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VADE MECUM | SUSEPE | CONCURSO 2021

SUMÁRIO
01. Constituição Estadual do Rio Grande do Sul.............................................................................0003

02. Decreto-Lei Nº 2.848/40 - Código Penal.....................................................................................0127

03. Decreto-Lei Nº 3.689/41 - Código de Processo Penal ..............................................................0251

04. Lei Nº 11.340/06 - Lei Maria da Penha .......................................................................................0445

05. Lei Nº 12.288/10 - Estatuto da Igualdade Racial .......................................................................0465

06. Lei Nº 13.694/11 - Estatuto Estadual da igualdade Racial .......................................................0485

07. Lei Nº 13.869/19 - Lei de Abuso de Autoridade ........................................................................0493

08. Lei Nº 7.210/84 - Lei de Execução Penal ....................................................................................0508

09. Lei Nº 7.853/89 - Lei de Apoio às Pessoas Portadoras de Deficiência ..................................0567

10. Lei Nº 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente .........................................................0575

11. Lei Nº 8.072/90 - Lei de Crimes Hediondos ...............................................................................0683

12. Lei Nº 8.429/92 ..............................................................................................................................0690

13. Lei Nº 8.666/93 - Lei de Licitações e Contratos .........................................................................0703

14. Lei Nº 8.930/94 ..............................................................................................................................0778

15. Lei Nº 9.455/97 - Lei dos Crimes de Tortura .............................................................................0779

16. Lei Complementar Nº 10.098/94 - Estatuto e Regime Jurídico Uníco dos Servidores ........0781

17. Lei Nº 10.216/01 - Direitos das Pessoas Portadoras de Transtornos Mentais.....................0867

18. Lei Nº 10.741/03 - Estatuto do Idoso ..........................................................................................0870

19. Lei Nº 10.826/03 - Estatuto do Desarmamento ........................................................................0902

20. Lei Nº 11.343/06 - Lei de Drogas .................................................................................................0919

21. Lei Nº 11.464/07 ............................................................................................................................0961

22. Lei Nº 12.403/11 ............................................................................................................................0962

23. Lei Complementar Nº 13.259/09.................................................................................................0971

24. Declaração Universal dos Direitos Humanos ...........................................................................0983

25. Decreto Nº 678/92 - Pacto de São José da Costa Rica..............................................................0991

26. Decreto Nº 46.534/09 ...................................................................................................................0993

27. Resolução nº 14/94 .......................................................................................................................1009

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CONSTITUIÇÃO DO ESTADO

DO RIO GRANDE DO SUL

Texto constitucional de 3 de outubro de 1989 com as alterações adotadas pelas

Emendas Constitucionais de n.º 1, de 1991, a 79, de 2020.

Atualizada pelo Departamento de Assessoramento Legislativo e pelo Gabinete de Consultoria

Legislativa – Superintendência Legislativa –

Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.

As normas aqui apresentadas não substituem as publicações do Diário Oficial do Estado.

A reprodução parcial ou total do conteúdo destas normas

para fins comerciais poderá ser feita somente com prévia autorização escrita da ALERGS.

PREÂMBULO

Nós, representantes do povo Rio-Grandense, com os poderes constituintes outorgados pela

Constituição da República Federativa do Brasil, voltados para a construção de uma sociedade

fundada nos princípios da soberania popular, da liberdade, da igualdade, da ética e do pleno

exercício da cidadania, em que o trabalho seja fonte de definição das relações sociais e

econômicas, e a prática da democracia seja real e constante, em formas representativas e

participativas, afirmando nosso compromisso com a unidade nacional, a autonomia política e

administrativa, a integração dos povos latino-americanos e os elevados valores da tradição

gaúcha, promulgamos, sob a proteção de Deus, esta Constituição do Estado do Rio Grande do

Sul.

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TÍTULO I

DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1.º O Estado do Rio Grande do Sul, integrante com seus Municípios, de forma indissolúvel,

da República Federativa do Brasil, proclama e adota, nos limites de sua autonomia e

competência, os princípios fundamentais e os direitos individuais, coletivos, sociais e políticos

universalmente consagrados e reconhecidos pela Constituição Federal a todas as pessoas no

âmbito de seu território.

Art. 2.º A soberania popular será exercida por sufrágio universal e pelo voto direto e secreto,

com igual valor para todos e, nos termos da lei, mediante:

I - plebiscito;

II - referendo;

III - iniciativa popular.

TÍTULO II

DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 3.º É mantida a integridade do território do Estado.

Art. 4.º A cidade de Porto Alegre é a capital do Estado, e nela os Poderes têm sua sede.

Art. 5.º São Poderes do Estado, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo

e o Judiciário.

Parágrafo único. É vedado a qualquer dos Poderes delegar atribuições, e ao cidadão investido

em um deles, exercer função em outro, salvo nos casos previstos nesta Constituição.

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Art. 6.º São símbolos do Estado a Bandeira Rio-Grandense, o Hino Farroupilha e as Armas,

tradicionais.

Parágrafo único. O dia 20 de setembro é a data magna, sendo considerado feriado no Estado.

Art. 7.º São bens do Estado:

I - as terras devolutas situadas em seu território e não compreendidas entre as da União;

II - os rios com nascente e foz no território do Estado;

III - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas

neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União, situadas em terrenos de seu

domínio;

IV - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União, inclusive as situadas em rios federais

que não sejam limítrofes com outros países, bem como as situadas em rios que constituam

divisas com Estados limítrofes, pela regra da acessão;

V - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem sob seu domínio, excluídas aquelas

sob domínio da União, dos Municípios ou de terceiros;

VI - os terrenos marginais dos rios e lagos navegáveis que correm ou ficam situados em seu

território, em zonas não alcançadas pela influência das marés;

VII - os terrenos marginais dos rios que, embora não navegáveis, porém caudais e sempre

corredios, contribuam com suas águas, por confluência direta, para tornar outros navegáveis;

VIII - a faixa marginal rio-grandense e acrescidos dos rios ou trechos de rios que, não sujeitos à

influência das marés, divisem com Estado limítrofe;

IX - os bens que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;

X - as terras dos extintos aldeamentos indígenas;

XI - os inventos e a criação intelectual surgidos sob remuneração ou custeio público estadual,

direto ou indireto.

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CAPÍTULO II

DOS MUNICÍPIOS

Seção I

Disposições Gerais

Art. 8.º O Município, dotado de autonomia política, administrativa e financeira, reger-se-á por

lei orgânica e pela legislação que adotar, observados os princípios estabelecidos na

Constituição Federal e nesta Constituição.

§ 1.º O território do Município poderá ser dividido em distritos e subdistritos, criados,

organizados e extintos por lei municipal, observada a legislação estadual.

§ 2.º A sede do Município lhe dá o nome.

Art. 9.º A criação, incorporação, fusão ou desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei

estadual.

Art. 10. São Poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo,

exercido pela Câmara Municipal, e o Executivo, exercido pelo Prefeito.

Art. 11. A remuneração do Prefeito, Vice-Prefeito e dos Vereadores será fixada pela Câmara

Municipal, em cada legislatura para a subseqüente, em data anterior à realização das eleições

para os respectivos cargos, observado o que dispõe a Constituição Federal.

Art. 12. Às Câmaras Municipais, no exercício de suas funções legislativas e fiscalizadoras, é

assegurada a prestação de informações que solicitarem aos órgãos estaduais da

administração direta e indireta situados nos Municípios, no prazo de dez dias úteis a contar da

data da solicitação.

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Art. 13. É competência do Município, além da prevista na Constituição Federal e ressalvada a

do Estado:

I - exercer o poder de polícia administrativa nas matérias de interesse local, tais como proteção

à saúde, aí incluídas a vigilância e a fiscalização sanitárias, e proteção ao meio-ambiente, ao

sossego, à higiene e à funcionalidade, bem como dispor sobre as penalidades por infração às

leis e regulamentos locais;

II - dispor sobre o horário e dias de funcionamento do comércio local e de eventos comerciais

temporários de natureza econômica;

III - regular o tráfego e o trânsito nas vias públicas municipais, atendendo à necessidade de

locomoção das pessoas portadoras de deficiência;

IV - dispor sobre autorização, permissão e concessão de uso dos bens públicos municipais;

V - promover a proteção ambiental, preservando os mananciais e coibindo práticas que

ponham em risco a função ecológica da fauna e da flora, provoquem a extinção da espécie ou

submetam os animais à crueldade;

VI - disciplinar a localização, nas áreas urbanas e nas proximidades de culturas agrícolas e

mananciais, de substâncias potencialmente perigosas;

VII - promover a coleta, o transporte, o tratamento e a destinação final dos resíduos sólidos

domiciliares e de limpeza urbana;

VIII - fomentar práticas desportivas formais e não-formais;

IX - promover a acessibilidade nas edificações e logradouros de uso público e seus entornos,

bem como a adaptação dos transportes coletivos, para permitir o acesso das pessoas

portadoras de deficiências ou com mobilidade reduzida.

Art. 14. Os Municípios que não possuírem sistema próprio de previdência e saúde poderão

vincular-se ao sistema previdenciário estadual, nos termos da lei, ou associar-se com outros

Municípios.

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Seção II

Da Intervenção

Art. 15. O Estado não intervirá nos Municípios, exceto quando:

I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida

fundada;

II - não forem prestadas contas na forma da lei;

III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e

desenvolvimento do ensino;

IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para prover a execução de lei, de

ordem ou decisão judicial, e para assegurar a observância dos seguintes princípios:

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

b) direitos da pessoa humana;

c) probidade administrativa.

§ 1.º A intervenção no Município dar-se-á por decreto do Governador:

a) de ofício, ou mediante representação de dois terços da Câmara Municipal, ou do Tribunal de

Contas do Estado, nos casos dos incisos I, II e III;

b) mediante requisição do Tribunal de Justiça, no caso do inciso IV.

§ 2.º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de

execução e, se couber, nomeará interventor, será submetido, no prazo de vinte e quatro horas,

à apreciação da Assembléia Legislativa, a qual, se não estiver reunida, será convocada

extraordinariamente, no mesmo prazo.

§ 3.º No caso do inciso IV, dispensada a apreciação da Assembléia Legislativa, o decreto

limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se esta medida bastar ao

restabelecimento da normalidade.

§ 4.º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes

voltarão, salvo impedimento legal.

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CAPÍTULO III

DA REGIÃO METROPOLITANA, DAS AGLOMERAÇÕES URBANAS E DAS MICRORREGIÕES

Art. 16. O Estado, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções

públicas de seu interesse e de Municípios limítrofes do mesmo complexo geoeconômico e

social poderá, mediante lei complementar, instituir região metropolitana, aglomerações

urbanas e microrregiões.

§ 1.º O Estado poderá, mediante lei complementar, com os mesmos fins, instituir, também,

redes de Municípios, ainda que não limítrofes.

§ 2.º Cada região metropolitana, aglomeração urbana, microrregião ou rede de Municípios

disporá de órgão de caráter deliberativo, com atribuições e composição fixadas em lei

complementar.

§ 3.º Para o atingimento dos objetivos de que tratam este artigo e seus parágrafos, serão

destinados, obrigatoriamente, os recursos financeiros necessários e específicos no orçamento

do Estado e dos Municípios.

Art. 17. As leis complementares previstas no artigo anterior só terão efeitos após a edição da

lei municipal que aprove a inclusão do Município na entidade criada.

Art. 18. Poderão ser instituídos órgãos ou entidades de apoio técnico de âmbito regional para

organizar, planejar e executar integradamente as funções públicas de interesse comum.

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CAPÍTULO IV

DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção I

Disposições Gerais

Art. 19. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes do Estado e dos

municípios, visando à promoção do bem público e à prestação de serviços à comunidade e aos

indivíduos que a compõem, observará os princípios da legalidade, da moralidade, da

impessoalidade, da publicidade, da legitimidade, da participação, da razoabilidade, da

economicidade, da motivação, da transparência e o seguinte:

I - os cargos e funções públicos, criados por lei em número e com atribuições e remuneração

certos, são acessíveis a todos os brasileiros que preencham os requisitos legais;

II - a lei especificará os cargos e funções cujos ocupantes, ao assumi-los e ao deixá-los, devem

declarar os bens que compõem seu patrimônio, podendo estender esta exigência aos

detentores de funções diretivas e empregos na administração indireta;

III - a administração pública será organizada de modo a aproximar os serviços disponíveis de

seus beneficiários ou destinatários;

IV - a lei estabelecerá os casos de contratação de pessoal por tempo determinado, para

atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;

V - a lei reservará percentual de cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de

deficiência e definirá os critérios de sua admissão.

§ 1.º A publicidade dos atos, programas, obras e serviços, e as campanhas dos órgãos e

entidades da administração pública, ainda que não custeadas diretamente por esta, deverão

ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, nelas não podendo constar

símbolos, expressões, nomes, “slogans” ideológicos político-partidários ou imagens que

caracterizem promoção pessoal de autoridade ou de servidores públicos.

§ 2.º A ação político-administrativa do Estado será acompanhada e avaliada, através de

mecanismos estáveis, por Conselhos Populares, na forma da lei.

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§ 3.º Cabe à administração pública, na forma da lei, gerenciar a documentação

governamental, desenvolver plataformas digitais e adotar as providências para franquear sua

consulta a quem dela necessite, bem como realizar os procedimentos administrativos com

ampla transparência.

Art. 20. A investidura em cargo ou emprego público assim como a admissão de empregados

na administração indireta e empresas subsidiárias dependerão de aprovação prévia em

concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargos de

provimento em comissão, declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

§ 1.º As provas deverão aferir, com caráter eliminatório, os conhecimentos específicos

exigidos para o exercício do cargo.

§ 2.º Os pontos correspondentes aos títulos não poderão somar mais de vinte e cinco por

cento do total dos pontos do concurso.

§ 3.º A não-observância do disposto neste artigo acarretará a nulidade do ato e a punição da

autoridade responsável.

§ 4.º Os cargos em comissão destinam-se à transmissão das diretrizes políticas para a

execução administrativa e ao assessoramento.

§ 5.º Os cargos em comissão não podem ser ocupados por cônjuges ou companheiros e

parentes, consangüíneos, afins ou por adoção, até o segundo grau:

I - do Governador, do Vice-Governador, do Procurador-Geral do Estado, do Defensor Público-

Geral do Estado e dos Secretários de Estado, ou titulares de cargos que lhes sejam

equiparados, no âmbito da administração direta do Poder Executivo;

II - dos Desembargadores e Juízes de 2.º grau, no âmbito do Poder Judiciário;

III - dos Deputados Estaduais, no âmbito da Assembléia Legislativa;

IV - dos Procuradores de Justiça, no âmbito da Procuradoria-Geral de Justiça;

V - dos Conselheiros e Auditores Substitutos de Conselheiros, no âmbito do Tribunal de Contas

do Estado;

VI - dos Presidentes, Diretores-Gerais, ou titulares de cargos equivalentes, e dos Vice-

Presidentes, ou equivalentes, no âmbito da respectiva autarquia, fundação instituída ou

mantida pelo Poder Público, empresa pública ou sociedade de economia mista.

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Art. 21. Integram a administração indireta as autarquias, sociedades de economia mista,

empresas públicas e fundações instituídas ou mantidas pelo Estado.

§ 1.º Às empresas públicas aplicam-se as normas pertinentes às sociedades de economia

mista.

§ 2.º As fundações públicas ou de direito público instituídas pelo Estado são equiparadas às

autarquias, regendo-se por todas as normas a estas aplicáveis.

Art. 22. Dependem de lei específica, mediante aprovação por maioria absoluta dos membros

da Assembléia Legislativa:

I - a criação, extinção, fusão, incorporação ou cisão de qualquer entidade da administração

indireta;

II - a alienação do controle acionário de sociedade de economia mista.

§ 1.º A criação de subsidiárias das entidades mencionadas neste artigo assim como a

participação delas em empresa privada dependerão de autorização legislativa.

§ 2.º Especialmente no caso das Sociedades de Economia Mista Banco do Estado do Rio

Grande do Sul S.A. e Companhia Riograndense de Saneamento a alienação ou transferência do

seu controle acionário, bem como a sua extinção, fusão, incorporação ou cisão dependerá de

consulta popular, sob a forma de plebiscito.

§ 3.º Nas sociedades de economia mista, em que possuir o controle acionário, o Estado fica

obrigado a manter o poder de gestão, exercendo o direito de maioria de votos na assembléia

geral, de eleger a maioria dos administradores da companhia, de dirigir as atividades sociais e

de orientar o funcionamento dos órgãos da companhia, sendo vedado qualquer tipo de

acordo ou avença que implique em abdicar ou restringir seus direitos. (

§ 4.º (REVOGADO pela Emenda Constitucional n.º 77, de 8/05/19)

§ 5.º A alienação ou transferência do controle acionário, bem como a extinção, fusão,

incorporação ou cisão da Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do

Sul - PROCERGS -, dependerá de manifestação favorável da população, sob forma de

plebiscito.

§ 6.º (REVOGADO pela Emenda Constitucional n.º 77, de 8/05/19)

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Art. 23. Todas as pessoas têm direito, independentemente de pagamento de qualquer

natureza, à informação sobre o que consta a seu respeito, a qualquer título, nos registros ou

bancos de dados das entidades governamentais ou de caráter público.

§ 1.º Os registros e bancos de dados não poderão conter informações referentes a convicção

política, filosófica ou religiosa.

§ 2.º Qualquer pessoa poderá exigir, por via administrativa, em processo sigiloso ou não, a

retificação ou a atualização das informações a seu respeito e de seus dependentes.

Art. 24. Será publicado no Diário Oficial do Estado, em observância aos princípios

estabelecidos no art. 19, além de outros atos, o seguinte:

I - as conclusões de todas as sindicâncias e auditorias instaladas em órgãos da administração

direta e indireta;

II - mensalmente:

a) o resumo da folha de pagamento do pessoal da administração direta e indireta e a

contribuição do Estado para despesas com pessoal de cada uma das entidades da

administração indireta, especificando-se as parcelas correspondentes a ativos, inativos e

pensionistas, e os valores retidos a título de imposto sobre a renda e proventos de qualquer

natureza e de contribuições previdenciárias;

b) o balancete econômico-financeiro, referente ao mês anterior, do órgão de previdência do

Estado;

III - anualmente, relatório pormenorizado das despesas mensais realizadas pelo Estado e pelas

entidades da administração indireta na área de comunicação, especialmente em propaganda e

publicidade;

IV - no primeiro dia útil dos meses de fevereiro e agosto, o quadro de pessoal dos órgãos e

entidades da administração direta e indireta e das subsidiárias destas relativo ao último dia do

semestre civil anterior, relacionando também o número de admitidos e excluídos no mesmo

período, distribuídos por faixa de remuneração, e quadro demonstrativo dos empregados

contratados;

V - os contratos firmados pelo poder público estadual nos casos e condições disciplinados em

lei.

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Art. 25. As empresas sob controle do Estado e as fundações por ele instituídas terão, na

respectiva diretoria, no mínimo, um representante dos empregados, eleito diretamente por

estes.

§ 1.º É garantida a estabilidade aos representantes mencionados neste artigo a partir do

registro da candidatura até um ano após o término do mandato.

§ 2.º É assegurada a eleição de, no mínimo, um delegado sindical em cada uma das entidades

mencionadas no “caput”.

Art. 26. Os servidores públicos e empregados da administração direta e indireta, quando

assumirem cargo eletivo público, não poderão ser demitidos no período do registro de sua

candidatura até um ano depois do término do mandato, nem ser transferidos do local de

trabalho sem o seu consentimento.

Parágrafo único. Enquanto durar o mandato, o órgão empregador recolherá mensalmente as

obrigações sociais e garantirá ao servidor ou empregado os serviços médicos e previdenciários

dos quais era beneficiário antes de se eleger.

Art. 27. É assegurado:

I - aos sindicatos e associações dos servidores da administração direta ou indireta:

a) participar das decisões de interesse da categoria;

b) descontar em folha de pagamento as mensalidades de seus associados e demais parcelas, a

favor da entidade, desde que aprovadas em assembléia geral;

c) eleger delegado sindical;

II - aos representantes das entidades mencionadas no inciso anterior, nos casos previstos em

lei, o desempenho, com dispensa de suas atividades funcionais, de mandato em confederação,

federação, sindicato e associação de servidores públicos, sem qualquer prejuízo para sua

situação funcional ou remuneratória, exceto promoção por merecimento;

III - aos servidores públicos e empregados da administração indireta, estabilidade a partir do

registro da candidatura até um ano após o término do mandato sindical, salvo demissão

precedida de processo administrativo disciplinar ou judicial.

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§ 1.º Ao Estado e às entidades de sua administração indireta é vedado qualquer ato de

discriminação sindical em relação a seus servidores e empregados, bem como influência nas

respectivas organizações.

§ 2.º O órgão estadual encarregado da formulação da política salarial contará com a

participação paritária de representantes dos servidores públicos e empregados da

administração pública, na forma da lei.

§ 3.º Aos representantes de que trata o inciso II do “caput” fica assegurada a remuneração do

cargo, vedado o pagamento de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício de

função de confiança ou de cargo em comissão.

Art. 28. (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 191/STF, DJ de 07/03/08)

Seção II

Dos Servidores Públicos Civis

Art. 29. São direitos dos servidores públicos civis do Estado, além de outros previstos na

Constituição Federal, nesta Constituição e nas leis:

I - remuneração total nunca inferior ao salário mínimo fixado pela União para os trabalhadores

urbanos e rurais;

II - irredutibilidade de vencimentos ou salários;

III - décimo terceiro salário ou vencimento igual à remuneração integral ou no valor dos

proventos de aposentadoria;

IV - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

V - salário-família ou abono familiar para os dependentes do servidor de baixa renda, na forma

da lei;

VI - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta semanais,

facultada a compensação de horários e a redução da jornada conforme o estabelecido em lei;

VII - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

VIII - remuneração do serviço extraordinário, superior, no mínimo em cinqüenta por cento, à

do normal;

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IX - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que a

remuneração normal, e pagamento antecipado;

X - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e da remuneração, com a duração de cento e

vinte dias;

XI - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e

segurança;

XIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma

da lei;

XIV - proibição de diferenças de remuneração, de exercício de funções e de critério de

admissão, por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

XV - auxílio-transporte, correspondente à necessidade de deslocamento do servidor em

atividade para seu local de trabalho, nos termos da legislação federal.

Parágrafo único. O adicional de remuneração de que trata o inciso XIII deverá ser calculado

exclusivamente com base nas características do trabalho e na área e grau de exposição ao

risco, na forma da lei.

Art. 30. O regime jurídico dos servidores públicos civis do Estado, das autarquias e fundações

públicas será único e estabelecido em estatuto, através de lei complementar, observados os

princípios e as normas da Constituição Federal e desta Constituição.

Art. 31. Lei complementar estabelecerá os critérios objetivos de classificação dos cargos

públicos de todos os Poderes, de modo a garantir isonomia de vencimentos.

§ 1.º Os planos de carreira preverão também:

I - as vantagens de caráter individual;

II - as vantagens relativas à natureza e ao local de trabalho;

III - os limites máximo e mínimo de remuneração e a relação entre esses limites, sendo aquele

o valor estabelecido de acordo com o art. 37, XI, da Constituição Federal.

§ 2.º As carreiras, em qualquer dos Poderes, serão organizadas de modo a favorecer o acesso

generalizado aos cargos públicos.

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§ 3.º As promoções de grau a grau, nos cargos organizados em carreiras, obedecerão aos

critérios de merecimento e antigüidade, alternadamente, e a lei estabelecerá normas que

assegurem critérios objetivos na avaliação do merecimento.

§ 4.º A lei poderá criar cargo de provimento efetivo isolado quando o número, no respectivo

quadro, não comportar a organização em carreira.

§ 5.º Aos cargos isolados aplicar-se-á o disposto no “caput”.

§ 6.º As promoções de grau a grau, nos cargos organizados em carreiras, ocorrerão em

momento definido mediante juízo de conveniência e oportunidade da Administração Pública,

observados os limites estabelecidos pela lei de responsabilidade fiscal e a necessária previsão

legal de cargo vago, produzindo efeitos a contar da respectiva publicação no Diário Oficial do

Estado, vedada a retroação, ressalvados os casos de indenização por preterição, na forma da

lei.

§ 7.º As progressões de nível dentro de uma mesma classe da carreira ocorrerão em momento

definido mediante juízo de conveniência e oportunidade da Administração Pública, ressalvadas

aquelas decorrentes de critérios exclusivamente objetivos, na forma da lei.

Art. 32. Os cargos em comissão, criados por lei em número e com remuneração certos e com

atribuições definidas de direção, chefia ou assessoramento, são de livre nomeação e

exoneração, observados os requisitos gerais de provimento em cargos estaduais.

§ 1.º Os cargos em comissão não serão organizados em carreira.

§ 2.º A lei poderá estabelecer, a par dos gerais, requisitos específicos de escolaridade,

habilitação profissional, saúde e outros para investidura em cargos em comissão.

§ 3.º (REVOGADO pela Emenda Constitucional n.º 12, de 14/12/95) (Declarada a

inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 182/STF, DJ de 05/12/97)

§ 4.º (REVOGADO pela Emenda Constitucional n.º 12, de 14/12/95) (Declarada a

inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 182/STF, DJ de 05/12/97)

§ 5.º (REVOGADO pela Emenda Constitucional n.º 12, de 14/12/95) (Declarada a

inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 182/STF, DJ de 05/12/97)

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Art. 33. Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser

superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

§ 1.º A remuneração dos servidores públicos do Estado e os subsídios dos membros de

qualquer dos Poderes, do Tribunal de Contas, do Ministério Público, dos Procuradores, dos

Defensores Públicos, dos detentores de mandato eletivo e dos Secretários de Estado,

estabelecidos conforme o § 4° do art. 39 da Constituição Federal, somente poderão ser fixados

ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, sendo assegurada

através de lei de iniciativa do Poder Executivo a revisão geral anual da remuneração de todos

os agentes públicos, civis e militares, ativos, inativos e pensionistas, sempre na mesma data e

sem distinção de índices.

§ 2.º O índice de reajuste dos vencimentos dos servidores não poderá ser inferior ao

necessário para repor seu poder aquisitivo.

§ 3.º (REVOGADO pela Emenda Constitucional n.º 78, de 03/02/20)

§ 4.º A lei assegurará aos servidores públicos estaduais, após cada quinquênio de efetivo

exercício, o direito ao afastamento, por meio de licença para participar de curso de

capacitação profissional que guarde pertinência com seu cargo ou função, com a respectiva

remuneração, sem prejuízo de sua situação funcional, por até 3 (três) meses, não acumuláveis,

conforme disciplina legal, vedada a conversão em pecúnia para aquele servidor que não a

requerer, na forma da lei.

§ 5.º A Administração terá o prazo de 3 (três) anos, contado da data de requerimento do

pedido pelo servidor, para a concessão da licença capacitação, sendo que, em caso de

descumprimento do prazo, haverá a conversão em pecúnia.

§ 6.º Fica vedado atribuir aos servidores da administração pública qualquer gratificação de

equivalência superior à remuneração fixada para os cargos ou funções de confiança criados

em lei.

§ 7.º É vedada a participação dos servidores públicos no produto da arrecadação de multas,

inclusive da dívida ativa.

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§ 8.º Para fins do disposto no art. 37, § 12, da Constituição Federal, fica fixado como limite

único, no âmbito de qualquer dos Poderes, do Ministério Público e do Tribunal de Contas, o

subsídio mensal, em espécie, dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado do Rio

Grande do Sul, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados

Estaduais.

§ 9.º Os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem

acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores.

§ 10. É vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício

de função de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo ou aos

proventos de inatividade.

Art. 34. Os servidores estaduais somente serão indicados para participar em cursos de

especialização ou capacitação técnica profissional no Estado, no País ou no exterior, com

custos para o Poder Público, quando houver correlação entre o conteúdo programático de tais

cursos e as atribuições do cargo ou função exercidos.

Parágrafo único. Não constituirá critério de evolução na carreira a realização de curso que não

guarde correlação direta e imediata com as atribuições do cargo exercido.

Art. 35. O pagamento da remuneração mensal dos servidores públicos do Estado e das

autarquias será realizado até o último dia útil do mês do trabalho prestado.

Parágrafo único. O pagamento da gratificação natalina, também denominada décimo terceiro

salário, será efetuado até o dia 20 de dezembro.

Art. 36. As obrigações pecuniárias dos órgãos da administração direta e indireta para com os

seus servidores ativos e inativos ou pensionistas não cumpridas até o último dia do mês da

aquisição do direito deverão ser liquidadas com valores atualizados pelos índices aplicados

para a revisão geral da remuneração dos servidores públicos do Estado.

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Art. 37. O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de

aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade. (

Parágrafo único. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de

contribuição fictício, ressalvado o direito adquirido.

Art. 38. Os servidores públicos vinculados ao Regime Próprio de Previdência Social do Estado

do Rio Grande do Sul – RPPS/RS – serão aposentados aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se

mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, observados o tempo de

contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar.

§ 1.º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios

pelo RPPS/RS, ressalvado o disposto nos §§ 4.º-A, 4.º-B, 4.º-C e 5.º do art. 40 da Constituição

Federal, conforme lei complementar.

§ 2.º Além do disposto neste artigo e no art. 40 da Constituição Federal, serão observados,

para concessão de benefícios pelo RPPS/RS, no que couber, os requisitos e critérios fixados

para o Regime Geral de Previdência Social.

§ 3.º Observado, no que couber, o disposto na Constituição Federal, lei complementar

estabelecerá os critérios de tempo de contribuição e de tempo de serviço para a

aposentadoria dos servidores públicos vinculados ao RPPS/RS, inclusive aquelas para as quais

é admitida a adoção de requisitos ou critérios diferenciados.

§ 4.º Leis disciplinarão as regras para a concessão de aposentadoria, pensão por morte, abono

de permanência, bem como disporão sobre as contribuições para o custeio do RPPS/RS e a

forma de cálculo e de reajuste dos benefícios previdenciários.

Art. 39. Os ocupantes do cargo de professor, desde que comprovem tempo de efetivo

exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio,

estabelecidos em lei complementar, terão idade mínima à aposentadoria reduzida em 5 (cinco)

anos em relação às idades mínimas exigidas aos demais servidores públicos, observado o

disposto na Constituição Federal.

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Art. 40. Lei estabelecerá as normas e os prazos para análise dos requerimentos de

aposentadoria.

Art. 41. O RPPS/RS tem caráter contributivo e solidário, mediante a contribuição do Estado e

dos servidores civis e dos militares, ativos, inativos e pensionistas, observados critérios que

preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.

§ 1.º A gestão unificada do RPPS/RS abrange todos os ocupantes de cargo efetivo dos poderes

do Estado, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais públicas, que serão responsáveis

pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos

na lei complementar de que trata o § 22 do art. 40 da Constituição Federal.

§ 2.º Os órgãos colegiados do órgão gestor único serão compostos paritariamente por

representantes dos segurados e do Estado, na forma da lei.

Art. 41-A. O Estado manterá órgão ou entidade de assistência à saúde aos seus servidores e

dependentes, mediante contribuição, na forma da lei.

Parágrafo único. O órgão ou a entidade de que trata o “caput” poderá, mediante a devida

contrapartida, baseada em cálculo atuarial que assegure o equilíbrio financeiro, verificado

anualmente mediante revisão dos termos contratuais, firmar contrato para a prestação de

cobertura assistencial à saúde, na forma da lei, aos servidores, empregados ou filiados, e seus

dependentes, das:

I - entidades ou dos órgãos integrantes da Administração Direta ou Indireta da União, do

Estado e dos municípios; e

II - entidades de registro e fiscalização profissional, inclusive as de natureza autárquica “sui

generis”.

Art. 42. Ao servidor público, quando adotante, ficam estendidos os direitos que assistem ao

pai e à mãe naturais, na forma a ser regulada por lei.

Art. 43. É assegurado aos servidores da administração direta e indireta o atendimento gratuito

de seus filhos e dependentes de zero a seis anos em creches e pré-escolas, na forma da lei.

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Art. 44. Nenhum servidor poderá ser diretor ou integrar conselho de empresas fornecedoras

ou prestadoras de serviços ou que realizem qualquer modalidade de contrato com o Estado,

sob pena de demissão do serviço público.

Art. 45. O servidor público processado, civil ou criminalmente, em razão de ato praticado no

exercício regular de suas funções terá direito a assistência judiciária pelo Estado.

Seção III

Dos Servidores Públicos Militares

Art. 46. Os integrantes da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros Militar são servidores

públicos militares do Estado regidos por estatutos próprios, estabelecidos em lei

complementar, observado o seguinte:

I - remuneração especial do trabalho que exceder à jornada de 40 (quarenta) horas semanais e

outras vantagens que a lei determinar;

II - acesso a cursos ou concursos que signifiquem ascensão funcional, independentemente de

idade e de estado civil;

III - regime de dedicação exclusiva, nos termos da lei, ressalvado o disposto na Constituição

Federal;

IV - estabilidade às praças com cinco anos de efetivo serviço prestado à Corporação.

§ 1.º Lei complementar disporá, observado o disposto no art. 42, § 1.º, da Constituição Federal,

sobre as matérias do art. 142, § 3.º, inciso X, da Constituição Federal.

§ 2.º Lei Complementar disporá sobre a promoção extraordinária do servidor militar que

morrer ou ficar permanentemente inválido em virtude de lesão sofrida em serviço, bem como,

na mesma situação, praticar ato de bravura.

§ 3.º (REVOGADO pela Emenda Constitucional n.º 78, de 03/02/20)

§ 4.º É assegurado o direito de livre associação profissional.

§ 5.º (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 5260/STF, DJE de 29/10/18)

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Art. 47. Aplicam-se aos servidores militares do Estado as normas pertinentes da Constituição

Federal e as gerais que a União, no exercício de sua competência, editar, bem como o disposto

nos arts. 29, I, II, III, V, IX, X, XI, XII e XIII; 31, §§ 6.º e 7.º; 32, § 1.º; 33, “caput” e §§ 1.º, 2.º, 3.º, 4.º,

9.º e 10; 35; 36; 37; 38, § 3.º; 40; 41; 42; 43; 44 e 45 desta Constituição.

Art. 48. A lei poderá criar cargos em comissão privativos de servidores militares,

correspondentes às funções de confiança a serem desempenhadas junto ao Governo do

Estado e aos Presidentes da Assembléia Legislativa e dos Tribunais estaduais.

Parágrafo único. Os titulares dos cargos previstos neste artigo manterão a condição de

servidor público militar e estarão sujeitos a regime peculiar decorrente da exonerabilidade “ad

nutum”.

TÍTULO III

DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

CAPÍTULO I

DO PODER LEGISLATIVO

Seção I

Disposições Gerais

Art. 49. O Poder Legislativo é exercido pela Assembléia Legislativa.

§ 1.º O número de Deputados corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara

Federal e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os

Deputados Federais acima de doze.

§ 2.º Cada legislatura tem a duração de quatro anos.

§ 3.º A primeira sessão de cada legislatura realizar-se-á a trinta e um de janeiro, para posse

dos Deputados, procedendo-se, na mesma data, à eleição da Mesa e, a seguir, à da Comissão

Representativa de que trata o § 6.º do art. 56.

§ 4.º Será de dois anos o mandato de membro da Mesa, vedada a recondução para o mesmo

cargo na eleição imediatamente subseqüente.

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Art. 50. A Assembléia Legislativa reunir-se-á, anualmente, na Capital do Estado, de 1.º de

fevereiro a 16 de julho e de 1.º de agosto a 22 de dezembro, salvo prorrogação, ou convocação

extraordinária.

§ 1.º A convocação extraordinária da Assembléia Legislativa caberá:

I - ao Governador;

II - ao Presidente da Assembléia Legislativa em caso de decretação de estado de defesa ou

estado de sítio pelo Governo Federal ou de intervenção federal no Estado e para o

compromisso e a posse do Governador e do Vice-Governador do Estado;

III - à maioria de seus membros.

§ 2.º Na sessão legislativa extraordinária, a Assembléia Legislativa deliberará, exclusivamente,

sobre a matéria da convocação.

§ 3.º A convocação da Assembléia Legislativa, na situação prevista no inciso I, destina-se à

apreciação de matéria relevante, plenamente justificada.

§ 4.º A sessão legislativa extraordinária ocorrerá sem ônus adicional para o Estado.

Art. 51. As deliberações da Assembléia Legislativa, salvo disposição em contrário nesta

Constituição, serão tomadas por maioria de votos, individuais e intransferíveis, presente a

maioria de seus membros.

Seção II

Das Atribuições da Assembléia Legislativa

Art. 52. Compete à Assembléia Legislativa, com a sanção do Governador, não exigida esta para

o especificado no art. 53, dispor sobre todas as matérias de competência do Estado,

especialmente sobre:

I - plano plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamentos anuais;

II - tributos do Estado, arrecadação e distribuição das rendas;

III - normas gerais sobre a alienação, cessão, permuta, arrendamento ou aquisição de bens

públicos;

IV - fixação e modificação do efetivo da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros Militar;

V - dívida pública estadual e meios de solvê-la;

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VI - abertura e operações de crédito;

VII - planos e programas estaduais de desenvolvimento;

VIII - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas;

IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público, da Procuradoria-Geral do

Estado, da Defensoria Pública e do Tribunal de Contas;

X - transferência temporária da sede do Governo do Estado;

XI - criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios;

XII - instituição de região metropolitana, aglomerações urbanas e microrregiões;

XIII - criação, estruturação e atribuições das Secretarias e órgãos da administração do Estado;

XIV - matéria prevista no art. 24 da Constituição Federal.

Art. 53. Compete exclusivamente à Assembléia Legislativa, além de outras atribuições

previstas nesta Constituição:

I - receber o compromisso do Governador e do Vice-Governador do Estado, dar-lhes posse,

conceder-lhes licença e receber sua renúncia;

II - apreciar os relatórios do Governador, sobre a execução dos planos de governo;

III - julgar, anualmente, as contas do Governador e, se este não as prestar até trinta dias após a

data fixada nesta Constituição, eleger comissão para tomá-las, determinando providências

para punição dos que forem encontrados em culpa;

IV - autorizar o Governador e o Vice-Governador a afastar-se do Estado por mais de quinze

dias.

V - (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 4674/STF, DJ de 15/08/17)

VI - processar e julgar o Governador e o Vice-Governador do Estado nos crimes de

responsabilidade, e os Secretários de Estado nos crimes da mesma natureza conexos com

aqueles;

VII - processar e julgar o Procurador-Geral de Justiça, o Procurador-Geral do Estado e o

Defensor Público-Geral do Estado nos crimes de responsabilidade;

VIII - declarar a perda de mandato de Deputado, por maioria absoluta de seus membros;

IX - receber renúncia de Deputado;

X - emendar a Constituição, expedir decretos legislativos e resoluções;

XI - aprovar referendo e convocar plebiscito, na forma da lei;

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XII - apreciar vetos;

XIII - suspender, no prazo máximo de trinta dias, no todo ou em parte, a execução de lei

estadual ou municipal que o Tribunal de Justiça declarar, em caráter definitivo, inconstitucional

em face desta Constituição;

XIV - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar;

XV - ordenar a sustação de contrato impugnado pelo Tribunal de Contas;

XVI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa

dos outros Poderes;

XVII - solicitar a intervenção federal no Estado para garantir o livre exercício de suas funções;

XVIII - apreciar decreto de intervenção nos Municípios;

XIX - exercer a fiscalização e o controle dos atos do Poder Executivo, inclusive na administração

indireta, através de processo estabelecido nesta Constituição e na lei;

XX - solicitar informações aos Poderes Executivo e Judiciário, por escrito, nos termos da lei,

sobre fatos relacionados com cada um deles e sobre matéria legislativa em tramitação na

Assembléia Legislativa ou sujeita a fiscalização desta;

XXI - convocar Secretário de Estado para prestar, pessoalmente, informações sobre assuntos

de sua Pasta, previamente determinados, importando crime de responsabilidade a ausência

sem justificação adequada;

XXII - apreciar anualmente as contas do Tribunal de Contas do Estado;

XXIII - deliberar sobre os pareceres emitidos pela comissão permanente de que trata o § 1.º do

art. 152;

XXIV - apreciar convênios e acordos em que o Estado seja parte, no prazo de trinta dias, salvo

se outro prazo for fixado por lei;

XXV - apreciar as propostas de empréstimos, operações ou acordos externos do Estado;

XXVI - (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 177/STF, DJ de 25/10/96)

XXVII - autorizar previamente a alienação de bens imóveis do Estado;

XXVIII - aprovar previamente, após argüição pública, a escolha de:

a) Conselheiros do Tribunal de Contas indicados pelo Governador;

b) diretores das entidades do sistema financeiro do Estado;

c) titulares de outros cargos que a lei determinar;

XXIX - escolher cinco Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado;

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XXX - destituir, por maioria absoluta, o Procurador-Geral de Justiça;

XXXI - apresentar projeto de lei para fixar os subsídios do Governador, do Vice-Governador,

dos Secretários de Estado e dos Deputados Estaduais, observadas as regras da Constituição

Federal e desta;

XXXII - elaborar seu Regimento;

XXXIII - eleger sua Mesa, respeitando, dentro do possível, os critérios de representação

pluripartidária e de proporcionalidade;

XXXIV - determinar a prorrogação de suas sessões;

XXXV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou

extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da

respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes

orçamentárias, bem como elaborar sua folha de pagamento;

XXXVI - mudar temporariamente sua sede, bem como o local de reunião de suas comissões.

Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos VI e VII, presidirá a Assembléia Legislativa o

Presidente do Tribunal de Justiça do Estado, limitando-se a condenação, que somente será

proferida por voto de dois terços dos membros do Poder Legislativo, à perda do cargo, com

inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais

sanções judiciais cabíveis.

Art. 54. Compete à Mesa representar a Assembléia Legislativa, ativa e passivamente, judicial e

extrajudicialmente.

§ 1.º A representação da Mesa em juízo bem como a consultoria e o assessoramento jurídico

do Poder Legislativo competem à Procuradoria da Assembléia Legislativa.

§ 2.º Os cargos de Procurador da Assembléia Legislativa serão organizados em carreira, com

ingresso mediante concurso público de provas e títulos, realizado pela Assembléia Legislativa,

com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil.

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Seção III

Dos Deputados

Art. 55. Aplicam-se aos Deputados as regras da Constituição Federal sobre inviolabilidade,

imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimento e incorporação às Forças

Armadas.

§ 1.º Os Deputados serão submetidos a julgamento perante o Tribunal de Justiça do Estado.

§ 2.º Os Deputados Estaduais têm livre acesso aos órgãos da administração direta e indireta

do Estado, mesmo sem prévio aviso, sendo-lhes devidas todas as informações necessárias.

Seção IV

Das Comissões

Art. 56. A Assembléia Legislativa terá comissões permanentes e temporárias, constituídas na

forma e com as atribuições previstas nesta Constituição, no seu Regimento ou no ato de que

resultar sua criação.

§ 1.º Na constituição de cada comissão será assegurada, quanto possível, a representação

proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares.

§ 2.º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabem, entre outras definidas

no Regimento, as seguintes atribuições:

I - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;

II - convocar Secretários de Estado e dirigentes de órgãos da administração indireta ou

qualquer servidor público para prestar informações sobre assuntos de sua atividade ou

atribuições;

III - receber petições, reclamações ou representações de qualquer pessoa contra atos ou

omissões de autoridades ou entidades públicas;

IV - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão para prestar informações;

V - apreciar programas de obras, planos estaduais, regionais e setoriais de desenvolvimento e

sobre eles emitir parecer;

VI - emitir parecer sobre matéria de competência legislativa;

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VII - discutir e votar projetos de lei e convênios que dispensarem, na forma do Regimento, a

competência do Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa.

§ 3.º Aplica-se ao inciso VII do parágrafo anterior, no que diz respeito aos convênios, o

disposto no § 2.º do art. 62.

§ 4.º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios

das autoridades judiciais, além de outros previstos no Regimento, serão criadas para apuração

de fato determinado e por prazo certo, mediante requerimento de um terço dos Deputados.

§ 5.º As conclusões das comissões parlamentares de inquérito serão encaminhadas, se for o

caso, no prazo de trinta dias, ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil

e criminal dos infratores.

§ 6.º Durante o recesso haverá uma Comissão Representativa da Assembléia Legislativa, eleita

na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições definidas no Regimento, cuja

composição reproduzirá, quanto possível, a proporcionalidade da representação dos partidos

ou dos blocos parlamentares.

§ 7.º O Poder Legislativo poderá credenciar entidades civis, representativas de segmentos

sociais, legalmente constituídas, para participar em atividades das comissões permanentes,

com direito a voz.

§ 8.º A comissão permanente de que trata o § 1.º do art. 152 terá sua composição e

funcionamento conforme dispuser o Regimento.

Seção V

Do Processo Legislativo

Subseção I

Disposição Geral

Art. 57. O processo legislativo compreende a elaboração de:

I - emendas à Constituição;

II - leis complementares;

III - leis ordinárias;

IV - decretos legislativos;

V - resoluções.

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Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e

consolidação das leis, bem como sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.

Subseção II

Da Emenda à Constituição

Art. 58. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos Deputados;

II - do Governador;

III - de mais de um quinto das Câmaras Municipais, manifestando-se, cada uma delas, pela

maioria relativa de seus membros;

IV - de iniciativa popular.

§ 1.º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal no Estado,

estado de defesa ou estado de sítio.

§ 2.º A proposta será discutida e votada em dois turnos, considerando-se aprovada quando

obtiver, em ambos, o voto favorável de três quintos dos membros da Assembléia Legislativa.

§ 3.º A emenda à Constituição será promulgada pela Mesa da Assembléia Legislativa, com o

respectivo número de ordem.

§ 4.º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não

poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

Subseção III

Das Leis

Art. 59. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou

comissão técnica da Assembléia Legislativa, à Mesa, ao Governador, ao Tribunal de Justiça, ao

Procurador-Geral de Justiça, às Câmaras Municipais e aos cidadãos, nos casos e na forma

previstos nesta Constituição.

Parágrafo único. As leis complementares serão aprovadas pela maioria absoluta dos

Deputados.

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Art. 60. São de iniciativa privativa do Governador do Estado as leis que:

I - fixem ou modifiquem os efetivos da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros Militar;

II - disponham sobre:

a) criação e aumento da remuneração de cargos, funções ou empregos públicos na

administração direta ou autárquica;

b) servidores públicos do Estado, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e

aposentadoria de civis, e reforma ou transferência de militares para a inatividade;

c) organização da Defensoria Pública do Estado;

d) criação, estruturação e atribuições das Secretarias e órgãos da administração pública.

Art. 61. Não será admitido aumento na despesa prevista:

I - nos projetos de iniciativa privativa do Governador, ressalvado o disposto no art. 152;

II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Assembléia Legislativa, dos

Tribunais e do Ministério Público.

Art. 62. Nos projetos de sua iniciativa o Governador poderá solicitar à Assembléia Legislativa

que os aprecie em regime de urgência.

§ 1.º Recebida a solicitação do Governador, a Assembléia Legislativa terá trinta dias para

apreciação do projeto de que trata o pedido.

§ 2.º Não havendo deliberação sobre o projeto no prazo previsto, será ele incluído na ordem

do dia, sobrestando-se a deliberação de qualquer outro assunto até que se ultime a votação.

§ 3.º O prazo de que trata este artigo será suspenso durante o recesso parlamentar.

Art. 63. Transcorridos trinta dias do recebimento de qualquer proposição em tramitação na

Assembléia Legislativa, seu Presidente, a requerimento de qualquer dos Deputados, mandará

incluí-la na ordem do dia, para ser discutida e votada, desde que com parecer da Comissão de

Constituição e Justiça. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.º 1, de 18/06/91)

§ 1.º (Redação dada pela Emenda Constitucional n.º 1, de 18/06/91) (REVOGADO pela Emenda

Constitucional n.º 39, de 12/12/03)

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§ 2.º A proposição somente será retirada da ordem do dia se o autor desistir do

requerimento.

Art. 64. As matérias constantes de projeto de lei rejeitado somente poderão constituir objeto

de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria dos membros da

Assembléia Legislativa.

Art. 65. A Assembléia Legislativa, mediante requerimento subscrito pela maioria de seus

membros, pode retirar da ordem do dia, em caso de convocação extraordinária, projeto de lei

que não tenha tramitado no Poder Legislativo por no mínimo trinta dias.

Art. 66. O projeto de lei, se aprovado, será enviado ao Governador, o qual, em aquiescendo, o

sancionará.

§ 1.º Se o Governador julgar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao

interesse público, vetá-lo-á, total ou parcialmente, dentro de quinze dias úteis contados a

partir daquele em que o recebeu, e publicará no Diário Oficial o motivo do veto, devolvendo o

projeto ou a parte vetada ao Presidente da Assembléia, dentro de quarenta e oito horas.

§ 2.º O veto parcial deverá abranger o texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de

alínea.

§ 3.º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Governador importará sanção.

§ 4.º O veto será apreciado no prazo de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo

ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos membros da Assembléia Legislativa.

§ 5.º Se o veto for rejeitado, será o projeto enviado, para promulgação, ao Governador.

§ 6.º Esgotado, sem deliberação, o prazo estabelecido no § 4.º, o veto será colocado na ordem

do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final.

§ 7.º Se, nas hipóteses dos §§ 3.º e 5.º, a lei não for promulgada pelo Governador no prazo de

quarenta e oito horas, o Presidente da Assembléia Legislativa a promulgará, e, se este não o

fizer em igual prazo, caberá ao primeiro Vice-Presidente fazê-lo.

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Art. 67. As leis vigorarão a partir do décimo dia de sua publicação oficial, salvo se, para tanto,

estabelecerem outro prazo.

§ 1.º O disposto no “caput” não se aplica às leis que alteram normas para a apuração dos

índices de participação dos municípios na arrecadação de impostos estaduais, que produzirão

efeitos a razão de 1/5 (um quinto) das alterações instituídas, a cada ano, durante cinco anos, a

partir de 1.º de janeiro do ano subseqüente ao da aprovação da respectiva lei.

§ 2.º O disposto no parágrafo anterior não se aplica às leis que tratam de criação,

incorporação, fusão, desmembramento, anexação e extinção de municípios.

Subseção IV

Da Iniciativa Popular

Art. 68. A iniciativa popular no processo legislativo será exercida mediante a apresentação de:

I - projeto de lei;

II - proposta de emenda constitucional;

III - emenda a projeto de lei orçamentária, de lei de diretrizes orçamentárias e de lei de plano

plurianual, conforme disciplinado no art. 152, § 6.º.

§ 1.º A iniciativa popular, nos casos dos incisos I e II, será tomada por, no mínimo, um por

cento do eleitorado que tenha votado nas últimas eleições gerais do Estado, distribuído, no

mínimo, em um décimo dos Municípios, com não menos de meio por cento dos eleitores de

cada um deles.

§ 2.º Recebido o requerimento, a Assembléia Legislativa verificará o cumprimento dos

requisitos previstos no § 1.º, dando-lhe tramitação idêntica à dos demais projetos.

§ 3.º Os projetos de iniciativa popular, quando rejeitados pela Assembléia Legislativa, serão

submetidos a referendo popular se, no prazo de cento e vinte dias, dez por cento do

eleitorado que tenha votado nas últimas eleições gerais do Estado o requerer.

§ 4.º Os resultados das consultas referendárias serão promulgados pelo Presidente da

Assembléia Legislativa.

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Art. 69. A Assembléia Legislativa e as Câmaras Municipais, no âmbito de suas competências,

poderão promover consultas referendárias e plebiscitárias sobre atos, autorizações ou

concessões do Poder Executivo e sobre matéria legislativa sancionada ou vetada.

Parágrafo único. As consultas referendárias e plebiscitárias serão formuladas em termos de

aprovação ou rejeição dos atos, autorizações ou concessões do Poder Executivo, bem como do

teor da matéria legislativa.

Seção VI

Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Estado e

dos órgãos e entidades da administração direta e indireta, e de quaisquer entidades

constituídas ou mantidas pelo Estado, quanto à legalidade, legitimidade, moralidade,

publicidade, eficiência, eficácia, economicidade, aplicação de subvenções e renúncia de

receitas, será exercida pela Assembléia Legislativa mediante controle externo e pelo sistema

de controle interno de cada um dos Poderes, observado o disposto nos arts. 70 a 75 da

Constituição Federal.

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física, jurídica ou entidade que utilize,

arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos pelos quais o

Estado responda, ou que, em nome deste, assuma obrigações de natureza pecuniária.

Art. 71. O controle externo, a cargo da Assembléia Legislativa, será exercido com auxílio do

Tribunal de Contas, ao qual compete, além das atribuições previstas nos arts. 71 e 96 da

Constituição Federal, adaptados ao Estado, emitir parecer prévio sobre as contas que os

Prefeitos Municipais devem prestar anualmente.

§ 1.º Os contratos de locação de prédios e de serviços firmados entre quaisquer das entidades

referidas no artigo anterior e fundações privadas de caráter previdenciário e assistencial de

servidores deverão ser encaminhados ao Tribunal de Contas, que também avaliará os valores

neles estabelecidos.

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§ 2.º O Tribunal de Contas terá amplo poder de investigação, cabendo-lhe requisitar e

examinar, diretamente ou através de seu corpo técnico, a qualquer tempo, todos os elementos

necessários ao exercício de suas atribuições.

§ 3.º Não poderá ser negada qualquer informação, a pretexto de sigilo, ao Tribunal de Contas.

§ 4.º A Mesa ou as comissões da Assembléia Legislativa poderão requisitar, em caráter

reservado, informações sobre inspeções realizadas pelo Tribunal de Contas, ainda que as

conclusões não tenham sido julgadas ou aprovadas.

§ 5.º Compete ao Tribunal de Contas avaliar a eficiência e eficácia dos sistemas de controle

interno dos órgãos e entidades por ele fiscalizados.

Art. 72. O Tribunal de Contas do Estado encaminhará à Assembléia Legislativa, anualmente,

relatório da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Estado

e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,

economicidade e aplicação de recursos públicos, bem como dos respectivos quadros

demonstrativos de pessoal.

Art. 73. Para efeito dos procedimentos previstos no art. 72 da Constituição Federal, é

competente, na esfera estadual, a comissão prevista no § 1.º do art. 152.

Art. 74. . (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 892/STF, DJ de 26/04/02)

§ 1.º Os Conselheiros do Tribunal de Contas terão as mesmas garantias, prerrogativas,

impedimentos, vencimentos e vantagens dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do

Estado e somente poderão aposentar-se com as vantagens do cargo quando o tiverem

exercido efetivamente por mais de cinco anos.

§ 2.º Os Auditores Substitutos de Conselheiro, em número de sete, nomeados pelo

Governador do Estado após aprovação em concurso público de provas e títulos realizado pelo

Tribunal de Contas, na forma de sua Lei Orgânica, terão as mesmas garantias e impedimentos

dos Conselheiros, e subsídios que corresponderão a noventa e cinco por cento dos subsídios

de Conselheiros, e quando em substituição a esses, também os mesmos vencimentos do

titular.

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Art. 75. A lei disporá sobre a organização do Tribunal de Contas, podendo constituir câmaras e

criar delegações ou órgãos destinados a auxiliá-lo no exercício de suas funções e na

descentralização de seus trabalhos.

Art. 76. O sistema de controle interno previsto no art. 74 da Constituição Federal terá, no

Estado, organização una e integrada, compondo órgão de contabilidade e auditoria-geral do

Estado, com delegações junto às unidades administrativas dos três Poderes, tendo sua

competência e quadro de pessoal definidos em lei.

Parágrafo único. Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de

qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência, sob pena de responsabilidade, ao

Tribunal de Contas do Estado, o qual comunicará a ocorrência, em caráter reservado, à Mesa

da Assembléia Legislativa.

Art. 77. O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, instituído na forma do art. 130 da

Constituição Federal, será regulamentado por lei.

CAPÍTULO II

DO PODER EXECUTIVO

Seção I

Do Governador e do Vice-Governador

Art. 78. O Poder Executivo é exercido pelo Governador do Estado, auxiliado pelos Secretários

de Estado.

Art. 79. O Governador e o Vice-Governador serão eleitos, simultaneamente, noventa dias

antes do término do mandato de seus antecessores, observadas a forma de eleição e as

condições de elegibilidade previstas na Constituição Federal.

§ 1.º A posse realizar-se-á perante a Assembléia Legislativa.

§ 2.º O Governador e o Vice-Governador prestarão, no ato de posse, o seguinte compromisso:

"Prometo manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis e patrocinar o bem

comum do povo rio-grandense".

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§ 3.º Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Governador e o Vice-Governador,

salvo motivo de força maior, não tiverem assumido o cargo, este será declarado vago pela

Assembléia Legislativa.

Art. 80. O Vice-Governador exercerá as funções de Governador nos casos de impedimento

deste, bem como as funções que lhe forem conferidas em lei ou delegadas pelo titular, e

suceder-lhe-á em caso de vaga.

§ 1.º Em caso de impedimento simultâneo do Governador e do Vice-Governador, ou de

vacância de ambos os cargos, serão sucessivamente chamados a exercer o cargo de

Governador o Presidente da Assembléia Legislativa e o do Tribunal de Justiça do Estado.

§ 2.º Em caso de vacância de ambos os cargos, far-se-á nova eleição noventa dias depois de

aberta a segunda vaga, e os eleitos completarão os períodos de seus antecessores, salvo se a

segunda vaga ocorrer a menos de um ano do término do quadriênio, caso em que se

continuará observando o disposto no parágrafo anterior.

Art. 81. O Governador e o Vice-Governador não poderão, sem licença da Assembléia

Legislativa, ausentar-se do País, nem do Estado, por mais de quinze dias, sob pena de perda do

cargo.

Seção II

Das Atribuições do Governador

Art. 82. Compete ao Governador, privativamente:

I - nomear e exonerar os Secretários de Estado;

II - exercer, com o auxílio dos Secretários de Estado, a direção superior da administração

estadual;

III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;

IV - sancionar projetos de lei aprovados pela Assembléia Legislativa, promulgar e fazer publicar

as leis;

V - expedir decretos e regulamentos para a fiel execução das leis;

VI - vetar, total ou parcialmente, projetos de lei aprovados pela Assembléia Legislativa;

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VII - dispor sobre a organização e o funcionamento da administração estadual;

VIII - decretar e executar intervenção em Município, nos casos e na forma previstos na

Constituição Federal e nesta Constituição;

IX - expor, em mensagem que remeterá à Assembléia Legislativa por ocasião da abertura da

sessão anual, a situação do Estado e os planos do Governo;

X - prestar, por escrito e no prazo de trinta dias, as informações que a Assembléia solicitar a

respeito dos serviços a cargo do Poder Executivo;

XI - enviar à Assembléia Legislativa os projetos de lei do plano plurianual, de diretrizes

orçamentárias e dos orçamentos anuais, previstos nesta Constituição;

XII - prestar à Assembléia Legislativa, até 15 de abril de cada ano, as contas referentes ao

exercício anterior e apresentar-lhe o relatório de atividades do Poder Executivo, em sessão

pública;

XIII - exercer o comando supremo da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, prover-

lhe os postos e nomear os oficiais superiores para as respectivas funções;

XIV - nomear o Procurador-Geral do Estado, o Procurador-Geral de Justiça e o Defensor

Público-Geral do Estado, na forma prevista nesta Constituição;

XV - atribuir caráter jurídico-normativo a pareceres da Procuradoria-Geral do Estado, que serão

cogentes para a administração pública;

XVI - nomear magistrados, nos casos previstos na Constituição Federal e nesta Constituição;

XVII - nomear os Conselheiros do Tribunal de Contas, observado o disposto no art. 74;

XVIII - prover os cargos do Poder Executivo, na forma da lei;

XIX - conferir condecorações e distinções honoríficas;

XX - contrair empréstimos e realizar operações de crédito, mediante prévia autorização da

Assembléia Legislativa;

XXI - celebrar convênios com a União, o Distrito Federal, com outros Estados e com Municípios

para a execução de obras e serviços;

XXII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.

§ 1.º O Governador do Estado poderá delegar ao Vice-Governador e a Secretários de Estado,

bem como ao Procurador-Geral do Estado, as atribuições previstas nos incisos VII e XVIII deste

artigo, e ainda, caso a caso, a prevista no inciso XXI.

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§ 2.º (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 177/STF, DJ de 25/10/96)

Seção III

Das Responsabilidades

Art. 83. São crimes de responsabilidade do Governador do Estado os previstos na Constituição

Federal e definidos em lei.

Art. 84. O Governador do Estado, será submetido a julgamento perante o Superior Tribunal de

Justiça, nas infrações penais comuns, ou perante a Assembléia Legislativa, nos crimes de

responsabilidade.

§ 1.º O Governador ficará suspenso de suas funções:

I - (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 4674/STF, DJ de 15/08/17)

II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pela Assembléia

Legislativa.

§ 2.º Se, dentro de cento e oitenta dias contados do recebimento da denúncia, o julgamento

não estiver concluído, cessará o afastamento do Governador, sem prejuízo do regular

prosseguimento do processo.

§ 3.º (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 1027/STF, DJs de17/11/95 e

24/11/95)

§ 4.º . (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 1027/STF, DJs de17/11/95 e

24/11/95)

Seção IV

Dos Secretários de Estado

Art. 85. Os Secretários de Estado, auxiliares do Governador, serão escolhidos dentre

brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.

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Art. 86. No impedimento do Secretário de Estado, suas atribuições serão desempenhadas por

servidor da Pasta, designado pelo Governador, ocorrendo o mesmo na vacância do cargo, até

a nomeação do novo titular.

Art. 87. Os Secretários de Estado não poderão:

I - desde a nomeação:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público ou, mesmo de direito

privado, integrante da administração indireta ou concessionária ou permissionária de serviço

público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;

b) aceitar ou exercer qualquer cargo, função ou emprego, remunerado ou não, nas entidades

constantes da alínea a;

II - desde a posse:

a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de

contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;

b) aceitar ou exercer qualquer cargo, função ou emprego, remunerado ou não, em qualquer

empresa comercial ou industrial, ou em corporação ou fundação que goze de favor do Poder

Público;

c) exercer qualquer outro cargo público ou desempenhar mandato público eletivo.

§ 1.º O disposto no inciso I, alínea b, não abrange a posse em cargo público conseqüente de

aprovação em concurso público.

§ 2.º Desde a posse, os Secretários de Estado detentores de mandato de Senador, de

Deputado Federal ou Deputado Estadual afastar-se-ão de seu exercício, podendo os

Deputados Estaduais optar por sua remuneração.

Art. 88. Os Secretários de Estado incorrerão em crimes de responsabilidade nas hipóteses

referidas no art. 83.

Art. 89. A lei disporá sobre a criação, a estrutura básica e a área de competência das

Secretarias.

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Seção V

Das Atribuições dos Secretários de Estado

Art. 90. Os Secretários de Estado têm, além de outras estabelecidas nesta Constituição ou em

lei, as seguintes atribuições:

I - coordenar, orientar e supervisionar os órgãos e entidades da administração estadual

compreendidos na área da respectiva Secretaria;

II - referendar atos governamentais relativos aos assuntos da respectiva Secretaria;

III - expedir instruções para a execução de leis, decretos e regulamentos;

IV - apresentar ao Governador relatório anual das atividades da Secretaria a seu cargo;

V - praticar os atos para os quais recebam delegação de competência do Governador;

VI - comparecer à Assembléia Legislativa nos casos previstos nesta Constituição, a fim de

prestar informações ou esclarecimentos a respeito de assuntos compreendidos na área da

respectiva Secretaria, sob pena de responsabilidade.

CAPÍTULO III

DO PODER JUDICIÁRIO

Seção I

Disposições Gerais

Art. 91. São órgãos do Poder Judiciário do Estado:

I - o Tribunal de Justiça;

II - o Tribunal Militar do Estado;

III - os Juízes de Direito;

IV - os Tribunais do Júri;

V - os Conselhos de Justiça Militar;

VI - os Juizados Especiais e de Pequenas Causas;

VII - os Juízes Togados com Jurisdição limitada.

Parágrafo único. Os Tribunais de segunda instância têm sede na Capital do Estado e jurisdição

em todo o território estadual.

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Art. 92. No Tribunal de Justiça será constituído órgão especial, com no mínimo de onze e o

máximo de vinte e cinco membros, para exercício das atribuições administrativas e

jurisdicionais de competência do Tribunal Pleno, exceto a eleição dos órgãos dirigentes do

Tribunal.

Parágrafo único. As decisões administrativas, bem como as de concurso em fase recursal para

ingresso na magistratura de carreira, serão públicas e motivadas, sendo as disciplinares

tomadas pela maioria absoluta dos membros dos órgãos especiais referidos no “caput”.

Art. 93. Compete aos Tribunais de segunda instância, além do que lhes for conferido em lei:

I - eleger, em sessão do Tribunal Pleno, seu Presidente e demais órgãos diretivos;

II - elaborar seu Regimento, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos respectivos

órgãos jurisdicionais e administrativos;

III - organizar sua secretaria e serviços auxiliares, provendo-lhes os cargos na forma da lei;

IV - conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e servidores de sua

secretaria;

V - processar e julgar:

a) as habilitações incidentes nas causas sujeitas a seu conhecimento;

b) os embargos de declaração apresentados a suas decisões;

c) os mandados de segurança, mandados de injunção e “habeas data” contra atos do próprio

Tribunal, de seu Presidente e de suas Câmaras ou Juízes;

d) os embargos infringentes de seus julgados e os opostos na execução de seus acórdãos;

e) as ações rescisórias de seus acórdãos e as respectivas execuções;

f) a restauração de autos extraviados ou destruídos, de sua competência;

g) os pedidos de revisão e reabilitação relativos às condenações que houverem proferido;

h) as medidas cautelares, nos feitos de sua competência originária;

i) a uniformização de jurisprudência;

j) os conflitos de jurisdição entre Câmaras do Tribunal;

l) a suspeição ou o impedimento, nos casos de sua competência;

VI - impor penas disciplinares;

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VII - representar, quando for o caso, aos Conselhos da Magistratura, do Ministério Público e da

Defensoria Pública do Estado, à Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil e à Procuradoria-

Geral do Estado;

VIII - processar e julgar, nos feitos de sua competência recursal:

a) os “habeas corpus” e os mandados de segurança contra os atos dos juízes de primeira

instância;

b) os conflitos de competência entre os Juízes de primeira instância;

c) a restauração de autos extraviados ou destruídos;

d) as ações rescisórias de sentença de primeira instância;

e) os pedidos de correição parcial;

f) a suspeição de Juízes por estes não reconhecida;

IX - declarar a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo, pela maioria absoluta de seus

membros ou do respectivo órgão especial.

Seção II

Do Tribunal de Justiça

Art. 94. O Tribunal de Justiça é composto na forma estabelecida na Constituição Federal e

constituído de Desembargadores, cujo número será definido em lei.

Art. 95. Ao Tribunal de Justiça, além do que lhe for atribuído nesta Constituição e na lei,

compete:

I - organizar os serviços auxiliares dos juízos da justiça comum de primeira instância, zelando

pelo exercício da atividade correicional respectiva;

II - conceder licença, férias e outros afastamentos aos juízes e servidores que lhe forem

imediatamente vinculados;

III - prover os cargos de Juiz de carreira da Magistratura estadual sob sua jurisdição;

IV - prover, por concurso público de provas ou de provas e títulos, exceto os de confiança,

assim definidos em lei, os cargos necessários à administração da justiça comum, inclusive os

de serventias judiciais, atendido o disposto no art. 154, X, desta Constituição;

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V - propor à Assembléia Legislativa, observados os parâmetros constitucionais e legais, bem

como as diretrizes orçamentárias:

a) a alteração do número de seus membros e do Tribunal Militar;

b) a criação e a extinção de cargos nos órgãos do Poder Judiciário estadual e a fixação dos

vencimentos de seus membros;

c) a criação e a extinção de cargos nos serviços auxiliares da Justiça Estadual e a fixação dos

vencimentos dos seus servidores;

d) a criação e a extinção de Tribunais inferiores;

e) a organização e divisão judiciárias;

f) projeto de lei complementar dispondo sobre o Estatuto da Magistratura Estadual;

g) normas de processo e de procedimento, cível e penal, de competência legislativa

concorrente do Estado, em especial as aplicáveis aos Juizados Especiais;

VI - estabelecer o sistema de controle orçamentário interno do Poder Judiciário, para os fins

previstos no art. 74 da Constituição Federal;

VII - elaborar e encaminhar, depois de ouvir o Tribunal Militar do Estado, as propostas

orçamentárias do Poder Judiciário, dentro dos limites estipulados conjuntamente com os

demais Poderes, na lei de diretrizes orçamentárias;

VIII - eleger dois Desembargadores e dois Juízes de Direito e elaborar a lista sêxtupla para o

preenchimento da vaga destinada aos advogados, a ser enviada ao Presidente da República,

para integrarem o Tribunal Regional Eleitoral, observando o mesmo processo para os

respectivos substitutos;

IX - solicitar a intervenção no Estado, por intermédio do Supremo Tribunal Federal, nos casos

previstos na Constituição Federal;

X - processar e julgar o Vice-Governador nas infrações penais comuns;

XI - processar e julgar, nas infrações penais comuns, inclusive nas dolosas contra a vida, e nos

crimes de responsabilidade, os Deputados Estaduais, os Juízes estaduais, os membros do

Ministério Público estadual, os Prefeitos Municipais, o Procurador-Geral do Estado e os

Secretários de Estado, ressalvado, quanto aos dois últimos, o disposto nos incisos VI e VII do

art. 53;

XII - processar e julgar:

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a) os “habeas corpus”, quando o coator ou o paciente for membro do Poder Legislativo

estadual, servidor ou autoridade cujos atos estejam diretamente submetidos à jurisdição do

Tribunal de Justiça, quando se tratar de crime sujeito a esta mesma jurisdição em única

instância, ou quando houver perigo de se consumar a violência antes que outro Juiz ou

Tribunal possa conhecer do pedido;

b) os mandados de segurança, os “habeas data” e os mandados de injunção contra atos ou

omissões do Governador do Estado, da Assembléia Legislativa e seus órgãos, dos Secretários

de Estado, do Tribunal de Contas do Estado e seus órgãos, dos Juízes de primeira instância,

dos membros do Ministério Público e do Procurador-Geral do Estado;

c) a representação oferecida pelo Procurador-Geral de Justiça para assegurar a observância

dos princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, ordem ou

decisão judicial, para fins de intervenção do Estado nos Municípios;

d) a ação direta da inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual perante esta

Constituição, e de municipal perante esta inclusive por omissão;

e) os mandados de injunção contra atos ou omissões dos Prefeitos Municipais e das Câmaras

de Vereadores;

XIII - julgar, em grau de recurso, matéria cível e penal de sua competência;

XIV - prestar, por escrito, através de seu presidente, no prazo máximo de trinta dias, todas as

informações que a Assembléia Legislativa solicitar a respeito da administração dos Tribunais.

§ 1.º Podem propor a ação de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual, ou por

omissão:

I - o Governador do Estado;

II - a Mesa da Assembléia Legislativa;

III - o Procurador-Geral de Justiça;

IV - o Defensor Público-Geral do Estado;

V - o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil;

VI - partido político com representação na Assembléia Legislativa;

VII - entidade sindical ou de classe de âmbito nacional ou estadual;

VIII - as entidades de defesa do meio ambiente, dos direitos humanos e dos consumidores, de

âmbito nacional ou estadual, legalmente constituídas;

IX - o Prefeito Municipal;

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X - a Mesa da Câmara Municipal.

§ 2.º Podem propor a ação de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo municipal, ou por

omissão:

I - o Governador do Estado;

II - o Procurador-Geral de Justiça;

III - o Prefeito Municipal;

IV - a Mesa da Câmara Municipal;

V - partido político com representação na Câmara de Vereadores;

VI - entidade sindical;

VII - o Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil;

VIII - o Defensor Público-Geral do Estado;

IX - as entidades de defesa do meio ambiente, dos direitos humanos e dos consumidores

legalmente constituídas;

X - associações de bairro e entidades de defesa dos interesses comunitários legalmente

constituídas há mais de um ano.

§ 3.º O Procurador-Geral de Justiça deverá ser previamente ouvido nas ações de

inconstitucionalidade.

§ 4.º Quando o Tribunal de Justiça apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou

de ato normativo, citará previamente o Procurador-Geral do Estado, que defenderá o ato ou

texto impugnado.

Seção III

Do Tribunal de Alçada

(Suprimida pela Emenda Constitucional n.º 22, de 11/12/97)

(Vide Emenda Constitucional n.º 24, de 08/12/98)

Art. 96. (REVOGADO pela Emenda Constitucional n.º 22, de 11/12/97) (Vide Emenda

Constitucional n.º 24, de 08/12/98)

Art. 97. (REVOGADO pela Emenda Constitucional n.º 22, de 11/12/97) (Vide Emenda

Constitucional n.º 24, de 08/12/98)

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Seção IV

Dos Juízes de Primeiro Grau

Art. 98. A lei de organização judiciária discriminará a competência territorial e material dos

Juízes de primeiro grau, segundo um sistema de Comarcas e Varas que garanta eficiência na

prestação jurisdicional.

§ 1.º A lei disporá sobre os requisitos para a criação, extinção e classificação de Comarcas,

estabelecendo critérios uniformes, levando em conta:

I - a extensão territorial;

II - o número de habitantes;

III - o número de eleitores;

IV - a receita tributária;

V - o movimento forense.

§ 2.º Anualmente, o Tribunal de Justiça verificará a existência dos requisitos mínimos para a

criação de novas Comarcas ou Varas e proporá as alterações que se fizerem necessárias.

Art. 99. As Comarcas poderão ser constituídas de um ou mais Municípios, designando-lhes o

Tribunal de Justiça a respectiva sede.

Art. 100. Na região metropolitana, nas aglomerações urbanas e microrregiões, ainda que todos

os Municípios integrantes sejam dotados de serviços judiciários instalados, poderão ser

criadas Comarcas Regionais, definindo-lhes o Tribunal de Justiça a sede respectiva.

Art. 101. Na sede de cada Município que dispuser de serviços judiciários, haverá um ou mais

Tribunais do Júri, com a organização e as atribuições estabelecidas em lei.

Art. 102. Os Juizados Especiais terão composição e competência definidos em lei.

§ 1.º A lei disporá sobre a forma de eleição e de investidura dos juízes leigos.

§ 2.º A lei definirá os órgãos competentes para julgar os recursos, podendo atribuí-los a turma

de juízes de primeiro grau.

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§ 3.º O Tribunal de Justiça expedirá Resolução regulamentando a organização dos órgãos a

que se refere este artigo.

Art. 103. A lei disporá sobre a criação de Juizados de Paz, para a celebração de casamentos e

para o exercício de atribuições conciliatórias.

§ 1.º Outras funções, sem caráter jurisdicional, poderão ser atribuídas ao Juiz de Paz.

§ 2.º O Juiz de Paz e seu suplente serão escolhidos mediante eleição, e o titular, remunerado

na forma da lei.

Seção V

Da Justiça Militar

Art. 104. A Justiça Militar, organizada com observância dos preceitos da Constituição Federal,

terá como órgãos de primeiro grau os Conselhos de Justiça e como órgão de segundo grau o

Tribunal Militar do Estado.

§ 1.º (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 725/STF, DJ de 04/09/98)

§ 2.º A escolha dos Juízes militares será feita dentre coronéis da ativa pertencentes ao Quadro

de Oficiais da Brigada Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar.

§ 3.º (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 725/STF, DJ de 04/09/98)

§ 4.º A estrutura dos órgãos da Justiça Militar, as atribuições de seus membros e a carreira de

Juiz-Auditor serão estabelecidas na Lei de Organização Judiciária, de iniciativa do Tribunal de

Justiça.

§ 5.º Os Juízes do Tribunal Militar do Estado terão vencimento, vantagens, direitos, garantias,

prerrogativas e impedimentos iguais aos Desembargadores do Tribunal de Justiça.

Art. 105. Compete à Justiça Militar Estadual processar e julgar os servidores militares estaduais

nos crimes militares definidos em lei;

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Art. 106. Compete ao Tribunal Militar do Estado, além das matérias definidas nesta

Constituição, julgar os recursos dos Conselhos de Justiça Militar e ainda:

I - prover, na forma da lei, por ato do Presidente, os cargos de Juiz-Auditor e os dos servidores

vinculados à Justiça Militar;

II - decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças, na

forma da lei;

III - exercer outras atribuições definidas em lei.

CAPÍTULO IV

DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA

Seção I

Do Ministério Público

Art. 107. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do

Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses

sociais e individuais indisponíveis.

Art. 108. O Ministério Público tem por chefe o Procurador-Geral de Justiça, nomeado pelo

Governador do Estado dentre integrantes da carreira, indicados em lista tríplice, mediante

eleição, para mandato de dois anos, permitida uma recondução por igual período, na forma da

lei complementar.

§ 1.º Decorrido o prazo previsto em lei sem nomeação do Procurador-Geral de Justiça, será

investido no cargo o integrante da lista tríplice mais votado.

§ 2.º O Procurador-Geral de Justiça poderá ser destituído por deliberação da maioria absoluta

da Assembléia Legislativa, nos casos e na forma da lei complementar estadual.

§ 3.º O Procurador-Geral de Justiça comparecerá, anualmente, à Assembléia Legislativa para

relatar, em sessão pública, as atividades e necessidades do Ministério Público.

§ 4.º A lei complementar a que se refere este artigo, de iniciativa facultada ao Procurador-

Geral, estabelecerá a organização, as atribuições e o estatuto do Ministério Público,

observados, além de outros, os seguintes princípios:

I - aproveitamento em cursos oficiais de preparação para ingresso ou promoção na carreira;

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II - residência do membro do Ministério Público na Comarca de sua classificação;

III - progressão na carreira de entrância a entrância, correspondentes aos graus da carreira da

Magistratura estadual, por antigüidade e merecimento, alternadamente, sendo exigido em

cada uma o interstício de dois anos de efetivo exercício, salvo se não houver candidato com os

requisitos necessários;

IV - ingresso na carreira mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a

participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização e observada, nas

nomeações, a ordem de classificação.

Art. 109. Ao Ministério Público é assegurada autonomia administrativa e funcional, cabendo-

lhe, na forma de sua lei complementar:

I - praticar atos próprios de gestão;

II - praticar atos e decidir sobre a situação funcional do pessoal da carreira e dos serviços

auxiliares, organizados em quadros próprios;

III - propor à Assembléia Legislativa a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares,

bem como a fixação dos vencimentos de seus membros e servidores;

IV - prover os cargos iniciais da carreira e dos serviços auxiliares, bem como nos casos de

promoção, remoção e demais formas de provimento derivado;

V - organizar suas secretarias e os serviços auxiliares das Promotorias de Justiça.

Parágrafo único. O provimento, a aposentadoria e a concessão das vantagens inerentes aos

cargos da carreira e dos serviços auxiliares, previstos em lei, dar-se-ão por ato do Procurador-

Geral.

Art. 110. O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites da lei de

diretrizes orçamentárias.

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Art. 111. Além das funções previstas na Constituição Federal e nas leis, incumbe ainda ao

Ministério Público, nos termos de sua lei complementar:

I - exercer a fiscalização dos estabelecimentos que abrigam idosos, inválidos, menores,

incapazes e pessoas portadoras de deficiências, supervisionando-lhes a assistência;

II - exercer o controle externo das atividades desenvolvidas nos estabelecimentos prisionais;

III - assistir as famílias atingidas pelo crime e defender-lhes os interesses;

IV - exercer o controle externo da atividade policial;

V - receber petições, reclamações e representações de qualquer pessoa por desrespeito aos

direitos assegurados na Constituição Federal, nesta Constituição e nas leis.

Parágrafo único. No exercício de suas funções, o órgão do Ministério Público poderá:

a) instaurar procedimentos administrativos e, a fim de instruí-los, expedir notificações para

colher depoimentos ou esclarecimentos, requisitar informações, exames, perícias e

documentos de autoridades municipais, estaduais e federais, da administração direta e

indireta, bem como promover inspeções e diligências investigatórias;

b) requisitar à autoridade competente a instauração de sindicância, acompanhar esta e

produzir provas;

c) requisitar informações e documentos de entidades privadas para instruir procedimento e

processo em que oficie.

Art. 112. As funções do Ministério Público junto ao Tribunal Militar serão exercidas por

membros do Ministério Público estadual, nos termos de sua lei complementar.

Art. 113. Aos membros do Ministério Público são estabelecidas:

I - as seguintes garantias:

a) vitaliciedade após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença

judicial transitada em julgado;

b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão

colegiado competente do Ministério Público, por voto de dois terços de seus membros,

assegurada ampla defesa;

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c) irredutibilidade de vencimentos, observado o limite máximo e a relação de valores entre a

maior e a menor remuneração, bem como o disposto nos arts. 37, XI, 150, II, 153, III, e 153, §

2.º, I, da Constituição Federal;

II - as seguintes vedações:

a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas

processuais;

b) exercer a advocacia;

c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;

d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outro cargo ou função pública, salvo uma

de magistério;

e) exercer atividade político-partidária, salvo exceções previstas em lei.

Seção II

Da Advocacia-Geral do Estado

Art. 114. A Advocacia do Estado é atividade inerente ao regime de legalidade na administração

pública e será organizada, mediante lei complementar, em regime jurídico especial, sob a

forma de sistema, tendo como órgão central a Procuradoria-Geral do Estado, vinculada

diretamente ao Governador do Estado e integrante de seu Gabinete.

Art. 115. Competem à Procuradoria-Geral do Estado a representação judicial e a consultoria

jurídica do Estado, além de outras atribuições que lhe forem cometidas por lei, especialmente:

I - propor orientação jurídico-normativa para a administração pública, direta e indireta;

II - pronunciar-se sobre a legalidade dos atos da administração estadual;

III - promover a unificação da jurisprudência administrativa do Estado;

IV - realizar processos administrativos disciplinares nos casos previstos em lei, emitindo

pareceres nos que forem encaminhados à decisão final do Governador;

V - prestar assistência jurídica e administrativa aos Municípios, a título complementar ou

supletivo;

VI - representar os interesses da administração pública estadual perante os Tribunais de

Contas do Estado e da União.

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Art. 116. As atribuições da Procuradoria-Geral do Estado serão exercidas pelos Procuradores

do Estado, organizados em carreira e regidos por estatuto, observado o regime jurídico

decorrente dos arts. 132 e 135 da Constituição Federal.

§ 1.º Lei complementar disporá sobre o estatuto dos Procuradores do Estado, observados

ainda os seguintes princípios:

I - ingresso na carreira, pela classe inicial, mediante concurso público de provas e de títulos,

organizado e realizado pela Procuradoria-Geral do Estado, com a participação da Ordem dos

Advogados do Brasil;

II - estabilidade após dois anos no exercício do cargo;

III - irredutibilidade de vencimentos, sujeitos, entretanto, aos impostos gerais, inclusive os de

renda e extraordinários;

IV - progressão na carreira de classe a classe, correspondentes aos graus da carreira da

Magistratura estadual, por antigüidade e merecimento, alternadamente, sendo exigido em

cada uma o interstício de dois anos de efetivo exercício, salvo se não houver candidato com os

requisitos necessários.

§ 2.º Aplicam-se aos Procuradores do Estado as seguintes vedações:

I - receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas

processuais;

II - exercer a advocacia fora das atribuições institucionais;

III - participar de sociedade comercial, na forma da lei;

IV - exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de

magistério.

Art. 117. A Procuradoria-Geral do Estado será chefiada pelo Procurador-Geral do Estado, com

prerrogativas de Secretário de Estado, e o cargo será provido em comissão, pelo Governador,

devendo a escolha recair em membro da carreira.

Parágrafo único. O Estado será citado na pessoa de seu Procurador-Geral.

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Art. 118. O Procurador do Estado, no exercício do cargo, goza das prerrogativas inerentes à

atividade de advocacia, cabendo-lhe requisitar, de qualquer autoridade ou órgão da

administração estadual, informações, esclarecimentos e diligências que entender necessários

ao fiel cumprimento de suas funções.

Art. 119. O pessoal dos serviços auxiliares da Procuradoria-Geral do Estado será organizado

em carreira, com quadro próprio, sujeito ao regime estatutário e recrutado exclusivamente por

concurso público de provas ou de provas e títulos.

Seção III

Da Defensoria Pública

Art. 120. A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado,

incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na

forma do art. 5.º, LXXIV, da Constituição Federal, estendendo-se os seus serviços por todas as

comarcas do Estado, de acordo com as necessidades e a forma prescrita em lei complementar

estadual.

§ 1.º A Defensoria Pública tem como chefe o Defensor Público-Geral, nomeado pelo

Governador do Estado dentre os integrantes das classes especial e final da carreira de

Defensor Público, indicados em lista tríplice, mediante eleição de todos os membros da

carreira da Defensoria Pública, por voto obrigatório e secreto, para mandato de dois anos,

permitida uma recondução por igual período.

§ 2.º Decorrido o prazo de 15 (quinze) dias do envio da lista tríplice ao Governador do Estado

sem a nomeação do Defensor Público-Geral, será investido no cargo o integrante da lista

tríplice mais votado.

§ 3.º O Defensor Público-Geral poderá ser destituído por deliberação da maioria absoluta da

Assembléia Legislativa, nos casos e na forma de lei complementar estadual.

§ 4.º O Defensor Público-Geral do Estado comparecerá, anualmente, à Assembléia Legislativa

para relatar, em sessão pública, as atividades e necessidades da Defensoria Pública.

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§ 5.º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a

independência funcional.

Art. 121. Lei complementar organizará a Defensoria Pública no Estado, dispondo sobre sua

competência, estrutura e funcionamento, bem como sobre a carreira de seus membros,

observando as normas previstas na legislação federal e nesta Constituição.

§ 1.º À Defensoria Pública é assegurada autonomia funcional, administrativa e orçamentária,

cabendo-lhe, na forma de lei complementar:

I - praticar atos próprios de gestão;

II - praticar atos e decidir sobre a situação funcional do pessoal de carreira e dos serviços

auxiliares, organizados em quadros próprios;

III - propor à Assembléia Legislativa a criação e a extinção de seus cargos e serviços auxiliares,

bem como a fixação dos vencimentos de seus membros e servidores;

IV - prover os cargos iniciais da carreira e dos serviços auxiliares, bem como nos casos de

promoção, remoção e demais formas de provimento derivado;

V - organizar suas secretarias, núcleos e coordenadorias e os serviços auxiliares das

Defensorias Públicas.

§ 2.º O provimento, a aposentadoria e a concessão das vantagens inerentes aos cargos da

carreira e dos serviços auxiliares, previstos em lei, dar-se-ão por ato do Defensor Público-Geral

do Estado.

§ 3.º A Defensoria Pública elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites da Lei de

Diretrizes Orçamentárias.

Art. 122. Os serviços da Defensoria Pública estender-se-ão por todas as Comarcas do Estado,

de acordo com as necessidades e a forma prescrita na lei complementar.

Art. 123. Os membros das carreiras disciplinadas neste Título terão seus vencimentos e

vantagens fixados e pagos segundo o disposto no art. 135 da Constituição Federal.

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TÍTULO IV

DA ORDEM PÚBLICA

CAPÍTULO I

DA SEGURANÇA PÚBLICA

Seção I

Disposições Gerais

Art. 124. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida

para a preservação da ordem pública, das prerrogativas da cidadania, da incolumidade das

pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:

I - Brigada Militar;

II - Polícia Civil;

III - Instituto-Geral de Perícias.

IV - Corpo de Bombeiros Militar.

Art. 125. A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela

segurança pública, de maneira a assegurar-lhes a eficiência das atividades.

Parágrafo único. O Estado só poderá operar serviços de informações que se refiram

exclusivamente ao que a lei defina como delinqüência.

Art. 126. A sociedade participará, através dos Conselhos de Defesa e Segurança da

Comunidade, no encaminhamento e solução dos problemas atinentes à segurança pública, na

forma da lei.

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Art. 127. O policial civil ou militar, o bombeiro militar, e os integrantes dos quadros dos

servidores penitenciários e do Instituto-Geral de Perícias, quando feridos em serviço, terão

direito ao custeio integral, pelo Estado, das despesas médicas, hospitalares e de reabilitação

para o exercício de atividades que lhes garantam a subsistência.

Parágrafo único. Lei Complementar disporá sobre a promoção extraordinária do servidor

integrante dos quadros da Polícia Civil, do Instituto-Geral de Perícias e dos serviços

penitenciários que morrer ou ficar permanentemente inválido em virtude de lesão sofrida em

serviço, bem como, na mesma situação, praticar ato de bravura.

Art. 128. Os Municípios poderão constituir:

I - guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme

dispuser a lei;

II - serviços civis e auxiliares de combate ao fogo, de prevenção de incêndios e de atividades de

defesa civil.

Seção II

Da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros Militar

Art. 129. À Brigada Militar, dirigida pelo Comandante-Geral, oficial da ativa do quadro da Polícia

Militar, do último posto da carreira, de livre escolha, nomeação e exoneração pelo Governador

do Estado, incumbem a polícia ostensiva, a preservação da ordem pública e a polícia judiciária

militar.

Art. 130. Ao Corpo de Bombeiros Militar, dirigido pelo(a) Comandante-Geral, oficial(a) da ativa

do quadro de Bombeiro Militar, do último posto da carreira, de livre escolha, nomeação e

exoneração pelo(a) Governador(a) do Estado, competem a prevenção e o combate de

incêndios, as buscas e salvamentos, as ações de defesa civil e a polícia judiciária militar, na

forma definida em lei complementar.

Parágrafo único. São autoridades bombeiros militares o(a) Comandante-Geral do Corpo de

Bombeiros Militar, os(as) oficiais(las) e as praças em comando de fração destacada.

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Art. 131. A organização, o efetivo, o material bélico, as garantias, a convocação e a mobilização

da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros Militar serão regulados em lei complementar,

observada a legislação federal.

§ 1.º A seleção, o preparo, o aperfeiçoamento, o treinamento e a especialização dos

integrantes da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros Militar são de competência das

Corporações.

§ 2.º Incumbe às Corporações militares coordenar e executar projetos de estudos e pesquisas

para o desenvolvimento da segurança pública na área que lhes for afeta.

Art. 132. Os serviços de trânsito de competência do Estado serão realizados pela Brigada

Militar.

Seção III

Da Polícia Civil

Art. 133. À Polícia Civil, dirigida pelo Chefe de Polícia, delegado de carreira da mais elevada

classe, de livre escolha, nomeação e exoneração pelo Governador do Estado, incumbem,

ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração das infrações

penais, exceto as militares.

Parágrafo único. São autoridades policiais os Delegados de Polícia de carreira, cargos

privativos de bacharéis em Direito.

Art. 134. A organização, garantias, direitos e deveres do pessoal da Polícia Civil serão definidos

em lei complementar e terão por princípios a hierarquia e a disciplina.

Parágrafo único. O recrutamento, a seleção, a formação, o aperfeiçoamento e a especialização

do pessoal da Polícia Civil competem à Academia de Polícia Civil.

Art. 135. São assegurados aos Delegados de Polícia de carreira vencimentos de conformidade

com os arts. 135 e 241 da Constituição Federal.

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Seção IV

Do Instituto-Geral de Perícias

Art. 136. Ao Instituto-Geral de Perícias incumbem as perícias médico-legais e criminalísticas, os

serviços de identificação e o desenvolvimento de estudos e pesquisas em sua área de

atuação.

§ 1.º O Instituto-Geral de Perícias, dirigido por Perito, com notório conhecimento científico e

experiência funcional, de livre escolha, nomeação e exoneração pelo Governador do Estado,

tem seu pessoal organizado em carreira, através de estatuto próprio.

§ 2.º Os integrantes das carreiras do quadro de pessoal do Instituto-Geral de Perícias terão

regime de trabalho de tempo integral e dedicação exclusiva.

§ 3.º Lei Complementar organizará o Instituto-Geral de Perícias.

CAPÍTULO II

DA POLÍTICA PENITENCIÁRIA

Art. 137. A política penitenciária do Estado, cujo objetivo é a reeducação, a reintegração social e

a ressocialização dos presos, terá como prioridades:

I - a regionalização e a municipalização dos estabelecimentos penitenciários;

II - a manutenção de colônias penais agrícolas e industriais;

III - a escolarização e profissionalização dos presos.

§ 1.º Para implementação do previsto no inciso III, poderão ser estabelecidos programas

alternativos de educação e trabalho remunerado em atividade industrial, agrícola e artesanal,

através de convênios com entidades públicas ou privadas.

§ 2.º Na medida de suas possibilidades, o preso ressarcirá ao Estado as despesas decorrentes

da execução da pena e da medida de segurança.

Art. 138. A direção dos estabelecimentos penais cabe aos integrantes do quadro dos

servidores penitenciários.

Parágrafo único. A lei complementar que dispuser sobre o respectivo quadro especial definirá

as demais atribuições.

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Art. 139. Todo estabelecimento prisional destinado a mulheres terá, em local anexo e

independente, creche atendida por pessoal especializado, para menores de até seis anos de

idade.

CAPÍTULO III

DO INSTITUTO-GERAL DE PERÍCIAS

Art. 139-A. Ao Instituto-Geral de Perícias incumbem as perícias médico-legais e criminalísticas,

os serviços de identificação e o desenvolvimento de estudos e pesquisas em sua área de

atuação.

§ 1.º O Instituto-Geral de Perícias, dirigido por Perito, com notório conhecimento científico e

experiência funcional, de livre escolha, nomeação e exoneração pelo Governador do Estado,

tem seu pessoal organizado em carreira, através de estatuto próprio.

§ 2.º Os integrantes das carreiras do quadro de pessoal do Instituto-Geral de Perícias terão

regime de trabalho de tempo integral.

§ 3.º Lei Complementar organizará o Instituto-Geral de Perícias.

TÍTULO V

DAS FINANÇAS, DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO

CAPÍTULO I

DO SISTEMA TRIBUTÁRIO

Seção I

Disposições Gerais

Art. 140. O sistema tributário no Estado é regido pelo disposto na Constituição Federal, nesta

Constituição, em leis complementares e ordinárias, e nas leis orgânicas municipais.

§ 1.º O sistema tributário a que se refere o “caput” compreende os seguintes tributos:

I - impostos;

II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de

serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição;

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

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§ 2.º O Poder Executivo estadual fará publicar, no máximo a cada dois anos, regulamentação

tributária consolidada.

Art. 141. A concessão de anistia, remissão, isenção, benefícios e incentivos fiscais, bem como

de dilatação de prazos de pagamento de tributo só será feita mediante autorização legislativa.

Parágrafo único. As isenções, os benefícios e incentivos fiscais objeto de convênios celebrados

entre o Estado e as demais unidades da Federação serão estabelecidos por prazo certo e sob

condições determinadas e somente terão eficácia após ratificação pela Assembléia Legislativa.

Art. 142. São inaplicáveis quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de

fiscalizar pessoas ou entidades vinculadas, direta ou indiretamente, ao fato gerador dos

tributos estaduais.

§ 1.º O Estado poderá firmar convênios com os municípios, incumbindo estes de prestar

informações e coligir dados, em especial os relacionados com o trânsito de mercadorias ou

produtos, com vista a resguardar o efetivo ingresso de tributos estaduais nos quais tenham

participação, assim como o Estado deverá informar os dados das operações com cartões de

crédito e outros às municipalidades, para fins de fiscalização e de recolhimento do Imposto

sobre Serviços de Qualquer Natureza, como disposto no Código Tributário Nacional.

§ 2.º O fornecimento das informações disponíveis para os municípios ocorrerá de forma

continuada, por meio eletrônico, contendo rol de todas as operações com cartões de crédito,

de débito e outros, ocorridas em seus respectivos territórios, por administradora de cartões,

na forma do convênio.

Art. 143. O Estado repassará a totalidade dos recursos de origem tributária pertencentes aos

Municípios até o décimo dia do mês subseqüente ao da arrecadação.

Parágrafo único. O não-cumprimento do prazo fixado neste artigo implica a atualização

monetária dos valores não repassados.

Art. 144. A receita proveniente de multas por infração de trânsito, nas vias públicas municipais,

será do município onde estas se verificarem, sendo repassadas no mês subseqüente ao da

efetiva arrecadação.

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Seção II

Dos Impostos do Estado

Art. 145. Compete ao Estado instituir:

I - impostos sobre:

a) transmissão “causa mortis” e doação, de quaisquer bens ou direitos;

b) operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de

transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as

prestações se iniciem no exterior;

c) propriedade de veículos automotores;

II - adicional de até cinco por cento do que for pago à União por pessoas físicas ou jurídicas

domiciliadas no território do Estado, a título do imposto previsto no art. 153, III, da

Constituição Federal, incidente sobre lucros, ganhos e rendimentos de capital.

§ 1.º Relativamente ao imposto de que trata o inciso I, alínea a, é competente o Estado para

exigir o tributo sobre os bens imóveis e respectivos direitos quando situados em seu território,

e sobre os bens móveis, títulos e créditos quando neste Estado se processar o inventário ou

arrolamento, ou nele o doador tiver domicílio.

§ 2.º O imposto de que trata o inciso I, alínea a:

I - será progressivo, conforme dispuser a lei;

II - não incidirá sobre pequenos quinhões ou pequenos lotes transmitidos a herdeiros e a

beneficiários de poucos recursos econômicos, conforme definido em lei.

§ 3.º O imposto previsto no inciso I, alínea b, atenderá o seguinte:

I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à

circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores

por este ou outro Estado, pelo Distrito Federal, ou pela União nos Territórios Federais;

II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:

a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou

prestações seguintes;

b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores.

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§ 4.º O imposto de que trata o inciso I, alínea b, será seletivo, em função da essencialidade das

mercadorias e dos serviços, preferencialmente com base nas cestas de consumo familiar,

conforme dispuser a lei, que também fixará as alíquotas, respeitando o disposto na

Constituição Federal.

