COMENTADAS
VAMOS A SEGUIR RESOLVER QUESTÕES SOBRE O TEMA!
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A banca considerou como o gabarito da questão a letra D, em que os itens I e II estão corretos.
No entanto, essa questão deveria ter sido ANULADA, pois o item II está incorreto.
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5. (Instituto INES/AOCP/2012) Sobre a realização da coleta do exame preventivo do colo de útero, informe se
é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) A coleta do material deve ser realizada na ectocérvice e na endocérvice. Coleta única em lâmina dupla.
( ) Na ectocérvice utiliza-se espátula de madeira (Espátula de Ayre), do lado que apresenta reentrância
encaixando a ponta mais longa da espátula no orifício externo do colo, fazendo uma raspagem na mucosa
ectocevical em movimento rotativo de 360º em torno de todo o orifício cervical.
( ) Na endocérvice recolhe-se o material introduzindo a escova endocervical fazendo um movimento giratório
de 360 graus, percorrendo todo o contorno do orifício cervical.
( ) O esfregaço obtido deve ser fixado após 30 minutos para evitar o dessecamento do material a ser
estudado.
a) F – F – V – V.
b) V – V – V – F.
c) F – V – F – F.
d) V – V – F – F.
e) F – V – V – F.
COMENTÁRIOS:
As principais condutas na coleta do exame preventivo do colo de útero são as seguintes:
A coleta do material deve ser realizada na ectocérvice e na endocérvice em lâmina única. A amostra
de fundo de saco vaginal não é recomendada, pois o material coletado é de baixa qualidade para o diagnóstico
oncótico.
Para coleta na ectocérvice, utiliza-se espátula de Ayre, do lado que apresenta reentrância. Encaixar a
ponta mais longa da espátula no orifício externo do colo, apoiando-a firmemente, fazendo uma raspagem em
movimento rotativo de 360° em torno de todo o orifício cervical, para que toda superfície do colo seja raspada
e representada na lâmina, procurando exercer uma pressão firme, mas delicada, sem agredir o colo, para não
prejudicar a qualidade da amostra.
Para coleta na endocérvice, utilizar a escova endocervical. Recolher o material introduzindo a escova
endocervical e fazer um movimento giratório de 360°, percorrendo todo o contorno do orifício cervical.
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6. (Prefeitura de Moju-PA/ IDECAN/2012) Atualmente, de acordo com o Ministério da Saúde, o principal fator
de risco para o desenvolvimento do câncer do colo do útero é a:
a) multiplicidade de parceiros sexuais.
b) infecção pelo Papiloma Vírus Humano.
c) início precoce da atividade sexual.
d) idade maior que cinquenta anos.
e) nuliparidade ou multiparidade.
COMENTÁRIOS:
A presença do HPV (papilomavírus humano) na quase totalidade dos casos de câncer do colo do útero e
as altas medidas de associação demonstradas implicam na maior atribuição de causa específica já relatada
para um câncer em humanos. Dessa forma está determinado que a infecção pelo HPV é causa necessária
para o desenvolvimento do câncer do colo do útero.
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9. (EBSERH Nacional/AOCP/2015) Dentre as neoplasias malignas, o câncer do colo do útero está entre as que
mais acometem as mulheres, sendo que grande parte das lesões precursoras ou malignas do colo do útero se
originam:
a) no corpo do útero.
b) na parede vaginal.
c) na zona de transformação.
d) em cistos de naboth.
e) no endométrio.
COMENTÁRIOS:
Prezados colegas, de acordo com o Caderno de Atenção Básica 13: Controle dos Cânceres do Colo do
Útero e da Mama (Brasil, 2013):
O câncer do colo do útero é caracterizado
pela replicação desordenada do epitélio de
revestimento do órgão, comprometendo o tecido
subjacente (estroma) e podendo invadir estruturas
e órgãos contíguos ou a distância. É na zona de
transformação que se localizam mais de 90% das
lesões precursoras ou malignas do colo do útero.
Também, nessa região, pode ocorrer obstrução dos
ductos excretores das glândulas endocervicais
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Regra para editais publicados a partir de 11/10/2016 -> O Ministério da Saúde anunciou, no dia 10
de outubro de 2016, que a vacinação contra HPV será estendida para os meninos. A partir de janeiro 2017,
meninos de 12 a 13 anos também poderão receber a vacina. A faixa etária será ampliada gradualmente
até 2020, quando a vacina estará disponível para meninos de 9 a 13 anos. Outra mudança é que, a partir
de 2017, meninas que chegaram aos 14 anos sem a vacina também poderão se vacinar. Maiores
esclarecimentos assista ao vídeo de atualização na aula de imunização.
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15. (Prefeitura de Balneário de Barra do Sul - SC/ COMPANY LEARNING/2014) Assinale a alternativa correta
em relação ao exame preventivo de câncer de colo uterino:
a) As mulheres grávidas não podem fazer o exame preventivo, pois prejudica o bebê.
b) O exame preventivo deve ser feito somente no caso da mulher desejar engravidar.
c) Toda mulher que tem ou teve atividade sexual deve fazer o exame preventivo, especialmente se estiver na
faixa etária dos 25 aos 59 anos.
d) Não são considerados fatores de risco o fato da mulher ter tido muitos partos, múltiplos parceiros ou
fumar.
COMENTÁRIOS:
A detecção precoce do câncer uterino em mulheres assintomáticas, por meio do preventivo, permite a
detecção das lesões precursoras da doença em estágios iniciais, antes mesmo do aparecimento dos sintomas. E
não se deve perder a oportunidade para a realização do rastreamento do câncer do colo do útero nas
gestantes, porque não está contraindicada a realização deste exame em mulheres grávidas, podendo ser feito
em qualquer período da gestação, preferencialmente até o 7º mês.
Dessa forma, toda mulher que tem ou já teve atividade sexual deve submeter-se a exame preventivo
periódico, especialmente se estiver na faixa etária dos 25 aos 59 anos de idade.
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Chegamos ao final de nossa aula.
Contamos com engajamento, estudo e determinação de todos vocês!
Fiquem com Deus!
Profº. Rômulo Passos
Profº. Dimas Silva
Profº. Sthephanie Abreu
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Caderno de Atenção Básica nº 13, 2ª Ed. Câncer do Colo de Útero. Câncer de Mama. Políticas
Públicas em Saúde
(http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/cab13).
Rezende, J.F; Montenegro, C.A.B. Obstetricia Fundamental. 12. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2012.
Sites:
http://www.inca.gov.br/
http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/