§ 5.º As alíquotas aplicáveis às operações e prestações interestaduais e de exportação serão

as fixadas em Resolução do Senado Federal, conforme previsto na Constituição Federal.

§ 6.º Salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do disposto

na Constituição Federal e legislação complementar, as alíquotas internas, nas operações

relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão ser inferiores

às previstas para as operações interestaduais.

§ 7.º O imposto de que trata o inciso I, alínea b:

I - incidirá também:

a) sobre a entrada de mercadoria importada do exterior, ainda quando se tratar de bem

destinado a consumo ou ativo fixo do estabelecimento, assim como sobre serviço prestado no

exterior, cabendo o imposto ao Estado se aqui estiver situado o estabelecimento destinatário

da mercadoria ou do serviço;

b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não

compreendidos na competência tributária dos Municípios;

II - não incidirá:

a) sobre operações que destinem ao exterior produtos industrializados, excluídos os semi-

elaborados;

b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes,

combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;

c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5.º, da Constituição Federal;

d) sobre operações realizadas por microempresas e microprodutores rurais, assim definidos

em lei, e sobre serviços de radiodifusão;

e) sobre o fornecimento de materiais de origem mineral em estado bruto destinados a obras

públicas realizadas pelo Estado;

III - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos

industrializados quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto

destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos.

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§ 8.º O imposto previsto no inciso I, alínea c, deverá ser progressivo em função do valor e de

outras características dos veículos automotores, conforme disciplinado na lei.

CAPÍTULO II

DAS FINANÇAS PÚBLICAS

Seção I

Disposições Gerais

Art. 146. Lei complementar disporá sobre as finanças públicas estaduais, observados os

princípios estabelecidos na Constituição Federal e em lei complementar federal.

Art. 147. As disponibilidades de caixa do Estado, dos Municípios e das entidades da

administração indireta serão depositadas em instituições financeiras oficiais do Estado,

ressalvados os casos previstos em lei.

Art. 148. Será assegurado ao Estado, sempre que ocorrer suprimento de recursos a terceiros

por força de convênios, o controle de sua aplicação nas finalidades a que se destinam.

Art. 148-A. As receitas recebidas da União pelo Estado, decorrentes da participação no

resultado ou da compensação financeira pela exploração de petróleo e gás natural de que

trata o § 1.º do art. 20 da Constituição Federal, constituirão um Fundo Estadual para o

Desenvolvimento Social, na forma da lei.

Parágrafo único. O Estado aplicará os recursos do Fundo de que trata este artigo no montante

de 75% (setenta e cinco por cento) na área da educação pública, com prioridade para a

educação básica, e 25% (vinte e cinco por cento) na área da saúde.

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Seção II

Do Orçamento

Art. 149. A receita e a despesa públicas obedecerão às seguintes leis, de iniciativa do Poder

Executivo:

I - do plano plurianual;

II - de diretrizes orçamentárias;

III - dos orçamentos anuais.

§ 1.º A lei que aprovar o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes,

objetivos e metas, quantificados física e financeiramente, dos programas da administração

direta e indireta, de suas fundações, das empresas públicas e das empresas em que o Estado

detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto.

§ 2.º O plano plurianual será elaborado em consonância com o plano global de

desenvolvimento econômico e social do Estado, podendo ser revisto quando necessário.

§ 3.º A Lei de Diretrizes Orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da

administração pública estadual, contidas no Plano Plurianual, para o exercício financeiro

subsequente, orientará a elaboração dos orçamentos anuais, disporá sobre as alterações na

legislação tributária e estabelecerá a política tarifária das empresas da Administração Indireta

e a de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento, sendo que, no primeiro ano do

mandato do Governador, as metas e as prioridades para o exercício subsequente integrarão o

Projeto de Lei do Plano Plurianual, como anexo.

§ 4.º Os orçamentos anuais, de execução obrigatória, compatibilizados com o plano

plurianual, elaborados com participação popular na forma da lei, e em conformidade com a lei

de diretrizes orçamentárias, serão os seguintes:

I - o orçamento geral da administração direta, compreendendo as receitas e despesas dos

Poderes do Estado, seus órgãos e fundos;

II - os orçamentos das autarquias estaduais;

III - os orçamentos das fundações mantidas pelo Estado.

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§ 5.º O orçamento geral da administração direta será acompanhado:

I - dos orçamentos das empresas públicas e de outras empresas em que o Estado, direta ou

indiretamente, detenha a maioria do capital com direito a voto;

II - da consolidação dos orçamentos dos entes que desenvolvem ações voltadas à seguridade

social;

III - da consolidação geral dos orçamentos previstos nos incisos I, II e III do parágrafo anterior;

IV - da consolidação geral dos orçamentos das empresas a que se refere o inciso I deste

parágrafo;

V - do demonstrativo do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias,

remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária, tarifária e creditícia;

VI - do demonstrativo de todas as despesas realizadas mensalmente no primeiro semestre do

exercício da elaboração da proposta orçamentária.

§ 6.º As leis orçamentárias incluirão obrigatoriamente na previsão da receita e de sua

aplicação todos os recursos de transferências, inclusive os oriundos de convênios com outras

esferas de governo e os destinados a fundos especiais.

§ 7.º As despesas com publicidade, de quaisquer órgãos ou entidades da administração direta

e indireta, deverão ser objeto de dotação orçamentária específica, com denominação

publicidade, de cada órgão, fundo, empresa ou subdivisão administrativa dos Poderes, a qual

não pode ser complementada ou suplementada senão através de lei específica.

§ 8.º. Os orçamentos anuais e a lei de diretrizes orçamentárias, compatibilizados com o plano

plurianual, deverão ser regionalizados e terão, entre suas finalidades, a de reduzir

desigualdades sociais e regionais.

§ 9.º A lei orçamentária não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da

despesa, excluindo-se da proibição:

I - a autorização para a abertura de créditos suplementares;

II - a contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da

lei;

III - a forma de aplicação do superávit ou o modo de cobrir o déficit.

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§ 10. A consolidação a que se refere o inciso II do § 5.º compreenderá as receitas e despesas

relativas à saúde, à previdência e à assistência social, incluídas as oriundas das transferências,

e será elaborada com base nos programas de trabalho dos órgãos incumbidos de tais serviços,

integrantes da administração direta e indireta.

§ 11. Na impossibilidade ou inconveniência da execução integral dos orçamentos previstos no

§ 4.º, o Poder Executivo enviará, até 31 de outubro de cada ano, projeto de lei à Assembléia

Legislativa, que será apreciado de acordo com o disposto no art. 62, solicitando autorização

para cancelamento das respectivas dotações, contendo justificativa das razões de natureza

técnica, econômico-financeira, operacional ou jurídica que impossibilitem a execução.

§ 12. No caso de existência de eventuais saldos de dotações orçamentárias não executadas

até o final do exercício, o Poder Executivo apresentará, juntamente com a mensagem prevista

no inciso IX do art. 82, relatório por função e grupo de despesa, acompanhado de justificativa

com as razões que impossibilitaram a sua execução.

Art. 150. O Poder Executivo publicará, até o trigésimo dia após o encerramento de cada mês,

relatório resumido da execução orçamentária, bem como apresentará ao Poder Legislativo,

trimestralmente, o comportamento das finanças públicas e da evolução da dívida pública,

devendo constar do demonstrativo correspondente aos trimestres civis do ano:

I - as receitas, despesas e a evolução da dívida pública da administração direta e indireta

constantes do seu orçamento, em seus valores mensais;

II - os valores realizados desde o início do exercício até o último mês do trimestre objeto da

análise financeira;

III - a comparação mensal dos valores do inciso anterior com os correspondentes previstos no

orçamento já atualizado por suas alterações;

IV - as previsões atualizadas de seus valores até o final do exercício financeiro.

Parágrafo único. O Governo Estadual e as instituições integrantes da administração direta e

indireta encaminharão à Assembléia Legislativa, bimestralmente, demonstrativo

pormenorizado de seu fluxo de caixa.

Art. 151. A lei disciplinará o acompanhamento físico-financeiro do plano plurianual e dos

orçamentos anuais.

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Art. 152. O plano plurianual, as diretrizes orçamentárias, os orçamentos anuais e os créditos

adicionais constarão de projetos de lei encaminhados ao Poder Legislativo.

§ 1.º Caberá a uma comissão permanente de Deputados:

I - examinar os projetos referidos neste artigo e as contas apresentadas anualmente pelo

Governador do Estado, emitindo parecer;

II - examinar os planos e programas estaduais, regionais e setoriais previstos nesta

Constituição, emitindo parecer, e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária,

sem prejuízo da atuação das demais comissões da Assembléia Legislativa, criadas de acordo

com esta Constituição.

§ 2.º As emendas serão apresentadas na comissão, que sobre elas emitirá parecer, e

apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário.

§ 3.º As emendas aos projetos de leis orçamentárias anuais ou aos projetos que as

modifiquem somente poderão ser aprovadas quando:

I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;

II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de

despesa, excluídos os que incidam sobre:

a) dotação para pessoal e seus encargos;

b) serviço da dívida;

c) transferências tributárias constitucionais do Estado para os Municípios;

d) dotações para investimentos de interesse regional, aprovadas em consulta direta à

população na forma da lei;

III - sejam relacionados com:

a) a correção de erros ou omissões;

b) os dispositivos do texto do projeto de lei.

§ 4.º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não serão aprovadas quando

incompatíveis com o plano plurianual.

§ 5.º O Governador do Estado poderá enviar mensagem à Assembléia Legislativa para propor

modificações nos projetos a que se refere este artigo, enquanto não iniciada a votação, na

comissão permanente, da parte cuja alteração se propõe.

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§ 6.º Durante o período de pauta regimental, poderão ser apresentadas emendas populares

aos projetos de lei do plano plurianual, de diretrizes orçamentárias e do orçamento anual,

desde que firmadas por, no mínimo, quinhentos eleitores ou encaminhadas por duas

entidades representativas da sociedade.

§ 7.º O Poder Legislativo dará conhecimento, a toda instituição e pessoa interessada, dos

projetos de lei do plano plurianual, de diretrizes orçamentárias e dos orçamentos anuais,

franqueando-os ao público no mínimo trinta dias antes de submetê-los à apreciação do

Plenário.

§ 8.º Os projetos de lei do plano plurianual, de diretrizes orçamentárias e dos orçamentos

anuais serão enviados ao Poder Legislativo, pelo Governador do Estado, nos seguintes prazos:

I - o projeto de lei do plano plurianual até 1.º de agosto do primeiro ano do mandato do

Governador;

II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias, anualmente, até 15 de maio;

III - os projetos de lei dos orçamentos anuais até 15 de setembro de cada ano.

§ 9.º Os projetos de lei de que trata o parágrafo anterior deverão ser encaminhados, para

sanção, nos seguintes prazos:

I - o projeto de lei do plano plurianual até 1.º outubro do primeiro ano do mandato do

Governador, e o projeto de lei de diretrizes orçamentárias até 15 de julho de cada ano;

II - os projetos de lei dos orçamentos anuais até 30 de novembro de cada ano.

§ 10. Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no em que não contrariarem o

disposto nesta seção, as demais normas relativas ao processo legislativo.

§ 11. Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei

orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme

o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização

legislativa.

Art. 153. Na oportunidade da apreciação e votação dos orçamentos a que se refere o artigo

anterior, o Poder Executivo porá à disposição do Poder Legislativo todas as informações sobre

a situação do endividamento do Estado, discriminadas para cada empréstimo existente e

acompanhadas das agregações e consolidações pertinentes.

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Art. 154. São vedados:

I - o início de programas ou projetos não incluídos nas leis orçamentárias anuais;

II - a realização de despesas ou assunção de obrigações diretas que excedam os créditos

orçamentários ou adicionais;

III - a realização de operações de crédito, salvo por antecipação de receita, que excedam o

montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas com finalidade precisa,

aprovadas pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;

IV - a vinculação de receita de impostos a órgãos, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição

do produto da arrecadação dos impostos, a destinação de recursos para a manutenção e

desenvolvimento do ensino e da pesquisa científica e tecnológica, bem como a prestação de

garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas na Constituição

Federal;

V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem

indicação dos recursos correspondentes;

VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma dotação para

outra ou de um órgão para outro sem prévia autorização legislativa;

VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, dos recursos do orçamento previsto no

inciso I do § 4.º do art. 149 para suprir necessidade ou cobrir déficit operacional de empresas e

fundos;

IX - a instituição de fundos especiais de qualquer natureza sem prévia autorização legislativa;

X - a concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos ou

alteração da estrutura de carreiras, bem como a admissão de pessoal, a qualquer título, pelos

órgãos e entidades da administração direta ou indireta, salvo:

a) se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de

pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;

b) se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas

públicas e as sociedades de economia mista;

XI - as subvenções ou auxílios do Poder Público às entidades de previdência privada com fins

lucrativos.

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§ 1.º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser

iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena

de crime de responsabilidade.

§ 2.º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que

forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses

daquele exercício, hipótese em que poderão ser reabertos nos limites de seus saldos mediante

a indicação de recursos financeiros provenientes do orçamento subseqüente, ao qual serão

incorporados.

§ 3.º A abertura de créditos extraordinários somente será admitida para atender a despesas

imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de calamidade pública, devendo ser convertida

em lei no prazo de trinta dias.

§ 4.º Na hipótese do parágrafo anterior, o Estado prestará socorro material e financeiro ao

Município atingido, se lhe for solicitado.

§ 5.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se refere o

artigo 145, para a prestação de garantias e contragarantias à União e para pagamento de

débitos para com ela, mediante autorização legislativa prévia e específica.

Art. 155. No plano plurianual e no orçamento anual, as dotações relativas a investimentos,

subvenções e auxílios destinadas a Municípios ou regiões terão por finalidade reduzir

desigualdades regionais e serão definidas com base em critérios demográficos, territoriais,

econômicos e sociais, nos termos da lei.

Art. 156. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias destinados aos órgãos dos

Poderes Legislativo e Judiciário, ao Ministério Público e à Defensoria Pública do Estado,

incluídos os créditos suplementares e especiais, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 (vinte) de

cada mês.

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TÍTULO VI

DA ORDEM ECONÔMICA

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 157. Na organização de sua economia, em cumprimento ao que estabelece a Constituição

Federal, o Estado zelará pelos seguintes princípios:

I - promoção do bem-estar do homem como fim essencial da produção e do desenvolvimento

econômico;

II - valorização econômica e social do trabalho e do trabalhador, associada a uma política de

expansão das oportunidades de emprego e de humanização do processo social de produção,

com a defesa dos interesses do povo;

III - democratização do acesso à propriedade dos meios de produção;

IV - integração das economias latino-americanas;

V - convivência da livre concorrência com a economia estatal;

VI - planificação do desenvolvimento, determinante para o setor público e indicativo para o

setor privado;

VII - integração e descentralização das ações públicas setoriais;

VIII - proteção da natureza e ordenação territorial;

IX - integração dos Estados da Região Sul em programas conjuntos;

X - resguardo das áreas de usufruto perpétuo dos índios e das que lhes pertencem a justo

título;

XI - condenação dos atos de exploração do homem pelo homem e de exploração predatória da

natureza, considerando-se juridicamente ilícito e moralmente indefensável qualquer ganho

individual ou social auferido com base neles;

XII - promoção da segurança alimentar e nutricional.

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Art. 158. A intervenção do Estado no domínio econômico dar-se-á por meios previstos em lei,

para orientar e estimular a produção, corrigir distorções da atividade econômica e prevenir

abusos do poder econômico.

Parágrafo único. No caso de paralisação da produção por decisão patronal, pode o Estado,

tendo em vista o direito da população ao serviço ou produto, intervir em determinada

indústria ou atividade, respeitada a legislação federal e os direitos dos trabalhadores.

Art. 159. Na organização de sua ordem econômica, o Estado combaterá:

I - a miséria;

II - o analfabetismo;

III - o desemprego;

IV - a usura;

V - a propriedade improdutiva;

VI - a marginalização do indivíduo;

VII - o êxodo rural;

VIII - a economia predatória;

IX - todas as formas de degradação da condição humana;

X - a fome.

Art. 160. A lei instituirá incentivos ao investimento e à fixação de atividades econômicas no

território do Estado, objetivando desenvolver-lhe as potencialidades, observadas as

peculiaridades estaduais.

Parágrafo único. Os incentivos serão concedidos preferencialmente:

I - às formas associativas e cooperativas;

II - às pequenas e microunidades econômicas;

III - às empresas que, em seus estatutos, estabeleçam a participação:

a) dos trabalhadores nos lucros;

b) dos empregados, mediante eleição direta por estes, em sua gestão.

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Art. 161. O Estado, no que lhe couber, promoverá a pesquisa, o planejamento, o controle e o

desenvolvimento da exploração racional dos recursos naturais renováveis e não-renováveis

em seu território.

§ 1.º As determinações resultantes do planejamento previsto no “caput” são de execução

compulsória por parte dos proprietários das áreas onde se localizam os recursos naturais.

§ 2.º Em caso de descumprimento do que estabelece o parágrafo anterior, o Estado adotará as

providências cabíveis.

Art. 162. Na formulação de sua política energética, o Estado dará prioridade:

I - à conservação de energia e à geração de formas de energia não-poluidora;

II - à maximização do aproveitamento das reservas disponíveis;

III - à redução e controle da poluição ambiental;

IV - ao uso das pequenas quedas-d'água, seja para geração de energia, seja para

aproveitamento da água para fim domiciliar, agrícola ou industrial, com a desapropriação das

áreas necessárias à implantação dos respectivos projetos;

V - à utilização de tecnologia alternativa.

Parágrafo único. O Estado, na operação de qualquer obra destinada à produção de

hidreletricidade ou irrigação, não poderá iniciar a inundação da bacia de acumulação prevista

enquanto todos os atingidos não tiverem assegurado o reassentamento ou a indenização.

Art. 163. Incumbe ao Estado a prestação de serviços públicos, diretamente ou, através de

licitação, sob regime de concessão ou permissão, devendo garantir-lhes a qualidade.

§ 1.º (Vide ADI n.º 1824/STF) (REVOGADO pela Emenda Constitucional n.º 77, de 8/05/19)

§ 2.º (REVOGADO pela Emenda Constitucional n.º 77, de 8/05/19)

§ 3.º (REVOGADO pela Emenda Constitucional n.º 77, de 8/05/19)

§ 4.º Será assegurado o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos de concessão e

permissão, vedada a estipulação de quaisquer benefícios tarifários a uma classe ou

coletividade de usuários, sem a correspondente e imediata readequação do valor das tarifas,

resultante da repercussão financeira dos benefícios concedidos.

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Art. 164. O Estado manterá programas de prevenção e socorro nos casos de calamidade

pública em que a população tenha ameaçados os seus recursos, meios de abastecimento ou

de sobrevivência.

Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre o sistema estadual de Defesa Civil, a

decretação e o reconhecimento do estado de calamidade pública, bem como sobre a aplicação

dos recursos destinados a atender às despesas extraordinárias decorrentes.

Art. 165. O Estado revogará as doações a instituições particulares se o donatário lhes der

destinação diversa da ajustada em contrato ou quando, transcorridos cinco anos, não tiver

dado cumprimento aos fins estabelecidos no ato de doação.

CAPÍTULO II

DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO ESTADUAL E REGIONAL

Art. 166. A política de desenvolvimento estadual e regional, em consonância com os princípios

da ordem econômica, tem por objetivo promover:

I - a melhoria da qualidade de vida da população com desenvolvimento social e econômico

sustentável;

II - a distribuição eqüitativa da riqueza produzida com redução das desigualdades sociais e

regionais;

III - a proteção da natureza e a ordenação territorial, mediante o controle da implantação dos

empreendimentos públicos e privados em cada região e o estímulo à permanência do homem

no campo;

IV - a integração da organização, do planejamento e da execução das funções públicas de

interesse comum de uma mesma região, nos termos dos arts. 16, 17 e 18 desta Constituição;

V - a integração e a descentralização das ações públicas setoriais em nível regional, através do

planejamento regionalizado.

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Art. 167. A definição das diretrizes globais, regionais e setoriais da política de desenvolvimento

caberá a órgão específico, com representação paritária do Governo do Estado e da sociedade

civil, através dos trabalhadores rurais e urbanos, servidores públicos e empresários, dentre

outros, todos eleitos em suas entidades representativas.

§ 1.º As diretrizes previstas neste artigo serão implementadas mediante o plano estadual de

desenvolvimento, que será encaminhado pelo Governador à Assembléia Legislativa

juntamente com o plano plurianual, observando-se os mesmos prazos de aprovação.

§ 2.º O plano estadual de desenvolvimento respeitará as peculiaridades locais e indicará as

fontes dos recursos necessários a sua execução.

§ 3.º Lei complementar estabelecerá mecanismos de compensação financeira para os

Municípios que sofrerem limitações ou perda na arrecadação decorrentes do planejamento

regional.

Art. 168. O sistema de planejamento será integrado pelo órgão previsto no artigo anterior e

disporá de mecanismos que assegurem ao cidadão o acesso às informações sobre qualidade

de vida, meio ambiente, condições de serviços e atividades econômicas e sociais, bem como a

participação popular no processo decisório.

Parágrafo único. O Estado manterá sistema estadual de geografia, cartografia e estatística

socioeconômica.

Art. 169. Os investimentos do Estado atenderão, em caráter prioritário, às necessidades

básicas da população e estarão, obrigatoriamente, compatibilizados com o plano estadual de

desenvolvimento.

Parágrafo único. Quando destinados às áreas urbanas ou de expansão urbana, os

investimentos de que trata este artigo bem como os auxílios ou o apoio do sistema financeiro

estadual estarão ainda compatibilizados com os planos diretores ou com as diretrizes de uso e

ocupação do solo dos respectivos Municípios.

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Art. 170. O Estado auxiliará na elaboração de planos diretores e de desenvolvimento

municipal, bem como na implantação das diretrizes, projetos e obras por eles definidos,

mediante:

I - assistência técnica de seus órgãos específicos;

II - financiamento para elaboração e implantação dos planos através das instituições de crédito

do Estado.

Art. 171. Fica instituído o sistema estadual de recursos hídricos, integrado ao sistema nacional

de gerenciamento desses recursos, adotando as bacias hidrográficas como unidades básicas

de planejamento e gestão, observados os aspectos de uso e ocupação do solo, com vista a

promover:

I - a melhoria de qualidade dos recursos hídricos do Estado;

II - o regular abastecimento de água às populações urbanas e rurais, às indústrias e aos

estabelecimentos agrícolas.

§ 1.º O sistema de que trata este artigo compreende critérios de outorga de uso, o respectivo

acompanhamento, fiscalização e tarifação, de modo a proteger e controlar as águas

superficiais e subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, assim como racionalizar e

compatibilizar os usos, inclusive quanto à construção de reservatórios, barragens e usinas

hidrelétricas.

§ 2.º No aproveitamento das águas superficiais e subterrâneas será considerado de absoluta

prioridade o abastecimento das populações.

§ 3.º Os recursos arrecadados pela utilização da água deverão ser destinados a obras e à

gestão dos recursos hídricos na própria bacia, garantindo sua conservação e a dos recursos

ambientais, com prioridade para as ações preventivas.

Art. 172. A política e as diretrizes do setor pesqueiro do Estado serão disciplinadas por órgão

específico, que terá participação de representantes dos trabalhadores, das entidades e

cooperativas afins, tendo seu funcionamento disciplinado em lei complementar.

§ 1.º Ao órgão mencionado no “caput” caberá a concessão de autorização para a exploração

de recursos pesqueiros nas bacias hidrográficas e áreas de estuários do Estado.

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§ 2.º As autorizações compatibilizar-se-ão com os recursos pesqueiros das bacias e áreas

consideradas.

CAPÍTULO III

DA HABITAÇÃO

Art. 173. A lei estabelecerá a política estadual de habitação, a qual deverá prever a articulação

e integração das ações do Poder Público e a participação das comunidades organizadas, bem

como os instrumentos institucionais e financeiros para sua execução.

§ 1.º A distribuição de recursos públicos priorizará o atendimento das necessidades sociais,

nos termos da política estadual de habitação, e será prevista no plano plurianual do Estado e

nos orçamentos estadual e municipais, os quais destinarão recursos específicos para

programas de habitação de interesse social.

§ 2.º Do montante de investimentos do Estado em programas habitacionais, pelo menos

setenta por cento serão destinados para suprir a deficiência de moradia de famílias de baixa

renda, entendidas estas como as que auferem renda igual ou inferior a cinco vezes o salário

mínimo.

Art. 174. O Estado e os Municípios estabelecerão programas destinados a facilitar o acesso da

população à habitação, como condição essencial à qualidade de vida e ao desenvolvimento.

§ 1.º Os programas de interesse social serão promovidos e executados com a colaboração da

sociedade e objetivarão prioritariamente:

I - a regularização fundiária;

II - a dotação de infra-estrutura básica e de equipamentos sociais;

III - a implantação de empreendimentos habitacionais.

§ 2.º A lei estabelecerá os equipamentos mínimos necessários à implantação de conjuntos

habitacionais de interesse social.

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Art. 175. O Estado, a fim de facilitar o acesso à habitação, apoiará a construção de moradias

populares realizada pelos próprios interessados, por cooperativas habitacionais e através de

outras modalidades alternativas.

Parágrafo único. O Estado apoiará o desenvolvimento de pesquisas de materiais e sistema de

construção alternativos e de padronização de componentes, visando a garantir a qualidade e o

barateamento da construção.

CAPÍTULO IV

DA POLÍTICA URBANA

Art. 176. Os Municípios definirão o planejamento e a ordenação de usos, atividades e funções

de interesse local, visando a:

I - melhorar a qualidade de vida nas cidades;

II - promover a definição e a realização da função social da propriedade urbana;

III - promover a ordenação territorial, integrando as diversas atividades e funções urbanas;

IV - prevenir e corrigir as distorções do crescimento urbano;

V - promover a recuperação dos bolsões de favelamento, sua integração e articulação com a

malha urbana;

VI - integrar as atividades urbanas e rurais;

VII - distribuir os benefícios e encargos do processo de desenvolvimento das cidades, inibindo

a especulação imobiliária, os vazios urbanos e a excessiva concentração urbana;

VIII - impedir as agressões ao meio ambiente, estimulando ações preventivas e corretivas;

IX - promover a integração, racionalização e otimização da infra-estrutura urbana básica,

priorizando os aglomerados de maior densidade populacional e as populações de menor

renda;

X - preservar os sítios, as edificações e os monumentos de valor histórico, artístico e cultural;

XI - promover o desenvolvimento econômico local;

XII - preservar as zonas de proteção de aeródromos, incluindo-as no planejamento e

ordenação referidos no “caput”.

XIII - promover, em conjunto com o órgão a que se refere o art. 235 desta Constituição, a

inclusão social, inclusive a disponibilização de acesso gratuito e livre à Internet.

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Art. 177. Os planos diretores, obrigatórios para as cidades com população de mais de vinte mil

habitantes e para todos os Municípios integrantes da região metropolitana e das

aglomerações urbanas, além de contemplar os aspectos de interesse local, de respeitar a

vocação ecológica, o meio ambiente e o patrimônio cultural, serão compatibilizados com as

diretrizes do planejamento do desenvolvimento regional.

§ 1.º Os demais Municípios deverão elaborar diretrizes gerais de ocupação do território que

garantam, através de lei, as funções sociais da cidade e da propriedade, nestas incluídas a

vocação ecológica, o meio ambiente e o patrimônio cultural.

§ 2.º A ampliação de áreas urbanas ou de expansão urbana deverá ser acompanhada do

respectivo zoneamento de usos e regime urbanístico.

§ 3.º Lei estadual instituirá os critérios e requisitos mínimos para a definição e delimitação de

áreas urbanas e de expansão urbana, bem como as diretrizes e normas gerais de

parcelamento do solo para fins urbanos.

§ 4.º Todo parcelamento do solo para fins urbanos deverá estar inserido em área urbana ou

de expansão urbana definida em lei municipal.

§ 5.º Os Municípios assegurarão a participação das entidades comunitárias legalmente

constituídas na definição do plano diretor e das diretrizes gerais de ocupação do território,

bem como na elaboração e implementação dos planos, programas e projetos que lhe sejam

concernentes.

CAPÍTULO V

DOS TRANSPORTES

Art. 178. O Estado estabelecerá política de transporte público intermunicipal de passageiros,

para a organização, o planejamento e a execução deste serviço, ressalvada a competência

federal.

Parágrafo único. A política de transporte público intermunicipal de passageiros deverá estar

compatibilizada com os objetivos das políticas de desenvolvimento estadual, regional e

urbano, e visará a:

I - assegurar o acesso da população aos locais de emprego e consumo, de educação e saúde, e

de lazer e cultura, bem como outros fins econômicos e sociais essenciais;

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II - otimizar os serviços, para a melhoria da qualidade de vida da população;

III - minimizar os níveis de interferência no meio ambiente;

IV - contribuir para o desenvolvimento e a integração regional e urbana.

Art. 179. A lei instituirá o sistema estadual de transporte público intermunicipal de

passageiros, que será integrado, além das linhas intermunicipais, pelas estações rodoviárias e

pelas linhas de integração que operam entre um e outro Município da região metropolitana e

das aglomerações urbanas.

Parágrafo único. A lei de que trata este artigo disporá obrigatoriamente sobre:

I - o regime das empresas concessionárias ou permissionárias dos serviços de transporte, o

caráter especial de seus contratos e de sua prorrogação, bem como sobre as condições de

caducidade, fiscalização e rescisão de concessão ou permissão;

II - direito dos usuários;

III - as diretrizes para a política tarifária;

IV - os níveis mínimos qualitativos e quantitativos dos serviços prestados;

V - as competências específicas e a forma de gestão dos órgãos de gerenciamento do sistema;

VI - os instrumentos de implementação e as formas de participação comunitária.

CAPÍTULO VI

DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA

Art. 180. O Estado, com vista à promoção da justiça social, colaborará na execução do plano

nacional de reforma agrária e promoverá a distribuição da propriedade rural em seu território.

Parágrafo único. Em cumprimento ao disposto neste artigo, o Estado intervirá na forma de

utilização da terra e dos recursos hídricos para assegurar-lhes o uso racional, e para prevenir e

corrigir seu uso anti-social e eliminar as distorções do regime de latifúndio.

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Art. 181. Na consecução dos objetivos previstos no artigo anterior, o Estado facilitará o acesso

do homem à terra, através de tributação especial e por meio de planos de colonização, de

assentamento e reassentamento, de reaglutinações fundiárias, de aldeamento de camponeses

ou instalação de granjas cooperativas, observada a legislação federal, utilizando, para tal fim,

as terras:

I - devolutas do Estado;

II - havidas por compra-e-venda;

III - de propriedade do Estado sem destinação legal específica;

IV - havidas através de reversão de posse, quando indevidamente ocupadas ou exploradas por

terceiros a qualquer título.

§ 1.º As terras referidas neste artigo, ou parte delas, quando não-apropriadas ao uso agrícola,

serão destinadas à instalação de parques de preservação.

§ 2.º A concessão de uso e o título definitivo, este conferido após dez anos de permanência

ininterrupta no trabalho da terra, serão outorgados ao homem, à mulher, ou a ambos,

independentemente do estado civil, ou aos legítimos sucessores ocupantes da terra, bem

assim a mais de uma pessoa ou grupos organizados.

Art. 182. O Estado priorizará as formas cooperativas e associativas de assentamento.

§ 1.º São condições para ser assentado, dentre outras previstas em lei:

I - vir o beneficiário a residir na terra;

II - ser a exploração da terra direta, pessoal, familiar ou em associações;

III - ser a terra intransferível, salvo por sucessão, e indivisível;

IV - serem mantidas reservas florestais e observadas as restrições de uso do solo previstas em

lei.

§ 2.º Caso o ocupante não atenda a qualquer das condições estabelecidas, a posse retornará

ao Estado.

§ 3.º Os assentamentos serão realizados, preferencialmente, no Município, região ou

microrregião de origem dos agricultores.

§ 4.º Ao Estado é facultado instalar, organizar, orientar e administrar fazendas coletivas.

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Art. 183. As instituições financeiras do Estado destinarão, no mínimo, cinco por cento do valor

de suas operações creditícias para financiar a aquisição de terra própria, na forma da lei, por

pequenos agricultores.

Art. 184. Nos limites de sua competência, o Estado definirá sua política agrícola, em harmonia

com o plano estadual de desenvolvimento.

§ 1.º São objetivos da política agrícola:

I - o desenvolvimento da propriedade em todas as suas potencialidades, a partir da vocação e

da capacidade de uso do solo, levada em conta a proteção ao meio ambiente;

II - a execução de programas de recuperação e conservação do solo, de reflorestamento, de

irrigação, de aproveitamento de recursos hídricos e de outros recursos naturais;

III - a diversificação e rotação de culturas;

IV - o fomento da produção agropecuária e de alimentos de consumo interno, bem como a

organização do abastecimento alimentar;

V - o incentivo à agroindústria;

VI - o incentivo ao cooperativismo, ao sindicalismo e ao associativismo;

VII - a implantação de cinturões verdes nas periferias urbanas.

§ 2.º São instrumentos da política agrícola:

I - o ensino, a pesquisa, a extensão e a assistência técnica;

II - o crédito e a tributação;

III - o seguro agrícola;

IV - em caráter supletivo à União:

a) a política de preços e de custos de produção, a comercialização, a armazenagem e os

estoques reguladores;

b) a classificação de produtos e subprodutos de origem vegetal e animal;

V - a eletrificação e a telefonia rurais.

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Art. 185. As ações de política agrícola e de política fundiária serão compatibilizadas.

§ 1.º No planejamento e execução dessas políticas, que incluem as atividades agroindustriais,

agropecuárias, pesqueiras e florestais, participarão, nos limites e na forma da lei, os

produtores e trabalhadores rurais, cooperativas agrícolas, entidades agroindustriais e outras,

vinculadas ao transporte, ao armazenamento, à eletrificação e telefonia rurais, e à

comercialização da produção primária.

§ 2.º O Estado fará estoque de segurança que garanta à população alimentos da cesta básica.

Art. 186. O Estado manterá serviço de extensão rural, de assistência técnica e de pesquisa e

tecnologia agropecuárias, dispensando cuidados especiais aos pequenos e médios produtores,

bem como a suas associações e cooperativas.

Art. 187. O Estado e os Municípios estimularão a criação de centrais de compras para

abastecimento de microempresas, microprodutores rurais e empresas de pequeno porte, com

vista à diminuição do preço final das mercadorias e produtos na venda ao consumidor.

Parágrafo único. Para os efeitos do “caput” e das leis vigentes e subsequentes, os produtores

rurais da Agricultura Familiar poderão participar de licitações públicas para comercialização de

seus produtos com a inscrição estadual de produtor rural.

Art. 188. O Fundo de Terras - FUNTERRA/RS - é instrumento do Estado para prover recursos

para os assentamentos agrários e a concessão de crédito fundiário.

Parágrafo único. Os recursos referidos no “caput” serão destinados com base no cadastro

geral dos trabalhadores sem terra do Rio Grande do Sul, que será criado e regulado em lei.

TÍTULO VII

DA SEGURANÇA SOCIAL

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 189. A Segurança Social, pela qual o Estado é responsável, tem como base o primado do

trabalho e por objetivo o bem-estar e a justiça social.

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Art. 190. A Segurança Social é garantida por um conjunto de ações do Estado, dos Municípios

e da sociedade, destinadas a tornar efetivos os direitos ao trabalho, à educação, à alimentação,

à cultura, ao desporto, ao lazer, à saúde, à habitação e à assistência social, assegurados ao

indivíduo pela Constituição Federal, guardadas as peculiaridades locais.

§ 1.º Será estimulada e valorizada a participação da população, através de organizações

representativas, na integração e controle da execução das ações mencionadas neste artigo.

§ 2.º Os projetos de cunho comunitário terão preferência nos financiamentos públicos e nos

incentivos fiscais, além de outros.

Art. 191. O Estado prestará assistência social, visando, entre outros, aos seguintes objetivos:

I - proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;

II - amparo aos carentes e desassistidos;

III - promoção da integração no mercado de trabalho;

IV - habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e promoção de sua

integração na vida social e comunitária.

Art. 192. A lei definirá a participação do Estado nos programas federais relativos a emprego,

segurança e acidentes do trabalho, reabilitação profissional, integração de deficientes no

mercado de trabalho e outros que assegurem o exercício dos direitos laborais previstos pela

Constituição Federal.

Art. 193. O órgão colegiado estadual encarregado da política de entorpecentes, com estrutura,

composição e dotação orçamentária definidas em lei, terá a atribuição primordial de formular

as diretrizes dessa política no âmbito do Estado, objetivando a educação preventiva contra o

uso de substâncias entorpecentes ou que determinem dependência física ou psíquica, e a

assistência e recuperação dos dependentes.

Art. 194. O Estado garantirá delegacias especializadas e albergues para as mulheres vítimas de

violência e prestará apoio às entidades particulares que desenvolvam ações sociais de

atendimento à mulher.

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Art. 195. O Estado implementará política especial de proteção e atendimento aos deficientes,

visando a integrá-los socialmente.

§ 1.º A lei disporá sobre a garantia de crédito especial, por instituições financeiras estaduais,

às pessoas portadoras de deficiência e às entidades que trabalhem na promoção de

deficientes.

§ 2.º Os logradouros e edifícios públicos serão adaptados para permitir o livre acesso aos

deficientes físicos.

CAPÍTULO II

DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA, DO DESPORTO, DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA, DA COMUNICAÇÃO

SOCIAL E DO TURISMO

Seção I

Da Educação

Art. 196. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, baseada na justiça social,

na democracia e no respeito aos direitos humanos, ao meio ambiente e aos valores culturais,

visa ao desenvolvimento do educando como pessoa e à sua qualificação para o trabalho e o

exercício da cidadania.

Art. 197. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e

privadas de ensino;

IV - gratuidade do ensino público nos estabelecimentos oficiais;

V - valorização dos profissionais do ensino;

VI - gestão democrática do ensino público;

VII - garantia de padrão de qualidade.

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Art. 198. O Estado complementará o ensino público com programas permanentes e gratuitos

de material didático, transporte, alimentação, assistência à saúde e de atividades culturais e

esportivas.

§ 1.º Os programas de que trata este artigo serão mantidos, nas escolas, com recursos

financeiros específicos que não os destinados à manutenção e ao desenvolvimento do ensino,

e serão desenvolvidos com recursos humanos dos respectivos órgãos da administração

pública estadual.

§ 2.º O Estado, através de órgão competente, implantará programas específicos de

manutenção das casas de estudantes autônomas que não possuam vínculo orgânico com

alguma instituição.

Art. 199. É dever do Estado:

I - garantir o ensino fundamental, público, obrigatório e gratuito, inclusive para os que não

tiveram acesso a ele na idade própria;

II - promover a progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;

III - manter, obrigatoriamente, em cada Município, respeitadas suas necessidades e

peculiaridades, número mínimo de:

a) creches;

b) escolas de ensino fundamental completo, com atendimento ao pré-escolar;

c) escolas de ensino médio;

IV - oferecer ensino noturno regular adequado às condições do educando;

V - manter cursos profissionalizantes, abertos à comunidade em geral;

VI - prover meios para que, progressivamente, seja oferecido horário integral aos alunos do

ensino fundamental;

VII - proporcionar atendimento educacional aos portadores de deficiência e aos superdotados;

VIII - incentivar a publicação de obras e pesquisas no campo da educação;

IX - prover meios para a oferta de cursos regulares no ensino superior público.

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Art. 200. O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.

§ 1.º O não-oferecimento do ensino obrigatório e gratuito ou a sua oferta irregular, pelo Poder

Público, importam responsabilidade da autoridade competente.

§ 2.º Compete ao Estado, articulado com os Municípios, recensear os educandos para o ensino

fundamental, fazendo-lhes a chamada anualmente.

§ 3.º Transcorridos dez dias úteis do pedido de vaga, incorrerá em responsabilidade

administrativa a autoridade estadual ou municipal competente que não garantir, ao

interessado devidamente habilitado, o acesso à escola fundamental.

§ 4.º A comprovação do cumprimento do dever de freqüência obrigatória dos alunos do

ensino fundamental será feita por meio de instrumento apropriado, regulado em lei.

Art. 201. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a

escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:

I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação;

II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou

confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades.

§ 1.º Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsa integral de estudo

para o ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem

comprovadamente insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas ou cursos

regulares na rede pública na localidade da residência do educando, ficando o Poder Público

obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede na localidade.

§ 2.º A lei disciplinará os critérios e a forma de concessão dos recursos e de fiscalização, pela

comunidade, das entidades mencionadas no “caput” a fim de verificar o cumprimento dos

requisitos dos incisos I e II.

§ 3.º O Estado aplicará 0,5% (meio por cento) da receita líquida de impostos próprios na

manutenção e desenvolvimento do ensino superior público e, através de crédito educativo e

de bolsa de estudos, integral ou parcial, no ensino superior comunitário, cabendo à lei

complementar regular a alocação e fiscalização deste recurso.

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Art. 202. O Estado aplicará, no exercício financeiro, no mínimo, trinta e cinco por cento da

receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na

manutenção e desenvolvimento do ensino público.

§ 1.º A parcela de arrecadação de impostos transferida pelo Estado aos Municípios não é

considerada receita do Estado para efeito do cálculo previsto neste artigo.

§ 2.º (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 820/STF, DJ de 29/02/08)

§ 3.º É vedada às escolas públicas a cobrança de taxas ou contribuições a qualquer título.

Art. 203. Anualmente, o Governo publicará relatório da execução financeira da despesa em

educação, por fonte de recursos, discriminando os gastos mensais.

§ 1.º Será fornecido ao Conselho Estadual de Educação, semestralmente, relatório da

execução financeira da despesa em educação, discriminando os gastos mensais, em especial

os aplicados na construção, reforma, manutenção ou conservação das escolas, as fontes e

critérios de distribuição dos recursos e os estabelecimentos e instituições beneficiados.

§ 2.º A autoridade competente será responsabilizada pelo não-cumprimento do disposto

neste artigo.

Art. 204. O salário-educação ficará em conta especial de rendimentos, administrada

diretamente pelo órgão responsável pela educação, e será aplicado de acordo com planos

elaborados pela administração do sistema de ensino e aprovados pelo Conselho Estadual de

Educação.

Art. 205. O Estado adotará o critério da proporcionalidade na destinação de recursos

financeiros ao ensino municipal, levando em consideração obrigatoriamente:

I - o percentual orçamentário municipal destinado à educação pré-escolar e ao ensino

fundamental;

II - o número de alunos da rede municipal de ensino;

III - a política salarial do magistério;

IV - a prioridade aos Municípios que possuam menor arrecadação tributária.

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Art. 206. O sistema estadual de ensino compreende:

I - as instituições de ensino mantidas pelo Poder Público Estadual;

II - as instituições de educação superior mantidas pelo Poder Público Municipal;

III - as instituições de ensino fundamental e de ensino médio criadas e mantidas pela iniciativa

privada e, quando não existir sistema municipal de ensino, as instituições de educação infantil

criadas e mantidas pela iniciativa privada;

IV - os órgãos de educação estaduais.

§ 1.º O Estado organizará seu sistema de ensino em regime de colaboração com os sistemas

municipais e federal.

§ 2.º Na organização do Sistema Estadual de Ensino, o Estado definirá com os municípios

formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório.

Art. 207. O Conselho Estadual de Educação, órgão consultivo, normativo, fiscalizador e

deliberativo do sistema estadual de ensino, terá autonomia administrativa e dotação

orçamentária própria, com as demais atribuições, composição e funcionamento regulados por

lei.

§ 1.º . (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 854/STF, DJE de 25/10/18)

§ 2.º O Conselho Estadual de Educação poderá delegar parte de suas atribuições aos

Conselhos Municipais de Educação.

Art. 208. A lei estabelecerá o plano estadual de educação, de duração plurianual, em

consonância com o plano nacional de educação, visando à articulação e ao desenvolvimento

do ensino nos diversos níveis, e à integração das ações desenvolvidas pelo Poder Público que

conduzam à:

I - erradicação do analfabetismo;

II - universalização do atendimento escolar;

III - melhoria da qualidade de ensino;

IV - formação para o trabalho;

V - promoção humanística, científica e tecnológica.

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Art. 209. O Conselho Estadual de Educação assegurará ao sistema estadual de ensino

flexibilidade técnico-pedagógico-administrativa, para o atendimento das peculiaridades

socioculturais, econômicas ou outras específicas da comunidade.

§ 1.º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais

das escolas públicas do ensino fundamental e médio.

§ 2.º Será estimulado o pluralismo de idiomas nas escolas, na medida em que atenda a uma

demanda significativa de grupos interessados ou de origens étnicas diferentes.

§ 3.º O ensino da língua espanhola, de matrícula facultativa, constituirá disciplina obrigatória

das escolas públicas de ensino fundamental e médio.

Art. 210. É assegurado o Plano de Carreira ao Magistério Público Estadual, garantida a

valorização da qualificação e da titulação do profissional do magistério, independentemente

do nível escolar em que atue, inclusive mediante a fixação de piso salarial.

Parágrafo único. Na organização do sistema estadual de ensino, serão considerados

profissionais do magistério público estadual os professores e os especialistas de educação.

Art. 211. O Estado promoverá:

I - política com vista à formação profissional nas áreas do ensino público estadual em que

houver carência de professores;

II - cursos de atualização e aperfeiçoamento ao seus professores e especialistas nas áreas em

que estes atuarem, e em que houver necessidade;

III - política especial para formação, em nível médio, de professores das séries iniciais do

ensino fundamental.

§ 1.º Para a implementação do disposto nos incisos I e II, o Estado poderá celebrar convênios

com instituições.

§ 2.º O estágio relacionado com a formação mencionada no inciso III será remunerado, na

forma da lei.

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Art. 212. É assegurado aos pais, professores, alunos e funcionários organizarem-se, em todos

os estabelecimentos de ensino, através de associações, grêmios ou outras formas.

Parágrafo único. Será responsabilizada a autoridade educacional que embaraçar ou impedir a

organização ou o funcionamento das entidades referidas neste artigo.

Art. 213. As escolas públicas estaduais contarão com conselhos escolares, constituídos pela

direção da escola e representantes dos segmentos da comunidade escolar, na forma da lei.

§ 1.º (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 578/STF, DJ de 18/05/01)

§ 2.º Os estabelecimento públicos de ensino estarão à disposição da comunidade, através de

programações organizadas em comum.

Art. 214. O Poder Público garantirá educação especial às pessoas com deficiência, em

qualquer idade, bem como às pessoas com altas habilidades, nas modalidades que se lhes

adequarem.

§ 1.º É assegurada a implementação de programas governamentais para a formação,

qualificação e ocupação dos sujeitos a que se refere o “caput” deste artigo.

§ 2.º O Poder Público complementará o atendimento educacional através de convênios com

entidades mantenedoras de escolas que ofertem educação básica na modalidade educação

especial, com igualdade da oferta educacional especial, observado o disposto no art. 213 da

Constituição Federal.

§ 3.º O órgão encarregado do atendimento ao excepcional regulará e organizará o trabalho

das oficinas protegidas para pessoas portadoras de deficiência, enquanto estas não estiverem

integradas no mercado de trabalho.

§ 4.º O Poder Executivo fará constar, na lei orçamentária anual, os recursos financeiros para

apoiar as entidades mantenedoras na consecução dos objetivos a que se refere o § 2.º deste

artigo, inclusive para a cobertura de despesas de custeio parametrizadas pelo número de

alunos matriculados.

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Art. 215. O Poder Público garantirá, com recursos específicos que não os destinados à

manutenção e ao desenvolvimento do ensino, o atendimento em creches e pré-escolas às

crianças de zero a seis anos.

§ 1.º Nas escolas públicas de ensino fundamental dar-se-á, obrigatoriamente, atendimento ao

pré-escolar.

§ 2.º A atividade de implantação, controle e supervisão de creches e pré-escolas fica a cargo

dos órgãos responsáveis pela educação e saúde.

Art. 216. Todo estabelecimento escolar a ser criado na zona urbana deverá ministrar ensino

fundamental completo.

§ 1.º As escolas estaduais de ensino fundamental incompleto, na zona urbana, serão

progressivamente transformadas em escolas fundamentais completas.

§ 2.º Na área rural, para cada grupo de escolas de ensino fundamental incompleto, haverá

uma escola central de ensino fundamental completo que assegure o número de vagas

suficiente para absorver os alunos da área.

§ 3.º O Estado, em cooperação com os Municípios, desenvolverá programas de transporte

escolar que assegurem os recursos financeiros indispensáveis para garantir o acesso de todos

os alunos à escola.

§ 4.º Compete a Conselhos Municipais de Educação indicar as escolas centrais previstas no §

2.º.

Art. 217. O Estado elaborará política para o ensino fundamental e médio de orientação e

formação profissional, visando a:

I - preparar recursos humanos para atuarem nos setores da economia primária, secundária e

terciária;

II - atender às peculiaridades da formação profissional, diferenciadamente;

III - auxiliar na preservação do meio ambiente;

IV - auxiliar, através do ensino agrícola, na implantação da reforma agrária.

Art. 218. O Estado manterá um sistema de bibliotecas escolares na rede pública estadual e

exigirá a existência de bibliotecas na rede escolar privada, cabendo-lhe fiscalizá-las.

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Art. 219. As escolas públicas estaduais poderão prever atividades de geração de renda como

resultante da natureza do ensino que ministram, na forma da lei.

Parágrafo único. Os recursos gerados pelas atividades previstas neste artigo serão aplicados

na própria escola, em benefício da educação de seus alunos.

Seção II

Da Cultura

Art. 220. O Estado estimulará a cultura em suas múltiplas manifestações, garantindo o pleno e

efetivo exercício dos respectivos direitos bem como o acesso a suas fontes em nível nacional e

regional, apoiando e incentivando a produção, a valorização e a difusão das manifestações

culturais.

Parágrafo único. É dever do Estado proteger e estimular as manifestações culturais dos

diferentes grupos étnicos formadores da sociedade rio-grandense.

Art. 221. Constituem direitos culturais garantidos pelo Estado:

I - a liberdade de criação e expressão artísticas;

II - o acesso à educação artística e ao desenvolvimento da criatividade, principalmente nos

estabelecimentos de ensino, nas escolas de arte, nos centros culturais e espaços de

associações de bairros;

III - o amplo acesso a todas as formas de expressão cultural, das populares às eruditas e das

regionais às universais;

IV - o apoio e incentivo à produção, difusão e circulação dos bens culturais;

V - o acesso ao patrimônio cultural do Estado, entendendo-se como tal o patrimônio natural e

os bens de natureza material e imaterial portadores de referências à identidade, à ação e à

memória dos diferentes grupos formadores da sociedade rio-grandense, incluindo-se entre

esses bens:

a) as formas de expressão;

b) os modos de fazer, criar e viver;

c) as criações artísticas, científicas e tecnológicas;

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d) as obras, objetos, monumentos naturais e paisagens, documentos, edificações e demais

espaços públicos e privados destinados às manifestações políticas, artísticas e culturais;

e) os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,

paleontológico, científico e ecológico.

Parágrafo único. Cabem à administração pública do Estado a gestão da documentação

governamental e as providências para franquear-lhe a consulta.

Art. 222. O Poder Público, com a colaboração da comunidade, protegerá o patrimônio cultural,

por meio de inventários, registros, vigilância, tombamentos, desapropriações e outras formas

de acautelamento e preservação.

§ 1.º Os proprietários de bens de qualquer natureza tombados pelo Estado receberão

incentivos para preservá-los e conservá-los, conforme definido em lei.

§ 2.º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.

§ 3.º As instituições públicas estaduais ocuparão preferentemente prédios tombados, desde

que não haja ofensa a sua preservação.

Art. 223. O Estado e os Municípios manterão, sob orientação técnica do primeiro, cadastro

atualizado do patrimônio histórico e do acervo cultural, público e privado.

Parágrafo único. Os planos diretores e as diretrizes gerais de ocupação dos territórios

municipais disporão, necessariamente, sobre a proteção do patrimônio histórico e cultural.

Art. 224. A lei disporá sobre o sistema estadual de museus, que abrangerá as instituições

estaduais e municipais, públicas e privadas.

Art. 225. O Conselho Estadual de Cultura, visando à gestão democrática da política cultural,

terá as funções de:

I - estabelecer diretrizes e prioridades para o desenvolvimento cultural do Estado;

II - fiscalizar a execução dos projetos culturais e aplicação de recursos;

III - emitir pareceres sobre questões técnico-culturais.

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Parágrafo único. Na composição do Conselho Estadual de Cultura, um terço dos membros

será indicado pelo Governador do Estado, sendo os demais eleitos pelas entidades dos

diversos segmentos culturais.

Art. 226. As entidades da administração indireta do Estado sujeitas a tributos federais, quando

a lei facultar a destinação de parte destes, a título de incentivo fiscal, às atividades culturais,

deverão aplicá-los nas instituições e entidades dos diversos segmentos de produção cultural

vinculadas ao órgão responsável pela cultura, sob pena de responsabilidade, sem prejuízo da

dotação orçamentária à cultura.

Art. 227. O Estado promoverá, apoiando diretamente ou através das instituições oficiais de

desenvolvimento econômico, a consolidação da produção cinematográfica, teatral, fonográfica,

literária, musical, de dança e de artes plásticas, bem como outras formas de manifestação

cultural, criando condições que viabilizem a continuidade destas no Estado, na forma da lei.

Art. 228. O Estado colaborará com as ações culturais dos Municípios, devendo aplicar recursos

para atender e incentivar a produção local e para proporcionar o acesso da população à

cultura de forma ativa e criativa, e não apenas como espectadora e consumidora.

Art. 229. O Estado preservará a produção cultural gaúcha em livro, imagem e som, através do

depósito legal de tais produções em suas instituições culturais, na forma da lei, resguardados

os direitos autorais, conexos e de imagem.

Art. 230. O Estado e os Municípios propiciarão o acesso às obras de arte, com a exposição

destas em locais públicos, e incentivarão a instalação e manutenção de bibliotecas nas sedes e

Distritos, dedicando ainda atenção especial à aquisição de bens culturais, para garantir-lhes a

permanência no território estadual.

Art. 231. O Estado manterá sistema estadual de bibliotecas, reunindo obrigatoriamente as

bibliotecas públicas estaduais, sendo facultada a inclusão das públicas municipais que

pretendam beneficiar-se do sistema.

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Seção III

Do Desporto

Art. 232. É dever do Estado fomentar e amparar o desporto, o lazer e a recreação, como

direito de todos, mediante:

I - a promoção prioritária do desporto educacional, em termos de recursos humanos,

financeiros e materiais em suas atividades-meio e fim;

II - a dotação de instalações esportivas e recreativas para as instituições escolares públicas;

III - o incentivo à pesquisa no campo da educação física, do desporto, do lazer e da recreação;

IV - a garantia de condições para a prática de educação física, do lazer e do esporte ao

deficiente físico, sensorial e mental.

Parágrafo único. Os estabelecimentos especializados em atividades de educação física,

esportes e recreação ficam sujeitos a registro, supervisão e orientação normativa do Estado,

na forma da lei.

Art. 233. Compete ao Estado legislar, concorrentemente, sobre a utilização das áreas de

recreação e lazer, e sobre a demarcação dos locais destinados ao repouso, à pesca profissional

ou amadora, e ao desporto em geral, nas praias de mar, lagoas e rios.

Seção IV

Da Ciência e Tecnologia

Art. 234. Cabe ao Estado, com vista a promover o desenvolvimento da ciência e da tecnologia:

I - proporcionar a formação e o aperfeiçoamento de recursos humanos para a ciência e

tecnologia;

II - criar departamento especializado que orientará gratuitamente o encaminhamento de

registro de patente de idéias e invenções;

III - incentivar e privilegiar a pesquisa tecnológica voltada ao aperfeiçoamento do uso e

controle dos recursos naturais e regionais, com ênfase ao carvão mineral;

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IV - apoiar e estimular as empresas e entidades cooperativas, fundacionais ou autárquicas que

investirem em pesquisa e desenvolvimento tecnológico e na formação e aperfeiçoamento de

seus recursos humanos.

§ 1.º O disposto no inciso IV fica condicionado à garantia, pelas referidas empresas e

entidades, de permanência no emprego aos trabalhadores, com a necessária capacitação

destes para o desempenho eventual de novas atribuições.

§ 2.º O Estado apoiará e estimulará preferentemente as empresas e entidades cooperativas,

fundacionais ou autárquicas que mantenham investimentos nas áreas definidas pela política

estadual de ciência e tecnologia e aquelas que pratiquem sistemas de remuneração

assegurando ao empregado, desvinculada do salário, participação nos ganhos econômicos

resultantes da produtividade do seu trabalho.

Art. 235. A política estadual de ciência e tecnologia será definida por órgão específico, criado

por lei, com representação dos segmentos da comunidade científica e da sociedade rio-

grandense.

Parágrafo único. A política e a pesquisa científica e tecnológica basear-se-ão no respeito à

vida, à saúde, à dignidade humana e aos valores culturais do povo, na proteção, controle e

recuperação do meio ambiente, e no aproveitamento dos recursos naturais.

Art. 236. O Estado cobrirá as despesas de investimentos e custeio de seus órgãos envolvidos

com pesquisa científica e tecnológica e, além disso, destinará dotação equivalente no mínimo a

um e meio por cento de sua receita líquida de impostos à Fundação de Amparo à Pesquisa do

Estado do Rio Grande do Sul, para aplicação no fomento ao ensino e à pesquisa científica e

tecnológica.

Parágrafo único. Lei complementar disciplinará as condições e a periodicidade do repasse,

bem como o gerenciamento e o controle democráticos da dotação prevista no “caput”.

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Seção V

Da Comunicação Social

Art. 237. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer

forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto na

Constituição Federal e nesta.

§ 1.º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de

informação jornalística em qualquer veículo, empresa e assessoria de comunicação social,

observado o disposto no art. 5.º, IV, V, X, XIII e XIV, da Constituição Federal.

§ 2.º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica ou artística.

§ 3.º A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença de autoridade.

Art. 238. Os órgãos de comunicação social pertencentes ao Estado, às fundações instituídas

pelo Poder Público ou a quaisquer entidades sujeitas, direta ou indiretamente, ao controle

econômico estatal serão utilizados de modo a salvaguardar sua independência perante o

Governo Estadual e demais Poderes Públicos, e a assegurar a possibilidade de expressão e

confronto de diversas correntes de opinião.

Parágrafo único. Para os efeitos do disposto neste artigo, cada órgão de comunicação social

do Estado será orientado pelo Conselho de Comunicação Social, composto por representantes

da Assembléia Legislativa, Universidades, órgãos culturais e de educação do Estado e do

Município, bem como da sociedade civil e dos servidores, nos termos dos respectivos

estatutos.

Art. 239. Os partidos políticos e as organizações sindicais, profissionais, comunitárias, culturais

e ambientais dedicadas à defesa dos direitos humanos e à liberdade de expressão e

informação social, de âmbito estadual, terão direito a espaço periódico e gratuito nos órgãos

de comunicação social pertencentes ao Estado, de acordo com sua representatividade e

critérios a serem definidos em lei.

Parágrafo único. Os partidos políticos representados na Assembléia Legislativa e que não

façam parte do Governo terão direito, nos termos da lei:

I - a ocupar espaços nas publicações pertencentes a entidade pública ou dela dependentes;

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II - a ratear, de acordo com sua representatividade, a dimensão dos espaços concedidos ao

Governo;

III - a responder, nos mesmos órgãos e no mesmo espaço, às declarações políticas do

Governo.

Seção VI

Do Turismo

Art. 240. O Estado instituirá política estadual de turismo e definirá as diretrizes a observar nas

ações públicas e privadas, com vista a promover e incentivar o turismo como fator de

desenvolvimento social e econômico.

§ 1.º Para o cumprimento do disposto neste artigo, cabe ao Estado, através de órgão em nível

de secretaria, em ação conjunta com os Municípios, promover:

I - o inventário e a regulamentação do uso, ocupação e fruição dos bens naturais e culturais de

interesse turístico;

II - a infra-estrutura básica necessária à prática do turismo, apoiando e realizando os

investimentos na produção, criação e qualificação dos empreendimentos, equipamentos e

instalações ou serviços turísticos, através de linhas de crédito especiais e incentivos;

III - implantação de ações que visem ao permanente controle de qualidade dos bens e serviços

turísticos;

IV - medidas específicas para o desenvolvimento dos recursos humanos para o setor;

V - elaboração sistemática de pesquisas sobre oferta e demanda turística, com análise dos

fatores de oscilação do mercado;

VI - fomento ao intercâmbio permanente com outros Estados da Federação e com o exterior,

em especial com os países do Prata, visando ao fortalecimento do espírito de fraternidade e

aumento do fluxo turístico nos dois sentidos, bem como a elevação da média de permanência

do turista em território do Estado;

VII - construção de albergues populares, favorecendo o lazer das camadas pobres da

população.

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§ 2.º As iniciativas previstas neste artigo estender-se-ão aos pequenos proprietários rurais,

localizados em regiões demarcadas em lei, como forma de viabilizar alternativas econômicas

que estimulem sua permanência no meio rural.

CAPÍTULO III

DA SAÚDE E DO SANEAMENTO BÁSICO

Seção I

Da Saúde

Art. 241. A saúde é direito de todos e dever do Estado e do Município, através de sua

promoção, proteção e recuperação.

Parágrafo único. O dever do Estado, garantido por adequada política social e econômica, não

exclui o do indivíduo, da família e de instituições e empresas que produzam riscos ou danos à

saúde do indivíduo ou da coletividade.

Art. 242. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e

hierarquizada do Sistema Único de Saúde no âmbito do Estado, observadas as seguintes

diretrizes:

I - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera do Governo;

II - integralidade na prestação de ações preventivas, curativas e reabilitadoras, adequadas às

diversas realidades epidemiológicas;

III - universalização e eqüidade em todos os níveis de atenção à saúde, para a população

urbana e rural;

IV - participação, com poder decisório, das entidades populares representativas de usuários e

trabalhadores da saúde, na formulação, gestão, controle e fiscalização das políticas de saúde.

Art. 243. Ao Sistema Único de Saúde no âmbito do Estado, além de suas atribuições inerentes,

incumbe, na forma da lei:

I - coordenar e integrar as ações e serviços estaduais e municipais de saúde individual e

coletiva;

II - definir as prioridades e estratégias regionais de promoção da saúde;

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III - regulamentar, controlar e fiscalizar as ações e serviços públicos e privados de saúde;

IV - controlar e fiscalizar qualquer atividade e serviço que comporte risco à saúde, à segurança

ou ao bem-estar físico e psíquico do indivíduo e da coletividade, bem como ao meio ambiente;

V - fomentar a pesquisa, o ensino e o aprimoramento científico, tecnológico e de recursos

humanos no desenvolvimento da área de saúde;

VI - estimular a formação da consciência pública voltada à preservação da saúde e do meio

ambiente;

VII - realizar a vigilância sanitária, epidemiológica, toxicológica e farmacológica;

VIII - garantir a formação e funcionamento de serviços públicos de saúde, inclusive

hospitalares e ambulatoriais, visando a atender às necessidades regionais;

IX - estabelecer normas, critérios e padrões de coleta, processamento, armazenamento e

transfusão de sangue humano e seus derivados, garantindo a qualidade desses produtos

durante todo o processo, vedado qualquer tipo de comercialização, estimulando a doação e

propiciando informações e acompanhamento aos doadores;

X - organizar, controlar e fiscalizar a produção e distribuição dos insumos farmacêuticos,

medicamentos e correlatos, imunobiológicos, produtos biotecnológicos, odontológicos e

químicos essenciais às ações de saúde, materiais de acondicionamento e embalagem,

equipamentos e outros meios de prevenção, tratamento e diagnóstico, promovendo o

desenvolvimento de novas tecnologias e priorizando as necessidades regionais;

XI - desenvolver ações específicas de prevenção contra deficiências, bem como de recuperação

e habilitação dos portadores de deficiência, referidas no Capítulo V;

XII - supletivamente à ação federal, estabelecer critérios, normas, padrões de controle e

fiscalização dos procedimentos relativos a:

a) remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa ou

tratamento, vedada sua comercialização;

b) transporte, armazenamento, manuseio e destino final de produtos tóxicos e radioativos,

bem como de equipamentos que geram radiação ionizante ou utilizam material radioativo;

XIII - em complementação à atividade federal, regulamentar, controlar e fiscalizar os alimentos,

da fonte de produção até o consumidor;

XIV - propiciar recursos educacionais e os meios científicos que assegurem o direito ao

planejamento familiar, de acordo com a livre decisão do casal;

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XV - em cumprimento à legislação referente à salubridade e segurança dos ambientes de

trabalho, promover e fiscalizar as ações em benefício da saúde integral do trabalhador rural e

urbano.

Parágrafo único - Lei complementar disporá sobre a organização, financiamento, controle e

gestão do Sistema Único de Saúde no âmbito do Estado, bem como do Sistema Estadual de

Informações em Saúde.

Art. 244. O Sistema Único de Saúde no âmbito do Estado será financiado, dentre outros, com

recursos da seguridade social e fiscal da União, dos Estados e dos Municípios.

§ 1.º O Estado não destinará recursos públicos, sob forma de auxílio ou subvenção, a

entidades privadas com fins lucrativos.

§ 2.º A lei disporá sobre a participação complementar de instituições privadas no Sistema

Único de Saúde no âmbito do Estado, observadas as diretrizes estaduais.

§ 3.º O Estado deverá aplicar em ações e serviços de saúde, no mínimo 10% (dez por cento) da

sua Receita Tributária Líquida, excluídos os repasses federais oriundos do Sistema Único de

Saúde, considerando ações e serviços de saúde os Programas Saúde no Orçamento do

Estado.

Art. 245. O Poder Público transferirá aos Municípios, na forma da lei, recursos financeiros

alocados ao orçamento vinculado ao Sistema Único de Saúde.

§ 1.º A transferência dos recursos financeiros aos Municípios destina-se ao custeio de serviços

e investimentos na área da saúde, vedada sua utilização para outras finalidades.

§ 2.º A repartição dos recursos financeiros terá como critérios prioritários o número de

habitantes e as condições de execução das ações e serviços públicos de saúde dos Municípios.

Art. 246. O Estado concederá estímulos especiais, em favor da saúde, na forma da lei, às

pessoas físicas com capacidade civil plena que doarem órgãos passíveis de transplante quando

de sua morte.

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Seção II

Do Saneamento Básico

Art. 247. O saneamento básico é serviço público essencial e, como atividade preventiva das

ações de saúde e meio ambiente, tem abrangência regional.

§ 1.º O saneamento básico compreende a captação, o tratamento e a distribuição de água

potável, a coleta, o tratamento e a disposição final de esgotos cloacais e do lixo, bem como a

drenagem urbana.

§ 2.º É dever do Estado e dos Municípios a extensão progressiva do saneamento básico a toda

a população urbana e rural, como condição básica da qualidade de vida, da proteção

ambiental e do desenvolvimento social.

§ 3.º A lei disporá sobre o controle, a fiscalização, o processamento e a destinação do lixo, dos

resíduos urbanos, industriais, hospitalares e laboratoriais de pesquisa, de análises clínicas e

assemelhados.

Art. 248. O Estado e os Municípios, de forma integrada ao Sistema Único de Saúde, formularão

a política e o planejamento da execução das ações de saneamento básico, respeitadas as

diretrizes estaduais quanto ao meio ambiente, recursos hídricos e desenvolvimento urbano.

§ 1.º Os Municípios poderão manter seu sistema próprio de saneamento.

§ 2.º Nos distritos industriais, os efluentes serão tratados e reciclados de forma integrada

pelas empresas através de condomínio de tratamento de resíduos.

Art. 249. O Estado manterá órgão técnico normativo e de execução dos serviços de

saneamento básico para, entre outras atribuições:

I - prestar serviços locais de saneamento básico;

II - integrar os sistemas locais de saneamento básico;

III - executar as políticas ditadas em nível federal, estadual e municipal estabelecidas para o

setor.

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CAPÍTULO IV

DO MEIO AMBIENTE

Art. 250. O meio ambiente é bem de uso comum do povo, e a manutenção de seu equilíbrio é

essencial à sadia qualidade de vida.

§ 1.º A tutela do meio ambiente é exercida por todos os órgãos do Estado.

§ 2.º O causador de poluição ou dano ambiental será responsabilizado e deverá assumir ou

ressarcir ao Estado, se for o caso, todos os custos financeiros, imediatos ou futuros,

decorrentes do saneamento do dano.

Art. 251. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo-se ao

Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo, preservá-lo e restaurá-lo para as

presentes e futuras gerações, cabendo a todos exigir do Poder Público a adoção de medidas

nesse sentido.

§ 1.º Para assegurar a efetividade desse direito, o Estado desenvolverá ações permanentes de

proteção, restauração e fiscalização do meio ambiente, incumbindo-lhe, primordialmente:

I - prevenir, combater e controlar a poluição e a erosão em qualquer de suas formas;

II - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais, obras e monumentos artísticos,

históricos e naturais, e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas, definindo em

lei os espaços territoriais a serem protegidos;

III - fiscalizar e normatizar a produção, o armazenamento, o transporte, o uso e o destino final

de produtos, embalagens e substâncias potencialmente perigosas à saúde e aos recursos

naturais;

IV - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública

para a proteção do meio ambiente;

V - exigir estudo de impacto ambiental com alternativas de localização, para a operação de

obras ou atividades públicas ou privadas que possam causar degradação ou transformação no

meio ambiente, dando a esse estudo a indispensável publicidade;

VI - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético contido em seu território,

inclusive mantendo e ampliando bancos de germoplasma, e fiscalizar as entidades dedicadas à

pesquisa e à manipulação de material genético;

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VII - proteger a flora, a fauna e a paisagem natural, especialmente os cursos d’água, vedadas as

práticas que coloquem em risco sua função ecológica e paisagística, provoquem extinção de

espécie ou submetam os animais a crueldade;

VIII - definir critérios ecológicos em todos os níveis de planejamento político, social e

econômico;

IX - incentivar e auxiliar tecnicamente movimentos comunitários e entidades de caráter

cultural, científico e educacional com finalidades ecológicas;

X - promover o gerenciamento costeiro para disciplinar o uso de recursos naturais da região

litorânea e conservar as praias e sua paisagem típica;

XI - promover o manejo ecológico dos solos, respeitando sua vocação quanto à capacidade de

uso;

XII - fiscalizar, cadastrar e manter as florestas e as unidades públicas estaduais de conservação,

fomentando o florestamento ecológico e conservando, na forma da lei, as florestas

remanescentes do Estado;

XIII - combater as queimadas, responsabilizando o usuário da terra por suas conseqüências;

XIII - (Declarada a inconstitucionalidade da Emenda Constitucional n.º 32, de 26/06/02 na ADI

n.º 70005054010/TJ, DJE de 15/04/03)

XIV - promover a adoção de formas alternativas renováveis de energia;

XV - estimular a criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs);

XVI - valorizar e preservar o Pampa Gaúcho, sua cultura, patrimônio genético, diversidade de

fauna e vegetação nativa, garantindo-se a denominação de origem.

§ 2.º As pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, que exerçam atividades

consideradas poluidoras ou potencialmente poluidoras são responsáveis, direta ou

indiretamente, pelo acondicionamento, coleta, tratamento e destinação final dos resíduos por

elas produzidos.

§ 3.º O Estado, respeitado o direito de propriedade, poderá executar levantamentos, estudos,

projetos e pesquisas necessários ao conhecimento do meio físico, assegurando ao proprietário

indenização ulterior, se houver dano.

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Art. 252 A lei disporá sobre a organização do sistema estadual de proteção ambiental, que

terá como atribuições .a elaboração, implementação, execução e controle da política

ambiental do Estado.

Art. 253. É vedada a produção, o transporte, a comercialização e o uso de medicamentos,

biocidas, agrotóxicos ou produtos químicos e biológicos cujo emprego tenha sido comprovado

como nocivo em qualquer parte do território nacional por razões toxicológicas, farmacológicas

ou de degradação ambiental.

Art. 254. A concessão de financiamentos pelo sistema bancário estadual a quaisquer

empreendimentos que produzam alteração no meio ambiente será obrigatoriamente

condicionada à apresentação de projeto, aprovado pelo órgão ambiental do Estado,

contemplando a manutenção ou restauração do meio ambiente onde se situarem.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se também nos casos em que o Estado

encaminhar solicitações de financiamento, interno ou externo.

Art. 255. A implantação ou ampliação de distritos ou pólos industriais, de indústria carbo ou

petroquímicas, bem como de empreendimentos, definidos em lei, que possam alterar

significativa ou irreversivelmente uma região ou a vida de uma comunidade, dependerá de

aprovação da Assembléia Legislativa.

Art. 256. A implantação, no Estado, de instalações industriais para a produção de energia

nuclear dependerá de consulta plebiscitária, bem como do atendimento às condições

ambientais e urbanísticas exigidas em lei estadual.

Art. 257. É vedado, em todo o território estadual, o transporte e o depósito ou qualquer outra

forma de disposição de resíduos que tenham sua origem na utilização de energia nuclear e de

resíduos tóxicos ou radioativos, quando provenientes de outros Estados ou países.

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Art. 258. Os órgãos de pesquisa e as instituições científicas oficiais e de Universidades

somente poderão realizar, no âmbito do Estado, a coleta de material, experimentação e

escavações para fins científicos mediante licença do órgão fiscalizador e dispensando

tratamento adequado ao solo.

Parágrafo único. Toda área com indícios ou vestígios de sítios paleontológicos ou

arqueológicos será preservada para fins específicos de estudo.

Art. 259. As unidades estaduais públicas de conservação são consideradas patrimônio público

inalienável, sendo proibida ainda sua concessão ou cedência, bem como qualquer atividade ou

empreendimento público ou privado que danifique ou altere as características naturais.

Parágrafo único. A lei criará incentivos especiais para a preservação das áreas de interesse

ecológico em propriedades privadas.

CAPÍTULO V

DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DOS JOVENS, DO IDOSO, DOS ÍNDIOS E DA

DEFESA DO CONSUMIDOR

Seção I

Da Família, da Criança, do Adolescente, da Juventude e do Idoso

Art. 260. O Estado desenvolverá política e programas de assistência social e proteção à

criança, ao adolescente, ao jovem e ao idoso, portadores ou não de deficiência, com a

participação de entidades civis, obedecendo aos seguintes preceitos:

I - aplicação, na assistência materno-infantil, de percentual mínimo, fixado em lei, dos recursos

públicos destinados à saúde;

II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente

e aos jovens dependentes de entorpecentes e drogas afins;

III - criação de programas de prevenção, de integração social, de preparo para o trabalho, e de

acesso facilitado aos bens e serviços e à escola, e de atendimento especializado para crianças,

adolescentes e jovens portadores de deficiência física, sensorial, mental ou múltipla;

IV - exigência obrigatória de existência de quadro técnico responsável em todos os órgãos com

atuação nesses programas;

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V - execução de programas que priorizem o atendimento no ambiente familiar e comunitário;

VI - criação de incentivos fiscais e creditícios às pessoas físicas ou jurídicas que participarem da

execução dos programas;

VII - atenção especial às crianças e adolescentes em estado de miserabilidade, explorados

sexualmente, doentes mentais, órfãos, abandonados e vítimas de violência.

VIII - atenção à juventude, na faixa etária compreendida entre 15 e 29 anos, especialmente

aqueles em situação de vulnerabilidade social, por meio de políticas de fomento à educação, à

cultura, ao esporte, ao lazer e à geração de oportunidades de trabalho e renda.

§ 1.º A coordenação, o acompanhamento e a fiscalização dos programas a que se refere este

artigo caberão a conselhos comunitários, cuja organização, composição, funcionamento e

atribuições serão disciplinados em lei, assegurada a participação de representantes de órgãos

públicos e de segmentos da sociedade civil organizada.

§ 2.º Ficam instituídos o Conselho Estadual do Idoso, o Conselho Estadual da Juventude e o

Conselho Estadual da Criança e do Adolescente.

§ 3.º A lei disporá sobre a criação e funcionamento de centros de recebimento de denúncias

referentes a violência praticada contra crianças e adolescentes, bem como sobre a

responsabilidade pelo encaminhamento e acompanhamento das respectivas providências

administrativas cabíveis.

Art. 261. Compete ao Estado:

I - dar prioridade às pessoas com menos de quatorze e mais de sessenta anos em todos os

programas de natureza social, desde que comprovada a insuficiência de meios materiais;

II - prestar assistência social especial às vítimas de violência de âmbito familiar, inclusive

através de atendimento jurídico e assistência social às famílias;

III - prestar assistência à criança e ao adolescente abandonados, proporcionando os meios

adequados a sua manutenção, educação, encaminhamento a emprego e integração na

sociedade;

IV - estabelecer programas de assistência aos idosos portadores ou não de deficiência, com

objetivo de proporcionar-lhes segurança econômica, defesa da dignidade e bem-estar,

prevenção de doenças, integração e participação ativa na comunidade;

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V - manter casas-albergues para idosos, mendigos, crianças e adolescentes abandonados,

portadores ou não de deficiências, sem lar ou família, aos quais se darão as condições de bem-

estar e dignidade humana;

VI - assegurar à criança e ao adolescente o direito a acompanhamento por Defensor Público,

em todas as fases do procedimento de atribuição de ato infracional, inclusive durante

inquérito policial, com o direito a avaliação e acompanhamento por equipe técnica

multidisciplinar especializada;

VII - estimular entidades particulares e criar centros de convivência para idosos e casas-lares,

evitando o isolamento e a marginalização social do idoso;

VIII - dispor sobre a criação de Centros Regionais de Habilitação e Reabilitação Física e

Profissional.

Art. 262. É assegurada a gratuidade:

I - aos maiores de sessenta e cinco anos, no transporte coletivo urbano e metropolitano;

II - aos deficientes comprovadamente carentes, no transporte coletivo intermunicipal.

Art. 263. Os limites de idade que determinam a perda dos benefícios da previdência estadual

não se aplicam no caso de deficientes físicos, sensoriais, mentais e múltiplos.

Seção II

Dos Índios

Art. 264. O Estado promoverá e incentivará a autopreservação das comunidades indígenas,

assegurando-lhes o direito a sua cultura e organização social.

§ 1.º O Poder Público estabelecerá projetos especiais com vista a integrar a cultura indígena

ao patrimônio cultural do Estado.

§ 2.º Cabe ao Poder Público auxiliar as comunidades indígenas na organização, para suas

populações nativas e ocorrentes, de programas de estudos e pesquisas de seu idioma, arte e

cultura, a fim de transmitir seu conhecimento às gerações futuras.

§ 3.º É vedada qualquer forma de deturpação externa da cultura indígena, violência às

comunidades ou a seus membros, bem como a utilização para fins de exploração.

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§ 4.º São asseguradas às comunidades indígenas proteção e assistência social e de saúde

prestadas pelo Poder Público estadual e municipal.

Art. 265. O Estado proporcionará às comunidades indígenas o ensino regular, ministrado de

forma intercultural e bilíngüe, na língua indígena da comunidade e em português, respeitando,

valorizando e resgatando seus métodos próprios de aprendizagem, sua língua e tradição

cultural.

Parágrafo único. O ensino indígena será implementado através da formação qualificada de

professores indígenas bilíngües para o atendimento dessas comunidades, subordinando sua

implantação à solicitação, por parte de cada comunidade interessada, ao órgão estadual da

educação.

Seção III

Da Defesa do Consumidor

Art. 266. O Estado promoverá ação sistemática de proteção ao consumidor, de modo a

garantir-lhe a segurança e a saúde, e a defesa de seus interesses econômicos.

Parágrafo único. Para atender ao disposto no “caput”, poderá o Estado, na forma da lei,

intervir no domínio econômico quando indispensável para assegurar o equilíbrio entre

produção e consumo.

Art. 267. A política de consumo será planejada e executada pelo Poder Público, com a

participação de entidades representativas do consumidor, de empresários e trabalhadores,

visando, especialmente, aos seguintes objetivos:

I - instituir o Sistema Estadual de Defesa do Consumidor; (Vide Lei n.º 10.913/97)

II - estimular as cooperativas ou outras formas de associativismo de consumo;

III - elaborar estudos econômicos e sociais de mercados consumidores, a fim de estabelecer

sistemas de planejamento, acompanhamento e orientação de consumo capazes de corrigir

suas distorções e promover seu crescimento;

IV - propiciar meios que possibilitem ao consumidor o exercício do direito à informação, à

escolha, à defesa de seus interesses econômicos, à segurança e à saúde e que facilitem o

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acesso aos órgãos judiciários e administrativos, com vista à prevenção e reparação dos danos

individuais e coletivos;

V - incentivar a formação de consciência pública voltada para a defesa dos interesses do

consumidor;

VI - prestar atendimento e orientação ao consumidor, através de órgão especializado;

VII - fiscalizar a qualidade de bens e serviços, assim como seus preços, pesos e medidas,

observada a competência da União;

VII - fiscalizar a qualidade de bens e serviços, assim como seus preços, pesos e medidas e as

disposições de proteção do consumidor, especialmente aquelas relativas às informações que

lhe são devidas, observada a competência da União; (Redação dada pela Emenda

Constitucional n.º 42, de 20/05/04)

VIII - estimular o consumo sustentável. (Incluído pela Emenda Constitucional n.º 37, de

12/12/03)

TÍTULO VIII

DISPOSIÇÃO FINAL

Art. 268. Esta Constituição e o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, depois de

assinados pelos Deputados, serão promulgados simultaneamente pela Mesa da Assembléia

Constituinte e entrarão em vigor na data de sua publicação.

Porto Alegre, 3 de outubro de 1989 - Gleno Scherer, Presidente - Roberto Künzel, 1.º Vice-

Presidente - Luís Abadie, 2.º Vice-Presidente - Carlos Sá Azambuja, 1.º Secretário - Antonio

Lourenço Pires, 2.º Secretário - Nestor Fips Schneider, 3.º Secretário - Raul Pont, 4.º Secretário -

Moesés Berlesi, 1.º Suplente de Secretário - Sérgio Zambiasi, 2.º Suplente de Secretário - Jauri

Oliveira, 3.º Suplente de Secretário - Ecléa Fernandes, 4.º Suplente de Secretário - Mendes

Ribeiro Filho, Relator-Geral - Athos Rodrigues, Relator ADJnto - Carlos Araújo, Relator ADJnto -

Achylles Braghirolli - Adão Pretto - Algir Lorenzon - Antonio Barbedo - Antonio Carlos Azevedo -

Antonio Dexheimer - Antonio Lorenzi - Bráulio Marques - Carrion Júnior - Celso Bernardi -

Constantino Picarelli - Éden Pedroso - Erani Müller - Francisco Turra - Germano Bonow -

Germano Rigotto - Gilberto Mussi - Guaracy Marinho - Hélio Musskopf - Hilda de Souza - Ilário

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Pasin - Jarbas Lima - João Augusto Nardes - João Odil Haas - João Osório - Joaquim Moncks -

José Fortunati - José Ivo Sartori - Luiz Fernando Staub - Mário Limberger - Mário Madureira -

Porfírio Peixoto - Renan Kurtz - Sanchotene Felice - Selvino Heck - Tito Lívio Jaeger - Tufy

Salomão - Valdomiro Lima - Valdomiro Vaz Franco - Valmir Susin - Wilson Mânica.

Participantes: Brasil Carús - Cezar Schirmer - Elói Zanella - Paulo Ritzel - Solon Tavares.

ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS

Art. 1.º O Governador do Estado, o Presidente do Tribunal de Justiça e os Deputados Estaduais

prestarão o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, no ato e na data de

sua promulgação.

Art. 2.º Fica mantida a Região Metropolitana de Porto Alegre, composta dos Municípios de

Porto Alegre, Alvorada, Cachoeirinha, Campo Bom, Canoas, Dois Irmãos, Eldorado do Sul,

Estância Velha, Esteio, Glorinha, Gravataí, Guaíba, Ivoti, Nova Hartz, Novo Hamburgo, Parobé,

Portão, São Leopoldo, Sapiranga, Sapucaia do Sul, Viamão e Triunfo.

Parágrafo único. As alterações que se fizerem necessárias na composição da Região

Metropolitana serão estabelecidas por lei complementar.

Art. 3.º No prazo de sessenta dias da promulgação da Constituição, o Poder Executivo

providenciará a convocação das assembléias gerais extraordinárias para adequar ao art. 25

desta Constituição os estatutos das entidades nele previstas.

Art. 4 (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 179/STF, DJ de 28/03/14)

Art. 5.º . (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 180/STF, DJ de 27/06/03)

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Art. 6.º É assegurado aos empregados da ex-Companhia de Energia Elétrica Rio-Grandense o

direito de opção retroativa pelo regime jurídico mais conveniente, unicamente para fins de

contagem de tempo de serviço para aposentadoria.

Parágrafo único. Os eventuais ônus e vantagens decorrentes da retroação prevista neste

artigo correrão por conta das partes envolvidas, obedecidas as condições aplicadas aos

demais empregados da Companhia Estadual de Energia Elétrica.

Art. 7.º São reconhecidos como servidores autárquicos da então Comissão Estadual de Energia

Elétrica todos os empregados admitidos até 9 de janeiro de 1964 e que não detenham esta

condição.

Parágrafo único. A Companhia Estadual de Energia Elétrica terá noventa dias, a partir da

promulgação da Constituição Estadual, para fazer os ajustes necessários, em cumprimento ao

disposto no “caput”.

Art. 8.º É assegurada a anistia aos servidores públicos e empregados bem como aos dirigentes

e representantes sindicais ou de entidades de classe que, por motivos políticos, inclusive por

participação em movimentos reivindicatórios, no período de 18 de setembro de 1946 até a

data da promulgação desta Constituição, tenham sido punidos, transferidos, demitidos ou

compelidos ao afastamento das atividades remuneradas que exerciam, ou sofrido interrupção

no registro da efetividade.

Parágrafo único. Os servidores, mediante petição ao órgão ou empresa a que estão ou

estavam vinculados, serão imediatamente reintegrados, e declarados nulos os atos

administrativos que impuseram as punições.

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Art. 9.º Todos os servidores públicos do Estado do Rio Grande do Sul, do Executivo, Legislativo

e Judiciário, atingidos por Atos Institucionais ou Complementares e posteriormente

beneficiados pela Lei estadual nº 8.001, de 11-06-85, que tiveram seus atos de afastamento

anulados pelo Decreto estadual nº 32.383, de 07-11-86, ou por sentença judicial devidamente

transitada em julgado, além do retorno à atividade na posição que hoje ocupariam pelo

princípio da antiguidade, obedecidas as restrições de tempo de serviço ou de idade, terão

direito a perceber vencimentos, avanços, gratificações e demais vantagens, com juros e

correção monetária, como se em atividade estivessem no período do afastamento.

Parágrafo único. (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 179/STF, DJ de

28/03/14)

Art. 10. Ao ex-combatente domiciliado no Rio Grande do Sul que tenha efetivamente

participado de operações bélicas durante a Segunda Guerra Mundial são assegurados, nos

termos da Lei federal nº 5.315, de 12-09-67, os seguintes direitos:

I - assistência médica, hospitalar e educacional gratuita, extensiva aos dependentes;

II - pensão especial correspondente ao vencimento básico do Padrão I da tabela do Quadro

Geral dos Funcionários Públicos do Estado, inacumulável com quaisquer rendimentos

recebidos dos cofres públicos, exceto os benefícios previdenciários, ressalvado o direito de

opção;

III - transporte gratuito municipal e intermunicipal;

IV - aposentadoria, com proventos integrais, aos vinte e cinco anos de serviço público, ou aos

sessenta e cinco anos de idade se servidor público pelo menos há cinco anos;

V - aproveitamento no serviço público sem a exigência de concurso e com estabilidade;

VI - prioridade na aquisição da casa própria, para os que não a possuam ou para suas viúvas

ou companheiras;

VII - gratuidade de ingresso nos locais e espetáculos culturais, esportivos e de diversões

patrocinados pelo Estado.

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Art. 11. (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 179/STF, DJ de 28/03/14)

Art. 12. (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 179/STF, DJ de 28/03/14)

I (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 179/STF, DJ de 28/03/14)

II(Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 179/STF, DJ de 28/03/14)

Parágrafo único. No prazo de noventa dias da promulgação da Constituição, o Poder Executivo

procederá à revisão dos direitos dos servidores públicos inativos, pensionistas e dependentes,

e à atualização dos proventos e pensões a eles devidos, a fim de ajustá-los ao disposto no § 3.º

do art. 38 e no § 3.º do art. 41.

Art. 13. (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 179/STF, DJ de 28/03/14)

Art. 14. No prazo máximo de um ano da promulgação da Constituição, o Estado promoverá as

ações discriminatórias das terras devolutas rurais e urbanas.

Parágrafo único. Os imóveis advindos das ações discriminatórias referidas no “caput” destinar-

se-ão a projetos de assentamentos agrários e a comunidades indígenas despojadas de terras

em território tradicional, na zona rural, e projetos de moradia popular, na zona urbana,

ressalvada a indisponibilidade das áreas necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.

Art. 15. Em três anos da promulgação da Constituição, a Assembléia Legislativa revisará todas

as doações, vendas, concessões e permissões de uso de imóveis urbanos e rurais realizadas

no período de 1.º de janeiro de 1962 até a promulgação desta Constituição.

§ 1.º No tocante a vendas e doações, a revisão será feita exclusivamente com base no critério

de legalidade da operação.

§ 2.º Na hipótese de concessões e permissões, a revisão obedecerá aos critérios de legalidade

e de conveniência do interesse público.

§ 3.º Comprovada a ilegalidade ou havendo interesse público, as terras reverterão ao

patrimônio do Estado.

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Art. 16. No prazo de sessenta dias da promulgação da Constituição, o Poder Executivo

nomeará comissão com o encargo de:

I - realizar, no prazo de cento e oitenta dias, levantamento completo e atualizado das terras

públicas urbanas e rurais e das pertencentes a empresas sob controle do Estado, destinando

as não-utilizadas ou subutilizadas a assentamentos de população de baixa renda;

II - (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 179/STF, DJ de 28/03/14)

Parágrafo único. (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 179/STF, DJ de

28/03/14)

Art. 17. Fica criado o Fundo Estadual de Educação, que será regulado por lei no prazo de cento

e oitenta dias da promulgação da Constituição.

Art. 18. No prazo de noventa dias da promulgação da Constituição, a lei redefinirá e

redimensionará as competências da Fundação de Atendimento ao Deficiente e ao

Superdotado no Rio Grande do Sul.

Art. 19. (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 179/STF, DJ de 28/03/14)

Art. 20. No prazo de cento e oitenta dias da promulgação da Constituição, os Municípios de

Viamão e Porto Alegre, à luz do Decreto-Lei nº 506, de 09-07-1902, e do Decreto-Lei nº 720, de

29-12-44, firmarão termo de demarcação dos respectivos territórios, sob a intermediação do

Estado.

Art. 21. As vagas de Conselheiro do Tribunal de Contas serão preenchidas: a primeira e a

segunda por indicação da Assembléia Legislativa; a terceira e a quarta por indicação do

Governador do Estado, conforme o art. 74; a quinta, a sexta por indicação da Assembléia

Legislativa; após, repetir-se-á a mesma ordem.

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Art. 22. Fica provisoriamente atribuída aos Municípios que participavam da arrecadação do

Imposto Único sobre Minerais, de competência da União, igual parcela de retorno do Imposto

sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte Interestadual

e Intermunicipal e de Comunicação, sem prejuízo dos demais repasses a serem efetuados pelo

Estado, na forma da lei.

Parágrafo único. Aplicar-se-á o disposto neste artigo até que as operações realizadas pelos

contribuintes que se dedicam à extração de produtos de origem mineral sejam consideradas

na composição dos índices de retorno do ICMS aos Municípios.

Art. 23. Até cento e oitenta dias da promulgação da Constituição, serão criados e instalados

pelo menos cinco juizados regionais de menores, com estrutura semelhante à do Juizado de

Menores da Capital, titulados por Juiz de Direito da mais alta entrância do interior do Estado.

Parágrafo único. Lei de iniciativa do Presidente do Tribunal de Justiça do Estado determinará a

localização dos juizados, seu quadro de pessoal e os Municípios abrangidos na competência de

cada um, e introduzirá modificação no Código de Organização Judiciária no sentido de que seja

exclusiva do Juiz de Menores Regional, na área de sua jurisdição, a competência para decidir

sobre fatos praticados por menores de dezoito anos qualificados como infração penal, e

outras que julgar convenientes.

Art. 24. Enquanto não aprovada a lei complementar relativa à Advocacia-Geral do Estado

prevista no art. 114, ficam mantidas separadas de sua Procuradoria-Geral as consultorias

jurídicas da administração autárquica do Estado, desde que estas, anteriormente à data da

promulgação da Constituição Federal, tenham tido órgãos distintos para o exercício das

funções pertinentes.

Art. 25. Enquanto não aprovada a lei complementar relativa à Coordenadoria-Geral de

Perícias, os Institutos de Criminalística, Médico-Legal e de Identificação continuarão a exercer

suas atividades na área das respectivas atribuições.

§ 1.º O Governador do Estado, no prazo de cento e oitenta dias da promulgação da

Constituição, encaminhará à Assembléia Legislativa projeto de lei complementar dispondo

sobre a organização e funcionamento da Coordenadoria-Geral de Perícias.

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§ 2.º Aos servidores públicos admitidos mediante concurso público, lotados e em exercício nos

Institutos referidos no “caput” à época da promulgação da Constituição, será facultada a

opção, de forma irretratável, entre as carreiras de igual padrão e nível desses Institutos e da

Coordenadoria-Geral de Perícias, nos termos da lei complementar.

Art. 26. (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 179/STF, DJ de 28/03/14)

Art. 27. Lei a ser editada em cento e oitenta dias da promulgação da Constituição disporá

sobre a transferência de áreas urbanas pertencentes ao Estado aos moradores de baixa renda

que as tenham ocupado, sem oposição judicial, por prazo igual ou superior a cinco anos.

Parágrafo único. A lei a que se refere este artigo regulamentará a destinação das áreas

urbanas ociosas pertencentes à administração direta e indireta, preferencialmente para

utilização em programas habitacionais para famílias de baixa renda que não sejam

proprietárias de imóvel.

Art. 28. (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 179/STF, DJ de 28/03/14)

Art. 29. . (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 179/STF, DJ de 28/03/14)

Art. 30. (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 179/STF, DJ de 28/03/14)

Art. 31. (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 179/STF, DJ de 28/03/14)

Art. 32. No prazo de quatro anos da promulgação da Constituição, o Estado realizará o

reassentamento dos pequenos agricultores assentados em áreas colonizadas ilegalmente pelo

Estado situadas em terras indígenas.

Art. 33. Lei a ser editada no prazo de cento e oitenta dias da promulgação da Constituição

estabelecerá os critérios e prazos para que todas as propriedades rurais, independentemente

das respectivas áreas, passem a ter um mínimo de dez por cento de sua superfície total

ocupada por cobertura florestal, preferentemente com espécies nativas.

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Art. 34. No prazo de um ano da promulgação de sua Lei Orgânica, os Municípios, para

habilitar-se ao recebimento de recursos do Estado, excetuados aqueles a serem transferidos,

deverão preencher estes requisitos básicos:

I - comprovar a aplicação de no mínimo vinte e cinco por cento de sua receita com arrecadação

de impostos, incluída a proveniente de transferências, no ensino pré-escolar e fundamental;

II - comprovar a existência e funcionamento de plano de carreira e de Conselho Municipal de

Educação, criados por lei;

III - ter planos municipais de educação, de duração plurianual, aprovados pelo Conselho

Municipal de Educação.

Art. 35. Dentro de cento e oitenta dias a contar da publicação da Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional, será promulgada a lei do sistema estadual de ensino, estabelecendo a

articulação deste com os sistemas municipais.

Art. 36. Dentro de cento e oitenta dias a contar da promulgação desta Constituição, será

editada a lei de que trata o art. 207.

Art. 37. O Estado implementará, a partir de 1990, o plano emergencial de erradicação do

analfabetismo, valendo-se de meios existentes no sistema estadual de ensino e de recursos

comunitários.

Art. 38. (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 179/STF, DJ de 28/03/14)

Art. 39. Até o ano 2000, o Estado promoverá saúde a toda a sua população, no âmbito do

atendimento primário, nos termos do compromisso assumido pelo Brasil junto à Organização

Mundial de Saúde, de acordo com a Declaração de Alma Atha.

Art. 40. No prazo de cento e oitenta dias da promulgação da Constituição, serão editados:

I - Código Estadual do Meio Ambiente;

II - Código Estadual de Uso e Manejo do Solo Agrícola;

III - Código Estadual Florestal.

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Parágrafo único. Os Códigos a que se refere este artigo unificarão as normas estaduais sobre

as respectivas matérias, dispondo, inclusive, sobre caça, pesca, fauna e flora, proteção da

natureza, dos cursos d'água e dos recursos naturais, e sobre controle da poluição, definindo

também infrações, penalidades e demais procedimentos peculiares.

Art. 41. O Estado manterá, em sua administração indireta, instituição de fomento ao seu

desenvolvimento econômico e social, tendo como principais objetivos:

I - o repasse dos recursos necessários ao financiamento da atividade pública e privada,

mediante concessão de créditos de médio e longo prazos, principalmente para as regiões

menos favorecidas do Estado;

II - o apoio à pequena economia privada, mediante a concessão de empréstimos diferenciados

às microempresas e empresas de pequeno porte, tal como definidas em lei, garantindo-lhes,

desta forma, meios de crescimento e permanência no mercado;

III - a criação de programas de financiamento à habitação popular, à capacitação tecnológica e

de conservação do meio ambiente;

IV - o incremento da produção agropecuária, por meio da concessão de financiamentos

compatíveis com as atividades executadas por este setor;

V - o suprimento dos recursos necessários à realização de projetos de caráter social e

comunitário, principalmente daqueles que visem a gerar empregos e melhorar as condições

de vida das parcelas menos favorecidas da população ou que objetivem diminuir as

desigualdades sociais entre as diversas regiões do Estado.

Parágrafo único. A Caixa Estadual S.A. - Agência de Desenvolvimento poderá, ainda, realizar

quaisquer outras operações compatíveis com a sua natureza de instituição de fomento,

observadas as normas aplicáveis à matéria, especialmente aquelas fixadas pelo Banco Central

do Brasil.

Art. 42. A lei não poderá excluir os servidores ferroviários de qualquer direito, garantia ou

vantagem que forem assegurados aos servidores públicos.

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Art. 43. A autarquia concessionária dos serviços portuários e hidroviários continuará

adotando, para os atuais servidores, a legislação portuária federal, com quadro próprio, e

política salarial do poder concedente.

Art. 44. No prazo de noventa dias da promulgação da Constituição, o Estado regulamentará o

Sistema Estadual de Defesa do Consumidor, estabelecendo sua composição mediante consulta

às entidades representativas da sociedade civil, conforme previsto no “caput” e inciso I do art.

267.

Art. 45. (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 192/STF, DJ de 06/09/01)

Art. 46. Toda restrição, limitação, vedação ou redução de direitos, prerrogativas e vantagens

estabelecida nesta Constituição vigorará respeitados os direitos reconhecidos pela legislação

vigente à data de sua promulgação e as situações juridicamente consolidadas.

Art. 47. No prazo de cento e oitenta dias da promulgação da Constituição, o Estado

promoverá, no âmbito da administração direta e indireta, concurso público de provas e títulos

para provimento dos cargos cujas atribuições são exercidas por servidor público efetivo em

desvio de função.

§ 1.º O período de exercício das atribuições correspondentes ao cargo a ser provido na forma

referida neste artigo será considerado como título, na proporção de vinte a sessenta por cento

dos pontos da prova.

§ 2.º Aos servidores públicos e às chefias imediatas compete comunicar, no prazo de trinta

dias da promulgação da Constituição, diretamente à Secretaria de Recursos Humanos e

Modernização Administrativa, a ocorrência dos casos característicos de desvio de função.

Art. 48. O membro do magistério público estadual detentor de dois cargos ou de um cargo e

uma função poderá optar pelo regime de quarenta horas semanais de trabalho, desde que o

requeira, exonerando-se de um cargo ou uma função, nos termos a serem definidos em lei, no

prazo de noventa dias da data da promulgação da Constituição.

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Art. 49. No prazo de cento e vinte dias da promulgação da Constituição, a lei definirá a forma e

os casos em que o Estado reconhecerá a relação de emprego com as pessoas que, na data da

instalação da Assembléia Constituinte do Estado, prestavam, regular e permanentemente,

serviços administrativos e de manutenção e conservação nos estabelecimentos de ensino

público estadual, diretamente ou através de círculos de pais e mestres.

§ 1.º O tempo de serviço dos servidores referidos neste artigo será contado como título, na

forma da lei, quando se submeterem a concurso público para fins de efetivação.

§ 2.º Ficam excluídas da previsão do “caput” as pessoas contratadas por empresas prestadoras

de serviços ou vinculadas a outros entes públicos.

§ 3.º As atividades nos estabelecimentos de ensino público estadual somente serão atribuídas

a servidores públicos concursados, ressalvados aqueles que desempenhavam, na data da

instalação da Assembléia Constituinte do Estado, as atividades referidas no “caput”.

Art. 50. (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 179/STF, DJ de 28/03/14)

Art. 51. Fica reaberto o prazo, por trezentos e sessenta dias a contar da promulgação da

Constituição, para que os funcionários públicos e servidores públicos ferroviários aposentados

por invalidez possam pedir revisão de suas aposentadorias com o fim de enquadrá-las, se

houver amparo legal, como provenientes de acidente de trabalho, moléstias profissionais ou

outras moléstias especificadas em lei.

Art. 52. O Estado complementará, segundo as regras aplicáveis aos dependentes dos

membros do Ministério Público, as pensões dos dependentes dos membros do órgão

estruturado de acordo com o art. 32 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da

Constituição Estadual de 1947.

Art. 53. É assegurada a aposentadoria facultativa com proventos integrais aos magistrados

que, até 05 de outubro de 1988, hajam completado trinta anos de serviço, independentemente

do tempo de exercício efetivo na judicatura.

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Art. 54. No prazo de noventa dias após a conclusão e divulgação dos resultados do

recenseamento de 1990, a ser realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o

Poder Executivo apresentará à Assembléia Legislativa projeto de lei redimensionando os

critérios de partilha do ICMS aos Municípios.

Art. 55. A regionalização do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e dos orçamentos

anuais, determinada nos §§ 1.º e 8.º do art. 149, será cumprida de forma progressiva, no que

tange à distribuição dos recursos, no prazo de até cinco anos, com exclusão dos dispêndios

que, por sua própria natureza, não comportam subdivisões espaciais.

Art. 56. A lei que instituir o plano plurianual deverá prever, nos próximos vinte anos, recursos

destinados a programas de despoluição do rio Guaíba e demais rios da Região Metropolitana e

à manutenção da potabilidade e balneabilidade restabelecidas.

Parágrafo único. A lei de diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais especificarão os

recursos necessários, anualmente, para a implementação do programa previsto neste artigo.

Art. 57. No prazo de cento e oitenta dias da promulgação da Constituição, o Poder Executivo

enviará ao Poder Legislativo projeto de lei sobre estatuto próprio dos servidores públicos

militares, dispondo, entre outras matérias, sobre o sistema de promoção, inclusive de cabos e

soldados, a exemplo do previsto para as demais patentes da Corporação.

Art. 57-A. O Corpo de Bombeiros Militar, previsto nos arts. 46, 52, 60, 82, 104, 124, 127, 130 e

131 da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul, fica constituído mediante o

desmembramento do Corpo de Bombeiros Militar da Brigada Militar, na forma da lei

complementar.

§ 1.º A forma e os prazos do desmembramento patrimonial, financeiro e orçamentário do

Corpo de Bombeiros Militar da Brigada Militar serão definidos em lei, a qual estabelecerá

cronograma para o término do processo com data limite de 2 de julho de 2016.

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§ 2.º Em até 120 (cento e vinte) dias, o Governador do Estado encaminhará à Assembleia

Legislativa projeto de lei complementar dispondo sobre a organização básica, fixação de

efetivo, forma de opção e os requisitos para que os(as) oficiais(las) e as praças da Brigada

Militar passem a integrar o Corpo de Bombeiros Militar e demais regulamentos do Corpo de

Bombeiros Militar, aplicando-se a esta Corporação a legislação vigente para a Brigada Militar

até a publicação da nova legislação.

§ 3.º O prazo para que os(as) Oficiais(las) do Quadro de Oficiais de Estado Maior (QOEM)

possuidores(as) de Curso de Especialização em Bombeiro ou equivalente, os(as) Oficiais(las) do

Quadro de Tenentes de Polícia Militar (QTPM) oriundos da QPM-2, as Praças da Qualificação

Policial Militar 1 (QPM-1) possuidores(as) de curso de mergulho ou cinófilo, reconhecidos pelo

Corpo de Bombeiros Militar e os atuais alunos(as)-oficiais(las) optem por integrar o Corpo de

Bombeiros Militar será de até 90 (noventa) dias após publicação da legislação complementar

que trate do assunto.

§ 4.º Fica assegurado o número de vagas necessárias para absorver todos(as) os(as) optantes

por integrarem os Quadros do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio Grande do Sul.

§ 5.º Enquanto não forem elaboradas as leis de organização básica e de fixação de efetivo do

Corpo de Bombeiros Militar e demais leis que regulamentem as atividades da Corporação, o

Corpo de Bombeiros Militar manterá a estrutura e o efetivo das unidades e frações de

bombeiros previstos até a data da promulgação desta Emenda Constitucional, valendo-se das

estruturas de saúde e de assistência social da Brigada Militar e demais serviços assegurados

pelas leis em vigor.

Art. 58. Aplicam-se aos servidores militares integrantes dos quadros de especialistas que

desempenharam cargos de chefia as disposições previstas no inciso VI do § 1.º e nos §§ 2.º e

3.º do art. 19 da Lei nº 6.196, com a alteração que lhe foi dada pela Lei nº 8.198, de 03-11-1986.

Art. 59. Aplica-se, aos servidores militares reformados na forma que era prevista nos arts. 53,

§ 1.º, alínea c, “in fine”, e 77 do Decreto-Lei nº 830, de 06-07-45, no art. 123 da Lei nº 6.195-71 e

no art. 80, nº 4, da Lei nº 6.196, de 15-01-71, a vantagem pecuniária prevista no art. 114, § 2.º e

incisos, da Lei nº 7.138, de 30-01-78.

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Art. 60. (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 179/STF, DJ de 28/03/14)

Art. 61. (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 179/STF, DJ de 28/03/14)

Art. 62. No prazo de cento e vinte dias da promulgação da Constituição, será editada a lei

complementar de que trata o art. 236.

Art. 63. (Declarada a inconstitucionalidade do dispositivo na ADI n.º 179/STF, DJ de 28/03/14)

Parágrafo único. A partir da vigência da lei prevista no “caput”, o perímetro urbano do distrito

de CR-1, criado pela Lei municipal nº 079-85, passará à administração do Município de

Palmares do Sul.

Art. 64. No ano de 1991, o Estado realizará, com a cooperação das entidades de classe

correspondentes, um censo geral dos servidores dos Poderes Legislativo, Executivo e

Judiciário, e das entidades da administração indireta e respectivas subsidiárias, publicando os

resultados numéricos no Diário Oficial do Estado.

Art. 65. No ano de 1991, o prazo previsto no art. 152, § 8.º, inciso I, terá seu termo final em 30

de abril.

Art. 66. Todos os Municípios receberão, gratuita e diariamente, um exemplar do Diário Oficial

do Estado, para ser posto à disposição da respectiva comunidade em local de amplo acesso.

Art. 67. No prazo máximo de um ano da promulgação da Constituição, o Governo do Estado

mandará imprimir e distribuirá, gratuitamente, exemplares desta Constituição às escolas

estaduais e municipais, às Universidades, bibliotecas, entidades sindicais, associações de

moradores e a outras entidades da sociedade civil, para facilitar o acesso dos cidadãos ao

texto constitucional rio-grandense.

Curso On-line para 126


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CÓDIGO PENAL
DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o art. 180 da Constituição,

decreta a seguinte Lei:

PARTE GERAL

TÍTULO I

DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL

Anterioridade da Lei

Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.

Lei penal no tempo

Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,

cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.

Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos

anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

Lei excepcional ou temporária

Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou

cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua

vigência.

Tempo do crime

Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja

o momento do resultado.

Curso On-line para 127


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Territorialidade

Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito

internacional, ao crime cometido no território nacional.

§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as

embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro

onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras,

mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo

correspondente ou em alto-mar.

§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou

embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território

nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do

Brasil.

Lugar do crime

Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo

ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

Extraterritorialidade

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:

I - os crimes:

a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;

b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de

Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação

instituída pelo Poder Público;

c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;

d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;

II - os crimes:

a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;

b) praticados por brasileiro;

c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,

quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.

Curso On-line para 128


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§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou

condenado no estrangeiro.

§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes

condições:

a) entrar o agente no território nacional;

b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;

c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;

d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;

e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a

punibilidade, segundo a lei mais favorável.

§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora

do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:

a) não foi pedida ou foi negada a extradição;

b) houve requisição do Ministro da Justiça.

Pena cumprida no estrangeiro

Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime,

quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

Eficácia de sentença estrangeira

Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as

mesmas conseqüências, pode ser homologada no Brasil para:

I - obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis;

II - sujeitá-lo a medida de segurança.

Parágrafo único - A homologação depende:

a) para os efeitos previstos no inciso I, de pedido da parte interessada;

b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade

judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça.

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Contagem de prazo

Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os

anos pelo calendário comum.

Frações não computáveis da pena

Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as

frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro.

Legislação especial

Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se

esta não dispuser de modo diverso.

TÍTULO II

DO CRIME

Relação de causalidade

Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe

deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.

Superveniência de causa independente

§ 1º - A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por

si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.

Relevância da omissão

§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o

resultado. O dever de agir incumbe a quem:

a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;

b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;

c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

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Art. 14 - Diz-se o crime:

Crime consumado

I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;

Tentativa

II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade

do agente.

Pena de tentativa

Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena

correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.

Desistência voluntária e arrependimento eficaz

Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o

resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.

Arrependimento posterior

Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou

restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a

pena será reduzida de um a dois terços.

Crime impossível

Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta

impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.

Art. 18 - Diz-se o crime:

Crime doloso

I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;

Crime culposo

II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou

imperícia.

Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto

como crime, senão quando o pratica dolosamente.

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Agravação pelo resultado

Art. 19 - Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o agente que o houver

causado ao menos culposamente.

Erro sobre elementos do tipo

Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a

punição por crime culposo, se previsto em lei.

Descriminantes putativas

§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe

situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o

erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.

Erro determinado por terceiro

§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro.

Erro sobre a pessoa

§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se

consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra

quem o agente queria praticar o crime.

Erro sobre a ilicitude do fato

Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável,

isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.

Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência

da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.

Coação irresistível e obediência hierárquica

Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não

manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.

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Exclusão de ilicitude

Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:

I - em estado de necessidade;

II - em legítima defesa;

III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

Excesso punível

Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso

doloso ou culposo.

Estado de necessidade

Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo

atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou

alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.

§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.

§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser

reduzida de um a dois terços.

Legítima defesa

Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios

necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

Parágrafo único. Observados os requisitos previstos no caput deste artigo, considera-se

também em legítima defesa o agente de segurança pública que repele agressão ou risco de

agressão a vítima mantida refém durante a prática de crimes.

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TÍTULO III

DA IMPUTABILIDADE PENAL

Inimputáveis

Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental

incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de

entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Redução de pena

Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de

perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não

era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo

com esse entendimento.

Menores de dezoito anos

Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às

normas estabelecidas na legislação especial.

Emoção e paixão

Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:

I - a emoção ou a paixão;

Embriaguez

II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.

§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito

ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o

caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente

de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena

capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse

entendimento.

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TÍTULO IV

DO CONCURSO DE PESSOAS

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,

na medida de sua culpabilidade.

§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a

um terço.

§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a

pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o

resultado mais grave.

Circunstâncias incomunicáveis

Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando

elementares do crime.

Casos de impunibilidade

Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em

contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

TÍTULO V

DAS PENAS

CAPÍTULO I

DAS ESPÉCIES DE PENA

Art. 32 - As penas são:

I - privativas de liberdade;

II - restritivas de direitos;

III - de multa.

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SEÇÃO I

DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

Reclusão e detenção

Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A

de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime

fechado.

§ 1º - Considera-se:

a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;

b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento

similar;

c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.

§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo

o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de

transferência a regime mais rigoroso:

a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime

fechado;

b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8

(oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;

c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá,

desde o início, cumpri-la em regime aberto.

§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos

critérios previstos no art. 59 deste Código.

§ 4º O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do

cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do

produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais.

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Regras do regime fechado

Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame

criminológico de classificação para individualização da execução.

§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o repouso

noturno.

§ 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões

ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena.

§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas.

Regras do regime semi-aberto

Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o

cumprimento da pena em regime semi-aberto.

§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia

agrícola, industrial ou estabelecimento similar.

§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a freqüência a cursos supletivos

profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior.

Regras do regime aberto

Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do

condenado.

§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar

curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período

noturno e nos dias de folga.

§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime

doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamente

aplicada.

Regime especial

Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e

direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste

Capítulo.

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Direitos do preso

Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade, impondo-se

a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral.

Trabalho do preso

Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os benefícios da

Previdência Social.

Legislação especial

Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista nos arts. 38 e 39 deste Código, bem

como especificará os deveres e direitos do preso, os critérios para revogação e transferência

dos regimes e estabelecerá as infrações disciplinares e correspondentes sanções.

Superveniência de doença mental

Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de

custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado.

Detração

Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de

prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em

qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.

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SEÇÃO II

DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

Penas restritivas de direitos

Art. 43. As penas restritivas de direitos são:

I - prestação pecuniária;

II - perda de bens e valores;

III - limitação de fim de semana.

IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas;

V - interdição temporária de direitos;

VI - limitação de fim de semana.

Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade,

quando:

I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido

com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for

culposo;

II – o réu não for reincidente em crime doloso;

III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem

como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.

§ 1º (VETADO)

§ 2º Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por

uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser

substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.

§ 3º Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de

condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha

operado em virtude da prática do mesmo crime.

§ 4º A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o

descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade

a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo

mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.

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§ 5º Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução

penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado

cumprir a pena substitutiva anterior.

Conversão das penas restritivas de direitos

Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma deste

e dos arts. 46, 47 e 48.

§ 1º A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes

ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não

inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O

valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se

coincidentes os beneficiários.

§ 2º No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária

pode consistir em prestação de outra natureza.

§ 3º A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação

especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for

maior – o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro,

em conseqüência da prática do crime.

§ 4º (VETADO)

Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas

Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às

condenações superiores a seis meses de privação da liberdade.

§ 1º A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de

tarefas gratuitas ao condenado.

§ 2º A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais,

escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou

estatais.

§ 3º As tarefas a que se refere o § 1º serão atribuídas conforme as aptidões do condenado,

devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de

modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho.

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§ 4º Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena

substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade

fixada.

Interdição temporária de direitos

Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são:

I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo;

II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação

especial, de licença ou autorização do poder público;

III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo.

IV – proibição de freqüentar determinados lugares.

V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos.

Limitação de fim de semana

Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e

domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento

adequado.

Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e

palestras ou atribuídas atividades educativas.

SEÇÃO III

DA PENA DE MULTA

Multa

Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na

sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360

(trezentos e sessenta) dias-multa.

§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo do

maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse

salário.

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§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção

monetária.

Pagamento da multa

Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em julgado a

sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir

que o pagamento se realize em parcelas mensais.

§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou salário do

condenado quando:

a) aplicada isoladamente;

b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos;

c) concedida a suspensão condicional da pena.

§ 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado

e de sua família.

Conversão da Multa e revogação

Art. 51. Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada perante o juiz

da execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida

ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da

prescrição.

§ 1º - (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

§ 2º - (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)

Suspensão da execução da multa

Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença mental.

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CAPÍTULO II

DA COMINAÇÃO DAS PENAS

Penas privativas de liberdade

Art. 53 - As penas privativas de liberdade têm seus limites estabelecidos na sanção

correspondente a cada tipo legal de crime.

Penas restritivas de direitos

Art. 54 - As penas restritivas de direitos são aplicáveis, independentemente de cominação na

parte especial, em substituição à pena privativa de liberdade, fixada em quantidade inferior a 1

(um) ano, ou nos crimes culposos.

Art. 55. As penas restritivas de direitos referidas nos incisos III, IV, V e VI do art. 43 terão a

mesma duração da pena privativa de liberdade substituída, ressalvado o disposto no § 4º do

art. 46.

Art. 56 - As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste Código, aplicam-se

para todo o crime cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função,

sempre que houver violação dos deveres que lhes são inerentes.

Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código, aplica-se aos crimes

culposos de trânsito.

Pena de multa

Art. 58 - A multa, prevista em cada tipo legal de crime, tem os limites fixados no art. 49 e seus

parágrafos deste Código.

Parágrafo único - A multa prevista no parágrafo único do art. 44 e no § 2º do art. 60 deste

Código aplica-se independentemente de cominação na parte especial.

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CAPÍTULO III

DA APLICAÇÃO DA PENA

Fixação da pena

Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade

do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao

comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para

reprovação e prevenção do crime:

I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;

II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;

III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;

IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se

cabível.

Critérios especiais da pena de multa

Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação

econômica do réu.

§ 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da situação

econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo.

Multa substitutiva

§ 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) meses, pode ser

substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II e III do art. 44 deste Código.

Circunstâncias agravantes

Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam

o crime:

I - a reincidência;

II - ter o agente cometido o crime:

a) por motivo fútil ou torpe;

b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro

crime;

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c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou

tornou impossível a defesa do ofendido;

d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de

que podia resultar perigo comum;

e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;

f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de

hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica;

g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;

h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;

i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;

j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de

desgraça particular do ofendido;

l) em estado de embriaguez preordenada.

Agravantes no caso de concurso de pessoas

Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que:

I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes;

II - coage ou induz outrem à execução material do crime;

III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em

virtude de condição ou qualidade pessoal;

IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.

Reincidência

Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em

julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.

Art. 64 - Para efeito de reincidência:

I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena

e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o

período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação;

II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.

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Circunstâncias atenuantes

Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:

I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na

data da sentença;

II - o desconhecimento da lei;

III - ter o agente:

a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;

b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou

minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;

c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de

autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da

vítima;

d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;

e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.

Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou

posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei.

Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes

Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado

pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos

determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência.

Cálculo da pena

Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida

serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de

diminuição e de aumento.

Parágrafo único - No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte

especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo,

todavia, a causa que mais aumente ou diminua.

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Concurso material

Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais

crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que

haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-

se primeiro aquela.

§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de

liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de

que trata o art. 44 deste Código.

§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá

simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais.

Concurso formal

Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,

idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma

delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se,

entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes

resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.

Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste

Código.

Crime continuado

Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais

crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras

semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe

a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em

qualquer caso, de um sexto a dois terços.

Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou

grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a

conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias,

aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo,

observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.

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Multas no concurso de crimes

Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e integralmente.

Erro na execução

Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de

atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse

praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No

caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do

art. 70 deste Código.

Resultado diverso do pretendido

Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do crime,

sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é previsto

como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 70

deste Código.

Limite das penas

Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a

40 (quarenta) anos.

§ 1º Quando o agente for condenado a penas privativas de liberdade cuja soma seja superior a

40 (quarenta) anos, devem elas ser unificadas para atender ao limite máximo deste artigo.

§ 2º - Sobrevindo condenação por fato posterior ao início do cumprimento da pena, far-se-á

nova unificação, desprezando-se, para esse fim, o período de pena já cumprido.

Concurso de infrações

Art. 76 - No concurso de infrações, executar-se-á primeiramente a pena mais grave.

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CAPÍTULO IV

DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA

Requisitos da suspensão da pena

Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser

suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que:

I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;

II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os

motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;

III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.

§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.

§ 2º A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser

suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de

idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão.

Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao

cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz.

§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46)

ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48).

§ 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as

circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá

substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas

cumulativamente:

a) proibição de freqüentar determinados lugares;

b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz;

c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas

atividades.

Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão,

desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado.

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Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem à multa.

Revogação obrigatória

Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário:

I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso;

II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo

justificado, a reparação do dano;

III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código.

Revogação facultativa

§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição

imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena

privativa de liberdade ou restritiva de direitos.

Prorrogação do período de prova

§ 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se

prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo.

§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período

de prova até o máximo, se este não foi o fixado.

Cumprimento das condições

Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena

privativa de liberdade.

CAPÍTULO V

DO LIVRAMENTO CONDICIONAL

Requisitos do livramento condicional


Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de

liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que:

I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e

tiver bons antecedentes;

II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;

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III - comprovado:

a) bom comportamento durante a execução da pena;

b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses;

c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído; e

d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto;

IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração;

V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo,

prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e

terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.

Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave

ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de

condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinqüir.

Soma de penas

Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se para efeito do

livramento.

Especificações das condições

Art. 85 - A sentença especificará as condições a que fica subordinado o livramento.

Revogação do livramento

Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de

liberdade, em sentença irrecorrível:

I - por crime cometido durante a vigência do benefício;

II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código.

Revogação facultativa

Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir

qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por

crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.

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Efeitos da revogação

Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a

revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta

na pena o tempo em que esteve solto o condenado.

Extinção

Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a

sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do

livramento.

Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena

privativa de liberdade.

CAPÍTULO VI

DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO

Efeitos genéricos e específicos

Art. 91 - São efeitos da condenação:

I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime;

II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé:

a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso,

porte ou detenção constitua fato ilícito;

b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo

agente com a prática do fato criminoso.

§ 1º Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito do

crime quando estes não forem encontrados ou quando se localizarem no exterior.

§ 2º Na hipótese do § 1º, as medidas assecuratórias previstas na legislação processual poderão

abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou acusado para posterior decretação

de perda.

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Art. 91-A. Na hipótese de condenação por infrações às quais a lei comine pena máxima

superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito

do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e

aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito.

§ 1º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do

condenado todos os bens:

I - de sua titularidade, ou em relação aos quais ele tenha o domínio e o benefício direto ou

indireto, na data da infração penal ou recebidos posteriormente; e

II - transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir do

início da atividade criminal.

§ 2º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência

lícita do patrimônio.

§ 3º A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo Ministério Público,

por ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da diferença apurada.

§ 4º Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença apurada e especificar

os bens cuja perda for decretada.

§ 5º Os instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações criminosas e milícias

deverão ser declarados perdidos em favor da União ou do Estado, dependendo da Justiça

onde tramita a ação penal, ainda que não ponham em perigo a segurança das pessoas, a

moral ou a ordem pública, nem ofereçam sério risco de ser utilizados para o cometimento de

novos crimes.

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Art. 92 - São também efeitos da condenação:

I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo:

a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos

crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração

Pública;

b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos

demais casos.

II – a incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos crimes

dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo

poder familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou curatelado;

III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime

doloso.

Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser

motivadamente declarados na sentença.

CAPÍTULO VII

DA REABILITAÇÃO

Reabilitação

Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, assegurando

ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu processo e condenação.

Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da condenação, previstos

no art. 92 deste Código, vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos incisos I e II

do mesmo artigo.

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Art. 94 - A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for

extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, computando-se o período de

prova da suspensão e o do livramento condicional, se não sobrevier revogação, desde que o

condenado:

I - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido;

II - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom

comportamento público e privado;

III - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade de o

fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou

novação da dívida.

Parágrafo único - Negada a reabilitação, poderá ser requerida, a qualquer tempo, desde que o

pedido seja instruído com novos elementos comprobatórios dos requisitos necessários.

Art. 95 - A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o

reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja de

multa.

TÍTULO VI

DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA

Espécies de medidas de segurança

Art. 96. As medidas de segurança são:

I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro

estabelecimento adequado;

II - sujeição a tratamento ambulatorial.

Parágrafo único - Extinta a punibilidade, não se impõe medida de segurança nem subsiste a

que tenha sido imposta.

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Imposição da medida de segurança para inimputável

Art. 97 - Se o agente for inimputável, o juiz determinará sua internação (art. 26). Se, todavia, o

fato previsto como crime for punível com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento

ambulatorial.

Prazo

§ 1º - A internação, ou tratamento ambulatorial, será por tempo indeterminado, perdurando

enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação de periculosidade. O prazo

mínimo deverá ser de 1 (um) a 3 (três) anos.

Perícia médica

§ 2º - A perícia médica realizar-se-á ao termo do prazo mínimo fixado e deverá ser repetida de

ano em ano, ou a qualquer tempo, se o determinar o juiz da execução.

Desinternação ou liberação condicional

§ 3º - A desinternação, ou a liberação, será sempre condicional devendo ser restabelecida a

situação anterior se o agente, antes do decurso de 1 (um) ano, pratica fato indicativo de

persistência de sua periculosidade.

§ 4º - Em qualquer fase do tratamento ambulatorial, poderá o juiz determinar a internação do

agente, se essa providência for necessária para fins curativos.

Substituição da pena por medida de segurança para o semi-imputável

Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art. 26 deste Código e necessitando o condenado

de especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela

internação, ou tratamento ambulatorial, pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos

termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a 4º.

Direitos do internado

Art. 99 - O internado será recolhido a estabelecimento dotado de características hospitalares e

será submetido a tratamento.

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TÍTULO VII

DA AÇÃO PENAL

Ação pública e de iniciativa privada

Art. 100 - A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do

ofendido.

§ 1º - A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige,

de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça.

§ 2º - A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha

qualidade para representá-lo.

§ 3º - A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério

Público não oferece denúncia no prazo legal.

§ 4º - No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial, o

direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente,

descendente ou irmão.

A ação penal no crime complexo

Art. 101 - Quando a lei considera como elemento ou circunstâncias do tipo legal fatos que, por

si mesmos, constituem crimes, cabe ação pública em relação àquele, desde que, em relação a

qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público.

Irretratabilidade da representação

Art. 102 - A representação será irretratável depois de oferecida a denúncia.

Decadência do direito de queixa ou de representação

Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de

representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio

a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que

se esgota o prazo para oferecimento da denúncia.

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Renúncia expressa ou tácita do direito de queixa

Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou

tacitamente.

Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível

com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofendido a indenização

do dano causado pelo crime.

Perdão do ofendido

Art. 105 - O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa,

obsta ao prosseguimento da ação.

Art. 106 - O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito:

I - se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita;

II - se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros;

III - se o querelado o recusa, não produz efeito.

§ 1º - Perdão tácito é o que resulta da prática de ato incompatível com a vontade de prosseguir

na ação.

§ 2º - Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenatória.

TÍTULO VIII

DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

Extinção da punibilidade

Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:

I - pela morte do agente;

II - pela anistia, graça ou indulto;

III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;

IV - pela prescrição, decadência ou perempção;

V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;

VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;

VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

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VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou

circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da

punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da

conexão.

Prescrição antes de transitar em julgado a sentença

Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no §

1º do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada

ao crime, verificando-se:

I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;

II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze;

III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito;

IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro;

V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a

dois;

VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano.

Prescrição das penas restritivas de direito

Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para

as privativas de liberdade.

Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória

Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela

pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um

terço, se o condenado é reincidente.

§ 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação

ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma

hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.

§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.234, de 2010).

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Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a sentença final

Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr:

I - do dia em que o crime se consumou;

II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;

III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência;

IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data

em que o fato se tornou conhecido.

V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código ou

em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse

tempo já houver sido proposta a ação penal.

Termo inicial da prescrição após a sentença condenatória irrecorrível

Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr:

I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que

revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional;

II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva

computar-se na pena.

Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do livramento condicional

Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a

prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena.

Prescrição da multa

Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá:

I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada;

II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a

multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada.

Redução dos prazos de prescrição

Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo

do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.

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Causas impeditivas da prescrição

Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre:

I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da

existência do crime;

II - enquanto o agente cumpre pena no exterior;

III - na pendência de embargos de declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando

inadmissíveis; e

IV - enquanto não cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal.

Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não

corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo.

Causas interruptivas da prescrição

Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:

I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;

II - pela pronúncia;

III - pela decisão confirmatória da pronúncia;

IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis;

V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;

VI - pela reincidência.

§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz

efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do

mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles.

§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo começa

a correr, novamente, do dia da interrupção.

Art. 118 - As penas mais leves prescrevem com as mais graves.

Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de

cada um, isoladamente.

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Perdão judicial

Art. 120 - A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de

reincidência.

PARTE ESPECIAL

TÍTULO I

DOS CRIMES CONTRA A PESSOA

CAPÍTULO I

DOS CRIMES CONTRA A VIDA

Homicídio simples

Art. 121. Matar alguém:

Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

Caso de diminuição de pena

§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou

sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode

reduzir a pena de um sexto a um terço.

Homicídio qualificado

§ 2° Se o homicídio é cometido:

I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;

II - por motivo futil;

III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel,

ou de que possa resultar perigo comum;

IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne

impossivel a defesa do ofendido;

V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:

Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

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Feminicídio

VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:

VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição

Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no

exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente

consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:

VIII - (VETADO):

Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

§ 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:

I - violência doméstica e familiar;

II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

Homicídio culposo

§ 3º Se o homicídio é culposo:

Pena - detenção, de um a três anos.

Aumento de pena

§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de

inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar

imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para

evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se

o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.

§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as

conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal

se torne desnecessária.

§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia

privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.

§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for

praticado:

I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;

II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou

portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade

física ou mental;

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III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima;

IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do

caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.

Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação

Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe

auxílio material para que o faça:

Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.

§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave

ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.

§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.

§ 3º A pena é duplicada:

I - se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil;

II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.

§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede de

computadores, de rede social ou transmitida em tempo real.

§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de grupo ou de rede

virtual.

§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal de natureza

gravíssima e é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por

enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato,

ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo

crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código.

§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos

ou contra quem não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por

qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime de

homicídio, nos termos do art. 121 deste Código.

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Infanticídio

Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo

após:

Pena - detenção, de dois a seis anos.

Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento

Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:

Pena - detenção, de um a três anos.

Aborto provocado por terceiro

Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:

Pena - reclusão, de três a dez anos.

Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:

Pena - reclusão, de um a quatro anos.

Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze

anos, ou é alienada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave

ameaça ou violência

Forma qualificada

Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em

conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão

corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a

morte.

Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:

Aborto necessário

I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

Aborto no caso de gravidez resultante de estupro

II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou,

quando incapaz, de seu representante legal.

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CAPÍTULO II

DAS LESÕES CORPORAIS

Lesão corporal

Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

Lesão corporal de natureza grave

§ 1º Se resulta:

I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;

II - perigo de vida;

III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;

IV - aceleração de parto:

Pena - reclusão, de um a cinco anos.

§ 2° Se resulta:

I - Incapacidade permanente para o trabalho;

II - enfermidade incuravel;

III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;

IV - deformidade permanente;

V - aborto:

Pena - reclusão, de dois a oito anos.

Lesão corporal seguida de morte

§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resultado, nem

assumiu o risco de produzí-lo:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

Diminuição de pena

§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob

o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode

reduzir a pena de um sexto a um terço.

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Substituição da pena

§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de

multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:

I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;

II - se as lesões são recíprocas.

Lesão corporal culposa

§ 6° Se a lesão é culposa:

Pena - detenção, de dois meses a um ano.

Aumento de pena

§ 7º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4º e 6o do

art. 121 deste Código.

§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.

Violência Doméstica

§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro,

ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações

domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.

§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no §

9º deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).

§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for

cometido contra pessoa portadora de deficiência.

§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da

Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança

Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro

ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de

um a dois terços.

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CAPÍTULO III

DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE

Perigo de contágio venéreo

Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de

moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

§ 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 2º - Somente se procede mediante representação.

Perigo de contágio de moléstia grave

Art. 131 - Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado,

ato capaz de produzir o contágio:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Perigo para a vida ou saúde de outrem

Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:

Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.

Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da

saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em

estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais.

Abandono de incapaz

Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por

qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono:

Pena - detenção, de seis meses a três anos.

§ 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena - reclusão, de um a cinco anos.

§ 2º - Se resulta a morte:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

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Aumento de pena

§ 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:

I - se o abandono ocorre em lugar ermo;

II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima.

III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos

Exposição ou abandono de recém-nascido

Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena - detenção, de um a três anos.

§ 2º - Se resulta a morte:

Pena - detenção, de dois a seis anos.

Omissão de socorro

Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança

abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e

iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de

natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial

Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o

preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento

médico-hospitalar emergencial:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta lesão

corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte.

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Maus-tratos

Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância,

para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou

cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer

abusando de meios de correção ou disciplina:

Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.

§ 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena - reclusão, de um a quatro anos.

§ 2º - Se resulta a morte:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

§ 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14

(catorze) anos.

CAPÍTULO IV

DA RIXA

Rixa

Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores:

Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.

Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da

participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.

CAPÍTULO V

DOS CRIMES CONTRA A HONRA

Calúnia

Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.

§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.

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Exceção da verdade

§ 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:

I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por

sentença irrecorrível;

II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;

III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença

irrecorrível.

Difamação

Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Exceção da verdade

Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário

público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.

Injúria

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:

I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;

II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.

§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio

empregado, se considerem aviltantes:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.

§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião,

origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:

Pena - reclusão de um a três anos e multa.

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Disposições comuns

Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos

crimes é cometido:

I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;

II - contra funcionário público, em razão de suas funções;

III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da

difamação ou da injúria.

IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de

injúria.

§ 1º - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em

dobro.

§ 2º - (VETADO).

Exclusão do crime

Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:

I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;

II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a

intenção de injuriar ou difamar;

III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que

preste no cumprimento de dever do ofício.

Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe

dá publicidade.

Retratação

Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da

difamação, fica isento de pena.

Parágrafo único. Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação

utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido,

pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa.

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Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se

julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do

juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.

Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo

quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.

Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I

do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II

do mesmo artigo, bem como no caso do § 3º do art. 140 deste Código.

CAPÍTULO VI

DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL

SEÇÃO I

DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL

Constrangimento ilegal

Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver

reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei

permite, ou a fazer o que ela não manda:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Aumento de pena

§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do crime, se

reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas.

§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência.

§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:

I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu

representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;

II - a coação exercida para impedir suicídio.

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Ameaça

Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de

causar-lhe mal injusto e grave:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.

Seqüestro e cárcere privado

Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado:

Pena - reclusão, de um a três anos.

§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:

I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60

(sessenta) anos;

II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;

III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.

IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos;

V – se o crime é praticado com fins libidinosos.

§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave

sofrimento físico ou moral:

Pena - reclusão, de dois a oito anos.

Redução a condição análoga à de escravo

Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos

forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer

restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o

empregador ou preposto:

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-

lo no local de trabalho;

II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos

pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.

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§ 2º A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:

I – contra criança ou adolescente;

II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem.

Tráfico de Pessoas

Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa,

mediante grave ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de:

I - remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo;

II - submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo;

III - submetê-la a qualquer tipo de servidão;

IV - adoção ilegal; ou

V - exploração sexual.

Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

§ 1º A pena é aumentada de um terço até a metade se:

I - o crime for cometido por funcionário público no exercício de suas funções ou a pretexto de

exercê-las;

II - o crime for cometido contra criança, adolescente ou pessoa idosa ou com deficiência;

III - o agente se prevalecer de relações de parentesco, domésticas, de coabitação, de

hospitalidade, de dependência econômica, de autoridade ou de superioridade hierárquica

inerente ao exercício de emprego, cargo ou função; ou

IV - a vítima do tráfico de pessoas for retirada do território nacional.

§ 2º A pena é reduzida de um a dois terços se o agente for primário e não integrar organização

criminosa.

Curso On-line para 175


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SEÇÃO II

DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO

Violação de domicílio

Art. 150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa

ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

§ 1º - Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de

violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.

§ 2º - (Revogado pela Lei nº 13.869, de 2019)

§ 3º - Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências:

I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra

diligência;

II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na

iminência de o ser.

§ 4º - A expressão "casa" compreende:

I - qualquer compartimento habitado;

II - aposento ocupado de habitação coletiva;

III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.

§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa":

I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a

restrição do n.º II do parágrafo anterior;

II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.

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SEÇÃO III

DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA

Violação de correspondência

Art. 151 - Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Sonegação ou destruição de correspondência

§ 1º - Na mesma pena incorre:

I - quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora não fechada e, no todo

ou em parte, a sonega ou destrói;

Violação de comunicação telegráfica, radioelétrica ou telefônica

II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza abusivamente comunicação

telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica entre outras pessoas;

III - quem impede a comunicação ou a conversação referidas no número anterior;

IV - quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico, sem observância de disposição

legal.

§ 2º - As penas aumentam-se de metade, se há dano para outrem.

§ 3º - Se o agente comete o crime, com abuso de função em serviço postal, telegráfico,

radioelétrico ou telefônico:

Pena - detenção, de um a três anos.

§ 4º - Somente se procede mediante representação, salvo nos casos do § 1º, IV, e do § 3º.

Correspondência comercial

Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado de estabelecimento comercial ou

industrial para, no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir correspondência,

ou revelar a estranho seu conteúdo:

Pena - detenção, de três meses a dois anos.

Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.

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SEÇÃO IV

DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS

Divulgação de segredo

Art. 153 - Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de

correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa

produzir dano a outrem:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, de trezentos mil réis a dois contos de réis.

§ 1º Somente se procede mediante representação.

§ 1º-A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei,

contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública:

Pena – detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 2º Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal será incondicionada.

Violação do segredo profissional

Art. 154 - Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função,

ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa de um conto a dez contos de réis.

Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.

Invasão de dispositivo informático

Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores,

mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou

destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou

instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

§ 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou

programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput.

§ 2º Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico.

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§ 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas,

segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle

remoto não autorizado do dispositivo invadido:

Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime

mais grave.

§ 4º Na hipótese do § 3º, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação,

comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações

obtidos.

§ 5º Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra:

I - Presidente da República, governadores e prefeitos;

II - Presidente do Supremo Tribunal Federal;

III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de

Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou

IV - dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou do

Distrito Federal.

Ação penal

Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante representação,

salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos

Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias

de serviços públicos.

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TÍTULO II

DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

CAPÍTULO I

DO FURTO

Furto

Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.

§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a

pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena

de multa.

§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor

econômico.

Furto qualificado

§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:

I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;

II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;

III - com emprego de chave falsa;

IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.

§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de

explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.

§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que

venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.

§ 6º A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente

domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração.

§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se a subtração for de

substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou isoladamente, possibilitem sua

fabricação, montagem ou emprego.

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Furto de coisa comum

Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem

legitimamente a detém, a coisa comum:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

§ 1º - Somente se procede mediante representação.

§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que

tem direito o agente.

CAPÍTULO II

DO ROUBO E DA EXTORSÃO

Roubo

Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou

violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de

resistência:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência

contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da

coisa para si ou para terceiro.

§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:

I – (revogado);

II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;

III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.

IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado

ou para o exterior;

V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.

VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que, conjunta ou

isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou emprego.

VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma branca;

§ 2º-A A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços):

I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;

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II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de explosivo ou de

artefato análogo que cause perigo comum.

§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de uso

restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista no caput deste artigo.

§ 3º Se da violência resulta:

I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;

II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.

Extorsão

Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter

para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de

fazer alguma coisa:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se

a pena de um terço até metade.

§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior.

§ 3º Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é

necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12

(doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas

previstas no art. 159, §§ 2º e 3o, respectivamente.

Extorsão mediante seqüestro

Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem,

como condição ou preço do resgate:

Pena - reclusão, de oito a quinze anos..

§ 1º Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18

(dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.

Pena - reclusão, de doze a vinte anos.

§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.

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§ 3º - Se resulta a morte:

Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.

§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade,

facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.

Extorsão indireta

Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém,

documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

CAPÍTULO III

DA USURPAÇÃO

Alteração de limites

Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de linha

divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia:

Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.

§ 1º - Na mesma pena incorre quem:

Usurpação de águas

I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias;

Esbulho possessório

II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas

pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.

§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta cominada.

§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente se procede

mediante queixa.

Supressão ou alteração de marca em animais

Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal

indicativo de propriedade:

Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.

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CAPÍTULO IV

DO DANO

Dano

Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Dano qualificado

Parágrafo único - Se o crime é cometido:

I - com violência à pessoa ou grave ameaça;

II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais

grave

III - contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de autarquia,

fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária

de serviços públicos;

IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:

Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia

Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem consentimento de quem de

direito, desde que o fato resulte prejuízo:

Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, ou multa.

Dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico

Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade competente em

virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Alteração de local especialmente protegido

Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de local especialmente

protegido por lei:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

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Ação penal

Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art. 164, somente se

procede mediante queixa.

CAPÍTULO V

DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA

Apropriação indébita

Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aumento de pena

§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:

I - em depósito necessário;

II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou

depositário judicial;

III - em razão de ofício, emprego ou profissão.

Apropriação indébita previdenciária

Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos

contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem deixar de:

I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social

que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do

público;

II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas

contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços;

III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido

reembolsados à empresa pela previdência social.

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§ 2º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o

pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à

previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.

§ 3º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for

primário e de bons antecedentes, desde que:

I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento

da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou

II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele

estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o

ajuizamento de suas execuções fiscais.

§ 4º A faculdade prevista no § 3º deste artigo não se aplica aos casos de parcelamento de

contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele estabelecido,

administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.

Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza

Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou

força da natureza:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Parágrafo único - Na mesma pena incorre:

Apropriação de tesouro

I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que

tem direito o proprietário do prédio;

Apropriação de coisa achada

II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de

restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no

prazo de quinze dias.

Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, § 2º.

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CAPÍTULO VI

DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES

Estelionato

Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou

mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis.

§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena

conforme o disposto no art. 155, § 2º.

§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:

Disposição de coisa alheia como própria

I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria;

Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria

II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de

ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em

prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;

Defraudação de penhor

III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia

pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;

Fraude na entrega de coisa

IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém;

Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro

V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde,

ou agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor

de seguro;

Fraude no pagamento por meio de cheque

VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o

pagamento.

§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de

direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência.

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Estelionato contra idoso

§ 4º Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso.

§ 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima for:

I - a Administração Pública, direta ou indireta;

II - criança ou adolescente;

III - pessoa com deficiência mental; ou

IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz.

Duplicata simulada

Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria

vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado.

Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrerá aquêle que falsificar ou adulterar a escrituração

do Livro de Registro de Duplicatas.

Abuso de incapazes

Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão ou inexperiência de

menor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática

de ato suscetível de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Induzimento à especulação

Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da simplicidade ou

inferioridade mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação

com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

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Fraude no comércio

Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ou consumidor:

I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;

II - entregando uma mercadoria por outra:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de metal ou substituir, no

mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa por

verdadeira; vender, como precioso, metal de ou outra qualidade:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º.

Outras fraudes

Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de

transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento:

Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa.

Parágrafo único - Somente se procede mediante representação, e o juiz pode, conforme as

circunstâncias, deixar de aplicar a pena.

Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade por ações

Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações, fazendo, em prospecto ou em

comunicação ao público ou à assembléia, afirmação falsa sobre a constituição da sociedade,

ou ocultando fraudulentamente fato a ela relativo:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, se o fato não constitui crime contra a economia

popular.

§ 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime contra a economia popular:

I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que, em prospecto, relatório,

parecer, balanço ou comunicação ao público ou à assembléia, faz afirmação falsa sobre as

condições econômicas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a

elas relativo;

II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer artifício, falsa cotação das ações

ou de outros títulos da sociedade;

Curso On-line para 189


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III - o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade ou usa, em proveito próprio ou

de terceiro, dos bens ou haveres sociais, sem prévia autorização da assembléia geral;

IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da sociedade, ações por ela

emitidas, salvo quando a lei o permite;

V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social, aceita em penhor ou em caução

ações da própria sociedade;

VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em desacordo com este, ou mediante

balanço falso, distribui lucros ou dividendos fictícios;

VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou conluiado com acionista,

consegue a aprovação de conta ou parecer;

VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;

IX - o representante da sociedade anônima estrangeira, autorizada a funcionar no País, que

pratica os atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao Governo.

§ 2º - Incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, e multa, o acionista que, a fim

de obter vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas deliberações de assembléia

geral.

Emissão irregular de conhecimento de depósito ou "warrant"

Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em desacordo com disposição legal:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Fraude à execução

Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens, ou

simulando dívidas:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa.

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CAPÍTULO VII

DA RECEPTAÇÃO

Receptação

Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio,

coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba

ou oculte:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Receptação qualificada

§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar,

remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio,

no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime:

Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.

§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de

comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência.

§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o

preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas.

§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de

que proveio a coisa.

§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as

circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do

art. 155.

§ 6º Tratando-se de bens do patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município

ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou

empresa concessionária de serviços públicos, aplica-se em dobro a pena prevista

no caput deste artigo.

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Receptação de animal

Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito ou vender, com a

finalidade de produção ou de comercialização, semovente domesticável de produção, ainda

que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de crime:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

CAPÍTULO VIII

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em

prejuízo:

I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;

II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.

Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é

cometido em prejuízo:

I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;

II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;

III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:

I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça

ou violência à pessoa;

II - ao estranho que participa do crime.

III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

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TÍTULO III

DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL

CAPÍTULO I

DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL

Violação de direito autoral

Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.

§ 1º Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou

indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou

fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do

produtor, conforme o caso, ou de quem os represente:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 2º Na mesma pena do § 1º incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui,

vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou

cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do

direito de artista intérprete ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda,

aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos

titulares dos direitos ou de quem os represente.

§ 3º Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, fibra ótica, satélite,

ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou

produção para recebê-la em um tempo e lugar previamente determinados por quem formula

a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o

caso, do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem os

represente:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 4º O disposto nos §§ 1º, 2o e 3o não se aplica quando se tratar de exceção ou limitação ao

direito de autor ou os que lhe são conexos, em conformidade com o previsto na Lei nº 9.610,

de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia de obra intelectual ou fonograma, em um só

exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto.

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Usurpação de nome ou pseudônimo alheio

Art. 185 - (Revogado pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)

Art. 186. Procede-se mediante:

I – queixa, nos crimes previstos no caput do art. 184;

II – ação penal pública incondicionada, nos crimes previstos nos §§ 1º e 2o do art. 184;

III – ação penal pública incondicionada, nos crimes cometidos em desfavor de entidades de

direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação

instituída pelo Poder Público;

IV – ação penal pública condicionada à representação, nos crimes previstos no § 3º do art.

184.

CAPÍTULO II

DOS CRIMES CONTRA O PRIVILÉGIO DE INVENÇÃO

Violação de privilégio de invenção

Art 187. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)

Falsa atribuição de privilégio

Art 188. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)

Usurpação ou indevida exploração de modelo ou desenho privilegiado

Art. 189. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)

Falsa declaração de depósito em modelo ou desenho

Art. 190.(Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)

Art. 191. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)

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CAPÍTULO III

DOS CRIMES CONTRA AS MARCAS DE INDÚSTRIA E COMÉRCIO

Violação do direito de marca

Art. 192. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)

Uso indevido de armas, brasões e distintivos públicos

Art. 193. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)

Marca com falsa indicação de procedência

Art. 194. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)

Art. 195. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)

CAPÍTULO IV

DOS CRIMES DE CONCORRÊNCIA DESLEAL

Concorrência desleal

Art. 196. (Revogado pela Lei nº 9.279, de 14.5.1996)

TÍTULO IV

DOS CRIMES CONTRA A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Atentado contra a liberdade de trabalho

Art. 197 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça:

I - a exercer ou não exercer arte, ofício, profissão ou indústria, ou a trabalhar ou não trabalhar

durante certo período ou em determinados dias:

Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência;

II - a abrir ou fechar o seu estabelecimento de trabalho, ou a participar de parede ou

paralisação de atividade econômica:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.

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Atentado contra a liberdade de contrato de trabalho e boicotagem violenta

Art. 198 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a celebrar contrato de

trabalho, ou a não fornecer a outrem ou não adquirir de outrem matéria-prima ou produto

industrial ou agrícola:

Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.

Atentado contra a liberdade de associação

Art. 199 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar ou deixar de

participar de determinado sindicato ou associação profissional:

Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.

Paralisação de trabalho, seguida de violência ou perturbação da ordem

Art. 200 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, praticando violência

contra pessoa ou contra coisa:

Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.

Parágrafo único - Para que se considere coletivo o abandono de trabalho é indispensável o

concurso de, pelo menos, três empregados.

Paralisação de trabalho de interesse coletivo

Art. 201 - Participar de suspensão ou abandono coletivo de trabalho, provocando a

interrupção de obra pública ou serviço de interesse coletivo:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Invasão de estabelecimento industrial, comercial ou agrícola. Sabotagem

Art. 202 - Invadir ou ocupar estabelecimento industrial, comercial ou agrícola, com o intuito de

impedir ou embaraçar o curso normal do trabalho, ou com o mesmo fim danificar o

estabelecimento ou as coisas nele existentes ou delas dispor:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

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Frustração de direito assegurado por lei trabalhista

Art. 203 - Frustrar, mediante fraude ou violência, direito assegurado pela legislação do

trabalho:

Pena - detenção de um ano a dois anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

§ 1º Na mesma pena incorre quem:

I - obriga ou coage alguém a usar mercadorias de determinado estabelecimento, para

impossibilitar o desligamento do serviço em virtude de dívida;

II - impede alguém de se desligar de serviços de qualquer natureza, mediante coação ou por

meio da retenção de seus documentos pessoais ou contratuais.

§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa,

gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental.

Frustração de lei sobre a nacionalização do trabalho

Art. 204 - Frustrar, mediante fraude ou violência, obrigação legal relativa à nacionalização do

trabalho:

Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.

Exercício de atividade com infração de decisão administrativa

Art. 205 - Exercer atividade, de que está impedido por decisão administrativa:

Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Aliciamento para o fim de emigração

Art. 206 - Recrutar trabalhadores, mediante fraude, com o fim de levá-los para território

estrangeiro.

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.

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Aliciamento de trabalhadores de um local para outro do território nacional

Art. 207 - Aliciar trabalhadores, com o fim de levá-los de uma para outra localidade do

território nacional:

Pena - detenção de um a três anos, e multa.

§ 1º Incorre na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localidade de execução do

trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer quantia do

trabalhador, ou, ainda, não assegurar condições do seu retorno ao local de origem.

§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa,

gestante, indígena ou portadora de deficiência física ou mental.

TÍTULO V

DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO E CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS

CAPÍTULO I

DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO

Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo

Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa;

impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou

objeto de culto religioso:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo

da correspondente à violência.

CAPÍTULO II

DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS

Impedimento ou perturbação de cerimônia funerária

Art. 209 - Impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo

da correspondente à violência.

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Violação de sepultura

Art. 210 - Violar ou profanar sepultura ou urna funerária:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Destruição, subtração ou ocultação de cadáver

Art. 211 - Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Vilipêndio a cadáver

Art. 212 - Vilipendiar cadáver ou suas cinzas:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

TÍTULO VI

DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL

CAPÍTULO I

DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL

Estupro

Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a

praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.

§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18

(dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.

§ 2º Se da conduta resulta morte:

Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos

Art. 214 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)

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Violação sexual mediante fraude

Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude

ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.

Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se

também multa.

Importunação sexual

Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de

satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui crime mais grave.

Art. 216. (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)

Assédio sexual

Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual,

prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes

ao exercício de emprego, cargo ou função.

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.

Parágrafo único. (VETADO)

§ 2º A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.

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CAPÍTULO I-A

DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL

Registro não autorizado da intimidade sexual

Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de

nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos

participantes:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa.

Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem em fotografia, vídeo, áudio

ou qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou

libidinoso de caráter íntimo.

CAPÍTULO II

DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL

Sedução

Art. 217 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

Estupro de vulnerável

Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze)

anos:

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.

§ 1º Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por

enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato,

ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.

§ 2º (VETADO)

§ 3º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.

§ 4º Se da conduta resulta morte:

Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.

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§ 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo aplicam-se

independentemente do consentimento da vítima ou do fato de ela ter mantido relações

sexuais anteriormente ao crime.

Corrupção de menores

Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.

Parágrafo único. (VETADO).

Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente

Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a

presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de

outrem:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou

adolescente ou de vulnerável.

Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual

alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o

necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a

abandone:

Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.

§ 1º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.

§ 2º Incorre nas mesmas penas:

I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e

maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo;

II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas

referidas no caput deste artigo.

§ 3º Na hipótese do inciso II do § 2º, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da

licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.

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Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de

pornografia

Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir,

publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de comunicação de massa ou

sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que

contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua

prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Aumento de pena

§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o crime é praticado por

agente que mantém ou tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de

vingança ou humilhação.

Exclusão de ilicitude

§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no caput deste artigo em

publicação de natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica com a adoção de recurso

que impossibilite a identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja maior

de 18 (dezoito) anos.

CAPÍTULO III

DO RAPTO

Rapto violento ou mediante fraude

Art. 219 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

Rapto consensual

Art. 220 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

Diminuição de pena

Art. 221 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

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Concurso de rapto e outro crime

Art. 222 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

CAPÍTULO IV

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 223 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)

Art. 224 -(Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)

Ação penal

Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal

pública incondicionada.

Parágrafo único. (Revogado).

Aumento de pena

Art. 226. A pena é aumentada:

I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas;

II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge,

companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título

tiver autoridade sobre ela;

III - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado:

Estupro coletivo

a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes;

Estupro corretivo

b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima.

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CAPÍTULO V

DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE PROSTITUIÇÃO

OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL

Mediação para servir a lascívia de outrem

Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:

Pena - reclusão, de um a três anos.

§ 1º Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente é seu

ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a

quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos.

§ 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:

Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena correspondente à violência.

§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual

Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-

la, impedir ou dificultar que alguém a abandone:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

§ 1º Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro,

tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma,

obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos.

§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena correspondente à violência.

§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Casa de prostituição

Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra exploração

sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Curso On-line para 205


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Rufianismo

Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou

fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos ou se o crime é cometido

por ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador,

preceptor ou empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação

de cuidado, proteção ou vigilância:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

§ 2º Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que

impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da pena correspondente à violência.

Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual

Art. 231.(Revogado pela Lei nº 13.344, de 2016)

Art. 231-A.(Revogado pela Lei nº 13.344, de 2016)

Art. 232 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)

Promoção de migração ilegal

Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o fim de obter vantagem econômica, a entrada

ilegal de estrangeiro em território nacional ou de brasileiro em país estrangeiro:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

§ 1º Na mesma pena incorre quem promover, por qualquer meio, com o fim de obter

vantagem econômica, a saída de estrangeiro do território nacional para ingressar ilegalmente

em país estrangeiro.

§ 2º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) se:

I - o crime é cometido com violência; ou

II - a vítima é submetida a condição desumana ou degradante.

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§ 3º A pena prevista para o crime será aplicada sem prejuízo das correspondentes às infrações

conexas.

CAPÍTULO VI

DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR

Ato obsceno

Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Escrito ou objeto obsceno

Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para fim de comércio, de

distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto

obsceno:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem:

I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos referidos neste artigo;

II - realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação teatral, ou exibição

cinematográfica de caráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que tenha o mesmo

caráter;

III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio, audição ou recitação de

caráter obsceno.

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CAPÍTULO VII

DISPOSIÇÕES GERAIS

Aumento de pena

Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada:

I – (VETADO);

II – (VETADO);

III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez;

IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite à vítima doença sexualmente

transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com

deficiência.

Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo

de justiça.

Art. 234-C. (VETADO).

TÍTULO VII

DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA

CAPÍTULO I

DOS CRIMES CONTRA O CASAMENTO

Bigamia

Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:

Pena - reclusão, de dois a seis anos.

§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa

circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos.

§ 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não a

bigamia, considera-se inexistente o crime.

Curso On-line para 208


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Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento

Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-

lhe impedimento que não seja casamento anterior:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser

intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou

impedimento, anule o casamento.

Conhecimento prévio de impedimento

Art. 237 - Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a

nulidade absoluta:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

Simulação de autoridade para celebração de casamento

Art. 238 - Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento:

Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Simulação de casamento

Art. 239 - Simular casamento mediante engano de outra pessoa:

Pena - detenção, de um a três anos, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.

Adultério

Art. 240 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

CAPÍTULO II

DOS CRIMES CONTRA O ESTADO DE FILIAÇÃO

Registro de nascimento inexistente

Art. 241 - Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente:

Pena - reclusão, de dois a seis anos.

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Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de recém-nascido

Art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-

nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil:

Pena - reclusão, de dois a seis anos.

Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza:

Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena.

Sonegação de estado de filiação

Art. 243 - Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de assistência filho próprio ou

alheio, ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito

inerente ao estado civil:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

CAPÍTULO III

DOS CRIMES CONTRA A ASSISTÊNCIA FAMILIAR

Abandono material

Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18

(dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta)

anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão

alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer

descendente ou ascendente, gravemente enfermo:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior salário

mínimo vigente no País.

Parágrafo único - Nas mesmas penas incide quem, sendo solvente, frustra ou ilide, de

qualquer modo, inclusive por abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento de

pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada.

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Entrega de filho menor a pessoa inidônea

Art. 245 - Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa em cuja companhia saiba ou deva

saber que o menor fica moral ou materialmente em perigo:

Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.

§ 1º - A pena é de 1 (um) a 4 (quatro) anos de reclusão, se o agente pratica delito para obter

lucro, ou se o menor é enviado para o exterior.

§ 2º - Incorre, também, na pena do parágrafo anterior quem, embora excluído o perigo moral

ou material, auxilia a efetivação de ato destinado ao envio de menor para o exterior, com o fito

de obter lucro.

Abandono intelectual

Art. 246 - Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em idade escolar:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Art. 247 - Permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito a seu poder ou confiado à sua

guarda ou vigilância:

I - freqüente casa de jogo ou mal-afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou de má vida;

II - freqüente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor, ou participe de

representação de igual natureza;

III - resida ou trabalhe em casa de prostituição;

IV - mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

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CAPÍTULO IV

DOS CRIMES CONTRA O PÁTRIO PODER, TUTELA CURATELA

Induzimento a fuga, entrega arbitrária ou sonegação de incapazes

Art. 248 - Induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fugir do lugar em que se acha por

determinação de quem sobre ele exerce autoridade, em virtude de lei ou de ordem judicial;

confiar a outrem sem ordem do pai, do tutor ou do curador algum menor de dezoito anos ou

interdito, ou deixar, sem justa causa, de entregá-lo a quem legitimamente o reclame:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Subtração de incapazes

Art. 249 - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua guarda

em virtude de lei ou de ordem judicial:

Pena - detenção, de dois meses a dois anos, se o fato não constitui elemento de outro crime.

§ 1º - O fato de ser o agente pai ou tutor do menor ou curador do interdito não o exime de

pena, se destituído ou temporariamente privado do pátrio poder, tutela, curatela ou guarda.

§ 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu maus-tratos ou

privações, o juiz pode deixar de aplicar pena.

TÍTULO VIII

DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA

CAPÍTULO I

DOS CRIMES DE PERIGO COMUM

Incêndio

Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de

outrem:

Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.

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Aumento de pena

§ 1º - As penas aumentam-se de um terço:

I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou

alheio;

II - se o incêndio é:

a) em casa habitada ou destinada a habitação;

b) em edifício público ou destinado a uso público ou a obra de assistência social ou de cultura;

c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;

d) em estação ferroviária ou aeródromo;

e) em estaleiro, fábrica ou oficina;

f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;

g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;

h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.

Incêndio culposo

§ 2º - Se culposo o incêndio, é pena de detenção, de seis meses a dois anos.

Explosão

Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante

explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de

efeitos análogos:

Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.

§ 1º - Se a substância utilizada não é dinamite ou explosivo de efeitos análogos:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Aumento de pena

§ 2º - As penas aumentam-se de um terço, se ocorre qualquer das hipóteses previstas no § 1º,

I, do artigo anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas no nº II do

mesmo parágrafo.

Modalidade culposa

§ 3º - No caso de culpa, se a explosão é de dinamite ou substância de efeitos análogos, a pena

é de detenção, de seis meses a dois anos; nos demais casos, é de detenção, de três meses a

um ano.

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Uso de gás tóxico ou asfixiante

Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando de gás

tóxico ou asfixiante:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Modalidade Culposa

Parágrafo único - Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosivos ou gás tóxico, ou asfixiante

Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade,

substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua

fabricação:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Inundação

Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de

outrem:

Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou detenção, de seis meses a

dois anos, no caso de culpa.

Perigo de inundação

Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a perigo a vida,

a integridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a impedir

inundação:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Desabamento ou desmoronamento

Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade

física ou o patrimônio de outrem:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

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Modalidade culposa

Parágrafo único - Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de seis meses a um ano.

Subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento

Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou

outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de

combate ao perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Formas qualificadas de crime de perigo comum

Art. 258 - Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a

pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro.

No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta

morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.

Difusão de doença ou praga

Art. 259 - Difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta, plantação ou animais de

utilidade econômica:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Modalidade culposa

Parágrafo único - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a seis meses, ou multa.

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CAPÍTULO II

DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

E TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS

Perigo de desastre ferroviário

Art. 260 - Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro:

I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha férrea, material

rodante ou de tração, obra-de-arte ou instalação;

II - colocando obstáculo na linha;

III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veículos ou interrompendo ou

embaraçando o funcionamento de telégrafo, telefone ou radiotelegrafia;

IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Desastre ferroviário

§ 1º - Se do fato resulta desastre:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos e multa.

§ 2º - No caso de culpa, ocorrendo desastre:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

§ 3º - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer via de

comunicação em que circulem veículos de tração mecânica, em trilhos ou por meio de cabo

aéreo.

Atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo

Art. 261 - Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato

tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos.

Sinistro em transporte marítimo, fluvial ou aéreo

§ 1º - Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe de embarcação ou a queda ou

destruição de aeronave:

Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

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Prática do crime com o fim de lucro

§ 2º - Aplica-se, também, a pena de multa, se o agente pratica o crime com intuito de obter

vantagem econômica, para si ou para outrem.

Modalidade culposa

§ 3º - No caso de culpa, se ocorre o sinistro:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Atentado contra a segurança de outro meio de transporte

Art. 262 - Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o

funcionamento:

Pena - detenção, de um a dois anos.

§ 1º - Se do fato resulta desastre, a pena é de reclusão, de dois a cinco anos.

§ 2º - No caso de culpa, se ocorre desastre:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

Forma qualificada

Art. 263 - Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 260 a 262, no caso de desastre ou

sinistro, resulta lesão corporal ou morte, aplica-se o disposto no art. 258.

Arremesso de projétil

Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao transporte público

por terra, por água ou pelo ar:

Pena - detenção, de um a seis meses.

Parágrafo único - Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção, de seis meses a dois

anos; se resulta morte, a pena é a do art. 121, § 3º, aumentada de um terço.

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Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública

Art. 265 - Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de água, luz, força ou

calor, ou qualquer outro de utilidade pública:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Parágrafo único - Aumentar-se-á a pena de 1/3 (um terço) até a metade, se o dano ocorrer em

virtude de subtração de material essencial ao funcionamento dos serviços.

Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, informático, telemático ou de

informação de utilidade pública

Art. 266 - Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico, impedir

ou dificultar-lhe o restabelecimento:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

§ 1º Incorre na mesma pena quem interrompe serviço telemático ou de informação de

utilidade pública, ou impede ou dificulta-lhe o restabelecimento.

§ 2º Aplicam-se as penas em dobro se o crime é cometido por ocasião de calamidade pública.

CAPÍTULO III

DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA

Epidemia

Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos:

Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

§ 1º - Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro.

§ 2º - No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se resulta morte, de dois

a quatro anos.

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Infração de medida sanitária preventiva

Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou

propagação de doença contagiosa:

Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa.

Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se o agente é funcionário da saúde pública

ou exerce a profissão de médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro.

Omissão de notificação de doença

Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é

compulsória:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal

Art. 270 - Envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância alimentícia ou

medicinal destinada a consumo:

Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

§ 1º - Está sujeito à mesma pena quem entrega a consumo ou tem em depósito, para o fim de

ser distribuída, a água ou a substância envenenada.

Modalidade culposa

§ 2º - Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Corrupção ou poluição de água potável

Art. 271 - Corromper ou poluir água potável, de uso comum ou particular, tornando-a

imprópria para consumo ou nociva à saúde:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos.

Modalidade culposa

Parágrafo único - Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de dois meses a um ano.

Curso On-line para 219


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Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância ou produtos alimentícios

Art. 272 - Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto alimentício

destinado a consumo, tornando-o nociva à saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo:

Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

§ 1º-A - Incorre nas penas deste artigo quem fabrica, vende, expõe à venda, importa, tem em

depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo a substância

alimentícia ou o produto falsificado, corrompido ou adulterado.

§ 1º - Está sujeito às mesmas penas quem pratica as ações previstas neste artigo em relação a

bebidas, com ou sem teor alcoólico.

Modalidade culposa
§ 2º - Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou

medicinais

Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou

medicinais:

Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa.

§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em depósito para

vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto falsificado,

corrompido, adulterado ou alterado.

§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os medicamentos, as

matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em

diagnóstico.

§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em relação a

produtos em qualquer das seguintes condições:

I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente;

II - em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso anterior;

III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização;

IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; (

V - de procedência ignorada;

Curso On-line para 220


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VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente.

Modalidade culposa

§ 2º - Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Emprego de processo proibido ou de substância não permitida

Art. 274 - Empregar, no fabrico de produto destinado a consumo, revestimento, gaseificação

artificial, matéria corante, substância aromática, anti-séptica, conservadora ou qualquer outra

não expressamente permitida pela legislação sanitária:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

Invólucro ou recipiente com falsa indicação

Art. 275 - Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos alimentícios, terapêuticos ou

medicinais, a existência de substância que não se encontra em seu conteúdo ou que nele

existe em quantidade menor que a mencionada:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

Produto ou substância nas condições dos dois artigos anteriores

Art. 276 - Vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, entregar

a consumo produto nas condições dos arts. 274 e 275.

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

Substância destinada à falsificação

Art. 277 - Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder substância destinada à falsificação

de produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

Outras substâncias nocivas à saúde pública

Art. 278 - Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma,

entregar a consumo coisa ou substância nociva à saúde, ainda que não destinada à

alimentação ou a fim medicinal:

Curso On-line para 221


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Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Modalidade culposa

Parágrafo único - Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de dois meses a um ano.

Substância avariada

Art. 279 - (Revogado pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)

Medicamento em desacordo com receita médica

Art. 280 - Fornecer substância medicinal em desacordo com receita médica:

Pena - detenção, de um a três anos, ou multa.

Modalidade culposa

Parágrafo único - Se o crime é culposo:

Pena - detenção, de dois meses a um ano.

COMÉRCIO, POSSE OU USO DE ENTORPECENTE OU SUBSTÂNCIA QUE DETERMINE

DEPENDÊNCIA FÍSICA OU PSÍQUICA.

Art. 281. (Revogado pela Lei nº 6.368, 1976)

Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica

Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico,

sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Parágrafo único - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Charlatanismo

Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Curso On-line para 222


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Curandeirismo

Art. 284 - Exercer o curandeirismo:

I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância;

II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;

III - fazendo diagnósticos:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

Parágrafo único - Se o crime é praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito

à multa.

Forma qualificada

Art. 285 - Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste Capítulo, salvo quanto ao

definido no art. 267.

TÍTULO IX

DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA

Incitação ao crime

Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime:

Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.

Apologia de crime ou criminoso

Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime:

Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.

Associação Criminosa

Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.

Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a

participação de criança ou adolescente.

Curso On-line para 223


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Constituição de milícia privada

Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia

particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos

neste Código:

Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos.

TÍTULO X

DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

CAPÍTULO I

DA MOEDA FALSA

Moeda Falsa

Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso

legal no país ou no estrangeiro:

Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.

§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta,

adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.

§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à

circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos,

e multa.

§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou diretor,

gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão:

I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;

II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.

§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava

ainda autorizada.

Curso On-line para 224


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Crimes assimilados ao de moeda falsa

Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos de cédulas,

notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de

restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir à circulação cédula, nota

ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização:

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze anos e multa, se o crime é cometido

por funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro se achava recolhido, ou nela tem

fácil ingresso, em razão do cargo.

Petrechos para falsificação de moeda

Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar

maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação

de moeda:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Emissão de título ao portador sem permissão legal

Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou título que contenha

promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa

a quem deva ser pago:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos documentos referidos

neste artigo incorre na pena de detenção, de quinze dias a três meses, ou multa.

Curso On-line para 225


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CAPÍTULO II

DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS

Falsificação de papéis públicos

Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:

I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal

destinado à arrecadação de tributo;

II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal;

III - vale postal;

IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento

mantido por entidade de direito público;

V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas

públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável;

VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por

Estado ou por Município:

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

§ 1º Incorre na mesma pena quem:

I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo;

II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à

circulação selo falsificado destinado a controle tributário;

III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca,

cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no

exercício de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria:

a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado;

b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a obrigatoriedade de

sua aplicação.

§ 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los

novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a que se

refere o parágrafo anterior.

Curso On-line para 226


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§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos papéis

falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a

falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

§ 5º Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1º, qualquer forma de

comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros

públicos e em residências.

Petrechos de falsificação

Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente destinado à

falsificação de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior:

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo,

aumenta-se a pena de sexta parte.

CAPÍTULO III

DA FALSIDADE DOCUMENTAL

Falsificação do selo ou sinal público

Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:

I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município;

II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público

de tabelião:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

§ 1º - Incorre nas mesmas penas:

I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;

II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em

proveito próprio ou alheio.

III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros

símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública.

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§ 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-

se a pena de sexta parte.

Falsificação de documento público

Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público

verdadeiro:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-

se a pena de sexta parte.

§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade

paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade

comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

§ 3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir:

I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova

perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;

II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva

produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido

escrita;

III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações

da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter

constado.

§ 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3º, nome do

segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de

prestação de serviços.

Falsificação de documento particular

Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento

particular verdadeiro:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

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Falsificação de cartão

Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão

de crédito ou débito.

Falsidade ideológica

Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou

nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de

prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a

três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de réis, se o documento é particular.

Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do

cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena

de sexta parte.

Falso reconhecimento de firma ou letra

Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o

não seja:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; e de um a três anos, e

multa, se o documento é particular.

Certidão ou atestado ideologicamente falso

Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância

que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou

qualquer outra vantagem:

Pena - detenção, de dois meses a um ano.

Falsidade material de atestado ou certidão

§ 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou de

atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo

público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:

Pena - detenção, de três meses a dois anos.

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§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade,

a de multa.

Falsidade de atestado médico

Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:

Pena - detenção, de um mês a um ano.

Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica

Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção, salvo

quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou

peça:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso do selo ou

peça filatélica.

Uso de documento falso

Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts.

297 a 302:

Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.

Supressão de documento

Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo

alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de um a

cinco anos, e multa, se o documento é particular.

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CAPÍTULO IV

DE OUTRAS FALSIDADES

Falsificação do sinal empregado no contraste de metal precioso ou na fiscalização

alfandegária, ou para outros fins

Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal empregado pelo poder público

no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa

natureza, falsificado por outrem:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa a autoridade pública para o fim de

fiscalização sanitária, ou para autenticar ou encerrar determinados objetos, ou comprovar o

cumprimento de formalidade legal:

Pena - reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa.

Falsa identidade

Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito

próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime

mais grave.

Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer

documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa

natureza, próprio ou de terceiro:

Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não constitui elemento de

crime mais grave.

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Fraude de lei sobre estrangeiro

Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no território nacional, nome que não

é o seu:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para promover-lhe a entrada em

território nacional:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor de ação, título ou valor

pertencente a estrangeiro, nos casos em que a este é vedada por lei a propriedade ou a posse

de tais bens:

Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Adulteração de sinal identificador de veículo automotor

Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo

automotor, de seu componente ou equipamento:)

Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.

§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão dela, a pena é

aumentada de um terço.

§ 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o licenciamento ou

registro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente material ou

informação oficial.

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CAPÍTULO V

DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO

Fraudes em certames de interesse público

Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de

comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de:

I - concurso público;

II - avaliação ou exame públicos;

III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou

IV - exame ou processo seletivo previstos em lei:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de

pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput.

§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

§ 3º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário público.

TÍTULO XI

DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CAPÍTULO I

DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Peculato

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel,

público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio

ou alheio:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do

dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou

alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.

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Peculato culposo

§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano.

§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível,

extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

Peculato mediante erro de outrem

Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu

por erro de outrem:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Inserção de dados falsos em sistema de informações

Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou

excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da

Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para

causar dano: )

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações

Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de

informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente:

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou

alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado.

Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento

Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do

cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.

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Emprego irregular de verbas ou rendas públicas

Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

Concussão

Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou

antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

Excesso de exação

§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido,

ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu

indevidamente para recolher aos cofres públicos:

Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Corrupção passiva

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora

da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa

de tal vantagem:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o

funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever

funcional.

§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever

funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

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Facilitação de contrabando ou descaminho

Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho

(art. 334):

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

Prevaricação

Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra

disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de

vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação

com outros presos ou com o ambiente externo:

Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Condescendência criminosa

Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu

infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao

conhecimento da autoridade competente:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Advocacia administrativa

Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração

pública, valendo-se da qualidade de funcionário:

Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.

Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:

Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.

Violência arbitrária

Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la:

Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.

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Abandono de função

Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:

Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado

Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas as exigências legais, ou

continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado,

removido, substituído ou suspenso:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

Violação de sigilo funcional

Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em

segredo, ou facilitar-lhe a revelação:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave.

§ 1º Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:

I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer

outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de

dados da Administração Pública;

II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.

§ 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Violação do sigilo de proposta de concorrência

Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou proporcionar a terceiro o

ensejo de devassá-lo:

Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.

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Funcionário público

Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora

transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade

paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada

para a execução de atividade típica da Administração Pública.

§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste

Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento

de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação

instituída pelo poder público.

CAPÍTULO II

DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL

Usurpação de função pública

Art. 328 - Usurpar o exercício de função pública:

Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.

Parágrafo único - Se do fato o agente aufere vantagem:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Resistência

Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário

competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:

Pena - detenção, de dois meses a dois anos.

§ 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:

Pena - reclusão, de um a três anos.

§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.

Desobediência

Art. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionário público:

Pena - detenção, de quinze dias a seis meses, e multa.

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Desacato

Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

Tráfico de Influência

Art. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de

vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da

função:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a

vantagem é também destinada ao funcionário.

Corrupção ativa

Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a

praticar, omitir ou retardar ato de ofício:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o

funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.

Descaminho

Art. 334. Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada,

pela saída ou pelo consumo de mercadoria

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

§ 1º Incorre na mesma pena quem:

I - pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;

II - pratica fato assimilado, em lei especial, a descaminho;

III - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito

próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de

procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no País ou importou

fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina no território nacional ou

de importação fraudulenta por parte de outrem;

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IV - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade

comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, desacompanhada de

documentação legal ou acompanhada de documentos que sabe serem falsos.

§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de

comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em

residências.

§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em transporte aéreo,

marítimo ou fluvial.

Contrabando

Art. 334-A. Importar ou exportar mercadoria proibida:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 ( cinco) anos.

§ 1º Incorre na mesma pena quem:

I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando;

II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro, análise ou

autorização de órgão público competente;

III - reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à exportação;

IV - vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito

próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela

lei brasileira;

V - adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade

comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira. § 2º - Equipara-se às atividades

comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino

de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residências.

§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em transporte aéreo,

marítimo ou fluvial.

Curso On-line para 240


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Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência

Art. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrência pública ou venda em hasta pública,

promovida pela administração federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal;

afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça,

fraude ou oferecimento de vantagem:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, além da pena correspondente à

violência.

Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem se abstém de concorrer ou licitar, em razão da

vantagem oferecida.

Inutilização de edital ou de sinal

Art. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital afixado por ordem de

funcionário público; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por determinação legal ou por

ordem de funcionário público, para identificar ou cerrar qualquer objeto:

Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Subtração ou inutilização de livro ou documento

Art. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, processo ou documento

confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço público:

Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Sonegação de contribuição previdenciária

Art. 337-A. Suprimir ou reduzir contribuição social previdenciária e qualquer acessório,

mediante as seguintes condutas:

I – omitir de folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela

legislação previdenciária segurados empregado, empresário, trabalhador avulso ou

trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe prestem serviços;

II – deixar de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da empresa as

quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou pelo tomador de

serviços;

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III – omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações pagas ou

creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

§ 1º É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara e confessa as

contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na

forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.

§ 2º É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for

primário e de bons antecedentes, desde que:

I – (VETADO)

II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele

estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o

ajuizamento de suas execuções fiscais.

§ 3º Se o empregador não é pessoa jurídica e sua folha de pagamento mensal não ultrapassa

R$ 1.510,00 (um mil, quinhentos e dez reais), o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a

metade ou aplicar apenas a de multa.

§ 4º O valor a que se refere o parágrafo anterior será reajustado nas mesmas datas e nos

mesmos índices do reajuste dos benefícios da previdência social.

CAPÍTULO II-A

DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ESTRANGEIRA

Corrupção ativa em transação comercial internacional

Art. 337-B. Prometer, oferecer ou dar, direta ou indiretamente, vantagem indevida a

funcionário público estrangeiro, ou a terceira pessoa, para determiná-lo a praticar, omitir ou

retardar ato de ofício relacionado à transação comercial internacional:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço), se, em razão da vantagem ou

promessa, o funcionário público estrangeiro retarda ou omite o ato de ofício, ou o pratica

infringindo dever funcional.

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Tráfico de influência em transação comercial internacional

Art. 337-C. Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, direta ou indiretamente,

vantagem ou promessa de vantagem a pretexto de influir em ato praticado por funcionário

público estrangeiro no exercício de suas funções, relacionado a transação comercial

internacional:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a

vantagem é também destinada a funcionário estrangeiro.

Funcionário público estrangeiro

Art. 337-D. Considera-se funcionário público estrangeiro, para os efeitos penais, quem, ainda

que transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública em

entidades estatais ou em representações diplomáticas de país estrangeiro.

Parágrafo único. Equipara-se a funcionário público estrangeiro quem exerce cargo, emprego

ou função em empresas controladas, diretamente ou indiretamente, pelo Poder Público de

país estrangeiro ou em organizações públicas internacionais.

CAPÍTULO III

DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA

Reingresso de estrangeiro expulso

Art. 338 - Reingressar no território nacional o estrangeiro que dele foi expulso:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, sem prejuízo de nova expulsão após o cumprimento da

pena.

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Denunciação caluniosa

Art. 339. Dar causa à instauração de inquérito policial, de procedimento investigatório criminal,

de processo judicial, de processo administrativo disciplinar, de inquérito civil ou de ação de

improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime, infração ético-disciplinar ou

ato ímprobo de que o sabe inocente:

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome

suposto.

§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.

Comunicação falsa de crime ou de contravenção

Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de

contravenção que sabe não se ter verificado:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Auto-acusação falsa

Art. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem:

Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

Falso testemunho ou falsa perícia

Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito,

contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou

em juízo arbitral:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante suborno

ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou

em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.

§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito, o

agente se retrata ou declara a verdade.

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Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha,

perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade

em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação:

Pena - reclusão, de três a quatro anos, e multa.

Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é cometido com o

fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que

for parte entidade da administração pública direta ou indireta.

Coação no curso do processo

Art. 344 - Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou

alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a

intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente à violência.

Exercício arbitrário das próprias razões

Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo

quando a lei o permite:

Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência.

Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa.

Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de terceiro

por determinação judicial ou convenção:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Fraude processual

Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado

de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:

Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.

Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não

iniciado, as penas aplicam-se em dobro.

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Favorecimento pessoal

Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada

pena de reclusão:

Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.

§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão:

Pena - detenção, de quinze dias a três meses, e multa.

§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do criminoso, fica

isento de pena.

Favorecimento real

Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio destinado

a tornar seguro o proveito do crime:

Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.

Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho

telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em

estabelecimento prisional.

Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Exercício arbitrário ou abuso de poder

Art. 350 - (Revogado pela Lei nº 13.869, de 2019)

Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança

Art. 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida a medida de

segurança detentiva:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

§ 1º - Se o crime é praticado a mão armada, ou por mais de uma pessoa, ou mediante

arrombamento, a pena é de reclusão, de dois a seis anos.

§ 2º - Se há emprego de violência contra pessoa, aplica-se também a pena correspondente à

violência.

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§ 3º - A pena é de reclusão, de um a quatro anos, se o crime é praticado por pessoa sob cuja

custódia ou guarda está o preso ou o internado.

§ 4º - No caso de culpa do funcionário incumbido da custódia ou guarda, aplica-se a pena de

detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Evasão mediante violência contra a pessoa

Art. 352 - Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de

segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa:

Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à violência.

Arrebatamento de preso

Art. 353 - Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o tenha sob custódia ou

guarda:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena correspondente à violência.

Motim de presos

Art. 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da prisão:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.

Patrocínio infiel

Art. 355 - Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profissional, prejudicando

interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado:

Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.

Patrocínio simultâneo ou tergiversação

Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador judicial que defende

na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias.

Sonegação de papel ou objeto de valor probatório

Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento ou objeto de

valor probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou procurador:

Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa.

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Exploração de prestígio

Art. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em

juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou

testemunha:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que o

dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo.

Violência ou fraude em arrematação judicial

Art. 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematação judicial; afastar ou procurar afastar

concorrente ou licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou oferecimento de

vantagem:

Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa, além da pena correspondente à violência.

Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito

Art. 359 - Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou

privado por decisão judicial:

Pena - detenção, de três meses a dois anos, ou multa.

CAPÍTULO IV

DOS CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS

Contratação de operação de crédito

Art. 359-A. Ordenar, autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo, sem prévia

autorização legislativa:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos.

Parágrafo único. Incide na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza operação de crédito,

interno ou externo:

I – com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em lei ou em resolução do

Senado Federal;

II – quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite máximo autorizado por lei.

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Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar

Art. 359-B. Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que não tenha sido

previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em lei:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.

Assunção de obrigação no último ano do mandato ou legislatura

Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do

último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício

financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida

suficiente de disponibilidade de caixa:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

Ordenação de despesa não autorizada

Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

Prestação de garantia graciosa

Art. 359-E. Prestar garantia em operação de crédito sem que tenha sido constituída

contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia prestada, na forma da lei:

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Não cancelamento de restos a pagar

Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de promover o cancelamento do montante de

restos a pagar inscrito em valor superior ao permitido em lei:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.

Aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato ou legislatura

Art. 359-G. Ordenar, autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa total com

pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da legislatura: )

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

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Oferta pública ou colocação de títulos no mercado

Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a colocação no mercado

financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham sido criados por lei ou sem que

estejam registrados em sistema centralizado de liquidação e de custódia:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 360 - Ressalvada a legislação especial sobre os crimes contra a existência, a segurança e a

integridade do Estado e contra a guarda e o emprego da economia popular, os crimes de

imprensa e os de falência, os de responsabilidade do Presidente da República e dos

Governadores ou Interventores, e os crimes militares, revogam-se as disposições em contrário.

Art. 361 - Este Código entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 1942.

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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL


DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que Ihe confere o art. 180 da Constituição,

decreta a seguinte Lei:

LIVRO I

DO PROCESSO EM GERAL

TÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código,

ressalvados:

I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;

II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos

crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal

Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100);

III - os processos da competência da Justiça Militar;

IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17);

V - os processos por crimes de imprensa.

Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e V,

quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.

Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos

realizados sob a vigência da lei anterior.

Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como

o suplemento dos princípios gerais de direito.

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Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de

investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação.

Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação

criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à

autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe especialmente:

I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput do Art. 5º da

Constituição Federal;

II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão, observado o

disposto no art. 310 deste Código;

III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido

à sua presença, a qualquer tempo;

IV - ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal;

V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar, observado o

disposto no § 1º deste artigo;

VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las ou revogá-

las, assegurado, no primeiro caso, o exercício do contraditório em audiência pública e oral, na

forma do disposto neste Código ou em legislação especial pertinente;

VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e

não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral;

VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em vista das

razões apresentadas pela autoridade policial e observado o disposto no § 2º deste artigo;

IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razoável

para sua instauração ou prosseguimento;

X - requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o andamento da

investigação;

XI - decidir sobre os requerimentos de:

a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática

ou de outras formas de comunicação;

b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico;

c) busca e apreensão domiciliar;

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d) acesso a informações sigilosas;

e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do investigado;

XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia;

XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental;

XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código;

XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao investigado e

ao seu defensor de acesso a todos os elementos informativos e provas produzidos no âmbito

da investigação criminal, salvo no que concerne, estritamente, às diligências em andamento;

XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da

perícia;

XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de colaboração

premiada, quando formalizados durante a investigação;

XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo.

§ 1º (VETADO).

§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da

autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do

inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída,

a prisão será imediatamente relaxada.

Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais, exceto as de

menor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento da denúncia ou queixa na forma do art.

399 deste Código.

§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decididas pelo juiz da

instrução e julgamento.

§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz da instrução e

julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a

necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias.

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§ 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das garantias ficarão

acautelados na secretaria desse juízo, à disposição do Ministério Público e da defesa, e não

serão apensados aos autos do processo enviados ao juiz da instrução e julgamento,

ressalvados os documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou

de antecipação de provas, que deverão ser remetidos para apensamento em apartado.

§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na secretaria do juízo das

garantias.

Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas competências

dos arts. 4º e 5º deste Código ficará impedido de funcionar no processo.

Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão um

sistema de rodízio de magistrados, a fim de atender às disposições deste Capítulo.

Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de organização judiciária da

União, dos Estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem

periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal.

Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o tratamento

dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade com órgãos da imprensa

para explorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de responsabilidade civil,

administrativa e penal.

Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão disciplinar, em 180 (cento

e oitenta) dias, o modo pelo qual as informações sobre a realização da prisão e a identidade

do preso serão, de modo padronizado e respeitada a programação normativa aludida

no caput deste artigo, transmitidas à imprensa, assegurados a efetividade da persecução

penal, o direito à informação e a dignidade da pessoa submetida à prisão.

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TÍTULO II

DO INQUÉRITO POLICIAL

Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas

respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.

Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades

administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.

Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:

I - de ofício;

II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento

do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

§ 1º O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:

a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;

b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de

presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;

c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.

§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o

chefe de Polícia.

§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que

caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e

esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.

§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá

sem ela ser iniciado.

§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a

requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.

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Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:

I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das

coisas, até a chegada dos peritos criminais;

II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos

criminais;

III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;

IV - ouvir o ofendido;

V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título

Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe

tenham ouvido a leitura;

VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;

VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras

perícias;

VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer

juntar aos autos sua folha de antecedentes;

IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social,

sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele,

e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e

caráter.

X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma

deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado

pela pessoa presa.

Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo,

a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não

contrarie a moralidade ou a ordem pública.

Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo II do Título IX deste

Livro.

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Art. 9º Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou

datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em

flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia

em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante

fiança ou sem ela.

§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz

competente.

§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas,

mencionando o lugar onde possam ser encontradas.

§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá

requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no

prazo marcado pelo juiz.

Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova,

acompanharão os autos do inquérito.

Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a

uma ou outra.

Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:

I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos

processos;

II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;

III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias;

IV - representar acerca da prisão preventiva.

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Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do

Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069,

de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público

ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de

empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos.

Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas,

conterá:

I - o nome da autoridade requisitante;

II - o número do inquérito policial; e

III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação.

Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de

pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar,

mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou

telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais,

informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em

curso.

§ 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura,

setorização e intensidade de radiofrequência.

§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal:

I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de

autorização judicial, conforme disposto em lei;

II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a

30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual período;

III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de

ordem judicial.

§ 3º Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo

máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial.

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§ 4º Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente

requisitará às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que

disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e

outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com

imediata comunicação ao juiz.

Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer

diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.

Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da

Constituição Federal figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais

militares e demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos

relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, de forma consumada

ou tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de

dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir defensor.

§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da

instauração do procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48

(quarenta e oito) horas a contar do recebimento da citação.

§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de defensor

pelo investigado, a autoridade responsável pela investigação deverá intimar a instituição a que

estava vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48

(quarenta e oito) horas, indique defensor para a representação do investigado.

§ 3º (VETADO).

§ 4º (VETADO).

§ 5º (VETADO).

§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores militares vinculados às

instituições dispostas no art. 142 da Constituição Federal, desde que os fatos investigados

digam respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem.

Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial.

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Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade

policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.

Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.

Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta

de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de

outras provas tiver notícia.

Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao

juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou

serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.

Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou

exigido pelo interesse da sociedade.

Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade

policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito

contra os requerentes.

Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e

somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o

exigir.

Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por

despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do

Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do

Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963)

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Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial,

a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo,

ordenar diligências em circunscrição de outra, independentemente de precatórias ou

requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre

qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.

Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial

oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o

juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à pessoa do

indiciado.

TÍTULO III

DA AÇÃO PENAL

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público,

mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de

representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

§ 1º No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito

de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

§ 2º Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da

União, Estado e Município, a ação penal será pública.

Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia.

Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou

por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial.

Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, nos casos

em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria

e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção.

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Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos

informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao

investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão

ministerial para fins de homologação, na forma da lei.

§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito

policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a

matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a

respectiva lei orgânica.

§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e

Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia

do órgão a quem couber a sua representação judicial.

Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e

circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena

mínima inferior a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo de não

persecução penal, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime,

mediante as seguintes condições ajustadas cumulativa e alternativamente:

I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo;

II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como

instrumentos, produto ou proveito do crime;

III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena

mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo

da execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código

Penal);

IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848,

de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser

indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens

jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou

V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde

que proporcional e compatível com a infração penal imputada.

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§ 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo,

serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto.

§ 2º O disposto no caput deste artigo não se aplica nas seguintes hipóteses:

I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos

da lei;

II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta

criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais

pretéritas;

III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em

acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e

IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a

mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor.

§ 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo

membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor.

§ 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual

o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do

seu defensor, e sua legalidade.

§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no

acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja

reformulada a proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor.

§ 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos

ao Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução penal.

§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais ou

quando não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo.

§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise da

necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia.

§ 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu

descumprimento.

§ 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução penal,

o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior

oferecimento de denúncia.

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§ 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também poderá

ser utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o eventual não oferecimento de

suspensão condicional do processo.

§ 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão de

certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste

artigo.

§ 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente

decretará a extinção de punibilidade.

§ 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não

persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na

forma do art. 28 deste Código.

Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no

prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia

substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor

recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte

principal.

Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação

privada.

Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o

direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente

ou irmão.

Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que comprovar a sua

pobreza, nomeará advogado para promover a ação penal.

§ 1º Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover às despesas do processo, sem

privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da família.

§ 2º Será prova suficiente de pobreza o atestado da autoridade policial em cuja circunscrição

residir o ofendido.

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Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e

não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de

queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento do

Ministério Público, pelo juiz competente para o processo penal.

Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de queixa poderá ser

exercido por ele ou por seu representante legal.

Art. 35. (Revogado pela Lei nº 9.520, de 27.11.1997)

Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá preferência o cônjuge,

e, em seguida, o parente mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31,

podendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o querelante desista da

instância ou a abandone.

Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas poderão exercer a

ação penal, devendo ser representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos

designarem ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes.

Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no

direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses,

contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em

que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.

Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou representação, dentro do

mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo único, e 31.

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Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com

poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério

Público, ou à autoridade policial.

§ 1º A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente autenticada

do ofendido, de seu representante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz

ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a este houver sido

dirigida.

§ 2º A representação conterá todas as informações que possam servir à apuração do fato e da

autoria.

§ 3º Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial procederá a

inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade que o for.

§ 4º A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, será remetida à

autoridade policial para que esta proceda a inquérito.

§ 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem

oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a

denúncia no prazo de quinze dias.

Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a

existência de crime de ação pública, remeterão ao Ministério Público as cópias e os

documentos necessários ao oferecimento da denúncia.

Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas

circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo,

a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.

Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.

Art. 43. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

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Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do

instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando

tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no

juízo criminal.

Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido, poderá ser aditada pelo

Ministério Público, a quem caberá intervir em todos os termos subseqüentes do processo.

Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado

da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15

dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à

autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público

receber novamente os autos.

§ 1º Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo para o oferecimento da

denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido as peças de informações ou a

representação

§ 2º O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, contado da data em que o órgão do

Ministério Público receber os autos, e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, entender-

se-á que não tem o que aditar, prosseguindo-se nos demais termos do processo.

Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos e documentos

complementares ou novos elementos de convicção, deverá requisitá-los, diretamente, de

quaisquer autoridades ou funcionários que devam ou possam fornecê-los.

Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o

Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.

Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a

todos se estenderá.

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Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu

representante legal ou procurador com poderes especiais.

Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver completado 18

(dezoito) anos não privará este do direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá o

direito do primeiro.

Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza,

todavia, efeito em relação ao que o recusar.

Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de perdão poderá ser

exercido por ele ou por seu representante legal, mas o perdão concedido por um, havendo

oposição do outro, não produzirá efeito.

Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental e não tiver

representante legal, ou colidirem os interesses deste com os do querelado, a aceitação do

perdão caberá ao curador que o juiz Ihe nomear.

Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se-á, quanto à aceitação do perdão, o

disposto no art. 52.

Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais.

Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o disposto no art. 50.

Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de prova.

Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será

intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado

de que o seu silêncio importará aceitação.

Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade.

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Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração assinada pelo

querelado, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.

Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a

ação penal:

I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante

30 dias seguidos;

II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em

juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das

pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;

III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do

processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas

alegações finais;

IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.

Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá

declará-lo de ofício.

Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério Público, do querelante ou do réu, o

juiz mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte contrária e, se o julgar conveniente,

concederá o prazo de cinco dias para a prova, proferindo a decisão dentro de cinco dias ou

reservando-se para apreciar a matéria na sentença final.

Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz somente à vista da certidão de óbito, e depois de

ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade.

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TÍTULO IV

DA AÇÃO CIVIL

Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução, no

juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus

herdeiros.

Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser

efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso iv do caput do art. 387 deste Código sem

prejuízo da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido.

Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarcimento do dano

poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável

civil.

Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspender o curso desta,

até o julgamento definitivo daquela.

Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em

estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no

exercício regular de direito.

Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta

quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material do fato.

Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação civil:

I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação;

II - a decisão que julgar extinta a punibilidade;

III - a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime.

Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano for pobre (art. 32, §§ 1º e 2o), a

execução da sentença condenatória (art. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seu

requerimento, pelo Ministério Público.

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TÍTULO V

DA COMPETÊNCIA

Art. 69. Determinará a competência jurisdicional:

I - o lugar da infração:

II - o domicílio ou residência do réu;

III - a natureza da infração;

IV - a distribuição;

V - a conexão ou continência;

VI - a prevenção;

VII - a prerrogativa de função.

CAPÍTULO I

DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO

Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração,

ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.

§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a

competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato

de execução.

§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será

competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia

produzir seu resultado.

§ 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a

jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais

jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.

Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou

mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.

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CAPÍTULO II

DA COMPETÊNCIA PELO DOMICÍLIO OU RESIDÊNCIA DO RÉU

Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou

residência do réu.

§ 1º Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção.

§ 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz

que primeiro tomar conhecimento do fato.

Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio

ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.

CAPÍTULO III

DA COMPETÊNCIA PELA NATUREZA DA INFRAÇÃO

Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de organização

judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri.

§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º e

2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou

tentados.(Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

§ 2º Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para infração da

competência de outro, a este será remetido o processo, salvo se mais graduada for a jurisdição

do primeiro, que, em tal caso, terá sua competência prorrogada.

§ 3º Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à competência de juiz

singular, observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a desclassificação for feita pelo próprio

Tribunal do Júri, a seu presidente caberá proferir a sentença (art. 492, § 2º).

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CAPÍTULO IV

DA COMPETÊNCIA POR DISTRIBUIÇÃO

Art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma circunscrição

judiciária, houver mais de um juiz igualmente competente.

Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou da

decretação de prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa

prevenirá a da ação penal.

CAPÍTULO V

DA COMPETÊNCIA POR CONEXÃO OU CONTINÊNCIA

Art. 76. A competência será determinada pela conexão:

I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por

várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o

lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras;

II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou

para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;

III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir

na prova de outra infração.

Art. 77. A competência será determinada pela continência quando:

I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;

II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1º, 53, segunda parte,

e 54 do Código Penal.

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Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as

seguintes regras:

I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum,

prevalecerá a competência do júri;

Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria:

a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave;

b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as

respectivas penas forem de igual gravidade;

c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos;

III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação;

IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta.

Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo:

I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar;

II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores.

§ 1º Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a algum co-réu,

sobrevier o caso previsto no art. 152.

§ 2º A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver co-réu foragido que não

possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461.

Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido

praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo

número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo

relevante, o juiz reputar conveniente a separação.

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Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que no processo

da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que

desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua competência, continuará

competente em relação aos demais processos.

Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por conexão ou continência,

o juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver o acusado, de maneira

que exclua a competência do júri, remeterá o processo ao juízo competente.

Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos diferentes, a

autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que corram perante os outros

juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva. Neste caso, a unidade dos processos só

se dará, ulteriormente, para o efeito de soma ou de unificação das penas.

CAPÍTULO VI

DA COMPETÊNCIA POR PREVENÇÃO

Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais

juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos

outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao

oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3º, 71, 72, § 2º, e 78, II, c).

CAPÍTULO VII

DA COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribunal Federal, do

Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos

Estados e do Distrito Federal, relativamente às pessoas que devam responder perante eles por

crimes comuns e de responsabilidade.

§ 1º (Vide ADIN nº 2797)

§ 2º (Vide ADIN nº 2797)

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Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que forem querelantes as pessoas que a

Constituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação,

àquele ou a estes caberá o julgamento, quando oposta e admitida a exceção da verdade.

Art. 86. Ao Supremo Tribunal Federal competirá, privativamente, processar e julgar:

I - os seus ministros, nos crimes comuns;

II - os ministros de Estado, salvo nos crimes conexos com os do Presidente da República;

III - o procurador-geral da República, os desembargadores dos Tribunais de Apelação, os

ministros do Tribunal de Contas e os embaixadores e ministros diplomáticos, nos crimes

comuns e de responsabilidade.

Art. 87. Competirá, originariamente, aos Tribunais de Apelação o julgamento dos governadores

ou interventores nos Estados ou Territórios, e prefeito do Distrito Federal, seus respectivos

secretários e chefes de Polícia, juízes de instância inferior e órgãos do Ministério Público.

CAPÍTULO VIII

DISPOSIÇÕES ESPECIAIS

Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o

juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver

residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da República.

Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territoriais da República, ou

nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de embarcações nacionais, em alto-mar, serão

processados e julgados pela justiça do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcação,

após o crime, ou, quando se afastar do País, pela do último em que houver tocado.

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Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do espaço aéreo

correspondente ao território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de aeronave estrangeira,

dentro do espaço aéreo correspondente ao território nacional, serão processados e julgados

pela justiça da comarca em cujo território se verificar o pouso após o crime, ou pela da

comarca de onde houver partido a aeronave.

Art. 91. Quando incerta e não se determinar de acordo com as normas estabelecidas nos arts.

89 e 90, a competência se firmará pela prevenção.

TÍTULO VI

DAS QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES

CAPÍTULO I

DAS QUESTÕES PREJUDICIAIS

Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia, que o

juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará

suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado,

sem prejuízo, entretanto, da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza

urgente.

Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o Ministério Público, quando necessário,

promoverá a ação civil ou prosseguirá na que tiver sido iniciada, com a citação dos

interessados.

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Art. 93. Se o reconhecimento da existência da infração penal depender de decisão sobre

questão diversa da prevista no artigo anterior, da competência do juízo cível, e se neste houver

sido proposta ação para resolvê-la, o juiz criminal poderá, desde que essa questão seja de

difícil solução e não verse sobre direito cuja prova a lei civil limite, suspender o curso do

processo, após a inquirição das testemunhas e realização das outras provas de natureza

urgente.

§ 1º O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá ser razoavelmente prorrogado, se a

demora não for imputável à parte. Expirado o prazo, sem que o juiz cível tenha proferido

decisão, o juiz criminal fará prosseguir o processo, retomando sua competência para resolver,

de fato e de direito, toda a matéria da acusação ou da defesa.

§ 2º Do despacho que denegar a suspensão não caberá recurso.

§ 3º Suspenso o processo, e tratando-se de crime de ação pública, incumbirá ao Ministério

Público intervir imediatamente na causa cível, para o fim de promover-lhe o rápido

andamento.

Art. 94. A suspensão do curso da ação penal, nos casos dos artigos anteriores, será decretada

pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes.

CAPÍTULO II

DAS EXCEÇÕES

Art. 95. Poderão ser opostas as exceções de:

I - suspeição;

II - incompetência de juízo;

III - litispendência;

IV - ilegitimidade de parte;

V - coisa julgada.

Art. 96. A argüição de suspeição precederá a qualquer outra, salvo quando fundada em motivo

superveniente.

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Art. 97. O juiz que espontaneamente afirmar suspeição deverá fazê-lo por escrito, declarando

o motivo legal, e remeterá imediatamente o processo ao seu substituto, intimadas as partes.

Art. 98. Quando qualquer das partes pretender recusar o juiz, deverá fazê-lo em petição

assinada por ela própria ou por procurador com poderes especiais, aduzindo as suas razões

acompanhadas de prova documental ou do rol de testemunhas.

Art. 99. Se reconhecer a suspeição, o juiz sustará a marcha do processo, mandará juntar aos

autos a petição do recusante com os documentos que a instruam, e por despacho se declarará

suspeito, ordenando a remessa dos autos ao substituto.

Art. 100. Não aceitando a suspeição, o juiz mandará autuar em apartado a petição, dará sua

resposta dentro em três dias, podendo instruí-la e oferecer testemunhas, e, em seguida,

determinará sejam os autos da exceção remetidos, dentro em 24 vinte e quatro horas, ao juiz

ou tribunal a quem competir o julgamento.

§ 1º Reconhecida, preliminarmente, a relevância da argüição, o juiz ou tribunal, com citação

das partes, marcará dia e hora para a inquirição das testemunhas, seguindo-se o julgamento,

independentemente de mais alegações.

§ 2º Se a suspeição for de manifesta improcedência, o juiz ou relator a rejeitará liminarmente.

Art. 101. Julgada procedente a suspeição, ficarão nulos os atos do processo principal, pagando

o juiz as custas, no caso de erro inescusável; rejeitada, evidenciando-se a malícia do excipiente,

a este será imposta a multa de duzentos mil-réis a dois contos de réis.

Art. 102. Quando a parte contrária reconhecer a procedência da argüição, poderá ser sustado,

a seu requerimento, o processo principal, até que se julgue o incidente da suspeição.

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Art. 103. No Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o juiz que se julgar

suspeito deverá declará-lo nos autos e, se for revisor, passar o feito ao seu substituto na

ordem da precedência, ou, se for relator, apresentar os autos em mesa para nova distribuição.

§ 1º Se não for relator nem revisor, o juiz que houver de dar-se por suspeito, deverá fazê-lo

verbalmente, na sessão de julgamento, registrando-se na ata a declaração.

§ 2º Se o presidente do tribunal se der por suspeito, competirá ao seu substituto designar dia

para o julgamento e presidi-lo.

§ 3º Observar-se-á, quanto à argüição de suspeição pela parte, o disposto nos arts. 98 a 101,

no que Ihe for aplicável, atendido, se o juiz a reconhecer, o que estabelece este artigo.

§ 4º A suspeição, não sendo reconhecida, será julgada pelo tribunal pleno, funcionando como

relator o presidente.

§ 5º Se o recusado for o presidente do tribunal, o relator será o vice-presidente.

Art. 104. Se for argüida a suspeição do órgão do Ministério Público, o juiz, depois de ouvi-lo,

decidirá, sem recurso, podendo antes admitir a produção de provas no prazo de três dias.

Art. 105. As partes poderão também argüir de suspeitos os peritos, os intérpretes e os

serventuários ou funcionários de justiça, decidindo o juiz de plano e sem recurso, à vista da

matéria alegada e prova imediata.

Art. 106. A suspeição dos jurados deverá ser argüida oralmente, decidindo de plano do

presidente do Tribunal do Júri, que a rejeitará se, negada pelo recusado, não for

imediatamente comprovada, o que tudo constará da ata.

Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito, mas

deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal.

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Art. 108. A exceção de incompetência do juízo poderá ser oposta, verbalmente ou por escrito,

no prazo de defesa.

§ 1º Se, ouvido o Ministério Público, for aceita a declinatória, o feito será remetido ao juízo

competente, onde, ratificados os atos anteriores, o processo prosseguirá.

§ 2º Recusada a incompetência, o juiz continuará no feito, fazendo tomar por termo a

declinatória, se formulada verbalmente.

Art. 109. Se em qualquer fase do processo o juiz reconhecer motivo que o torne incompetente,

declará-lo-á nos autos, haja ou não alegação da parte, prosseguindo-se na forma do artigo

anterior.

Art. 110. Nas exceções de litispendência, ilegitimidade de parte e coisa julgada, será

observado, no que Ihes for aplicável, o disposto sobre a exceção de incompetência do juízo.

§ 1º Se a parte houver de opor mais de uma dessas exceções, deverá fazê-lo numa só petição

ou articulado.

§ 2º A exceção de coisa julgada somente poderá ser oposta em relação ao fato principal, que

tiver sido objeto da sentença.

Art. 111. As exceções serão processadas em autos apartados e não suspenderão, em regra, o

andamento da ação penal.

CAPÍTULO III

DAS INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS

Art. 112. O juiz, o órgão do Ministério Público, os serventuários ou funcionários de justiça e os

peritos ou intérpretes abster-se-ão de servir no processo, quando houver incompatibilidade ou

impedimento legal, que declararão nos autos. Se não se der a abstenção, a incompatibilidade

ou impedimento poderá ser argüido pelas partes, seguindo-se o processo estabelecido para a

exceção de suspeição.

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CAPÍTULO IV

DO CONFLITO DE JURISDIÇÃO

Art. 113. As questões atinentes à competência resolver-se-ão não só pela exceção própria,

como também pelo conflito positivo ou negativo de jurisdição.

Art. 114. Haverá conflito de jurisdição:

I - quando duas ou mais autoridades judiciárias se considerarem competentes, ou

incompetentes, para conhecer do mesmo fato criminoso;

II - quando entre elas surgir controvérsia sobre unidade de juízo, junção ou separação de

processos.

Art. 115. O conflito poderá ser suscitado:

I - pela parte interessada;

II - pelos órgãos do Ministério Público junto a qualquer dos juízos em dissídio;

III - por qualquer dos juízes ou tribunais em causa.

Art. 116. Os juízes e tribunais, sob a forma de representação, e a parte interessada, sob a de

requerimento, darão parte escrita e circunstanciada do conflito, perante o tribunal

competente, expondo os fundamentos e juntando os documentos comprobatórios.

§ 1º Quando negativo o conflito, os juízes e tribunais poderão suscitá-lo nos próprios autos do

processo.

§ 2º Distribuído o feito, se o conflito for positivo, o relator poderá determinar imediatamente

que se suspenda o andamento do processo.

§ 3º Expedida ou não a ordem de suspensão, o relator requisitará informações às autoridades

em conflito, remetendo-lhes cópia do requerimento ou representação.

§ 4º As informações serão prestadas no prazo marcado pelo relator.

§ 5º Recebidas as informações, e depois de ouvido o procurador-geral, o conflito será decidido

na primeira sessão, salvo se a instrução do feito depender de diligência.

§ 6º Proferida a decisão, as cópias necessárias serão remetidas, para a sua execução, às

autoridades contra as quais tiver sido levantado o conflito ou que o houverem suscitado.

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Art. 117. O Supremo Tribunal Federal, mediante avocatória, restabelecerá a sua jurisdição,

sempre que exercida por qualquer dos juízes ou tribunais inferiores.

CAPÍTULO V

DA RESTITUIÇÃO DAS COISAS APREENDIDAS

Art. 118. Antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas apreendidas não poderão ser

restituídas enquanto interessarem ao processo.

Art. 119. As coisas a que se referem os arts. 74 e 100 do Código Penal não poderão ser

restituídas, mesmo depois de transitar em julgado a sentença final, salvo se pertencerem ao

lesado ou a terceiro de boa-fé.

Art. 120. A restituição, quando cabível, poderá ser ordenada pela autoridade policial ou juiz,

mediante termo nos autos, desde que não exista dúvida quanto ao direito do reclamante.

§ 1º Se duvidoso esse direito, o pedido de restituição autuar-se-á em apartado, assinando-se

ao requerente o prazo de 5 (cinco) dias para a prova. Em tal caso, só o juiz criminal poderá

decidir o incidente.

§ 2º O incidente autuar-se-á também em apartado e só a autoridade judicial o resolverá, se as

coisas forem apreendidas em poder de terceiro de boa-fé, que será intimado para alegar e

provar o seu direito, em prazo igual e sucessivo ao do reclamante, tendo um e outro dois dias

para arrazoar.

§ 3º Sobre o pedido de restituição será sempre ouvido o Ministério Público.

§ 4º Em caso de dúvida sobre quem seja o verdadeiro dono, o juiz remeterá as partes para o

juízo cível, ordenando o depósito das coisas em mãos de depositário ou do próprio terceiro

que as detinha, se for pessoa idônea.

§ 5º Tratando-se de coisas facilmente deterioráveis, serão avaliadas e levadas a leilão público,

depositando-se o dinheiro apurado, ou entregues ao terceiro que as detinha, se este for

pessoa idônea e assinar termo de responsabilidade.

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Art. 121. No caso de apreensão de coisa adquirida com os proventos da infração, aplica-se o

disposto no art. 133 e seu parágrafo.

Art. 122. Sem prejuízo do disposto no art. 120, as coisas apreendidas serão alienadas nos

termos do disposto no art. 133 deste Código.

Parágrafo único. (Revogado).

Art. 123. Fora dos casos previstos nos artigos anteriores, se dentro no prazo de 90 dias, a

contar da data em que transitar em julgado a sentença final, condenatória ou absolutória, os

objetos apreendidos não forem reclamados ou não pertencerem ao réu, serão vendidos em

leilão, depositando-se o saldo à disposição do juízo de ausentes.

Art. 124. Os instrumentos do crime, cuja perda em favor da União for decretada, e as coisas

confiscadas, de acordo com o disposto no art. 100 do Código Penal, serão inutilizados ou

recolhidos a museu criminal, se houver interesse na sua conservação.

Art. 124-A. Na hipótese de decretação de perdimento de obras de arte ou de outros bens de

relevante valor cultural ou artístico, se o crime não tiver vítima determinada, poderá haver

destinação dos bens a museus públicos.

CAPÍTULO VI

DAS MEDIDAS ASSECURATÓRIAS

Art. 125. Caberá o seqüestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os proventos da

infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro.

Art. 126. Para a decretação do seqüestro, bastará a existência de indícios veementes da

proveniência ilícita dos bens.

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Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou do ofendido, ou mediante

representação da autoridade policial, poderá ordenar o seqüestro, em qualquer fase do

processo ou ainda antes de oferecida a denúncia ou queixa.

Art. 128. Realizado o seqüestro, o juiz ordenará a sua inscrição no Registro de Imóveis.

Art. 129. O seqüestro autuar-se-á em apartado e admitirá embargos de terceiro.

Art. 130. O seqüestro poderá ainda ser embargado:

I - pelo acusado, sob o fundamento de não terem os bens sido adquiridos com os proventos

da infração;

II - pelo terceiro, a quem houverem os bens sido transferidos a título oneroso, sob o

fundamento de tê-los adquirido de boa-fé.

Parágrafo único. Não poderá ser pronunciada decisão nesses embargos antes de passar em

julgado a sentença condenatória.

Art. 131. O seqüestro será levantado:

I - se a ação penal não for intentada no prazo de sessenta dias, contado da data em que ficar

concluída a diligência;

II - se o terceiro, a quem tiverem sido transferidos os bens, prestar caução que assegure a

aplicação do disposto no art. 74, II, b, segunda parte, do Código Penal;

III - se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu, por sentença transitada em

julgado.

Art. 132. Proceder-se-á ao seqüestro dos bens móveis se, verificadas as condições previstas

no art. 126, não for cabível a medida regulada no Capítulo Xl do Título Vll deste Livro.

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Art. 133. Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do

interessado ou do Ministério Público, determinará a avaliação e a venda dos bens em leilão

público cujo perdimento tenha sido decretado.

§ 1º Do dinheiro apurado, será recolhido aos cofres públicos o que não couber ao lesado ou a

terceiro de boa-fé.

§ 2º O valor apurado deverá ser recolhido ao Fundo Penitenciário Nacional, exceto se houver

previsão diversa em lei especial.

Art. 133-A. O juiz poderá autorizar, constatado o interesse público, a utilização de bem

sequestrado, apreendido ou sujeito a qualquer medida assecuratória pelos órgãos de

segurança pública previstos no art. 144 da Constituição Federal, do sistema prisional, do

sistema socioeducativo, da Força Nacional de Segurança Pública e do Instituto Geral de Perícia,

para o desempenho de suas atividades.

§ 1º O órgão de segurança pública participante das ações de investigação ou repressão da

infração penal que ensejou a constrição do bem terá prioridade na sua utilização.

§ 2º Fora das hipóteses anteriores, demonstrado o interesse público, o juiz poderá autorizar o

uso do bem pelos demais órgãos públicos.

§ 3º Se o bem a que se refere o caput deste artigo for veículo, embarcação ou aeronave, o juiz

ordenará à autoridade de trânsito ou ao órgão de registro e controle a expedição de

certificado provisório de registro e licenciamento em favor do órgão público beneficiário, o

qual estará isento do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores à disponibilização

do bem para a sua utilização, que deverão ser cobrados de seu responsável.

§ 4º Transitada em julgado a sentença penal condenatória com a decretação de perdimento

dos bens, ressalvado o direito do lesado ou terceiro de boa-fé, o juiz poderá determinar a

transferência definitiva da propriedade ao órgão público beneficiário ao qual foi custodiado o

bem.

Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado poderá ser requerida pelo ofendido em

qualquer fase do processo, desde que haja certeza da infração e indícios suficientes da autoria.

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Art. 135. Pedida a especialização mediante requerimento, em que a parte estimará o valor da

responsabilidade civil, e designará e estimará o imóvel ou imóveis que terão de ficar

especialmente hipotecados, o juiz mandará logo proceder ao arbitramento do valor da

responsabilidade e à avaliação do imóvel ou imóveis.

§ 1º A petição será instruída com as provas ou indicação das provas em que se fundar a

estimação da responsabilidade, com a relação dos imóveis que o responsável possuir, se

outros tiver, além dos indicados no requerimento, e com os documentos comprobatórios do

domínio.

§ 2º O arbitramento do valor da responsabilidade e a avaliação dos imóveis designados far-se-

ão por perito nomeado pelo juiz, onde não houver avaliador judicial, sendo-lhe facultada a

consulta dos autos do processo respectivo.

§ 3º O juiz, ouvidas as partes no prazo de dois dias, que correrá em cartório, poderá corrigir o

arbitramento do valor da responsabilidade, se Ihe parecer excessivo ou deficiente.

§ 4º O juiz autorizará somente a inscrição da hipoteca do imóvel ou imóveis necessários à

garantia da responsabilidade.

§ 5º O valor da responsabilidade será liquidado definitivamente após a condenação, podendo

ser requerido novo arbitramento se qualquer das partes não se conformar com o

arbitramento anterior à sentença condenatória.

§ 6º Se o réu oferecer caução suficiente, em dinheiro ou em títulos de dívida pública, pelo valor

de sua cotação em Bolsa, o juiz poderá deixar de mandar proceder à inscrição da hipoteca

legal.

Art. 136. O arresto do imóvel poderá ser decretado de início, revogando-se, porém, se no

prazo de 15 (quinze) dias não for promovido o processo de inscrição da hipoteca legal.

Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis ou os possuir de valor insuficiente,

poderão ser arrestados bens móveis suscetíveis de penhora, nos termos em que é facultada a

hipoteca legal dos imóveis.

§ 1º Se esses bens forem coisas fungíveis e facilmente deterioráveis, proceder-se-á na forma

do § 5º do art. 120.

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§ 2º Das rendas dos bens móveis poderão ser fornecidos recursos arbitrados pelo juiz, para a

manutenção do indiciado e de sua família.

Art. 138. O processo de especialização da hipoteca e do arresto correrão em auto apartado.

Art. 139. O depósito e a administração dos bens arrestados ficarão sujeitos ao regime do

processo civil.

Art. 140. As garantias do ressarcimento do dano alcançarão também as despesas processuais

e as penas pecuniárias, tendo preferência sobre estas a reparação do dano ao ofendido.

Art. 141. O arresto será levantado ou cancelada a hipoteca, se, por sentença irrecorrível, o réu

for absolvido ou julgada extinta a punibilidade.

Art. 142. Caberá ao Ministério Público promover as medidas estabelecidas nos arts. 134 e 137,

se houver interesse da Fazenda Pública, ou se o ofendido for pobre e o requerer.

Art. 143. Passando em julgado a sentença condenatória, serão os autos de hipoteca ou arresto

remetidos ao juiz do cível (art. 63).

Art. 144. Os interessados ou, nos casos do art. 142, o Ministério Público poderão requerer no

juízo cível, contra o responsável civil, as medidas previstas nos arts. 134, 136 e 137.

Art. 144-A. O juiz determinará a alienação antecipada para preservação do valor dos bens

sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando

houver dificuldade para sua manutenção.

§ 1º O leilão far-se-á preferencialmente por meio eletrônico.

§ 2º Os bens deverão ser vendidos pelo valor fixado na avaliação judicial ou por valor maior.

Não alcançado o valor estipulado pela administração judicial, será realizado novo leilão, em até

10 (dez) dias contados da realização do primeiro, podendo os bens ser alienados por valor não

inferior a 80% (oitenta por cento) do estipulado na avaliação judicial.

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§ 3º O produto da alienação ficará depositado em conta vinculada ao juízo até a decisão final

do processo, procedendo-se à sua conversão em renda para a União, Estado ou Distrito

Federal, no caso de condenação, ou, no caso de absolvição, à sua devolução ao acusado.

§ 4º Quando a indisponibilidade recair sobre dinheiro, inclusive moeda estrangeira, títulos,

valores mobiliários ou cheques emitidos como ordem de pagamento, o juízo determinará a

conversão do numerário apreendido em moeda nacional corrente e o depósito das

correspondentes quantias em conta judicial.

§ 5º No caso da alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à

autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de

certificado de registro e licenciamento em favor do arrematante, ficando este livre do

pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de execução fiscal em

relação ao antigo proprietário.

§ 6º O valor dos títulos da dívida pública, das ações das sociedades e dos títulos de crédito

negociáveis em bolsa será o da cotação oficial do dia, provada por certidão ou publicação no

órgão oficial.

§ 7º (VETADO).

CAPÍTULO VII

DO INCIDENTE DE FALSIDADE

Art. 145. Argüida, por escrito, a falsidade de documento constante dos autos, o juiz observará

o seguinte processo:

I - mandará autuar em apartado a impugnação, e em seguida ouvirá a parte contrária, que, no

prazo de 48 horas, oferecerá resposta;

II - assinará o prazo de três dias, sucessivamente, a cada uma das partes, para prova de suas

alegações;

III - conclusos os autos, poderá ordenar as diligências que entender necessárias;

IV - se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível, mandará desentranhar o documento e

remetê-lo, com os autos do processo incidente, ao Ministério Público.

Art. 146. A argüição de falsidade, feita por procurador, exige poderes especiais.

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Art. 147. O juiz poderá, de ofício, proceder à verificação da falsidade.

Art. 148. Qualquer que seja a decisão, não fará coisa julgada em prejuízo de ulterior processo

penal ou civil.

CAPÍTULO VIII

DA INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO

Art. 149. Quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz ordenará, de

ofício ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador, do ascendente,

descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este submetido a exame médico-legal.

§ 1º O exame poderá ser ordenado ainda na fase do inquérito, mediante representação da

autoridade policial ao juiz competente.

§ 2º O juiz nomeará curador ao acusado, quando determinar o exame, ficando suspenso o

processo, se já iniciada a ação penal, salvo quanto às diligências que possam ser prejudicadas

pelo adiamento.

Art. 150. Para o efeito do exame, o acusado, se estiver preso, será internado em manicômio

judiciário, onde houver, ou, se estiver solto, e o requererem os peritos, em estabelecimento

adequado que o juiz designar.

§ 1º O exame não durará mais de quarenta e cinco dias, salvo se os peritos demonstrarem a

necessidade de maior prazo.

§ 2º Se não houver prejuízo para a marcha do processo, o juiz poderá autorizar sejam os autos

entregues aos peritos, para facilitar o exame.

Art. 151. Se os peritos concluírem que o acusado era, ao tempo da infração, irresponsável nos

termos do art. 22 do Código Penal, o processo prosseguirá, com a presença do curador.

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Art. 152. Se se verificar que a doença mental sobreveio à infração o processo continuará

suspenso até que o acusado se restabeleça, observado o § 2º do art. 149.

§ 1º O juiz poderá, nesse caso, ordenar a internação do acusado em manicômio judiciário ou

em outro estabelecimento adequado.

§ 2º O processo retomará o seu curso, desde que se restabeleça o acusado, ficando-lhe

assegurada a faculdade de reinquirir as testemunhas que houverem prestado depoimento

sem a sua presença.

Art. 153. O incidente da insanidade mental processar-se-á em auto apartado, que só depois da

apresentação do laudo, será apenso ao processo principal.

Art. 154. Se a insanidade mental sobrevier no curso da execução da pena, observar-se-á o

disposto no art. 682.

TÍTULO VII

DA PROVA

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em

contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos

informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e

antecipadas.

Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições

estabelecidas na lei civil.

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Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de

ofício:

I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas

consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e

proporcionalidade da medida;

II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de

diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim

entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.

§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado

o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por

uma fonte independente das primeiras.

§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de

praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto

da prova.

§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será

inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente.

§ 4º (VETADO)

§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada inadmissível não poderá proferir a

sentença ou acórdão.

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CAPÍTULO II

DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE

CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL

Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito,

direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.

Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se

tratar de crime que envolva:

I - violência doméstica e familiar contra mulher;

II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.

Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados

para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas

de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.

§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou com

procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada a existência de vestígio.

§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial interesse para a

produção da prova pericial fica responsável por sua preservação.

§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que

se relaciona à infração penal.

Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas seguintes

etapas:

I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial interesse para a

produção da prova pericial;

II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar e preservar o

ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local de crime;

III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de crime ou no

corpo de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser ilustrada por fotografias,

filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial produzido pelo

perito responsável pelo atendimento;

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IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas

características e natureza;

V - acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de

forma individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para

posterior análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o

acondicionamento;

VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições

adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a garantir a

manutenção de suas características originais, bem como o controle de sua posse;

VII - recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documentado

com, no mínimo, informações referentes ao número de procedimento e unidade de polícia

judiciária relacionada, local de origem, nome de quem transportou o vestígio, código de

rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de

quem o recebeu;

VIII - processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a

metodologia adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o

resultado desejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito;

IX - armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material

a ser processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado, com

vinculação ao número do laudo correspondente;

X - descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e,

quando pertinente, mediante autorização judicial.

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Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por perito oficial, que

dará o encaminhamento necessário para a central de custódia, mesmo quando for necessária

a realização de exames complementares.

§ 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou processo devem ser tratados como

descrito nesta Lei, ficando órgão central de perícia oficial de natureza criminal responsável por

detalhar a forma do seu cumprimento.

§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quaisquer vestígios de

locais de crime antes da liberação por parte do perito responsável, sendo tipificada como

fraude processual a sua realização.

Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio será determinado pela natureza do

material.

§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração individualizada, de

forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestígio durante o transporte.

§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas características, impedir

contaminação e vazamento, ter grau de resistência adequado e espaço para registro de

informações sobre seu conteúdo.

§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à análise e,

motivadamente, por pessoa autorizada.

§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha de acompanhamento de

vestígio o nome e a matrícula do responsável, a data, o local, a finalidade, bem como as

informações referentes ao novo lacre utilizado.

§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo recipiente.

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Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central de custódia destinada

à guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve ser vinculada diretamente ao órgão

central de perícia oficial de natureza criminal.

§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com local para

conferência, recepção, devolução de materiais e documentos, possibilitando a seleção, a

classificação e a distribuição de materiais, devendo ser um espaço seguro e apresentar

condições ambientais que não interfiram nas características do vestígio.

§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão ser protocoladas,

consignando-se informações sobre a ocorrência no inquérito que a eles se relacionam.

§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado deverão ser identificadas e

deverão ser registradas a data e a hora do acesso.

§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas as ações deverão ser

registradas, consignando-se a identificação do responsável pela tramitação, a destinação, a

data e horário da ação.

Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido à central de custódia,

devendo nela permanecer.

Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou condições de armazenar

determinado material, deverá a autoridade policial ou judiciária determinar as condições de

depósito do referido material em local diverso, mediante requerimento do diretor do órgão

central de perícia oficial de natureza criminal.

Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial,

portador de diploma de curso superior.

§ 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras

de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem

habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.

§ 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o

encargo.

§ 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao ofendido, ao

querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.

Curso On-line para 296


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§ 4º O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a conclusão dos

exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta decisão.

§ 5º Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia:

I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos,

desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam

encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas

em laudo complementar;

II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo

juiz ou ser inquiridos em audiência.

§ 6º Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia será

disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença

de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conservação.

§ 7º Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento

especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar

mais de um assistente técnico.

Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que

examinarem, e responderão aos quesitos formulados.

Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo este

prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.

Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora.

Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela

evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que

declararão no auto.

Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver,

quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem

precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a verificação de

alguma circunstância relevante.

Curso On-line para 297


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Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará para que,

em dia e hora previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto

circunstanciado.

Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indicará o lugar da

sepultura, sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem indique a

sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a autoridade

procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará do auto.

Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, bem

como, na medida do possível, todas as lesões externas e vestígios deixados no local do crime.

Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando possível,

juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente

rubricados.

Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á ao

reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou pela

inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de identidade, no qual se

descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações.

Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos os objetos

encontrados, que possam ser úteis para a identificação do cadáver.

Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os

vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.

Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto,

proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária,

de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu

defensor.

§ 1º No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de delito, a fim de

suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.

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§ 2º Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1º, I, do Código

Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime.

§ 3º A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal.

Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade

providenciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos

peritos, que poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas

elucidativos.

Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das coisas e

discutirão, no relatório, as conseqüências dessas alterações na dinâmica dos fatos.

Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a

eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados com

provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos ou esquemas.

Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a subtração da

coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que

instrumentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato praticado.

Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coisas destruídas, deterioradas ou

que constituam produto do crime.

Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos procederão à avaliação por meio

dos elementos existentes nos autos e dos que resultarem de diligências.

Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que houver

começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, a

extensão do dano e o seu valor e as demais circunstâncias que interessarem à elucidação do

fato.

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Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra, observar-se-á

o seguinte:

I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para o ato, se for

encontrada;

II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa reconhecer ou

já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade

não houver dúvida;

III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos que existirem

em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se daí não

puderem ser retirados;

IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os exibidos, a

autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a pessoa,

mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita por precatória, em que se

consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever.

Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da infração, a fim

de se Ihes verificar a natureza e a eficiência.

Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos até o ato da diligência.

Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no juízo deprecado.

Havendo, porém, no caso de ação privada, acordo das partes, essa nomeação poderá ser feita

pelo juiz deprecante.

Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão transcritos na precatória.

Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela autoridade ao diretor da

repartição, juntando-se ao processo o laudo assinado pelos peritos.

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Art. 179. No caso do § 1º do art. 159, o escrivão lavrará o auto respectivo, que será assinado

pelos peritos e, se presente ao exame, também pela autoridade.

Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o laudo, que poderá ser datilografado,

será subscrito e rubricado em suas folhas por todos os peritos.

Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do exame as

declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o seu laudo, e

a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá mandar

proceder a novo exame por outros peritos.

Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões, obscuridades ou

contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a formalidade, complementar ou

esclarecer o laudo.

Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se proceda a novo exame, por

outros peritos, se julgar conveniente.

Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em

parte.

Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, observar-se-á o disposto no art. 19.

Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial negará a

perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade.

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CAPÍTULO III

DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO

Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo

penal, será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado.

§ 1º O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no estabelecimento em que

estiver recolhido, desde que estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do Ministério

Público e dos auxiliares bem como a presença do defensor e a publicidade do ato.

§ 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das

partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro

recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida

seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades:

I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre

organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento;

II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante

dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância

pessoal;

III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja

possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217 deste

Código;

IV - responder à gravíssima questão de ordem pública.

§ 3º Da decisão que determinar a realização de interrogatório por videoconferência, as partes

serão intimadas com 10 (dez) dias de antecedência.

§ 4º Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá acompanhar, pelo mesmo

sistema tecnológico, a realização de todos os atos da audiência única de instrução e

julgamento de que tratam os arts. 400, 411 e 531 deste Código.

§ 5º Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o direito de entrevista

prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por videoconferência, fica também

garantido o acesso a canais telefônicos reservados para comunicação entre o defensor que

esteja no presídio e o advogado presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o

preso.

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§ 6º A sala reservada no estabelecimento prisional para a realização de atos processuais por

sistema de videoconferência será fiscalizada pelos corregedores e pelo juiz de cada causa,

como também pelo Ministério Público e pela Ordem dos Advogados do Brasil.

§ 7º Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo nas hipóteses em que o

interrogatório não se realizar na forma prevista nos §§ 1º e 2o deste artigo.

§ 8º Aplica-se o disposto nos §§ 2º, 3o, 4o e 5o deste artigo, no que couber, à realização de

outros atos processuais que dependam da participação de pessoa que esteja presa, como

acareação, reconhecimento de pessoas e coisas, e inquirição de testemunha ou tomada de

declarações do ofendido.

§ 9º Na hipótese do § 8º deste artigo, fica garantido o acompanhamento do ato processual pelo

acusado e seu defensor.

§ 10. Do interrogatório deverá constar a informação sobre a existência de filhos, respectivas

idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos

cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa

Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o

acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de

permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas.

Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em

prejuízo da defesa.

Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do acusado e sobre

os fatos.

§ 1º Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, meios de vida ou

profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida pregressa,

notadamente se foi preso ou processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do

processo, se houve suspensão condicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu

e outros dados familiares e sociais.

§ 2º Na segunda parte será perguntado sobre:

I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita;

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II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a que atribuí-la, se

conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a prática do crime, e quais sejam, e

se com elas esteve antes da prática da infração ou depois dela;

III - onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia desta;

IV - as provas já apuradas;

V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e desde quando, e se tem

o que alegar contra elas;

VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer objeto que com

esta se relacione e tenha sido apreendido;

VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos antecedentes e

circunstâncias da infração;

VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa.

Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para

ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e

relevante.

Art. 189. Se o interrogando negar a acusação, no todo ou em parte, poderá prestar

esclarecimentos e indicar provas.

Art. 190. Se confessar a autoria, será perguntado sobre os motivos e circunstâncias do fato e

se outras pessoas concorreram para a infração, e quais sejam.

Art. 191. Havendo mais de um acusado, serão interrogados separadamente.

Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do surdo-mudo será feito pela forma

seguinte:

I - ao surdo serão apresentadas por escrito as perguntas, que ele responderá oralmente;

II - ao mudo as perguntas serão feitas oralmente, respondendo-as por escrito;

III - ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por escrito e do mesmo modo dará as

respostas.

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Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou escrever, intervirá no ato, como

intérprete e sob compromisso, pessoa habilitada a entendê-lo.

Art. 193. Quando o interrogando não falar a língua nacional, o interrogatório será feito por

meio de intérprete.

Art. 195. Se o interrogado não souber escrever, não puder ou não quiser assinar, tal fato será

consignado no termo.

Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de ofício ou a pedido

fundamentado de qualquer das partes.

CAPÍTULO IV

DA CONFISSÃO

Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de

prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo,

verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância.

Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir elemento para

a formação do convencimento do juiz.

Art. 199. A confissão, quando feita fora do interrogatório, será tomada por termo nos autos,

observado o disposto no art. 195.

Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do juiz,

fundado no exame das provas em conjunto.

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CAPÍTULO V

DO OFENDIDO

Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado sobre as

circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar,

tomando-se por termo as suas declarações.

§ 1º Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o ofendido poderá ser

conduzido à presença da autoridade.

§ 2º O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída do

acusado da prisão, à designação de data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos

que a mantenham ou modifiquem.

§ 3º As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por ele indicado, admitindo-

se, por opção do ofendido, o uso de meio eletrônico.

§ 4º Antes do início da audiência e durante a sua realização, será reservado espaço separado

para o ofendido.

§ 5º Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o ofendido para atendimento

multidisciplinar, especialmente nas áreas psicossocial, de assistência jurídica e de saúde, a

expensas do ofensor ou do Estado.

§ 6º O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimidade, vida privada,

honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação

aos dados, depoimentos e outras informações constantes dos autos a seu respeito para evitar

sua exposição aos meios de comunicação.

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CAPÍTULO VI

DAS TESTEMUNHAS

Art. 202. Toda pessoa poderá ser testemunha.

Art. 203. A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que

souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu estado e sua

residência, sua profissão, lugar onde exerce sua atividade, se é parente, e em que grau, de

alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer delas, e relatar o que souber,

explicando sempre as razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se

de sua credibilidade.

Art. 204. O depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à testemunha trazê-lo

por escrito.

Parágrafo único. Não será vedada à testemunha, entretanto, breve consulta a apontamentos.

Art. 205. Se ocorrer dúvida sobre a identidade da testemunha, o juiz procederá à verificação

pelos meios ao seu alcance, podendo, entretanto, tomar-lhe o depoimento desde logo.

Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto,

recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que

desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for

possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.

Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou

profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem

dar o seu testemunho.

Art. 208. Não se deferirá o compromisso a que alude o art. 203 aos doentes e deficientes

mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos, nem às pessoas a que se refere o art. 206.

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Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das

indicadas pelas partes.

§ 1º Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as testemunhas se

referirem.

§ 2º Não será computada como testemunha a pessoa que nada souber que interesse à decisão

da causa.

Art. 210. As testemunhas serão inquiridas cada uma de per si, de modo que umas não saibam

nem ouçam os depoimentos das outras, devendo o juiz adverti-las das penas cominadas ao

falso testemunho.

Parágrafo único. Antes do início da audiência e durante a sua realização, serão reservados

espaços separados para a garantia da incomunicabilidade das testemunhas.

Art. 211. Se o juiz, ao pronunciar sentença final, reconhecer que alguma testemunha fez

afirmação falsa, calou ou negou a verdade, remeterá cópia do depoimento à autoridade

policial para a instauração de inquérito.

Parágrafo único. Tendo o depoimento sido prestado em plenário de julgamento, o juiz, no caso

de proferir decisão na audiência (art. 538, § 2º), o tribunal (art. 561), ou o conselho de sentença,

após a votação dos quesitos, poderão fazer apresentar imediatamente a testemunha à

autoridade policial.

Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não

admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou

importarem na repetição de outra já respondida.

Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição.

Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas apreciações pessoais, salvo

quando inseparáveis da narrativa do fato.

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Art. 214. Antes de iniciado o depoimento, as partes poderão contraditar a testemunha ou

argüir circunstâncias ou defeitos, que a tornem suspeita de parcialidade, ou indigna de fé. O

juiz fará consignar a contradita ou argüição e a resposta da testemunha, mas só excluirá a

testemunha ou não Ihe deferirá compromisso nos casos previstos nos arts. 207 e 208.

Art. 215. Na redação do depoimento, o juiz deverá cingir-se, tanto quanto possível, às

expressões usadas pelas testemunhas, reproduzindo fielmente as suas frases.

Art. 216. O depoimento da testemunha será reduzido a termo, assinado por ela, pelo juiz e

pelas partes. Se a testemunha não souber assinar, ou não puder fazê-lo, pedirá a alguém que

o faça por ela, depois de lido na presença de ambos.

Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério

constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do

depoimento, fará a inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade dessa

forma, determinará a retirada do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu

defensor.

Parágrafo único. A adoção de qualquer das medidas previstas no caput deste artigo deverá

constar do termo, assim como os motivos que a determinaram.

Art. 218. Se, regularmente intimada, a testemunha deixar de comparecer sem motivo

justificado, o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua apresentação ou determinar seja

conduzida por oficial de justiça, que poderá solicitar o auxílio da força pública.

Art. 219. O juiz poderá aplicar à testemunha faltosa a multa prevista no art. 453, sem prejuízo

do processo penal por crime de desobediência, e condená-la ao pagamento das custas da

diligência.

Art. 220. As pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de comparecer para

depor, serão inquiridas onde estiverem.

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Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e deputados federais, os

ministros de Estado, os governadores de Estados e Territórios, os secretários de Estado, os

prefeitos do Distrito Federal e dos Municípios, os deputados às Assembléias Legislativas

Estaduais, os membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da

União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão inquiridos

em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz.

§ 1º O Presidente e o Vice-Presidente da República, os presidentes do Senado Federal, da

Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal poderão optar pela prestação de

depoimento por escrito, caso em que as perguntas, formuladas pelas partes e deferidas pelo

juiz, Ihes serão transmitidas por ofício.

§ 2º Os militares deverão ser requisitados à autoridade superior.

§ 3º Aos funcionários públicos aplicar-se-á o disposto no art. 218, devendo, porém, a expedição

do mandado ser imediatamente comunicada ao chefe da repartição em que servirem, com

indicação do dia e da hora marcados.

Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de

sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimadas as

partes.

§ 1º A expedição da precatória não suspenderá a instrução criminal.

§ 2º Findo o prazo marcado, poderá realizar-se o julgamento, mas, a todo tempo, a precatória,

uma vez devolvida, será junta aos autos.

§ 3º Na hipótese prevista no caput deste artigo, a oitiva de testemunha poderá ser realizada

por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens

em tempo real, permitida a presença do defensor e podendo ser realizada, inclusive, durante a

realização da audiência de instrução e julgamento.

Art. 222-A. As cartas rogatórias só serão expedidas se demonstrada previamente a sua

imprescindibilidade, arcando a parte requerente com os custos de envio.

Parágrafo único. Aplica-se às cartas rogatórias o disposto nos §§ 1º e 2o do art. 222 deste

Código.

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Art. 223. Quando a testemunha não conhecer a língua nacional, será nomeado intérprete para

traduzir as perguntas e respostas.

Parágrafo único. Tratando-se de mudo, surdo ou surdo-mudo, proceder-se-á na conformidade

do art. 192.

Art. 224. As testemunhas comunicarão ao juiz, dentro de um ano, qualquer mudança de

residência, sujeitando-se, pela simples omissão, às penas do não-comparecimento.

Art. 225. Se qualquer testemunha houver de ausentar-se, ou, por enfermidade ou por velhice,

inspirar receio de que ao tempo da instrução criminal já não exista, o juiz poderá, de ofício ou

a requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.

CAPÍTULO VII

DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS

Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á

pela seguinte forma:

I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva

ser reconhecida;

Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras

que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o

reconhecimento a apontá-la;

III - se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de

intimidação ou outra influência, não diga a verdade em face da pessoa que deve ser

reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não veja aquela;

IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela

pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais.

Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo não terá aplicação na fase da instrução

criminal ou em plenário de julgamento.

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Art. 227. No reconhecimento de objeto, proceder-se-á com as cautelas estabelecidas no artigo

anterior, no que for aplicável.

Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o reconhecimento de pessoa ou de

objeto, cada uma fará a prova em separado, evitando-se qualquer comunicação entre elas.

CAPÍTULO VIII

DA ACAREAÇÃO

Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e testemunha, entre

testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas

ofendidas, sempre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias

relevantes.

Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que expliquem os pontos de

divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação.

Art. 230. Se ausente alguma testemunha, cujas declarações divirjam das de outra, que esteja

presente, a esta se darão a conhecer os pontos da divergência, consignando-se no auto o que

explicar ou observar. Se subsistir a discordância, expedir-se-á precatória à autoridade do lugar

onde resida a testemunha ausente, transcrevendo-se as declarações desta e as da testemunha

presente, nos pontos em que divergirem, bem como o texto do referido auto, a fim de que se

complete a diligência, ouvindo-se a testemunha ausente, pela mesma forma estabelecida para

a testemunha presente. Esta diligência só se realizará quando não importe demora prejudicial

ao processo e o juiz a entenda conveniente.

CAPÍTULO IX

DOS DOCUMENTOS

Art. 231. Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar documentos em

qualquer fase do processo.

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Art. 232. Consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou

particulares.

Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, se dará o mesmo valor

do original.

Art. 233. As cartas particulares, interceptadas ou obtidas por meios criminosos, não serão

admitidas em juízo.

Parágrafo único. As cartas poderão ser exibidas em juízo pelo respectivo destinatário, para a

defesa de seu direito, ainda que não haja consentimento do signatário.

Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto relevante da

acusação ou da defesa, providenciará, independentemente de requerimento de qualquer das

partes, para sua juntada aos autos, se possível.

Art. 235. A letra e firma dos documentos particulares serão submetidas a exame pericial,

quando contestada a sua autenticidade.

Art. 236. Os documentos em língua estrangeira, sem prejuízo de sua juntada imediata, serão,

se necessário, traduzidos por tradutor público, ou, na falta, por pessoa idônea nomeada pela

autoridade.

Art. 237. As públicas-formas só terão valor quando conferidas com o original, em presença da

autoridade.

Art. 238. Os documentos originais, juntos a processo findo, quando não exista motivo

relevante que justifique a sua conservação nos autos, poderão, mediante requerimento, e

ouvido o Ministério Público, ser entregues à parte que os produziu, ficando traslado nos autos.

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CAPÍTULO X

DOS INDÍCIOS

Art. 239. Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com o

fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras circunstâncias.

CAPÍTULO XI

DA BUSCA E DA APREENSÃO

Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.

§ 1º Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem, para:

a) prender criminosos;

b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;

c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou

contrafeitos;

d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a

fim delituoso;

e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;

f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja

suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato;

g) apreender pessoas vítimas de crimes;

h) colher qualquer elemento de convicção.

§ 2º Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de que alguém oculte

consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h do parágrafo anterior.

Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou judiciária não a realizar pessoalmente, a

busca domiciliar deverá ser precedida da expedição de mandado.

Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de qualquer das partes.

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Art. 243. O mandado de busca deverá:

I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a diligência e o nome do

respectivo proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa que terá

de sofrê-la ou os sinais que a identifiquem;

II - mencionar o motivo e os fins da diligência;

III - ser subscrito pelo escrivão e assinado pela autoridade que o fizer expedir.

§ 1º Se houver ordem de prisão, constará do próprio texto do mandado de busca.

§ 2º Não será permitida a apreensão de documento em poder do defensor do acusado, salvo

quando constituir elemento do corpo de delito.

Art. 244. A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão ou quando houver

fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis

que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca

domiciliar.

Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se

realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado

ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.

§ 1º Se a própria autoridade der a busca, declarará previamente sua qualidade e o objeto da

diligência.

§ 2º Em caso de desobediência, será arrombada a porta e forçada a entrada.

§ 3º Recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força contra coisas existentes no

interior da casa, para o descobrimento do que se procura.

§ 4º Observar-se-á o disposto nos §§ 2º e 3o, quando ausentes os moradores, devendo, neste

caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver presente.

§ 5º Se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador será intimado a

mostrá-la.

§ 6º Descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será imediatamente apreendida e posta sob

custódia da autoridade ou de seus agentes.

§ 7º Finda a diligência, os executores lavrarão auto circunstanciado, assinando-o com duas

testemunhas presenciais, sem prejuízo do disposto no § 4º.

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Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo anterior, quando se tiver de proceder a

busca em compartimento habitado ou em aposento ocupado de habitação coletiva ou em

compartimento não aberto ao público, onde alguém exercer profissão ou atividade.

Art. 247. Não sendo encontrada a pessoa ou coisa procurada, os motivos da diligência serão

comunicados a quem tiver sofrido a busca, se o requerer.

Art. 248. Em casa habitada, a busca será feita de modo que não moleste os moradores mais do

que o indispensável para o êxito da diligência.

Art. 249. A busca em mulher será feita por outra mulher, se não importar retardamento ou

prejuízo da diligência.

Art. 250. A autoridade ou seus agentes poderão penetrar no território de jurisdição alheia,

ainda que de outro Estado, quando, para o fim de apreensão, forem no seguimento de pessoa

ou coisa, devendo apresentar-se à competente autoridade local, antes da diligência ou após,

conforme a urgência desta.

§ 1º Entender-se-á que a autoridade ou seus agentes vão em seguimento da pessoa ou coisa,

quando:

a) tendo conhecimento direto de sua remoção ou transporte, a seguirem sem interrupção,

embora depois a percam de vista;

b) ainda que não a tenham avistado, mas sabendo, por informações fidedignas ou

circunstâncias indiciárias, que está sendo removida ou transportada em determinada direção,

forem ao seu encalço.

§ 2º Se as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da legitimidade das

pessoas que, nas referidas diligências, entrarem pelos seus distritos, ou da legalidade dos

mandados que apresentarem, poderão exigir as provas dessa legitimidade, mas de modo que

não se frustre a diligência.

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TÍTULO VIII

DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ACUSADO E DEFENSOR,

DOS ASSISTENTES E AUXILIARES DA JUSTIÇA

CAPÍTULO I

DO JUIZ

Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e manter a ordem no curso dos

respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública.

Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:

I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral

até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público,

autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito;

II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha;

III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre

a questão;

IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral

até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.

Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes que forem

entre si parentes, consangüíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau,

inclusive.

Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das

partes:

I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;

II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato

análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;

III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive,

sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das

partes;

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IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;

V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;

Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.

Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente de parentesco por afinidade cessará pela

dissolução do casamento que Ihe tiver dado causa, salvo sobrevindo descendentes; mas, ainda

que dissolvido o casamento sem descendentes, não funcionará como juiz o sogro, o padrasto,

o cunhado, o genro ou enteado de quem for parte no processo.

Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a parte injuriar o juiz

ou de propósito der motivo para criá-la.

CAPÍTULO II

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 257. Ao Ministério Público cabe:

I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma estabelecida neste Código; e

II - fiscalizar a execução da lei.

Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz ou

qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou

colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que Ihes for aplicável, as

prescrições relativas à suspeição e aos impedimentos dos juízes.

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CAPÍTULO III

DO ACUSADO E SEU DEFENSOR

Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado com o seu verdadeiro nome ou outros

qualificativos não retardará a ação penal, quando certa a identidade física. A qualquer tempo,

no curso do processo, do julgamento ou da execução da sentença, se for descoberta a sua

qualificação, far-se-á a retificação, por termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos atos

precedentes.

Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório, reconhecimento ou

qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade poderá mandar

conduzi-lo à sua presença.

Parágrafo único. O mandado conterá, além da ordem de condução, os requisitos mencionados

no art. 352, no que Ihe for aplicável.

Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem

defensor.

Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo, será

sempre exercida através de manifestação fundamentada.

Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á curador.

Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu

direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, caso

tenha habilitação.

Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será obrigado a pagar os honorários do

defensor dativo, arbitrados pelo juiz.

Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados e solicitadores serão obrigados, sob pena de

multa de cem a quinhentos mil-réis, a prestar seu patrocínio aos acusados, quando nomeados

pelo Juiz.

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Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo senão por motivo imperioso,

comunicado previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários mínimos,

sem prejuízo das demais sanções cabíveis.

§ 1º A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o defensor não puder

comparecer.

§ 2º Incumbe ao defensor provar o impedimento até a abertura da audiência. Não o fazendo, o

juiz não determinará o adiamento de ato algum do processo, devendo nomear defensor

substituto, ainda que provisoriamente ou só para o efeito do ato.

Art. 266. A constituição de defensor independerá de instrumento de mandato, se o acusado o

indicar por ocasião do interrogatório.

Art. 267. Nos termos do art. 252, não funcionarão como defensores os parentes do juiz.

CAPÍTULO IV

DOS ASSISTENTES

Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do Ministério

Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas

mencionadas no Art. 31.

Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e receberá a

causa no estado em que se achar.

Art. 270. O co-réu no mesmo processo não poderá intervir como assistente do Ministério

Público.

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Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer perguntas às

testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do debate oral e arrazoar os recursos

interpostos pelo Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598.

§ 1º O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da realização das provas propostas pelo

assistente.

§ 2º O processo prosseguirá independentemente de nova intimação do assistente, quando

este, intimado, deixar de comparecer a qualquer dos atos da instrução ou do julgamento, sem

motivo de força maior devidamente comprovado.

Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente sobre a admissão do assistente.

Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, devendo,

entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão.

CAPÍTULO V

DOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA

Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes estendem-se aos serventuários e

funcionários da justiça, no que Ihes for aplicável.

CAPÍTULO VI

DOS PERITOS E INTÉRPRETES

Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à disciplina judiciária.

Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do perito.

Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo, sob pena de

multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.

Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa, provada

imediatamente:

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a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade;

b) não comparecer no dia e local designados para o exame;

c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos estabelecidos.

Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito, sem justa causa, a autoridade poderá

determinar a sua condução.

Art. 279. Não poderão ser peritos:

I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos ns. I e IV do art. 69 do

Código Penal;

II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sobre o

objeto da perícia;

III - os analfabetos e os menores de 21 anos.

Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o disposto sobre suspeição dos

juízes.

Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, equiparados aos peritos.

TÍTULO IX

DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a:

I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos

casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais;

II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do

indiciado ou acusado.

§ 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente.

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§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das partes ou, quando

no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante

requerimento do Ministério Público.

§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber

o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, para se manifestar

no prazo de 5 (cinco) dias, acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias,

permanecendo os autos em juízo, e os casos de urgência ou de perigo deverão ser justificados

e fundamentados em decisão que contenha elementos do caso concreto que justifiquem essa

medida excepcional.

§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, mediante

requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a

medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva, nos

termos do parágrafo único do art. 312 deste Código.

§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida cautelar ou substituí-la

quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se

sobrevierem razões que a justifiquem.

§ 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua substituição

por outra medida cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o não cabimento da

substituição por outra medida cautelar deverá ser justificado de forma fundamentada nos

elementos presentes do caso concreto, de forma individualizada.

Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e

fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de prisão cautelar ou em

virtude de condenação criminal transitada em julgado.

§ 1º As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a que não for

isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de liberdade.

§ 2º A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições

relativas à inviolabilidade do domicílio.

Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência

ou de tentativa de fuga do preso.

Curso On-line para 323


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Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo mandado.

Parágrafo único. O mandado de prisão:

a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;

b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou sinais característicos;

c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;

d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração;

e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução.

Art. 286. O mandado será passado em duplicata, e o executor entregará ao preso, logo depois

da prisão, um dos exemplares com declaração do dia, hora e lugar da diligência. Da entrega

deverá o preso passar recibo no outro exemplar; se recusar, não souber ou não puder

escrever, o fato será mencionado em declaração, assinada por duas testemunhas.

Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará a prisão, e

o preso, em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o mandado,

para a realização de audiência de custódia.

Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja exibido o mandado ao respectivo

diretor ou carcereiro, a quem será entregue cópia assinada pelo executor ou apresentada a

guia expedida pela autoridade competente, devendo ser passado recibo da entrega do preso,

com declaração de dia e hora.

Parágrafo único. O recibo poderá ser passado no próprio exemplar do mandado, se este for o

documento exibido.

Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdição do juiz

processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor do

mandado.

§ 1º Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio de comunicação,

do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como o valor da fiança se arbitrada.

§ 2º A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções necessárias para

averiguar a autenticidade da comunicação.

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§ 3º O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo máximo de 30

(trinta) dias, contados da efetivação da medida.

Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do mandado de prisão em

banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça para essa finalidade.

§ 1º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no mandado de prisão

registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora da competência territorial do juiz

que o expediu.

§ 2º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda que sem registro no

Conselho Nacional de Justiça, adotando as precauções necessárias para averiguar a

autenticidade do mandado e comunicando ao juiz que a decretou, devendo este providenciar,

em seguida, o registro do mandado na forma do caput deste artigo.

§ 3º A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de cumprimento da medida o

qual providenciará a certidão extraída do registro do Conselho Nacional de Justiça e informará

ao juízo que a decretou.

§ 4º O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII do art. 5o da

Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, será

comunicado à Defensoria Pública.

§ 5º Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da pessoa do executor ou

sobre a identidade do preso, aplica-se o disposto no § 2º do art. 290 deste Código.

§ 6º O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o registro do mandado de prisão a que se

refere o caput deste artigo.

Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o

executor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente

à autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará

para a remoção do preso.

§ 1º - Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando:

a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o tenha perdido de

vista;

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b) sabendo, por indícios ou informações fidedignas, que o réu tenha passado, há pouco

tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure, for no seu encalço.

§ 2º Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da legitimidade da

pessoa do executor ou da legalidade do mandado que apresentar, poderão pôr em custódia o

réu, até que fique esclarecida a dúvida.

Art. 291. A prisão em virtude de mandado entender-se-á feita desde que o executor, fazendo-

se conhecer do réu, Ihe apresente o mandado e o intime a acompanhá-lo.

Art. 292. Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à

determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o auxiliarem poderão

usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se

lavrará auto subscrito também por duas testemunhas.

Parágrafo único. É vedado o uso de algemas em mulheres grávidas durante os atos médico-

hospitalares preparatórios para a realização do parto e durante o trabalho de parto, bem

como em mulheres durante o período de puerpério imediato.

Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou se encontra

em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for

obedecido imediatamente, o executor convocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à

força na casa, arrombando as portas, se preciso; sendo noite, o executor, depois da intimação

ao morador, se não for atendido, fará guardar todas as saídas, tornando a casa incomunicável,

e, logo que amanheça, arrombará as portas e efetuará a prisão.

Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua casa será levado à

presença da autoridade, para que se proceda contra ele como for de direito.

Art. 294. No caso de prisão em flagrante, observar-se-á o disposto no artigo anterior, no que

for aplicável.

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Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade

competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação definitiva:

I - os ministros de Estado;

II - os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distrito Federal,

seus respectivos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia;

III - os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das

Assembléias Legislativas dos Estados;

IV - os cidadãos inscritos no "Livro de Mérito";

V – os oficiais das Forças Armadas e os militares dos Estados, do Distrito Federal e dos

Territórios;

VI - os magistrados;

VII - os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República;

VIII - os ministros de confissão religiosa;

IX - os ministros do Tribunal de Contas;

X - os cidadãos que já tiverem exercido efetivamente a função de jurado, salvo quando

excluídos da lista por motivo de incapacidade para o exercício daquela função;

XI - os delegados de polícia e os guardas-civis dos Estados e Territórios, ativos e inativos.

§ 1º A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste exclusivamente no

recolhimento em local distinto da prisão comum.

§ 2º Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este será recolhido em

cela distinta do mesmo estabelecimento.

§ 3º A cela especial poderá consistir em alojamento coletivo, atendidos os requisitos de

salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e

condicionamento térmico adequados à existência humana.

§ 4º O preso especial não será transportado juntamente com o preso comum.

§ 5º Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do preso comum.

Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for possível, serão recolhidos à prisão, em

estabelecimentos militares, de acordo com os respectivos regulamentos.

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Art. 297. Para o cumprimento de mandado expedido pela autoridade judiciária, a autoridade

policial poderá expedir tantos outros quantos necessários às diligências, devendo neles ser

fielmente reproduzido o teor do mandado original.

Art. 298. (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de mandado judicial, por qualquer meio de

comunicação, tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição, as precauções

necessárias para averiguar a autenticidade desta.

Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já estiverem

definitivamente condenadas, nos termos da lei de execução penal.

Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos procedimentos

legais, será recolhido a quartel da instituição a que pertencer, onde ficará preso à disposição

das autoridades competentes.

CAPÍTULO II

DA PRISÃO EM FLAGRANTE

Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender

quem quer que seja encontrado em flagrante delito.

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:

I - está cometendo a infração penal;

II - acaba de cometê-la;

III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em

situação que faça presumir ser autor da infração;

IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam

presumir ser ele autor da infração.

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Art. 303. Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não

cessar a permanência.

Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá,

desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso.

Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do

acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas

assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.

§ 1º Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade mandará

recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos

atos do inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, enviará os autos à

autoridade que o seja.

§ 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas,

nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam

testemunhado a apresentação do preso à autoridade.

§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão

em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença

deste.

§ 4º Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a

existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato

de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.

Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada pela autoridade

lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal.

Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados

imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por

ele indicada.

§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz

competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu

advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.

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§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela

autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.

Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou contra esta, no exercício

de suas funções, constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as declarações que

fizer o preso e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo

preso e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar

conhecimento do fato delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o auto.

Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será

logo apresentado à do lugar mais próximo.

Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois de lavrado o auto de

prisão em flagrante.

Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e

quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a

presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o

membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:

I - relaxar a prisão ilegal; ou

II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes

do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares

diversas da prisão; ou

III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em

qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº

2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao

acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos

processuais, sob pena de revogação.

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§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada

ou milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória,

com ou sem medidas cautelares.

§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de

custódia no prazo estabelecido no caput deste artigo responderá administrativa, civil e

penalmente pela omissão.

§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido

no caput deste artigo, a não realização de audiência de custódia sem motivação idônea

ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem

prejuízo da possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva.

CAPÍTULO III

DA PRISÃO PREVENTIVA

Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão

preventiva decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do

assistente, ou por representação da autoridade policial.

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem

econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal,

quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado

pelo estado de liberdade do imputado.

§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de

qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4º).

§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio

de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação

da medida adotada.

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Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão

preventiva:

I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro)

anos;

II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado,

ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro

de 1940 - Código Penal;

III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente,

idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de

urgência;

IV - (revogado).

§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil

da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o

preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese

recomendar a manutenção da medida.

§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de

cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da

apresentação ou recebimento de denúncia.

Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas

constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III

do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.

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Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre

motivada e fundamentada.

§ 1º Na motivação da decretação da prisão preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz

deverá indicar concretamente a existência de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem

a aplicação da medida adotada.

§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença

ou acórdão, que:

I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua

relação com a causa ou a questão decidida;

II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua

incidência no caso;

III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;

IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a

conclusão adotada pelo julgador;

V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos

determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte,

sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do

entendimento.

Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no

correr da investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem

como novamente decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a

necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada,

de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.

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CAPÍTULO IV

DA PRISÃO DOMICILIAR

Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua

residência, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial.

Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:

I - maior de 80 (oitenta) anos;

II - extremamente debilitado por motivo de doença grave;

III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com

deficiência;

IV - gestante;

V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos;

VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de

idade incompletos.

Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos

neste artigo.

Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por

crianças ou pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que:

I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;

II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente.

Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 e 318-A poderá ser efetuada sem prejuízo

da aplicação concomitante das medidas alternativas previstas no art. 319 deste Código.

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CAPÍTULO V

DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:

I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para

informar e justificar atividades;

II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias

relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para

evitar o risco de novas infrações;

III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias

relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;

IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou

necessária para a investigação ou instrução;

V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou

acusado tenha residência e trabalho fixos;

VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou

financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais;

VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou

grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do

Código Penal) e houver risco de reiteração;

VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do

processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à

ordem judicial;

IX - monitoração eletrônica.

§ 1º (Revogado).

§ 2º (Revogado).

§ 3º (Revogado).

§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo

ser cumulada com outras medidas cautelares.

Curso On-line para 335


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Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades

encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou

acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas.

CAPÍTULO VI

DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM FIANÇA

Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá

conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art.

319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código.

I - (revogado)

II - (revogado).

Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja

pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos.

Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48

(quarenta e oito) horas.

Art. 323. Não será concedida fiança:

I - nos crimes de racismo;

II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos

definidos como crimes hediondos;

III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem

constitucional e o Estado Democrático;

IV - (revogado);

V - (revogado).

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Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:

I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou

infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328

deste Código;

II - em caso de prisão civil ou militar;

III - (revogado);

IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312).

Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites:

a) (revogada);

b) (revogada);

c) (revogada).

I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de

liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos;

II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de

liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos.

§ 1º Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser:

I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código;

II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou

III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes.

§ 2º (Revogado):

I - (revogado);

II - (revogado);

III - (revogado).

Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consideração a natureza da

infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado, as circunstâncias

indicativas de sua periculosidade, bem como a importância provável das custas do processo,

até final julgamento.

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Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a autoridade,

todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o

julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida como quebrada.

Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de

residência, sem prévia permissão da autoridade processante, ou ausentar-se por mais de 8

(oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado.

Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia, haverá um livro especial, com termos de

abertura e de encerramento, numerado e rubricado em todas as suas folhas pela autoridade,

destinado especialmente aos termos de fiança. O termo será lavrado pelo escrivão e assinado

pela autoridade e por quem prestar a fiança, e dele extrair-se-á certidão para juntar-se aos

autos.

Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão pelo escrivão notificados das obrigações

e da sanção previstas nos arts. 327 e 328, o que constará dos autos.

Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras,

objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual ou municipal, ou em

hipoteca inscrita em primeiro lugar.

§ 1º A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou metais preciosos será feita imediatamente

por perito nomeado pela autoridade.

§ 2º Quando a fiança consistir em caução de títulos da dívida pública, o valor será determinado

pela sua cotação em Bolsa, e, sendo nominativos, exigir-se-á prova de que se acham livres de

ônus.

Art. 331. O valor em que consistir a fiança será recolhido à repartição arrecadadora federal ou

estadual, ou entregue ao depositário público, juntando-se aos autos os respectivos

conhecimentos.

Parágrafo único. Nos lugares em que o depósito não se puder fazer de pronto, o valor será

entregue ao escrivão ou pessoa abonada, a critério da autoridade, e dentro de três dias dar-se-

á ao valor o destino que Ihe assina este artigo, o que tudo constará do termo de fiança.

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Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será competente para conceder a fiança a autoridade

que presidir ao respectivo auto, e, em caso de prisão por mandado, o juiz que o houver

expedido, ou a autoridade judiciária ou policial a quem tiver sido requisitada a prisão.

Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida independentemente de audiência do

Ministério Público, este terá vista do processo a fim de requerer o que julgar conveniente.

Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença

condenatória.

Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial a concessão da fiança, o preso, ou

alguém por ele, poderá prestá-la, mediante simples petição, perante o juiz competente, que

decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.

Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das custas, da

indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for condenado.

Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da prescrição depois da

sentença condenatória (art. 110 do Código Penal).

Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sentença que houver

absolvido o acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor que a constituir, atualizado,

será restituído sem desconto, salvo o disposto no parágrafo único do art. 336 deste Código.

Art. 338. A fiança que se reconheça não ser cabível na espécie será cassada em qualquer fase

do processo.

Art. 339. Será também cassada a fiança quando reconhecida a existência de delito inafiançável,

no caso de inovação na classificação do delito.

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Art. 340. Será exigido o reforço da fiança:

I - quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente;

II - quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipotecados ou

caucionados, ou depreciação dos metais ou pedras preciosas;

III - quando for inovada a classificação do delito.

Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido à prisão, quando, na

conformidade deste artigo, não for reforçada.

Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado:

I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo;

II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo;

III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança;

IV - resistir injustificadamente a ordem judicial;

V - praticar nova infração penal dolosa.

Art. 342. Se vier a ser reformado o julgamento em que se declarou quebrada a fiança, esta

subsistirá em todos os seus efeitos

Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de metade do seu valor,

cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a

decretação da prisão preventiva.

Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o acusado não

se apresentar para o início do cumprimento da pena definitivamente imposta.

Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as custas e mais encargos a que o

acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei.

Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções previstas no art. 345 deste

Código, o valor restante será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei.

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Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo será entregue a quem houver prestado

a fiança, depois de deduzidos os encargos a que o réu estiver obrigado.

Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido prestada por meio de hipoteca, a execução será

promovida no juízo cível pelo órgão do Ministério Público.

Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, objetos ou metais preciosos, o juiz determinará a

venda por leiloeiro ou corretor.

Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica do preso,

poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327

e 328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for o caso.

Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das obrigações ou

medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4º do art. 282 deste Código.

TÍTULO X

DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES

CAPÍTULO I

DAS CITAÇÕES

Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no território sujeito à

jurisdição do juiz que a houver ordenado.

Art. 352. O mandado de citação indicará:

I - o nome do juiz;

II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa;

III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos;

IV - a residência do réu, se for conhecida;

V - o fim para que é feita a citação;

VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer;

VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz.

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Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz processante, será citado

mediante precatória.

Art. 354. A precatória indicará:

I - o juiz deprecado e o juiz deprecante;

II - a sede da jurisdição de um e de outro;

Ill - o fim para que é feita a citação, com todas as especificações;

IV - o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer.

Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, independentemente de traslado,

depois de lançado o "cumpra-se" e de feita a citação por mandado do juiz deprecado.

§ 1º Verificado que o réu se encontra em território sujeito à jurisdição de outro juiz, a este

remeterá o juiz deprecado os autos para efetivação da diligência, desde que haja tempo para

fazer-se a citação.

§ 2º Certificado pelo oficial de justiça que o réu se oculta para não ser citado, a precatória será

imediatamente devolvida, para o fim previsto no art. 362.

Art. 356. Se houver urgência, a precatória, que conterá em resumo os requisitos enumerados

no art. 354, poderá ser expedida por via telegráfica, depois de reconhecida a firma do juiz, o

que a estação expedidora mencionará.

Art. 357. São requisitos da citação por mandado:

I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na qual se mencionarão

dia e hora da citação;

II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua aceitação ou recusa.

Art. 358. A citação do militar far-se-á por intermédio do chefe do respectivo serviço.

Art. 359. O dia designado para funcionário público comparecer em juízo, como acusado, será

notificado assim a ele como ao chefe de sua repartição.

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Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoalmente citado.

Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias.

Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a

ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da

Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o acusado não comparecer, ser-lhe-

á nomeado defensor dativo.

Art. 363. O processo terá completada a sua formação quando realizada a citação do acusado.

I - (revogado);

II - (revogado).

§ 1º Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital.

§ 2º (VETADO)

§ 3º (VETADO)

§ 4º Comparecendo o acusado citado por edital, em qualquer tempo, o processo observará o

disposto nos arts. 394 e seguintes deste Código.

Art. 364. No caso do artigo anterior, no I, o prazo será fixado pelo juiz entre 15 (quinze) e 90

(noventa) dias, de acordo com as circunstâncias, e, no caso de no II, o prazo será de trinta dias.

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Art. 365. O edital de citação indicará:

I - o nome do juiz que a determinar;

II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característicos, bem como sua

residência e profissão, se constarem do processo;

III - o fim para que é feita a citação;

IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer;

V - o prazo, que será contado do dia da publicação do edital na imprensa, se houver, ou da sua

afixação.

Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar o juízo e será

publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser certificada pelo oficial que a

tiver feito e a publicação provada por exemplar do jornal ou certidão do escrivão, da qual

conste a página do jornal com a data da publicação.

Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão

suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção

antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos

termos do disposto no art. 312.

§ 1º(Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

§ 2º(Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado

pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de

mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo.

Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta

rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento.

Art. 369. As citações que houverem de ser feitas em legações estrangeiras serão efetuadas

mediante carta rogatória.

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CAPÍTULO II

DAS INTIMAÇÕES

Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que devam tomar

conhecimento de qualquer ato, será observado, no que for aplicável, o disposto no Capítulo

anterior.

§ 1º A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente far-se-á

por publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo,

sob pena de nulidade, o nome do acusado.

§ 2º Caso não haja órgão de publicação dos atos judiciais na comarca, a intimação far-se-á

diretamente pelo escrivão, por mandado, ou via postal com comprovante de recebimento, ou

por qualquer outro meio idôneo.

§ 3º A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a aplicação a que alude o § 1º.

§ 4º A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pessoal.

Art. 371. Será admissível a intimação por despacho na petição em que for requerida,

observado o disposto no art. 357.

Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a instrução criminal, o juiz marcará desde logo, na

presença das partes e testemunhas, dia e hora para seu prosseguimento, do que se lavrará

termo nos autos.

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TÍTULO XI

DA APLICAÇÃO PROVISÓRIA DE INTERDIÇÕES DE DIREITOS E MEDIDAS DE SEGURANÇA

Art. 373. A aplicação provisória de interdições de direitos poderá ser determinada pelo juiz, de

ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante, do assistente, do ofendido, ou

de seu representante legal, ainda que este não se tenha constituído como assistente:

I - durante a instrução criminal após a apresentação da defesa ou do prazo concedido para

esse fim;

II - na sentença de pronúncia;

III - na decisão confirmatória da pronúncia ou na que, em grau de recurso, pronunciar o réu;

IV - na sentença condenatória recorrível.

§ 1º No caso do no I, havendo requerimento de aplicação da medida, o réu ou seu defensor

será ouvido no prazo de 2 (dois) dias.

§ 2º Decretada a medida, serão feitas as comunicações necessárias para a sua execução, na

forma do disposto no Capítulo III do Título II do Livro IV.

Art. 374. Não caberá recurso do despacho ou da parte da sentença que decretar ou denegar a

aplicação provisória de interdições de direitos, mas estas poderão ser substituídas ou

revogadas:

I - se aplicadas no curso da instrução criminal, durante esta ou pelas sentenças a que se

referem os ns. II, III e IV do artigo anterior;

II - se aplicadas na sentença de pronúncia, pela decisão que, em grau de recurso, a confirmar,

total ou parcialmente, ou pela sentença condenatória recorrível;

III - se aplicadas na decisão a que se refere o no III do artigo anterior, pela sentença

condenatória recorrível.

Art. 375. O despacho que aplicar, provisoriamente, substituir ou revogar interdição de direito,

será fundamentado.

Art. 376. A decisão que impronunciar ou absolver o réu fará cessar a aplicação provisória da

interdição anteriormente determinada.

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Art. 377. Transitando em julgado a sentença condenatória, serão executadas somente as

interdições nela aplicadas ou que derivarem da imposição da pena principal.

Art. 378. A aplicação provisória de medida de segurança obedecerá ao disposto nos artigos

anteriores, com as modificações seguintes:

I - o juiz poderá aplicar, provisoriamente, a medida de segurança, de ofício, ou a requerimento

do Ministério Público;

II - a aplicação poderá ser determinada ainda no curso do inquérito, mediante representação

da autoridade policial;

III - a aplicação provisória de medida de segurança, a substituição ou a revogação da

anteriormente aplicada poderão ser determinadas, também, na sentença absolutória;

IV - decretada a medida, atender-se-á ao disposto no Título V do Livro IV, no que for aplicável.

Art. 379. Transitando em julgado a sentença, observar-se-á, quanto à execução das medidas de

segurança definitivamente aplicadas, o disposto no Título V do Livro IV.

Art. 380. A aplicação provisória de medida de segurança obstará a concessão de fiança, e

tornará sem efeito a anteriormente concedida.

TÍTULO XII

DA SENTENÇA

Art. 381. A sentença conterá:

I - os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessárias para identificá-las;

II - a exposição sucinta da acusação e da defesa;

III - a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão;

IV - a indicação dos artigos de lei aplicados;

V - o dispositivo;

VI - a data e a assinatura do juiz.

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Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a

sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão.

Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá

atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar pena mais

grave.

§ 1º Se, em conseqüência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de proposta de

suspensão condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o disposto na lei.

§ 2º Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão encaminhados os

autos.

Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato,

em conseqüência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal

não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de

5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação

pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente.

§ 1º Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, aplica-se o art. 28 deste

Código.

§ 2º Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e admitido o aditamento, o juiz, a

requerimento de qualquer das partes, designará dia e hora para continuação da audiência,

com inquirição de testemunhas, novo interrogatório do acusado, realização de debates e

julgamento.

§ 3º Aplicam-se as disposições dos §§ 1º e 2o do art. 383 ao caput deste artigo.

§ 4º Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três) testemunhas, no prazo de 5

(cinco) dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos termos do aditamento.

§ 5º Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá.

Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o

Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora

nenhuma tenha sido alegada.

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Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que

reconheça:

I - estar provada a inexistência do fato;

II - não haver prova da existência do fato;

III - não constituir o fato infração penal;

IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal;

V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal;

VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22,

23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre

sua existência;

VII – não existir prova suficiente para a condenação.

Parágrafo único. Na sentença absolutória, o juiz:

I - mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade;

II – ordenará a cessação das medidas cautelares e provisoriamente aplicadas;

III - aplicará medida de segurança, se cabível.

Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória:

I - mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantes definidas no Código Penal, e cuja

existência reconhecer;

II - mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo o mais que deva ser levado em conta

na aplicação da pena, de acordo com o disposto nos arts. 59 e 60 do Decreto-Lei no 2.848, de 7

de dezembro de 1940 - Código Penal;

III - aplicará as penas de acordo com essas conclusões;

IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os

prejuízos sofridos pelo ofendido;

V - atenderá, quanto à aplicação provisória de interdições de direitos e medidas de segurança,

ao disposto no Título Xl deste Livro;

VI - determinará se a sentença deverá ser publicada na íntegra ou em resumo e designará o

jornal em que será feita a publicação (art. 73, § 1º, do Código Penal).

Curso On-line para 349


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§ 1º O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, a imposição

de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conhecimento de apelação

que vier a ser interposta.

§ 2º O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou no

estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial de pena privativa de

liberdade.

Art. 388. A sentença poderá ser datilografada e neste caso o juiz a rubricará em todas as

folhas.

Art. 389. A sentença será publicada em mão do escrivão, que lavrará nos autos o respectivo

termo, registrando-a em livro especialmente destinado a esse fim.

Art. 390. O escrivão, dentro de três dias após a publicação, e sob pena de suspensão de cinco

dias, dará conhecimento da sentença ao órgão do Ministério Público.

Art. 391. O querelante ou o assistente será intimado da sentença, pessoalmente ou na pessoa

de seu advogado. Se nenhum deles for encontrado no lugar da sede do juízo, a intimação será

feita mediante edital com o prazo de 10 dias, afixado no lugar de costume.

Art. 392. A intimação da sentença será feita:

I - ao réu, pessoalmente, se estiver preso;

II - ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, quando se livrar solto, ou, sendo

afiançável a infração, tiver prestado fiança;

III - ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, ou não, a infração, expedido o

mandado de prisão, não tiver sido encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;

IV - mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o defensor que houver constituído não forem

encontrados, e assim o certificar o oficial de justiça;

V - mediante edital, nos casos do no III, se o defensor que o réu houver constituído também

não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;

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VI - mediante edital, se o réu, não tendo constituído defensor, não for encontrado, e assim o

certificar o oficial de justiça.

§ 1º O prazo do edital será de 90 dias, se tiver sido imposta pena privativa de liberdade por

tempo igual ou superior a um ano, e de 60 dias, nos outros casos.

§ 2º O prazo para apelação correrá após o término do fixado no edital, salvo se, no curso

deste, for feita a intimação por qualquer das outras formas estabelecidas neste artigo.

Art. 393. (Revogado)

LIVRO II

DOS PROCESSOS EM ESPÉCIE

TÍTULO I

DO PROCESSO COMUM

CAPÍTULO I

DA INSTRUÇÃO CRIMINAL

Art. 394. O procedimento será comum ou especial.

§ 1º O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo:

I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior

a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;

II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4

(quatro) anos de pena privativa de liberdade;

III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei.

§ 2º Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo disposições em contrário

deste Código ou de lei especial.

§ 3º Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o procedimento observará as

disposições estabelecidas nos arts. 406 a 497 deste Código.

§ 4º As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os procedimentos

penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código.

§ 5º Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as

disposições do procedimento ordinário.

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Art. 394-A. Os processos que apurem a prática de crime hediondo terão prioridade de

tramitação em todas as instâncias.

Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:

I - for manifestamente inepta;

II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou

III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.

Parágrafo único. (Revogado).

Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se

não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à

acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir

do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído.

Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à

sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar

testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário.

§ 1º A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código.

§ 2º Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir

defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10

(dez) dias.

Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz

deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:

I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;

II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo

inimputabilidade;

III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou

IV - extinta a punibilidade do agente.

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Art. 398. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência,

ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do

querelante e do assistente.

§ 1º O acusado preso será requisitado para comparecer ao interrogatório, devendo o poder

público providenciar sua apresentação.

§ 2º O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença.

Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60

(sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das

testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto

no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao

reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado.

§ 1º As provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas

irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.

§ 2º Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento das partes.

Art. 401. Na instrução poderão ser inquiridas até 8 (oito) testemunhas arroladas pela acusação

e 8 (oito) pela defesa.

§ 1º Nesse número não se compreendem as que não prestem compromisso e as referidas.

§ 2º A parte poderá desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas, ressalvado o

disposto no art. 209 deste Código.

Art. 402. Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e o

assistente e, a seguir, o acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de

circunstâncias ou fatos apurados na instrução.

Curso On-line para 353


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Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas

alegações finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa,

prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença.

§ 1º Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual.

§ 2º Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação desse, serão concedidos 10 (dez)

minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa.

§ 3º O juiz poderá, considerada a complexidade do caso ou o número de acusados, conceder

às partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentação de memoriais. Nesse

caso, terá o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentença.

Art. 404. Ordenado diligência considerada imprescindível, de ofício ou a requerimento da

parte, a audiência será concluída sem as alegações finais.

Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência determinada, as partes apresentarão, no

prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegações finais, por memorial, e, no prazo de 10 (dez)

dias, o juiz proferirá a sentença.

Art. 405. Do ocorrido em audiência será lavrado termo em livro próprio, assinado pelo juiz e

pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes nela ocorridos.

§ 1º Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado, ofendido e

testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou

técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das informações .

§ 2º No caso de registro por meio audiovisual, será encaminhado às partes cópia do registro

original, sem necessidade de transcrição.

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CAPÍTULO II

DO PROCEDIMENTO RELATIVO AOS PROCESSOS DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI

Seção I

Da Acusação e da Instrução Preliminar

Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará a citação do acusado para

responder a acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

§ 1º O prazo previsto no caput deste artigo será contado a partir do efetivo cumprimento do

mandado ou do comparecimento, em juízo, do acusado ou de defensor constituído, no caso

de citação inválida ou por edital.

§ 2º A acusação deverá arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), na denúncia ou na

queixa.

§ 3º Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo que interesse a sua

defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar

testemunhas, até o máximo de 8 (oito), qualificando-as e requerendo sua intimação, quando

necessário.

Art. 407. As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste

Código.

Art. 408. Não apresentada a resposta no prazo legal, o juiz nomeará defensor para oferecê-la

em até 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos.

Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério Público ou o querelante sobre

preliminares e documentos, em 5 (cinco) dias.

Art. 410. O juiz determinará a inquirição das testemunhas e a realização das diligências

requeridas pelas partes, no prazo máximo de 10 (dez) dias.

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Art. 411. Na audiência de instrução, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se

possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem,

bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e

coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se o debate.

§ 1º Os esclarecimentos dos peritos dependerão de prévio requerimento e de deferimento

pelo juiz.

§ 2º As provas serão produzidas em uma só audiência, podendo o juiz indeferir as

consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias.

§ 3º Encerrada a instrução probatória, observar-se-á, se for o caso, o disposto no art. 384 deste

Código.

§ 4º As alegações serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação e à

defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez).

§ 5º Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo previsto para a acusação e a defesa de cada

um deles será individual.

§ 6º Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão concedidos 10 (dez)

minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa.

§ 7º Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível à prova faltante, determinando o

juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer.

§ 8º A testemunha que comparecer será inquirida, independentemente da suspensão da

audiência, observada em qualquer caso a ordem estabelecida no caput deste artigo.

§ 9º Encerrados os debates, o juiz proferirá a sua decisão, ou o fará em 10 (dez) dias,

ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.

Art. 412. O procedimento será concluído no prazo máximo de 90 (noventa) dias.

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Seção II

Da Pronúncia, da Impronúncia e da Absolvição Sumária

Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade

do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação.

§ 1º A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da

existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o

dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras

e as causas de aumento de pena.

§ 2º Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da fiança para a concessão ou

manutenção da liberdade provisória.

§ 3º O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição da

prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado

solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição de quaisquer das medidas

previstas no Título IX do Livro I deste Código.

Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes

de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado.

Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova

denúncia ou queixa se houver prova nova.

Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando:

I – provada a inexistência do fato;

II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato;

III – o fato não constituir infração penal;

IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime.

Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao caso de

inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de

1940 – Código Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva.

Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação.

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Art. 417. Se houver indícios de autoria ou de participação de outras pessoas não incluídas na

acusação, o juiz, ao pronunciar ou impronunciar o acusado, determinará o retorno dos autos

ao Ministério Público, por 15 (quinze) dias, aplicável, no que couber, o art. 80 deste Código.

Art. 418. O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da constante da acusação, embora

o acusado fique sujeito a pena mais grave.

Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime

diverso dos referidos no § 1º do art. 74 deste Código e não for competente para o julgamento,

remeterá os autos ao juiz que o seja.

Parágrafo único. Remetidos os autos do processo a outro juiz, à disposição deste ficará o

acusado preso.

Art. 420. A intimação da decisão de pronúncia será feita:

I – pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e ao Ministério Público;

II – ao defensor constituído, ao querelante e ao assistente do Ministério Público, na forma do

disposto no § 1º do art. 370 deste Código.

Parágrafo único. Será intimado por edital o acusado solto que não for encontrado.

Art. 421. Preclusa a decisão de pronúncia, os autos serão encaminhados ao juiz presidente do

Tribunal do Júri.

§ 1º Ainda que preclusa a decisão de pronúncia, havendo circunstância superveniente que

altere a classificação do crime, o juiz ordenará a remessa dos autos ao Ministério Público.

§ 2º Em seguida, os autos serão conclusos ao juiz para decisão.

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Seção III

Da Preparação do Processo para Julgamento em Plenário

Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determinará a intimação do

órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo

de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo

de 5 (cinco), oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência.

Art. 423. Deliberando sobre os requerimentos de provas a serem produzidas ou exibidas no

plenário do júri, e adotadas as providências devidas, o juiz presidente:

I – ordenará as diligências necessárias para sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato que

interesse ao julgamento da causa;

II – fará relatório sucinto do processo, determinando sua inclusão em pauta da reunião do

Tribunal do Júri.

Art. 424. Quando a lei local de organização judiciária não atribuir ao presidente do Tribunal do

Júri o preparo para julgamento, o juiz competente remeter-lhe-á os autos do processo

preparado até 5 (cinco) dias antes do sorteio a que se refere o art. 433 deste Código.

Parágrafo único. Deverão ser remetidos, também, os processos preparados até o

encerramento da reunião, para a realização de julgamento.

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Seção IV

Do Alistamento dos Jurados

Art. 425. Anualmente, serão alistados pelo presidente do Tribunal do Júri de 800 (oitocentos) a

1.500 (um mil e quinhentos) jurados nas comarcas de mais de 1.000.000 (um milhão) de

habitantes, de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) nas comarcas de mais de 100.000 (cem mil)

habitantes e de 80 (oitenta) a 400 (quatrocentos) nas comarcas de menor população.

§ 1º Nas comarcas onde for necessário, poderá ser aumentado o número de jurados e, ainda,

organizada lista de suplentes, depositadas as cédulas em urna especial, com as cautelas

mencionadas na parte final do § 3º do art. 426 deste Código.

§ 2º O juiz presidente requisitará às autoridades locais, associações de classe e de bairro,

entidades associativas e culturais, instituições de ensino em geral, universidades, sindicatos,

repartições públicas e outros núcleos comunitários a indicação de pessoas que reúnam as

condições para exercer a função de jurado.

Art. 426. A lista geral dos jurados, com indicação das respectivas profissões, será publicada

pela imprensa até o dia 10 de outubro de cada ano e divulgada em editais afixados à porta do

Tribunal do Júri.

§ 1º A lista poderá ser alterada, de ofício ou mediante reclamação de qualquer do povo ao juiz

presidente até o dia 10 de novembro, data de sua publicação definitiva.

§ 2º Juntamente com a lista, serão transcritos os arts. 436 a 446 deste Código.

§ 3º Os nomes e endereços dos alistados, em cartões iguais, após serem verificados na

presença do Ministério Público, de advogado indicado pela Seção local da Ordem dos

Advogados do Brasil e de defensor indicado pelas Defensorias Públicas competentes,

permanecerão guardados em urna fechada a chave, sob a responsabilidade do juiz presidente.

§ 4º O jurado que tiver integrado o Conselho de Sentença nos 12 (doze) meses que

antecederem à publicação da lista geral fica dela excluído.

§ 5º Anualmente, a lista geral de jurados será, obrigatoriamente, completada.

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Seção V

Do Desaforamento

Art. 427. Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade

do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministério Público,

do assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação do juiz competente,

poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma região,

onde não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas.

§ 1º O pedido de desaforamento será distribuído imediatamente e terá preferência de

julgamento na Câmara ou Turma competente.

§ 2º Sendo relevantes os motivos alegados, o relator poderá determinar, fundamentadamente,

a suspensão do julgamento pelo júri.

§ 3º Será ouvido o juiz presidente, quando a medida não tiver sido por ele solicitada.

§ 4º Na pendência de recurso contra a decisão de pronúncia ou quando efetivado o

julgamento, não se admitirá o pedido de desaforamento, salvo, nesta última hipótese, quanto

a fato ocorrido durante ou após a realização de julgamento anulado.

Art. 428. O desaforamento também poderá ser determinado, em razão do comprovado

excesso de serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte contrária, se o julgamento não puder

ser realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da decisão de

pronúncia.

§ 1º Para a contagem do prazo referido neste artigo, não se computará o tempo de

adiamentos, diligências ou incidentes de interesse da defesa.

§ 2º Não havendo excesso de serviço ou existência de processos aguardando julgamento em

quantidade que ultrapasse a possibilidade de apreciação pelo Tribunal do Júri, nas reuniões

periódicas previstas para o exercício, o acusado poderá requerer ao Tribunal que determine a

imediata realização do julgamento.

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Seção VI

Da Organização da Pauta

Art. 429. Salvo motivo relevante que autorize alteração na ordem dos julgamentos, terão

preferência:

I – os acusados presos;

II – dentre os acusados presos, aqueles que estiverem há mais tempo na prisão;

III – em igualdade de condições, os precedentemente pronunciados.

§ 1º Antes do dia designado para o primeiro julgamento da reunião periódica, será afixada na

porta do edifício do Tribunal do Júri a lista dos processos a serem julgados, obedecida a ordem

prevista no caput deste artigo.

§ 2º O juiz presidente reservará datas na mesma reunião periódica para a inclusão de processo

que tiver o julgamento adiado.

Art. 430. O assistente somente será admitido se tiver requerido sua habilitação até 5 (cinco)

dias antes da data da sessão na qual pretenda atuar.

Art. 431. Estando o processo em ordem, o juiz presidente mandará intimar as partes, o

ofendido, se for possível, as testemunhas e os peritos, quando houver requerimento, para a

sessão de instrução e julgamento, observando, no que couber, o disposto no art. 420 deste

Código.

Seção VII

Do Sorteio e da Convocação dos Jurados

Art. 432. Em seguida à organização da pauta, o juiz presidente determinará a intimação do

Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e da Defensoria Pública para

acompanharem, em dia e hora designados, o sorteio dos jurados que atuarão na reunião

periódica.

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Art. 433. O sorteio, presidido pelo juiz, far-se-á a portas abertas, cabendo-lhe retirar as cédulas

até completar o número de 25 (vinte e cinco) jurados, para a reunião periódica ou

extraordinária.

§ 1º O sorteio será realizado entre o 15o (décimo quinto) e o 10o (décimo) dia útil antecedente à

instalação da reunião.

§ 2º A audiência de sorteio não será adiada pelo não comparecimento das partes.

§ 3º O jurado não sorteado poderá ter o seu nome novamente incluído para as reuniões

futuras.

Art. 434. Os jurados sorteados serão convocados pelo correio ou por qualquer outro meio

hábil para comparecer no dia e hora designados para a reunião, sob as penas da lei.

Parágrafo único. No mesmo expediente de convocação serão transcritos os arts. 436 a 446

deste Código.

Art. 435. Serão afixados na porta do edifício do Tribunal do Júri a relação dos jurados

convocados, os nomes do acusado e dos procuradores das partes, além do dia, hora e local

das sessões de instrução e julgamento.

Seção VIII

Da Função do Jurado

Art. 436. O serviço do júri é obrigatório. O alistamento compreenderá os cidadãos maiores de

18 (dezoito) anos de notória idoneidade.

§ 1º Nenhum cidadão poderá ser excluído dos trabalhos do júri ou deixar de ser alistado em

razão de cor ou etnia, raça, credo, sexo, profissão, classe social ou econômica, origem ou grau

de instrução.

§ 2º A recusa injustificada ao serviço do júri acarretará multa no valor de 1 (um) a 10 (dez)

salários mínimos, a critério do juiz, de acordo com a condição econômica do jurado.

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Art. 437. Estão isentos do serviço do júri:

I – o Presidente da República e os Ministros de Estado;

II – os Governadores e seus respectivos Secretários;

III – os membros do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas e das Câmaras Distrital e

Municipais;

IV – os Prefeitos Municipais;

V – os Magistrados e membros do Ministério Público e da Defensoria Pública;

VI – os servidores do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública;

VII – as autoridades e os servidores da polícia e da segurança pública;

VIII – os militares em serviço ativo;

IX – os cidadãos maiores de 70 (setenta) anos que requeiram sua dispensa;

X – aqueles que o requererem, demonstrando justo impedimento.

Art. 438. A recusa ao serviço do júri fundada em convicção religiosa, filosófica ou política

importará no dever de prestar serviço alternativo, sob pena de suspensão dos direitos

políticos, enquanto não prestar o serviço imposto.

§ 1º Entende-se por serviço alternativo o exercício de atividades de caráter administrativo,

assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo, no Poder Judiciário, na Defensoria Pública, no

Ministério Público ou em entidade conveniada para esses fins.

§ 2º O juiz fixará o serviço alternativo atendendo aos princípios da proporcionalidade e da

razoabilidade.

Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado constituirá serviço público relevante e

estabelecerá presunção de idoneidade moral.

Art. 440. Constitui também direito do jurado, na condição do art. 439 deste Código,

preferência, em igualdade de condições, nas licitações públicas e no provimento, mediante

concurso, de cargo ou função pública, bem como nos casos de promoção funcional ou

remoção voluntária.

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Art. 441. Nenhum desconto será feito nos vencimentos ou salário do jurado sorteado que

comparecer à sessão do júri.

Art. 442. Ao jurado que, sem causa legítima, deixar de comparecer no dia marcado para a

sessão ou retirar-se antes de ser dispensado pelo presidente será aplicada multa de 1 (um) a

10 (dez) salários mínimos, a critério do juiz, de acordo com a sua condição econômica.

Art. 443. Somente será aceita escusa fundada em motivo relevante devidamente comprovado

e apresentada, ressalvadas as hipóteses de força maior, até o momento da chamada dos

jurados.

Art. 444. O jurado somente será dispensado por decisão motivada do juiz presidente,

consignada na ata dos trabalhos.

Art. 445. O jurado, no exercício da função ou a pretexto de exercê-la, será responsável

criminalmente nos mesmos termos em que o são os juízes togados.

Art. 446. Aos suplentes, quando convocados, serão aplicáveis os dispositivos referentes às

dispensas, faltas e escusas e à equiparação de responsabilidade penal prevista no art. 445

deste Código.

Seção IX

Da Composição do Tribunal do Júri e da Formação do Conselho de Sentença

Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz togado, seu presidente e por 25 (vinte e

cinco) jurados que serão sorteados dentre os alistados, 7 (sete) dos quais constituirão o

Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento.

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Art. 448. São impedidos de servir no mesmo Conselho:

I – marido e mulher;

II – ascendente e descendente;

III – sogro e genro ou nora;

IV – irmãos e cunhados, durante o cunhadio;

V – tio e sobrinho;

VI – padrasto, madrasta ou enteado.

§ 1º O mesmo impedimento ocorrerá em relação às pessoas que mantenham união estável

reconhecida como entidade familiar.

§ 2º Aplicar-se-á aos jurados o disposto sobre os impedimentos, a suspeição e as

incompatibilidades dos juízes togados.

Art. 449. Não poderá servir o jurado que:

I – tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo processo, independentemente da

causa determinante do julgamento posterior;

II – no caso do concurso de pessoas, houver integrado o Conselho de Sentença que julgou o

outro acusado;

III – tiver manifestado prévia disposição para condenar ou absolver o acusado.

Art. 450. Dos impedidos entre si por parentesco ou relação de convivência, servirá o que

houver sido sorteado em primeiro lugar.

Art. 451. Os jurados excluídos por impedimento, suspeição ou incompatibilidade serão

considerados para a constituição do número legal exigível para a realização da sessão.

Art. 452. O mesmo Conselho de Sentença poderá conhecer de mais de um processo, no

mesmo dia, se as partes o aceitarem, hipótese em que seus integrantes deverão prestar novo

compromisso.

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Seção X

Da reunião e das sessões do Tribunal do Júri

Art. 453. O Tribunal do Júri reunir-se-á para as sessões de instrução e julgamento nos períodos

e na forma estabelecida pela lei local de organização judiciária.

Art. 454. Até o momento de abertura dos trabalhos da sessão, o juiz presidente decidirá os

casos de isenção e dispensa de jurados e o pedido de adiamento de julgamento, mandando

consignar em ata as deliberações.

Art. 455. Se o Ministério Público não comparecer, o juiz presidente adiará o julgamento para o

primeiro dia desimpedido da mesma reunião, cientificadas as partes e as testemunhas.

Parágrafo único. Se a ausência não for justificada, o fato será imediatamente comunicado ao

Procurador-Geral de Justiça com a data designada para a nova sessão.

Art. 456. Se a falta, sem escusa legítima, for do advogado do acusado, e se outro não for por

este constituído, o fato será imediatamente comunicado ao presidente da seccional da Ordem

dos Advogados do Brasil, com a data designada para a nova sessão.

§ 1º Não havendo escusa legítima, o julgamento será adiado somente uma vez, devendo o

acusado ser julgado quando chamado novamente.

§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo, o juiz intimará a Defensoria Pública para o novo

julgamento, que será adiado para o primeiro dia desimpedido, observado o prazo mínimo de

10 (dez) dias.

Art. 457. O julgamento não será adiado pelo não comparecimento do acusado solto, do

assistente ou do advogado do querelante, que tiver sido regularmente intimado.

§ 1º Os pedidos de adiamento e as justificações de não comparecimento deverão ser, salvo

comprovado motivo de força maior, previamente submetidos à apreciação do juiz presidente

do Tribunal do Júri.

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§ 2º Se o acusado preso não for conduzido, o julgamento será adiado para o primeiro dia

desimpedido da mesma reunião, salvo se houver pedido de dispensa de comparecimento

subscrito por ele e seu defensor.

Art. 458. Se a testemunha, sem justa causa, deixar de comparecer, o juiz presidente, sem

prejuízo da ação penal pela desobediência, aplicar-lhe-á a multa prevista no § 2º do art. 436

deste Código.

Art. 459. Aplicar-se-á às testemunhas a serviço do Tribunal do Júri o disposto no art. 441 deste

Código.

Art. 460. Antes de constituído o Conselho de Sentença, as testemunhas serão recolhidas a

lugar onde umas não possam ouvir os depoimentos das outras.

Art. 461. O julgamento não será adiado se a testemunha deixar de comparecer, salvo se uma

das partes tiver requerido a sua intimação por mandado, na oportunidade de que trata o art.

422 deste Código, declarando não prescindir do depoimento e indicando a sua localização.

§ 1º Se, intimada, a testemunha não comparecer, o juiz presidente suspenderá os trabalhos e

mandará conduzi-la ou adiará o julgamento para o primeiro dia desimpedido, ordenando a

sua condução.

§ 2º O julgamento será realizado mesmo na hipótese de a testemunha não ser encontrada no

local indicado, se assim for certificado por oficial de justiça.

Art. 462. Realizadas as diligências referidas nos arts. 454 a 461 deste Código, o juiz presidente

verificará se a urna contém as cédulas dos 25 (vinte e cinco) jurados sorteados, mandando que

o escrivão proceda à chamada deles.

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Art. 463. Comparecendo, pelo menos, 15 (quinze) jurados, o juiz presidente declarará

instalados os trabalhos, anunciando o processo que será submetido a julgamento.

§ 1º O oficial de justiça fará o pregão, certificando a diligência nos autos.

§ 2º Os jurados excluídos por impedimento ou suspeição serão computados para a

constituição do número legal.

Art. 464. Não havendo o número referido no art. 463 deste Código, proceder-se-á ao sorteio de

tantos suplentes quantos necessários, e designar-se-á nova data para a sessão do júri.

Art. 465. Os nomes dos suplentes serão consignados em ata, remetendo-se o expediente de

convocação, com observância do disposto nos arts. 434 e 435 deste Código.

Art. 466. Antes do sorteio dos membros do Conselho de Sentença, o juiz presidente

esclarecerá sobre os impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades constantes dos arts.

448 e 449 deste Código.

§ 1º O juiz presidente também advertirá os jurados de que, uma vez sorteados, não poderão

comunicar-se entre si e com outrem, nem manifestar sua opinião sobre o processo, sob pena

de exclusão do Conselho e multa, na forma do § 2º do art. 436 deste Código.

§ 2º A incomunicabilidade será certificada nos autos pelo oficial de justiça.

Art. 467. Verificando que se encontram na urna as cédulas relativas aos jurados presentes, o

juiz presidente sorteará 7 (sete) dentre eles para a formação do Conselho de Sentença.

Art. 468. À medida que as cédulas forem sendo retiradas da urna, o juiz presidente as lerá, e a

defesa e, depois dela, o Ministério Público poderão recusar os jurados sorteados, até 3 (três)

cada parte, sem motivar a recusa.

Parágrafo único. O jurado recusado imotivadamente por qualquer das partes será excluído

daquela sessão de instrução e julgamento, prosseguindo-se o sorteio para a composição do

Conselho de Sentença com os jurados remanescentes.

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Art. 469. Se forem 2 (dois) ou mais os acusados, as recusas poderão ser feitas por um só

defensor.

§ 1º A separação dos julgamentos somente ocorrerá se, em razão das recusas, não for obtido o

número mínimo de 7 (sete) jurados para compor o Conselho de Sentença.

§ 2º Determinada a separação dos julgamentos, será julgado em primeiro lugar o acusado a

quem foi atribuída a autoria do fato ou, em caso de co-autoria, aplicar-se-á o critério de

preferência disposto no art. 429 deste Código.

Art. 470. Desacolhida a argüição de impedimento, de suspeição ou de incompatibilidade

contra o juiz presidente do Tribunal do Júri, órgão do Ministério Público, jurado ou qualquer

funcionário, o julgamento não será suspenso, devendo, entretanto, constar da ata o seu

fundamento e a decisão.

Art. 471. Se, em conseqüência do impedimento, suspeição, incompatibilidade, dispensa ou

recusa, não houver número para a formação do Conselho, o julgamento será adiado para o

primeiro dia desimpedido, após sorteados os suplentes, com observância do disposto no art.

464 deste Código.

Art. 472. Formado o Conselho de Sentença, o presidente, levantando-se, e, com ele, todos os

presentes, fará aos jurados a seguinte exortação:

Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade e a proferir a vossa

decisão de acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça.

Os jurados, nominalmente chamados pelo presidente, responderão:

Assim o prometo.

Parágrafo único. O jurado, em seguida, receberá cópias da pronúncia ou, se for o caso, das

decisões posteriores que julgaram admissível a acusação e do relatório do processo.

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Seção XI

Da Instrução em Plenário

Art. 473. Prestado o compromisso pelos jurados, será iniciada a instrução plenária quando o

juiz presidente, o Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor do acusado

tomarão, sucessiva e diretamente, as declarações do ofendido, se possível, e inquirirão as

testemunhas arroladas pela acusação.

§ 1º Para a inquirição das testemunhas arroladas pela defesa, o defensor do acusado

formulará as perguntas antes do Ministério Público e do assistente, mantidos no mais a ordem

e os critérios estabelecidos neste artigo.

§ 2º Os jurados poderão formular perguntas ao ofendido e às testemunhas, por intermédio do

juiz presidente.

§ 3º As partes e os jurados poderão requerer acareações, reconhecimento de pessoas e coisas

e esclarecimento dos peritos, bem como a leitura de peças que se refiram, exclusivamente, às

provas colhidas por carta precatória e às provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis.

Art. 474. A seguir será o acusado interrogado, se estiver presente, na forma estabelecida

no Capítulo III do Título VII do Livro I deste Código, com as alterações introduzidas nesta Seção.

§ 1º O Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor, nessa ordem, poderão

formular, diretamente, perguntas ao acusado.

§ 2º Os jurados formularão perguntas por intermédio do juiz presidente.

§ 3º Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período em que permanecer no

plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança das

testemunhas ou à garantia da integridade física dos presentes.

Art. 475. O registro dos depoimentos e do interrogatório será feito pelos meios ou recursos de

gravação magnética, eletrônica, estenotipia ou técnica similar, destinada a obter maior

fidelidade e celeridade na colheita da prova.

Parágrafo único. A transcrição do registro, após feita a degravação, constará dos autos.

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Seção XII

Dos Debates

Art. 476. Encerrada a instrução, será concedida a palavra ao Ministério Público, que fará a

acusação, nos limites da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a

acusação, sustentando, se for o caso, a existência de circunstância agravante.

§ 1º O assistente falará depois do Ministério Público.

§ 2º Tratando-se de ação penal de iniciativa privada, falará em primeiro lugar o querelante e,

em seguida, o Ministério Público, salvo se este houver retomado a titularidade da ação, na

forma do art. 29 deste Código.

§ 3º Finda a acusação, terá a palavra a defesa.

§ 4º A acusação poderá replicar e a defesa treplicar, sendo admitida a reinquirição de

testemunha já ouvida em plenário.

Art. 477. O tempo destinado à acusação e à defesa será de uma hora e meia para cada, e de

uma hora para a réplica e outro tanto para a tréplica.

§ 1º Havendo mais de um acusador ou mais de um defensor, combinarão entre si a

distribuição do tempo, que, na falta de acordo, será dividido pelo juiz presidente, de forma a

não exceder o determinado neste artigo.

§ 2º Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo para a acusação e a defesa será acrescido de 1

(uma) hora e elevado ao dobro o da réplica e da tréplica, observado o disposto no § 1º deste

artigo.

Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer referências:

I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à

determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou

prejudiquem o acusado;

II – ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de requerimento, em seu

prejuízo.

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Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de

objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis,

dando-se ciência à outra parte.

Parágrafo único. Compreende-se na proibição deste artigo a leitura de jornais ou qualquer

outro escrito, bem como a exibição de vídeos, gravações, fotografias, laudos, quadros, croqui

ou qualquer outro meio assemelhado, cujo conteúdo versar sobre a matéria de fato

submetida à apreciação e julgamento dos jurados.

Art. 480. A acusação, a defesa e os jurados poderão, a qualquer momento e por intermédio do

juiz presidente, pedir ao orador que indique a folha dos autos onde se encontra a peça por ele

lida ou citada, facultando-se, ainda, aos jurados solicitar-lhe, pelo mesmo meio, o

esclarecimento de fato por ele alegado.

§ 1º Concluídos os debates, o presidente indagará dos jurados se estão habilitados a julgar ou

se necessitam de outros esclarecimentos.

§ 2º Se houver dúvida sobre questão de fato, o presidente prestará esclarecimentos à vista dos

autos.

§ 3º Os jurados, nesta fase do procedimento, terão acesso aos autos e aos instrumentos do

crime se solicitarem ao juiz presidente.

Art. 481. Se a verificação de qualquer fato, reconhecida como essencial para o julgamento da

causa, não puder ser realizada imediatamente, o juiz presidente dissolverá o Conselho,

ordenando a realização das diligências entendidas necessárias.

Parágrafo único. Se a diligência consistir na produção de prova pericial, o juiz presidente,

desde logo, nomeará perito e formulará quesitos, facultando às partes também formulá-los e

indicar assistentes técnicos, no prazo de 5 (cinco) dias.

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Seção XIII

Do Questionário e sua Votação

Art. 482. O Conselho de Sentença será questionado sobre matéria de fato e se o acusado deve

ser absolvido.

Parágrafo único. Os quesitos serão redigidos em proposições afirmativas, simples e distintas,

de modo que cada um deles possa ser respondido com suficiente clareza e necessária

precisão. Na sua elaboração, o presidente levará em conta os termos da pronúncia ou das

decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, do interrogatório e das alegações

das partes.

Art. 483. Os quesitos serão formulados na seguinte ordem, indagando sobre:

I – a materialidade do fato;

II – a autoria ou participação;

III – se o acusado deve ser absolvido;

IV – se existe causa de diminuição de pena alegada pela defesa;

V – se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena reconhecidas na

pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação.

§ 1º A resposta negativa, de mais de 3 (três) jurados, a qualquer dos quesitos referidos nos

incisos I e II do caput deste artigo encerra a votação e implica a absolvição do acusado.

§ 2º Respondidos afirmativamente por mais de 3 (três) jurados os quesitos relativos aos incisos

I e II do caput deste artigo será formulado quesito com a seguinte redação:

O jurado absolve o acusado?

§ 3º Decidindo os jurados pela condenação, o julgamento prossegue, devendo ser formulados

quesitos sobre:

I – causa de diminuição de pena alegada pela defesa;

II – circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena, reconhecidas na pronúncia ou

em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação.

§ 4º Sustentada a desclassificação da infração para outra de competência do juiz singular, será

formulado quesito a respeito, para ser respondido após o 2o (segundo) ou 3o (terceiro) quesito,

conforme o caso.

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§ 5º Sustentada a tese de ocorrência do crime na sua forma tentada ou havendo divergência

sobre a tipificação do delito, sendo este da competência do Tribunal do Júri, o juiz formulará

quesito acerca destas questões, para ser respondido após o segundo quesito.

§ 6º Havendo mais de um crime ou mais de um acusado, os quesitos serão formulados em

séries distintas.

Art. 484. A seguir, o presidente lerá os quesitos e indagará das partes se têm requerimento ou

reclamação a fazer, devendo qualquer deles, bem como a decisão, constar da ata.

Parágrafo único. Ainda em plenário, o juiz presidente explicará aos jurados o significado de

cada quesito.

Art. 485. Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz presidente, os jurados, o Ministério

Público, o assistente, o querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o oficial de justiça

dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser procedida a votação.

§ 1º Na falta de sala especial, o juiz presidente determinará que o público se retire,

permanecendo somente as pessoas mencionadas no caput deste artigo.

§ 2º O juiz presidente advertirá as partes de que não será permitida qualquer intervenção que

possa perturbar a livre manifestação do Conselho e fará retirar da sala quem se portar

inconvenientemente.

Art. 486. Antes de proceder-se à votação de cada quesito, o juiz presidente mandará distribuir

aos jurados pequenas cédulas, feitas de papel opaco e facilmente dobráveis, contendo 7 (sete)

delas a palavra sim, 7 (sete) a palavra não.

Art. 487. Para assegurar o sigilo do voto, o oficial de justiça recolherá em urnas separadas as

cédulas correspondentes aos votos e as não utilizadas.

Art. 488. Após a resposta, verificados os votos e as cédulas não utilizadas, o presidente

determinará que o escrivão registre no termo a votação de cada quesito, bem como o

resultado do julgamento.

Parágrafo único. Do termo também constará a conferência das cédulas não utilizadas.

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Art. 489. As decisões do Tribunal do Júri serão tomadas por maioria de votos.

Art. 490. Se a resposta a qualquer dos quesitos estiver em contradição com outra ou outras já

dadas, o presidente, explicando aos jurados em que consiste a contradição, submeterá

novamente à votação os quesitos a que se referirem tais respostas.

Parágrafo único. Se, pela resposta dada a um dos quesitos, o presidente verificar que ficam

prejudicados os seguintes, assim o declarará, dando por finda a votação.

Art. 491. Encerrada a votação, será o termo a que se refere o art. 488 deste Código assinado

pelo presidente, pelos jurados e pelas partes.

Seção XIV

Da sentença

Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sentença que:

I – no caso de condenação:

a) fixará a pena-base;

b) considerará as circunstâncias agravantes ou atenuantes alegadas nos debates;

c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, em atenção às causas admitidas pelo júri;

d) observará as demais disposições do art. 387 deste Código;

e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se

presentes os requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de condenação a uma pena igual ou

superior a 15 (quinze) anos de reclusão, determinará a execução provisória das penas, com

expedição do mandado de prisão, se for o caso, sem prejuízo do conhecimento de recursos

que vierem a ser interpostos;

f) estabelecerá os efeitos genéricos e específicos da condenação;

II – no caso de absolvição:

a) mandará colocar em liberdade o acusado se por outro motivo não estiver preso;

b) revogará as medidas restritivas provisoriamente decretadas;

c) imporá, se for o caso, a medida de segurança cabível.

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§ 1º Se houver desclassificação da infração para outra, de competência do juiz singular, ao

presidente do Tribunal do Júri caberá proferir sentença em seguida, aplicando-se, quando o

delito resultante da nova tipificação for considerado pela lei como infração penal de menor

potencial ofensivo, o disposto nos arts. 69 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de setembro de

1995.

§ 2º Em caso de desclassificação, o crime conexo que não seja doloso contra a vida será

julgado pelo juiz presidente do Tribunal do Júri, aplicando-se, no que couber, o disposto no §

1º deste artigo.

§ 3º O presidente poderá, excepcionalmente, deixar de autorizar a execução provisória das

penas de que trata a alínea e do inciso I do caput deste artigo, se houver questão substancial

cuja resolução pelo tribunal ao qual competir o julgamento possa plausivelmente levar à

revisão da condenação.

§ 4º A apelação interposta contra decisão condenatória do Tribunal do Júri a uma pena igual ou

superior a 15 (quinze) anos de reclusão não terá efeito suspensivo.

§ 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal atribuir efeito suspensivo à apelação de que trata o §

4º deste artigo, quando verificado cumulativamente que o recurso:

I - não tem propósito meramente protelatório; e

II - levanta questão substancial e que pode resultar em absolvição, anulação da sentença, novo

julgamento ou redução da pena para patamar inferior a 15 (quinze) anos de reclusão.

§ 6º O pedido de concessão de efeito suspensivo poderá ser feito incidentemente na apelação

ou por meio de petição em separado dirigida diretamente ao relator, instruída com cópias da

sentença condenatória, das razões da apelação e de prova da tempestividade, das

contrarrazões e das demais peças necessárias à compreensão da controvérsia.

Art. 493. A sentença será lida em plenário pelo presidente antes de encerrada a sessão de

instrução e julgamento.

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Seção XV

Da Ata dos Trabalhos

Art. 494. De cada sessão de julgamento o escrivão lavrará ata, assinada pelo presidente e pelas

partes.

Art. 495. A ata descreverá fielmente todas as ocorrências, mencionando obrigatoriamente:

I – a data e a hora da instalação dos trabalhos;

II – o magistrado que presidiu a sessão e os jurados presentes;

III – os jurados que deixaram de comparecer, com escusa ou sem ela, e as sanções aplicadas;

IV – o ofício ou requerimento de isenção ou dispensa ;

V – o sorteio dos jurados suplentes;

VI – o adiamento da sessão, se houver ocorrido, com a indicação do motivo;

VII – a abertura da sessão e a presença do Ministério Público, do querelante e do assistente, se

houver, e a do defensor do acusado;

VIII – o pregão e a sanção imposta, no caso de não comparecimento;

IX – as testemunhas dispensadas de depor;

X – o recolhimento das testemunhas a lugar de onde umas não pudessem ouvir o depoimento

das outras;

XI – a verificação das cédulas pelo juiz presidente;

XII – a formação do Conselho de Sentença, com o registro dos nomes dos jurados sorteados e

recusas;

XIII – o compromisso e o interrogatório, com simples referência ao termo;

XIV – os debates e as alegações das partes com os respectivos fundamentos;

XV – os incidentes;

XVI – o julgamento da causa;

XVII – a publicidade dos atos da instrução plenária, das diligências e da sentença.

Art. 496. A falta da ata sujeitará o responsável a sanções administrativa e penal.

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Seção XVI

Das Atribuições do Presidente do Tribunal do Júri

Art. 497. São atribuições do juiz presidente do Tribunal do Júri, além de outras expressamente

referidas neste Código:

I – regular a polícia das sessões e prender os desobedientes;

II – requisitar o auxílio da força pública, que ficará sob sua exclusiva autoridade;

III – dirigir os debates, intervindo em caso de abuso, excesso de linguagem ou mediante

requerimento de uma das partes;

IV – resolver as questões incidentes que não dependam de pronunciamento do júri;

V – nomear defensor ao acusado, quando considerá-lo indefeso, podendo, neste caso,

dissolver o Conselho e designar novo dia para o julgamento, com a nomeação ou a

constituição de novo defensor;

VI – mandar retirar da sala o acusado que dificultar a realização do julgamento, o qual

prosseguirá sem a sua presença;

VII – suspender a sessão pelo tempo indispensável à realização das diligências requeridas ou

entendidas necessárias, mantida a incomunicabilidade dos jurados;

VIII – interromper a sessão por tempo razoável, para proferir sentença e para repouso ou

refeição dos jurados;

IX – decidir, de ofício, ouvidos o Ministério Público e a defesa, ou a requerimento de qualquer

destes, a argüição de extinção de punibilidade;

X – resolver as questões de direito suscitadas no curso do julgamento;

XI – determinar, de ofício ou a requerimento das partes ou de qualquer jurado, as diligências

destinadas a sanar nulidade ou a suprir falta que prejudique o esclarecimento da verdade;

XII – regulamentar, durante os debates, a intervenção de uma das partes, quando a outra

estiver com a palavra, podendo conceder até 3 (três) minutos para cada aparte requerido, que

serão acrescidos ao tempo desta última.

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CAPÍTULO III

DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES DA COMPETÊNCIA DO JUIZ SINGULAR

Art. 498. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

Art. 499. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

Art. 500. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

Art. 501. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

Art. 502. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

TÍTULO II

DOS PROCESSOS ESPECIAIS

CAPÍTULO I

DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES DE FALÊNCIA

Art. 503. (Revogado pela Lei nº 11.101, de 2005)

Art. 504. (Revogado pela Lei nº 11.101, de 2005)

Art. 505. (Revogado pela Lei nº 11.101, de 2005)

Art. 506. (Revogado pela Lei nº 11.101, de 2005)

Art. 507. (Revogado pela Lei nº 11.101, de 2005)

Art. 508. (Revogado pela Lei nº 11.101, de 2005)

Art. 509. (Revogado pela Lei nº 11.101, de 2005)

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Art. 510. (Revogado pela Lei nº 11.101, de 2005)

Art. 511. (Revogado pela Lei nº 11.101, de 2005)

Art. 512. (Revogado pela Lei nº 11.101, de 2005)

CAPÍTULO II

DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE

DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS

Art. 513. Os crimes de responsabilidade dos funcionários públicos, cujo processo e julgamento

competirão aos juízes de direito, a queixa ou a denúncia será instruída com documentos ou

justificação que façam presumir a existência do delito ou com declaração fundamentada da

impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas.

Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz

mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do

prazo de quinze dias.

Parágrafo único. Se não for conhecida a residência do acusado, ou este se achar fora da

jurisdição do juiz, ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a resposta

preliminar.

Art. 515. No caso previsto no artigo anterior, durante o prazo concedido para a resposta, os

autos permanecerão em cartório, onde poderão ser examinados pelo acusado ou por seu

defensor.

Parágrafo único. A resposta poderá ser instruída com documentos e justificações.

Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em despacho fundamentado, se convencido,

pela resposta do acusado ou do seu defensor, da inexistência do crime ou da improcedência

da ação.

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Art. 517. Recebida a denúncia ou a queixa, será o acusado citado, na forma estabelecida

no Capítulo I do Título X do Livro I.

Art. 518. Na instrução criminal e nos demais termos do processo, observar-se-á o disposto

nos Capítulos I e III, Título I, deste Livro.

CAPÍTULO III

DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES DE CALÚNIA E INJÚRIA,

DE COMPETÊNCIA DO JUIZ SINGULAR

Art. 519. No processo por crime de calúnia ou injúria, para o qual não haja outra forma

estabelecida em lei especial, observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III, Titulo I, deste Livro,

com as modificações constantes dos artigos seguintes.

Art. 520. Antes de receber a queixa, o juiz oferecerá às partes oportunidade para se

reconciliarem, fazendo-as comparecer em juízo e ouvindo-as, separadamente, sem a presença

dos seus advogados, não se lavrando termo.

Art. 521. Se depois de ouvir o querelante e o querelado, o juiz achar provável a reconciliação,

promoverá entendimento entre eles, na sua presença.

Art. 522. No caso de reconciliação, depois de assinado pelo querelante o termo da desistência,

a queixa será arquivada.

Art. 523. Quando for oferecida a exceção da verdade ou da notoriedade do fato imputado, o

querelante poderá contestar a exceção no prazo de dois dias, podendo ser inquiridas as

testemunhas arroladas na queixa, ou outras indicadas naquele prazo, em substituição às

primeiras, ou para completar o máximo legal.

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CAPÍTULO IV

DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL

Art. 524. No processo e julgamento dos crimes contra a propriedade imaterial, observar-se-á o

disposto nos Capítulos I e III do Título I deste Livro, com as modificações constantes dos artigos

seguintes.

Art. 525. No caso de haver o crime deixado vestígio, a queixa ou a denúncia não será recebida

se não for instruída com o exame pericial dos objetos que constituam o corpo de delito.

Art. 526. Sem a prova de direito à ação, não será recebida a queixa, nem ordenada qualquer

diligência preliminarmente requerida pelo ofendido.

Art. 527. A diligência de busca ou de apreensão será realizada por dois peritos nomeados pelo

juiz, que verificarão a existência de fundamento para a apreensão, e quer esta se realize, quer

não, o laudo pericial será apresentado dentro de 3 (três) dias após o encerramento da

diligência.

Parágrafo único. O requerente da diligência poderá impugnar o laudo contrário à apreensão, e

o juiz ordenará que esta se efetue, se reconhecer a improcedência das razões aduzidas pelos

peritos.

Art. 528. Encerradas as diligências, os autos serão conclusos ao juiz para homologação do

laudo.

Art. 529. Nos crimes de ação privativa do ofendido, não será admitida queixa com fundamento

em apreensão e em perícia, se decorrido o prazo de 30 dias, após a homologação do laudo.

Parágrafo único. Será dada vista ao Ministério Público dos autos de busca e apreensão

requeridas pelo ofendido, se o crime for de ação pública e não tiver sido oferecida queixa no

prazo fixado neste artigo.

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Art. 530. Se ocorrer prisão em flagrante e o réu não for posto em liberdade, o prazo a que se

refere o artigo anterior será de 8 (oito) dias.

Art. 530-A. O disposto nos arts. 524 a 530 será aplicável aos crimes em que se proceda

mediante queixa.

Art. 530-B. Nos casos das infrações previstas nos §§ 1º, 2o e 3o do art. 184 do Código Penal, a

autoridade policial procederá à apreensão dos bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos,

em sua totalidade, juntamente com os equipamentos, suportes e materiais que possibilitaram

a sua existência, desde que estes se destinem precipuamente à prática do ilícito.

Art. 530-C. Na ocasião da apreensão será lavrado termo, assinado por 2 (duas) ou mais

testemunhas, com a descrição de todos os bens apreendidos e informações sobre suas

origens, o qual deverá integrar o inquérito policial ou o processo.

Art. 530-D. Subseqüente à apreensão, será realizada, por perito oficial, ou, na falta deste, por

pessoa tecnicamente habilitada, perícia sobre todos os bens apreendidos e elaborado o laudo

que deverá integrar o inquérito policial ou o processo.

Art. 530-E. Os titulares de direito de autor e os que lhe são conexos serão os fiéis depositários

de todos os bens apreendidos, devendo colocá-los à disposição do juiz quando do ajuizamento

da ação.

Art. 530-F. Ressalvada a possibilidade de se preservar o corpo de delito, o juiz poderá

determinar, a requerimento da vítima, a destruição da produção ou reprodução apreendida

quando não houver impugnação quanto à sua ilicitude ou quando a ação penal não puder ser

iniciada por falta de determinação de quem seja o autor do ilícito.

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Art. 530-G. O juiz, ao prolatar a sentença condenatória, poderá determinar a destruição dos

bens ilicitamente produzidos ou reproduzidos e o perdimento dos equipamentos apreendidos,

desde que precipuamente destinados à produção e reprodução dos bens, em favor da

Fazenda Nacional, que deverá destruí-los ou doá-los aos Estados, Municípios e Distrito Federal,

a instituições públicas de ensino e pesquisa ou de assistência social, bem como incorporá-los,

por economia ou interesse público, ao patrimônio da União, que não poderão retorná-los aos

canais de comércio.

Art. 530-H. As associações de titulares de direitos de autor e os que lhes são conexos poderão,

em seu próprio nome, funcionar como assistente da acusação nos crimes previstos no art. 184

do Código Penal, quando praticado em detrimento de qualquer de seus associados.

Art. 530-I. Nos crimes em que caiba ação penal pública incondicionada ou condicionada,

observar-se-ão as normas constantes dos arts. 530-B, 530-C, 530-D, 530-E, 530-F, 530-G e 530-

H.

CAPÍTULO V

DO PROCESSO SUMÁRIO

Art. 531. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 30

(trinta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das

testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto

no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao

reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-

se, finalmente, ao debate.

Art. 532. Na instrução, poderão ser inquiridas até 5 (cinco) testemunhas arroladas pela

acusação e 5 (cinco) pela defesa.

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Art. 533. Aplica-se ao procedimento sumário o disposto nos parágrafos do art. 400 deste

Código.

§ 1º (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

§ 2º (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

§ 3º (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

§ 4º (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

Art. 534. As alegações finais serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à

acusação e à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez),

proferindo o juiz, a seguir, sentença.

§ 1º Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual.

§ 2º Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão concedidos 10 (dez)

minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa.

Art. 535. Nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível a prova faltante,

determinando o juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer.

§ 1º (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

§ 2º (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

Art. 536. A testemunha que comparecer será inquirida, independentemente da suspensão da

audiência, observada em qualquer caso a ordem estabelecida no art. 531 deste Código.

Art. 537. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

Art. 538. Nas infrações penais de menor potencial ofensivo, quando o juizado especial criminal

encaminhar ao juízo comum as peças existentes para a adoção de outro procedimento,

observar-se-á o procedimento sumário previsto neste Capítulo.

§ 1º (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

§ 2º (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

§ 3º (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

§ 4º (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

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Art. 539. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

Art. 540. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

CAPÍTULO VI

DO PROCESSO DE RESTAURAÇÃO DE AUTOS EXTRAVIADOS OU DESTRUÍDOS

Art. 541. Os autos originais de processo penal extraviados ou destruídos, em primeira ou

segunda instância, serão restaurados.

§ 1º Se existir e for exibida cópia autêntica ou certidão do processo, será uma ou outra

considerada como original.

§ 2º Na falta de cópia autêntica ou certidão do processo, o juiz mandará, de ofício, ou a

requerimento de qualquer das partes, que:

a) o escrivão certifique o estado do processo, segundo a sua lembrança, e reproduza o que

houver a respeito em seus protocolos e registros;

b) sejam requisitadas cópias do que constar a respeito no Instituto Médico-Legal, no Instituto

de Identificação e Estatística ou em estabelecimentos congêneres, repartições públicas,

penitenciárias ou cadeias;

c) as partes sejam citadas pessoalmente, ou, se não forem encontradas, por edital, com o

prazo de dez dias, para o processo de restauração dos autos.

§ 3º Proceder-se-á à restauração na primeira instância, ainda que os autos se tenham

extraviado na segunda.

Art. 542. No dia designado, as partes serão ouvidas, mencionando-se em termo

circunstanciado os pontos em que estiverem acordes e a exibição e a conferência das

certidões e mais reproduções do processo apresentadas e conferidas.

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Art. 543. O juiz determinará as diligências necessárias para a restauração, observando-se o

seguinte:

I - caso ainda não tenha sido proferida a sentença, reinquirir-se-ão as testemunhas podendo

ser substituídas as que tiverem falecido ou se encontrarem em lugar não sabido;

II - os exames periciais, quando possível, serão repetidos, e de preferência pelos mesmos

peritos;

III - a prova documental será reproduzida por meio de cópia autêntica ou, quando impossível,

por meio de testemunhas;

IV - poderão também ser inquiridas sobre os atos do processo, que deverá ser restaurado, as

autoridades, os serventuários, os peritos e mais pessoas que tenham nele funcionado;

V - o Ministério Público e as partes poderão oferecer testemunhas e produzir documentos,

para provar o teor do processo extraviado ou destruído.

Art. 544. Realizadas as diligências que, salvo motivo de força maior, deverão concluir-se dentro

de vinte dias, serão os autos conclusos para julgamento.

Parágrafo único. No curso do processo, e depois de subirem os autos conclusos para sentença,

o juiz poderá, dentro em cinco dias, requisitar de autoridades ou de repartições todos os

esclarecimentos para a restauração.

Art. 545. Os selos e as taxas judiciárias, já pagos nos autos originais, não serão novamente

cobrados.

Art. 546. Os causadores de extravio de autos responderão pelas custas, em dobro, sem

prejuízo da responsabilidade criminal.

Art. 547. Julgada a restauração, os autos respectivos valerão pelos originais.

Parágrafo único. Se no curso da restauração aparecerem os autos originais, nestes continuará

o processo, apensos a eles os autos da restauração.

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Art. 548. Até à decisão que julgue restaurados os autos, a sentença condenatória em execução

continuará a produzir efeito, desde que conste da respectiva guia arquivada na cadeia ou na

penitenciária, onde o réu estiver cumprindo a pena, ou de registro que torne a sua existência

inequívoca.

CAPÍTULO VII

DO PROCESSO DE APLICAÇÃO DE MEDIDA DE SEGURANÇA POR FATO NÃO CRIMINOSO

Art. 549. Se a autoridade policial tiver conhecimento de fato que, embora não constituindo

infração penal, possa determinar a aplicação de medida de segurança (Código Penal, arts.

14 e 27), deverá proceder a inquérito, a fim de apurá-lo e averiguar todos os elementos que

possam interessar à verificação da periculosidade do agente.

Art. 550. O processo será promovido pelo Ministério Público, mediante requerimento que

conterá a exposição sucinta do fato, as suas circunstâncias e todos os elementos em que se

fundar o pedido.

Art. 551. O juiz, ao deferir o requerimento, ordenará a intimação do interessado para

comparecer em juízo, a fim de ser interrogado.

Art. 552. Após o interrogatório ou dentro do prazo de dois dias, o interessado ou seu defensor

poderá oferecer alegações.

Parágrafo único. O juiz nomeará defensor ao interessado que não o tiver.

Art. 553. O Ministério Público, ao fazer o requerimento inicial, e a defesa, no prazo

estabelecido no artigo anterior, poderão requerer exames, diligências e arrolar até três

testemunhas.

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Art. 554. Após o prazo de defesa ou a realização dos exames e diligências ordenados pelo juiz,

de ofício ou a requerimento das partes, será marcada audiência, em que, inquiridas as

testemunhas e produzidas alegações orais pelo órgão do Ministério Público e pelo defensor,

dentro de dez minutos para cada um, o juiz proferirá sentença.

Parágrafo único. Se o juiz não se julgar habilitado a proferir a decisão, designará, desde logo,

outra audiência, que se realizará dentro de cinco dias, para publicar a sentença.

Art. 555. Quando, instaurado processo por infração penal, o juiz, absolvendo ou

impronunciando o réu, reconhecer a existência de qualquer dos fatos previstos no art. 14 ou

no art. 27 do Código Penal, aplicar-lhe-á, se for caso, medida de segurança.

TÍTULO III

DOS PROCESSOS DE COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

E DOS TRIBUNAIS DE APELAÇÃO

CAPÍTULO I

DA INSTRUÇÃO

Art. 556. a Art. 560 (Revogado pela Lei nº 8.658, de 26.5.1993)

CAPÍTULO II

DO JULGAMENTO

Art. 561. e Art. 562. (Revogado pela Lei nº 8.658, de 26.5.1993)

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LIVRO III

DAS NULIDADES E DOS RECURSOS EM GERAL

TÍTULO I

DAS NULIDADES

Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a

acusação ou para a defesa.

Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:

I - por incompetência, suspeição ou suborno do juiz;

II - por ilegitimidade de parte;

III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:

a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a

portaria ou o auto de prisão em flagrante;

b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto

no Art. 167;

c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao

menor de 21 anos;

d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada e nos da

intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública;

e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos

concedidos à acusação e à defesa;

f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol de testemunhas,

nos processos perante o Tribunal do Júri;

g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não

permitir o julgamento à revelia;

h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos

estabelecidos pela lei;

i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri;

j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua incomunicabilidade;

k) os quesitos e as respectivas respostas;

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l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento;

m) a sentença;

n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido;

o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sentenças e despachos de

que caiba recurso;

p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o quorum legal para o

julgamento;

IV - por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato.

V - em decorrência de decisão carente de fundamentação.

Parágrafo único. Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos ou das suas

respostas, e contradição entre estas.

Art. 565. Nenhuma das partes poderá argüir nulidade a que haja dado causa, ou para que

tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só à parte contrária interesse.

Art. 566. Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na

apuração da verdade substancial ou na decisão da causa.

Art. 567. A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo,

quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.

Art. 568. A nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser a todo tempo

sanada, mediante ratificação dos atos processuais.

Art. 569. As omissões da denúncia ou da queixa, da representação, ou, nos processos das

contravenções penais, da portaria ou do auto de prisão em flagrante, poderão ser supridas a

todo o tempo, antes da sentença final.

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Art. 570. A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação estará sanada, desde que

o interessado compareça, antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz para o único

fim de argüi-la. O juiz ordenará, todavia, a suspensão ou o adiamento do ato, quando

reconhecer que a irregularidade poderá prejudicar direito da parte.

Art. 571. As nulidades deverão ser argüidas:

I - as da instrução criminal dos processos da competência do júri, nos prazos a que se refere

o art. 406;

II - as da instrução criminal dos processos de competência do juiz singular e dos processos

especiais, salvo os dos Capítulos V e Vll do Título II do Livro II, nos prazos a que se refere

o art. 500;

III - as do processo sumário, no prazo a que se refere o art. 537, ou, se verificadas depois desse

prazo, logo depois de aberta a audiência e apregoadas as partes;

IV - as do processo regulado no Capítulo VII do Título II do Livro II, logo depois de aberta a

audiência;

V - as ocorridas posteriormente à pronúncia, logo depois de anunciado o julgamento e

apregoadas as partes (art. 447);

VI - as de instrução criminal dos processos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos

Tribunais de Apelação, nos prazos a que se refere o art. 500;

VII - se verificadas após a decisão da primeira instância, nas razões de recurso ou logo depois

de anunciado o julgamento do recurso e apregoadas as partes;

VIII - as do julgamento em plenário, em audiência ou em sessão do tribunal, logo depois de

ocorrerem.

Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, Ill, d e e, segunda parte, g e h, e IV, considerar-se-

ão sanadas:

I - se não forem argüidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto no artigo anterior;

II - se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim;

III - se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos.

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Art. 573. Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na forma dos artigos anteriores, serão

renovados ou retificados.

§ 1º A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente

dependam ou sejam conseqüência.

§ 2º O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende.

TÍTULO II

DOS RECURSOS EM GERAL

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes casos, em que deverão ser

interpostos, de ofício, pelo juiz:

I - da sentença que conceder habeas corpus;

II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de circunstância que

exclua o crime ou isente o réu de pena, nos termos do art. 411.

Art. 575. Não serão prejudicados os recursos que, por erro, falta ou omissão dos funcionários,

não tiverem seguimento ou não forem apresentados dentro do prazo.

Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto.

Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo

réu, seu procurador ou seu defensor.

Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse na

reforma ou modificação da decisão.

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Art. 578. O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelo

recorrente ou por seu representante.

§ 1º Não sabendo ou não podendo o réu assinar o nome, o termo será assinado por alguém, a

seu rogo, na presença de duas testemunhas.

§ 2º A petição de interposição de recurso, com o despacho do juiz, será, até o dia seguinte ao

último do prazo, entregue ao escrivão, que certificará no termo da juntada a data da entrega.

§ 3º Interposto por termo o recurso, o escrivão, sob pena de suspensão por dez a trinta dias,

fará conclusos os autos ao juiz, até o dia seguinte ao último do prazo.

Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um

recurso por outro.

Parágrafo único. Se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela

parte, mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso cabível.

Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a decisão do recurso

interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente

pessoal, aproveitará aos outros.

CAPÍTULO II

DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:

I - que não receber a denúncia ou a queixa;

II - que concluir pela incompetência do juízo;

III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;

IV – que pronunciar o réu;

V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de

prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante;

VI - (Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008)

VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;

VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade;

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IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da

punibilidade;

X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;

XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena;

XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional;

XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;

XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;

XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;

XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;

XVII - que decidir sobre a unificação de penas;

XVIII - que decidir o incidente de falsidade;

XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado;

XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra;

XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774;

XXII - que revogar a medida de segurança;

XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a

revogação;

XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão simples.

XXV - que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto no

art. 28-A desta Lei.

Art. 582 - Os recursos serão sempre para o Tribunal de Apelação, salvo nos casos dos ns. V, X e

XIV.

Parágrafo único. O recurso, no caso do no XIV, será para o presidente do Tribunal de Apelação.

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Art. 583. Subirão nos próprios autos os recursos:

I - quando interpostos de oficio;

II - nos casos do art. 581, I, III, IV, VI, VIII e X;

III - quando o recurso não prejudicar o andamento do processo.

Parágrafo único. O recurso da pronúncia subirá em traslado, quando, havendo dois ou mais

réus, qualquer deles se conformar com a decisão ou todos não tiverem sido ainda intimados

da pronúncia.

Art. 584. Os recursos terão efeito suspensivo nos casos de perda da fiança, de concessão de

livramento condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV do art. 581.

§ 1º Ao recurso interposto de sentença de impronúncia ou no caso do no VIII do art. 581,

aplicar-se-á o disposto nos arts. 596 e 598.

§ 2º O recurso da pronúncia suspenderá tão-somente o julgamento.

§ 3º O recurso do despacho que julgar quebrada a fiança suspenderá unicamente o efeito de

perda da metade do seu valor.

Art. 585. O réu não poderá recorrer da pronúncia senão depois de preso, salvo se prestar

fiança, nos casos em que a lei a admitir.

Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de cinco dias.

Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV, o prazo será de vinte dias, contado da data da

publicação definitiva da lista de jurados.

Art. 587. Quando o recurso houver de subir por instrumento, a parte indicará, no respectivo

termo, ou em requerimento avulso, as peças dos autos de que pretenda traslado.

Parágrafo único. O traslado será extraído, conferido e concertado no prazo de cinco dias, e

dele constarão sempre a decisão recorrida, a certidão de sua intimação, se por outra forma

não for possível verificar-se a oportunidade do recurso, e o termo de interposição.

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Art. 588. Dentro de dois dias, contados da interposição do recurso, ou do dia em que o

escrivão, extraído o traslado, o fizer com vista ao recorrente, este oferecerá as razões e, em

seguida, será aberta vista ao recorrido por igual prazo.

Parágrafo único. Se o recorrido for o réu, será intimado do prazo na pessoa do defensor.

Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que, dentro

de dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho, mandando instruir o recurso com os

traslados que Ihe parecerem necessários.

Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por simples

petição, poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo mais lícito ao juiz

modificá-la. Neste caso, independentemente de novos arrazoados, subirá o recurso nos

próprios autos ou em traslado.

Art. 590. Quando for impossível ao escrivão extrair o traslado no prazo da lei, poderá o juiz

prorrogá-lo até o dobro.

Art. 591. Os recursos serão apresentados ao juiz ou tribunal ad quem, dentro de cinco dias da

publicação da resposta do juiz a quo, ou entregues ao Correio dentro do mesmo prazo.

Art. 592. Publicada a decisão do juiz ou do tribunal ad quem, deverão os autos ser devolvidos,

dentro de cinco dias, ao juiz a quo.

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CAPÍTULO III

DA APELAÇÃO

Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:

I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular;

II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos

não previstos no Capítulo anterior;

III - das decisões do Tribunal do Júri, quando:

a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;

b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados;

c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança;

d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.

§ 1º Se a sentença do juiz-presidente for contrária à lei expressa ou divergir das respostas dos

jurados aos quesitos, o tribunal ad quem fará a devida retificação.

§ 2º Interposta a apelação com fundamento no no III, c, deste artigo, o tribunal ad quem, se Ihe

der provimento, retificará a aplicação da pena ou da medida de segurança.

§ 3º Se a apelação se fundar no no III, d, deste artigo, e o tribunal ad quem se convencer de que

a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos, dar-lhe-á provimento

para sujeitar o réu a novo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, segunda

apelação.

§ 4º Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que

somente de parte da decisão se recorra.

Art. 594. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

Art. 595. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

Art. 596. A apelação da sentença absolutória não impedirá que o réu seja posto imediatamente

em liberdade.

Parágrafo único. A apelação não suspenderá a execução da medida de segurança aplicada

provisoriamente.

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Art. 597. A apelação de sentença condenatória terá efeito suspensivo, salvo o disposto

no art. 393, a aplicação provisória de interdições de direitos e de medidas de segurança (arts.

374 e 378), e o caso de suspensão condicional de pena.

Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença

não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das

pessoas enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá

interpor apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo.

Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso será de quinze dias e correrá do dia

em que terminar o do Ministério Público.

Art. 599. As apelações poderão ser interpostas quer em relação a todo o julgado, quer em

relação a parte dele.

Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, o apelado terão o prazo de

oito dias cada um para oferecer razões, salvo nos processos de contravenção, em que o prazo

será de três dias.

§ 1º Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de três dias, após o Ministério Público.

§ 2º Se a ação penal for movida pela parte ofendida, o Ministério Público terá vista dos autos,

no prazo do parágrafo anterior.

§ 3º Quando forem dois ou mais os apelantes ou apelados, os prazos serão comuns.

§ 4º Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao interpor a apelação, que deseja

arrazoar na superior instância serão os autos remetidos ao tribunal ad quem onde será aberta

vista às partes, observados os prazos legais, notificadas as partes pela publicação oficial.

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Art. 601. Findos os prazos para razões, os autos serão remetidos à instância superior, com as

razões ou sem elas, no prazo de 5 (cinco) dias, salvo no caso do art. 603, segunda parte, em

que o prazo será de trinta dias.

§ 1º Se houver mais de um réu, e não houverem todos sido julgados, ou não tiverem todos

apelado, caberá ao apelante promover extração do traslado dos autos, o qual deverá ser

remetido à instância superior no prazo de trinta dias, contado da data da entrega das últimas

razões de apelação, ou do vencimento do prazo para a apresentação das do apelado.

§ 2º As despesas do traslado correrão por conta de quem o solicitar, salvo se o pedido for de

réu pobre ou do Ministério Público.

Art. 602. Os autos serão, dentro dos prazos do artigo anterior, apresentados ao tribunal ad

quem ou entregues ao Correio, sob registro.

Art. 603. A apelação subirá nos autos originais e, a não ser no Distrito Federal e nas comarcas

que forem sede de Tribunal de Apelação, ficará em cartório traslado dos termos essenciais do

processo referidos no art. 564, n. III.

Art. 604. (Revogado pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

Art. 605. (Revogado pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

Art. 606. (Revogado pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

CAPÍTULO IV

DO PROTESTO POR NOVO JÚRI

Art. 607. (Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008)

Art. 608. (Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008)

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CAPÍTULO V

DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS RECURSOS EM SENTIDO

ESTRITO E DAS APELAÇÕES, NOS TRIBUNAIS DE APELAÇÃO

Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de Justiça, câmaras

ou turmas criminais, de acordo com a competência estabelecida nas leis de organização

judiciária.

Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao

réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10

(dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial,

os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência.

Art. 610. Nos recursos em sentido estrito, com exceção do de habeas corpus, e nas apelações

interpostas das sentenças em processo de contravenção ou de crime a que a lei comine pena

de detenção, os autos irão imediatamente com vista ao procurador-geral pelo prazo de cinco

dias, e, em seguida, passarão, por igual prazo, ao relator, que pedirá designação de dia para o

julgamento.

Parágrafo único. Anunciado o julgamento pelo presidente, e apregoadas as partes, com a

presença destas ou à sua revelia, o relator fará a exposição do feito e, em seguida, o

presidente concederá, pelo prazo de 10 (dez) minutos, a palavra aos advogados ou às partes

que a solicitarem e ao procurador-geral, quando o requerer, por igual prazo.

Art. 612. Os recursos de habeas corpus, designado o relator, serão julgados na primeira

sessão.

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Art. 613. As apelações interpostas das sentenças proferidas em processos por crime a que a lei

comine pena de reclusão, deverão ser processadas e julgadas pela forma estabelecida

no Art. 610, com as seguintes modificações:

I - exarado o relatório nos autos, passarão estes ao revisor, que terá igual prazo para o exame

do processo e pedirá designação de dia para o julgamento;

II - os prazos serão ampliados ao dobro;

III - o tempo para os debates será de um quarto de hora.

Art. 614. No caso de impossibilidade de observância de qualquer dos prazos marcados

nos arts. 610 e 613, os motivos da demora serão declarados nos autos.

Art. 615. O tribunal decidirá por maioria de votos.

§ 1º Havendo empate de votos no julgamento de recursos, se o presidente do tribunal, câmara

ou turma, não tiver tomado parte na votação, proferirá o voto de desempate; no caso

contrário, prevalecerá a decisão mais favorável ao réu.

§ 2º O acórdão será apresentado à conferência na primeira sessão seguinte à do julgamento,

ou no prazo de duas sessões, pelo juiz incumbido de lavrá-lo.

Art. 616. No julgamento das apelações poderá o tribunal, câmara ou turma proceder a novo

interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas ou determinar outras diligências.

Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos arts.

383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, quando

somente o réu houver apelado da sentença.

Art. 618. Os regimentos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as normas complementares

para o processo e julgamento dos recursos e apelações.

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CAPÍTULO VI

DOS EMBARGOS

Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas, poderão

ser opostos embargos de declaração, no prazo de dois dias contados da sua publicação,

quando houver na sentença ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão.

Art. 620. Os embargos de declaração serão deduzidos em requerimento de que constem os

pontos em que o acórdão é ambíguo, obscuro, contraditório ou omisso.

§ 1º O requerimento será apresentado pelo relator e julgado, independentemente de revisão,

na primeira sessão.

§ 2º Se não preenchidas as condições enumeradas neste artigo, o relator indeferirá desde logo

o requerimento.

CAPÍTULO VII

DA REVISÃO

Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida:

I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência

dos autos;

II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos

comprovadamente falsos;

III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de

circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena.

Art. 622. A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da extinção da pena ou

após.

Parágrafo único. Não será admissível a reiteração do pedido, salvo se fundado em novas

provas.

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Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente

habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

Art. 624. As revisões criminais serão processadas e julgadas:

I - pelo Supremo Tribunal Federal, quanto às condenações por ele proferidas;

II - pelo Tribunal Federal de Recursos, Tribunais de Justiça ou de Alçada, nos demais casos.

§ 1º No Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Federal de Recursos o processo e julgamento

obedecerão ao que for estabelecido no respectivo regimento interno.

§ 2º Nos Tribunais de Justiça ou de Alçada, o julgamento será efetuado pelas câmaras ou

turmas criminais, reunidas em sessão conjunta, quando houver mais de uma, e, no caso

contrário, pelo tribunal pleno.

§ 3º Nos tribunais onde houver quatro ou mais câmaras ou turmas criminais, poderão ser

constituídos dois ou mais grupos de câmaras ou turmas para o julgamento de revisão,

obedecido o que for estabelecido no respectivo regimento interno.

Art. 625. O requerimento será distribuído a um relator e a um revisor, devendo funcionar

como relator um desembargador que não tenha pronunciado decisão em qualquer fase do

processo.

§ 1º O requerimento será instruído com a certidão de haver passado em julgado a sentença

condenatória e com as peças necessárias à comprovação dos fatos argüidos.

§ 2º O relator poderá determinar que se apensem os autos originais, se daí não advier

dificuldade à execução normal da sentença.

§ 3º Se o relator julgar insuficientemente instruído o pedido e inconveniente ao interesse da

justiça que se apensem os autos originais, indeferi-lo-á in limine, dando recurso para as

câmaras reunidas ou para o tribunal, conforme o caso (art. 624, parágrafo único).

§ 4º Interposto o recurso por petição e independentemente de termo, o relator apresentará o

processo em mesa para o julgamento e o relatará, sem tomar parte na discussão.

§ 5º Se o requerimento não for indeferido in limine, abrir-se-á vista dos autos ao procurador-

geral, que dará parecer no prazo de dez dias. Em seguida, examinados os autos,

sucessivamente, em igual prazo, pelo relator e revisor, julgar-se-á o pedido na sessão que o

presidente designar.

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Art. 626. Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação da infração,

absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo.

Parágrafo único. De qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena imposta pela decisão

revista.

Art. 627. A absolvição implicará o restabelecimento de todos os direitos perdidos em virtude

da condenação, devendo o tribunal, se for caso, impor a medida de segurança cabível.

Art. 628. Os regimentos internos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as normas

complementares para o processo e julgamento das revisões criminais.

Art. 629. À vista da certidão do acórdão que cassar a sentença condenatória, o juiz mandará

juntá-la imediatamente aos autos, para inteiro cumprimento da decisão.

Art. 630. O tribunal, se o interessado o requerer, poderá reconhecer o direito a uma justa

indenização pelos prejuízos sofridos.

§ 1º Por essa indenização, que será liquidada no juízo cível, responderá a União, se a

condenação tiver sido proferida pela justiça do Distrito Federal ou de Território, ou o Estado,

se o tiver sido pela respectiva justiça.

§ 2º A indenização não será devida:

a) se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta imputável ao próprio

impetrante, como a confissão ou a ocultação de prova em seu poder;

b) se a acusação houver sido meramente privada.

Art. 631. Quando, no curso da revisão, falecer a pessoa, cuja condenação tiver de ser revista, o

presidente do tribunal nomeará curador para a defesa.

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CAPÍTULO VIII

DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Art. 632. (Revogado pela Lei nº 3.396, de 2.6.1958):

Art. 633. (Revogado pela Lei nº 3.396, de 2.6.1958):

Art. 634. (Revogado pela Lei nº 3.396, de 2.6.1958):

Art. 635. (Revogado pela Lei nº 3.396, de 2.6.1958):

Art. 636. (Revogado pela Lei nº 3.396, de 2.6.1958):

Art. 637. O recurso extraordinário não tem efeito suspensivo, e uma vez arrazoados pelo

recorrido os autos do traslado, os originais baixarão à primeira instância, para a execução da

sentença.

Art. 638. O recurso extraordinário e o recurso especial serão processados e julgados no

Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça na forma estabelecida por leis

especiais, pela lei processual civil e pelos respectivos regimentos internos.

CAPÍTULO IX

DA CARTA TESTEMUNHÁVEL

Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável:

I - da decisão que denegar o recurso;

II - da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e seguimento para o juízo ad

quem.

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Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao escrivão, ou ao secretário do tribunal,

conforme o caso, nas quarenta e oito horas seguintes ao despacho que denegar o recurso,

indicando o requerente as peças do processo que deverão ser trasladadas.

Art. 641. O escrivão, ou o secretário do tribunal, dará recibo da petição à parte e, no prazo

máximo de cinco dias, no caso de recurso no sentido estrito, ou de sessenta dias, no caso de

recurso extraordinário, fará entrega da carta, devidamente conferida e concertada.

Art. 642. O escrivão, ou o secretário do tribunal, que se negar a dar o recibo, ou deixar de

entregar, sob qualquer pretexto, o instrumento, será suspenso por trinta dias. O juiz, ou o

presidente do Tribunal de Apelação, em face de representação do testemunhante, imporá a

pena e mandará que seja extraído o instrumento, sob a mesma sanção, pelo substituto do

escrivão ou do secretário do tribunal. Se o testemunhante não for atendido, poderá reclamar

ao presidente do tribunal ad quem, que avocará os autos, para o efeito do julgamento do

recurso e imposição da pena.

Art. 643. Extraído e autuado o instrumento, observar-se-á o disposto nos arts. 588 a 592, no

caso de recurso em sentido estrito, ou o processo estabelecido para o recurso extraordinário,

se deste se tratar.

Art. 644. O tribunal, câmara ou turma a que competir o julgamento da carta, se desta tomar

conhecimento, mandará processar o recurso, ou, se estiver suficientemente instruída, decidirá

logo, de meritis.

Art. 645. O processo da carta testemunhável na instância superior seguirá o processo do

recurso denegado.

Art. 646. A carta testemunhável não terá efeito suspensivo.

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CAPÍTULO X

DO HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO

Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer

violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar.

Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:

I - quando não houver justa causa;

II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei;

III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo;

IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação;

V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza;

VI - quando o processo for manifestamente nulo;

VII - quando extinta a punibilidade.

Art. 649. O juiz ou o tribunal, dentro dos limites da sua jurisdição, fará passar imediatamente a

ordem impetrada, nos casos em que tenha cabimento, seja qual for a autoridade coatora.

Art. 650. Competirá conhecer, originariamente, do pedido de habeas corpus:

I - ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos no Art. 101, I, g, da Constituição;

II - aos Tribunais de Apelação, sempre que os atos de violência ou coação forem atribuídos aos

governadores ou interventores dos Estados ou Territórios e ao prefeito do Distrito Federal, ou

a seus secretários, ou aos chefes de Polícia.

§ 1º A competência do juiz cessará sempre que a violência ou coação provier de autoridade

judiciária de igual ou superior jurisdição.

§ 2º Não cabe o habeas corpus contra a prisão administrativa, atual ou iminente, dos

responsáveis por dinheiro ou valor pertencente à Fazenda Pública, alcançados ou omissos em

fazer o seu recolhimento nos prazos legais, salvo se o pedido for acompanhado de prova de

quitação ou de depósito do alcance verificado, ou se a prisão exceder o prazo legal.

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Art. 651. A concessão do habeas corpus não obstará, nem porá termo ao processo, desde que

este não esteja em conflito com os fundamentos daquela.

Art. 652. Se o habeas corpus for concedido em virtude de nulidade do processo, este será

renovado.

Art. 653. Ordenada a soltura do paciente em virtude de habeas corpus, será condenada nas

custas a autoridade que, por má-fé ou evidente abuso de poder, tiver determinado a coação.

Parágrafo único. Neste caso, será remetida ao Ministério Público cópia das peças necessárias

para ser promovida a responsabilidade da autoridade.

Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de

outrem, bem como pelo Ministério Público.

§ 1º A petição de habeas corpus conterá:

a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e o de quem

exercer a violência, coação ou ameaça;

b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça de coação, as

razões em que funda o seu temor;

c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou não puder

escrever, e a designação das respectivas residências.

§ 2º Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas corpus,

quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está na iminência de sofrer

coação ilegal.

Art. 655. O carcereiro ou o diretor da prisão, o escrivão, o oficial de justiça ou a autoridade

judiciária ou policial que embaraçar ou procrastinar a expedição de ordem de habeas corpus,

as informações sobre a causa da prisão, a condução e apresentação do paciente, ou a sua

soltura, será multado na quantia de duzentos mil-réis a um conto de réis, sem prejuízo das

penas em que incorrer. As multas serão impostas pelo juiz do tribunal que julgar o habeas

corpus, salvo quando se tratar de autoridade judiciária, caso em que caberá ao Supremo

Tribunal Federal ou ao Tribunal de Apelação impor as multas.

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Art. 656. Recebida a petição de habeas corpus, o juiz, se julgar necessário, e estiver preso o

paciente, mandará que este Ihe seja imediatamente apresentado em dia e hora que designar.

Parágrafo único. Em caso de desobediência, será expedido mandado de prisão contra o

detentor, que será processado na forma da lei, e o juiz providenciará para que o paciente seja

tirado da prisão e apresentado em juízo.

Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum motivo escusará a sua apresentação, salvo:

I - grave enfermidade do paciente;

Il - não estar ele sob a guarda da pessoa a quem se atribui a detenção;

III - se o comparecimento não tiver sido determinado pelo juiz ou pelo tribunal.

Parágrafo único. O juiz poderá ir ao local em que o paciente se encontrar, se este não puder

ser apresentado por motivo de doença.

Art. 658. O detentor declarará à ordem de quem o paciente estiver preso.

Art. 659. Se o juiz ou o tribunal verificar que já cessou a violência ou coação ilegal, julgará

prejudicado o pedido.

Art. 660. Efetuadas as diligências, e interrogado o paciente, o juiz decidirá,

fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas.

§ 1º Se a decisão for favorável ao paciente, será logo posto em liberdade, salvo se por outro

motivo dever ser mantido na prisão.

§ 2º Se os documentos que instruírem a petição evidenciarem a ilegalidade da coação, o juiz ou

o tribunal ordenará que cesse imediatamente o constrangimento.

§ 3º Se a ilegalidade decorrer do fato de não ter sido o paciente admitido a prestar fiança, o

juiz arbitrará o valor desta, que poderá ser prestada perante ele, remetendo, neste caso, à

autoridade os respectivos autos, para serem anexados aos do inquérito policial ou aos do

processo judicial.

§ 4º Se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaça de violência ou coação

ilegal, dar-se-á ao paciente salvo-conduto assinado pelo juiz.

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§ 5º Será incontinenti enviada cópia da decisão à autoridade que tiver ordenado a prisão ou

tiver o paciente à sua disposição, a fim de juntar-se aos autos do processo.

§ 6º Quando o paciente estiver preso em lugar que não seja o da sede do juízo ou do tribunal

que conceder a ordem, o alvará de soltura será expedido pelo telégrafo, se houver, observadas

as formalidades estabelecidas no art. 289, parágrafo único, in fine, ou por via postal.

Art. 661. Em caso de competência originária do Tribunal de Apelação, a petição de habeas

corpus será apresentada ao secretário, que a enviará imediatamente ao presidente do

tribunal, ou da câmara criminal, ou da turma, que estiver reunida, ou primeiro tiver de reunir-

se.

Art. 662. Se a petição contiver os requisitos do art. 654, § 1º, o presidente, se necessário,

requisitará da autoridade indicada como coatora informações por escrito. Faltando, porém,

qualquer daqueles requisitos, o presidente mandará preenchê-lo, logo que Ihe for

apresentada a petição.

Art. 663. As diligências do artigo anterior não serão ordenadas, se o presidente entender que

o habeas corpus deva ser indeferido in limine. Nesse caso, levará a petição ao tribunal, câmara

ou turma, para que delibere a respeito.

Art. 664. Recebidas as informações, ou dispensadas, o habeas corpus será julgado na primeira

sessão, podendo, entretanto, adiar-se o julgamento para a sessão seguinte.

Parágrafo único. A decisão será tomada por maioria de votos. Havendo empate, se o

presidente não tiver tomado parte na votação, proferirá voto de desempate; no caso contrário,

prevalecerá a decisão mais favorável ao paciente.

Art. 665. O secretário do tribunal lavrará a ordem que, assinada pelo presidente do tribunal,

câmara ou turma, será dirigida, por ofício ou telegrama, ao detentor, ao carcereiro ou

autoridade que exercer ou ameaçar exercer o constrangimento.

Parágrafo único. A ordem transmitida por telegrama obedecerá ao disposto no art. 289,

parágrafo único, in fine.

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Art. 666. Os regimentos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as normas complementares

para o processo e julgamento do pedido de habeas corpus de sua competência originária.

Art. 667. No processo e julgamento do habeas corpus de competência originária do Supremo

Tribunal Federal, bem como nos de recurso das decisões de última ou única instância,

denegatórias de habeas corpus, observar-se-á, no que Ihes for aplicável, o disposto nos artigos

anteriores, devendo o regimento interno do tribunal estabelecer as regras complementares.

LIVRO IV

DA EXECUÇÃO

TÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 668. A execução, onde não houver juiz especial, incumbirá ao juiz da sentença, ou, se a

decisão for do Tribunal do Júri, ao seu presidente.

Parágrafo único. Se a decisão for de tribunal superior, nos casos de sua competência

originária, caberá ao respectivo presidente prover-lhe a execução.

Art. 669. Só depois de passar em julgado, será exeqüível a sentença, salvo:

I - quando condenatória, para o efeito de sujeitar o réu a prisão, ainda no caso de crime

afiançável, enquanto não for prestada a fiança;

II - quando absolutória, para o fim de imediata soltura do réu, desde que não proferida em

processo por crime a que a lei comine pena de reclusão, no máximo, por tempo igual ou

superior a oito anos.

Art. 670. No caso de decisão absolutória confirmada ou proferida em grau de apelação,

incumbirá ao relator fazer expedir o alvará de soltura, de que dará imediatamente

conhecimento ao juiz de primeira instância.

Art. 671. Os incidentes da execução serão resolvidos pelo respectivo juiz.

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Art. 672. Computar-se-á na pena privativa da liberdade o tempo:

I - de prisão preventiva no Brasil ou no estrangeiro;

II - de prisão provisória no Brasil ou no estrangeiro;

III - de internação em hospital ou manicômio.

Art. 673. Verificado que o réu, pendente a apelação por ele interposta, já sofreu prisão por

tempo igual ao da pena a que foi condenado, o relator do feito mandará pô-lo imediatamente

em liberdade, sem prejuízo do julgamento do recurso, salvo se, no caso de crime a que a lei

comine pena de reclusão, no máximo, por tempo igual ou superior a 8 anos, o querelante ou o

Ministério Público também houver apelado da sentença condenatória.

TÍTULO II

DA EXECUÇÃO DAS PENAS EM ESPÉCIE

CAPÍTULO I

DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE

Art. 674. Transitando em julgado a sentença que impuser pena privativa de liberdade, se o réu

já estiver preso, ou vier a ser preso, o juiz ordenará a expedição de carta de guia para o

cumprimento da pena.

Parágrafo único. Na hipótese do art. 82, última parte, a expedição da carta de guia será

ordenada pelo juiz competente para a soma ou unificação das penas.

Art. 675. No caso de ainda não ter sido expedido mandado de prisão, por tratar-se de infração

penal em que o réu se livra solto ou por estar afiançado, o juiz, ou o presidente da câmara ou

tribunal, se tiver havido recurso, fará expedir o mandado de prisão, logo que transite em

julgado a sentença condenatória.

§ 1º No caso de reformada pela superior instância, em grau de recurso, a sentença absolutória,

estando o réu solto, o presidente da câmara ou do tribunal fará, logo após a sessão de

julgamento, remeter ao chefe de Polícia o mandado de prisão do condenado.

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§ 2º Se o réu estiver em prisão especial, deverá, ressalvado o disposto na legislação relativa aos

militares, ser expedida ordem para sua imediata remoção para prisão comum, até que se

verifique a expedição de carta de guia para o cumprimento da pena.

Art. 676. A carta de guia, extraída pelo escrivão e assinada pelo juiz, que a rubricará em todas

as folhas, será remetida ao diretor do estabelecimento em que tenha de ser cumprida a

sentença condenatória, e conterá:

I - o nome do réu e a alcunha por que for conhecido;

Il - a sua qualificação civil (naturalidade, filiação, idade, estado, profissão), instrução e, se

constar, número do registro geral do Instituto de Identificação e Estatística ou de repartição

congênere;

III - o teor integral da sentença condenatória e a data da terminação da pena.

Parágrafo único. Expedida carta de guia para cumprimento de uma pena, se o réu estiver

cumprindo outra, só depois de terminada a execução desta será aquela executada. Retificar-

se-á a carta de guia sempre que sobrevenha modificação quanto ao início da execução ou ao

tempo de duração da pena.

Art. 677. Da carta de guia e seus aditamentos se remeterá cópia ao Conselho Penitenciário.

Art. 678. O diretor do estabelecimento, em que o réu tiver de cumprir a pena, passará recibo

da carta de guia para juntar-se aos autos do processo.

Art. 679. As cartas de guia serão registradas em livro especial, segundo a ordem cronológica do

recebimento, fazendo-se no curso da execução as anotações necessárias.

Art. 680. Computar-se-á no tempo da pena o período em que o condenado, por sentença

irrecorrível, permanecer preso em estabelecimento diverso do destinado ao cumprimento

dela.

Art. 681. Se impostas cumulativamente penas privativas da liberdade, será executada primeiro

a de reclusão, depois a de detenção e por último a de prisão simples.

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Art. 682. O sentenciado a que sobrevier doença mental, verificada por perícia médica, será

internado em manicômio judiciário, ou, à falta, em outro estabelecimento adequado, onde Ihe

seja assegurada a custódia.

§ 1º Em caso de urgência, o diretor do estabelecimento penal poderá determinar a remoção do

sentenciado, comunicando imediatamente a providência ao juiz, que, em face da perícia

médica, ratificará ou revogará a medida.

§ 2º Se a internação se prolongar até o término do prazo restante da pena e não houver sido

imposta medida de segurança detentiva, o indivíduo terá o destino aconselhado pela sua

enfermidade, feita a devida comunicação ao juiz de incapazes.

Art. 683. O diretor da prisão a que o réu tiver sido recolhido provisoriamente ou em

cumprimento de pena comunicará imediatamente ao juiz o óbito, a fuga ou a soltura do detido

ou sentenciado para que fique constando dos autos.

Parágrafo único. A certidão de óbito acompanhará a comunicação.

Art. 684. A recaptura do réu evadido não depende de prévia ordem judicial e poderá ser

efetuada por qualquer pessoa.

Art. 685. Cumprida ou extinta a pena, o condenado será posto, imediatamente, em liberdade,

mediante alvará do juiz, no qual se ressalvará a hipótese de dever o condenado continuar na

prisão por outro motivo legal.

Parágrafo único. Se tiver sido imposta medida de segurança detentiva, o condenado será

removido para estabelecimento adequado (art. 762).

CAPÍTULO II

DAS PENAS PECUNIÁRIAS

Art. 686. A pena de multa será paga dentro em 10 dias após haver transitado em julgado a

sentença que a impuser.

Parágrafo único. Se interposto recurso da sentença, esse prazo será contado do dia em que o

juiz ordenar o cumprimento da decisão da superior instância.

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Art. 687. O juiz poderá, desde que o condenado o requeira:

I - prorrogar o prazo do pagamento da multa até três meses, se as circunstâncias justificarem

essa prorrogação;

II - permitir, nas mesmas circunstâncias, que o pagamento se faça em parcelas mensais, no

prazo que fixar, mediante caução real ou fidejussória, quando necessário.

§ 1º O requerimento, tanto no caso do no I, como no do no II, será feito dentro do decêndio

concedido para o pagamento da multa.

§ 2º A permissão para o pagamento em parcelas será revogada, se o juiz verificar que o

condenado dela se vale para fraudar a execução da pena. Nesse caso, a caução resolver-se-á

em valor monetário, devolvendo-se ao condenado o que exceder à satisfação da multa e das

custas processuais.

Art. 688. Findo o decêndio ou a prorrogação sem que o condenado efetue o pagamento, ou

ocorrendo a hipótese prevista no § 2º do artigo anterior, observar-se-á o seguinte:

I - possuindo o condenado bens sobre os quais possa recair a execução, será extraída certidão

da sentença condenatória, a fim de que o Ministério Público proceda à cobrança judicial;

II - sendo o condenado insolvente, far-se-á a cobrança:

a) mediante desconto de quarta parte de sua remuneração (arts. 29, § 1º, e 37 do Código

Penal), quando cumprir pena privativa da liberdade, cumulativamente imposta com a de

multa;

b) mediante desconto em seu vencimento ou salário, se, cumprida a pena privativa da

liberdade, ou concedido o livramento condicional, a multa não houver sido resgatada;

c) mediante esse desconto, se a multa for a única pena imposta ou no caso de suspensão

condicional da pena.

§ 1º O desconto, nos casos das letras b e c, será feito mediante ordem ao empregador, à

repartição competente ou à administração da entidade paraestatal, e, antes de fixá-lo, o juiz

requisitará informações e ordenará diligências, inclusive arbitramento, quando necessário,

para observância do art. 37, § 3º, do Código Penal.

§ 2º Sob pena de desobediência e sem prejuízo da execução a que ficará sujeito, o empregador

será intimado a recolher mensalmente, até o dia fixado pelo juiz, a importância

correspondente ao desconto, em selo penitenciário, que será inutilizado nos autos pelo juiz.

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§ 3º Se o condenado for funcionário estadual ou municipal ou empregado de entidade

paraestatal, a importância do desconto será, semestralmente, recolhida ao Tesouro Nacional,

delegacia fiscal ou coletoria federal, como receita do selo penitenciário.

§ 4º As quantias descontadas em folha de pagamento de funcionário federal constituirão

renda do selo penitenciário.

Art. 689. A multa será convertida, à razão de dez mil-réis por dia, em detenção ou prisão

simples, no caso de crime ou de contravenção:

I - se o condenado solvente frustrar o pagamento da multa;

II - se não forem pagas pelo condenado solvente as parcelas mensais autorizadas sem

garantia.

§ 1º Se o juiz reconhecer desde logo a existência de causa para a conversão, a ela procederá de

ofício ou a requerimento do Ministério Público, independentemente de audiência do

condenado; caso contrário, depois de ouvir o condenado, se encontrado no lugar da sede do

juízo, poderá admitir a apresentação de prova pelas partes, inclusive testemunhal, no prazo de

três dias.

§ 2º O juiz, desde que transite em julgado a decisão, ordenará a expedição de mandado de

prisão ou aditamento à carta de guia, conforme esteja o condenado solto ou em cumprimento

de pena privativa da liberdade.

§ 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, a conversão será feita pelo valor das parcelas não

pagas.

Art. 690. O juiz tornará sem efeito a conversão, expedindo alvará de soltura ou cassando a

ordem de prisão, se o condenado, em qualquer tempo:

I - pagar a multa;

II - prestar caução real ou fidejussória que Ihe assegure o pagamento.

Parágrafo único. No caso do no II, antes de homologada a caução, será ouvido o Ministério

Público dentro do prazo de dois dias.

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CAPÍTULO III

DAS PENAS ACESSÓRIAS

Art. 691. O juiz dará à autoridade administrativa competente conhecimento da sentença

transitada em julgado, que impuser ou de que resultar a perda da função pública ou a

incapacidade temporária para investidura em função pública ou para exercício de profissão ou

atividade.

Art. 692. No caso de incapacidade temporária ou permanente para o exercício do pátrio poder,

da tutela ou da curatela, o juiz providenciará para que sejam acautelados, no juízo

competente, a pessoa e os bens do menor ou do interdito.

Art. 693. A incapacidade permanente ou temporária para o exercício da autoridade marital ou

do pátrio poder será averbada no registro civil.

Art. 694. As penas acessórias consistentes em interdições de direitos serão comunicadas ao

Instituto de Identificação e Estatística ou estabelecimento congênere, figurarão na folha de

antecedentes do condenado e serão mencionadas no rol de culpados.

Art. 695. Iniciada a execução das interdições temporárias (art. 72, a e b, do Código Penal), o

juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou do condenado, fixará o seu termo final,

completando as providências determinadas nos artigos anteriores.

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TÍTULO III

DOS INCIDENTES DA EXECUÇÃO

CAPÍTULO I

DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA

Art. 696. O juiz poderá suspender, por tempo não inferior a 2 (dois) nem superior a 6 (seis)

anos, a execução das penas de reclusão e de detenção que não excedam a 2 (dois) anos, ou,

por tempo não inferior a 1 (um) nem superior a 3 (três) anos, a execução da pena de prisão

simples, desde que o sentenciado:

I - não haja sofrido, no País ou no estrangeiro, condenação irrecorrível por outro crime a pena

privativa da liberdade, salvo o disposto no parágrafo único do art. 46 do Código Penal;

II - os antecedentes e a personalidade do sentenciado, os motivos e as circunstâncias do crime

autorizem a presunção de que não tornará a delinqüir.

Parágrafo único. Processado o beneficiário por outro crime ou contravenção, considerar-se-á

prorrogado o prazo da suspensão da pena até o julgamento definitivo.

Art. 697. O juiz ou tribunal, na decisão que aplicar pena privativa da liberdade não superior a 2

(dois) anos, deverá pronunciar-se, motivadamente, sobre a suspensão condicional, quer a

conceda quer a denegue.

Art. 698. Concedida a suspensão, o juiz especificará as condições a que fica sujeito o

condenado, pelo prazo previsto, começando este a correr da audiência em que se der

conhecimento da sentença ao beneficiário e Ihe for entregue documento similar ao descrito no

art. 724.

§ 1º As condições serão adequadas ao delito e à personalidade do condenado.

§ 2º Poderão ser impostas, além das estabelecidas no art. 767, como normas de conduta e

obrigações, as seguintes condições:

I - freqüentar curso de habilitação profissional ou de instrução escolar;

II - prestar serviços em favor da comunidade;

III - atender aos encargos de família;

IV - submeter-se a tratamento de desintoxicação.

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§ 3º O juiz poderá fixar, a qualquer tempo, de ofício ou a requerimento do Ministério Público,

outras condições além das especificadas na sentença e das referidas no parágrafo anterior,

desde que as circunstâncias o aconselhem.

§ 4º A fiscalização do cumprimento das condições deverá ser regulada, nos Estados, Territórios

e Distrito Federal, por normas supletivas e atribuída a serviço social penitenciário, patronato,

conselho de comunidade ou entidades similares, inspecionadas pelo Conselho Penitenciário,

pelo Ministério Público ou ambos, devendo o juiz da execução na comarca suprir, por ato, a

falta das normas supletivas.

§ 5º O beneficiário deverá comparecer periodicamente à entidade fiscalizadora, para

comprovar a observância das condições a que está sujeito, comunicando, também, a sua

ocupação, os salários ou proventos de que vive, as economias que conseguiu realizar e as

dificuldades materiais ou sociais que enfrenta.

§ 6º A entidade fiscalizadora deverá comunicar imediatamente ao órgão de inspeção, para os

fins legais (arts. 730 e 731), qualquer fato capaz de acarretar a revogação do benefício, a

prorrogação do prazo ou a modificação das condições.

§ 7º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será feita comunicação ao juiz e à entidade

fiscalizadora do local da nova residência, aos quais deverá apresentar-se imediatamente.

Art. 699. No caso de condenação pelo Tribunal do Júri, a suspensão condicional da pena

competirá ao seu presidente.

Art. 700. A suspensão não compreende a multa, as penas acessórias, os efeitos da condenação

nem as custas.

Art. 701. O juiz, ao conceder a suspensão, fixará, tendo em conta as condições econômicas ou

profissionais do réu, o prazo para o pagamento, integral ou em prestações, das custas do

processo e taxa penitenciária.

Art. 702. Em caso de co-autoria, a suspensão poderá ser concedida a uns e negada a outros

réus.

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Art. 703. O juiz que conceder a suspensão lerá ao réu, em audiência, a sentença respectiva, e o

advertirá das conseqüências de nova infração penal e da transgressão das obrigações

impostas.

Art. 704. Quando for concedida a suspensão pela superior instância, a esta caberá estabelecer-

lhe as condições, podendo a audiência ser presidida por qualquer membro do tribunal ou

câmara, pelo juiz do processo ou por outro designado pelo presidente do tribunal ou câmara.

Art. 705. Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 dias, o réu não comparecer

à audiência a que se refere o art. 703, a suspensão ficará sem efeito e será executada

imediatamente a pena, salvo prova de justo impedimento, caso em que será marcada nova

audiência.

Art. 706. A suspensão também ficará sem efeito se, em virtude de recurso, for aumentada a

pena de modo que exclua a concessão do benefício.

Art. 707. A suspensão será revogada se o beneficiário:

I - é condenado, por sentença irrecorrível, a pena privativa da liberdade;

II - frustra, embora solvente, o pagamento da multa, ou não efetua, sem motivo justificado, a

reparação do dano.

Parágrafo único. O juiz poderá revogar a suspensão, se o beneficiário deixa de cumprir

qualquer das obrigações constantes da sentença, de observar proibições inerentes à pena

acessória, ou é irrecorrivelmente condenado a pena que não seja privativa da liberdade; se

não a revogar, deverá advertir o beneficiário, ou exacerbar as condições ou, ainda, prorrogar o

período da suspensão até o máximo, se esse limite não foi o fixado.

Art. 708. Expirado o prazo de suspensão ou a prorrogação, sem que tenha ocorrido motivo de

revogação, a pena privativa de liberdade será declarada extinta.

Parágrafo único. O juiz, quando julgar necessário, requisitará, antes do julgamento, nova folha

de antecedentes do beneficiário.

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Art. 709. A condenação será inscrita, com a nota de suspensão, em livros especiais do Instituto

de Identificação e Estatística, ou repartição congênere, averbando-se, mediante comunicação

do juiz ou do tribunal, a revogação da suspensão ou a extinção da pena. Em caso de

revogação, será feita a averbação definitiva no registro geral.

§ 1º Nos lugares onde não houver Instituto de Identificação e Estatística ou repartição

congênere, o registro e a averbação serão feitos em livro próprio no juízo ou no tribunal.

§ 2º O registro será secreto, salvo para efeito de informações requisitadas por autoridade

judiciária, no caso de novo processo.

§ 3º Não se aplicará o disposto no § 2º, quando houver sido imposta ou resultar de

condenação pena acessória consistente em interdição de direitos.

CAPÍTULO II

DO LIVRAMENTO CONDICIONAL

Art. 710. O livramento condicional poderá ser concedido ao condenado a pena privativa da

liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que se verifiquem as condições seguintes:

I - cumprimento de mais da metade da pena, ou mais de três quartos, se reincidente o

sentenciado;

II - ausência ou cessação de periculosidade;

III - bom comportamento durante a vida carcerária;

IV - aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto;

V - reparação do dano causado pela infração, salvo impossibilidade de fazê-lo.

Art. 711. As penas que correspondem a infrações diversas podem somar-se, para efeito do

livramento.

Art. 712. O livramento condicional poderá ser concedido mediante requerimento do

sentenciado, de seu cônjuge ou de parente em linha reta, ou por proposta do diretor do

estabelecimento penal, ou por iniciativa do Conselho Penitenciário.

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Art. 713. As condições de admissibilidade, conveniência e oportunidade da concessão do

livramento serão verificadas pelo Conselho Penitenciário, a cujo parecer não ficará, entretanto,

adstrito o juiz.

Art. 714. O diretor do estabelecimento penal remeterá ao Conselho Penitenciário minucioso

relatório sobre:

I - o caráter do sentenciado, revelado pelos seus antecedentes e conduta na prisão;

II - o procedimento do liberando na prisão, sua aplicação ao trabalho e seu trato com os

companheiros e funcionários do estabelecimento;

III - suas relações, quer com a família, quer com estranhos;

IV - seu grau de instrução e aptidão profissional, com a indicação dos serviços em que haja

sido empregado e da especialização anterior ou adquirida na prisão;

V - sua situação financeira, e seus propósitos quanto ao seu futuro meio de vida, juntando o

diretor, quando dada por pessoa idônea, promessa escrita de colocação do liberando, com

indicação do serviço e do salário.

Parágrafo único. O relatório será, dentro do prazo de quinze dias, remetido ao Conselho, com

o prontuário do sentenciado, e, na falta, o Conselho opinará livremente, comunicando à

autoridade competente a omissão do diretor da prisão.

Art. 715. Se tiver sido imposta medida de segurança detentiva, o livramento não poderá ser

concedido sem que se verifique, mediante exame das condições do sentenciado, a cessação da

periculosidade.

Parágrafo único. Consistindo a medida de segurança em internação em casa de custódia e

tratamento, proceder-se-á a exame mental do sentenciado.

Art. 716. A petição ou a proposta de livramento será remetida ao juiz ou ao tribunal por ofício

do presidente do Conselho Penitenciário, com a cópia do respectivo parecer e do relatório do

diretor da prisão.

§ 1º Para emitir parecer, o Conselho poderá determinar diligências e requisitar os autos do

processo.

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§ 2º O juiz ou o tribunal mandará juntar a petição ou a proposta, com o ofício ou documento

que a acompanhar, aos autos do processo, e proferirá sua decisão, previamente ouvido o

Ministério Público.

Art. 717. Na ausência da condição prevista no art. 710, I, o requerimento será liminarmente

indeferido.

Art. 718. Deferido o pedido, o juiz, ao especificar as condições a que ficará subordinado o

livramento, atenderá ao disposto no art. 698, §§ 1º, 2o e 5o.

§ 1º Se for permitido ao liberado residir fora da jurisdição do juiz da execução, remeter-se-á

cópia da sentença do livramento à autoridade judiciária do lugar para onde ele se houver

transferido, e à entidade de observação cautelar e proteção.

§ 2º O liberado será advertido da obrigação de apresentar-se imediatamente à autoridade

judiciária e à entidade de observação cautelar e proteção

Art. 719. O livramento ficará também subordinado à obrigação de pagamento das custas do

processo e da taxa penitenciária, salvo caso de insolvência comprovada.

Parágrafo único. O juiz poderá fixar o prazo para o pagamento integral ou em prestações,

tendo em consideração as condições econômicas ou profissionais do liberado.

Art. 720. A forma de pagamento da multa, ainda não paga pelo liberando, será determinada de

acordo com o disposto no art. 688.

Art. 721. Reformada a sentença denegatória do livramento, os autos baixarão ao juiz da

primeira instância, a fim de que determine as condições que devam ser impostas ao liberando.

Art. 722. Concedido o livramento, será expedida carta de guia, com a cópia integral da

sentença em duas vias, remetendo-se uma ao diretor do estabelecimento penal e outra ao

presidente do Conselho Penitenciário.

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Art. 723. A cerimônia do livramento condicional será realizada solenemente, em dia marcado

pela autoridade que deva presidi-la, observando-se o seguinte:

I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais presos, salvo motivo relevante,

pelo presidente do Conselho Penitenciário, ou pelo seu representante junto ao

estabelecimento penal, ou, na falta, pela autoridade judiciária local;

II - o diretor do estabelecimento penal chamará a atenção do liberando para as condições

impostas na sentença de livramento;

III - o preso declarará se aceita as condições.

§ 1º De tudo, em livro próprio, se lavrará termo, subscrito por quem presidir a cerimônia, e

pelo liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou não puder escrever.

§ 2º Desse termo, se remeterá cópia ao juiz do processo.

Art. 724. Ao sair da prisão o liberado, ser-lhe-á entregue, além do saldo do seu pecúlio e do

que Ihe pertencer, uma caderneta que exibirá à autoridade judiciária ou administrativa sempre

que Ihe for exigido. Essa caderneta conterá:

I - a reprodução da ficha de identidade, ou o retrato do liberado, sua qualificação e sinais

característicos;

II - o texto impresso dos artigos do presente capítulo;

III - as condições impostas ao liberado;

IV - a pena acessória a que esteja sujeito.

§ 1º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um salvo-conduto, em que constem as

condições do livramento e a pena acessória, podendo substituir-se a ficha de identidade ou o

retrato do liberado pela descrição dos sinais que possam identificá-lo.

§ 2º Na caderneta e no salvo-conduto deve haver espaço para consignar o cumprimento das

condições referidas no art. 718.

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Art. 725. A observação cautelar e proteção realizadas por serviço social penitenciário,

patronato, conselho de comunidade ou entidades similares, terá a finalidade de:

I - fazer observar o cumprimento da pena acessória, bem como das condições especificadas na

sentença concessiva do benefício;

II - proteger o beneficiário, orientando-o na execução de suas obrigações e auxiliando-o na

obtenção de atividade laborativa.

Parágrafo único. As entidades encarregadas de observação cautelar e proteção do liberado

apresentarão relatório ao Conselho Penitenciário, para efeito da representação prevista

nos arts. 730 e 731.

Art. 726. Revogar-se-á o livramento condicional, se o liberado vier, por crime ou contravenção,

a ser condenado por sentença irrecorrível a pena privativa de liberdade.

Art. 727. O juiz pode, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer

das obrigações constantes da sentença, de observar proibições inerentes à pena acessória ou

for irrecorrivelmente condenado, por crime, à pena que não seja privativa da liberdade.

Parágrafo único. Se o juiz não revogar o livramento, deverá advertir o liberado ou exacerbar as

condições.

Art. 728. Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vigência do livramento,

computar-se-á no tempo da pena o período em que esteve solto o liberado, sendo permitida,

para a concessão de novo livramento, a soma do tempo das duas penas.

Art. 729. No caso de revogação por outro motivo, não se computará na pena o tempo em que

esteve solto o liberado, e tampouco se concederá, em relação à mesma pena, novo livramento.

Art. 730. A revogação do livramento será decretada mediante representação do Conselho

Penitenciário, ou a requerimento do Ministério Público, ou de ofício, pelo juiz, que, antes,

ouvirá o liberado, podendo ordenar diligências e permitir a produção de prova, no prazo de

cinco dias.

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Art. 731. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, ou mediante representação do

Conselho Penitenciário, poderá modificar as condições ou normas de conduta especificadas na

sentença, devendo a respectiva decisão ser lida ao liberado por uma das autoridades ou por

um dos funcionários indicados no inciso I do art. 723, observado o disposto nos incisos II e III, e

§§ 1º e 2o do mesmo artigo.

Art. 732. Praticada pelo liberado nova infração, o juiz ou o tribunal poderá ordenar a sua

prisão, ouvido o Conselho Penitenciário, suspendendo o curso do livramento condicional, cuja

revogação ficará, entretanto, dependendo da decisão final no novo processo.

Art. 733. O juiz, de ofício, ou a requerimento do interessado, do Ministério Público, ou do

Conselho Penitenciário, julgará extinta a pena privativa de liberdade, se expirar o prazo do

livramento sem revogação, ou na hipótese do artigo anterior, for o liberado absolvido por

sentença irrecorrível.

TÍTULO IV

DA GRAÇA, DO INDULTO, DA ANISTIA E DA REHABILITAÇÃO

CAPÍTULO I

DA GRAÇA, DO INDULTO E DA ANISTIA

Art. 734. A graça poderá ser provocada por petição do condenado, de qualquer pessoa do

povo, do Conselho Penitenciário, ou do Ministério Público, ressalvada, entretanto, ao

Presidente da República, a faculdade de concedê-la espontaneamente.

Art. 735. A petição de graça, acompanhada dos documentos com que o impetrante a instruir,

será remetida ao ministro da Justiça por intermédio do Conselho Penitenciário.

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Art. 736. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do processo, e depois de ouvir o diretor

do estabelecimento penal a que estiver recolhido o condenado, fará, em relatório, a narração

do fato criminoso, examinará as provas, mencionará qualquer formalidade ou circunstância

omitida na petição e exporá os antecedentes do condenado e seu procedimento depois de

preso, opinando sobre o mérito do pedido.

Art. 737. Processada no Ministério da Justiça, com os documentos e o relatório do Conselho

Penitenciário, a petição subirá a despacho do Presidente da República, a quem serão

presentes os autos do processo ou a certidão de qualquer de suas peças, se ele o determinar.

Art. 738. Concedida a graça e junta aos autos cópia do decreto, o juiz declarará extinta a pena

ou penas, ou ajustará a execução aos termos do decreto, no caso de redução ou comutação de

pena.

Art. 739. O condenado poderá recusar a comutação da pena.

Art. 740. Os autos da petição de graça serão arquivados no Ministério da Justiça.

Art. 741. Se o réu for beneficiado por indulto, o juiz, de ofício ou a requerimento do

interessado, do Ministério Público ou por iniciativa do Conselho Penitenciário, providenciará

de acordo com o disposto no art. 738.

Art. 742. Concedida a anistia após transitar em julgado a sentença condenatória, o juiz, de

ofício ou a requerimento do interessado, do Ministério Público ou por iniciativa do Conselho

Penitenciário, declarará extinta a pena.

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CAPÍTULO II

DA REABILITAÇÃO

Art. 743. A reabilitação será requerida ao juiz da condenação, após o decurso de quatro ou oito

anos, pelo menos, conforme se trate de condenado ou reincidente, contados do dia em que

houver terminado a execução da pena principal ou da medida de segurança detentiva,

devendo o requerente indicar as comarcas em que haja residido durante aquele tempo.

Art. 744. O requerimento será instruído com:

I - certidões comprobatórias de não ter o requerente respondido, nem estar respondendo a

processo penal, em qualquer das comarcas em que houver residido durante o prazo a que se

refere o artigo anterior;

II - atestados de autoridades policiais ou outros documentos que comprovem ter residido nas

comarcas indicadas e mantido, efetivamente, bom comportamento;

III - atestados de bom comportamento fornecidos por pessoas a cujo serviço tenha estado;

IV - quaisquer outros documentos que sirvam como prova de sua regeneração;

V - prova de haver ressarcido o dano causado pelo crime ou persistir a impossibilidade de fazê-

lo.

Art. 745. O juiz poderá ordenar as diligências necessárias para apreciação do pedido,

cercando-as do sigilo possível e, antes da decisão final, ouvirá o Ministério Público.

Art. 746. Da decisão que conceder a reabilitação haverá recurso de ofício.

Art. 747. A reabilitação, depois de sentença irrecorrível, será comunicada ao Instituto de

Identificação e Estatística ou repartição congênere.

Art. 748. A condenação ou condenações anteriores não serão mencionadas na folha de

antecedentes do reabilitado, nem em certidão extraída dos livros do juízo, salvo quando

requisitadas por juiz criminal.

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Art. 749. Indeferida a reabilitação, o condenado não poderá renovar o pedido senão após o

decurso de dois anos, salvo se o indeferimento tiver resultado de falta ou insuficiência de

documentos.

Art. 750. A revogação de reabilitação (Código Penal, art. 120) será decretada pelo juiz, de ofício

ou a requerimento do Ministério Público.

TÍTULO V

DA EXECUÇÃO DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA

Art. 751. Durante a execução da pena ou durante o tempo em que a ela se furtar o condenado,

poderá ser imposta medida de segurança, se:

I - o juiz ou o tribunal, na sentença:

a) omitir sua decretação, nos casos de periculosidade presumida;

b) deixar de aplicá-la ou de excluí-la expressamente;

c) declarar os elementos constantes do processo insuficientes para a imposição ou exclusão

da medida e ordenar indagações para a verificação da periculosidade do condenado;

II - tendo sido, expressamente, excluída na sentença a periculosidade do condenado, novos

fatos demonstrarem ser ele perigoso.

Art. 752. Poderá ser imposta medida de segurança, depois de transitar em julgado a sentença,

ainda quando não iniciada a execução da pena, por motivo diverso de fuga ou ocultação do

condenado:

I - no caso da letra a do no I do artigo anterior, bem como no da letra b, se tiver sido alegada a

periculosidade;

II - no caso da letra c do no I do mesmo artigo.

Art. 753. Ainda depois de transitar em julgado a sentença absolutória, poderá ser imposta a

medida de segurança, enquanto não decorrido tempo equivalente ao da sua duração mínima,

a indivíduo que a lei presuma perigoso.

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Art. 754. A aplicação da medida de segurança, nos casos previstos nos arts. 751 e 752,

competirá ao juiz da execução da pena, e, no caso do art. 753, ao juiz da sentença.

Art. 755. A imposição da medida de segurança, nos casos dos arts. 751 a 753, poderá ser

decretada de ofício ou a requerimento do Ministério Público.

Parágrafo único. O diretor do estabelecimento penal, que tiver conhecimento de fatos

indicativos da periculosidade do condenado a quem não tenha sido imposta medida de

segurança, deverá logo comunicá-los ao juiz.

Art. 756. Nos casos do no I, a e b, do art. 751, e no I do art. 752, poderá ser dispensada nova

audiência do condenado.

Art. 757. Nos casos do no I, c, e no II do art. 751 e no II do art. 752, o juiz, depois de proceder às

diligências que julgar convenientes, ouvirá o Ministério Público e concederá ao condenado o

prazo de três dias para alegações, devendo a prova requerida ou reputada necessária pelo juiz

ser produzida dentro em dez dias.

§ 1º O juiz nomeará defensor ao condenado que o requerer.

§ 2º Se o réu estiver foragido, o juiz procederá às diligências que julgar convenientes,

concedendo o prazo de provas, quando requerido pelo Ministério Público.

§ 3º Findo o prazo de provas, o juiz proferirá a sentença dentro de três dias.

Art. 758. A execução da medida de segurança incumbirá ao juiz da execução da sentença.

Art. 759. No caso do art. 753, o juiz ouvirá o curador já nomeado ou que então nomear,

podendo mandar submeter o condenado a exame mental, internando-o, desde logo, em

estabelecimento adequado.

Art. 760. Para a verificação da periculosidade, no caso do § 3º do art. 78 do Código Penal,

observar-se-á o disposto no art. 757, no que for aplicável.

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Art. 761. Para a providência determinada no art. 84, § 2º, do Código Penal, se as sentenças

forem proferidas por juízes diferentes, será competente o juiz que tiver sentenciado por último

ou a autoridade de jurisdição prevalente no caso do art. 82.

Art. 762. A ordem de internação, expedida para executar-se medida de segurança detentiva,

conterá:

I - a qualificação do internando;

II - o teor da decisão que tiver imposto a medida de segurança;

III - a data em que terminará o prazo mínimo da internação.

Art. 763. Se estiver solto o internando, expedir-se-á mandado de captura, que será cumprido

por oficial de justiça ou por autoridade policial.

Art. 764. O trabalho nos estabelecimentos referidos no art. 88, § 1º, III, do Código Penal, será

educativo e remunerado, de modo que assegure ao internado meios de subsistência, quando

cessar a internação.

§ 1º O trabalho poderá ser praticado ao ar livre.

§ 2º Nos outros estabelecimentos, o trabalho dependerá das condições pessoais do internado.

Art. 765. A quarta parte do salário caberá ao Estado ou, no Distrito Federal e nos Territórios, à

União, e o restante será depositado em nome do internado ou, se este preferir, entregue à sua

família.

Art. 766. A internação das mulheres será feita em estabelecimento próprio ou em seção

especial.

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Art. 767. O juiz fixará as normas de conduta que serão observadas durante a liberdade vigiada.

§ 1º Serão normas obrigatórias, impostas ao indivíduo sujeito à liberdade vigiada:

a) tomar ocupação, dentro de prazo razoável, se for apto para o trabalho;

b) não mudar do território da jurisdição do juiz, sem prévia autorização deste.

§ 2º Poderão ser impostas ao indivíduo sujeito à liberdade vigiada, entre outras obrigações, as

seguintes:

a) não mudar de habitação sem aviso prévio ao juiz, ou à autoridade incumbida da vigilância;

b) recolher-se cedo à habitação;

c) não trazer consigo armas ofensivas ou instrumentos capazes de ofender;

d) não freqüentar casas de bebidas ou de tavolagem, nem certas reuniões, espetáculos ou

diversões públicas.

§ 3º Será entregue ao indivíduo sujeito à liberdade vigiada uma caderneta, de que constarão as

obrigações impostas.

Art. 768. As obrigações estabelecidas na sentença serão comunicadas à autoridade policial.

Art. 769. A vigilância será exercida discretamente, de modo que não prejudique o indivíduo a

ela sujeito.

Art. 770. Mediante representação da autoridade incumbida da vigilância, a requerimento do

Ministério Público ou de ofício, poderá o juiz modificar as normas fixadas ou estabelecer

outras.

Art. 771. Para execução do exílio local, o juiz comunicará sua decisão à autoridade policial do

lugar ou dos lugares onde o exilado está proibido de permanecer ou de residir.

§ 1º O infrator da medida será conduzido à presença do juiz que poderá mantê-lo detido até

proferir decisão.

§ 2º Se for reconhecida a transgressão e imposta, conseqüentemente, a liberdade vigiada,

determinará o juiz que a autoridade policial providencie a fim de que o infrator siga

imediatamente para o lugar de residência por ele escolhido, e oficiará à autoridade policial

desse lugar, observando-se o disposto no art. 768.

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Art. 772. A proibição de freqüentar determinados lugares será comunicada pelo juiz à

autoridade policial, que Ihe dará conhecimento de qualquer transgressão.

Art. 773. A medida de fechamento de estabelecimento ou de interdição de associação será

comunicada pelo juiz à autoridade policial, para que a execute.

Art. 774. Nos casos do parágrafo único do art. 83 do Código Penal, ou quando a transgressão

de uma medida de segurança importar a imposição de outra, observar-se-á o disposto

no art. 757, no que for aplicável.

Art. 775. A cessação ou não da periculosidade se verificará ao fim do prazo mínimo de duração

da medida de segurança pelo exame das condições da pessoa a que tiver sido imposta,

observando-se o seguinte:

I - o diretor do estabelecimento de internação ou a autoridade policial incumbida da vigilância,

até um mês antes de expirado o prazo de duração mínima da medida, se não for inferior a um

ano, ou até quinze dias nos outros casos, remeterá ao juiz da execução minucioso relatório,

que o habilite a resolver sobre a cessação ou permanência da medida;

II - se o indivíduo estiver internado em manicômio judiciário ou em casa de custódia e

tratamento, o relatório será acompanhado do laudo de exame pericial feito por dois médicos

designados pelo diretor do estabelecimento;

III - o diretor do estabelecimento de internação ou a autoridade policial deverá, no relatório,

concluir pela conveniência da revogação, ou não, da medida de segurança;

IV - se a medida de segurança for o exílio local ou a proibição de freqüentar determinados

lugares, o juiz, até um mês ou quinze dias antes de expirado o prazo mínimo de duração,

ordenará as diligências necessárias, para verificar se desapareceram as causas da aplicação da

medida;

V - junto aos autos o relatório, ou realizadas as diligências, serão ouvidos sucessivamente o

Ministério Público e o curador ou o defensor, no prazo de três dias para cada um;

VI - o juiz nomeará curador ou defensor ao interessado que o não tiver;

VII - o juiz, de ofício, ou a requerimento de qualquer das partes, poderá determinar novas

diligências, ainda que já expirado o prazo de duração mínima da medida de segurança;

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VIII - ouvidas as partes ou realizadas as diligências a que se refere o número anterior o juiz

proferirá a sua decisão, no prazo de três dias.

Art. 776. Nos exames sucessivos a que se referem o § 1º, II, e § 2º do art. 81 do Código Penal,

observar-se-á, no que Ihes for aplicável, o disposto no artigo anterior.

Art. 777. Em qualquer tempo, ainda durante o prazo mínimo de duração da medida de

segurança, poderá o tribunal, câmara ou turma, a requerimento do Ministério Público ou do

interessado, seu defensor ou curador, ordenar o exame, para a verificação da cessação da

periculosidade.

§ 1º Designado o relator e ouvido o procurador-geral, se a medida não tiver sido por ele

requerida, o pedido será julgado na primeira sessão.

§ 2º Deferido o pedido, a decisão será imediatamente comunicada ao juiz, que requisitará,

marcando prazo, o relatório e o exame a que se referem os ns. I e II do art. 775 ou ordenará as

diligências mencionadas no no IV do mesmo artigo, prosseguindo de acordo com o disposto

nos outros incisos do citado artigo.

Art. 778. Transitando em julgado a sentença de revogação, o juiz expedirá ordem para a

desinternação, quando se tratar de medida detentiva, ou para que cesse a vigilância ou a

proibição, nos outros casos.

Art. 779. O confisco dos instrumentos e produtos do crime, no caso previsto no art. 100 do

Código Penal, será decretado no despacho de arquivamento do inquérito, na sentença de

impronúncia ou na sentença absolutória.

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LIVRO V

DAS RELAÇÕES JURISDICIONAIS COM AUTORIDADE ESTRANGEIRA

TÍTULO ÚNICO

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 780. Sem prejuízo de convenções ou tratados, aplicar-se-á o disposto neste Título à

homologação de sentenças penais estrangeiras e à expedição e ao cumprimento de cartas

rogatórias para citações, inquirições e outras diligências necessárias à instrução de processo

penal.

Art. 781. As sentenças estrangeiras não serão homologadas, nem as cartas rogatórias

cumpridas, se contrárias à ordem pública e aos bons costumes.

Art. 782. O trânsito, por via diplomática, dos documentos apresentados constituirá prova

bastante de sua autenticidade.

CAPÍTULO II

DAS CARTAS ROGATÓRIAS

Art. 783. As cartas rogatórias serão, pelo respectivo juiz, remetidas ao Ministro da Justiça, a fim

de ser pedido o seu cumprimento, por via diplomática, às autoridades estrangeiras

competentes.

Art. 784. As cartas rogatórias emanadas de autoridades estrangeiras competentes não

dependem de homologação e serão atendidas se encaminhadas por via diplomática e desde

que o crime, segundo a lei brasileira, não exclua a extradição.

§ 1º As rogatórias, acompanhadas de tradução em língua nacional, feita por tradutor oficial ou

juramentado, serão, após exequatur do presidente do Supremo Tribunal Federal, cumpridas

pelo juiz criminal do lugar onde as diligências tenham de efetuar-se, observadas as

formalidades prescritas neste Código.

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§ 2º A carta rogatória será pelo presidente do Supremo Tribunal Federal remetida ao

presidente do Tribunal de Apelação do Estado, do Distrito Federal, ou do Território, a fim de

ser encaminhada ao juiz competente.

§ 3º Versando sobre crime de ação privada, segundo a lei brasileira, o andamento, após

o exequatur, dependerá do interessado, a quem incumbirá o pagamento das despesas.

§ 4º Ficará sempre na secretaria do Supremo Tribunal Federal cópia da carta rogatória.

Art. 785. Concluídas as diligências, a carta rogatória será devolvida ao presidente do Supremo

Tribunal Federal, por intermédio do presidente do Tribunal de Apelação, o qual, antes de

devolvê-la, mandará completar qualquer diligência ou sanar qualquer nulidade.

Art. 786. O despacho que conceder o exequatur marcará, para o cumprimento da diligência,

prazo razoável, que poderá ser excedido, havendo justa causa, ficando esta consignada em

ofício dirigido ao presidente do Supremo Tribunal Federal, juntamente com a carta rogatória.

CAPÍTULO III

DA HOMOLOGAÇÃO DAS SENTENÇAS ESTRANGEIRAS

Art. 787. As sentenças estrangeiras deverão ser previamente homologadas pelo Supremo

Tribunal Federal para que produzam os efeitos do art. 7o do Código Penal.

Art. 788. A sentença penal estrangeira será homologada, quando a aplicação da lei brasileira

produzir na espécie as mesmas conseqüências e concorrem os seguintes requisitos:

I - estar revestida das formalidades externas necessárias, segundo a legislação do país de

origem;

II - haver sido proferida por juiz competente, mediante citação regular, segundo a mesma

legislação;

III - ter passado em julgado;

IV - estar devidamente autenticada por cônsul brasileiro;

V - estar acompanhada de tradução, feita por tradutor público.

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Art. 789. O procurador-geral da República, sempre que tiver conhecimento da existência de

sentença penal estrangeira, emanada de Estado que tenha com o Brasil tratado de extradição

e que haja imposto medida de segurança pessoal ou pena acessória que deva ser cumprida no

Brasil, pedirá ao Ministro da Justiça providências para obtenção de elementos que o habilitem

a requerer a homologação da sentença.

§ 1º A homologação de sentença emanada de autoridade judiciária de Estado, que não tiver

tratado de extradição com o Brasil, dependerá de requisição do Ministro da Justiça.

§ 2º Distribuído o requerimento de homologação, o relator mandará citar o interessado para

deduzir embargos, dentro de dez dias, se residir no Distrito Federal, de trinta dias, no caso

contrário.

§ 3º Se nesse prazo o interessado não deduzir os embargos, ser-lhe-á pelo relator nomeado

defensor, o qual dentro de dez dias produzirá a defesa.

§ 4º Os embargos somente poderão fundar-se em dúvida sobre a autenticidade do

documento, sobre a inteligência da sentença, ou sobre a falta de qualquer dos requisitos

enumerados nos arts. 781 e 788.

§ 5º Contestados os embargos dentro de dez dias, pelo procurador-geral, irá o processo ao

relator e ao revisor, observando-se no seu julgamento o Regimento Interno do Supremo

Tribunal Federal.

§ 6º Homologada a sentença, a respectiva carta será remetida ao presidente do Tribunal de

Apelação do Distrito Federal, do Estado, ou do Território.

§ 7º Recebida a carta de sentença, o presidente do Tribunal de Apelação a remeterá ao juiz do

lugar de residência do condenado, para a aplicação da medida de segurança ou da pena

acessória, observadas as disposições do Título II, Capítulo III, e Título V do Livro IV deste

Código.

Art. 790. O interessado na execução de sentença penal estrangeira, para a reparação do dano,

restituição e outros efeitos civis, poderá requerer ao Supremo Tribunal Federal a sua

homologação, observando-se o que a respeito prescreve o Código de Processo Civil.

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LIVRO VI

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 791. Em todos os juízos e tribunais do crime, além das audiências e sessões ordinárias,

haverá as extraordinárias, de acordo com as necessidades do rápido andamento dos feitos.

Art. 792. As audiências, sessões e os atos processuais serão, em regra, públicos e se realizarão

nas sedes dos juízos e tribunais, com assistência dos escrivães, do secretário, do oficial de

justiça que servir de porteiro, em dia e hora certos, ou previamente designados.

§ 1º Se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato processual, puder resultar escândalo,

inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou o tribunal, câmara, ou

turma, poderá, de ofício ou a requerimento da parte ou do Ministério Público, determinar que

o ato seja realizado a portas fechadas, limitando o número de pessoas que possam estar

presentes.

§ 2º As audiências, as sessões e os atos processuais, em caso de necessidade, poderão realizar-

se na residência do juiz, ou em outra casa por ele especialmente designada.

Art. 793. Nas audiências e nas sessões, os advogados, as partes, os escrivães e os espectadores

poderão estar sentados. Todos, porém, se levantarão quando se dirigirem aos juízes ou

quando estes se levantarem para qualquer ato do processo.

Parágrafo único. Nos atos da instrução criminal, perante os juízes singulares, os advogados

poderão requerer sentados.

Art. 794. A polícia das audiências e das sessões compete aos respectivos juízes ou ao

presidente do tribunal, câmara, ou turma, que poderão determinar o que for conveniente à

manutenção da ordem. Para tal fim, requisitarão força pública, que ficará exclusivamente à

sua disposição.

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Art. 795. Os espectadores das audiências ou das sessões não poderão manifestar-se.

Parágrafo único. O juiz ou o presidente fará retirar da sala os desobedientes, que, em caso de

resistência, serão presos e autuados.

Art. 796. Os atos de instrução ou julgamento prosseguirão com a assistência do defensor, se o

réu se portar inconvenientemente.

Art. 797. Excetuadas as sessões de julgamento, que não serão marcadas para domingo ou dia

feriado, os demais atos do processo poderão ser praticados em período de férias, em

domingos e dias feriados. Todavia, os julgamentos iniciados em dia útil não se interromperão

pela superveniência de feriado ou domingo.

Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se

interrompendo por férias, domingo ou dia feriado.

§ 1º Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.

§ 2º A terminação dos prazos será certificada nos autos pelo escrivão; será, porém,

considerado findo o prazo, ainda que omitida aquela formalidade, se feita a prova do dia em

que começou a correr.

§ 3º O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil

imediato.

§ 4º Não correrão os prazos, se houver impedimento do juiz, força maior, ou obstáculo judicial

oposto pela parte contrária.

§ 5º Salvo os casos expressos, os prazos correrão:

a) da intimação;

b) da audiência ou sessão em que for proferida a decisão, se a ela estiver presente a parte;

c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência inequívoca da sentença ou despacho.

Art. 799. O escrivão, sob pena de multa de cinqüenta a quinhentos mil-réis e, na reincidência,

suspensão até 30 (trinta) dias, executará dentro do prazo de dois dias os atos determinados

em lei ou ordenados pelo juiz.

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Art. 800. Os juízes singulares darão seus despachos e decisões dentro dos prazos seguintes,

quando outros não estiverem estabelecidos:

I - de dez dias, se a decisão for definitiva, ou interlocutória mista;

II - de cinco dias, se for interlocutória simples;

III - de um dia, se se tratar de despacho de expediente.

§ 1º Os prazos para o juiz contar-se-ão do termo de conclusão.

§ 2º Os prazos do Ministério Público contar-se-ão do termo de vista, salvo para a interposição

do recurso (art. 798, § 5º).

§ 3º Em qualquer instância, declarando motivo justo, poderá o juiz exceder por igual tempo os

prazos a ele fixados neste Código.

§ 4º O escrivão que não enviar os autos ao juiz ou ao órgão do Ministério Público no dia em

que assinar termo de conclusão ou de vista estará sujeito à sanção estabelecida no art. 799.

Art. 801. Findos os respectivos prazos, os juízes e os órgãos do Ministério Público, responsáveis

pelo retardamento, perderão tantos dias de vencimentos quantos forem os excedidos. Na

contagem do tempo de serviço, para o efeito de promoção e aposentadoria, a perda será do

dobro dos dias excedidos.

Art. 802. O desconto referido no artigo antecedente far-se-á à vista da certidão do escrivão do

processo ou do secretário do tribunal, que deverão, de ofício, ou a requerimento de qualquer

interessado, remetê-la às repartições encarregadas do pagamento e da contagem do tempo

de serviço, sob pena de incorrerem, de pleno direito, na multa de quinhentos mil-réis, imposta

por autoridade fiscal.

Art. 803. Salvo nos casos expressos em lei, é proibida a retirada de autos do cartório, ainda

que em confiança, sob pena de responsabilidade do escrivão.

Art. 804. A sentença ou o acórdão, que julgar a ação, qualquer incidente ou recurso, condenará

nas custas o vencido.

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Art. 805. As custas serão contadas e cobradas de acordo com os regulamentos expedidos pela

União e pelos Estados.

Art. 806. Salvo o caso do art. 32, nas ações intentadas mediante queixa, nenhum ato ou

diligência se realizará, sem que seja depositada em cartório a importância das custas.

§ 1º Igualmente, nenhum ato requerido no interesse da defesa será realizado, sem o prévio

pagamento das custas, salvo se o acusado for pobre.

§ 2º A falta do pagamento das custas, nos prazos fixados em lei, ou marcados pelo juiz,

importará renúncia à diligência requerida ou deserção do recurso interposto.

§ 3º A falta de qualquer prova ou diligência que deixe de realizar-se em virtude do não-

pagamento de custas não implicará a nulidade do processo, se a prova de pobreza do acusado

só posteriormente foi feita.

Art. 807. O disposto no artigo anterior não obstará à faculdade atribuída ao juiz de determinar

de ofício inquirição de testemunhas ou outras diligências.

Art. 808. Na falta ou impedimento do escrivão e seu substituto, servirá pessoa idônea,

nomeada pela autoridade, perante quem prestará compromisso, lavrando o respectivo termo.

Art. 809. A estatística judiciária criminal, a cargo do Instituto de Identificação e Estatística ou

repartições congêneres, terá por base o boletim individual, que é parte integrante dos

processos e versará sobre:

I - os crimes e as contravenções praticados durante o trimestre, com especificação da natureza

de cada um, meios utilizados e circunstâncias de tempo e lugar;

II - as armas proibidas que tenham sido apreendidas;

III - o número de delinqüentes, mencionadas as infrações que praticaram, sua nacionalidade,

sexo, idade, filiação, estado civil, prole, residência, meios de vida e condições econômicas, grau

de instrução, religião, e condições de saúde física e psíquica;

IV - o número dos casos de co-delinqüência;

V - a reincidência e os antecedentes judiciários;

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VI - as sentenças condenatórias ou absolutórias, bem como as de pronúncia ou de

impronúncia;

VII - a natureza das penas impostas;

VIII - a natureza das medidas de segurança aplicadas;

IX - a suspensão condicional da execução da pena, quando concedida;

X - as concessões ou denegações de habeas corpus.

§ 1º Os dados acima enumerados constituem o mínimo exigível, podendo ser acrescidos de

outros elementos úteis ao serviço da estatística criminal.

§ 2º Esses dados serão lançados semestralmente em mapa e remetidos ao Serviço de

Estatística Demográfica Moral e Política do Ministério da Justiça.

§ 3º O boletim individual a que se refere este artigo é dividido em três partes destacáveis,

conforme modelo anexo a este Código, e será adotado nos Estados, no Distrito Federal e nos

Territórios. A primeira parte ficará arquivada no cartório policial; a segunda será remetida ao

Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição congênere; e a terceira acompanhará o

processo, e, depois de passar em julgado a sentença definitiva, lançados os dados finais, será

enviada ao referido Instituto ou repartição congênere.

Art. 810. Este Código entrará em vigor no dia 1o de janeiro de 1942.

Art. 811. Revogam-se as disposições em contrário.

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LEI MARIA DA PENHA


LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006

Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do §

8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas

de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e

Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência

Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a

Lei de Execução Penal; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

TÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a

mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a

Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção Interamericana

para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais

ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de

Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e

proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.

Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda,

cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa

humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência,

preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.

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Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida,

à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao

esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência

familiar e comunitária.

§ 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das

mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda

forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o

efetivo exercício dos direitos enunciados no caput.

Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se destina e,

especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de violência doméstica e

familiar.

TÍTULO II

DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher

qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico,

sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:

I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de

pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;

II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são

ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade

expressa;

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a

ofendida, independentemente de coabitação.

Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação

sexual.

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Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação

dos direitos humanos.

CAPÍTULO II

DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:

I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde

corporal;

II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e

diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que

vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante

ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante,

perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização,

exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à

saúde psicológica e à autodeterminação;

III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a

manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação

ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua

sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao

matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou

manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;

IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção,

subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos

pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer

suas necessidades;

V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou

injúria.

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TÍTULO III

DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

CAPÍTULO I

DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO

Art. 8º A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher far-se-

á por meio de um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e

dos Municípios e de ações não-governamentais, tendo por diretrizes:

I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública

com as áreas de segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação;

II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações relevantes, com a

perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às conseqüências e à

freqüência da violência doméstica e familiar contra a mulher, para a sistematização de dados,

a serem unificados nacionalmente, e a avaliação periódica dos resultados das medidas

adotadas;

III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e sociais da pessoa e da

família, de forma a coibir os papéis estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência

doméstica e familiar, de acordo com o estabelecido no inciso III do art. 1º , no inciso IV do art.

3º e no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal ;

IV - a implementação de atendimento policial especializado para as mulheres, em particular

nas Delegacias de Atendimento à Mulher;

V - a promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção da violência doméstica e

familiar contra a mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade em geral, e a difusão desta

Lei e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos das mulheres;

VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou outros instrumentos de

promoção de parceria entre órgãos governamentais ou entre estes e entidades não-

governamentais, tendo por objetivo a implementação de programas de erradicação da

violência doméstica e familiar contra a mulher;

VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de

Bombeiros e dos profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas enunciados no inciso I

quanto às questões de gênero e de raça ou etnia;

Curso On-line para 448


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VIII - a promoção de programas educacionais que disseminem valores éticos de irrestrito

respeito à dignidade da pessoa humana com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia;

IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os conteúdos

relativos aos direitos humanos, à eqüidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da

violência doméstica e familiar contra a mulher.

CAPÍTULO II

DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de

forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da

Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre

outras normas e políticas públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso.

§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência

doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e

municipal.

§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar

sua integridade física e psicológica:

I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração direta

ou indireta;

II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho,

por até seis meses.

III - encaminhamento à assistência judiciária, quando for o caso, inclusive para eventual

ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de

dissolução de união estável perante o juízo competente.

§ 3º A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar compreenderá o

acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os

serviços de contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis

(DST) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos

necessários e cabíveis nos casos de violência sexual.

Curso On-line para 449


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§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência física, sexual ou psicológica e

dano moral ou patrimonial a mulher fica obrigado a ressarcir todos os danos causados,

inclusive ressarcir ao Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS, os custos

relativos aos serviços de saúde prestados para o total tratamento das vítimas em situação de

violência doméstica e familiar, recolhidos os recursos assim arrecadados ao Fundo de Saúde

do ente federado responsável pelas unidades de saúde que prestarem os serviços.

§ 5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso de perigo iminente e

disponibilizados para o monitoramento das vítimas de violência doméstica ou familiar

amparadas por medidas protetivas terão seus custos ressarcidos pelo agressor.

§ 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 5º deste artigo não poderá importar ônus de

qualquer natureza ao patrimônio da mulher e dos seus dependentes, nem configurar

atenuante ou ensejar possibilidade de substituição da pena aplicada.

§ 7º A mulher em situação de violência doméstica e familiar tem prioridade para matricular

seus dependentes em instituição de educação básica mais próxima de seu domicílio, ou

transferi-los para essa instituição, mediante a apresentação dos documentos comprobatórios

do registro da ocorrência policial ou do processo de violência doméstica e familiar em curso.

§ 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de seus dependentes matriculados ou transferidos

conforme o disposto no § 7º deste artigo, e o acesso às informações será reservado ao juiz, ao

Ministério Público e aos órgãos competentes do poder público.

CAPÍTULO III

DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL

Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica e familiar contra a

mulher, a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as

providências legais cabíveis.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao descumprimento de medida

protetiva de urgência deferida.

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Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência doméstica e familiar o atendimento

policial e pericial especializado, ininterrupto e prestado por servidores - preferencialmente do

sexo feminino - previamente capacitados.

§ 1º A inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de testemunha de

violência doméstica, quando se tratar de crime contra a mulher, obedecerá às seguintes

diretrizes:

I - salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da depoente, considerada a sua

condição peculiar de pessoa em situação de violência doméstica e familiar;

II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em situação de violência doméstica e

familiar, familiares e testemunhas terão contato direto com investigados ou suspeitos e

pessoas a eles relacionadas;

III - não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquirições sobre o mesmo fato nos

âmbitos criminal, cível e administrativo, bem como questionamentos sobre a vida

privada.

§ 2º Na inquirição de mulher em situação de violência doméstica e familiar ou de testemunha

de delitos de que trata esta Lei, adotar-se-á, preferencialmente, o seguinte procedimento:

I - a inquirição será feita em recinto especialmente projetado para esse fim, o qual conterá os

equipamentos próprios e adequados à idade da mulher em situação de violência doméstica e

familiar ou testemunha e ao tipo e à gravidade da violência sofrida;

II - quando for o caso, a inquirição será intermediada por profissional especializado em

violência doméstica e familiar designado pela autoridade judiciária ou policial;

III - o depoimento será registrado em meio eletrônico ou magnético, devendo a degravação e a

mídia integrar o inquérito.

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Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a autoridade

policial deverá, entre outras providências:

I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao Ministério

Público e ao Poder Judiciário;

II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal;

III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro,

quando houver risco de vida;

IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do local

da ocorrência ou do domicílio familiar;

V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis, inclusive

os de assistência judiciária para o eventual ajuizamento perante o juízo competente da ação

de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união

estável.

Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da

ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem

prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:

I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se

apresentada;

II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de suas circunstâncias;

III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido

da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência;

IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros

exames periciais necessários;

V - ouvir o agressor e as testemunhas;

VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes

criminais, indicando a existência de mandado de prisão ou registro de outras ocorrências

policiais contra ele;

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VI-A - verificar se o agressor possui registro de porte ou posse de arma de fogo e, na hipótese

de existência, juntar aos autos essa informação, bem como notificar a ocorrência à instituição

responsável pela concessão do registro ou da emissão do porte, nos termos da Lei nº 10.826,

de 22 de dezembro de 2003 (Estatuto do Desarmamento);

VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao Ministério Público.

§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e deverá conter:

I - qualificação da ofendida e do agressor;

II - nome e idade dos dependentes;

III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela ofendida.

IV - informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa com deficiência e se da violência

sofrida resultou deficiência ou agravamento de deficiência preexistente.

§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1º o boletim de

ocorrência e cópia de todos os documentos disponíveis em posse da ofendida.

§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos fornecidos por

hospitais e postos de saúde.

Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formulação de suas políticas e planos de

atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, darão prioridade, no

âmbito da Polícia Civil, à criação de Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher

(Deams), de Núcleos Investigativos de Feminicídio e de equipes especializadas para o

atendimento e a investigação das violências graves contra a mulher.

Art. 12-B. (VETADO).

§ 1º (VETADO).

§ 2º (VETADO.

§ 3º A autoridade policial poderá requisitar os serviços públicos necessários à defesa da

mulher em situação de violência doméstica e familiar e de seus dependentes.

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Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física da

mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor

será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida:

I - pela autoridade judicial;

II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de comarca; ou

III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não houver delegado

disponível no momento da denúncia.

§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comunicado no prazo

máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a

revogação da medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público

concomitantemente.

§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da medida protetiva de

urgência, não será concedida liberdade provisória ao preso.

TÍTULO IV

DOS PROCEDIMENTOS

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis e criminais decorrentes da

prática de violência doméstica e familiar contra a mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos

de Processo Penal e Processo Civil e da legislação específica relativa à criança, ao adolescente e

ao idoso que não conflitarem com o estabelecido nesta Lei.

Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça

Ordinária com competência cível e criminal, poderão ser criados pela União, no Distrito

Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execução das

causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher.

Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em horário noturno, conforme

dispuserem as normas de organização judiciária.

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Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio ou de dissolução de união

estável no Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.

§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher a

pretensão relacionada à partilha de bens.

§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o ajuizamento da ação de

divórcio ou de dissolução de união estável, a ação terá preferência no juízo onde estiver.

Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis regidos por esta Lei, o

Juizado:

I - do seu domicílio ou de sua residência;

II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;

III - do domicílio do agressor.

Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata

esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência

especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o

Ministério Público.

Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de

penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena

que implique o pagamento isolado de multa.

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CAPÍTULO II

DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA

Seção I

Disposições Gerais

Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48

(quarenta e oito) horas:

I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas de urgência;

II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando for o

caso, inclusive para o ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de

casamento ou de dissolução de união estável perante o juízo competente;

III - comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.

IV - determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a posse do agressor.

Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a requerimento

do Ministério Público ou a pedido da ofendida.

§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato,

independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público,

devendo este ser prontamente comunicado.

§ 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativamente, e poderão

ser substituídas a qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que os direitos

reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados.

§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida, conceder

novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário

à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público.

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Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão

preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou

mediante representação da autoridade policial.

Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do processo, verificar a

falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a

justifiquem.

Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos ao agressor,

especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do

advogado constituído ou do defensor público.

Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou notificação ao agressor.

Seção II

Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor

Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos

desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as

seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:

I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão

competente, nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 ;

II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;

III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:

a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de

distância entre estes e o agressor;

b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;

c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica

da ofendida;

IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de

atendimento multidisciplinar ou serviço similar;

V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação e reeducação; e

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VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de atendimento individual e/ou em

grupo de apoio.

§ 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras previstas na

legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem,

devendo a providência ser comunicada ao Ministério Público.

§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas condições

mencionadas no caput e incisos do art. 6º da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz

comunicará ao respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas protetivas de urgência

concedidas e determinará a restrição do porte de armas, ficando o superior imediato do

agressor responsável pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos

crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.

§ 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a

qualquer momento, auxílio da força policial.

§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o disposto no caput e nos §§

5º e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).

Seção III

Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:

I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção

ou de atendimento;

II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio,

após afastamento do agressor;

III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens,

guarda dos filhos e alimentos;

IV - determinar a separação de corpos.

V - determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de educação básica

mais próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para essa instituição,

independentemente da existência de vaga.

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Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de

propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes

medidas, entre outras:

I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;

II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de

propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;

III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;

IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais

decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida.

Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins previstos nos incisos

II e III deste artigo.

Seção IV

Do Crime de Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência

Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência

Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas

nesta Lei:

Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.

§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu as

medidas.

§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder

fiança.

§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis.

CAPÍTULO III

DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas causas cíveis e criminais

decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher.

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Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras atribuições, nos casos de

violência doméstica e familiar contra a mulher, quando necessário:

I - requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de educação, de assistência social e de

segurança, entre outros;

II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de atendimento à mulher em situação

de violência doméstica e familiar, e adotar, de imediato, as medidas administrativas ou

judiciais cabíveis no tocante a quaisquer irregularidades constatadas;

III - cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.

CAPÍTULO IV

DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação de violência

doméstica e familiar deverá estar acompanhada de advogado, ressalvado o previsto no art. 19

desta Lei.

Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de violência doméstica e familiar o acesso aos

serviços de Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da lei, em sede

policial e judicial, mediante atendimento específico e humanizado.

TÍTULO V

DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR

Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que vierem a ser criados

poderão contar com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por

profissionais especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde.

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Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, entre outras atribuições que lhe

forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito ao juiz, ao Ministério

Público e à Defensoria Pública, mediante laudos ou verbalmente em audiência, e desenvolver

trabalhos de orientação, encaminhamento, prevenção e outras medidas, voltados para a

ofendida, o agressor e os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes.

Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais aprofundada, o juiz poderá

determinar a manifestação de profissional especializado, mediante a indicação da equipe de

atendimento multidisciplinar.

Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária, poderá prever

recursos para a criação e manutenção da equipe de atendimento multidisciplinar, nos termos

da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

TÍTULO VI

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a

Mulher, as varas criminais acumularão as competências cível e criminal para conhecer e julgar

as causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher,

observadas as previsões do Título IV desta Lei, subsidiada pela legislação processual

pertinente.

Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência, nas varas criminais, para o processo e

o julgamento das causas referidas no caput.

TÍTULO VII

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher poderá ser

acompanhada pela implantação das curadorias necessárias e do serviço de assistência

judiciária.

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Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios poderão criar e promover, no

limite das respectivas competências:

I - centros de atendimento integral e multidisciplinar para mulheres e respectivos dependentes

em situação de violência doméstica e familiar;

II - casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes menores em situação de violência

doméstica e familiar;

III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de saúde e centros de perícia médico-

legal especializados no atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar;

IV - programas e campanhas de enfrentamento da violência doméstica e familiar;

V - centros de educação e de reabilitação para os agressores.

Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão a adaptação de

seus órgãos e de seus programas às diretrizes e aos princípios desta Lei.

Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais previstos nesta Lei poderá ser

exercida, concorrentemente, pelo Ministério Público e por associação de atuação na área,

regularmente constituída há pelo menos um ano, nos termos da legislação civil.

Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz quando

entender que não há outra entidade com representatividade adequada para o ajuizamento da

demanda coletiva.

Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher serão incluídas

nas bases de dados dos órgãos oficiais do Sistema de Justiça e Segurança a fim de subsidiar o

sistema nacional de dados e informações relativo às mulheres.

Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal

poderão remeter suas informações criminais para a base de dados do Ministério da Justiça.

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Art. 38-A. O juiz competente providenciará o registro da medida protetiva de urgência.

Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência serão registradas em banco de dados

mantido e regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça, garantido o acesso do Ministério

Público, da Defensoria Pública e dos órgãos de segurança pública e de assistência social, com

vistas à fiscalização e à efetividade das medidas protetivas.

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no limite de suas competências

e nos termos das respectivas leis de diretrizes orçamentárias, poderão estabelecer dotações

orçamentárias específicas, em cada exercício financeiro, para a implementação das medidas

estabelecidas nesta Lei.

Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras decorrentes dos princípios por

ela adotados.

Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher,

independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.

Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo

Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IV:

“Art. 313. .................................................

................................................................

IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos da lei

específica, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência.” (NR)

Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de

1940 (Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 61. ..................................................

.................................................................

II - ............................................................

.................................................................

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f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de

hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica;

........................................................... ” (NR)

Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a

vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 129. ..................................................

..................................................................

§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro,

ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações

domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.

..................................................................

§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for

cometido contra pessoa portadora de deficiência.” (NR)

Art. 45. O art. 152 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal), passa a

vigorar com a seguinte redação:

“Art. 152. ...................................................

Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz poderá determinar o

comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação.” (NR)

Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após sua publicação.

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ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL


LEI Nº 12.288, DE 20 DE JULHO DE 2010

Institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis nos 7.716, de 5 de janeiro de 1989, 9.029,

de 13 de abril de 1995, 7.347, de 24 de julho de 1985, e 10.778, de 24 de novembro de 2003.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

TÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra a

efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e

difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica.

Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se:

I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência

baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular

ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos

humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em

qualquer outro campo da vida pública ou privada;

II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de

bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor,

descendência ou origem nacional ou étnica;

III - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a

distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais;

IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o

quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

ou que adotam autodefinição análoga;

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V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cumprimento

de suas atribuições institucionais;

VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa

privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de

oportunidades.

Art. 2o É dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade de oportunidades,

reconhecendo a todo cidadão brasileiro, independentemente da etnia ou da cor da pele, o

direito à participação na comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômicas,

empresariais, educacionais, culturais e esportivas, defendendo sua dignidade e seus valores

religiosos e culturais.

Art. 3o Além das normas constitucionais relativas aos princípios fundamentais, aos direitos e

garantias fundamentais e aos direitos sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade

Racial adota como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas de desigualdade étnico-racial,

a valorização da igualdade étnica e o fortalecimento da identidade nacional brasileira.

Art. 4o A participação da população negra, em condição de igualdade de oportunidade, na vida

econômica, social, política e cultural do País será promovida, prioritariamente, por meio de:

I - inclusão nas políticas públicas de desenvolvimento econômico e social;

II - adoção de medidas, programas e políticas de ação afirmativa;

III - modificação das estruturas institucionais do Estado para o adequado enfrentamento e a

superação das desigualdades étnicas decorrentes do preconceito e da discriminação étnica;

IV - promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o combate à discriminação étnica e às

desigualdades étnicas em todas as suas manifestações individuais, institucionais e estruturais;

V - eliminação dos obstáculos históricos, socioculturais e institucionais que impedem a

representação da diversidade étnica nas esferas pública e privada;

VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas oriundas da sociedade civil direcionadas à

promoção da igualdade de oportunidades e ao combate às desigualdades étnicas, inclusive

mediante a implementação de incentivos e critérios de condicionamento e prioridade no

acesso aos recursos públicos;

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VII - implementação de programas de ação afirmativa destinados ao enfrentamento das

desigualdades étnicas no tocante à educação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança,

trabalho, moradia, meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à terra, à

Justiça, e outros.

Parágrafo único. Os programas de ação afirmativa constituir-se-ão em políticas públicas

destinadas a reparar as distorções e desigualdades sociais e demais práticas discriminatórias

adotadas, nas esferas pública e privada, durante o processo de formação social do País.

Art. 5o Para a consecução dos objetivos desta Lei, é instituído o Sistema Nacional de Promoção

da Igualdade Racial (Sinapir), conforme estabelecido no Título III.

TÍTULO II

DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I

DO DIREITO À SAÚDE

Art. 6o O direito à saúde da população negra será garantido pelo poder público mediante

políticas universais, sociais e econômicas destinadas à redução do risco de doenças e de

outros agravos.

§ 1º O acesso universal e igualitário ao Sistema Único de Saúde (SUS) para promoção,

proteção e recuperação da saúde da população negra será de responsabilidade dos órgãos e

instituições públicas federais, estaduais, distritais e municipais, da administração direta e

indireta.

§ 2º O poder público garantirá que o segmento da população negra vinculado aos seguros

privados de saúde seja tratado sem discriminação.

Art. 7o O conjunto de ações de saúde voltadas à população negra constitui a Política Nacional

de Saúde Integral da População Negra, organizada de acordo com as diretrizes abaixo

especificadas:

I - ampliação e fortalecimento da participação de lideranças dos movimentos sociais em defesa

da saúde da população negra nas instâncias de participação e controle social do SUS;

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II - produção de conhecimento científico e tecnológico em saúde da população negra;

III - desenvolvimento de processos de informação, comunicação e educação para contribuir

com a redução das vulnerabilidades da população negra.

Art. 8o Constituem objetivos da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra:

I - a promoção da saúde integral da população negra, priorizando a redução das desigualdades

étnicas e o combate à discriminação nas instituições e serviços do SUS;

II - a melhoria da qualidade dos sistemas de informação do SUS no que tange à coleta, ao

processamento e à análise dos dados desagregados por cor, etnia e gênero;

III - o fomento à realização de estudos e pesquisas sobre racismo e saúde da população negra;

IV - a inclusão do conteúdo da saúde da população negra nos processos de formação e

educação permanente dos trabalhadores da saúde;

V - a inclusão da temática saúde da população negra nos processos de formação política das

lideranças de movimentos sociais para o exercício da participação e controle social no SUS.

Parágrafo único. Os moradores das comunidades de remanescentes de quilombos serão

beneficiários de incentivos específicos para a garantia do direito à saúde, incluindo melhorias

nas condições ambientais, no saneamento básico, na segurança alimentar e nutricional e na

atenção integral à saúde.

CAPÍTULO II

DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER

Seção I

Disposições Gerais

Art. 9o A população negra tem direito a participar de atividades educacionais, culturais,

esportivas e de lazer adequadas a seus interesses e condições, de modo a contribuir para o

patrimônio cultural de sua comunidade e da sociedade brasileira.

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Art. 10. Para o cumprimento do disposto no art. 9o, os governos federal, estaduais, distrital e

municipais adotarão as seguintes providências:

I - promoção de ações para viabilizar e ampliar o acesso da população negra ao ensino gratuito

e às atividades esportivas e de lazer;

II - apoio à iniciativa de entidades que mantenham espaço para promoção social e cultural da

população negra;

III - desenvolvimento de campanhas educativas, inclusive nas escolas, para que a solidariedade

aos membros da população negra faça parte da cultura de toda a sociedade;

IV - implementação de políticas públicas para o fortalecimento da juventude negra brasileira.

Seção II

Da Educação

Art. 11. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados,

é obrigatório o estudo da história geral da África e da história da população negra no Brasil,

observado o disposto na Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

§ 1º Os conteúdos referentes à história da população negra no Brasil serão ministrados no

âmbito de todo o currículo escolar, resgatando sua contribuição decisiva para o

desenvolvimento social, econômico, político e cultural do País.

§ 2º O órgão competente do Poder Executivo fomentará a formação inicial e continuada de

professores e a elaboração de material didático específico para o cumprimento do disposto

no caput deste artigo.

§ 3º Nas datas comemorativas de caráter cívico, os órgãos responsáveis pela educação

incentivarão a participação de intelectuais e representantes do movimento negro para debater

com os estudantes suas vivências relativas ao tema em comemoração.

Art. 12. Os órgãos federais, distritais e estaduais de fomento à pesquisa e à pós-graduação

poderão criar incentivos a pesquisas e a programas de estudo voltados para temas referentes

às relações étnicas, aos quilombos e às questões pertinentes à população negra.

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Art. 13. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos competentes, incentivará as

instituições de ensino superior públicas e privadas, sem prejuízo da legislação em vigor, a:

I - resguardar os princípios da ética em pesquisa e apoiar grupos, núcleos e centros de

pesquisa, nos diversos programas de pós-graduação que desenvolvam temáticas de interesse

da população negra;

II - incorporar nas matrizes curriculares dos cursos de formação de professores temas que

incluam valores concernentes à pluralidade étnica e cultural da sociedade brasileira;

III - desenvolver programas de extensão universitária destinados a aproximar jovens negros de

tecnologias avançadas, assegurado o princípio da proporcionalidade de gênero entre os

beneficiários;

IV - estabelecer programas de cooperação técnica, nos estabelecimentos de ensino públicos,

privados e comunitários, com as escolas de educação infantil, ensino fundamental, ensino

médio e ensino técnico, para a formação docente baseada em princípios de equidade, de

tolerância e de respeito às diferenças étnicas.

Art. 14. O poder público estimulará e apoiará ações socioeducacionais realizadas por

entidades do movimento negro que desenvolvam atividades voltadas para a inclusão social,

mediante cooperação técnica, intercâmbios, convênios e incentivos, entre outros mecanismos.

Art. 15. O poder público adotará programas de ação afirmativa.

Art. 16. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos responsáveis pelas políticas de

promoção da igualdade e de educação, acompanhará e avaliará os programas de que trata

esta Seção.

Seção III

Da Cultura

Art. 17. O poder público garantirá o reconhecimento das sociedades negras, clubes e outras

formas de manifestação coletiva da população negra, com trajetória histórica comprovada,

como patrimônio histórico e cultural, nos termos dos arts. 215 e 216 da Constituição Federal.

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Art. 18. É assegurado aos remanescentes das comunidades dos quilombos o direito à

preservação de seus usos, costumes, tradições e manifestos religiosos, sob a proteção do

Estado.

Parágrafo único. A preservação dos documentos e dos sítios detentores de reminiscências

históricas dos antigos quilombos, tombados nos termos do § 5º do art. 216 da Constituição

Federal, receberá especial atenção do poder público.

Art. 19. O poder público incentivará a celebração das personalidades e das datas

comemorativas relacionadas à trajetória do samba e de outras manifestações culturais de

matriz africana, bem como sua comemoração nas instituições de ensino públicas e privadas.

Art. 20. O poder público garantirá o registro e a proteção da capoeira, em todas as suas

modalidades, como bem de natureza imaterial e de formação da identidade cultural brasileira,

nos termos do art. 216 da Constituição Federal.

Parágrafo único. O poder público buscará garantir, por meio dos atos normativos necessários,

a preservação dos elementos formadores tradicionais da capoeira nas suas relações

internacionais.

Seção IV

Do Esporte e Lazer

Art. 21. O poder público fomentará o pleno acesso da população negra às práticas

desportivas, consolidando o esporte e o lazer como direitos sociais.

Art. 22. A capoeira é reconhecida como desporto de criação nacional, nos termos do art. 217

da Constituição Federal.

§ 1º A atividade de capoeirista será reconhecida em todas as modalidades em que a capoeira

se manifesta, seja como esporte, luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o

território nacional.

§ 2º É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas e

mestres tradicionais, pública e formalmente reconhecidos.

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CAPÍTULO III

DO DIREITO À LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA E AO

LIVRE EXERCÍCIO DOS CULTOS RELIGIOSOS

Art. 23. É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício

dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas

liturgias.

Art. 24. O direito à liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício dos cultos

religiosos de matriz africana compreende:

I - a prática de cultos, a celebração de reuniões relacionadas à religiosidade e a fundação e

manutenção, por iniciativa privada, de lugares reservados para tais fins;

II - a celebração de festividades e cerimônias de acordo com preceitos das respectivas

religiões;

III - a fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de instituições beneficentes ligadas às

respectivas convicções religiosas;

IV - a produção, a comercialização, a aquisição e o uso de artigos e materiais religiosos

adequados aos costumes e às práticas fundadas na respectiva religiosidade, ressalvadas as

condutas vedadas por legislação específica;

V - a produção e a divulgação de publicações relacionadas ao exercício e à difusão das religiões

de matriz africana;

VI - a coleta de contribuições financeiras de pessoas naturais e jurídicas de natureza privada

para a manutenção das atividades religiosas e sociais das respectivas religiões;

VII - o acesso aos órgãos e aos meios de comunicação para divulgação das respectivas

religiões;

VIII - a comunicação ao Ministério Público para abertura de ação penal em face de atitudes e

práticas de intolerância religiosa nos meios de comunicação e em quaisquer outros locais.

Art. 25. É assegurada a assistência religiosa aos praticantes de religiões de matrizes africanas

internados em hospitais ou em outras instituições de internação coletiva, inclusive àqueles

submetidos a pena privativa de liberdade.

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Art. 26. O poder público adotará as medidas necessárias para o combate à intolerância com as

religiões de matrizes africanas e à discriminação de seus seguidores, especialmente com o

objetivo de:

I - coibir a utilização dos meios de comunicação social para a difusão de proposições, imagens

ou abordagens que exponham pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos fundados

na religiosidade de matrizes africanas;

II - inventariar, restaurar e proteger os documentos, obras e outros bens de valor artístico e

cultural, os monumentos, mananciais, flora e sítios arqueológicos vinculados às religiões de

matrizes africanas;

III - assegurar a participação proporcional de representantes das religiões de matrizes

africanas, ao lado da representação das demais religiões, em comissões, conselhos, órgãos e

outras instâncias de deliberação vinculadas ao poder público.

CAPÍTULO IV

DO ACESSO À TERRA E À MORADIA ADEQUADA

Seção I

Do Acesso à Terra

Art. 27. O poder público elaborará e implementará políticas públicas capazes de promover o

acesso da população negra à terra e às atividades produtivas no campo.

Art. 28. Para incentivar o desenvolvimento das atividades produtivas da população negra no

campo, o poder público promoverá ações para viabilizar e ampliar o seu acesso ao

financiamento agrícola.

Art. 29. Serão assegurados à população negra a assistência técnica rural, a simplificação do

acesso ao crédito agrícola e o fortalecimento da infraestrutura de logística para a

comercialização da produção.

Art. 30. O poder público promoverá a educação e a orientação profissional agrícola para os

trabalhadores negros e as comunidades negras rurais.

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Art. 31. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas

terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos

respectivos.

Art. 32. O Poder Executivo federal elaborará e desenvolverá políticas públicas especiais

voltadas para o desenvolvimento sustentável dos remanescentes das comunidades dos

quilombos, respeitando as tradições de proteção ambiental das comunidades.

Art. 33. Para fins de política agrícola, os remanescentes das comunidades dos quilombos

receberão dos órgãos competentes tratamento especial diferenciado, assistência técnica e

linhas especiais de financiamento público, destinados à realização de suas atividades

produtivas e de infraestrutura.

Art. 34. Os remanescentes das comunidades dos quilombos se beneficiarão de todas as

iniciativas previstas nesta e em outras leis para a promoção da igualdade étnica.

Seção II

Da Moradia

Art. 35. O poder público garantirá a implementação de políticas públicas para assegurar o

direito à moradia adequada da população negra que vive em favelas, cortiços, áreas urbanas

subutilizadas, degradadas ou em processo de degradação, a fim de reintegrá-las à dinâmica

urbana e promover melhorias no ambiente e na qualidade de vida.

Parágrafo único. O direito à moradia adequada, para os efeitos desta Lei, inclui não apenas o

provimento habitacional, mas também a garantia da infraestrutura urbana e dos

equipamentos comunitários associados à função habitacional, bem como a assistência técnica

e jurídica para a construção, a reforma ou a regularização fundiária da habitação em área

urbana.

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Art. 36. Os programas, projetos e outras ações governamentais realizadas no âmbito do

Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS), regulado pela Lei no 11.124, de 16

de junho de 2005, devem considerar as peculiaridades sociais, econômicas e culturais da

população negra.

Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios estimularão e facilitarão a

participação de organizações e movimentos representativos da população negra na

composição dos conselhos constituídos para fins de aplicação do Fundo Nacional de Habitação

de Interesse Social (FNHIS).

Art. 37. Os agentes financeiros, públicos ou privados, promoverão ações para viabilizar o

acesso da população negra aos financiamentos habitacionais.

CAPÍTULO V

DO TRABALHO

Art. 38. A implementação de políticas voltadas para a inclusão da população negra no

mercado de trabalho será de responsabilidade do poder público, observando-se:

I - o instituído neste Estatuto;

II - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Convenção Internacional sobre a

Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, de 1965;

III - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Convenção no 111, de 1958, da

Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata da discriminação no emprego e na

profissão;

IV - os demais compromissos formalmente assumidos pelo Brasil perante a comunidade

internacional.

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Art. 39. O poder público promoverá ações que assegurem a igualdade de oportunidades no

mercado de trabalho para a população negra, inclusive mediante a implementação de

medidas visando à promoção da igualdade nas contratações do setor público e o incentivo à

adoção de medidas similares nas empresas e organizações privadas.

§ 1º A igualdade de oportunidades será lograda mediante a adoção de políticas e programas

de formação profissional, de emprego e de geração de renda voltados para a população negra.

§ 2º As ações visando a promover a igualdade de oportunidades na esfera da administração

pública far-se-ão por meio de normas estabelecidas ou a serem estabelecidas em legislação

específica e em seus regulamentos.

§ 3º O poder público estimulará, por meio de incentivos, a adoção de iguais medidas pelo

setor privado.

§ 4º As ações de que trata o caput deste artigo assegurarão o princípio da proporcionalidade

de gênero entre os beneficiários.

§ 5º Será assegurado o acesso ao crédito para a pequena produção, nos meios rural e urbano,

com ações afirmativas para mulheres negras.

§ 6º O poder público promoverá campanhas de sensibilização contra a marginalização da

mulher negra no trabalho artístico e cultural.

§ 7º O poder público promoverá ações com o objetivo de elevar a escolaridade e a qualificação

profissional nos setores da economia que contem com alto índice de ocupação por

trabalhadores negros de baixa escolarização.

Art. 40. O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat) formulará

políticas, programas e projetos voltados para a inclusão da população negra no mercado de

trabalho e orientará a destinação de recursos para seu financiamento.

Art. 41. As ações de emprego e renda, promovidas por meio de financiamento para

constituição e ampliação de pequenas e médias empresas e de programas de geração de

renda, contemplarão o estímulo à promoção de empresários negros.

Parágrafo único. O poder público estimulará as atividades voltadas ao turismo étnico com

enfoque nos locais, monumentos e cidades que retratem a cultura, os usos e os costumes da

população negra.

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Art. 42. O Poder Executivo federal poderá implementar critérios para provimento de cargos

em comissão e funções de confiança destinados a ampliar a participação de negros, buscando

reproduzir a estrutura da distribuição étnica nacional ou, quando for o caso, estadual,

observados os dados demográficos oficiais.

CAPÍTULO VI

DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

Art. 43. A produção veiculada pelos órgãos de comunicação valorizará a herança cultural e a

participação da população negra na história do País.

Art. 44. Na produção de filmes e programas destinados à veiculação pelas emissoras de

televisão e em salas cinematográficas, deverá ser adotada a prática de conferir oportunidades

de emprego para atores, figurantes e técnicos negros, sendo vedada toda e qualquer

discriminação de natureza política, ideológica, étnica ou artística.

Parágrafo único. A exigência disposta no caput não se aplica aos filmes e programas que

abordem especificidades de grupos étnicos determinados.

Art. 45. Aplica-se à produção de peças publicitárias destinadas à veiculação pelas emissoras de

televisão e em salas cinematográficas o disposto no art. 44.

Art. 46. Os órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica ou

fundacional, as empresas públicas e as sociedades de economia mista federais deverão incluir

cláusulas de participação de artistas negros nos contratos de realização de filmes, programas

ou quaisquer outras peças de caráter publicitário.

§ 1º Os órgãos e entidades de que trata este artigo incluirão, nas especificações para

contratação de serviços de consultoria, conceituação, produção e realização de filmes,

programas ou peças publicitárias, a obrigatoriedade da prática de iguais oportunidades de

emprego para as pessoas relacionadas com o projeto ou serviço contratado.

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§ 2º Entende-se por prática de iguais oportunidades de emprego o conjunto de medidas

sistemáticas executadas com a finalidade de garantir a diversidade étnica, de sexo e de idade

na equipe vinculada ao projeto ou serviço contratado.

§ 3º A autoridade contratante poderá, se considerar necessário para garantir a prática de

iguais oportunidades de emprego, requerer auditoria por órgão do poder público federal.

§ 4º A exigência disposta no caput não se aplica às produções publicitárias quando abordarem

especificidades de grupos étnicos determinados.

TÍTULO III

DO SISTEMA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL

(SINAPIR)

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÃO PRELIMINAR

Art. 47. É instituído o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir) como forma

de organização e de articulação voltadas à implementação do conjunto de políticas e serviços

destinados a superar as desigualdades étnicas existentes no País, prestados pelo poder

público federal.

§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão participar do Sinapir mediante

adesão.

§ 2º O poder público federal incentivará a sociedade e a iniciativa privada a participar do

Sinapir.

CAPÍTULO II

DOS OBJETIVOS

Art. 48. São objetivos do Sinapir:

I - promover a igualdade étnica e o combate às desigualdades sociais resultantes do racismo,

inclusive mediante adoção de ações afirmativas;

II - formular políticas destinadas a combater os fatores de marginalização e a promover a

integração social da população negra;

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III - descentralizar a implementação de ações afirmativas pelos governos estaduais, distrital e

municipais;

IV - articular planos, ações e mecanismos voltados à promoção da igualdade étnica;

V - garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados para a implementação das ações

afirmativas e o cumprimento das metas a serem estabelecidas.

CAPÍTULO III

DA ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA

Art. 49. O Poder Executivo federal elaborará plano nacional de promoção da igualdade racial

contendo as metas, princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional de

Promoção da Igualdade Racial (PNPIR).

§ 1º A elaboração, implementação, coordenação, avaliação e acompanhamento da PNPIR, bem

como a organização, articulação e coordenação do Sinapir, serão efetivados pelo órgão

responsável pela política de promoção da igualdade étnica em âmbito nacional.

§ 2º É o Poder Executivo federal autorizado a instituir fórum intergovernamental de promoção

da igualdade étnica, a ser coordenado pelo órgão responsável pelas políticas de promoção da

igualdade étnica, com o objetivo de implementar estratégias que visem à incorporação da

política nacional de promoção da igualdade étnica nas ações governamentais de Estados e

Municípios.

§ 3º As diretrizes das políticas nacional e regional de promoção da igualdade étnica serão

elaboradas por órgão colegiado que assegure a participação da sociedade civil.

Art. 50. Os Poderes Executivos estaduais, distrital e municipais, no âmbito das respectivas

esferas de competência, poderão instituir conselhos de promoção da igualdade étnica, de

caráter permanente e consultivo, compostos por igual número de representantes de órgãos e

entidades públicas e de organizações da sociedade civil representativas da população negra.

Parágrafo único. O Poder Executivo priorizará o repasse dos recursos referentes aos

programas e atividades previstos nesta Lei aos Estados, Distrito Federal e Municípios que

tenham criado conselhos de promoção da igualdade étnica.

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CAPÍTULO IV

DAS OUVIDORIAS PERMANENTES E DO ACESSO À JUSTIÇA E À SEGURANÇA

Art. 51. O poder público federal instituirá, na forma da lei e no âmbito dos Poderes Legislativo

e Executivo, Ouvidorias Permanentes em Defesa da Igualdade Racial, para receber e

encaminhar denúncias de preconceito e discriminação com base em etnia ou cor e

acompanhar a implementação de medidas para a promoção da igualdade.

Art. 52. É assegurado às vítimas de discriminação étnica o acesso aos órgãos de Ouvidoria

Permanente, à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, em todas as

suas instâncias, para a garantia do cumprimento de seus direitos.

Parágrafo único. O Estado assegurará atenção às mulheres negras em situação de violência,

garantida a assistência física, psíquica, social e jurídica.

Art. 53. O Estado adotará medidas especiais para coibir a violência policial incidente sobre a

população negra.

Parágrafo único. O Estado implementará ações de ressocialização e proteção da juventude

negra em conflito com a lei e exposta a experiências de exclusão social.

Art. 54. O Estado adotará medidas para coibir atos de discriminação e preconceito praticados

por servidores públicos em detrimento da população negra, observado, no que couber, o

disposto na Lei no 7.716, de 5 de janeiro de 1989.

Art. 55. Para a apreciação judicial das lesões e das ameaças de lesão aos interesses da

população negra decorrentes de situações de desigualdade étnica, recorrer-se-á, entre outros

instrumentos, à ação civil pública, disciplinada na Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985.

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CAPÍTULO V

DO FINANCIAMENTO DAS INICIATIVAS DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL

Art. 56. Na implementação dos programas e das ações constantes dos planos plurianuais e

dos orçamentos anuais da União, deverão ser observadas as políticas de ação afirmativa a que

se refere o inciso VII do art. 4o desta Lei e outras políticas públicas que tenham como objetivo

promover a igualdade de oportunidades e a inclusão social da população negra, especialmente

no que tange a:

I - promoção da igualdade de oportunidades em educação, emprego e moradia;

II - financiamento de pesquisas, nas áreas de educação, saúde e emprego, voltadas para a

melhoria da qualidade de vida da população negra;

III - incentivo à criação de programas e veículos de comunicação destinados à divulgação de

matérias relacionadas aos interesses da população negra;

IV - incentivo à criação e à manutenção de microempresas administradas por pessoas

autodeclaradas negras;

V - iniciativas que incrementem o acesso e a permanência das pessoas negras na educação

fundamental, média, técnica e superior;

VI - apoio a programas e projetos dos governos estaduais, distrital e municipais e de entidades

da sociedade civil voltados para a promoção da igualdade de oportunidades para a população

negra;

VII - apoio a iniciativas em defesa da cultura, da memória e das tradições africanas e

brasileiras.

§ 1º O Poder Executivo federal é autorizado a adotar medidas que garantam, em cada

exercício, a transparência na alocação e na execução dos recursos necessários ao

financiamento das ações previstas neste Estatuto, explicitando, entre outros, a proporção dos

recursos orçamentários destinados aos programas de promoção da igualdade, especialmente

nas áreas de educação, saúde, emprego e renda, desenvolvimento agrário, habitação popular,

desenvolvimento regional, cultura, esporte e lazer.

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§ 2º Durante os 5 (cinco) primeiros anos, a contar do exercício subsequente à publicação deste

Estatuto, os órgãos do Poder Executivo federal que desenvolvem políticas e programas nas

áreas referidas no § 1º deste artigo discriminarão em seus orçamentos anuais a participação

nos programas de ação afirmativa referidos no inciso VII do art. 4o desta Lei.

§ 3º O Poder Executivo é autorizado a adotar as medidas necessárias para a adequada

implementação do disposto neste artigo, podendo estabelecer patamares de participação

crescente dos programas de ação afirmativa nos orçamentos anuais a que se refere o §

2º deste artigo.

§ 4º O órgão colegiado do Poder Executivo federal responsável pela promoção da igualdade

racial acompanhará e avaliará a programação das ações referidas neste artigo nas propostas

orçamentárias da União.

Art. 57. Sem prejuízo da destinação de recursos ordinários, poderão ser consignados nos

orçamentos fiscal e da seguridade social para financiamento das ações de que trata o art. 56:

I - transferências voluntárias dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

II - doações voluntárias de particulares;

III - doações de empresas privadas e organizações não governamentais, nacionais ou

internacionais;

IV - doações voluntárias de fundos nacionais ou internacionais;

V - doações de Estados estrangeiros, por meio de convênios, tratados e acordos internacionais.

TÍTULO IV

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 58. As medidas instituídas nesta Lei não excluem outras em prol da população negra que

tenham sido ou venham a ser adotadas no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal

ou dos Municípios.

Art. 59. O Poder Executivo federal criará instrumentos para aferir a eficácia social das medidas

previstas nesta Lei e efetuará seu monitoramento constante, com a emissão e a divulgação de

relatórios periódicos, inclusive pela rede mundial de computadores.

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Art. 60. Os arts. 3o e 4o da Lei nº 7.716, de 1989, passam a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 3o ........................................................................

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça, cor,

etnia, religião ou procedência nacional, obstar a promoção funcional.” (NR)

“Art. 4o ........................................................................

§ 1º Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça ou de cor ou práticas

resultantes do preconceito de descendência ou origem nacional ou étnica:

I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em igualdade de condições

com os demais trabalhadores;

II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício

profissional;

III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no ambiente de trabalho,

especialmente quanto ao salário.

§ 2º Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à comunidade, incluindo

atividades de promoção da igualdade racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de

recrutamento de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para

emprego cujas atividades não justifiquem essas exigências.” (NR)

Art. 61. Os arts. 3o e 4o da Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995, passam a vigorar com a

seguinte redação:

“Art. 3o Sem prejuízo do prescrito no art. 2o e nos dispositivos legais que tipificam os crimes

resultantes de preconceito de etnia, raça ou cor, as infrações do disposto nesta Lei são

passíveis das seguintes cominações:

...................................................................................” (NR)

“Art. 4o O rompimento da relação de trabalho por ato discriminatório, nos moldes desta Lei,

além do direito à reparação pelo dano moral, faculta ao empregado optar entre:

...................................................................................” (NR)

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Art. 62. O art. 13 da Lei no 7.347, de 1985, passa a vigorar acrescido do seguinte § 2º,

renumerando-se o atual parágrafo único como § 1º:

“Art. 13. ........................................................................

§ 1º ...............................................................................

§ 2º Havendo acordo ou condenação com fundamento em dano causado por ato de

discriminação étnica nos termos do disposto no art. 1o desta Lei, a prestação em dinheiro

reverterá diretamente ao fundo de que trata o caput e será utilizada para ações de promoção

da igualdade étnica, conforme definição do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade

Racial, na hipótese de extensão nacional, ou dos Conselhos de Promoção de Igualdade Racial

estaduais ou locais, nas hipóteses de danos com extensão regional ou local, respectivamente.”

(NR)

Art. 63. O § 1º do art. 1o da Lei nº 10.778, de 24 de novembro de 2003, passa a vigorar com a

seguinte redação:

“Art. 1o .......................................................................

§ 1º Para os efeitos desta Lei, entende-se por violência contra a mulher qualquer ação ou

conduta, baseada no gênero, inclusive decorrente de discriminação ou desigualdade étnica,

que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito

público quanto no privado.

...................................................................................” (NR)

Art. 64. O § 3º do art. 20 da Lei nº 7.716, de 1989, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso

III:

“Art. 20. ......................................................................

.............................................................................................

§ 3º ...............................................................................

III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na rede mundial de

computadores.

...................................................................................” (NR)

Art. 65. Esta Lei entra em vigor 90 (noventa) dias após a data de sua publicação.

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ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL


LEI Nº 13.694, DE 19 DE JANEIRO DE 2011

Institui o Estatuto Estadual da Igualdade Racial e dá outras providências.

(publicada no DOE nº 015, de 20 de janeiro de 2011)

O GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Faço saber, em cumprimento ao

disposto no artigo 82, inciso IV, da Constituição do Estado, que a Assembléia Legislativa

aprovou e eu sanciono e promulgo a Lei seguinte:

Art. 1º Esta Lei institui o Estatuto Estadual da Igualdade Racial e de Combate à Intolerância

Religiosa contra quaisquer religiões, como ação estadual de desenvolvimento do Rio Grande

do Sul, objetivando a superação do preconceito, da discriminação e das desigualdades raciais.

§ 1º Para efeito deste Estatuto, considerar-se-á discriminação racial toda distinção, exclusão ou

restrição baseada em raça, cor, descendência, origem nacional ou étnica que tenha por

objetivo cercear o reconhecimento, o gozo ou o exercício dos direitos humanos e das

liberdades fundamentais em qualquer campo da vida pública ou privada, asseguradas as

disposições contidas nas legislações pertinentes à matéria.

§ 2º Para efeito deste Estatuto, considerar-se-á desigualdade racial toda situação injustificada

de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e

privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica.

§ 3º Para beneficiar-se do amparo deste Estatuto, considerar-se-á negro aquele que se declare,

expressamente, como negro, pardo, mestiço de ascendência africana, ou através de palavra ou

expressão equivalente que o caracterize negro.

§ 4º Para efeito deste Estatuto, serão consideradas ações afirmativas os programas e as

medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das

desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades.

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§ 5º O Poder Público adotará as medidas necessárias para o combate à intolerância para com

as religiões, inclusive coibindo a utilização dos meios de comunicação social para a difusão de

proposições que exponham pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos fundados na

religiosidade.

Art. 2º O Estatuto Estadual da Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Religiosa orientará

as políticas públicas, os programas e as ações implementadas no Estado, visando a:

I - medidas reparatórias e compensatórias para os negros pelas sequelas e consequências

advindas do período da escravidão e das práticas institucionais e sociais que contribuíram

para aprofundar as desigualdades raciais presentes na sociedade;

II - medidas inclusivas, nas esferas pública e privada, que assegurem a representação

equilibrada dos diversos segmentos raciais componentes da sociedade gaúcha, solidificando a

democracia e a participação de todos.

Art. 3º A participação dos negros em igualdade de condições na vida social, econômica e

cultural do Estado do Rio Grande do Sul será promovida através de medidas que assegurem:

I - o reconhecimento e a valorização da composição pluriétnica da sociedade sul-rio-

grandense, resgatando a contribuição dos negros na história, na cultura, na política e na

economia do Rio Grande do Sul;

II - as políticas públicas, os programas e as medidas de ação afirmativa, combatendo

especificamente as desigualdades raciais que atingem as mulheres negras;

III - o resgate, a preservação e a manutenção da memória histórica legada à sociedade gaúcha

pelas tradições e práticas socioculturais negras;

IV - o adequado enfrentamento e superação das desigualdades raciais pelas estruturas

institucionais do Estado, com a implementação de programas especiais de ação afirmativa na

esfera pública, visando ao enfrentamento emergencial das desigualdades raciais;

V - a promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o combate ao racismo em todas as

suas manifestações individuais, estruturais e institucionais;

VI - o apoio às iniciativas oriundas da sociedade civil que promovam a igualdade de

oportunidades e o combate às desigualdades raciais.

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Capítulo I

DO DIREITO À VIDA E À SAÚDE

Art. 4º A saúde dos negros será garantida mediante políticas sociais e econômicas que visem à

prevenção e ao tratamento de doenças geneticamente determinadas e seus agravos.

Parágrafo único. O acesso universal e igualitário ao Sistema Único de Saúde - SUS - para a

promoção, proteção e recuperação da saúde da população negra será proporcionado através

de ações e de serviços focalizados nas peculiaridades dessa parcela da população.

Art. 5º Os órgãos de saúde estadual monitorarão as condições da população negra para

subsidiar o planejamento mediante, dentre outras, as seguintes ações:

I - a promoção da saúde integral da população negra, priorizando a redução das desigualdades

étnicas e o combate à discriminação nas instituições e serviços do SUS;

II - a melhoria da qualidade dos sistemas de informação do SUS no que tange à coleta, ao

processamento e à análise dos dados por cor, etnia e gênero;

III - a inclusão do conteúdo da saúde da população negra nos processos de formação e de

educação permanente dos trabalhadores da saúde;

IV - a inclusão da temática saúde da população negra nos processos de formação das

lideranças de movimentos sociais para o exercício da participação e controle social no SUS.

Parágrafo único. Os membros das comunidades remanescentes de quilombos serão

beneficiários de incentivos específicos para a garantia do direito à saúde, incluindo melhorias

nas condições ambientais, no saneamento básico, na segurança alimentar e nutricional e na

atenção integral à saúde.

Art. 6º Serão instituídas políticas públicas de incentivo à pesquisa do processo de saúde e

doença da população negra nas instituições de ensino, com ênfase:

I - nas doenças geneticamente determinadas;

II - na contribuição das manifestações negras de promoção à saúde;

III - na medicina popular de matriz africana;

IV - na percepção popular do processo saúde/doença;

V - na escolha da terapêutica e eficácia dos tratamentos;

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VI - no impacto do racismo sobre as doenças.

Art. 7º Poderão ser priorizadas pelo Poder Público iniciativas que visem à:

I - criação de núcleos de estudos sobre a saúde da população negra;

II - implementação de cursos de pós-graduação com linhas de pesquisa e programas sobre a

saúde da população negra no âmbito das universidades;

III - inclusão da questão da saúde da população negra como tema transversal nos currículos

dos ensinos Médio e Superior;

IV - inclusão de matérias sobre etiologia, diagnóstico e tratamento das doenças prevalentes na

população negra e medicina de matriz africana, nos cursos e treinamentos dos profissionais

do SUS;

V - promoção de seminários e eventos para discutir e divulgar os temas da saúde da

população negra nos serviços de saúde.

Art. 8º Os negros terão políticas públicas destinadas à redução do risco de doenças que têm

maior incidência, em especial, a doença falciforme, as hemoglobinopatias, o lúpus, a

hipertensão, o diabetes e os miomas.

Capítulo II

DO DIREITO À CULTURA, À EDUCAÇÃO, AO ESPORTE E AO LAZER

Art. 9º O Poder Público promoverá políticas e programas de ação afirmativa que assegurem

igualdade de acesso ao ensino público para os negros, em todos os níveis de educação,

proporcionalmente a sua parcela na composição da população do Estado, ao mesmo tempo

em que incentivará os estabelecimentos de ensino privado a adotarem tais políticas e

programas.

Art. 10 O Estado deve promover o acesso dos negros ao ensino gratuito, às atividades

esportivas e de lazer e apoiar a iniciativa de entidades que mantenham espaço para promoção

social desta parcela da população.

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Art. 11 Nas datas comemorativas de caráter cívico, as instituições de ensino públicas deverão

inserir nas aulas, palestras, trabalhos e atividades afins, dados históricos sobre a participação

dos negros nos fatos comemorados.

Art. 12 As instituições de ensino deverão respeitar a diversidade racial quando promoverem

debates, palestras, cursos ou atividades afins, convidando negros, entre outros, para discorrer

sobre os temas apresentados.

Art. 13º Poder Público deverá promover campanhas que divulguem a literatura produzida

pelos negros e aquela que reproduza a história, as tradições e a cultura do povo negro.

Art. 14 Nas instituições de ensino, públicas e privadas, deverá ser oportunizado o aprendizado

e a prática da capoeira, como atividade esportiva, cultural e lúdica, sendo facultada a

participação dos mestres tradicionais de capoeira para atuarem como instrutores desta arte-

esporte.

Art. 15º Estado deverá promover programas de incentivo, inclusão e permanência da

população negra nos ensinos Médio, Técnico e Superior, adotando medidas para:

I - incentivar ações que mobilizem e sensibilizem as instituições privadas de Ensino Superior

para que adotem as políticas e ações afirmativas;

II - incentivar e apoiar a criação de cursos de acesso ao Ensino Superior para estudantes

negros, como mecanismo para viabilizar uma inclusão mais ampla e adequada destes nas

instituições;

III - dar cumprimento ao disposto na Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que

estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e na Lei Federal nº 12.288, de 20 de

julho de 2010, que institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis nºs 7.716, de 5 de

janeiro de 1989, 9.029, de 13 de abril de 1995, 7.347, de 24 de julho de 1985, e 10.778, de 24 de

novembro de 2003, no que tange a obrigatoriedade da inclusão da História e da Cultura Afro-

brasileiras nos currículos escolares dos ensinos Médio e Fundamental;

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IV - estabelecer programas de cooperação técnica com as escolas de Educação Infantil, Ensino

Fundamental, Ensino Médio e Ensino Técnico para a capacitação de professores para o ensino

da História e da Cultura Negras e para o desenvolvimento de uma educação baseada nos

princípios da equidade, tolerância e respeito às diferenças raciais;

V - desenvolver, elaborar e editar materiais didáticos e paradidáticos que subsidiem o ensino, a

divulgação, o debate e as atividades afins sobre a temática da História e Cultura Negras;

VI - estimular a implementação de diretrizes curriculares que abordem as questões raciais em

todos os níveis de ensino, apoiando projetos de pesquisa nas áreas das relações raciais, das

ações afirmativas, da História e da Cultura Negras;

VII - apoiar grupos, núcleos e centros de pesquisa, nos diversos programas de pós- graduação,

que desenvolvam temáticas de interesse da população negra;

VIII - desenvolver programas de extensão universitária destinados a aproximar jovens negros

de tecnologias avançadas, assegurado o princípio da proporcionalidade de gênero entre os

beneficiários.

Art. 16º Estado deverá promover políticas que valorizem a cultura "Hip-Hop" em suas

manifestações de canto do "Rap", da instrumentação dos "DJs", da dança do "break dance" e

da pintura do grafite.

Capítulo III

DO ACESSO AO MERCADO DE TRABALHO

Art. 17º Poder Público deverá promover políticas afirmativas que assegurem igualdade de

oportunidades aos negros no acesso aos cargos públicos, proporcionalmente a sua parcela na

composição da população do Estado, e incentivará a uma maior equidade para os negros nos

empregos oferecidos na iniciativa privada.

Parágrafo único. Para enfrentar a situação de desigualdade de oportunidades, deverão ser

implementadas políticas e programas de formação profissional, emprego e geração de renda

voltadas aos negros.

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Art. 18 A inclusão do quesito raça, a ser registrado segundo a autoclassificação, será

obrigatória em todos os registros administrativos direcionados a empregadores e

trabalhadores dos setores público e privado.

Capítulo IV

DAS TERRAS QUILOMBOLAS

Art. 19 Aos remanescentes das comunidades de quilombos que estejam ocupando terras

quilombolas no Rio Grande do Sul, será reconhecida a propriedade definitiva das mesmas,

estando o Estado autorizado a emitir-lhes os títulos respectivos, em observância ao direito

assegurado no art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição

Federal e na Lei nº 11.731, de 9 de janeiro de 2002, que dispõe sobre a regularização fundiária

de áreas ocupadas por remanescentes de comunidades de quilombos.

Capítulo V

DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

Art. 20 A idealização, a realização e a exibição das peças publicitárias veiculadas pelo Poder

Público deverão observar percentual de artistas, modelos e trabalhadores afro- descendentes

em número equivalente ao resultante do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística IBGE de afro-brasileiros na composição da população do Rio Grande do Sul.

Art. 21 A produção veiculada pelos órgãos de comunicação valorizará a herança cultural e a

participação da população negra na história do Estado.

Art. 22 Na produção de filmes, programas e peças publicitárias destinados à veiculação pelas

emissoras de televisão e em salas cinematográficas, deverá ser adotada a prática de conferir

oportunidades de emprego para atores, figurantes e técnicos negros, sendo vedada toda e

qualquer discriminação de natureza política, ideológica, étnica ou artística.

Parágrafo único. A exigência disposta no "caput" não se aplica aos filmes e aos programas que

abordem especificidades de grupos étnicos determinados.

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Art. 23ºs órgãos e as entidades da Administração Pública Estadual poderão incluir cláusulas de

participação de artistas negros nos contratos de realização de filmes, programas ou quaisquer

outras peças de caráter publicitário nos termos da Lei Federal nº 12.288/2010.

§ 1º Os órgãos e as entidades de que trata este artigo incluirão, nas especificações para

contratação de serviços de consultoria, conceituação, produção e realização de filmes,

programas ou peças publicitárias, a obrigatoriedade da prática de iguais oportunidades de

emprego para as pessoas relacionadas com o projeto ou serviço contratado.

§ 2º Entende-se por prática de iguais oportunidades de emprego o conjunto de medidas

sistemáticas executadas com a finalidade de garantir a diversidade étnica, de sexo e de idade

na equipe vinculada ao projeto ou serviço contratado.

§ 3º A autoridade contratante poderá, se considerar necessário para garantir a prática de

iguais oportunidades de emprego, requerer auditoria por órgão do Poder Público.

§ 4º A exigência disposta no "caput" não se aplica às produções publicitárias quando

abordarem especificidades de grupos étnicos determinados.

Capítulo VI

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 24 Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação.

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LEI DE ABUSO DE AUTORIDADE


LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019

Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade; altera a Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de

1989, a Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996, a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, e a Lei nº

8.906, de 4 de julho de 1994; e revoga a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, e dispositivos

do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por agente público,

servidor ou não, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder

que lhe tenha sido atribuído.

§ 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autoridade quando

praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si

mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal.

§ 2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não configura

abuso de autoridade.

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CAPÍTULO II

DOS SUJEITOS DO CRIME

Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer agente público, servidor ou

não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos

Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo, mas não se

limitando a:

I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;

II - membros do Poder Legislativo;

III - membros do Poder Executivo;

IV - membros do Poder Judiciário;

V - membros do Ministério Público;

VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas.

Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce,

ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,

contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou

função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput deste artigo.

CAPÍTULO III

DA AÇÃO PENAL

Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada.

§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no prazo legal,

cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva,

intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a

todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.

§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses, contado da data em

que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.

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CAPÍTULO IV

DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO E DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

Seção I

Dos Efeitos da Condenação

Art. 4º São efeitos da condenação:

I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, devendo o juiz, a

requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos danos

causados pela infração, considerando os prejuízos por ele sofridos;

II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de 1 (um)

a 5 (cinco) anos;

III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública.

Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput deste artigo são condicionados

à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade e não são automáticos,

devendo ser declarados motivadamente na sentença.

Seção II

Das Penas Restritivas de Direitos

Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade previstas nesta

Lei são:

I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;

II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis)

meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens;

III - (VETADO).

Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser aplicadas autônoma ou

cumulativamente.

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CAPÍTULO V

DAS SANÇÕES DE NATUREZA CIVIL E ADMINISTRATIVA

Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas independentemente das sanções de

natureza civil ou administrativa cabíveis.

Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que descreverem falta funcional

serão informadas à autoridade competente com vistas à apuração.

Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são independentes da criminal, não se

podendo mais questionar sobre a existência ou a autoria do fato quando essas questões

tenham sido decididas no juízo criminal.

Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administrativo-disciplinar, a sentença

penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa,

em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

CAPÍTULO VI

DOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta desconformidade com as

hipóteses legais:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, dentro de prazo razoável,

deixar de:

I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;

II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de conceder liberdade

provisória, quando manifestamente cabível;

III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamente cabível.’

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Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou investigado manifestamente

descabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 11. (VETADO).

Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante à autoridade judiciária no

prazo legal:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:

I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão temporária ou preventiva à

autoridade judiciária que a decretou;

II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se

encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada;

III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a nota de culpa, assinada

pela autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do condutor e das testemunhas;

IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão temporária, de prisão

preventiva, de medida de segurança ou de internação, deixando, sem motivo justo e

excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura imediatamente após recebido ou de

promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou legal.

Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de

sua capacidade de resistência, a:

I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública;

II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei;

III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada à

violência.

Art. 14. (VETADO).

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Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função,

ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interrogatório:

I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou

II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defensor público, sem a

presença de seu patrono.

Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por ocasião de sua

captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por interrogatório em sede

de procedimento investigatório de infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a

si mesmo falsa identidade, cargo ou função.

Art. 17. (VETADO).

Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o período de repouso noturno,

salvo se capturado em flagrante delito ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar

declarações:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de pleito de preso à autoridade

judiciária competente para a apreciação da legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de

sua custódia:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, ciente do impedimento ou da

demora, deixa de tomar as providências tendentes a saná-lo ou, não sendo competente para

decidir sobre a prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judiciária que o seja.

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Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com seu

advogado:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto ou o investigado

de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advogado ou defensor, por prazo

razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-se

durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no caso de audiência realizada por

videoconferência.

Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço de confinamento:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na mesma cela, criança ou

adolescente na companhia de maior de idade ou em ambiente inadequado, observado o

disposto na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade do

ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer nas mesmas condições,

sem determinação judicial ou fora das condições estabelecidas em lei:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem:

I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o acesso a imóvel ou

suas dependências;

II - (VETADO);

III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou

antes das 5h (cinco horas).

§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou quando houver fundados

indícios que indiquem a necessidade do ingresso em razão de situação de flagrante delito ou

de desastre.

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Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de investigação ou de processo, o

estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de

responsabilizar criminalmente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a conduta com o intuito de:

I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por excesso praticado no curso de

diligência;

II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informações incompletos para desviar o

curso da investigação, da diligência ou do processo.

Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou empregado de instituição

hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido,

com o fim de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua apuração:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à

violência.

Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de investigação ou fiscalização, por

meio manifestamente ilícito:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de prova, em desfavor do investigado

ou fiscalizado, com prévio conhecimento de sua ilicitude.

Art. 26. (VETADO).

Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento investigatório de infração penal ou

administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de

ilícito funcional ou de infração administrativa:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou investigação preliminar

sumária, devidamente justificada.

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Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda

produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do

investigado ou acusado:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial, policial, fiscal ou administrativo

com o fim de prejudicar interesse de investigado:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. (VETADO).

Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa

fundamentada ou contra quem sabe inocente:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-a em prejuízo do

investigado ou fiscalizado:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para execução ou conclusão

de procedimento, o estende de forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado

ou do fiscalizado.

Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos autos de investigação

preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro procedimento

investigatório de infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a obtenção de

cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a

realização de diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

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Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não

fazer, sem expresso amparo legal:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de cargo ou função pública ou invoca

a condição de agente público para se eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou

privilégio indevido.

Art. 34. (VETADO).

Art. 35. (VETADO).

Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de ativos financeiros em quantia

que extrapole exacerbadamente o valor estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a

demonstração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de corrigi-la:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de processo de que tenha

requerido vista em órgão colegiado, com o intuito de procrastinar seu andamento ou retardar

o julgamento:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de comunicação, inclusive rede

social, atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

CAPÍTULO VII

DO PROCEDIMENTO

Art. 39. Aplicam-se ao processo e ao julgamento dos delitos previstos nesta Lei, no que couber,

as disposições do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e

da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.

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CAPÍTULO VIII

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 40. O art. 2º da Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989, passa a vigorar com a seguinte

redação:

“Art.2º .......................................................................................................

........................................................................................................................

§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o período de duração da prisão

temporária estabelecido no caput deste artigo, bem como o dia em que o preso deverá ser

libertado.

.........................................................................................................................

§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável pela custódia

deverá, independentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso

em liberdade, salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da

decretação da prisão preventiva.

§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo do prazo de prisão

temporária.” (NR)

Art. 41. O art. 10 da Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996, passa a vigorar com a seguinte

redação:

“Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou

telemática, promover escuta ambiental ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial

ou com objetivos não autorizados em lei:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial que determina a execução de

conduta prevista no caput deste artigo com objetivo não autorizado em lei.” (NR)

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Art. 42. A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), passa a

vigorar acrescida do seguinte art. 227-A:

“Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art. 92 do Decreto-Lei nº

2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados

por servidores públicos com abuso de autoridade, são condicionados à ocorrência de

reincidência.

Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso, independerá da

pena aplicada na reincidência.”

Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 7º-B:

‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado previstos nos incisos II, III,

IV e V do caput do art. 7º desta Lei:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”

Art. 44. Revogam-se a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, e o § 2º do art. 150 e o art. 350,

ambos do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).

Art. 45. Esta Lei entra em vigor após decorridos 120 (cento e vinte) dias de sua publicação

oficial.

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LEI Nº 13.869, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019

Dispõe sobre os crimes de abuso de autoridade; altera a Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de

1989, a Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996, a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, e a Lei nº

8.906, de 4 de julho de 1994; e revoga a Lei nº 4.898, de 9 de dezembro de 1965, e dispositivos

do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu promulgo,

nos termos do parágrafo 5o do art. 66 da Constituição Federal, as seguintes partes vetadas da

Lei no 13.869, de 5 de setembro de 2019:

“CAPÍTULO III

DA AÇÃO PENAL

Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada.

§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública não for intentada no prazo legal,

cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva,

intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a

todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.

§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses, contado da data em

que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia.”

“CAPÍTULO VI

DOS CRIMES E DAS PENAS

‘Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta desconformidade com as

hipóteses legais:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que, dentro de prazo razoável,

deixar de:

I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;

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II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de conceder liberdade

provisória, quando manifestamente cabível;

III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamente cabível.’

‘Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de

sua capacidade de resistência, a:

.........................................................................................................................

III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:

........................................................................................................................’

‘Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função,

ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo:

.........................................................................................................................

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interrogatório:

I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou

II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defensor público, sem a

presença de seu patrono.’

‘Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por ocasião de sua

captura ou quando deva fazê-lo durante sua detenção ou prisão:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por interrogatório em sede

de procedimento investigatório de infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a

si mesmo falsa identidade, cargo ou função.’

‘Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com seu

advogado:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto ou o investigado

de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advogado ou defensor, por prazo

razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-se

durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no caso de audiência realizada por

videoconferência.’

‘Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa

fundamentada ou contra quem sabe inocente:

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Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.’

‘Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos autos de investigação

preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito ou a qualquer outro procedimento

investigatório de infração penal, civil ou administrativa, assim como impedir a obtenção de

cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências em curso, ou que indiquem a

realização de diligências futuras, cujo sigilo seja imprescindível:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’

‘Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de comunicação, inclusive rede

social, atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.’”

“CAPÍTULO VIII

DISPOSIÇÕES FINAIS

.......................................................................................................................

Art. 43. A Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, passa a vigorar acrescida do seguinte art. 7º-B:

‘Art. 7º-B Constitui crime violar direito ou prerrogativa de advogado previstos nos incisos II, III,

IV e V do caput do art. 7º desta Lei:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.’”

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LEI DE EXECUÇÃO PENAL


(LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984)

Institui a Lei de Execução Penal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

TÍTULO I

Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal

Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão

criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do

internado.

Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território

Nacional, será exercida, no processo de execução, na conformidade desta Lei e do Código de

Processo Penal.

Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela

Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.

Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela

sentença ou pela lei.

Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política.

Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas atividades de execução da

pena e da medida de segurança.

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TÍTULO II

Do Condenado e do Internado

CAPÍTULO I

Da Classificação

Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade,

para orientar a individualização da execução penal.

Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o

programa individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso

provisório.

Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida

pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um)

psicólogo e 1 (um) assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa de

liberdade.

Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo da Execução e será

integrada por fiscais do serviço social.

Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será

submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma

adequada classificação e com vistas à individualização da execução.

Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o condenado ao

cumprimento da pena privativa de liberdade em regime semi-aberto.

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Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da personalidade,

observando a ética profissional e tendo sempre presentes peças ou informações do processo,

poderá:

I - entrevistar pessoas;

II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações a respeito do

condenado;

III - realizar outras diligências e exames necessários.

Art. 9o-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave

contra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos no art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho

de 1990, serão submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante

extração de DNA - ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor.

§ 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar garantias mínimas de proteção de dados

genéticos, observando as melhores práticas da genética forense.

§ 2o A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz competente, no caso de

inquérito instaurado, o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético.

§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados genéticos o acesso aos seus dados constantes nos

bancos de perfis genéticos, bem como a todos os documentos da cadeia de custódia que

gerou esse dado, de maneira que possa ser contraditado pela defesa.

§ 4º O condenado pelos crimes previstos no caput deste artigo que não tiver sido submetido à

identificação do perfil genético por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional deverá

ser submetido ao procedimento durante o cumprimento da pena.

§ 5º (VETADO).

§ 6º (VETADO).

§ 7º (VETADO).

§ 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em submeter-se ao procedimento de

identificação do perfil genético.

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CAPÍTULO II

Da Assistência

SEÇÃO I

Disposições Gerais

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime

e orientar o retorno à convivência em sociedade.

Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III -jurídica;

IV - educacional;

V - social;

VI - religiosa.

SEÇÃO II

Da Assistência Material

Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no fornecimento de

alimentação, vestuário e instalações higiênicas.

Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços que atendam aos presos nas suas

necessidades pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e

não fornecidos pela Administração.

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SEÇÃO III

Da Assistência à Saúde

Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo e curativo,

compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico.

§ 1º (Vetado).

§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover a assistência médica

necessária, esta será prestada em outro local, mediante autorização da direção do

estabelecimento.

§ 3o Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal e no

pós-parto, extensivo ao recém-nascido.

SEÇÃO IV

Da Assistência Jurídica

Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados sem recursos financeiros

para constituir advogado.

Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência jurídica, integral e

gratuita, pela Defensoria Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais.

§ 1o As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estrutural, pessoal e material à

Defensoria Pública, no exercício de suas funções, dentro e fora dos estabelecimentos

penais.

§ 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado destinado ao atendimento

pelo Defensor Público.

§ 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados Núcleos Especializados da

Defensoria Pública para a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos réus,

sentenciados em liberdade, egressos e seus familiares, sem recursos financeiros para

constituir advogado.

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SEÇÃO V

Da Assistência Educacional

Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a formação profissional

do preso e do internado.

Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no sistema escolar da Unidade

Federativa.

Art. 18-A. O ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral ou educação profissional

de nível médio, será implantado nos presídios, em obediência ao preceito constitucional de

sua universalização.

§ 1o O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao sistema estadual e municipal de

ensino e será mantido, administrativa e financeiramente, com o apoio da União, não só com os

recursos destinados à educação, mas pelo sistema estadual de justiça ou administração

penitenciária.

§ 2o Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas cursos supletivos de educação

de jovens e adultos.

§ 3o A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal incluirão em seus programas de

educação à distância e de utilização de novas tecnologias de ensino, o atendimento aos presos

e às presas.

Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento

técnico.

Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional adequado à sua condição.

Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com entidades públicas ou

particulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos especializados.

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Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada estabelecimento de uma

biblioteca, para uso de todas as categorias de reclusos, provida de livros instrutivos,

recreativos e didáticos.

Art. 21-A. O censo penitenciário deverá apurar:

I - o nível de escolaridade dos presos e das presas;

II - a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e o número de presos e presas

atendidos;

III - a implementação de cursos profissionais em nível de iniciação ou aperfeiçoamento técnico

e o número de presos e presas atendidos;

IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu acervo;

V - outros dados relevantes para o aprimoramento educacional de presos e presas.

SEÇÃO VI

Da Assistência Social

Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado e prepará-los

para o retorno à liberdade.

Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:

I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;

II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as dificuldades

enfrentadas pelo assistido;

III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas temporárias;

IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação;

V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da pena, e do liberando,

de modo a facilitar o seu retorno à liberdade;

VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdência Social e do seguro

por acidente no trabalho;

VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do internado e da vítima.

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SEÇÃO VII

Da Assistência Religiosa

Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos presos e aos

internados, permitindo-se-lhes a participação nos serviços organizados no estabelecimento

penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa.

§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religiosos.

§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de atividade religiosa.

SEÇÃO VIII

Da Assistência ao Egresso

Art. 25. A assistência ao egresso consiste:

I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;

II - na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em estabelecimento adequado,

pelo prazo de 2 (dois) meses.

Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser prorrogado uma única vez,

comprovado, por declaração do assistente social, o empenho na obtenção de emprego.

Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:

I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do estabelecimento;

II - o liberado condicional, durante o período de prova.

Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o egresso para a obtenção de trabalho.

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CAPÍTULO III

Do Trabalho

SEÇÃO I

Disposições Gerais

Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de dignidade humana, terá

finalidade educativa e produtiva.

§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as precauções relativas à segurança

e à higiene.

§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho.

Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser

inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.

§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá atender:

a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente e não

reparados por outros meios;

b) à assistência à família;

c) a pequenas despesas pessoais;

d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manutenção do condenado, em

proporção a ser fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras anteriores.

§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será depositada a parte restante para constituição

do pecúlio, em Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado quando posto em

liberdade.

Art. 30. As tarefas executadas como prestação de serviço à comunidade não serão

remuneradas.

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SEÇÃO II

Do Trabalho Interno

Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está obrigado ao trabalho na medida de

suas aptidões e capacidade.

Parágrafo único. Para o preso provisório, o trabalho não é obrigatório e só poderá ser

executado no interior do estabelecimento.

Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas em conta a habilitação, a condição

pessoal e as necessidades futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas pelo

mercado.

§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o artesanato sem expressão econômica, salvo

nas regiões de turismo.

§ 2º Os maiores de 60 (sessenta) anos poderão solicitar ocupação adequada à sua idade.

§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente exercerão atividades apropriadas ao seu

estado.

Art. 33. A jornada normal de trabalho não será inferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito) horas,

com descanso nos domingos e feriados.

Parágrafo único. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho aos presos designados para

os serviços de conservação e manutenção do estabelecimento penal.

Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por fundação, ou empresa pública, com autonomia

administrativa, e terá por objetivo a formação profissional do condenado.

§ 1o. Nessa hipótese, incumbirá à entidade gerenciadora promover e supervisionar a

produção, com critérios e métodos empresariais, encarregar-se de sua comercialização, bem

como suportar despesas, inclusive pagamento de remuneração adequada.

§ 2o Os governos federal, estadual e municipal poderão celebrar convênio com a iniciativa

privada, para implantação de oficinas de trabalho referentes a setores de apoio dos presídios.

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Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta da União, Estados, Territórios, Distrito

Federal e dos Municípios adquirirão, com dispensa de concorrência pública, os bens ou

produtos do trabalho prisional, sempre que não for possível ou recomendável realizar-se a

venda a particulares.

Parágrafo único. Todas as importâncias arrecadadas com as vendas reverterão em favor da

fundação ou empresa pública a que alude o artigo anterior ou, na sua falta, do

estabelecimento penal.

SEÇÃO III

Do Trabalho Externo

Art. 36. O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em

serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou

entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.

§ 1º O limite máximo do número de presos será de 10% (dez por cento) do total de

empregados na obra.

§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à empresa empreiteira a remuneração

desse trabalho.

§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada depende do consentimento expresso do

preso.

Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser autorizada pela direção do estabelecimento,

dependerá de aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento mínimo de 1/6

(um sexto) da pena.

Parágrafo único. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao preso que vier a praticar

fato definido como crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário aos

requisitos estabelecidos neste artigo.

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CAPÍTULO IV

Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina

SEÇÃO I

Dos Deveres

Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações legais inerentes ao seu estado, submeter-

se às normas de execução da pena.

Art. 39. Constituem deveres do condenado:

I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da sentença;

II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-se;

III - urbanidade e respeito no trato com os demais condenados;

IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou coletivos de fuga ou de subversão à ordem

ou à disciplina;

V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;

VI - submissão à sanção disciplinar imposta;

VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores;

VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua manutenção,

mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho;

IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;

X - conservação dos objetos de uso pessoal.

Parágrafo único. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o disposto neste artigo.

SEÇÃO II

Dos Direitos

Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à integridade física e moral dos

condenados e dos presos provisórios.

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Art. 41 - Constituem direitos do preso:

I - alimentação suficiente e vestuário;

II - atribuição de trabalho e sua remuneração;

III - Previdência Social;

IV - constituição de pecúlio;

V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação;

VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais, artísticas e desportivas anteriores, desde

que compatíveis com a execução da pena;

VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa;

VIII - proteção contra qualquer forma de sensacionalismo;

IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;

X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;

XI - chamamento nominal;

XII - igualdade de tratamento salvo quanto às exigências da individualização da pena;

XIII - audiência especial com o diretor do estabelecimento;

XIV - representação e petição a qualquer autoridade, em defesa de direito;

XV - contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros

meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes.

XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da

autoridade judiciária competente.

Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poderão ser suspensos ou

restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.

Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à medida de segurança, no que couber,

o disposto nesta Seção.

Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico de confiança pessoal do internado ou do

submetido a tratamento ambulatorial, por seus familiares ou dependentes, a fim de orientar e

acompanhar o tratamento.

Parágrafo único. As divergências entre o médico oficial e o particular serão resolvidas pelo Juiz

da execução.

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SEÇÃO III

Da Disciplina

SUBSEÇÃO I

Disposições Gerais

Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a ordem, na obediência às determinações das

autoridades e seus agentes e no desempenho do trabalho.

Parágrafo único. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena privativa de liberdade ou

restritiva de direitos e o preso provisório.

Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal ou

regulamentar.

§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a integridade física e moral do condenado.

§ 2º É vedado o emprego de cela escura.

§ 3º São vedadas as sanções coletivas.

Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da execução da pena ou da prisão, será

cientificado das normas disciplinares.

Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena privativa de liberdade, será exercido pela

autoridade administrativa conforme as disposições regulamentares.

Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o poder disciplinar será exercido pela

autoridade administrativa a que estiver sujeito o condenado.

Parágrafo único. Nas faltas graves, a autoridade representará ao Juiz da execução para os fins

dos artigos 118, inciso I, 125, 127, 181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei.

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SUBSEÇÃO II

Das Faltas Disciplinares

Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves. A legislação local

especificará as leves e médias, bem assim as respectivas sanções.

Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à falta consumada.

Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena privativa de liberdade que:

I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;

II - fugir;

III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade física de outrem;

IV - provocar acidente de trabalho;

V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas;

VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.

VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que

permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.

VIII - recusar submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provisório.

Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que:

I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;

II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obrigação imposta;

III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.

Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar

subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado,

nacional ou estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com

as seguintes características:

I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta

grave de mesma espécie;

II - recolhimento em cela individual;

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III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a serem realizadas em instalações

equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, por pessoa da família ou, no

caso de terceiro, autorizado judicialmente, com duração de 2 (duas) horas;

IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para banho de sol, em grupos de

até 4 (quatro) presos, desde que não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso;

V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor, em instalações

equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, salvo expressa autorização

judicial em contrário;

VI - fiscalização do conteúdo da correspondência;

VII - participação em audiências judiciais preferencialmente por videoconferência, garantindo-

se a participação do defensor no mesmo ambiente do preso.

§ 1º O regime disciplinar diferenciado também será aplicado aos presos provisórios ou

condenados, nacionais ou estrangeiros:

I - que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da

sociedade;

II - sob os quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer

título, em organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, independentemente

da prática de falta grave.

§ 2º (Revogado).

§ 3º Existindo indícios de que o preso exerce liderança em organização criminosa, associação

criminosa ou milícia privada, ou que tenha atuação criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da

Federação, o regime disciplinar diferenciado será obrigatoriamente cumprido em

estabelecimento prisional federal.

§ 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime disciplinar diferenciado poderá ser

prorrogado sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano, existindo indícios de que o preso:

I - continua apresentando alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal de

origem ou da sociedade;

II - mantém os vínculos com organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada,

considerados também o perfil criminal e a função desempenhada por ele no grupo criminoso,

a operação duradoura do grupo, a superveniência de novos processos criminais e os

resultados do tratamento penitenciário.

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§ 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o regime disciplinar diferenciado deverá contar

com alta segurança interna e externa, principalmente no que diz respeito à necessidade de se

evitar contato do preso com membros de sua organização criminosa, associação criminosa ou

milícia privada, ou de grupos rivais.

§ 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste artigo será gravada em sistema de áudio ou

de áudio e vídeo e, com autorização judicial, fiscalizada por agente penitenciário.

§ 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime disciplinar diferenciado, o preso que não

receber a visita de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá, após prévio

agendamento, ter contato telefônico, que será gravado, com uma pessoa da família, 2 (duas)

vezes por mês e por 10 (dez) minutos.

SUBSEÇÃO III

Das Sanções e das Recompensas

Art. 53. Constituem sanções disciplinares:

I - advertência verbal;

II - repreensão;

III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, parágrafo único);

IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam

alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei.

V - inclusão no regime disciplinar diferenciado.

Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão aplicadas por ato motivado do diretor do

estabelecimento e a do inciso V, por prévio e fundamentado despacho do juiz

competente.

§ 1o A autorização para a inclusão do preso em regime disciplinar dependerá de requerimento

circunstanciado elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade

administrativa.

§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar será precedida de

manifestação do Ministério Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de quinze dias.

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Art. 55. As recompensas têm em vista o bom comportamento reconhecido em favor do

condenado, de sua colaboração com a disciplina e de sua dedicação ao trabalho.

Art. 56. São recompensas:

I - o elogio;

II - a concessão de regalias.

Parágrafo único. A legislação local e os regulamentos estabelecerão a natureza e a forma de

concessão de regalias.

SUBSEÇÃO IV

Da Aplicação das Sanções

Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta a natureza, os motivos, as

circunstâncias e as conseqüências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de

prisão.

Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previstas nos incisos III a V do art. 53

desta Lei.

Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a trinta dias,

ressalvada a hipótese do regime disciplinar diferenciado.

Parágrafo único. O isolamento será sempre comunicado ao Juiz da execução.

SUBSEÇÃO V

Do Procedimento Disciplinar

Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o procedimento para sua apuração,

conforme regulamento, assegurado o direito de defesa.

Parágrafo único. A decisão será motivada.

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Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo

prazo de até dez dias. A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da

disciplina e da averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz competente.

Parágrafo único. O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no regime disciplinar

diferenciado será computado no período de cumprimento da sanção disciplinar.

TÍTULO III

Dos Órgãos da Execução Penal

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 61. São órgãos da execução penal:

I - o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária;

II - o Juízo da Execução;

III - o Ministério Público;

IV - o Conselho Penitenciário;

V - os Departamentos Penitenciários;

VI - o Patronato;

VII - o Conselho da Comunidade.

VIII - a Defensoria Pública.

CAPÍTULO II

Do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária

Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, com sede na Capital da

República, é subordinado ao Ministério da Justiça.

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Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária será integrado por 13 (treze)

membros designados através de ato do Ministério da Justiça, dentre professores e

profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas,

bem como por representantes da comunidade e dos Ministérios da área social.

Parágrafo único. O mandato dos membros do Conselho terá duração de 2 (dois) anos,

renovado 1/3 (um terço) em cada ano.

Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, no exercício de suas

atividades, em âmbito federal ou estadual, incumbe:

I - propor diretrizes da política criminal quanto à prevenção do delito, administração da Justiça

Criminal e execução das penas e das medidas de segurança;

II - contribuir na elaboração de planos nacionais de desenvolvimento, sugerindo as metas e

prioridades da política criminal e penitenciária;

III - promover a avaliação periódica do sistema criminal para a sua adequação às necessidades

do País;

IV - estimular e promover a pesquisa criminológica;

V - elaborar programa nacional penitenciário de formação e aperfeiçoamento do servidor;

VI - estabelecer regras sobre a arquitetura e construção de estabelecimentos penais e casas de

albergados;

VII - estabelecer os critérios para a elaboração da estatística criminal;

VIII - inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos penais, bem assim informar-se, mediante

relatórios do Conselho Penitenciário, requisições, visitas ou outros meios, acerca do

desenvolvimento da execução penal nos Estados, Territórios e Distrito Federal, propondo às

autoridades dela incumbida as medidas necessárias ao seu aprimoramento;

IX - representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para instauração de

sindicância ou procedimento administrativo, em caso de violação das normas referentes à

execução penal;

X - representar à autoridade competente para a interdição, no todo ou em parte, de

estabelecimento penal.

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CAPÍTULO III

Do Juízo da Execução

Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei local de organização judiciária e, na

sua ausência, ao da sentença.

Art. 66. Compete ao Juiz da execução:

I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer modo favorecer o condenado;

II - declarar extinta a punibilidade;

III - decidir sobre:

a) soma ou unificação de penas;

b) progressão ou regressão nos regimes;

c) detração e remição da pena;

d) suspensão condicional da pena;

e) livramento condicional;

f) incidentes da execução.

IV - autorizar saídas temporárias;

V - determinar:

a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e fiscalizar sua execução;

b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa em privativa de liberdade;

c) a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos;

d) a aplicação da medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida de

segurança;

e) a revogação da medida de segurança;

f) a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;

g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;

h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º, do artigo 86, desta Lei.

i) (VETADO);

VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de segurança;

VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando providências para o

adequado funcionamento e promovendo, quando for o caso, a apuração de responsabilidade;

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VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver funcionando em

condições inadequadas ou com infringência aos dispositivos desta Lei;

IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade.

X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir.

CAPÍTULO IV

Do Ministério Público

Art. 67. O Ministério Público fiscalizará a execução da pena e da medida de segurança,

oficiando no processo executivo e nos incidentes da execução.

Art. 68. Incumbe, ainda, ao Ministério Público:

I - fiscalizar a regularidade formal das guias de recolhimento e de internamento;

II - requerer:

a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo;

b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução;

c) a aplicação de medida de segurança, bem como a substituição da pena por medida de

segurança;

d) a revogação da medida de segurança;

e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos regimes e a revogação da suspensão

condicional da pena e do livramento condicional;

f) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior.

III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária, durante a execução.

Parágrafo único. O órgão do Ministério Público visitará mensalmente os estabelecimentos

penais, registrando a sua presença em livro próprio.

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CAPÍTULO V

Do Conselho Penitenciário

Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e fiscalizador da execução da pena.

§ 1º O Conselho será integrado por membros nomeados pelo Governador do Estado, do

Distrito Federal e dos Territórios, dentre professores e profissionais da área do Direito Penal,

Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como por representantes da

comunidade. A legislação federal e estadual regulará o seu funcionamento.

§ 2º O mandato dos membros do Conselho Penitenciário terá a duração de 4 (quatro) anos.

Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário:

I - emitir parecer sobre indulto e comutação de pena, excetuada a hipótese de pedido de

indulto com base no estado de saúde do preso;

II - inspecionar os estabelecimentos e serviços penais;

III - apresentar, no 1º (primeiro) trimestre de cada ano, ao Conselho Nacional de Política

Criminal e Penitenciária, relatório dos trabalhos efetuados no exercício anterior;

IV - supervisionar os patronatos, bem como a assistência aos egressos.

CAPÍTULO VI

Dos Departamentos Penitenciários

SEÇÃO I

Do Departamento Penitenciário Nacional

Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional, subordinado ao Ministério da Justiça, é órgão

executivo da Política Penitenciária Nacional e de apoio administrativo e financeiro do Conselho

Nacional de Política Criminal e Penitenciária.

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Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenciário Nacional:

I - acompanhar a fiel aplicação das normas de execução penal em todo o Território Nacional;

II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos e serviços penais;

III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas na implementação dos princípios e regras

estabelecidos nesta Lei;

IV - colaborar com as Unidades Federativas mediante convênios, na implantação de

estabelecimentos e serviços penais;

V - colaborar com as Unidades Federativas para a realização de cursos de formação de pessoal

penitenciário e de ensino profissionalizante do condenado e do internado.

VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades federativas, o cadastro nacional das

vagas existentes em estabelecimentos locais destinadas ao cumprimento de penas privativas

de liberdade aplicadas pela justiça de outra unidade federativa, em especial para presos

sujeitos a regime disciplinar.

VII - acompanhar a execução da pena das mulheres beneficiadas pela progressão especial de

que trata o § 3º do art. 112 desta Lei, monitorando sua integração social e a ocorrência de

reincidência, específica ou não, mediante a realização de avaliações periódicas e de estatísticas

criminais.

§ 1º Incumbem também ao Departamento a coordenação e supervisão dos estabelecimentos

penais e de internamento federais.

§ 2º Os resultados obtidos por meio do monitoramento e das avaliações periódicas previstas

no inciso VII do caput deste artigo serão utilizados para, em função da efetividade da

progressão especial para a ressocialização das mulheres de que trata o § 3º do art. 112 desta

Lei, avaliar eventual desnecessidade do regime fechado de cumprimento de pena para essas

mulheres nos casos de crimes cometidos sem violência ou grave ameaça.

SEÇÃO II

Do Departamento Penitenciário Local

Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento Penitenciário ou órgão similar, com as

atribuições que estabelecer.

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Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou órgão similar, tem por finalidade supervisionar

e coordenar os estabelecimentos penais da Unidade da Federação a que pertencer.

Parágrafo único. Os órgãos referidos no caput deste artigo realizarão o acompanhamento de

que trata o inciso VII do caput do art. 72 desta Lei e encaminharão ao Departamento

Penitenciário Nacional os resultados obtidos.

SEÇÃO III

Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Penais

Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de estabelecimento deverá satisfazer os seguintes

requisitos:

I - ser portador de diploma de nível superior de Direito, ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou

Pedagogia, ou Serviços Sociais;

II - possuir experiência administrativa na área;

III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o desempenho da função.

Parágrafo único. O diretor deverá residir no estabelecimento, ou nas proximidades, e dedicará

tempo integral à sua função.

Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será organizado em diferentes categorias

funcionais, segundo as necessidades do serviço, com especificação de atribuições relativas às

funções de direção, chefia e assessoramento do estabelecimento e às demais funções.

Art. 77. A escolha do pessoal administrativo, especializado, de instrução técnica e de vigilância

atenderá a vocação, preparação profissional e antecedentes pessoais do candidato.

§ 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a progressão ou a ascensão funcional

dependerão de cursos específicos de formação, procedendo-se à reciclagem periódica dos

servidores em exercício.

§ 2º No estabelecimento para mulheres somente se permitirá o trabalho de pessoal do sexo

feminino, salvo quando se tratar de pessoal técnico especializado.

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CAPÍTULO VII

Do Patronato

Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se a prestar assistência aos albergados e aos

egressos (artigo 26).

Art. 79. Incumbe também ao Patronato:

I - orientar os condenados à pena restritiva de direitos;

II - fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de serviço à comunidade e de limitação de

fim de semana;

III - colaborar na fiscalização do cumprimento das condições da suspensão e do livramento

condicional.

CAPÍTULO VIII

Do Conselho da Comunidade

Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da Comunidade composto, no mínimo, por 1

(um) representante de associação comercial ou industrial, 1 (um) advogado indicado pela

Seção da Ordem dos Advogados do Brasil, 1 (um) Defensor Público indicado pelo Defensor

Público Geral e 1 (um) assistente social escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho

Nacional de Assistentes Sociais.

Parágrafo único. Na falta da representação prevista neste artigo, ficará a critério do Juiz da

execução a escolha dos integrantes do Conselho.

Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade:

I - visitar, pelo menos mensalmente, os estabelecimentos penais existentes na comarca;

II - entrevistar presos;

III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e ao Conselho Penitenciário;

IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para melhor assistência ao preso

ou internado, em harmonia com a direção do estabelecimento.

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CAPÍTULO IX

DA DEFENSORIA PÚBLICA

Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular execução da pena e da medida de

segurança, oficiando, no processo executivo e nos incidentes da execução, para a defesa dos

necessitados em todos os graus e instâncias, de forma individual e coletiva.

Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública:

I - requerer:

a) todas as providências necessárias ao desenvolvimento do processo executivo;

b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que de qualquer modo favorecer o

condenado;

c) a declaração de extinção da punibilidade;

d) a unificação de penas;

e) a detração e remição da pena;

f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de execução;

g) a aplicação de medida de segurança e sua revogação, bem como a substituição da pena por

medida de segurança;

h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a suspensão condicional da pena, o

livramento condicional, a comutação de pena e o indulto;

i) a autorização de saídas temporárias;

j) a internação, a desinternação e o restabelecimento da situação anterior;

k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra comarca;

l) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1o do art. 86 desta Lei;

II - requerer a emissão anual do atestado de pena a cumprir;

III - interpor recursos de decisões proferidas pela autoridade judiciária ou administrativa

durante a execução;

IV - representar ao Juiz da execução ou à autoridade administrativa para instauração de

sindicância ou procedimento administrativo em caso de violação das normas referentes à

execução penal;

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V - visitar os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento,

e requerer, quando for o caso, a apuração de responsabilidade;

VI - requerer à autoridade competente a interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento

penal.

Parágrafo único. O órgão da Defensoria Pública visitará periodicamente os estabelecimentos

penais, registrando a sua presença em livro próprio.

TÍTULO IV

Dos Estabelecimentos Penais

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, ao submetido à medida de

segurança, ao preso provisório e ao egresso.

§ 1° A mulher e o maior de sessenta anos, separadamente, serão recolhidos a estabelecimento

próprio e adequado à sua condição pessoal.

§ 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar estabelecimentos de destinação diversa

desde que devidamente isolados.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua natureza, deverá contar em suas

dependências com áreas e serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 1º Haverá instalação destinada a estágio de estudantes universitários.

§ 2o Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as

condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis)

meses de idade.

§ 3o Os estabelecimentos de que trata o § 2o deste artigo deverão possuir, exclusivamente,

agentes do sexo feminino na segurança de suas dependências internas.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos do ensino básico e profissionalizante.

§ 5o Haverá instalação destinada à Defensoria Pública.

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Art. 83-A. Poderão ser objeto de execução indireta as atividades materiais acessórias,

instrumentais ou complementares desenvolvidas em estabelecimentos penais, e

notadamente:

I - serviços de conservação, limpeza, informática, copeiragem, portaria, recepção, reprografia,

telecomunicações, lavanderia e manutenção de prédios, instalações e equipamentos internos

e externos;

II - serviços relacionados à execução de trabalho pelo preso.

§ 1o A execução indireta será realizada sob supervisão e fiscalização do poder público.

§ 2o Os serviços relacionados neste artigo poderão compreender o fornecimento de materiais,

equipamentos, máquinas e profissionais.

Art. 83-B. São indelegáveis as funções de direção, chefia e coordenação no âmbito do sistema

penal, bem como todas as atividades que exijam o exercício do poder de polícia, e

notadamente:

I - classificação de condenados;

II - aplicação de sanções disciplinares;

III - controle de rebeliões;

IV - transporte de presos para órgãos do Poder Judiciário, hospitais e outros locais externos

aos estabelecimentos penais.

Art. 84. O preso provisório ficará separado do condenado por sentença transitada em julgado.

§ 1o Os presos provisórios ficarão separados de acordo com os seguintes critérios:

I - acusados pela prática de crimes hediondos ou equiparados;

II - acusados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa;

III - acusados pela prática de outros crimes ou contravenções diversos dos apontados nos

incisos I e II.

§ 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal ficará

em dependência separada.

§ 3o Os presos condenados ficarão separados de acordo com os seguintes critérios:

I - condenados pela prática de crimes hediondos ou equiparados;

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II - reincidentes condenados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça

à pessoa;

III - primários condenados pela prática de crimes cometidos com violência ou grave ameaça à

pessoa;

IV - demais condenados pela prática de outros crimes ou contravenções em situação diversa

das previstas nos incisos I, II e III.

§ 4o O preso que tiver sua integridade física, moral ou psicológica ameaçada pela convivência

com os demais presos ficará segregado em local próprio.

Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação compatível com a sua estrutura e

finalidade.

Parágrafo único. O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária determinará o limite

máximo de capacidade do estabelecimento, atendendo a sua natureza e peculiaridades.

Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela Justiça de uma Unidade Federativa

podem ser executadas em outra unidade, em estabelecimento local ou da União.

§ 1o A União Federal poderá construir estabelecimento penal em local distante da condenação

para recolher os condenados, quando a medida se justifique no interesse da segurança

pública ou do próprio condenado.

§ 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele poderão trabalhar os liberados ou

egressos que se dediquem a obras públicas ou ao aproveitamento de terras ociosas.

§ 3o Caberá ao juiz competente, a requerimento da autoridade administrativa definir o

estabelecimento prisional adequado para abrigar o preso provisório ou condenado, em

atenção ao regime e aos requisitos estabelecidos.

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CAPÍTULO II

Da Penitenciária

Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à pena de reclusão, em regime fechado.

Parágrafo único. A União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios poderão

construir Penitenciárias destinadas, exclusivamente, aos presos provisórios e condenados que

estejam em regime fechado, sujeitos ao regime disciplinar diferenciado, nos termos do art. 52

desta Lei.

Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelho

sanitário e lavatório.

Parágrafo único. São requisitos básicos da unidade celular:

a) salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e

condicionamento térmico adequado à existência humana;

b) área mínima de 6,00m2 (seis metros quadrados).

Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a penitenciária de mulheres será dotada de

seção para gestante e parturiente e de creche para abrigar crianças maiores de 6 (seis) meses

e menores de 7 (sete) anos, com a finalidade de assistir a criança desamparada cuja

responsável estiver presa.

Parágrafo único. São requisitos básicos da seção e da creche referidas neste artigo:

I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo com as diretrizes adotadas pela legislação

educacional e em unidades autônomas; e

II – horário de funcionamento que garanta a melhor assistência à criança e à sua

responsável.

Art. 90. A penitenciária de homens será construída, em local afastado do centro urbano, à

distância que não restrinja a visitação.

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CAPÍTULO III

Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar

Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar destina-se ao cumprimento da pena em regime

semi-aberto.

Art. 92. O condenado poderá ser alojado em compartimento coletivo, observados os requisitos

da letra a, do parágrafo único, do artigo 88, desta Lei.

Parágrafo único. São também requisitos básicos das dependências coletivas:

a) a seleção adequada dos presos;

b) o limite de capacidade máxima que atenda os objetivos de individualização da pena.

CAPÍTULO IV

Da Casa do Albergado

Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em

regime aberto, e da pena de limitação de fim de semana.

Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano, separado dos demais estabelecimentos, e

caracterizar-se pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga.

Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa do Albergado, a qual deverá conter,

além dos aposentos para acomodar os presos, local adequado para cursos e palestras.

Parágrafo único. O estabelecimento terá instalações para os serviços de fiscalização e

orientação dos condenados.

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CAPÍTULO V

Do Centro de Observação

Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os exames gerais e o criminológico, cujos

resultados serão encaminhados à Comissão Técnica de Classificação.

Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas pesquisas criminológicas.

Art. 97. O Centro de Observação será instalado em unidade autônoma ou em anexo a

estabelecimento penal.

Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela Comissão Técnica de Classificação, na falta do

Centro de Observação.

CAPÍTULO VI

Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico

Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico destina-se aos inimputáveis e semi-

imputáveis referidos no artigo 26 e seu parágrafo único do Código Penal.

Parágrafo único. Aplica-se ao hospital, no que couber, o disposto no parágrafo único, do artigo

88, desta Lei.

Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames necessários ao tratamento são obrigatórios

para todos os internados.

Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no artigo 97, segunda parte, do Código Penal,

será realizado no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou em outro local com

dependência médica adequada.

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CAPÍTULO VII

Da Cadeia Pública

Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recolhimento de presos provisórios.

Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 (uma) cadeia pública a fim de resguardar o

interesse da Administração da Justiça Criminal e a permanência do preso em local próximo ao

seu meio social e familiar.

Art. 104. O estabelecimento de que trata este Capítulo será instalado próximo de centro

urbano, observando-se na construção as exigências mínimas referidas no artigo 88 e seu

parágrafo único desta Lei.

TÍTULO V

Da Execução das Penas em Espécie

CAPÍTULO I

Das Penas Privativas de Liberdade

SEÇÃO I

Disposições Gerais

Art. 105. Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa de liberdade, se o réu

estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenará a expedição de guia de recolhimento para a

execução.

Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a

assinará com o Juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e

conterá:

I - o nome do condenado;

II - a sua qualificação civil e o número do registro geral no órgão oficial de identificação;

III - o inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem como certidão do trânsito em

julgado;

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IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução;

V - a data da terminação da pena;

VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento

penitenciário.

§ 1º Ao Ministério Público se dará ciência da guia de recolhimento.

§ 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que sobrevier modificação quanto ao início

da execução ou ao tempo de duração da pena.

§ 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal,

far-se-á, na guia, menção dessa circunstância, para fins do disposto no § 2°, do artigo 84, desta

Lei.

Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento de pena privativa de liberdade, sem a

guia expedida pela autoridade judiciária.

§ 1° A autoridade administrativa incumbida da execução passará recibo da guia de

recolhimento para juntá-la aos autos do processo, e dará ciência dos seus termos ao

condenado.

§ 2º As guias de recolhimento serão registradas em livro especial, segundo a ordem

cronológica do recebimento, e anexadas ao prontuário do condenado, aditando-se, no curso

da execução, o cálculo das remições e de outras retificações posteriores.

Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental será internado em Hospital de

Custódia e Tratamento Psiquiátrico.

Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado será posto em liberdade, mediante alvará

do Juiz, se por outro motivo não estiver preso.

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SEÇÃO II

Dos Regimes

Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no qual o condenado iniciará o

cumprimento da pena privativa de liberdade, observado o disposto no artigo 33 e seus

parágrafos do Código Penal.

Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em

processos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da

soma ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição.

Parágrafo único. Sobrevindo condenação no curso da execução, somar-se-á a pena ao restante

da que está sendo cumprida, para determinação do regime.

Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a

transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver

cumprido ao menos:

I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido cometido

sem violência à pessoa ou grave ameaça;

II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido sem

violência à pessoa ou grave ameaça;

III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o apenado for primário e o crime tiver sido

cometido com violência à pessoa ou grave ameaça;

IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime cometido com

violência à pessoa ou grave ameaça;

V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o apenado for condenado pela prática de crime

hediondo ou equiparado, se for primário;

VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o apenado for:

a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se for

primário, vedado o livramento condicional;

b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa

estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado; ou

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c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada;

VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente na prática de crime

hediondo ou equiparado;

VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou

equiparado com resultado morte, vedado o livramento condicional.

§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se ostentar boa

conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que

vedam a progressão.

§ 2º A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre motivada e

precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor, procedimento que também

será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas,

respeitados os prazos previstos nas normas vigentes.

§ 3º No caso de mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com

deficiência, os requisitos para progressão de regime são, cumulativamente:

I - não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;

II - não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente;

III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior;

IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do

estabelecimento;

V - não ter integrado organização criminosa.

§ 4º O cometimento de novo crime doloso ou falta grave implicará a revogação do benefício

previsto no § 3º deste artigo.

§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico de

drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006.

§ 6º O cometimento de falta grave durante a execução da pena privativa de liberdade

interrompe o prazo para a obtenção da progressão no regime de cumprimento da pena, caso

em que o reinício da contagem do requisito objetivo terá como base a pena remanescente.

§ 7º (VETADO).

Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto supõe a aceitação de seu programa e

das condições impostas pelo Juiz.

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Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o condenado que:

I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de fazê-lo imediatamente;

II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi submetido,

fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao

novo regime.

Parágrafo único. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas referidas no artigo 117

desta Lei.

Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais para a concessão de regime aberto,

sem prejuízo das seguintes condições gerais e obrigatórias:

I - permanecer no local que for designado, durante o repouso e nos dias de folga;

II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;

III - não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial;

IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for determinado.

Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições estabelecidas, de ofício, a requerimento do

Ministério Público, da autoridade administrativa ou do condenado, desde que as

circunstâncias assim o recomendem.

Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de regime aberto em residência

particular quando se tratar de:

I - condenado maior de 70 (setenta) anos;

II - condenado acometido de doença grave;

III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental;

IV - condenada gestante.

Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à forma regressiva, com a

transferência para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:

I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;

II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em

execução, torne incabível o regime (artigo 111).

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§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se, além das hipóteses referidas nos

incisos anteriores, frustrar os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa

cumulativamente imposta.

§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior, deverá ser ouvido previamente o

condenado.

Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas complementares para o cumprimento

da pena privativa de liberdade em regime aberto (artigo 36, § 1º, do Código Penal).

SEÇÃO III

Das Autorizações de Saída

SUBSEÇÃO I

Da Permissão de Saída

Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos

provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando

ocorrer um dos seguintes fatos:

I - falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão;

II - necessidade de tratamento médico (parágrafo único do artigo 14).

Parágrafo único. A permissão de saída será concedida pelo diretor do estabelecimento onde se

encontra o preso.

Art. 121. A permanência do preso fora do estabelecimento terá a duração necessária à

finalidade da saída.

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SUBSEÇÃO II

Da Saída Temporária

Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto poderão obter

autorização para saída temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos seguintes

casos:

I - visita à família;

II - freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do 2º grau ou

superior, na Comarca do Juízo da Execução;

III - participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social.

§ 1º A ausência de vigilância direta não impede a utilização de equipamento de monitoração

eletrônica pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execução.

§ 2º Não terá direito à saída temporária a que se refere o caput deste artigo o condenado que

cumpre pena por praticar crime hediondo com resultado morte.

Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da execução, ouvidos o

Ministério Público e a administração penitenciária e dependerá da satisfação dos seguintes

requisitos:

I - comportamento adequado;

II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário, e 1/4 (um

quarto), se reincidente;

III - compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.

Art. 124. A autorização será concedida por prazo não superior a 7 (sete) dias, podendo ser

renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano.

§ 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao beneficiário as seguintes condições,

entre outras que entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a situação pessoal do

condenado:

I - fornecimento do endereço onde reside a família a ser visitada ou onde poderá ser

encontrado durante o gozo do benefício;

II - recolhimento à residência visitada, no período noturno;

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III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos congêneres.

§ 2o Quando se tratar de frequência a curso profissionalizante, de instrução de ensino médio

ou superior, o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das atividades

discentes.

§ 3o Nos demais casos, as autorizações de saída somente poderão ser concedidas com prazo

mínimo de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra.

Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando o condenado praticar fato

definido como crime doloso, for punido por falta grave, desatender as condições impostas na

autorização ou revelar baixo grau de aproveitamento do curso.

Parágrafo único. A recuperação do direito à saída temporária dependerá da absolvição no

processo penal, do cancelamento da punição disciplinar ou da demonstração do merecimento

do condenado.

SEÇÃO IV

Da Remição

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir,

por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execução da pena.

§ 1o A contagem de tempo referida no caput será feita à razão de:

I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de ensino

fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação

profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias;

II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (três) dias de trabalho.

§ 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste artigo poderão ser desenvolvidas de

forma presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser certificadas pelas

autoridades educacionais competentes dos cursos frequentados.

§ 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as horas diárias de trabalho e de estudo

serão definidas de forma a se compatibilizarem.

§ 4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos

continuará a beneficiar-se com a remição.

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§ 5o O tempo a remir em função das horas de estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no caso

de conclusão do ensino fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da pena,

desde que certificada pelo órgão competente do sistema de educação.

§ 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui

liberdade condicional poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou de

educação profissional, parte do tempo de execução da pena ou do período de prova,

observado o disposto no inciso I do § 1o deste artigo.

§ 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de prisão cautelar.

§ 8o A remição será declarada pelo juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa.

Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido,

observado o disposto no art. 57, recomeçando a contagem a partir da data da infração

disciplinar.

Art. 128. O tempo remido será computado como pena cumprida, para todos os efeitos.

Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará mensalmente ao juízo da execução cópia

do registro de todos os condenados que estejam trabalhando ou estudando, com informação

dos dias de trabalho ou das horas de frequência escolar ou de atividades de ensino de cada

um deles.

§ 1o O condenado autorizado a estudar fora do estabelecimento penal deverá comprovar

mensalmente, por meio de declaração da respectiva unidade de ensino, a frequência e o

aproveitamento escolar.

§ 2o Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias remidos.

Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código Penal declarar ou atestar falsamente

prestação de serviço para fim de instruir pedido de remição.

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SEÇÃO V

Do Livramento Condicional

Art. 131. O livramento condicional poderá ser concedido pelo Juiz da execução, presentes os

requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo único, do Código Penal, ouvidos o Ministério

Público e Conselho Penitenciário.

Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as condições a que fica subordinado o

livramento.

§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as obrigações seguintes:

a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto para o trabalho;

b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;

c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem prévia autorização deste.

§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obrigações, as

seguintes:

a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à autoridade incumbida da observação

cautelar e de proteção;

b) recolher-se à habitação em hora fixada;

c) não freqüentar determinados lugares.

d) (VETADO)

Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da comarca do Juízo da execução, remeter-

se-á cópia da sentença do livramento ao Juízo do lugar para onde ele se houver transferido e à

autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção.

Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de apresentar-se imediatamente às

autoridades referidas no artigo anterior.

Art. 135. Reformada a sentença denegatória do livramento, os autos baixarão ao Juízo da

execução, para as providências cabíveis.

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Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta de livramento com a cópia integral da

sentença em 2 (duas) vias, remetendo-se uma à autoridade administrativa incumbida da

execução e outra ao Conselho Penitenciário.

Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será realizada solenemente no dia marcado

pelo Presidente do Conselho Penitenciário, no estabelecimento onde está sendo cumprida a

pena, observando-se o seguinte:

I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais condenados, pelo Presidente do

Conselho Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na falta, pelo Juiz;

II - a autoridade administrativa chamará a atenção do liberando para as condições impostas na

sentença de livramento;

III - o liberando declarará se aceita as condições.

§ 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito por quem presidir a cerimônia e

pelo liberando, ou alguém a seu rogo, se não souber ou não puder escrever.

§ 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz da execução.

Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal, ser-lhe-á entregue, além do saldo de seu

pecúlio e do que lhe pertencer, uma caderneta, que exibirá à autoridade judiciária ou

administrativa, sempre que lhe for exigida.

§ 1º A caderneta conterá:

a) a identificação do liberado;

b) o texto impresso do presente Capítulo;

c) as condições impostas.

§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado um salvo-conduto, em que constem as

condições do livramento, podendo substituir-se a ficha de identificação ou o seu retrato pela

descrição dos sinais que possam identificá-lo.

§ 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver espaço para consignar-se o cumprimento

das condições referidas no artigo 132 desta Lei.

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Art. 139. A observação cautelar e a proteção realizadas por serviço social penitenciário,

Patronato ou Conselho da Comunidade terão a finalidade de:

I - fazer observar o cumprimento das condições especificadas na sentença concessiva do

benefício;

II - proteger o beneficiário, orientando-o na execução de suas obrigações e auxiliando-o na

obtenção de atividade laborativa.

Parágrafo único. A entidade encarregada da observação cautelar e da proteção do liberado

apresentará relatório ao Conselho Penitenciário, para efeito da representação prevista nos

artigos 143 e 144 desta Lei.

Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-se-á nas hipóteses previstas nos artigos 86

e 87 do Código Penal.

Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na hipótese da revogação facultativa, o Juiz

deverá advertir o liberado ou agravar as condições.

Art. 141. Se a revogação for motivada por infração penal anterior à vigência do livramento,

computar-se-á como tempo de cumprimento da pena o período de prova, sendo permitida,

para a concessão de novo livramento, a soma do tempo das 2 (duas) penas.

Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não se computará na pena o tempo em que

esteve solto o liberado, e tampouco se concederá, em relação à mesma pena, novo livramento.

Art. 143. A revogação será decretada a requerimento do Ministério Público, mediante

representação do Conselho Penitenciário, ou, de ofício, pelo Juiz, ouvido o liberado.

Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público, da Defensoria Pública ou

mediante representação do Conselho Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá modificar as

condições especificadas na sentença, devendo o respectivo ato decisório ser lido ao liberado

por uma das autoridades ou funcionários indicados no inciso I do caput do art. 137 desta Lei,

observado o disposto nos incisos II e III e §§ 1o e 2o do mesmo artigo.

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Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz poderá ordenar a sua prisão,

ouvidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do livramento

condicional, cuja revogação, entretanto, ficará dependendo da decisão final.

Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do Ministério Público ou mediante

representação do Conselho Penitenciário, julgará extinta a pena privativa de liberdade, se

expirar o prazo do livramento sem revogação.

Seção VI

Da Monitoração Eletrônica

Art. 146-A. (VETADO).

Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por meio da monitoração eletrônica

quando:

I - (VETADO);

II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto;

III - (VETADO);

IV - determinar a prisão domiciliar;

V - (VETADO);

Parágrafo único. (VETADO).

Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos cuidados que deverá adotar com o

equipamento eletrônico e dos seguintes deveres:

I - receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica, responder aos seus

contatos e cumprir suas orientações;

II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer forma o dispositivo

de monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o faça;

III - (VETADO);

Parágrafo único. A violação comprovada dos deveres previstos neste artigo poderá acarretar,

a critério do juiz da execução, ouvidos o Ministério Público e a defesa:

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I - a regressão do regime;

II - a revogação da autorização de saída temporária;

III - (VETADO);

IV - (VETADO);

V - (VETADO);

VI - a revogação da prisão domiciliar;

VII - advertência, por escrito, para todos os casos em que o juiz da execução decida não aplicar

alguma das medidas previstas nos incisos de I a VI deste parágrafo.

Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser revogada:

I - quando se tornar desnecessária ou inadequada;

II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver sujeito durante a sua vigência

ou cometer falta grave.

CAPÍTULO II

Das Penas Restritivas de Direitos

SEÇÃO I

Disposições Gerais

Art. 147. Transitada em julgado a sentença que aplicou a pena restritiva de direitos, o Juiz da

execução, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, promoverá a execução, podendo,

para tanto, requisitar, quando necessário, a colaboração de entidades públicas ou solicitá-la a

particulares.

Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz, motivadamente, alterar, a forma de

cumprimento das penas de prestação de serviços à comunidade e de limitação de fim de

semana, ajustando-as às condições pessoais do condenado e às características do

estabelecimento, da entidade ou do programa comunitário ou estatal.

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SEÇÃO II

Da Prestação de Serviços à Comunidade

Art. 149. Caberá ao Juiz da execução:

I - designar a entidade ou programa comunitário ou estatal, devidamente credenciado ou

convencionado, junto ao qual o condenado deverá trabalhar gratuitamente, de acordo com as

suas aptidões;

II - determinar a intimação do condenado, cientificando-o da entidade, dias e horário em que

deverá cumprir a pena;

III - alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às modificações ocorridas na jornada de

trabalho.

§ 1º o trabalho terá a duração de 8 (oito) horas semanais e será realizado aos sábados,

domingos e feriados, ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a jornada normal de

trabalho, nos horários estabelecidos pelo Juiz.

§ 2º A execução terá início a partir da data do primeiro comparecimento.

Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação de serviços encaminhará mensalmente, ao

Juiz da execução, relatório circunstanciado das atividades do condenado, bem como, a

qualquer tempo, comunicação sobre ausência ou falta disciplinar.

SEÇÃO III

Da Limitação de Fim de Semana

Art. 151. Caberá ao Juiz da execução determinar a intimação do condenado, cientificando-o do

local, dias e horário em que deverá cumprir a pena.

Parágrafo único. A execução terá início a partir da data do primeiro comparecimento.

Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, durante o tempo de permanência, cursos e

palestras, ou atribuídas atividades educativas.

Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz poderá determinar

o comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação.

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Art. 153. O estabelecimento designado encaminhará, mensalmente, ao Juiz da execução,

relatório, bem assim comunicará, a qualquer tempo, a ausência ou falta disciplinar do

condenado.

SEÇÃO IV

Da Interdição Temporária de Direitos

Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à autoridade competente a pena aplicada,

determinada a intimação do condenado.

§ 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo 47, inciso I, do Código Penal, a autoridade

deverá, em 24 (vinte e quatro) horas, contadas do recebimento do ofício, baixar ato, a partir do

qual a execução terá seu início.

§ 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do Código Penal, o Juízo da execução

determinará a apreensão dos documentos, que autorizam o exercício do direito interditado.

Art. 155. A autoridade deverá comunicar imediatamente ao Juiz da execução o

descumprimento da pena.

Parágrafo único. A comunicação prevista neste artigo poderá ser feita por qualquer

prejudicado.

CAPÍTULO III

Da Suspensão Condicional

Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, a execução da

pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, na forma prevista nos artigos 77 a 82

do Código Penal.

Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar pena privativa de liberdade, na situação

determinada no artigo anterior, deverá pronunciar-se, motivadamente, sobre a suspensão

condicional, quer a conceda, quer a denegue.

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Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará as condições a que fica sujeito o

condenado, pelo prazo fixado, começando este a correr da audiência prevista no artigo 160

desta Lei.

§ 1° As condições serão adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado, devendo ser

incluída entre as mesmas a de prestar serviços à comunidade, ou limitação de fim de semana,

salvo hipótese do artigo 78, § 2º, do Código Penal.

§ 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou

mediante proposta do Conselho Penitenciário, modificar as condições e regras estabelecidas

na sentença, ouvido o condenado.

§ 3º A fiscalização do cumprimento das condições, reguladas nos Estados, Territórios e Distrito

Federal por normas supletivas, será atribuída a serviço social penitenciário, Patronato,

Conselho da Comunidade ou instituição beneficiada com a prestação de serviços,

inspecionados pelo Conselho Penitenciário, pelo Ministério Público, ou ambos, devendo o Juiz

da execução suprir, por ato, a falta das normas supletivas.

§ 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à entidade fiscalizadora, para comprovar a

observância das condições a que está sujeito, comunicará, também, a sua ocupação e os

salários ou proventos de que vive.

§ 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar imediatamente ao órgão de inspeção, para os

fins legais, qualquer fato capaz de acarretar a revogação do benefício, a prorrogação do prazo

ou a modificação das condições.

§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será feita comunicação ao Juiz e à entidade

fiscalizadora do local da nova residência, aos quais o primeiro deverá apresentar-se

imediatamente.

Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena for concedida por Tribunal, a este caberá

estabelecer as condições do benefício.

§ 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal modificar as condições estabelecidas na

sentença recorrida.

§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional da pena, poderá, todavia, conferir ao

Juízo da execução a incumbência de estabelecer as condições do benefício, e, em qualquer

caso, a de realizar a audiência admonitória.

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Art. 160. Transitada em julgado a sentença condenatória, o Juiz a lerá ao condenado, em

audiência, advertindo-o das conseqüências de nova infração penal e do descumprimento das

condições impostas.

Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital com prazo de 20 (vinte) dias, o réu não

comparecer injustificadamente à audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será

executada imediatamente a pena.

Art. 162. A revogação da suspensão condicional da pena e a prorrogação do período de prova

dar-se-ão na forma do artigo 81 e respectivos parágrafos do Código Penal.

Art. 163. A sentença condenatória será registrada, com a nota de suspensão em livro especial

do Juízo a que couber a execução da pena.

§ 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o fato averbado à margem do registro.

§ 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo para efeito de informações requisitadas por

órgão judiciário ou pelo Ministério Público, para instruir processo penal.

CAPÍTULO IV

Da Pena de Multa

Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória com trânsito em julgado, que valerá como

título executivo judicial, o Ministério Público requererá, em autos apartados, a citação do

condenado para, no prazo de 10 (dez) dias, pagar o valor da multa ou nomear bens à penhora.

§ 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou o depósito da respectiva importância,

proceder-se-á à penhora de tantos bens quantos bastem para garantir a execução.

§ 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior execução seguirão o que dispuser a lei

processual civil.

Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os autos apartados serão remetidos ao Juízo

Cível para prosseguimento.

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Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar-se-á prosseguimento nos termos do § 2º do

artigo 164, desta Lei.

Art. 167. A execução da pena de multa será suspensa quando sobrevier ao condenado doença

mental (artigo 52 do Código Penal).

Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança da multa se efetue mediante desconto no

vencimento ou salário do condenado, nas hipóteses do artigo 50, § 1º, do Código Penal,

observando-se o seguinte:

I - o limite máximo do desconto mensal será o da quarta parte da remuneração e o mínimo o

de um décimo;

II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a quem de direito;

III - o responsável pelo desconto será intimado a recolher mensalmente, até o dia fixado pelo

Juiz, a importância determinada.

Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o artigo 164 desta Lei, poderá o condenado

requerer ao Juiz o pagamento da multa em prestações mensais, iguais e sucessivas.

§ 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar diligências para verificar a real situação

econômica do condenado e, ouvido o Ministério Público, fixará o número de prestações.

§ 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar de situação econômica, o Juiz, de ofício ou a

requerimento do Ministério Público, revogará o benefício executando-se a multa, na forma

prevista neste Capítulo, ou prosseguindo-se na execução já iniciada.

Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada cumulativamente com pena privativa da

liberdade, enquanto esta estiver sendo executada, poderá aquela ser cobrada mediante

desconto na remuneração do condenado (artigo 168).

§ 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de liberdade ou obtiver livramento condicional,

sem haver resgatado a multa, far-se-á a cobrança nos termos deste Capítulo.

§ 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior aos casos em que for concedida a suspensão

condicional da pena.

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TÍTULO VI

Da Execução das Medidas de Segurança

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 171. Transitada em julgado a sentença que aplicar medida de segurança, será ordenada a

expedição de guia para a execução.

Art. 172. Ninguém será internado em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ou

submetido a tratamento ambulatorial, para cumprimento de medida de segurança, sem a guia

expedida pela autoridade judiciária.

Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento ambulatorial, extraída pelo escrivão, que a

rubricará em todas as folhas e a subscreverá com o Juiz, será remetida à autoridade

administrativa incumbida da execução e conterá:

I - a qualificação do agente e o número do registro geral do órgão oficial de identificação;

II - o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver aplicado a medida de segurança, bem

como a certidão do trânsito em julgado;

III - a data em que terminará o prazo mínimo de internação, ou do tratamento ambulatorial;

IV - outras peças do processo reputadas indispensáveis ao adequado tratamento ou

internamento.

§ 1° Ao Ministério Público será dada ciência da guia de recolhimento e de sujeição a

tratamento.

§ 2° A guia será retificada sempre que sobrevier modificações quanto ao prazo de execução.

Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de segurança, naquilo que couber, o disposto

nos artigos 8° e 9° desta Lei.

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CAPÍTULO II

Da Cessação da Periculosidade

Art. 175. A cessação da periculosidade será averiguada no fim do prazo mínimo de duração da

medida de segurança, pelo exame das condições pessoais do agente, observando-se o

seguinte:

I - a autoridade administrativa, até 1 (um) mês antes de expirar o prazo de duração mínima da

medida, remeterá ao Juiz minucioso relatório que o habilite a resolver sobre a revogação ou

permanência da medida;

II - o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico;

III - juntado aos autos o relatório ou realizadas as diligências, serão ouvidos, sucessivamente, o

Ministério Público e o curador ou defensor, no prazo de 3 (três) dias para cada um;

IV - o Juiz nomeará curador ou defensor para o agente que não o tiver;

V - o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, poderá determinar novas

diligências, ainda que expirado o prazo de duração mínima da medida de segurança;

VI - ouvidas as partes ou realizadas as diligências a que se refere o inciso anterior, o Juiz

proferirá a sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do prazo mínimo de duração da medida de

segurança, poderá o Juiz da execução, diante de requerimento fundamentado do Ministério

Público ou do interessado, seu procurador ou defensor, ordenar o exame para que se

verifique a cessação da periculosidade, procedendo-se nos termos do artigo anterior.

Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a cessação da periculosidade, observar-se-á,

no que lhes for aplicável, o disposto no artigo anterior.

Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de liberação (artigo 97, § 3º, do Código Penal),

aplicar-se-á o disposto nos artigos 132 e 133 desta Lei.

Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz expedirá ordem para a desinternação ou a

liberação.

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TÍTULO VII

Dos Incidentes de Execução

CAPÍTULO I

Das Conversões

Art. 180. A pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser convertida em

restritiva de direitos, desde que:

I - o condenado a esteja cumprindo em regime aberto;

II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 (um quarto) da pena;

III - os antecedentes e a personalidade do condenado indiquem ser a conversão

recomendável.

Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade nas hipóteses e

na forma do artigo 45 e seus incisos do Código Penal.

§ 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida quando o condenado:

a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou desatender a intimação por

edital;

b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que deva prestar serviço;

c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi imposto;

d) praticar falta grave;

e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja execução não tenha

sido suspensa.

§ 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o condenado não

comparecer ao estabelecimento designado para o cumprimento da pena, recusar-se a exercer

a atividade determinada pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a", "d" e "e"

do parágrafo anterior.

§ 3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida quando o condenado exercer,

injustificadamente, o direito interditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a" e

"e", do § 1º, deste artigo.

Art. 182. (Revogado pela Lei nº 9.268, de 1996)

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Art. 183. Quando, no curso da execução da pena privativa de liberdade, sobrevier doença

mental ou perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a requerimento do Ministério

Público, da Defensoria Pública ou da autoridade administrativa, poderá determinar a

substituição da pena por medida de segurança.

Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser convertido em internação se o agente revelar

incompatibilidade com a medida.

Parágrafo único. Nesta hipótese, o prazo mínimo de internação será de 1 (um) ano.

CAPÍTULO II

Do Excesso ou Desvio

Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução sempre que algum ato for praticado além dos

limites fixados na sentença, em normas legais ou regulamentares.

Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou desvio de execução:

I - o Ministério Público;

II - o Conselho Penitenciário;

III - o sentenciado;

IV - qualquer dos demais órgãos da execução penal.

CAPÍTULO III

Da Anistia e do Indulto

Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado ou do Ministério

Público, por proposta da autoridade administrativa ou do Conselho Penitenciário, declarará

extinta a punibilidade.

Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por petição do condenado, por iniciativa

do Ministério Público, do Conselho Penitenciário, ou da autoridade administrativa.

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Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos documentos que a instruírem, será entregue

ao Conselho Penitenciário, para a elaboração de parecer e posterior encaminhamento ao

Ministério da Justiça.

Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do processo e do prontuário, promoverá

as diligências que entender necessárias e fará, em relatório, a narração do ilícito penal e dos

fundamentos da sentença condenatória, a exposição dos antecedentes do condenado e do

procedimento deste depois da prisão, emitindo seu parecer sobre o mérito do pedido e

esclarecendo qualquer formalidade ou circunstâncias omitidas na petição.

Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com documentos e o relatório do Conselho

Penitenciário, a petição será submetida a despacho do Presidente da República, a quem serão

presentes os autos do processo ou a certidão de qualquer de suas peças, se ele o determinar.

Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos cópia do decreto, o Juiz declarará extinta a

pena ou ajustará a execução aos termos do decreto, no caso de comutação.

Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento

do interessado, do Ministério Público, ou por iniciativa do Conselho Penitenciário ou da

autoridade administrativa, providenciará de acordo com o disposto no artigo anterior.

TÍTULO VIII

Do Procedimento Judicial

Art. 194. O procedimento correspondente às situações previstas nesta Lei será judicial,

desenvolvendo-se perante o Juízo da execução.

Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de ofício, a requerimento do Ministério Público,

do interessado, de quem o represente, de seu cônjuge, parente ou descendente, mediante

proposta do Conselho Penitenciário, ou, ainda, da autoridade administrativa.

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Art. 196. A portaria ou petição será autuada ouvindo-se, em 3 (três) dias, o condenado e o

Ministério Público, quando não figurem como requerentes da medida.

§ 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz decidirá de plano, em igual prazo.

§ 2º Entendendo indispensável a realização de prova pericial ou oral, o Juiz a ordenará,

decidindo após a produção daquela ou na audiência designada.

Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.

TÍTULO IX

Das Disposições Finais e Transitórias

Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da execução penal, e ao servidor, a divulgação de

ocorrência que perturbe a segurança e a disciplina dos estabelecimentos, bem como exponha

o preso à inconveniente notoriedade, durante o cumprimento da pena.

Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado por decreto federal.

Art. 200. O condenado por crime político não está obrigado ao trabalho.

Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado, o cumprimento da prisão civil e da prisão

administrativa se efetivará em seção especial da Cadeia Pública.

Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da folha corrida, atestados ou certidões

fornecidas por autoridade policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer notícia ou referência à

condenação, salvo para instruir processo pela prática de nova infração penal ou outros casos

expressos em lei.

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Art. 203. No prazo de 6 (seis) meses, a contar da publicação desta Lei, serão editadas as

normas complementares ou regulamentares, necessárias à eficácia dos dispositivos não auto-

aplicáveis.

§ 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades Federativas, em convênio com o Ministério

da Justiça, projetar a adaptação, construção e equipamento de estabelecimentos e serviços

penais previstos nesta Lei.

§ 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser providenciada a aquisição ou desapropriação de

prédios para instalação de casas de albergados.

§ 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo poderá ser ampliado, por ato do Conselho

Nacional de Política Criminal e Penitenciária, mediante justificada solicitação, instruída com os

projetos de reforma ou de construção de estabelecimentos.

§ 4º O descumprimento injustificado dos deveres estabelecidos para as Unidades Federativas

implicará na suspensão de qualquer ajuda financeira a elas destinada pela União, para atender

às despesas de execução das penas e medidas de segurança.

Art. 204. Esta Lei entra em vigor concomitantemente com a lei de reforma da Parte Geral do

Código Penal, revogadas as disposições em contrário, especialmente a Lei nº 3.274, de 2 de

outubro de 1957.

Brasília, 11 de julho de 1984; 163º da Independência e 96º da República.

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LEI Nº 7.853, DE 24 DE OUTUBRO DE 1989

Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a

Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - Corde, institui a

tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do

Ministério Público, define crimes, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

Art. 1º Ficam estabelecidas normas gerais que asseguram o pleno exercício dos direitos

individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiências, e sua efetiva integração social,

nos termos desta Lei.

§ 1º Na aplicação e interpretação desta Lei, serão considerados os valores básicos da igualdade

de tratamento e oportunidade, da justiça social, do respeito à dignidade da pessoa humana,

do bem-estar, e outros, indicados na Constituição ou justificados pelos princípios gerais de

direito.

§ 2º As normas desta Lei visam garantir às pessoas portadoras de deficiência as ações

governamentais necessárias ao seu cumprimento e das demais disposições constitucionais e

legais que lhes concernem, afastadas as discriminações e os preconceitos de qualquer espécie,

e entendida a matéria como obrigação nacional a cargo do Poder Público e da sociedade.

Art. 2º Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas portadoras de deficiência o

pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao

trabalho, ao lazer, à previdência social, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que,

decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico.

Parágrafo único. Para o fim estabelecido no caput deste artigo, os órgãos e entidades da

administração direta e indireta devem dispensar, no âmbito de sua competência e finalidade,

aos assuntos objetos esta Lei, tratamento prioritário e adequado, tendente a viabilizar, sem

prejuízo de outras, as seguintes medidas:

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I - na área da educação:

a) a inclusão, no sistema educacional, da Educação Especial como modalidade educativa que

abranja a educação precoce, a pré-escolar, as de 1º e 2º graus, a supletiva, a habilitação e

reabilitação profissionais, com currículos, etapas e exigências de diplomação próprios;

b) a inserção, no referido sistema educacional, das escolas especiais, privadas e públicas;

c) a oferta, obrigatória e gratuita, da Educação Especial em estabelecimento público de ensino;

d) o oferecimento obrigatório de programas de Educação Especial a nível pré-escolar, em

unidades hospitalares e congêneres nas quais estejam internados, por prazo igual ou superior

a 1 (um) ano, educandos portadores de deficiência;

e) o acesso de alunos portadores de deficiência aos benefícios conferidos aos demais

educandos, inclusive material escolar, merenda escolar e bolsas de estudo;

f) a matrícula compulsória em cursos regulares de estabelecimentos públicos e particulares de

pessoas portadoras de deficiência capazes de se integrarem no sistema regular de ensino;

II - na área da saúde:

a) a promoção de ações preventivas, como as referentes ao planejamento familiar, ao

aconselhamento genético, ao acompanhamento da gravidez, do parto e do puerpério, à

nutrição da mulher e da criança, à identificação e ao controle da gestante e do feto de alto

risco, à imunização, às doenças do metabolismo e seu diagnóstico e ao encaminhamento

precoce de outras doenças causadoras de deficiência;

b) o desenvolvimento de programas especiais de prevenção de acidente do trabalho e de

trânsito, e de tratamento adequado a suas vítimas;

c) a criação de uma rede de serviços especializados em reabilitação e habilitação;

d) a garantia de acesso das pessoas portadoras de deficiência aos estabelecimentos de saúde

públicos e privados, e de seu adequado tratamento neles, sob normas técnicas e padrões de

conduta apropriados;

e) a garantia de atendimento domiciliar de saúde ao deficiente grave não internado;

f) o desenvolvimento de programas de saúde voltados para as pessoas portadoras de

deficiência, desenvolvidos com a participação da sociedade e que lhes ensejem a integração

social;

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III - na área da formação profissional e do trabalho:

a) o apoio governamental à formação profissional, e a garantia de acesso aos serviços

concernentes, inclusive aos cursos regulares voltados à formação profissional;

b) o empenho do Poder Público quanto ao surgimento e à manutenção de empregos, inclusive

de tempo parcial, destinados às pessoas portadoras de deficiência que não tenham acesso aos

empregos comuns;

c) a promoção de ações eficazes que propiciem a inserção, nos setores públicos e privado, de

pessoas portadoras de deficiência;

d) a adoção de legislação específica que discipline a reserva de mercado de trabalho, em favor

das pessoas portadoras de deficiência, nas entidades da Administração Pública e do setor

privado, e que regulamente a organização de oficinas e congêneres integradas ao mercado de

trabalho, e a situação, nelas, das pessoas portadoras de deficiência;

IV - na área de recursos humanos:

a) a formação de professores de nível médio para a Educação Especial, de técnicos de nível

médio especializados na habilitação e reabilitação, e de instrutores para formação profissional;

b) a formação e qualificação de recursos humanos que, nas diversas áreas de conhecimento,

inclusive de nível superior, atendam à demanda e às necessidades reais das pessoas

portadoras de deficiências;

c) o incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico em todas as áreas do

conhecimento relacionadas com a pessoa portadora de deficiência;

V - na área das edificações:

a) a adoção e a efetiva execução de normas que garantam a funcionalidade das edificações e

vias públicas, que evitem ou removam os óbices às pessoas portadoras de deficiência,

permitam o acesso destas a edifícios, a logradouros e a meios de transporte.

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Art. 3º As medidas judiciais destinadas à proteção de interesses coletivos, difusos, individuais

homogêneos e individuais indisponíveis da pessoa com deficiência poderão ser propostas pelo

Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela União, pelos Estados, pelos Municípios, pelo

Distrito Federal, por associação constituída há mais de 1 (um) ano, nos termos da lei civil, por

autarquia, por empresa pública e por fundação ou sociedade de economia mista que inclua,

entre suas finalidades institucionais, a proteção dos interesses e a promoção de direitos da

pessoa com deficiência.

§ 1º Para instruir a inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as

certidões e informações que julgar necessárias.

§ 2º As certidões e informações a que se refere o parágrafo anterior deverão ser fornecidas

dentro de 15 (quinze) dias da entrega, sob recibo, dos respectivos requerimentos, e só

poderão se utilizadas para a instrução da ação civil.

§ 3º Somente nos casos em que o interesse público, devidamente justificado, impuser sigilo,

poderá ser negada certidão ou informação.

§ 4º Ocorrendo a hipótese do parágrafo anterior, a ação poderá ser proposta

desacompanhada das certidões ou informações negadas, cabendo ao juiz, após apreciar os

motivos do indeferimento, e, salvo quando se tratar de razão de segurança nacional, requisitar

umas e outras; feita a requisição, o processo correrá em segredo de justiça, que cessará com o

trânsito em julgado da sentença.

§ 5º Fica facultado aos demais legitimados ativos habilitarem-se como litisconsortes nas ações

propostas por qualquer deles.

§ 6º Em caso de desistência ou abandono da ação, qualquer dos co-legitimados pode assumir

a titularidade ativa.

Art. 4º A sentença terá eficácia de coisa julgada oponível erga omnes, exceto no caso de haver

sido a ação julgada improcedente por deficiência de prova, hipótese em que qualquer

legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.

§ 1º A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação fica sujeita ao duplo

grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal.

§ 2º Das sentenças e decisões proferidas contra o autor da ação e suscetíveis de recurso,

poderá recorrer qualquer legitimado ativo, inclusive o Ministério Público.

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Art. 5º O Ministério Público intervirá obrigatoriamente nas ações públicas, coletivas ou

individuais, em que se discutam interesses relacionados à deficiência das pessoas.

Art. 6º O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar,

de qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou particular, certidões, informações, exame ou

perícias, no prazo que assinalar, não inferior a 10 (dez) dias úteis.

§ 1º Esgotadas as diligências, caso se convença o órgão do Ministério Público da inexistência de

elementos para a propositura de ação civil, promoverá fundamentadamente o arquivamento

do inquérito civil, ou das peças informativas. Neste caso, deverá remeter a reexame os autos

ou as respectivas peças, em 3 (três) dias, ao Conselho Superior do Ministério Público, que os

examinará, deliberando a respeito, conforme dispuser seu Regimento.

§ 2º Se a promoção do arquivamento for reformada, o Conselho Superior do Ministério Público

designará desde logo outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.

Art. 7º Aplicam-se à ação civil pública prevista nesta Lei, no que couber, os dispositivos da Lei

nº 7.347, de 24 de julho de 1985.

Art. 8º Constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa:

I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar

inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou

privado, em razão de sua deficiência;

II - obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém a qualquer cargo ou emprego

público, em razão de sua deficiência;

III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa em razão de sua deficiência;

IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de prestar assistência médico-

hospitalar e ambulatorial à pessoa com deficiência;

V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de ordem judicial expedida na ação civil a

que alude esta Lei;

VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil

pública objeto desta Lei, quando requisitados.

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§ 1º Se o crime for praticado contra pessoa com deficiência menor de 18 (dezoito) anos, a

pena é agravada em 1/3 (um terço).

§ 2º A pena pela adoção deliberada de critérios subjetivos para indeferimento de inscrição, de

aprovação e de cumprimento de estágio probatório em concursos públicos não exclui a

responsabilidade patrimonial pessoal do administrador público pelos danos causados.

§ 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou dificulta o ingresso de pessoa com

deficiência em planos privados de assistência à saúde, inclusive com cobrança de valores

diferenciados.

§ 4º Se o crime for praticado em atendimento de urgência e emergência, a pena é agravada

em 1/3 (um terço).

Art. 9º A Administração Pública Federal conferirá aos assuntos relativos às pessoas portadoras

de deficiência tratamento prioritário e apropriado, para que lhes seja efetivamente ensejado o

pleno exercício de seus direitos individuais e sociais, bem como sua completa integração

social.

§ 1º Os assuntos a que alude este artigo serão objeto de ação, coordenada e integrada, dos

órgãos da Administração Pública Federal, e incluir-se-ão em Política Nacional para Integração

da Pessoa Portadora de Deficiência, na qual estejam compreendidos planos, programas e

projetos sujeitos a prazos e objetivos determinados.

§ 2º Ter-se-ão como integrantes da Administração Pública Federal, para os fins desta Lei, além

dos órgãos públicos, das autarquias, das empresas públicas e sociedades de economia mista,

as respectivas subsidiárias e as fundações públicas.

Art. 10. A coordenação superior dos assuntos, ações governamentais e medidas referentes a

pessoas portadoras de deficiência caberá à Secretaria Especial dos Direitos Humanos da

Presidência da República.

Parágrafo único. Ao órgão a que se refere este artigo caberá formular a Política Nacional para

a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, seus planos, programas e projetos e cumprir

as instruções superiores que lhes digam respeito, com a cooperação dos demais órgãos

públicos.

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Art. 11. (Revogado pela Lei nº 8.028, de 1990)

Art. 12. Compete à Corde:

I - coordenar as ações governamentais e medidas que se refiram às pessoas portadoras de

deficiência;

II - elaborar os planos, programas e projetos subsumidos na Política Nacional para a

Integração de Pessoa Portadora de Deficiência, bem como propor as providências necessárias

a sua completa implantação e seu adequado desenvolvimento, inclusive as pertinentes a

recursos e as de caráter legislativo;

III - acompanhar e orientar a execução, pela Administração Pública Federal, dos planos,

programas e projetos mencionados no inciso anterior;

IV - manifestar-se sobre a adequação à Política Nacional para a Integração da Pessoa

Portadora de Deficiência dos projetos federais a ela conexos, antes da liberação dos recursos

respectivos;

V - manter, com os Estados, Municípios, Territórios, o Distrito Federal, e o Ministério Público,

estreito relacionamento, objetivando a concorrência de ações destinadas à integração social

das pessoas portadoras de deficiência;

VI - provocar a iniciativa do Ministério Público, ministrando-lhe informações sobre fatos que

constituam objeto da ação civil de que esta Lei, e indicando-lhe os elementos de convicção;

VII - emitir opinião sobre os acordos, contratos ou convênios firmados pelos demais órgãos da

Administração Pública Federal, no âmbito da Política Nacional para a Integração da Pessoa

Portadora de Deficiência;

VIII - promover e incentivar a divulgação e o debate das questões concernentes à pessoa

portadora de deficiência, visando à conscientização da sociedade.

Parágrafo único. Na elaboração dos planos, programas e projetos a seu cargo, deverá a Corde

recolher, sempre que possível, a opinião das pessoas e entidades interessadas, bem como

considerar a necessidade de efetivo apoio aos entes particulares voltados para a integração

social das pessoas portadoras de deficiência.

Art. 13. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001)

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Art. 14. (Vetado).

Art. 15. Para atendimento e fiel cumprimento do que dispõe esta Lei, será reestruturada a

Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação, e serão instituídos, no Ministério

do Trabalho, no Ministério da Saúde e no Ministério da Previdência e Assistência Social, órgão

encarregados da coordenação setorial dos assuntos concernentes às pessoas portadoras de

deficiência.

Art. 16. O Poder Executivo adotará, nos 60 (sessenta) dias posteriores à vigência desta Lei, as

providências necessárias à reestruturação e ao regular funcionamento da Corde, como

aquelas decorrentes do artigo anterior.

Art. 17. Serão incluídas no censo demográfico de 1990, e nos subseqüentes, questões

concernentes à problemática da pessoa portadora de deficiência, objetivando o conhecimento

atualizado do número de pessoas portadoras de deficiência no País.

Parágrafo único. Os censos demográficos realizados a partir de 2019 incluirão as

especificidades inerentes ao transtorno do espectro autista, em consonância com o § 2º do art.

1º da Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012.

Art. 18. Os órgãos federais desenvolverão, no prazo de 12 (doze) meses contado da publicação

desta Lei, as ações necessárias à efetiva implantação das medidas indicadas no art. 2º desta

Lei.

Art. 19. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 20. Revogam-se as disposições em contrário.

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990

Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

Título I

Das Disposições Preliminares

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.

Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade

incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.

Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às

pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.

Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa

humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei

ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o

desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de

dignidade.

Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e

adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou

cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem,

condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que

diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem.

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Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público

assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à

alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao

respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:

a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;

b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;

c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;

d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à

infância e à juventude.

Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência,

discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer

atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.

Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as

exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar

da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.

Título II

Dos Direitos Fundamentais

Capítulo I

Do Direito à Vida e à Saúde

Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação

de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e

harmonioso, em condições dignas de existência.

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Art. 8º É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às políticas de saúde da

mulher e de planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção

humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal

integral no âmbito do Sistema Único de Saúde.

§ 1º O atendimento pré-natal será realizado por profissionais da atenção primária.

§ 2º Os profissionais de saúde de referência da gestante garantirão sua vinculação, no último

trimestre da gestação, ao estabelecimento em que será realizado o parto, garantido o direito

de opção da mulher.

§ 3º Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegurarão às mulheres e aos seus filhos

recém-nascidos alta hospitalar responsável e contrarreferência na atenção primária, bem

como o acesso a outros serviços e a grupos de apoio à amamentação.

§ 4º Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, no

período pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do

estado puerperal.

§ 5º A assistência referida no § 4º deste artigo deverá ser prestada também a gestantes e mães

que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção, bem como a gestantes e mães

que se encontrem em situação de privação de liberdade.

§ 6º A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompanhante de sua preferência durante

o período do pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato.

§ 7º A gestante deverá receber orientação sobre aleitamento materno, alimentação

complementar saudável e crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre formas de

favorecer a criação de vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento integral da criança.

§ 8º A gestante tem direito a acompanhamento saudável durante toda a gestação e a parto

natural cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras intervenções cirúrgicas

por motivos médicos.

§ 9º A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante que não iniciar ou que

abandonar as consultas de pré-natal, bem como da puérpera que não comparecer às

consultas pós-parto.

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§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher com filho na primeira infância

que se encontrem sob custódia em unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda

às normas sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para o acolhimento do filho,

em articulação com o sistema de ensino competente, visando ao desenvolvimento integral da

criança.

Art. 8º-A. Fica instituída a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, a ser

realizada anualmente na semana que incluir o dia 1º de fevereiro, com o objetivo de

disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a

redução da incidência da gravidez na adolescência.

Parágrafo único. As ações destinadas a efetivar o disposto no caput deste artigo ficarão a

cargo do poder público, em conjunto com organizações da sociedade civil, e serão dirigidas

prioritariamente ao público adolescente.

Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas

ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de

liberdade.

§ 1º Os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão ações sistemáticas,

individuais ou coletivas, visando ao planejamento, à implementação e à avaliação de ações de

promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação complementar saudável,

de forma contínua.

§ 2º Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal deverão dispor de banco de leite

humano ou unidade de coleta de leite humano.

Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e

particulares, são obrigados a:

I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo

de dezoito anos;

II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da

impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade

administrativa competente;

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III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no

metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;

IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do

parto e do desenvolvimento do neonato;

V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe.

VI - acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orientações quanto à

técnica adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo

técnico já existente.

Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saúde da criança e do

adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade

no acesso a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde.

§ 1º A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem discriminação ou

segregação, em suas necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação.

§ 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àqueles que necessitarem,

medicamentos, órteses, próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento,

habilitação ou reabilitação para crianças e adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado

voltadas às suas necessidades específicas.

§ 3º Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente de crianças na primeira

infância receberão formação específica e permanente para a detecção de sinais de risco para o

desenvolvimento psíquico, bem como para o acompanhamento que se fizer necessário.

Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive as unidades neonatais, de

terapia intensiva e de cuidados intermediários, deverão proporcionar condições para a

permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de

criança ou adolescente.

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Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou

degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente

comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras

providências legais.

§ 1º As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção

serão obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da

Juventude.

§ 2º Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entrada, os serviços de assistência

social em seu componente especializado, o Centro de Referência Especializado de Assistência

Social (Creas) e os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do

Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao atendimento das crianças na faixa etária

da primeira infância com suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza,

formulando projeto terapêutico singular que inclua intervenção em rede e, se necessário,

acompanhamento domiciliar.

Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica

para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e

campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos.

§ 1º É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades

sanitárias.

§ 2º O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde bucal das crianças e das

gestantes, de forma transversal, integral e intersetorial com as demais linhas de cuidado

direcionadas à mulher e à criança.

§ 3º A atenção odontológica à criança terá função educativa protetiva e será prestada,

inicialmente, antes de o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e,

posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos de vida, com orientações sobre saúde

bucal.

§ 4º A criança com necessidade de cuidados odontológicos especiais será atendida pelo

Sistema Único de Saúde.

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§ 5 º É obrigatória a aplicação a todas as crianças, nos seus primeiros dezoito meses de vida,

de protocolo ou outro instrumento construído com a finalidade de facilitar a detecção, em

consulta pediátrica de acompanhamento da criança, de risco para o seu desenvolvimento

psíquico.

Capítulo II

Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade

Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como

pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos

e sociais garantidos na Constituição e nas leis.

Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:

I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições

legais;

II - opinião e expressão;

III - crença e culto religioso;

IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;

V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;

VI - participar da vida política, na forma da lei;

VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.

Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral

da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da

autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.

Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de

qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

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Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de

castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina,

educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos

responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer

pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.

Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se:

I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física

sobre a criança ou o adolescente que resulte em:

a) sofrimento físico; ou

b) lesão;

II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relação à

criança ou ao adolescente que:

a) humilhe; ou

b) ameace gravemente; ou

c) ridicularize.

Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos

executores de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças

e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou

tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer

outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes

medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso:

I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;

II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;

III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;

IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado;

V - advertência.

Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem

prejuízo de outras providências legais.

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Capítulo III

Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária

Seção I

Disposições Gerais

Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e,

excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em

ambiente que garanta seu desenvolvimento integral.

§ 1º Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou

institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 3 (três) meses, devendo a

autoridade judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe

interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de

reintegração familiar ou pela colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades

previstas no art. 28 desta Lei.

§ 2º A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não

se prolongará por mais de 18 (dezoito meses), salvo comprovada necessidade que atenda ao

seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária.

§ 3º A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente à sua família terá preferência

em relação a qualquer outra providência, caso em que será esta incluída em serviços e

programas de proteção, apoio e promoção, nos termos do § 1º do art. 23, dos incisos I e IV

do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei.

§ 4º Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de

liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de

acolhimento institucional, pela entidade responsável, independentemente de autorização judicial.

§ 5º Será garantida a convivência integral da criança com a mãe adolescente que estiver em

acolhimento institucional.

§ 6º A mãe adolescente será assistida por equipe especializada multidisciplinar.

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Art. 19-A. A gestante ou mãe que manifeste interesse em entregar seu filho para adoção, antes

ou logo após o nascimento, será encaminhada à Justiça da Infância e da Juventude.

§ 1º A gestante ou mãe será ouvida pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da

Juventude, que apresentará relatório à autoridade judiciária, considerando inclusive os

eventuais efeitos do estado gestacional e puerperal.

§ 2º De posse do relatório, a autoridade judiciária poderá determinar o encaminhamento da

gestante ou mãe, mediante sua expressa concordância, à rede pública de saúde e assistência

social para atendimento especializado.

§ 3º A busca à família extensa, conforme definida nos termos do parágrafo único do art. 25

desta Lei, respeitará o prazo máximo de 90 (noventa) dias, prorrogável por igual período.

§ 4º Na hipótese de não haver a indicação do genitor e de não existir outro representante da

família extensa apto a receber a guarda, a autoridade judiciária competente deverá decretar a

extinção do poder familiar e determinar a colocação da criança sob a guarda provisória de

quem estiver habilitado a adotá-la ou de entidade que desenvolva programa de acolhimento

familiar ou institucional.

§ 5º Após o nascimento da criança, a vontade da mãe ou de ambos os genitores, se houver pai

registral ou pai indicado, deve ser manifestada na audiência a que se refere o § 1º do art. 166

desta Lei, garantido o sigilo sobre a entrega.

§ 6º Na hipótese de não comparecerem à audiência nem o genitor nem representante da

família extensa para confirmar a intenção de exercer o poder familiar ou a guarda, a

autoridade judiciária suspenderá o poder familiar da mãe, e a criança será colocada sob a

guarda provisória de quem esteja habilitado a adotá-la.

§ 7º Os detentores da guarda possuem o prazo de 15 (quinze) dias para propor a ação de

adoção, contado do dia seguinte à data do término do estágio de convivência.

§ 8º Na hipótese de desistência pelos genitores - manifestada em audiência ou perante a

equipe interprofissional - da entrega da criança após o nascimento, a criança será mantida

com os genitores, e será determinado pela Justiça da Infância e da Juventude o

acompanhamento familiar pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias.

§ 9º É garantido à mãe o direito ao sigilo sobre o nascimento, respeitado o disposto no art. 48

desta Lei.

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§ 10. Serão cadastrados para adoção recém-nascidos e crianças acolhidas não procuradas por

suas famílias no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir do dia do acolhimento.

Art. 19-B. A criança e o adolescente em programa de acolhimento institucional ou familiar

poderão participar de programa de apadrinhamento.

§ 1º O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança e ao adolescente

vínculos externos à instituição para fins de convivência familiar e comunitária e colaboração

com o seu desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional e

financeiro.

§ 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas

nos cadastros de adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos pelo programa de

apadrinhamento de que fazem parte.

§ 3º Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adolescente a fim de colaborar para o seu

desenvolvimento.

§ 4º O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado será definido no âmbito de cada

programa de apadrinhamento, com prioridade para crianças ou adolescentes com remota

possibilidade de reinserção familiar ou colocação em família adotiva.

§ 5º Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados pela Justiça da Infância e da

Juventude poderão ser executados por órgãos públicos ou por organizações da sociedade

civil.

§ 6º Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os responsáveis pelo programa e pelos

serviços de acolhimento deverão imediatamente notificar a autoridade judiciária competente.

Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos

direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.

Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na

forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de

discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da divergência.

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Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores,

cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as

determinações judiciais.

Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais e deveres e

responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da criança, devendo ser

resguardado o direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os

direitos da criança estabelecidos nesta Lei.

Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda

ou a suspensão do poder familiar.

§ 1º Não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da medida, a criança ou o

adolescente será mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser

incluída em serviços e programas oficiais de proteção, apoio e promoção.

§ 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder familiar,

exceto na hipótese de condenação por crime doloso sujeito à pena de reclusão contra outrem

igualmente titular do mesmo poder familiar ou contra filho, filha ou outro descendente.

Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas judicialmente, em

procedimento contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de

descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a que alude o art. 22.

Seção II

Da Família Natural

Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e

seus descendentes.

Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além

da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais

a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade.

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Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou

separadamente, no próprio termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou

outro documento público, qualquer que seja a origem da filiação.

Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou suceder-lhe ao

falecimento, se deixar descendentes.

Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e

imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer

restrição, observado o segredo de Justiça.

Seção III

Da Família Substituta

Subseção I

Disposições Gerais

Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção,

independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei.

§ 1º Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe

interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as

implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada.

§ 2º Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário seu consentimento,

colhido em audiência.

§ 3º Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a relação de

afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências decorrentes da

medida.

§ 4º Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma família

substituta, ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou outra situação que

justifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em qualquer

caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais.

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§ 5º A colocação da criança ou adolescente em família substituta será precedida de sua

preparação gradativa e acompanhamento posterior, realizados pela equipe interprofissional a

serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos

responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar.

§ 6º Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de comunidade

remanescente de quilombo, é ainda obrigatório:

I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural, os seus costumes e

tradições, bem como suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com os direitos

fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal;

II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a

membros da mesma etnia;

III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela política

indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe

interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso.

Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele, por qualquer

modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar

adequado.

Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá transferência da criança ou adolescente

a terceiros ou a entidades governamentais ou não-governamentais, sem autorização judicial.

Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional, somente

admissível na modalidade de adoção.

Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará compromisso de bem e

fielmente desempenhar o encargo, mediante termo nos autos.

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Subseção II

Da Guarda

Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou

adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.

§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou

incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por

estrangeiros.

§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a

situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido

o direito de representação para a prática de atos determinados.

§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e

efeitos de direito, inclusive previdenciários.

§ 4º Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário, da autoridade judiciária

competente, ou quando a medida for aplicada em preparação para adoção, o deferimento da

guarda de criança ou adolescente a terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos

pais, assim como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação

específica, a pedido do interessado ou do Ministério Público.

Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assistência jurídica, incentivos fiscais e

subsídios, o acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente afastado do

convívio familiar.

§ 1º A inclusão da criança ou adolescente em programas de acolhimento familiar terá

preferência a seu acolhimento institucional, observado, em qualquer caso, o caráter

temporário e excepcional da medida, nos termos desta Lei.

§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo a pessoa ou casal cadastrado no programa de

acolhimento familiar poderá receber a criança ou adolescente mediante guarda, observado o

disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei.

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§ 3º A União apoiará a implementação de serviços de acolhimento em família acolhedora como

política pública, os quais deverão dispor de equipe que organize o acolhimento temporário de

crianças e de adolescentes em residências de famílias selecionadas, capacitadas e

acompanhadas que não estejam no cadastro de adoção.

§ 4º Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, distritais e municipais para a

manutenção dos serviços de acolhimento em família acolhedora, facultando-se o repasse de

recursos para a própria família acolhedora.

Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, mediante ato judicial fundamentado,

ouvido o Ministério Público.

Subseção III

Da Tutela

Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18 (dezoito) anos

incompletos.

Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação da perda ou

suspensão do poder familiar e implica necessariamente o dever de guarda.

Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento autêntico, conforme

previsto no parágrafo único do art. 1.729 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código

Civil , deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da sucessão, ingressar com pedido

destinado ao controle judicial do ato, observando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170

desta Lei.

Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão observados os requisitos previstos nos arts.

28 e 29 desta Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de última

vontade, se restar comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra

pessoa em melhores condições de assumi-la.

Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24.

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Subseção IV

Da Adoção

Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o disposto nesta Lei.

§ 1º A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando

esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou

extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei.

§ 2º É vedada a adoção por procuração.

§ 3º Em caso de conflito entre direitos e interesses do adotando e de outras pessoas, inclusive

seus pais biológicos, devem prevalecer os direitos e os interesses do adotando.

Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo se já

estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes.

Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres,

inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os

impedimentos matrimoniais.

§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantêm-se os vínculos de

filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos parentes.

§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes, o adotante, seus

ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação

hereditária.

Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado civil.

§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando.

§ 2º Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou

mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família.

§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando.

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§ 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os eX -companheiros podem adotar

conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o

estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja

comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da

guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão.

§ 5º Nos casos do § 4º deste artigo, desde que demonstrado efetivo benefício ao adotando,

será assegurada a guarda compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei n o 10.406, de

10 de janeiro de 2002 - Código Civil .

§ 6º A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade,

vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença.

Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-

se em motivos legítimos.

Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu alcance, não pode o tutor

ou o curador adotar o pupilo ou o curatelado.

Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando.

§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam

desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder familiar.

§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será também necessário o seu

consentimento.

Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente, pelo

prazo máximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade da criança ou adolescente e as

peculiaridades do caso.

§ 1º O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou

guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a

conveniência da constituição do vínculo.

§ 2º A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da realização do estágio de

convivência.

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§ 2º -A. O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo pode ser prorrogado por até igual

período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.

§ 3º Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora do País, o estágio de

convivência será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias,

prorrogável por até igual período, uma única vez, mediante decisão fundamentada da

autoridade judiciária.

§ 3º -A. Ao final do prazo previsto no § 3º deste artigo, deverá ser apresentado laudo

fundamentado pela equipe mencionada no § 4º deste artigo, que recomendará ou não o

deferimento da adoção à autoridade judiciária.

§ 4º O estágio de convivência será acompanhado pela equipe interprofissional a serviço da

Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis

pela execução da política de garantia do direito à convivência familiar, que apresentarão

relatório minucioso acerca da conveniência do deferimento da medida.

§ 5º O estágio de convivência será cumprido no território nacional, preferencialmente na

comarca de residência da criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe,

respeitada, em qualquer hipótese, a competência do juízo da comarca de residência da

criança.

Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro civil

mediante mandado do qual não se fornecerá certidão.

§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus

ascendentes.

§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original do adotado.

§ 3º A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório do Registro Civil do

Município de sua residência.

§ 4º Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas certidões do registro.

§ 5º A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles,

poderá determinar a modificação do prenome.

§ 6º Caso a modificação de prenome seja requerida pelo adotante, é obrigatória a oitiva do

adotando, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta Lei.

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§ 7º A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença constitutiva,

exceto na hipótese prevista no § 6º do art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa à

data do óbito.

§ 8º O processo relativo à adoção assim como outros a ele relacionados serão mantidos em

arquivo, admitindo-se seu armazenamento em microfilme ou por outros meios, garantida a

sua conservação para consulta a qualquer tempo.

§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o adotando for criança ou

adolescente com deficiência ou com doença crônica.

§ 10. O prazo máximo para conclusão da ação de adoção será de 120 (cento e vinte) dias,

prorrogável uma única vez por igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade

judiciária.

Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso

irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após

completar 18 (dezoito) anos.

Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser também deferido ao adotado

menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e

psicológica.

Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos pais naturais.

Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um registro de

crianças e adolescentes em condições de serem adotados e outro de pessoas interessadas na

adoção.

§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta aos órgãos técnicos do juizado,

ouvido o Ministério Público.

§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não satisfizer os requisitos legais, ou

verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 29.

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§ 3º A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um período de preparação

psicossocial e jurídica, orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude,

preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal

de garantia do direito à convivência familiar.

§ 4º Sempre que possível e recomendável, a preparação referida no § 3º deste artigo incluirá o

contato com crianças e adolescentes em acolhimento familiar ou institucional em condições de

serem adotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da

Justiça da Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de

acolhimento e pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar.

§ 5º Serão criados e implementados cadastros estaduais e nacional de crianças e adolescentes

em condições de serem adotados e de pessoas ou casais habilitados à adoção.

§ 6º Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residentes fora do País, que somente

serão consultados na inexistência de postulantes nacionais habilitados nos cadastros

mencionados no § 5º deste artigo.

§ 7º As autoridades estaduais e federais em matéria de adoção terão acesso integral aos

cadastros, incumbindo-lhes a troca de informações e a cooperação mútua, para melhoria do

sistema.

§ 8º A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a inscrição

das crianças e adolescentes em condições de serem adotados que não tiveram colocação

familiar na comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à

adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no § 5º deste artigo, sob pena de

responsabilidade.

§ 9º Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manutenção e correta alimentação dos

cadastros, com posterior comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira.

§ 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência de pretendentes habilitados residentes

no País com perfil compatível e interesse manifesto pela adoção de criança ou adolescente

inscrito nos cadastros existentes, será realizado o encaminhamento da criança ou adolescente

à adoção internacional.

§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em sua adoção, a criança ou o

adolescente, sempre que possível e recomendável, será colocado sob guarda de família

cadastrada em programa de acolhimento familiar.

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§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos postulantes à adoção serão

fiscalizadas pelo Ministério Público.

§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato domiciliado no Brasil não

cadastrado previamente nos termos desta Lei quando:

I - se tratar de pedido de adoção unilateral;

II - for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente mantenha vínculos de

afinidade e afetividade;

III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de 3 (três) anos

ou adolescente, desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços de

afinidade e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações

previstas nos arts. 237ºu 238 desta Lei.

§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato deverá comprovar, no curso do

procedimento, que preenche os requisitos necessários à adoção, conforme previsto nesta Lei.

§ 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas interessadas em adotar criança ou

adolescente com deficiência, com doença crônica ou com necessidades específicas de saúde,

além de grupo de irmãos.

Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual o pretendente possui residência

habitual em país-parte da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das

Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, promulgada pelo Decreto

n o 3.087, de 21 junho de 1999 , e deseja adotar criança em outro país-parte da Convenção.

§ 1º A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou domiciliado no Brasil

somente terá lugar quando restar comprovado:

I - que a colocação em família adotiva é a solução adequada ao caso concreto;

II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança ou adolescente em

família adotiva brasileira, com a comprovação, certificada nos autos, da inexistência de

adotantes habilitados residentes no Brasil com perfil compatível com a criança ou adolescente,

após consulta aos cadastros mencionados nesta Lei;

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III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado, por meios adequados

ao seu estágio de desenvolvimento, e que se encontra preparado para a medida, mediante

parecer elaborado por equipe interprofissional, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28

desta Lei.

§ 2º Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estrangeiros, nos casos de

adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro.

§ 3º A adoção internacional pressupõe a intervenção das Autoridades Centrais Estaduais e

Federal em matéria de adoção internacional.

§ 4º (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta

Lei, com as seguintes adaptações:

I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança ou adolescente brasileiro,

deverá formular pedido de habilitação à adoção perante a Autoridade Central em matéria de

adoção internacional no país de acolhida, assim entendido aquele onde está situada sua

residência habitual;

II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que os solicitantes estão habilitados

e aptos para adotar, emitirá um relatório que contenha informações sobre a identidade, a

capacidade jurídica e adequação dos solicitantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e

médica, seu meio social, os motivos que os animam e sua aptidão para assumir uma adoção

internacional;

III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o relatório à Autoridade Central Estadual,

com cópia para a Autoridade Central Federal Brasileira;

IV - o relatório será instruído com toda a documentação necessária, incluindo estudo

psicossocial elaborado por equipe interprofissional habilitada e cópia autenticada da legislação

pertinente, acompanhada da respectiva prova de vigência;

V - os documentos em língua estrangeira serão devidamente autenticados pela autoridade

consular, observados os tratados e convenções internacionais, e acompanhados da respectiva

tradução, por tradutor público juramentado;

VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e solicitar complementação sobre o

estudo psicossocial do postulante estrangeiro à adoção, já realizado no país de acolhida;

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VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade Central Estadual, a compatibilidade da

legislação estrangeira com a nacional, além do preenchimento por parte dos postulantes à

medida dos requisitos objetivos e subjetivos necessários ao seu deferimento, tanto à luz do

que dispõe esta Lei como da legislação do país de acolhida, será expedido laudo de habilitação

à adoção internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um) ano;

VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será autorizado a formalizar pedido de

adoção perante o Juízo da Infância e da Juventude do local em que se encontra a criança ou

adolescente, conforme indicação efetuada pela Autoridade Central Estadual.

§ 1º Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, admite-se que os pedidos de

habilitação à adoção internacional sejam intermediados por organismos credenciados.

§ 2º Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o credenciamento de organismos

nacionais e estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de habilitação à adoção

internacional, com posterior comunicação às Autoridades Centrais Estaduais e publicação nos

órgãos oficiais de imprensa e em sítio próprio da internet.

§ 3º Somente será admissível o credenciamento de organismos que:

I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de Haia e estejam devidamente

credenciados pela Autoridade Central do país onde estiverem sediados e no país de acolhida

do adotando para atuar em adoção internacional no Brasil;

II - satisfizerem as condições de integridade moral, competência profissional, experiência e

responsabilidade exigidas pelos países respectivos e pela Autoridade Central Federal

Brasileira;

III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua formação e experiência para atuar na

área de adoção internacional;

IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento jurídico brasileiro e pelas normas

estabelecidas pela Autoridade Central Federal Brasileira.

§ 4º Os organismos credenciados deverão ainda:

I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e dentro dos limites fixados pelas

autoridades competentes do país onde estiverem sediados, do país de acolhida e pela

Autoridade Central Federal Brasileira;

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II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e de reconhecida idoneidade moral,

com comprovada formação ou experiência para atuar na área de adoção internacional,

cadastradas pelo Departamento de Polícia Federal e aprovadas pela Autoridade Central

Federal Brasileira, mediante publicação de portaria do órgão federal competente;

III - estar submetidos à supervisão das autoridades competentes do país onde estiverem

sediados e no país de acolhida, inclusive quanto à sua composição, funcionamento e situação

financeira;

IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a cada ano, relatório geral das

atividades desenvolvidas, bem como relatório de acompanhamento das adoções

internacionais efetuadas no período, cuja cópia será encaminhada ao Departamento de Polícia

Federal;

V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade Central Estadual, com cópia para a

Autoridade Central Federal Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois) anos. O envio do

relatório será mantido até a juntada de cópia autenticada do registro civil, estabelecendo a

cidadania do país de acolhida para o adotado;

VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os adotantes encaminhem à Autoridade

Central Federal Brasileira cópia da certidão de registro de nascimento estrangeira e do

certificado de nacionalidade tão logo lhes sejam concedidos.

§ 5º A não apresentação dos relatórios referidos no § 4º deste artigo pelo organismo

credenciado poderá acarretar a suspensão de seu credenciamento.

§ 6º O credenciamento de organismo nacional ou estrangeiro encarregado de intermediar

pedidos de adoção internacional terá validade de 2 (dois) anos.

§ 7º A renovação do credenciamento poderá ser concedida mediante requerimento

protocolado na Autoridade Central Federal Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao

término do respectivo prazo de validade.

§ 8º Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu a adoção internacional, não será

permitida a saída do adotando do território nacional.

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§ 9º Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária determinará a expedição de alvará

com autorização de viagem, bem como para obtenção de passaporte, constando,

obrigatoriamente, as características da criança ou adolescente adotado, como idade, cor, sexo,

eventuais sinais ou traços peculiares, assim como foto recente e a aposição da impressão

digital do seu polegar direito, instruindo o documento com cópia autenticada da decisão e

certidão de trânsito em julgado.

§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a qualquer momento, solicitar

informações sobre a situação das crianças e adolescentes adotados

§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismos credenciados, que sejam considerados

abusivos pela Autoridade Central Federal Brasileira e que não estejam devidamente

comprovados, é causa de seu descredenciamento.

§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser representados por mais de uma

entidade credenciada para atuar na cooperação em adoção internacional.

§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado fora do Brasil terá validade

máxima de 1 (um) ano, podendo ser renovada.

§ 14. É vedado o contato direto de representantes de organismos de adoção, nacionais ou

estrangeiros, com dirigentes de programas de acolhimento institucional ou familiar, assim

como com crianças e adolescentes em condições de serem adotados, sem a devida

autorização judicial.

§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar ou suspender a concessão de

novos credenciamentos sempre que julgar necessário, mediante ato administrativo

fundamentado.

Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e descredenciamento, o repasse de

recursos provenientes de organismos estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de

adoção internacional a organismos nacionais ou a pessoas físicas.

Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão ser efetuados via Fundo dos Direitos da

Criança e do Adolescente e estarão sujeitos às deliberações do respectivo Conselho de Direitos

da Criança e do Adolescente

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Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior em país ratificante da Convenção de

Haia, cujo processo de adoção tenha sido processado em conformidade com a legislação

vigente no país de residência e atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida

Convenção, será automaticamente recepcionada com o reingresso no Brasil.

§ 1º Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da Convenção de Haia,

deverá a sentença ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.

§ 2º O pretendente brasileiro residente no exterior em país não ratificante da Convenção de

Haia, uma vez reingressado no Brasil, deverá requerer a homologação da sentença estrangeira

pelo Superior Tribunal de Justiça.

Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida, a decisão da

autoridade competente do país de origem da criança ou do adolescente será conhecida pela

Autoridade Central Estadual que tiver processado o pedido de habilitação dos pais adotivos,

que comunicará o fato à Autoridade Central Federal e determinará as providências necessárias

à expedição do Certificado de Naturalização Provisório.

§ 1º A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Público, somente deixará de

reconhecer os efeitos daquela decisão se restar demonstrado que a adoção é manifestamente

contrária à ordem pública ou não atende ao interesse superior da criança ou do adolescente.

§ 2º Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista no § 1º deste artigo, o Ministério

Público deverá imediatamente requerer o que for de direito para resguardar os interesses da

criança ou do adolescente, comunicando-se as providências à Autoridade Central Estadual,

que fará a comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira e à Autoridade Central do país

de origem.

Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida e a adoção não

tenha sido deferida no país de origem porque a sua legislação a delega ao país de acolhida, ou,

ainda, na hipótese de, mesmo com decisão, a criança ou o adolescente ser oriundo de país que

não tenha aderido à Convenção referida, o processo de adoção seguirá as regras da adoção

nacional.

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Capítulo IV

Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer

Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento

de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho,

assegurando-se-lhes:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - direito de ser respeitado por seus educadores;

III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares

superiores;

IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;

V - acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se vagas no

mesmo estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da

educação básica.

Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem

como participar da definição das propostas educacionais.

Art. 53-A. É dever da instituição de ensino, clubes e agremiações recreativas e de

estabelecimentos congêneres assegurar medidas de conscientização, prevenção e

enfrentamento ao uso ou dependência de drogas ilícitas.

Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:

I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso

na idade própria;

II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;

III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente

na rede regular de ensino;

IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade;

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a

capacidade de cada um;

VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador;

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VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material

didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.

§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.

§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular

importa responsabilidade da autoridade competente.

§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a

chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela freqüência à escola.

Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede

regular de ensino.

Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho

Tutelar os casos de:

I - maus-tratos envolvendo seus alunos;

II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares;

III - elevados níveis de repetência.

Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas relativas a

calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de

crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório.

Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos

próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da

criação e o acesso às fontes de cultura.

Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e facilitarão a

destinação de recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas

para a infância e a juventude.

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Capítulo V

Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho

Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição

de aprendiz.

Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial, sem

prejuízo do disposto nesta Lei.

Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada segundo as

diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.

Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes princípios:

I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular;

II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;

III - horário especial para o exercício das atividades.

Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de aprendizagem.

Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegurados os direitos

trabalhistas eprevidenciários.

Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido.

Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola

técnica, assistido em entidade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:

I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte;

II - perigoso, insalubre ou penoso;

III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico,

moral e social;

IV - realizado em horários e locais que não permitam a freqüência à escola.

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Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob responsabilidade de

entidade governamental ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao

adolescente que dele participe condições de capacitação para o exercício de atividade regular

remunerada.

§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exigências pedagógicas

relativas ao desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem sobre o aspecto

produtivo.

§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a participação na

venda dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter educativo.

Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no trabalho, observados os

seguintes aspectos, entre outros:

I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;

II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.

Título III

Da Prevenção

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança

e do adolescente.

Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão atuar de forma

articulada na elaboração de políticas públicas e na execução de ações destinadas a coibir o uso

de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e difundir formas não violentas de

educação de crianças e de adolescentes, tendo como principais ações:

I - a promoção de campanhas educativas permanentes para a divulgação do direito da criança

e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento

cruel ou degradante e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos;

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II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria

Pública, com o Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e

com as entidades não governamentais que atuam na promoção, proteção e defesa dos

direitos da criança e do adolescente;

III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais de saúde, educação e assistência

social e dos demais agentes que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da

criança e do adolescente para o desenvolvimento das competências necessárias à prevenção,

à identificação de evidências, ao diagnóstico e ao enfrentamento de todas as formas de

violência contra a criança e o adolescente;

IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de conflitos que envolvam violência

contra a criança e o adolescente;

V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a garantir os direitos da criança e do

adolescente, desde a atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis com o

objetivo de promover a informação, a reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao

uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante no processo educativo;

VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a articulação de ações e a elaboração de

planos de atuação conjunta focados nas famílias em situação de violência, com participação de

profissionais de saúde, de assistência social e de educação e de órgãos de promoção, proteção

e defesa dos direitos da criança e do adolescente.

Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes com deficiência terão prioridade de

atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção e proteção.

Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem nas áreas a que se refere o art. 71,

dentre outras, devem contar, em seus quadros, com pessoas capacitadas a reconhecer e

comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou casos de maus-tratos praticados contra crianças e

adolescentes.

Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela comunicação de que trata este artigo, as

pessoas encarregadas, por razão de cargo, função, ofício, ministério, profissão ou ocupação,

do cuidado, assistência ou guarda de crianças e adolescentes, punível, na forma deste

Estatuto, o injustificado retardamento ou omissão, culposos ou dolosos.

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Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes, diversões,

espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em

desenvolvimento.

Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção especial outras

decorrentes dos princípios por ela adotados.

Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade da pessoa

física ou jurídica, nos termos desta Lei.

Capítulo II

Da Prevenção Especial

Seção I

Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetáculos

Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regulará as diversões e espetáculos

públicos, informando sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem,

locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada.

Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos públicos deverão afixar, em

lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a

natureza do espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação.

Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e espetáculos públicos

classificados como adequados à sua faixa etária.

Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente poderão ingressar e permanecer

nos locais de apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.

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Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, no horário recomendado para o

público infanto juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e

informativas.

Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou anunciado sem aviso de sua

classificação, antes de sua transmissão, apresentação ou exibição.

Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de empresas que explorem a

venda ou aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou

locação em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente.

Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exibir, no invólucro, informação sobre

a natureza da obra e a faixa etária a que se destinam.

Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado a crianças e

adolescentes deverão ser comercializadas em embalagem lacrada, com a advertência de seu

conteúdo.

Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que contenham mensagens

pornográficas ou obscenas sejam protegidas com embalagem opaca.

Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão conter

ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e

munições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família.

Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem comercialmente bilhar, sinuca ou

congênere ou por casas de jogos, assim entendidas as que realizem apostas, ainda que

eventualmente, cuidarão para que não seja permitida a entrada e a permanência de crianças e

adolescentes no local, afixando aviso para orientação do público.

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Seção II

Dos Produtos e Serviços

Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:

I - armas, munições e explosivos;

II - bebidas alcoólicas;

III - produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda que por

utilização indevida;

IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam

incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida;

V - revistas e publicações a que alude o art. 78;

VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.

Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou

estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável.

Seção III

Da Autorização para Viajar

Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar para fora

da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa

autorização judicial.

§ 1º A autorização não será exigida quando:

a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou do adolescente menor de 16

(dezesseis) anos, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região

metropolitana;

b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estiver acompanhado:

1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente o

parentesco;

2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.

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§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder autorização

válida por dois anos.

Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispensável, se a criança ou

adolescente:

I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;

II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro através de

documento com firma reconhecida.

Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido

em território nacional poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente ou

domiciliado no exterior.

Parte Especial

Título I

Da Política de Atendimento

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de

um conjunto articulado de ações governamentais e não-governamentais, da União, dos

estados, do Distrito Federal e dos municípios.

Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:

I - políticas sociais básicas;

II - serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de garantia de proteção

social e de prevenção e redução de violações de direitos, seus agravamentos ou reincidências;

III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de

negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;

IV - serviço de identificação e localização de pais, responsável, crianças e adolescentes

desaparecidos;

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V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança e do adolescente.

VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período de afastamento do

convívio familiar e a garantir o efetivo exercício do direito à convivência familiar de crianças e

adolescentes;

VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de crianças e adolescentes

afastados do convívio familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças maiores ou

de adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de

irmãos.

Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:

I - municipalização do atendimento;

II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do

adolescente, órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a

participação popular paritária por meio de organizações representativas, segundo leis federal,

estaduais e municipais;

III - criação e manutenção de programas específicos, observada a descentralização político-

administrativa;

IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos

conselhos dos direitos da criança e do adolescente;

V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Segurança

Pública e Assistência Social, preferencialmente em um mesmo local, para efeito de agilização

do atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional;

VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Conselho

Tutelar e encarregados da execução das políticas sociais básicas e de assistência social, para

efeito de agilização do atendimento de crianças e de adolescentes inseridos em programas de

acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua rápida reintegração à família de origem

ou, se tal solução se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em família substituta,

em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei;

VII - mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos diversos segmentos

da sociedade.

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VIII - especialização e formação continuada dos profissionais que trabalham nas diferentes

áreas da atenção à primeira infância, incluindo os conhecimentos sobre direitos da criança e

sobre desenvolvimento infantil;

IX - formação profissional com abrangência dos diversos direitos da criança e do adolescente

que favoreça a intersetorialidade no atendimento da criança e do adolescente e seu

desenvolvimento integral;

X - realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infantil e sobre prevenção da

violência.

Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos conselhos estaduais e municipais dos

direitos da criança e do adolescente é considerada de interesse público relevante e não será

remunerada.

Capítulo II

Das Entidades de Atendimento

Seção I

Disposições Gerais

Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias

unidades, assim como pelo planejamento e execução de programas de proteção e sócio-

educativos destinados a crianças e adolescentes, em regime de:

I - orientação e apoio sócio-familiar;

II - apoio sócio-educativo em meio aberto;

III - colocação familiar;

IV - acolhimento institucional;

V - prestação de serviços à comunidade;

VI - liberdade assistida;

VII - semiliberdade; e

VIII - internação.

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§ 1º As entidades governamentais e não governamentais deverão proceder à inscrição de seus

programas, especificando os regimes de atendimento, na forma definida neste artigo, no

Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual manterá registro das

inscrições e de suas alterações, do que fará comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade

judiciária.

§ 2º Os recursos destinados à implementação e manutenção dos programas relacionados

neste artigo serão previstos nas dotações orçamentárias dos órgãos públicos encarregados

das áreas de Educação, Saúde e Assistência Social, dentre outros, observando-se o princípio da

prioridade absoluta à criança e ao adolescente preconizado pelo caput do art. 227 da

Constituição Federal e pelo caput e parágrafo único do art. 4º desta Lei.

§ 3º Os programas em execução serão reavaliados pelo Conselho Municipal dos Direitos da

Criança e do Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios para

renovação da autorização de funcionamento:

I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem como às resoluções relativas à

modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do

Adolescente, em todos os níveis;

II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo

Ministério Público e pela Justiça da Infância e da Juventude;

III - em se tratando de programas de acolhimento institucional ou familiar, serão considerados

os índices de sucesso na reintegração familiar ou de adaptação à família substituta, conforme

o caso.

Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão funcionar depois de registradas

no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará o registro

ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da respectiva localidade.

§ 1º Será negado o registro à entidade que:

a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene,

salubridade e segurança;

b) não apresente plano de trabalho compatível com os princípios desta Lei;

c) esteja irregularmente constituída;

d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.

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e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e deliberações relativas à modalidade de

atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente, em

todos os níveis.

§ 2º O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, cabendo ao Conselho Municipal dos

Direitos da Criança e do Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua

renovação, observado o disposto no § 1º deste artigo.

Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de acolhimento familiar ou institucional

deverão adotar os seguintes princípios:

I - preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração familiar;

II - integração em família substituta, quando esgotados os recursos de manutenção na família

natural ou extensa;

III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;

IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educação;

V - não desmembramento de grupos de irmãos;

VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades de crianças e

adolescentes abrigados;

VII - participação na vida da comunidade local;

VIII - preparação gradativa para o desligamento;

IX - participação de pessoas da comunidade no processo educativo.

§ 1º O dirigente de entidade que desenvolve programa de acolhimento institucional é

equiparado ao guardião, para todos os efeitos de direito.

§ 2º Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou

institucional remeterão à autoridade judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses, relatório

circunstanciado acerca da situação de cada criança ou adolescente acolhido e sua família, para

fins da reavaliação prevista no § 1º do art. 19 desta Lei.

§ 3º Os entes federados, por intermédio dos Poderes Executivo e Judiciário, promoverão

conjuntamente a permanente qualificação dos profissionais que atuam direta ou

indiretamente em programas de acolhimento institucional e destinados à colocação familiar

de crianças e adolescentes, incluindo membros do Poder Judiciário, Ministério Público e

Conselho Tutelar.

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§ 4º Salvo determinação em contrário da autoridade judiciária competente, as entidades que

desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional, se necessário com o auxílio

do Conselho Tutelar e dos órgãos de assistência social, estimularão o contato da criança ou

adolescente com seus pais e parentes, em cumprimento ao disposto nos incisos I e VIII do

caput deste artigo.

§ 5º As entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional

somente poderão receber recursos públicos se comprovado o atendimento dos princípios,

exigências e finalidades desta Lei.

§ 6º O descumprimento das disposições desta Lei pelo dirigente de entidade que desenvolva

programas de acolhimento familiar ou institucional é causa de sua destituição, sem prejuízo da

apuração de sua responsabilidade administrativa, civil e criminal.

§ 7º Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos em acolhimento institucional, dar-

se-á especial atenção à atuação de educadores de referência estáveis e qualitativamente

significativos, às rotinas específicas e ao atendimento das necessidades básicas, incluindo as

de afeto como prioritárias.

Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhimento institucional poderão, em

caráter excepcional e de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação

da autoridade competente, fazendo comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao

Juiz da Infância e da Juventude, sob pena de responsabilidade.

Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público

e se necessário com o apoio do Conselho Tutelar local, tomará as medidas necessárias para

promover a imediata reintegração familiar da criança ou do adolescente ou, se por qualquer

razão não for isso possível ou recomendável, para seu encaminhamento a programa de

acolhimento familiar, institucional ou a família substituta, observado o disposto no § 2º do art.

101 desta Lei.

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Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de internação têm as seguintes obrigações,

entre outras:

I - observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes;

II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição na decisão de

internação;

III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos reduzidos;

IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade ao adolescente;

V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos vínculos familiares;

VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que se mostre inviável ou

impossível o reatamento dos vínculos familiares;

VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene,

salubridade e segurança e os objetos necessários à higiene pessoal;

VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa etária dos adolescentes

atendidos;

IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farmacêuticos;

X - propiciar escolarização e profissionalização;

XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;

XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças;

XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;

XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de seis meses, dando ciência

dos resultados à autoridade competente;

XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situação processual;

XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos de adolescentes portadores de

moléstias infecto-contagiosas;

XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos adolescentes;

XVIII - manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de egressos;

XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os

tiverem;

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XX - manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do atendimento, nome

do adolescente, seus pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade, acompanhamento

da sua formação, relação de seus pertences e demais dados que possibilitem sua identificação

e a individualização do atendimento.

§ 1º Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes deste artigo às entidades que

mantêm programas de acolhimento institucional e familiar.

§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as entidades utilizarão

preferencialmente os recursos da comunidade.

Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que abriguem ou recepcionem crianças e

adolescentes, ainda que em caráter temporário, devem ter, em seus quadros, profissionais

capacitados a reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências de maus-

tratos.

Seção II

Da Fiscalização das Entidades

Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais referidas no art. 90 serão

fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares.

Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas serão apresentados ao estado ou ao

município, conforme a origem das dotações orçamentárias.

Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento que descumprirem obrigação

constante do art. 94, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou

prepostos:

I - às entidades governamentais:

a) advertência;

b) afastamento provisório de seus dirigentes;

c) afastamento definitivo de seus dirigentes;

d) fechamento de unidade ou interdição de programa.

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II - às entidades não-governamentais:

a) advertência;

b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;

c) interdição de unidades ou suspensão de programa;

d) cassação do registro.

§ 1º Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades de atendimento, que coloquem

em risco os direitos assegurados nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao Ministério Público

ou representado perante autoridade judiciária competente para as providências cabíveis,

inclusive suspensão das atividades ou dissolução da entidade.

§ 2º As pessoas jurídicas de direito público e as organizações não governamentais responderão

pelos danos que seus agentes causarem às crianças e aos adolescentes, caracterizado o

descumprimento dos princípios norteadores das atividades de proteção específica.

Título II

Das Medidas de Proteção

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os

direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:

I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;

II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;

III - em razão de sua conduta.

Capítulo II

Das Medidas Específicas de Proteção

Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou

cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo.

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Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas,

preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.

Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação das medidas:

I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos: crianças e adolescentes são

os titulares dos direitos previstos nesta e em outras Leis, bem como na Constituição Federal;

II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de toda e qualquer norma

contida nesta Lei deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de que crianças

e adolescentes são titulares;

III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena efetivação dos direitos

assegurados a crianças e a adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo nos

casos por esta expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária e solidária das 3

(três) esferas de governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e da possibilidade

da execução de programas por entidades não governamentais;

IV - interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção deve atender

prioritariamente aos interesses e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da

consideração que for devida a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos

interesses presentes no caso concreto;

V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do adolescente deve ser

efetuada no respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada;

VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada logo

que a situação de perigo seja conhecida;

VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas autoridades e

instituições cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e à proteção da

criança e do adolescente;

VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a necessária e adequada à

situação de perigo em que a criança ou o adolescente se encontram no momento em que a

decisão é tomada;

IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de modo que os pais assumam

os seus deveres para com a criança e o adolescente;

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X - prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da criança e do adolescente

deve ser dada prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na sua família

natural ou extensa ou, se isso não for possível, que promovam a sua integração em família

adotiva;

XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, respeitado seu estágio de

desenvolvimento e capacidade de compreensão, seus pais ou responsável devem ser

informados dos seus direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma como

esta se processa;

XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em separado ou na companhia

dos pais, de responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou responsável,

têm direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da medida de promoção dos

direitos e de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada pela autoridade judiciária

competente, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta Lei.

Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente

poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:

I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;

II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;

III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;

IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção

da família, da criança e do adolescente;

V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou

ambulatorial;

VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a

alcoólatras e toxicômanos;

VII - acolhimento institucional;

VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;

IX - colocação em família substituta.

§ 1º O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e

excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo

esta possível, para colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade.

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§ 2º Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção de vítimas de violência

ou abuso sexual e das providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança

ou adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva da autoridade judiciária e

importará na deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse,

de procedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável legal o

exercício do contraditório e da ampla defesa.

§ 3º Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às instituições que executam

programas de acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de

Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre

outros:

I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou de seu responsável, se

conhecidos;

II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com pontos de referência;

III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-los sob sua guarda;

IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio familiar.

§ 4º Imediatamente após o acolhimento da criança ou do adolescente, a entidade responsável

pelo programa de acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano individual de

atendimento, visando à reintegração familiar, ressalvada a existência de ordem escrita e

fundamentada em contrário de autoridade judiciária competente, caso em que também

deverá contemplar sua colocação em família substituta, observadas as regras e princípios

desta Lei.

§ 5º O plano individual será elaborado sob a responsabilidade da equipe técnica do respectivo

programa de atendimento e levará em consideração a opinião da criança ou do adolescente e

a oitiva dos pais ou do responsável.

§ 6º Constarão do plano individual, dentre outros:

I - os resultados da avaliação interdisciplinar;

II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e

III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a criança ou com o adolescente

acolhido e seus pais ou responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso seja esta

vedada por expressa e fundamentada determinação judicial, as providências a serem tomadas

para sua colocação em família substituta, sob direta supervisão da autoridade judiciária.

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§ 7º O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local mais próximo à residência dos

pais ou do responsável e, como parte do processo de reintegração familiar, sempre que

identificada a necessidade, a família de origem será incluída em programas oficiais de

orientação, de apoio e de promoção social, sendo facilitado e estimulado o contato com a

criança ou com o adolescente acolhido.

§ 8º Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o responsável pelo programa de

acolhimento familiar ou institucional fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que

dará vista ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo.

§ 9º Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração da criança ou do adolescente à

família de origem, após seu encaminhamento a programas oficiais ou comunitários de

orientação, apoio e promoção social, será enviado relatório fundamentado ao Ministério

Público, no qual conste a descrição pormenorizada das providências tomadas e a expressa

recomendação, subscrita pelos técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da política

municipal de garantia do direito à convivência familiar, para a destituição do poder familiar, ou

destituição de tutela ou guarda.

§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo de 15 (quinze) dias para o ingresso

com a ação de destituição do poder familiar, salvo se entender necessária a realização de

estudos complementares ou de outras providências indispensáveis ao ajuizamento da

demanda.

§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um cadastro

contendo informações atualizadas sobre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento

familiar e institucional sob sua responsabilidade, com informações pormenorizadas sobre a

situação jurídica de cada um, bem como as providências tomadas para sua reintegração

familiar ou colocação em família substituta, em qualquer das modalidades previstas no art. 28

desta Lei.

§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Conselho Tutelar, o órgão gestor da

Assistência Social e os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e da

Assistência Social, aos quais incumbe deliberar sobre a implementação de políticas públicas

que permitam reduzir o número de crianças e adolescentes afastados do convívio familiar e

abreviar o período de permanência em programa de acolhimento.

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Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo serão acompanhadas da

regularização do registro civil.

§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento de nascimento da criança ou

adolescente será feito à vista dos elementos disponíveis, mediante requisição da autoridade

judiciária.

§ 2º Os registros e certidões necessários à regularização de que trata este artigo são isentos de

multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade.

§ 3º Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado procedimento específico

destinado à sua averiguação, conforme previsto pela Lei n o 8.560, de 29 de dezembro de

1992.

§ 4º Nas hipóteses previstas no § 3º deste artigo, é dispensável o ajuizamento de ação de

investigação de paternidade pelo Ministério Público se, após o não comparecimento ou a

recusa do suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada

para adoção.

§ 5º Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer tempo, do nome do pai no

assento de nascimento são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta

prioridade.

§ 6º São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida do reconhecimento de

paternidade no assento de nascimento e a certidão correspondente.

Título III

Da Prática de Ato Infracional

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.

Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas

previstas nesta Lei.

Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à data

do fato.

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Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no art.

101.

Capítulo II

Dos Direitos Individuais

Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato

infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.

Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua

apreensão, devendo ser informado acerca de seus direitos.

Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão

incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à

pessoa por ele indicada.

Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade de

liberação imediata.

Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de

quarenta e cinco dias.

Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios suficientes de

autoria e materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida.

Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação compulsória

pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo

dúvida fundada.

Capítulo III

Das Garantias Processuais

Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal.

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Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:

I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou meio

equivalente;

II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e

produzir todas as provas necessárias à sua defesa;

III - defesa técnica por advogado;

IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;

V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;

VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do

procedimento.

Capítulo IV

Das Medidas Sócio-Educativas

Seção I

Disposições Gerais

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao

adolescente as seguintes medidas:

I - advertência;

II - obrigação de reparar o dano;

III - prestação de serviços à comunidade;

IV - liberdade assistida;

V - inserção em regime de semi-liberdade;

VI - internação em estabelecimento educacional;

VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.

§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as

circunstâncias e a gravidade da infração.

§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado.

§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento

individual e especializado, em local adequado às suas condições.

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Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e 100.

Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do art. 112 pressupõe a

existência de provas suficientes da autoria e da materialidade da infração, ressalvada a

hipótese de remissão, nos termos do art. 127.

Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver prova da materialidade

e indícios suficientes da autoria.

Seção II

Da Advertência

Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e

assinada.

Seção III

Da Obrigação de Reparar o Dano

Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade poderá

determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento do

dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.

Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por

outra adequada.

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Seção IV

Da Prestação de Serviços à Comunidade

Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de

interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais,

hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas

comunitários ou governamentais.

Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente, devendo

ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e

feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a freqüência à escola ou à jornada normal

de trabalho.

Seção V

Da Liberdade Assistida

Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais adequada

para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.

§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser

recomendada por entidade ou programa de atendimento.

§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer

tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o

Ministério Público e o defensor.

Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade competente, a

realização dos seguintes encargos, entre outros:

I - promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-

os, se necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência social;

II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do adolescente, promovendo,

inclusive, sua matrícula;

III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no mercado

de trabalho;

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IV - apresentar relatório do caso.

Seção VI

Do Regime de Semi-liberdade

Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o início, ou como forma de

transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas,

independentemente de autorização judicial.

§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que possível, ser

utilizados os recursos existentes na comunidade.

§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as disposições

relativas à internação.

Seção VII

Da Internação

Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de

brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.

§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da

entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário.

§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada,

mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.

§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.

§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deverá ser liberado,

colocado em regime de semi-liberdade ou de liberdade assistida.

§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.

§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido o

Ministério Público.

§ 7º A determinação judicial mencionada no § 1º poderá ser revista a qualquer tempo pela

autoridade judiciária.

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Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:

I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;

II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;

III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.

§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser superior a 3

(três) meses, devendo ser decretada judicialmente após o devido processo legal.

§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida adequada.

Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em local

distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de idade,

compleição física e gravidade da infração.

Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive provisória, serão obrigatórias

atividades pedagógicas.

Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:

I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público;

II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;

III - avistar-se reservadamente com seu defensor;

IV - ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada;

V - ser tratado com respeito e dignidade;

VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio de seus

pais ou responsável;

VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;

VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;

IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal;

X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade;

XI - receber escolarização e profissionalização;

XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:

XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;

XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o deseje;

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XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guardá-los,

recebendo comprovante daqueles porventura depositados em poder da entidade;

XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais indispensáveis à vida em

sociedade.

§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.

§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive de pais ou

responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses do

adolescente.

Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos internos, cabendo-lhe

adotar as medidas adequadas de contenção e segurança.

Capítulo V

Da Remissão

Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o

representante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do

processo, atendendo às circunstâncias e conseqüências do fato, ao contexto social, bem como

à personalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no ato infracional.

Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autoridade judiciária

importará na suspensão ou extinção do processo.

Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da

responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente

a aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-

liberdade e a internação.

Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, a qualquer

tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou do

Ministério Público.

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Título IV

Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável

Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:

I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e

promoção da família;

II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a

alcoólatras e toxicômanos;

III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;

IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;

V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência e aproveitamento

escolar;

VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado;

VII - advertência;

VIII - perda da guarda;

IX - destituição da tutela;

X - suspensão ou destituição do poder familiar.

Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X deste artigo, observar-

se-á o disposto nos arts. 23 e 24.

Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais

ou responsável, a autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o

afastamento do agressor da moradia comum.

Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória dos alimentos de

que necessitem a criança ou o adolescente dependentes do agressor.

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Título V

Do Conselho Tutelar

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado

pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos

nesta Lei.

Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no

mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local,

composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para mandato de 4 (quatro)

anos, permitida recondução por novos processos de escolha.

Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes

requisitos:

I - reconhecida idoneidade moral;

II - idade superior a vinte e um anos;

III - residir no município.

Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de funcionamento do

Conselho Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos respectivos membros, aos quais é

assegurado o direito a:

I - cobertura previdenciária;

II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço) do valor da remuneração

mensal;

III - licença-maternidade;

IV - licença-paternidade;

V - gratificação natalina.

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Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da do Distrito Federal previsão dos

recursos necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e formação

continuada dos conselheiros tutelares.

Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público relevante e

estabelecerá presunção de idoneidade moral.

Capítulo II

Das Atribuições do Conselho

Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:

I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando as

medidas previstas no art. 101, I a VII;

II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129, I a

VII;

III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:

a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência,

trabalho e segurança;

b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de

suas deliberações.

IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou

penal contra os direitos da criança ou adolescente;

V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;

VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas no art.

101, de I a VI, para o adolescente autor de ato infracional;

VII - expedir notificações;

VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando

necessário;

IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para planos e

programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;

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X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos

no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal ;

XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do poder

familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente junto

à família natural.

XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de divulgação e

treinamento para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e adolescentes.

Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar entender necessário

o afastamento do convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público,

prestando-lhe informações sobre os motivos de tal entendimento e as providências tomadas

para a orientação, o apoio e a promoção social da família.

Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas pela autoridade

judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse.

Capítulo III

Da Competência

Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competência constante do art. 147.

Capítulo IV

Da Escolha dos Conselheiros

Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar será estabelecido em

lei municipal e realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança

e do Adolescente, e a fiscalização do Ministério Público.

§ 1º O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorrerá em data unificada em

todo o território nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês de outubro do

ano subsequente ao da eleição presidencial.

§ 2º A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano subsequente ao

processo de escolha.

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§ 3º No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar, é vedado ao candidato doar,

oferecer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza,

inclusive brindes de pequeno valor.

Capítulo V

Dos Impedimentos

Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mulher, ascendentes e

descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho,

padrasto ou madrasta e enteado.

Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro, na forma deste artigo, em relação

à autoridade judiciária e ao representante do Ministério Público com atuação na Justiça da

Infância e da Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou distrital.

Título VI

Do Acesso à Justiça

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à Defensoria Pública, ao

Ministério Público e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos.

§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessitarem, através de

defensor público ou advogado nomeado.

§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da Juventude são isentas de

custas e emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.

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Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados e os maiores de dezesseis e

menores de vinte e um anos assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da

legislação civil ou processual.

Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial à criança ou adolescente,

sempre que os interesses destes colidirem com os de seus pais ou responsável, ou quando

carecer de representação ou assistência legal ainda que eventual.

Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos que digam respeito

a crianças e adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional.

Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não poderá identificar a criança ou

adolescente, vedando-se fotografia, referência a nome, apelido, filiação, parentesco, residência

e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome.

Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se refere o artigo anterior somente

será deferida pela autoridade judiciária competente, se demonstrado o interesse e justificada

a finalidade.

Capítulo II

Da Justiça da Infância e da Juventude

Seção I

Disposições Gerais

Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas especializadas e exclusivas da

infância e da juventude, cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua proporcionalidade por

número de habitantes, dotá-las de infra-estrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em

plantões.

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Seção II

Do Juiz

Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que

exerce essa função, na forma da lei de organização judiciária local.

Art. 147. A competência será determinada:

I - pelo domicílio dos pais ou responsável;

II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais ou responsável.

§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da ação ou omissão,

observadas as regras de conexão, continência e prevenção.

§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade competente da residência dos

pais ou responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou

adolescente.

§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea de rádio ou televisão,

que atinja mais de uma comarca, será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade

judiciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para todas

as transmissoras ou retransmissoras do respectivo estado.

Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para:

I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para apuração de ato

infracional atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;

II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção do processo;

III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;

IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos afetos à

criança e ao adolescente, observado o disposto no art. 209;

V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades de atendimento, aplicando

as medidas cabíveis;

VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra norma de proteção à

criança ou adolescente;

VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as medidas cabíveis.

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Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses do art. 98, é

também competente a Justiça da Infância e da Juventude para o fim de:

a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;

b) conhecer de ações de destituição do poder familiar , perda ou modificação da tutela ou

guarda;

c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;

d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou materna, em relação ao

exercício do poder familiar;

e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os pais;

f) designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou representação, ou de

outros procedimentos judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criança ou

adolescente;

g) conhecer de ações de alimentos;

h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros de nascimento e

óbito.

Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portaria, ou autorizar,

mediante alvará:

I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, desacompanhado dos pais ou

responsável, em:

a) estádio, ginásio e campo desportivo;

b) bailes ou promoções dançantes;

c) boate ou congêneres;

d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;

e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.

II - a participação de criança e adolescente em:

a) espetáculos públicos e seus ensaios;

b) certames de beleza.

§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciária levará em conta, dentre

outros fatores:

a) os princípios desta Lei;

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b) as peculiaridades locais;

c) a existência de instalações adequadas;

d) o tipo de freqüência habitual ao local;

e) a adequação do ambiente a eventual participação ou freqüência de crianças e adolescentes;

f) a natureza do espetáculo.

§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deverão ser fundamentadas, caso a

caso, vedadas as determinações de caráter geral.

Seção III

Dos Serviços Auxiliares

Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária, prever

recursos para manutenção de equipe interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da

Infância e da Juventude.

Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras atribuições que lhe forem

reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou

verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento,

orientação, encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata subordinação à

autoridade judiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista técnico.

Parágrafo único. Na ausência ou insuficiência de servidores públicos integrantes do Poder

Judiciário responsáveis pela realização dos estudos psicossociais ou de quaisquer outras

espécies de avaliações técnicas exigidas por esta Lei ou por determinação judicial, a

autoridade judiciária poderá proceder à nomeação de perito, nos termos do art. 156 da Lei no

13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil) .

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Capítulo III

Dos Procedimentos

Seção I

Disposições Gerais

Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se subsidiariamente as normas

gerais previstas na legislação processual pertinente.

§ 1º É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade absoluta na tramitação dos

processos e procedimentos previstos nesta Lei, assim como na execução dos atos e diligências

judiciais a eles referentes.

§ 2º Os prazos estabelecidos nesta Lei e aplicáveis aos seus procedimentos são contados em

dias corridos, excluído o dia do começo e incluído o dia do vencimento, vedado o prazo em

dobro para a Fazenda Pública e o Ministério Público.

Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder a procedimento previsto nesta

ou em outra lei, a autoridade judiciária poderá investigar os fatos e ordenar de ofício as

providências necessárias, ouvido o Ministério Público.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica para o fim de afastamento da criança ou

do adolescente de sua família de origem e em outros procedimentos necessariamente

contenciosos.

Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.

Seção II

Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar

Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do poder familiar terá início por

provocação do Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse.

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Art. 156. A petição inicial indicará:

I - a autoridade judiciária a que for dirigida;

II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do requerido, dispensada

a qualificação em se tratando de pedido formulado por representante do Ministério Público;

III - a exposição sumária do fato e o pedido;

IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, o rol de testemunhas e

documentos.

Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público,

decretar a suspensão do poder familiar , liminar ou incidentalmente, até o julgamento

definitivo da causa, ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa idônea, mediante

termo de responsabilidade.

§ 1º Recebida a petição inicial, a autoridade judiciária determinará, concomitantemente ao

despacho de citação e independentemente de requerimento do interessado, a realização de

estudo social ou perícia por equipe interprofissional ou multidisciplinar para comprovar a

presença de uma das causas de suspensão ou destituição do poder familiar, ressalvado o

disposto no § 10 do art. 101 desta Lei, e observada a Lei n o 13.431, de 4 de abril de 2017 .

§ 2º Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas, é ainda obrigatória a intervenção,

junto à equipe interprofissional ou multidisciplinar referida no § 1º deste artigo, de

representantes do órgão federal responsável pela política indigenista, observado o disposto no

§ 6º do art. 28 desta Lei.

Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias, oferecer resposta escrita,

indicando as provas a serem produzidas e oferecendo desde logo o rol de testemunhas e

documentos.

§ 1º A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios para sua realização.

§ 2º O requerido privado de liberdade deverá ser citado pessoalmente.

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§ 3º Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu

domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, informar

qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho do dia útil em que voltará a fim

de efetuar a citação, na hora que designar, nos termos do art. 252 e seguintes da Lei

n o 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil) .

§ 4º Na hipótese de os genitores encontrarem-se em local incerto ou não sabido, serão citados

por edital no prazo de 10 (dez) dias, em publicação única, dispensado o envio de ofícios para a

localização.

Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir advogado, sem prejuízo do

próprio sustento e de sua família, poderá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo,

ao qual incumbirá a apresentação de resposta, contando-se o prazo a partir da intimação do

despacho de nomeação.

Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de liberdade, o oficial de justiça deverá

perguntar, no momento da citação pessoal, se deseja que lhe seja nomeado defensor.

Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará de qualquer repartição ou órgão

público a apresentação de documento que interesse à causa, de ofício ou a requerimento das

partes ou do Ministério Público.

Art. 161. Se não for contestado o pedido e tiver sido concluído o estudo social ou a perícia

realizada por equipe interprofissional ou multidisciplinar, a autoridade judiciária dará vista dos

autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, salvo quando este for o requerente, e decidirá

em igual prazo.

§ 1º A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério Público,

determinará a oitiva de testemunhas que comprovem a presença de uma das causas de

suspensão ou destituição do poder familiar previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei n o 10.406,

de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil) , ou no art. 24 desta Lei.

§ 2º (Revogado).

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§ 3º Se o pedido importar em modificação de guarda, será obrigatória, desde que possível e

razoável, a oitiva da criança ou adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau

de compreensão sobre as implicações da medida.

§ 4º É obrigatória a oitiva dos pais sempre que eles forem identificados e estiverem em local

conhecido, ressalvados os casos de não comparecimento perante a Justiça quando

devidamente citados.

§ 5º Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a autoridade judicial requisitará sua

apresentação para a oitiva.

Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao Ministério

Público, por cinco dias, salvo quando este for o requerente, designando, desde logo, audiência

de instrução e julgamento.

§ 1º (Revogado) .

§ 2º Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público, serão ouvidas as testemunhas,

colhendo-se oralmente o parecer técnico, salvo quando apresentado por escrito,

manifestando-se sucessivamente o requerente, o requerido e o Ministério Público, pelo tempo

de 20 (vinte) minutos cada um, prorrogável por mais 10 (dez) minutos.

§ 3º A decisão será proferida na audiência, podendo a autoridade judiciária, excepcionalmente,

designar data para sua leitura no prazo máximo de 5 (cinco) dias.

§ 4º Quando o procedimento de destituição de poder familiar for iniciado pelo Ministério

Público, não haverá necessidade de nomeação de curador especial em favor da criança ou

adolescente.

Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento será de 120 (cento e vinte) dias, e

caberá ao juiz, no caso de notória inviabilidade de manutenção do poder familiar, dirigir

esforços para preparar a criança ou o adolescente com vistas à colocação em família

substituta.

Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a suspensão do poder familiar será

averbada à margem do registro de nascimento da criança ou do adolescente.

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Seção III

Da Destituição da Tutela

Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o procedimento para a remoção de tutor

previsto na lei processual civil e, no que couber, o disposto na seção anterior.

Seção IV

Da Colocação em Família Substituta

Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de colocação em família substituta:

I - qualificação completa do requerente e de seu eventual cônjuge, ou companheiro, com

expressa anuência deste;

II - indicação de eventual parentesco do requerente e de seu cônjuge, ou companheiro, com a

criança ou adolescente, especificando se tem ou não parente vivo;

III - qualificação completa da criança ou adolescente e de seus pais, se conhecidos;

IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, anexando, se possível, uma cópia da

respectiva certidão;

V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendimentos relativos à criança ou ao

adolescente.

Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão também os requisitos específicos.

Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos ou suspensos do poder familiar,

ou houverem aderido expressamente ao pedido de colocação em família substituta, este

poderá ser formulado diretamente em cartório, em petição assinada pelos próprios

requerentes, dispensada a assistência de advogado.

§ 1º Na hipótese de concordância dos pais, o juiz:

I - na presença do Ministério Público, ouvirá as partes, devidamente assistidas por advogado

ou por defensor público, para verificar sua concordância com a adoção, no prazo máximo de

10 (dez) dias, contado da data do protocolo da petição ou da entrega da criança em juízo,

tomando por termo as declarações; e

II - declarará a extinção do poder familiar.

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§ 2º O consentimento dos titulares do poder familiar será precedido de orientações e

esclarecimentos prestados pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude,

em especial, no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da medida.

§ 3º São garantidos a livre manifestação de vontade dos detentores do poder familiar e o

direito ao sigilo das informações.

§ 4º O consentimento prestado por escrito não terá validade se não for ratificado na audiência

a que se refere o § 1º deste artigo.

§ 5º O consentimento é retratável até a data da realização da audiência especificada no §

1º deste artigo, e os pais podem exercer o arrependimento no prazo de 10 (dez) dias, contado

da data de prolação da sentença de extinção do poder familiar.

§ 6º O consentimento somente terá valor se for dado após o nascimento da criança.

§ 7º A família natural e a família substituta receberão a devida orientação por intermédio de

equipe técnica interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude,

preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal

de garantia do direito à convivência familiar.

Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério

Público, determinará a realização de estudo social ou, se possível, perícia por equipe

interprofissional, decidindo sobre a concessão de guarda provisória, bem como, no caso de

adoção, sobre o estágio de convivência.

Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda provisória ou do estágio de convivência, a

criança ou o adolescente será entregue ao interessado, mediante termo de responsabilidade.

Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e ouvida, sempre que possível, a

criança ou o adolescente, dar-se-á vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de cinco

dias, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.

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Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a perda ou a suspensão do poder

familiar constituir pressuposto lógico da medida principal de colocação em família substituta,

será observado o procedimento contraditório previsto nas Seções II e III deste Capítulo.

Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda poderá ser decretada nos mesmos autos

do procedimento, observado o disposto no art. 35.

Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o disposto no art. 32, e, quanto à

adoção, o contido no art. 47.

Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente sob a guarda de pessoa inscrita em

programa de acolhimento familiar será comunicada pela autoridade judiciária à entidade por

este responsável no prazo máximo de 5 (cinco) dias.

Seção V

Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente

Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde logo, encaminhado

à autoridade judiciária.

Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo,

encaminhado à autoridade policial competente.

Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para atendimento de adolescente e

em se tratando de ato infracional praticado em co-autoria com maior, prevalecerá a atribuição

da repartição especializada, que, após as providências necessárias e conforme o caso,

encaminhará o adulto à repartição policial própria.

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Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante violência ou grave ameaça

a pessoa, a autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo único, e 107,

deverá:

I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente;

II - apreender o produto e os instrumentos da infração;

III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da materialidade e autoria da

infração.

Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do auto poderá ser substituída

por boletim de ocorrência circunstanciada.

Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será prontamente

liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de sua

apresentação ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo impossível, no

primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e sua repercussão

social, deva o adolescente permanecer sob internação para garantia de sua segurança pessoal

ou manutenção da ordem pública.

Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial encaminhará, desde logo, o

adolescente ao representante do Ministério Público, juntamente com cópia do auto de

apreensão ou boletim de ocorrência.

§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial encaminhará o

adolescente à entidade de atendimento, que fará a apresentação ao representante do

Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas.

§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a apresentação far-se-á pela

autoridade policial. À falta de repartição policial especializada, o adolescente aguardará a

apresentação em dependência separada da destinada a maiores, não podendo, em qualquer

hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo anterior.

Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial encaminhará imediatamente ao

representante do Ministério Público cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.

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Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de participação de adolescente

na prática de ato infracional, a autoridade policial encaminhará ao representante do Ministério

Público relatório das investigações e demais documentos.

Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não poderá ser conduzido

ou transportado em compartimento fechado de veículo policial, em condições atentatórias à

sua dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade física ou mental, sob pena de

responsabilidade.

Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Ministério Público, no mesmo dia e à

vista do auto de apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial, devidamente autuados

pelo cartório judicial e com informação sobre os antecedentes do adolescente, procederá

imediata e informalmente à sua oitiva e, em sendo possível, de seus pais ou responsável,

vítima e testemunhas.

Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o representante do Ministério Público

notificará os pais ou responsável para apresentação do adolescente, podendo requisitar o

concurso das polícias civil e militar.

Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo anterior, o representante do Ministério

Público poderá:

I - promover o arquivamento dos autos;

II - conceder a remissão;

III - representar à autoridade judiciária para aplicação de medida sócio-educativa.

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Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remissão pelo representante

do Ministério Público, mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos fatos, os

autos serão conclusos à autoridade judiciária para homologação.

§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade judiciária determinará,

conforme o caso, o cumprimento da medida.

§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos autos ao Procurador-Geral de

Justiça, mediante despacho fundamentado, e este oferecerá representação, designará outro

membro do Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão,

que só então estará a autoridade judiciária obrigada a homologar.

Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público não promover o

arquivamento ou conceder a remissão, oferecerá representação à autoridade judiciária,

propondo a instauração de procedimento para aplicação da medida sócio-educativa que se

afigurar a mais adequada.

§ 1º A representação será oferecida por petição, que conterá o breve resumo dos fatos e a

classificação do ato infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas, podendo ser

deduzida oralmente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária.

§ 2º A representação independe de prova pré-constituída da autoria e materialidade.

Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento, estando o

adolescente internado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.

Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de

apresentação do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção da

internação, observado o disposto no art. 108 e parágrafo.

§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor da representação, e

notificados a comparecer à audiência, acompanhados de advogado.

§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a autoridade judiciária dará curador

especial ao adolescente.

§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária expedirá mandado de busca e

apreensão, determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva apresentação.

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§ 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua apresentação, sem prejuízo da

notificação dos pais ou responsável.

Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária, não poderá ser

cumprida em estabelecimento prisional.

§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as características definidas no art. 123, o

adolescente deverá ser imediatamente transferido para a localidade mais próxima.

§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará sua remoção em

repartição policial, desde que em seção isolada dos adultos e com instalações apropriadas,

não podendo ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsabilidade.

Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsável, a autoridade judiciária

procederá à oitiva dos mesmos, podendo solicitar opinião de profissional qualificado.

§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão, ouvirá o representante do

Ministério Público, proferindo decisão.

§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de internação ou colocação em

regime de semi-liberdade, a autoridade judiciária, verificando que o adolescente não possui

advogado constituído, nomeará defensor, designando, desde logo, audiência em continuação,

podendo determinar a realização de diligências e estudo do caso.

§ 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo de três dias contado da

audiência de apresentação, oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas.

§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas arroladas na representação e na

defesa prévia, cumpridas as diligências e juntado o relatório da equipe interprofissional, será

dada a palavra ao representante do Ministério Público e ao defensor, sucessivamente, pelo

tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade

judiciária, que em seguida proferirá decisão.

Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer, injustificadamente à

audiência de apresentação, a autoridade judiciária designará nova data, determinando sua

condução coercitiva.

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Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo, poderá ser aplicada

em qualquer fase do procedimento, antes da sentença.

Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde que reconheça na

sentença:

I - estar provada a inexistência do fato;

II - não haver prova da existência do fato;

III - não constituir o fato ato infracional;

IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato infracional.

Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adolescente internado, será

imediatamente colocado em liberdade.

Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou regime de semi-

liberdade será feita:

I - ao adolescente e ao seu defensor;

II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsável, sem prejuízo do

defensor.

§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unicamente na pessoa do defensor.

§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá este manifestar se deseja ou não

recorrer da sentença.

Seção V-A

Da Infiltração de Agentes de Polícia para a Investigação de Crimes contra a Dignidade Sexual

de Criança e de Adolescente”

Art. 190-A. A infiltração de agentes de polícia na internet com o fim de investigar os crimes

previstos nos arts. 240 , 241 , 241-A , 241-B , 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A , 217-

A , 218 , 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) ,

obedecerá às seguintes regras:

I – será precedida de autorização judicial devidamente circunstanciada e fundamentada, que

estabelecerá os limites da infiltração para obtenção de prova, ouvido o Ministério Público;

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II – dar-se-á mediante requerimento do Ministério Público ou representação de delegado de

polícia e conterá a demonstração de sua necessidade, o alcance das tarefas dos policiais, os

nomes ou apelidos das pessoas investigadas e, quando possível, os dados de conexão ou

cadastrais que permitam a identificação dessas pessoas;

III – não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem prejuízo de eventuais renovações,

desde que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua efetiva

necessidade, a critério da autoridade judicial.

§ 1 º A autoridade judicial e o Ministério Público poderão requisitar relatórios parciais da

operação de infiltração antes do término do prazo de que trata o inciso II do § 1 º deste artigo.

§ 2 º Para efeitos do disposto no inciso I do § 1 º deste artigo, consideram-se:

I – dados de conexão: informações referentes a hora, data, início, término, duração, endereço

de Protocolo de Internet (IP) utilizado e terminal de origem da conexão;

II – dados cadastrais: informações referentes a nome e endereço de assinante ou de usuário

registrado ou autenticado para a conexão a quem endereço de IP, identificação de usuário ou

código de acesso tenha sido atribuído no momento da conexão.

§ 3 º A infiltração de agentes de polícia na internet não será admitida se a prova puder ser

obtida por outros meios.

Art. 190-B. As informações da operação de infiltração serão encaminhadas diretamente ao juiz

responsável pela autorização da medida, que zelará por seu sigilo.

Parágrafo único. Antes da conclusão da operação, o acesso aos autos será reservado ao juiz,

ao Ministério Público e ao delegado de polícia responsável pela operação, com o objetivo de

garantir o sigilo das investigações.

Art. 190-C. Não comete crime o policial que oculta a sua identidade para, por meio da internet,

colher indícios de autoria e materialidade dos crimes previstos nos arts. 240 , 241 , 241-A , 241-

B , 241-C e 241-D desta Lei e nos arts. 154-A , 217-A , 218 , 218-A e 218-B do Decreto-Lei nº

2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) .

Parágrafo único. O agente policial infiltrado que deixar de observar a estrita finalidade da

investigação responderá pelos excessos praticados.

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Art. 190-D. Os órgãos de registro e cadastro público poderão incluir nos bancos de dados

próprios, mediante procedimento sigiloso e requisição da autoridade judicial, as informações

necessárias à efetividade da identidade fictícia criada.

Parágrafo único. O procedimento sigiloso de que trata esta Seção será numerado e tombado

em livro específico.

Art. 190-E. Concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados durante a operação

deverão ser registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao juiz e ao Ministério

Público, juntamente com relatório circunstanciado.

Parágrafo único. Os atos eletrônicos registrados citados no caput deste artigo serão reunidos

em autos apartados e apensados ao processo criminal juntamente com o inquérito policial,

assegurando-se a preservação da identidade do agente policial infiltrado e a intimidade das

crianças e dos adolescentes envolvidos.

Seção VI

Da Apuração de Irregularidades em Entidade de Atendimento

Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em entidade governamental e não-

governamental terá início mediante portaria da autoridade judiciária ou representação do

Ministério Público ou do Conselho Tutelar, onde conste, necessariamente, resumo dos fatos.

Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério

Público, decretar liminarmente o afastamento provisório do dirigente da entidade, mediante

decisão fundamentada.

Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de dez dias, oferecer resposta

escrita, podendo juntar documentos e indicar as provas a produzir.

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Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário, a autoridade judiciária designará

audiência de instrução e julgamento, intimando as partes.

§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público terão cinco dias para

oferecer alegações finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.

§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigente de entidade

governamental, a autoridade judiciária oficiará à autoridade administrativa imediatamente

superior ao afastado, marcando prazo para a substituição.

§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária poderá fixar prazo para a

remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem

julgamento de mérito.

§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou programa de

atendimento.

Seção VII

Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de Proteção à Criança e ao Adolescente

Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade administrativa por infração às normas

de proteção à criança e ao adolescente terá início por representação do Ministério Público, ou

do Conselho Tutelar, ou auto de infração elaborado por servidor efetivo ou voluntário

credenciado, e assinado por duas testemunhas, se possível.

§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, poderão ser usadas fórmulas

impressas, especificando-se a natureza e as circunstâncias da infração.

§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura do auto, certificando-

se, em caso contrário, dos motivos do retardamento.

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Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para apresentação de defesa, contado da data da

intimação, que será feita:

I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na presença do requerido;

II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilitado, que entregará cópia do auto ou

da representação ao requerido, ou a seu representante legal, lavrando certidão;

III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for encontrado o requerido ou seu

representante legal;

IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não sabido o paradeiro do requerido ou

de seu representante legal.

Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a autoridade judiciária dará vista dos

autos do Ministério Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo.

Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária procederá na conformidade do artigo

anterior, ou, sendo necessário, designará audiência de instrução e julgamento.

Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão sucessivamente o Ministério Público e

o procurador do requerido, pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais

dez, a critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá sentença.

Seção VIII

Da Habilitação de Pretendentes à Adoção

Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil, apresentarão petição inicial na

qual conste:

I - qualificação completa;

II - dados familiares;

III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou casamento, ou declaração relativa ao

período de união estável;

IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas;

V - comprovante de renda e domicílio;

VI - atestados de sanidade física e mental

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VII - certidão de antecedentes criminais;

VIII - certidão negativa de distribuição cível.

Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, dará vista dos autos

ao Ministério Público, que no prazo de 5 (cinco) dias poderá:

I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe interprofissional encarregada de

elaborar o estudo técnico a que se refere o art. 197-C desta Lei;

II - requerer a designação de audiência para oitiva dos postulantes em juízo e testemunhas;

III - requerer a juntada de documentos complementares e a realização de outras diligências

que entender necessárias.

Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe interprofissional a serviço da Justiça da

Infância e da Juventude, que deverá elaborar estudo psicossocial, que conterá subsídios que

permitam aferir a capacidade e o preparo dos postulantes para o exercício de uma

paternidade ou maternidade responsável, à luz dos requisitos e princípios desta Lei.

§ 1º É obrigatória a participação dos postulantes em programa oferecido pela Justiça da

Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela

execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar e dos grupos de

apoio à adoção devidamente habilitados perante a Justiça da Infância e da Juventude, que

inclua preparação psicológica, orientação e estímulo à adoção inter-racial, de crianças ou de

adolescentes com deficiência, com doenças crônicas ou com necessidades específicas de

saúde, e de grupos de irmãos.

§ 2º Sempre que possível e recomendável, a etapa obrigatória da preparação referida no §

1º deste artigo incluirá o contato com crianças e adolescentes em regime de acolhimento

familiar ou institucional, a ser realizado sob orientação, supervisão e avaliação da equipe

técnica da Justiça da Infância e da Juventude e dos grupos de apoio à adoção, com apoio dos

técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento familiar e institucional e pela execução

da política municipal de garantia do direito à convivência familiar.

§ 3º É recomendável que as crianças e os adolescentes acolhidos institucionalmente ou por

família acolhedora sejam preparados por equipe interprofissional antes da inclusão em família

adotiva.

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Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da participação no programa referido no art. 197-

C desta Lei, a autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, decidirá acerca das

diligências requeridas pelo Ministério Público e determinará a juntada do estudo psicossocial,

designando, conforme o caso, audiência de instrução e julgamento.

Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências, ou sendo essas indeferidas, a

autoridade judiciária determinará a juntada do estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos

autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo.

Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito nos cadastros referidos no art. 50

desta Lei, sendo a sua convocação para a adoção feita de acordo com ordem cronológica de

habilitação e conforme a disponibilidade de crianças ou adolescentes adotáveis.

§ 1º A ordem cronológica das habilitações somente poderá deixar de ser observada pela

autoridade judiciária nas hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando comprovado

ser essa a melhor solução no interesse do adotando.

§ 2º A habilitação à adoção deverá ser renovada no mínimo trienalmente mediante avaliação

por equipe interprofissional.

§ 3º Quando o adotante candidatar-se a uma nova adoção, será dispensável a renovação da

habilitação, bastando a avaliação por equipe interprofissional.

§ 4º Após 3 (três) recusas injustificadas, pelo habilitado, à adoção de crianças ou adolescentes

indicados dentro do perfil escolhido, haverá reavaliação da habilitação concedida.

§ 5º A desistência do pretendente em relação à guarda para fins de adoção ou a devolução da

criança ou do adolescente depois do trânsito em julgado da sentença de adoção importará na

sua exclusão dos cadastros de adoção e na vedação de renovação da habilitação, salvo decisão

judicial fundamentada, sem prejuízo das demais sanções previstas na legislação vigente.

Art. 197-F. O prazo máximo para conclusão da habilitação à adoção será de 120 (cento e vinte)

dias, prorrogável por igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária.

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Capítulo IV

Dos Recursos

Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude, inclusive os relativos à

execução das medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei n o 5.869, de 11

de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil) , com as seguintes adaptações:

I - os recursos serão interpostos independentemente de preparo;

II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o prazo para o Ministério Público

e para a defesa será sempre de 10 (dez) dias;

III - os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor;

IV - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

V - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

VI - (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior instância, no caso de apelação, ou do

instrumento, no caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado,

mantendo ou reformando a decisão, no prazo de cinco dias;

VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão remeterá os autos ou o instrumento à

superior instância dentro de vinte e quatro horas, independentemente de novo pedido do

recorrente; se a reformar, a remessa dos autos dependerá de pedido expresso da parte

interessada ou do Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados da intimação.

Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149 caberá recurso de apelação.

Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito desde logo, embora sujeita a

apelação, que será recebida exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se tratar de adoção

internacional ou se houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação ao adotando.

Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores do poder familiar fica

sujeita a apelação, que deverá ser recebida apenas no efeito devolutivo.

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Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e de destituição de poder familiar, em

face da relevância das questões, serão processados com prioridade absoluta, devendo ser

imediatamente distribuídos, ficando vedado que aguardem, em qualquer situação, oportuna

distribuição, e serão colocados em mesa para julgamento sem revisão e com parecer urgente

do Ministério Público.

Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa para julgamento no prazo máximo de

60 (sessenta) dias, contado da sua conclusão.

Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da data do julgamento e poderá na

sessão, se entender necessário, apresentar oralmente seu parecer.

Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a instauração de procedimento para

apuração de responsabilidades se constatar o descumprimento das providências e do prazo

previstos nos artigos anteriores.

Capítulo V

Do Ministério Público

Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei serão exercidas nos termos da

respectiva lei orgânica.

Art. 201. Compete ao Ministério Público:

I - conceder a remissão como forma de exclusão do processo;

II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às infrações atribuídas a adolescentes;

III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os procedimentos de suspensão e

destituição do poder familiar , nomeação e remoção de tutores, curadores e guardiães, bem

como oficiar em todos os demais procedimentos da competência da Justiça da Infância e da

Juventude;

IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a especialização e a inscrição de

hipoteca legal e a prestação de contas dos tutores, curadores e quaisquer administradores de

bens de crianças e adolescentes nas hipóteses do art. 98;

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V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos interesses individuais,

difusos ou coletivos relativos à infância e à adolescência, inclusive os definidos no art. 220, § 3º

inciso II, da Constituição Federal ;

VI - instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-los:

a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso de não

comparecimento injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela polícia civil ou

militar;

b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades municipais,

estaduais e federais, da administração direta ou indireta, bem como promover inspeções e

diligências investigatórias;

c) requisitar informações e documentos a particulares e instituições privadas;

VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e determinar a instauração de

inquérito policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção à infância e à

juventude;

VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados às crianças e

adolescentes, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;

IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas corpus, em qualquer juízo,

instância ou tribunal, na defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis afetos à

criança e ao adolescente;

X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por infrações cometidas contra as

normas de proteção à infância e à juventude, sem prejuízo da promoção da responsabilidade

civil e penal do infrator, quando cabível;

XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os programas de que

trata esta Lei, adotando de pronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias à

remoção de irregularidades porventura verificadas;

XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços médicos, hospitalares,

educacionais e de assistência social, públicos ou privados, para o desempenho de suas

atribuições.

§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas neste artigo não impede

a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dispuserem a Constituição e esta Lei.

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§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que compatíveis com a

finalidade do Ministério Público.

§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções, terá livre acesso a

todo local onde se encontre criança ou adolescente.

§ 4º O representante do Ministério Público será responsável pelo uso indevido das

informações e documentos que requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.

§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII deste artigo, poderá o

representante do Ministério Público:

a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o competente procedimento,

sob sua presidência;

b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade reclamada, em dia, local e horário

previamente notificados ou acertados;

c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública

afetos à criança e ao adolescente, fixando prazo razoável para sua perfeita adequação.

Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará obrigatoriamente o

Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hipótese em que

terá vista dos autos depois das partes, podendo juntar documentos e requerer diligências,

usando os recursos cabíveis.

Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita pessoalmente.

Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade do feito, que será

declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.

Art. 205. As manifestações processuais do representante do Ministério Público deverão ser

fundamentadas.

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Capítulo VI

Do Advogado

Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável, e qualquer pessoa que tenha

legítimo interesse na solução da lide poderão intervir nos procedimentos de que trata esta Lei,

através de advogado, o qual será intimado para todos os atos, pessoalmente ou por

publicação oficial, respeitado o segredo de justiça.

Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral e gratuita àqueles que dela

necessitarem.

Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional, ainda que

ausente ou foragido, será processado sem defensor.

§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz, ressalvado o direito de, a

todo tempo, constituir outro de sua preferência.

§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de nenhum ato do processo,

devendo o juiz nomear substituto, ainda que provisoriamente, ou para o só efeito do ato.

§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar de defensor nomeado ou, sido

constituído, tiver sido indicado por ocasião de ato formal com a presença da autoridade

judiciária.

Capítulo VII

Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e Coletivos

Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa aos

direitos assegurados à criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta

irregular:

I - do ensino obrigatório;

II - de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência;

III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade;

IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;

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V - de programas suplementares de oferta de material didático-escolar, transporte e

assistência à saúde do educando do ensino fundamental;

VI - de serviço de assistência social visando à proteção à família, à maternidade, à infância e à

adolescência, bem como ao amparo às crianças e adolescentes que dele necessitem;

VII - de acesso às ações e serviços de saúde;

VIII - de escolarização e profissionalização dos adolescentes privados de liberdade.

IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e promoção social de famílias e

destinados ao pleno exercício do direito à convivência familiar por crianças e adolescentes.

X - de programas de atendimento para a execução das medidas socioeducativas e aplicação de

medidas de proteção.

XI - de políticas e programas integrados de atendimento à criança e ao adolescente vítima ou

testemunha de violência.

§ 1º As hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção judicial outros interesses

individuais, difusos ou coletivos, próprios da infância e da adolescência, protegidos pela

Constituição e pela Lei.

§ 2º A investigação do desaparecimento de crianças ou adolescentes será realizada

imediatamente após notificação aos órgãos competentes, que deverão comunicar o fato aos

portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias de transporte interestaduais e

internacionais, fornecendo-lhes todos os dados necessários à identificação do desaparecido.

Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do local onde ocorreu ou

deva ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa,

ressalvadas a competência da Justiça Federal e a competência originária dos tribunais

superiores.

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Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos ou difusos, consideram-se

legitimados concorrentemente:

I - o Ministério Público;

II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os territórios;

III - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus

fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada a

autorização da assembléia, se houver prévia autorização estatutária.

§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União e dos estados

na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.

§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério

Público ou outro legitimado poderá assumir a titularidade ativa.

Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de

ajustamento de sua conduta às exigências legais, o qual terá eficácia de título executivo

extrajudicial.

Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por esta Lei, são admissíveis todas as

espécies de ações pertinentes.

§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas do Código de Processo Civil.

§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no

exercício de atribuições do poder público, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei,

caberá ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado de segurança.

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Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o

juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o

resultado prático equivalente ao do adimplemento.

§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do

provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia,

citando o réu.

§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária ao

réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação,

fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.

§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da sentença favorável ao autor,

mas será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento.

Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido pelo Conselho dos Direitos da

Criança e do Adolescente do respectivo município.

§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em julgado da decisão serão

exigidas através de execução promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada

igual iniciativa aos demais legitimados.

§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará depositado em

estabelecimento oficial de crédito, em conta com correção monetária.

Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável à

parte.

Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao poder público, o juiz

determinará a remessa de peças à autoridade competente, para apuração da

responsabilidade civil e administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão.

Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória sem que a

associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual

iniciativa aos demais legitimados.

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Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu os honorários advocatícios

arbitrados na conformidade do § 4º do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973

(Código de Processo Civil) , quando reconhecer que a pretensão é manifestamente infundada.

Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores

responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente condenados ao décuplo das

custas, sem prejuízo de responsabilidade por perdas e danos.

Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento de custas,

emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas.

Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa do

Ministério Público, prestando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto de ação civil,

e indicando-lhe os elementos de convicção.

Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e tribunais tiverem conhecimento de fatos

que possam ensejar a propositura de ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as

providências cabíveis.

Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às autoridades

competentes as certidões e informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo

de quinze dias.

Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou

requisitar, de qualquer pessoa, organismo público ou particular, certidões, informações,

exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a dez dias úteis.

§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da

inexistência de fundamento para a propositura da ação cível, promoverá o arquivamento dos

autos do inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o fundamentadamente.

§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados serão remetidos, sob

pena de se incorrer em falta grave, no prazo de três dias, ao Conselho Superior do Ministério

Público.

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§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de arquivamento, em sessão do

Conselho Superior do Ministério público, poderão as associações legitimadas apresentar

razões escritas ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou anexados às

peças de informação.

§ 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação do Conselho

Superior do Ministério Público, conforme dispuser o seu regimento.

§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquivamento, designará,

desde logo, outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.

Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de

julho de 1985 .

Título VII

Dos Crimes e Das Infrações Administrativas

Capítulo I

Dos Crimes

Seção I

Disposições Gerais

Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e o adolescente, por

ação ou omissão, sem prejuízo do disposto na legislação penal.

Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte Geral do Código Penal

e, quanto ao processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal.

Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada.

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Art. 227-A Os efeitos da condenação prevista no inciso I do caput do art. 92 do Decreto-Lei nº

2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para os crimes previstos nesta Lei, praticados

por servidores públicos com abuso de autoridade, são condicionados à ocorrência de

reincidência.

Parágrafo único. A perda do cargo, do mandato ou da função, nesse caso, independerá da

pena aplicada na reincidência.

Seção II

Dos Crimes em Espécie

Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à

saúde de gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos

no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da

alta médica, declaração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do

desenvolvimento do neonato:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Parágrafo único. Se o crime é culposo:

Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.

Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de

gestante de identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem

como deixar de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Parágrafo único. Se o crime é culposo:

Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.

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Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão sem

estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária

competente:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância das

formalidades legais.

Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou adolescente de

fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à

pessoa por ele indicada:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame

ou a constrangimento:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 233. (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997:

Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata liberação

de criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente

privado de liberdade:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar

ou representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

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Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude

de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto:

Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.

Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou

recompensa:

Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.

Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa.

Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou

adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter

lucro:

Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.

Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude:

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência.

Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena

de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

§ 1º Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer modo

intermedeia a participação de criança ou adolescente nas cenas referidas no caput deste

artigo, ou ainda quem com esses contracena.

§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime:

I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la;

II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade; ou

III – prevalecendo-se de relações de parentesco consangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou

por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qualquer outro

título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento.

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Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de

sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente:

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por

qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo

ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou

adolescente:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de

que trata o caput deste artigo;

II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, cenas ou

imagens de que trata o caput deste artigo.

§ 2º As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1º deste artigo são puníveis quando o

responsável legal pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o

acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo.

Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra

forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou

adolescente:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 1º A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o material a

que se refere o caput deste artigo.

§ 2º Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às

autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-

C desta Lei, quando a comunicação for feita por:

I – agente público no exercício de suas funções;

II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades

institucionais, o recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes

referidos neste parágrafo;

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III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço

prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento do material relativo à notícia

feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário.

§ 3º As pessoas referidas no § 2º deste artigo deverão manter sob sigilo o material ilícito

referido.

Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou

pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou

qualquer outra forma de representação visual:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza,

distribui, publica ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material

produzido na forma do caput deste artigo.

Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação,

criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:

I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo explícito ou

pornográfica com o fim de com ela praticar ato libidinoso;

II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de induzir criança a se exibir

de forma pornográfica ou sexualmente explícita.

Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo explícito ou

pornográfica” compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente em

atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma

criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais.

Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança

ou adolescente arma, munição ou explosivo:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.

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Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de qualquer

forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos

componentes possam causar dependência física ou psíquica:

Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais

grave.

Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança

ou adolescente fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido

potencial, sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida:

Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.

Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do art. 2º desta Lei,

à prostituição ou à exploração sexual:

Pena – reclusão de quatro a dez anos e multa, além da perda de bens e valores utilizados na

prática criminosa em favor do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente da unidade da

Federação (Estado ou Distrito Federal) em que foi cometido o crime, ressalvado o direito de

terceiro de boa-fé.

§ 1º Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que

se verifique a submissão de criança ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo.

§ 2º Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de

funcionamento do estabelecimento.

Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele

praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

§ 1º Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas

utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet.

§ 2º As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a

infração cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1º da Lei n o 8.072, de 25 de julho de

1990 .

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Capítulo II

Das Infrações Administrativas

Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e

de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos

de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra

criança ou adolescente:

Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de

reincidência.

Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de atendimento o exercício dos

direitos constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:

Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de

reincidência.

Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por qualquer meio de

comunicação, nome, ato ou documento de procedimento policial, administrativo ou judicial

relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato infracional:

Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de

reincidência.

§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, fotografia de criança ou

adolescente envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se

refira a atos que lhe sejam atribuídos, de forma a permitir sua identificação, direta ou

indiretamente.

§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora de rádio ou televisão, além da

pena prevista neste artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a apreensão da

publicação.

Art. 248. (Revogado pela Lei nº 13.431, de 2017) (Vigência)

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Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao poder familiar ou

decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho

Tutelar:

Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de

reincidência.

Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem

autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere:

Pena – multa.

§ 1 º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a autoridade judiciária poderá

determinar o fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias.

§ 2 º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta) dias, o estabelecimento

será definitivamente fechado e terá sua licença cassada.

Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer meio, com inobservância do

disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta Lei:

Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de

reincidência.

Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo público de afixar, em lugar visível e

de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natureza da

diversão ou espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação:

Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de

reincidência.

Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representações ou espetáculos, sem

indicar os limites de idade a que não se recomendem:

Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada em caso de reincidência, aplicável,

separadamente, à casa de espetáculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade.

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Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo ou sem aviso de sua

classificação:

Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de reincidência a

autoridade judiciária poderá determinar a suspensão da programação da emissora por até

dois dias.

Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere classificado pelo órgão competente

como inadequado às crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo:

Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na reincidência, a autoridade poderá

determinar a suspensão do espetáculo ou o fechamento do estabelecimento por até quinze

dias.

Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de programação em vídeo, em

desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente:

Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidência, a autoridade

judiciária poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.

Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79 desta Lei:

Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicando-se a pena em caso de

reincidência, sem prejuízo de apreensão da revista ou publicação.

Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o empresário de observar o que

dispõe esta Lei sobre o acesso de criança ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua

participação no espetáculo:

Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidência, a autoridade

judiciária poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.

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Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar a instalação e operacionalização

dos cadastros previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei:

Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais).

Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade que deixa de efetuar o

cadastramento de crianças e de adolescentes em condições de serem adotadas, de pessoas ou

casais habilitados à adoção e de crianças e adolescentes em regime de acolhimento

institucional ou familiar.

Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde

de gestante de efetuar imediato encaminhamento à autoridade judiciária de caso de que

tenha conhecimento de mãe ou gestante interessada em entregar seu filho para adoção:

Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais).

Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de programa oficial ou comunitário

destinado à garantia do direito à convivência familiar que deixa de efetuar a comunicação

referida no caput deste artigo.

Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso II do art. 81:

Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais);

Medida Administrativa - interdição do estabelecimento comercial até o recolhimento da multa

aplicada.

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da publicação deste Estatuto, elaborará

projeto de lei dispondo sobre a criação ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da política

de atendimento fixadas no art. 88 e ao que estabelece o Título V do Livro II.

Parágrafo único. Compete aos estados e municípios promoverem a adaptação de seus órgãos

e programas às diretrizes e princípios estabelecidos nesta Lei.

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Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do

Adolescente nacional, distrital, estaduais ou municipais, devidamente comprovadas, sendo

essas integralmente deduzidas do imposto de renda, obedecidos os seguintes limites:

I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apurado pelas pessoas jurídicas

tributadas com base no lucro real; e

II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado pelas pessoas físicas na Declaração

de Ajuste Anual, observado o disposto no art. 22 da Lei n o 9.532, de 10 de dezembro de 1997 .

§ 1º - (Revogado pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito)

§ 1º -A. Na definição das prioridades a serem atendidas com os recursos captados pelos

fundos nacional, estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente, serão

consideradas as disposições do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de

Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária e as do Plano Nacional pela

Primeira Infância.

§ 2º Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente

fixarão critérios de utilização, por meio de planos de aplicação, das dotações subsidiadas e

demais receitas, aplicando necessariamente percentual para incentivo ao acolhimento, sob a

forma de guarda, de crianças e adolescentes e para programas de atenção integral à primeira

infância em áreas de maior carência socioeconômica e em situações de calamidade.

§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento,

regulamentará a comprovação das doações feitas aos fundos, nos termos deste artigo.

§ 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a forma de fiscalização da aplicação,

pelo Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, dos incentivos fiscais referidos

neste artigo.

§ 5º Observado o disposto no § 4º do art. 3º da Lei n o 9.249, de 26 de dezembro de 1995 , a

dedução de que trata o inciso I do caput :

I - será considerada isoladamente, não se submetendo a limite em conjunto com outras

deduções do imposto; e

II - não poderá ser computada como despesa operacional na apuração do lucro real.

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Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário de 2009, a pessoa física poderá optar

pela doação de que trata o inciso II do caput do art. 260 diretamente em sua Declaração de

Ajuste Anual.

§ 1º A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até os seguintes percentuais aplicados

sobre o imposto apurado na declaração:

I - (VETADO);

II - (VETADO);

III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.

§ 2º A dedução de que trata o caput :

I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado na

declaração de que trata o inciso II do caput do art. 260;

II - não se aplica à pessoa física que:

a) utilizar o desconto simplificado;

b) apresentar declaração em formulário; ou

c) entregar a declaração fora do prazo;

III - só se aplica às doações em espécie; e

IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em vigor.

§ 3º O pagamento da doação deve ser efetuado até a data de vencimento da primeira quota ou

quota única do imposto, observadas instruções específicas da Secretaria da Receita Federal do

Brasil.

§ 4º O não pagamento da doação no prazo estabelecido no § 3º implica a glosa definitiva desta

parcela de dedução, ficando a pessoa física obrigada ao recolhimento da diferença de imposto

devido apurado na Declaração de Ajuste Anual com os acréscimos legais previstos na

legislação.

§ 5º A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na Declaração de Ajuste Anual as

doações feitas, no respectivo ano-calendário, aos fundos controlados pelos Conselhos dos

Direitos da Criança e do Adolescente municipais, distrital, estaduais e nacional

concomitantemente com a opção de que trata o caput , respeitado o limite previsto no inciso II

do art. 260.

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Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260 poderá ser deduzida:

I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas que apuram o imposto

trimestralmente; e

II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para as pessoas jurídicas que apuram o

imposto anualmente.

Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do período a que se refere a apuração

do imposto.

Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei podem ser efetuadas em espécie ou

em bens.

Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie devem ser depositadas em conta

específica, em instituição financeira pública, vinculadas aos respectivos fundos de que trata o

art. 260.

Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos Fundos dos Direitos da

Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais devem emitir recibo em

favor do doador, assinado por pessoa competente e pelo presidente do Conselho

correspondente, especificando:

I - número de ordem;

II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e endereço do emitente;

III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do doador;

IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e

V - ano-calendário a que se refere a doação.

§ 1º O comprovante de que trata o caput deste artigo pode ser emitido anualmente, desde que

discrimine os valores doados mês a mês.

§ 2º No caso de doação em bens, o comprovante deve conter a identificação dos bens,

mediante descrição em campo próprio ou em relação anexa ao comprovante, informando

também se houve avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e endereço dos avaliadores.

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Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador deverá:

I - comprovar a propriedade dos bens, mediante documentação hábil;

II - baixar os bens doados na declaração de bens e direitos, quando se tratar de pessoa física, e

na escrituração, no caso de pessoa jurídica; e

III - considerar como valor dos bens doados:

a) para as pessoas físicas, o valor constante da última declaração do imposto de renda, desde

que não exceda o valor de mercado;

b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens.

Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não será considerado na determinação do

valor dos bens doados, exceto se o leilão for determinado por autoridade judiciária.

Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D e 260-E devem ser mantidos pelo

contribuinte por um prazo de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da dedução perante a

Receita Federal do Brasil.

Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos Fundos dos Direitos da

Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais devem:

I - manter conta bancária específica destinada exclusivamente a gerir os recursos do Fundo;

II - manter controle das doações recebidas; e

III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do Brasil as doações recebidas mês a

mês, identificando os seguintes dados por doador:

a) nome, CNPJ ou CPF;

b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou em bens.

Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações previstas no art. 260-G, a Secretaria da

Receita Federal do Brasil dará conhecimento do fato ao Ministério Público.

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Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital

e municipais divulgarão amplamente à comunidade:

I - o calendário de suas reuniões;

II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de atendimento à criança e ao

adolescente;

III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem beneficiados com recursos dos

Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital ou municipais;

IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário e o valor dos recursos previstos

para implementação das ações, por projeto;

V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, por projeto atendido, inclusive

com cadastramento na base de dados do Sistema de Informações sobre a Infância e a

Adolescência; e

VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos

da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais.

Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada Comarca, a forma de fiscalização da

aplicação dos incentivos fiscais referidos no art. 260 desta Lei.

Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos arts. 260-G e 260-I sujeitará os infratores

a responder por ação judicial proposta pelo Ministério Público, que poderá atuar de ofício, a

requerimento ou representação de qualquer cidadão.

Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR)

encaminhará à Secretaria da Receita Federal do Brasil, até 31 de outubro de cada ano, arquivo

eletrônico contendo a relação atualizada dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente

nacional, distrital, estaduais e municipais, com a indicação dos respectivos números de

inscrição no CNPJ e das contas bancárias específicas mantidas em instituições financeiras

públicas, destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos.

Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá as instruções necessárias à

aplicação do disposto nos arts. 260 a 260-K.

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Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da criança e do adolescente, os

registros, inscrições e alterações a que se referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei

serão efetuados perante a autoridade judiciária da comarca a que pertencer a entidade.

Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos estados e municípios, e os estados aos

municípios, os recursos referentes aos programas e atividades previstos nesta Lei, tão logo

estejam criados os conselhos dos direitos da criança e do adolescente nos seus respectivos

níveis.

Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as atribuições a eles conferidas

serão exercidas pela autoridade judiciária.

Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar

com as seguintes alterações:

1) Art. 121 ............................................................

§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço, se o crime resulta de

inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar

imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para

evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de um terço, se o

crime é praticado contra pessoa menor de catorze anos.

2) Art. 129 ...............................................................

§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º.

§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.

3) Art. 136.................................................................

§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de catorze

anos.

4) Art. 213 ..................................................................

Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:

Pena - reclusão de quatro a dez anos.

5) Art. 214...................................................................

Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:

Pena - reclusão de três a nove anos.»

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Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de 1973 , fica acrescido do seguinte

item:

"Art. 102 ....................................................................

6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. "

Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da administração direta ou indireta,

inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público federal promoverão edição

popular do texto integral deste Estatuto, que será posto à disposição das escolas e das

entidades de atendimento e de defesa dos direitos da criança e do adolescente.

Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla divulgação dos direitos da criança e do

adolescente nos meios de comunicação social.

Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput será veiculada em linguagem clara,

compreensível e adequada a crianças e adolescentes, especialmente às crianças com idade

inferior a 6 (seis) anos.

Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua publicação.

Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser promovidas atividades e

campanhas de divulgação e esclarecimentos acerca do disposto nesta Lei.

Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964 , e 6.697, de 10 de outubro de 1979 (Código de

Menores), e as demais disposições em contrário.

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LEI DOS CRIMES HEDIONDOS


LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990

Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, e

determina outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte lei:

Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei

no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: (Redação dada

pela Lei nº 8.930, de 1994) (Vide Lei nº 7.210, de 1984)

I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda

que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI,

VII e VIII);

I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º) e lesão corporal seguida de

morte (art. 129, § 3º), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts.

142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de

Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,

companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição;

II - roubo:

a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V);

b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de

arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B);

c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º);

III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou

morte (art. 158, § 3º);

IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);

V - estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2o);

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VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2o, 3o e 4o);

VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º).

VII-A – (VETADO)

VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins

terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e § 1º-B, com a redação dada pela Lei

no 9.677, de 2 de julho de 1998).

VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou

adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º).

IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo

comum (art. 155, § 4º-A).

Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consumados:

I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956;

II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei

nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;

III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de

dezembro de 2003;

IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18

da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;

V - o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou

equiparado.

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas

afins e o terrorismo são insuscetíveis de:

I - anistia, graça e indulto;

II - fiança.

§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado.

§ 2º (Revogado pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá

apelar em liberdade.

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§ 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos

crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em

caso de extrema e comprovada necessidade.

Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima, destinados ao

cumprimento de penas impostas a condenados de alta periculosidade, cuja permanência em

presídios estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade pública.

Art. 4º (Vetado).

Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso:

"Art. 83. ..............................................................

........................................................................

V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo,

prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado

não for reincidente específico em crimes dessa natureza."

Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214; 223, caput e seu parágrafo

único; 267, caput e 270; caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com a seguinte

redação:

"Art. 157. .............................................................

§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de cinco a quinze anos,

além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.

........................................................................

Art. 159. ...............................................................

Pena - reclusão, de oito a quinze anos.

§ 1º .................................................................

Pena - reclusão, de doze a vinte anos.

§ 2º .................................................................

Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.

§ 3º .................................................................

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Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.

........................................................................

Art. 213. ...............................................................

Pena - reclusão, de seis a dez anos.

Art. 214. ...............................................................

Pena - reclusão, de seis a dez anos.

........................................................................

Art. 223. ...............................................................

Pena - reclusão, de oito a doze anos.

Parágrafo único. ........................................................

Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.

........................................................................

Art. 267. ...............................................................

Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

........................................................................

Art. 270. ...............................................................

Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

......................................................................."

Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte parágrafo:

"Art. 159. ..............................................................

........................................................................

§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-autor que denunciá-lo à autoridade,

facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços."

Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal,

quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e

drogas afins ou terrorismo.

Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou

quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços.

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Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159,

caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo

único, 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal,

são acrescidas de metade, respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, estando a

vítima em qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também do Código Penal.

Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vigorar acrescido de

parágrafo único, com a seguinte redação:

"Art. 35. ................................................................

Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo serão contados em dobro quando

se tratar dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14."

Art. 11. (Vetado).

Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.

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LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992

Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito

no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta

ou fundacional e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte lei:

CAPÍTULO I

Das Disposições Gerais

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não,

contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos

Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao

patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou

concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos

na forma desta lei.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade

praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo,

fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário

haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita

anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a

contribuição dos cofres públicos.

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que

transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou

qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas

entidades mencionadas no artigo anterior.

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Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo

agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie

sob qualquer forma direta ou indireta.

Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita

observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato

dos assuntos que lhe são afetos.

Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do

agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.

Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os

bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.

Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar

enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito

representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.

Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens

que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante

do enriquecimento ilícito.

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer

ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

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CAPÍTULO II

Dos Atos de Improbidade Administrativa

Seção I

Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir

qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato,

função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:

I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra

vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou

presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por

ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;

II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou

locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no

art. 1° por preço superior ao valor de mercado;

III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou

locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao

valor de mercado;

IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de

qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas

no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros

contratados por essas entidades;

V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a

exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de

usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;

VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer

declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou

sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens

fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

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VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função

pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio

ou à renda do agente público;

VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para

pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação

ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;

IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública

de qualquer natureza;

X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir

ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;

XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores

integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;

XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo

patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.

Seção II

Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação

ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,

malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta

lei, e notadamente:

I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de

pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial

das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas

ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei,

sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

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III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins

educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das

entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e

regulamentares aplicáveis à espécie;

IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de

qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte

delas, por preço inferior ao de mercado;

V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior

ao de mercado;

VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou

aceitar garantia insuficiente ou inidônea;

VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou

regulamentares aplicáveis à espécie;

VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de

parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente;

IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;

X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à

conservação do patrimônio público;

XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de

qualquer forma para a sua aplicação irregular;

XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;

XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos

ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades

mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou

terceiros contratados por essas entidades.

XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços

públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;

XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação

orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.

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XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular

de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela

administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a

observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas,

verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada

mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou

regulamentares aplicáveis à espécie;

XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância

das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de

parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;

XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas

sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua

aplicação irregular.

XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas

sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua

aplicação irregular.

Seção II-A

Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de

Benefício Financeiro ou Tributário

Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para

conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem

o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.

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Seção III

Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam

Contra os Princípios da Administração Pública

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da

administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,

imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na

regra de competência;

II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;

III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva

permanecer em segredo;

IV - negar publicidade aos atos oficiais;

V - frustrar a licitude de concurso público;

VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;

VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva

divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de

mercadoria, bem ou serviço.

VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de

parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas.

IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação.

X - transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação de serviços na área de saúde

sem a prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento congênere, nos termos do

parágrafo único do art. 24 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990.

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CAPÍTULO III

Das Penas

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação

específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que

podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:

I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,

ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos

direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do

acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou

incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa

jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;

II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores

acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função

pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até

duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber

benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por

intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;

III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública,

suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem

vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder

Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente,

ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três

anos.

IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos

de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou

tributário concedido.

Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do

dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.

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CAPÍTULO IV

Da Declaração de Bens

Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de

declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada

no serviço de pessoal competente.

§ 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e

qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e,

quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos

filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos

apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.

§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente público

deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.

§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras

sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do

prazo determinado, ou que a prestar falsa.

§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual de bens

apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a

Renda e proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações, para suprir a

exigência contida no caput e no § 2° deste artigo .

CAPÍTULO V

Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial

Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para

que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação

do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que

tenha conhecimento.

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§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se

esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a

representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.

§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração

dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processada na forma prevista

nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor

militar, de acordo com os respectivos regulamentos disciplinares.

Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou

Conselho de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato

de improbidade.

Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a

requerimento, designar representante para acompanhar o procedimento administrativo.

Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao

Ministério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a

decretação do seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente

ou causado dano ao patrimônio público.

§ 1º O pedido de seqüestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do

Código de Processo Civil.

§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas

bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos

tratados internacionais.

Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou

pela pessoa jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.

§ 1º As ações de que trata este artigo admitem a celebração de acordo de não persecução

cível, nos termos desta Lei.

§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à complementação

do ressarcimento do patrimônio público.

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§ 3o No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se, no que

couber, o disposto no § 3o do art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965.

§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente,

como fiscal da lei, sob pena de nulidade.

§ 5o A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente

intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.

§ 6o A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes

da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade de

apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as

disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil.

§ 7o Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do

requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos

e justificações, dentro do prazo de quinze dias.

§ 8o Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada,

rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da

ação ou da inadequação da via eleita.

§ 9o Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação.

§ 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento.

§ 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, poderão as partes requerer ao juiz a

interrupção do prazo para a contestação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias.

§ 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de improbidade, o

juiz extinguirá o processo sem julgamento do mérito.

§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos por esta Lei o

disposto no art. 221, caput e § 1o, do Código de Processo Penal.

§ 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera pessoa jurídica interessada o ente

tributante que figurar no polo ativo da obrigação tributária de que tratam o § 4º do art. 3º e

o art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.

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Art. 17-A. (VETADO):

I - (VETADO);

II - (VETADO);

III - (VETADO).

§ 1º (VETADO).

§ 2º (VETADO).

§ 3º (VETADO).

§ 4º (VETADO).

§ 5º (VETADO).

Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda

dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o

caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.

CAPÍTULO VI

Das Disposições Penais

Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou

terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.

Pena: detenção de seis a dez meses e multa.

Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado

pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.

Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o

trânsito em julgado da sentença condenatória.

Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o

afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da

remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.

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Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:

I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento;

II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou

Conselho de Contas.

Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de ofício, a

requerimento de autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo

com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou

procedimento administrativo.

CAPÍTULO VII

Da Prescrição

Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser

propostas:

I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função

de confiança;

II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis

com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.

III - até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas

final pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1o desta Lei.

CAPÍTULO VIII

Das Disposições Finais

Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de 1957, e 3.502, de 21 de

dezembro de 1958 e demais disposições em contrário.

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LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS


LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993

Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e

contratos da Administração Pública e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu

sanciono a seguinte Lei:

Capítulo I

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Seção I

Dos Princípios

Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos

pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no

âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração

direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as

sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela

União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões,

permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão

necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.

Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre

órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de

vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a

denominação utilizada.

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Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a

seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento

nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios

básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da

probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo

e dos que lhes são correlatos.

§ 1o É vedado aos agentes públicos:

I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que

comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de

sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade,

da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou

irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5 o a 12 deste

artigo e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991;

II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista,

previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que

se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos

financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e

no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991.

§ 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência,

sucessivamente, aos bens e serviços:

I - (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010)

II - produzidos no País;

III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.

IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento

de tecnologia no País.

V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de

cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e

que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.

§ 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu

procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

§ 4º (Vetado).

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§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência para:

I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas

brasileiras; e

II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de

reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da

Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.

§ 6º A margem de preferência de que trata o § 5º será estabelecida com base em estudos

revistos periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que levem em consideração:

I - geração de emprego e renda;

II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais;

III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País;

IV - custo adicional dos produtos e serviços; e

V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados.

§ 7º Para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e

inovação tecnológica realizados no País, poderá ser estabelecido margem de preferência

adicional àquela prevista no § 5º.

§ 8º As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo de serviços,

a que se referem os §§ 5º e 7o, serão definidas pelo Poder Executivo federal, não podendo a

soma delas ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos

produtos manufaturados e serviços estrangeiros.

§ 9º As disposições contidas nos §§ 5º e 7o deste artigo não se aplicam aos bens e aos serviços

cuja capacidade de produção ou prestação no País seja inferior:

I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou

II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7º do art. 23 desta Lei, quando for o caso.

§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5º poderá ser estendida, total ou

parcialmente, aos bens e serviços originários dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul -

Mercosul.

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§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e obras poderão, mediante

prévia justificativa da autoridade competente, exigir que o contratado promova, em favor de

órgão ou entidade integrante da administração pública ou daqueles por ela indicados a partir

de processo isonômico, medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso

a condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabelecida

pelo Poder Executivo federal.

§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao aperfeiçoamento dos

sistemas de tecnologia de informação e comunicação, considerados estratégicos em ato do

Poder Executivo federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com tecnologia

desenvolvida no País e produzidos de acordo com o processo produtivo básico de que trata

a Lei no 10.176, de 11 de janeiro de 2001.

§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro, a relação de empresas

favorecidas em decorrência do disposto nos §§ 5º, 7o, 10, 11 e 12 deste artigo, com indicação

do volume de recursos destinados a cada uma delas.

§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas demais normas de licitação e contratos

devem privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de

pequeno porte na forma da lei.

§ 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem sobre as demais preferências

previstas na legislação quando estas forem aplicadas sobre produtos ou serviços

estrangeiros.

Art. 4º Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se

refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento

estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde

que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.

Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrativo

formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública.

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Art. 5º Todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações terão como expressão

monetária a moeda corrente nacional, ressalvado o disposto no art. 42 desta Lei, devendo

cada unidade da Administração, no pagamento das obrigações relativas ao fornecimento de

bens, locações, realização de obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte

diferenciada de recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, salvo

quando presentes relevantes razões de interesse público e mediante prévia justificativa da

autoridade competente, devidamente publicada.

§ 1º Os créditos a que se refere este artigo terão seus valores corrigidos por critérios previstos

no ato convocatório e que lhes preservem o valor.

§ 2º A correção de que trata o parágrafo anterior cujo pagamento será feito junto com o

principal, correrá à conta das mesmas dotações orçamentárias que atenderam aos créditos a

que se referem.

§ 3º Observados o disposto no caput, os pagamentos decorrentes de despesas cujos valores

não ultrapassem o limite de que trata o inciso II do art. 24, sem prejuízo do que dispõe seu

parágrafo único, deverão ser efetuados no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados da

apresentação da fatura.

Art. 5º -A. As normas de licitações e contratos devem privilegiar o tratamento diferenciado e

favorecido às microempresas e empresas de pequeno porte na forma da lei.

Seção II

Das Definições

Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:

I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por

execução direta ou indireta;

II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a

Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação,

reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou

trabalhos técnico-profissionais;

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III - Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou

parceladamente;

IV - Alienação - toda transferência de domínio de bens a terceiros;

V - Obras, serviços e compras de grande vulto - aquelas cujo valor estimado seja superior a 25

(vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea "c" do inciso I do art. 23 desta Lei;

VI - Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimento das obrigações assumidas por

empresas em licitações e contratos;

VII - Execução direta - a que é feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelos próprios

meios;

VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob qualquer dos

seguintes regimes:

a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por

preço certo e total;

b) empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por

preço certo de unidades determinadas;

c) (Vetado).

d) tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou

sem fornecimento de materiais;

e) empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em sua integralidade,

compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira

responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada em

operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de

segurança estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades para que

foi contratada;

IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão

adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da

licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que

assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do

empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e

do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:

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a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e identificar

todos os seus elementos constitutivos com clareza;

b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a

necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração do projeto

executivo e de realização das obras e montagem;

c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a incorporar à

obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores resultados para o

empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;

d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos, instalações

provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a

sua execução;

e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo a sua

programação, a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados

necessários em cada caso;

f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e

fornecimentos propriamente avaliados;

X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução

completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas

Técnicas - ABNT;

XI - Administração Pública - a administração direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios, abrangendo inclusive as entidades com personalidade jurídica de

direito privado sob controle do poder público e das fundações por ele instituídas ou mantidas;

XII - Administração - órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual a Administração

Pública opera e atua concretamente;

XIII - Imprensa Oficial - veículo oficial de divulgação da Administração Pública, sendo para a

União o Diário Oficial da União, e, para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, o que for

definido nas respectivas leis;

XIV - Contratante - é o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual;

XV - Contratado - a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a Administração

Pública;

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XVI - Comissão - comissão, permanente ou especial, criada pela Administração com a função

de receber, examinar e julgar todos os documentos e procedimentos relativos às licitações e

ao cadastramento de licitantes.

XVII - produtos manufaturados nacionais - produtos manufaturados, produzidos no território

nacional de acordo com o processo produtivo básico ou com as regras de origem

estabelecidas pelo Poder Executivo federal;

XVIII - serviços nacionais - serviços prestados no País, nas condições estabelecidas pelo Poder

Executivo federal;

XIX - sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos - bens e serviços de

tecnologia da informação e comunicação cuja descontinuidade provoque dano significativo à

administração pública e que envolvam pelo menos um dos seguintes requisitos relacionados

às informações críticas: disponibilidade, confiabilidade, segurança e confidencialidade.

XX - produtos para pesquisa e desenvolvimento - bens, insumos, serviços e obras necessários

para atividade de pesquisa científica e tecnológica, desenvolvimento de tecnologia ou inovação

tecnológica, discriminados em projeto de pesquisa aprovado pela instituição contratante.

Seção III

Das Obras e Serviços

Art. 7º As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão ao

disposto neste artigo e, em particular, à seguinte seqüência:

I - projeto básico;

II - projeto executivo;

III - execução das obras e serviços.

§ 1º A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da conclusão e aprovação,

pela autoridade competente, dos trabalhos relativos às etapas anteriores, à exceção do

projeto executivo, o qual poderá ser desenvolvido concomitantemente com a execução das

obras e serviços, desde que também autorizado pela Administração.

§ 2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:

I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos

interessados em participar do processo licitatório;

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II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os seus

custos unitários;

III - houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações

decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exercício financeiro em curso, de

acordo com o respectivo cronograma;

IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual

de que trata o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso.

§ 3º É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos financeiros para sua

execução, qualquer que seja a sua origem, exceto nos casos de empreendimentos executados

e explorados sob o regime de concessão, nos termos da legislação específica.

§ 4º É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de materiais e serviços

sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do

projeto básico ou executivo.

§ 5º É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem similaridade ou

de marcas, características e especificações exclusivas, salvo nos casos em que for

tecnicamente justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e serviços for feito

sob o regime de administração contratada, previsto e discriminado no ato convocatório.

§ 6º A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade dos atos ou contratos

realizados e a responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.

§ 7º Não será ainda computado como valor da obra ou serviço, para fins de julgamento das

propostas de preços, a atualização monetária das obrigações de pagamento, desde a data final

de cada período de aferição até a do respectivo pagamento, que será calculada pelos mesmos

critérios estabelecidos obrigatoriamente no ato convocatório.

§ 8º Qualquer cidadão poderá requerer à Administração Pública os quantitativos das obras e

preços unitários de determinada obra executada.

§ 9º O disposto neste artigo aplica-se também, no que couber, aos casos de dispensa e de

inexigibilidade de licitação.

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Art. 8º A execução das obras e dos serviços deve programar-se, sempre, em sua totalidade,

previstos seus custos atual e final e considerados os prazos de sua execução.

Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da execução de obra ou serviço, ou de

suas parcelas, se existente previsão orçamentária para sua execução total, salvo insuficiência

financeira ou comprovado motivo de ordem técnica, justificados em despacho circunstanciado

da autoridade a que se refere o art. 26 desta Lei.

Art. 9º Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução de obra ou

serviço e do fornecimento de bens a eles necessários:

I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;

II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do projeto básico ou

executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais

de 5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou

subcontratado;

III - servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação.

§ 1º É permitida a participação do autor do projeto ou da empresa a que se refere o inciso II

deste artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como consultor ou técnico, nas

funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, exclusivamente a serviço da

Administração interessada.

§ 2º O disposto neste artigo não impede a licitação ou contratação de obra ou serviço que

inclua a elaboração de projeto executivo como encargo do contratado ou pelo preço

previamente fixado pela Administração.

§ 3º Considera-se participação indireta, para fins do disposto neste artigo, a existência de

qualquer vínculo de natureza técnica, comercial, econômica, financeira ou trabalhista entre o

autor do projeto, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável pelos serviços,

fornecimentos e obras, incluindo-se os fornecimentos de bens e serviços a estes necessários.

§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se aos membros da comissão de licitação.

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Art. 10. As obras e serviços poderão ser executados nas seguintes formas:

I - execução direta;

II - execução indireta, nos seguintes regimes:

a) empreitada por preço global;

b) empreitada por preço unitário;

c) (Vetado).

d) tarefa;

e) empreitada integral.

Parágrafo único. (Vetado).

Art. 11. As obras e serviços destinados aos mesmos fins terão projetos padronizados por

tipos, categorias ou classes, exceto quando o projeto-padrão não atender às condições

peculiares do local ou às exigências específicas do empreendimento.

Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras e serviços serão considerados

principalmente os seguintes requisitos:

I - segurança;

II - funcionalidade e adequação ao interesse público;

III - economia na execução, conservação e operação;

IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, materiais, tecnologia e matérias-primas

existentes no local para execução, conservação e operação;

V - facilidade na execução, conservação e operação, sem prejuízo da durabilidade da obra ou

do serviço;

VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho adequadas;

VII - impacto ambiental.

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Seção IV

Dos Serviços Técnicos Profissionais Especializados

Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os

trabalhos relativos a:

I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;

II - pareceres, perícias e avaliações em geral;

III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias;

IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;

V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;

VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;

VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico.

VIII - (Vetado).

§ 1º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos para a prestação de

serviços técnicos profissionais especializados deverão, preferencialmente, ser celebrados

mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração.

§ 2º Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no que couber, o disposto no art.

111 desta Lei.

§ 3º A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que apresente relação de

integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou como elemento de

justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a garantir que os

referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços objeto do contrato.

Seção V

Das Compras

Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de seu objeto e indicação

dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do ato e

responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.

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Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:

I - atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de especificações

técnicas e de desempenho, observadas, quando for o caso, as condições de manutenção,

assistência técnica e garantia oferecidas;

II - ser processadas através de sistema de registro de preços;

III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor privado;

IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para aproveitar as peculiaridades

do mercado, visando economicidade;

V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades da Administração

Pública.

§ 1º O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado.

§ 2º Os preços registrados serão publicados trimestralmente para orientação da

Administração, na imprensa oficial.

§ 3º O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto, atendidas as

peculiaridades regionais, observadas as seguintes condições:

I - seleção feita mediante concorrência;

II - estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos preços registrados;

III - validade do registro não superior a um ano.

§ 4º A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar as contratações

que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada a

legislação relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro preferência em

igualdade de condições.

§ 5º O sistema de controle originado no quadro geral de preços, quando possível, deverá ser

informatizado.

§ 6º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço constante do quadro geral em

razão de incompatibilidade desse com o preço vigente no mercado.

§ 7º Nas compras deverão ser observadas, ainda:

I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação de marca;

II - a definição das unidades e das quantidades a serem adquiridas em função do consumo e

utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre que possível, mediante adequadas

técnicas quantitativas de estimação;

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III - as condições de guarda e armazenamento que não permitam a deterioração do material.

§ 8º O recebimento de material de valor superior ao limite estabelecido no art. 23 desta Lei,

para a modalidade de convite, deverá ser confiado a uma comissão de, no mínimo, 3

(três) membros.

Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão de divulgação oficial ou em quadro de

avisos de amplo acesso público, à relação de todas as compras feitas pela Administração

Direta ou Indireta, de maneira a clarificar a identificação do bem comprado, seu preço unitário,

a quantidade adquirida, o nome do vendedor e o valor total da operação, podendo ser

aglutinadas por itens as compras feitas com dispensa e inexigibilidade de licitação.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos de dispensa de licitação

previstos no inciso IX do art. 24.

Seção VI

Das Alienações

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse

público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes

normas:

I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e

entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais,

dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta

nos seguintes casos:

a) dação em pagamento;

b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública,

de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i;

c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta

Lei;

d) investidura;

e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo;

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f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou

permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente

utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse

social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública;

g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei no 6.383, de 7 de

dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em

cuja competência legal inclua-se tal atribuição;

h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou

permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m²

(duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de

regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da

administração pública;

i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da

União e do Incra, onde incidam ocupações até o limite de que trata o § 1º do art. 6o da Lei

no 11.952, de 25 de junho de 2009, para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos

legais; e

II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos

seguintes casos:

a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua

oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de

alienação;

b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública;

c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica;

d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;

e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração

Pública, em virtude de suas finalidades;

f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração

Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.

§ 1º Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso I deste artigo, cessadas as razões que

justificaram a sua doação, reverterão ao patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua

alienação pelo beneficiário.

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§ 2º A Administração também poderá conceder título de propriedade ou de direito real de uso

de imóveis, dispensada licitação, quando o uso destinar-se:

I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja a localização do

imóvel;

II - a pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento ou ato normativo do órgão

competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica

e exploração direta sobre área rural, observado o limite de que trata o § 1º do art. 6o da Lei

no 11.952, de 25 de junho de 2009;

§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2º ficam dispensadas de autorização legislativa, porém

submetem-se aos seguintes condicionamentos:

I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular seja comprovadamente

anterior a 1o de dezembro de 2004;

II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal e administrativo da

destinação e da regularização fundiária de terras públicas;

III - vedação de concessões para hipóteses de exploração não-contempladas na lei agrária, nas

leis de destinação de terras públicas, ou nas normas legais ou administrativas de zoneamento

ecológico-econômico; e

IV - previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notificação, em caso de

declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse social.

§ 2º-B. A hipótese do inciso II do § 2º deste artigo:

I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a vedação, impedimento ou

inconveniente a sua exploração mediante atividades agropecuárias;

II - fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que não exceda mil e quinhentos

hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite;

III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura prevista na alínea g do

inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo.

IV - (VETADO)

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§ 3º Entende-se por investidura, para os fins desta lei:

I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de

obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao

da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do valor constante

da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta lei;

II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de

imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas,

desde que considerados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a

categoria de bens reversíveis ao final da concessão.

§ 4º A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão, obrigatoriamente os

encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato,

sendo dispensada a licitação no caso de interesse público devidamente justificado;

§ 5º Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário necessite oferecer o imóvel em

garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais obrigações serão garantidas por

hipoteca em segundo grau em favor do doador.

§ 6º Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não superior

ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração poderá permitir o

leilão.

§ 7º (VETADO).

Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase de habilitação limitar-se-á à

comprovação do recolhimento de quantia correspondente a 5% (cinco por cento) da avaliação.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de

procedimentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da

autoridade competente, observadas as seguintes regras:

I - avaliação dos bens alienáveis;

II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;

III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão.

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Capítulo II

Da Licitação

Seção I

Das Modalidades, Limites e Dispensa

Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar a repartição interessada, salvo

por motivo de interesse público, devidamente justificado.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a habilitação de interessados

residentes ou sediados em outros locais.

Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços,

dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser

publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez:

I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da

Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou

totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais;

II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de

licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do

Distrito Federal;

III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de

circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido,

alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação,

utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição.

§ 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados poderão ler e

obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação.

§ 2º O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será:

I - quarenta e cinco dias para:

a) concurso;

b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada

integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço";

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II - trinta dias para:

a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior;

b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço";

III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso

anterior, ou leilão;

IV - cinco dias úteis para convite.

§ 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da última

publicação do edital resumido ou da expedição do convite, ou ainda da efetiva disponibilidade

do edital ou do convite e respectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde.

§ 4º Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu o texto

original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inqüestionavelmente,

a alteração não afetar a formulação das propostas.

Art. 22. São modalidades de licitação:

I - concorrência;

II - tomada de preços;

III - convite;

IV - concurso;

V - leilão.

§ 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial

de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos

no edital para execução de seu objeto.

§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente

cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o

terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária

qualificação.

§ 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto,

cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade

administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o

estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu

interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.

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§ 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de

trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos

vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com

antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.

§ 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens

móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou

penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior

lance, igual ou superior ao valor da avaliação.

§ 6º Na hipótese do § 3º deste artigo, existindo na praça mais de 3 (três) possíveis

interessados, a cada novo convite, realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é

obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastrados não

convidados nas últimas licitações.

§ 7º Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for

impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no § 3º deste artigo, essas

circunstâncias deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do

convite.

§ 8º É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combinação das referidas

neste artigo.

§ 9º Na hipótese do parágrafo 2o deste artigo, a administração somente poderá exigir do

licitante não cadastrado os documentos previstos nos arts. 27 a 31, que

comprovem habilitação compatível com o objeto da licitação, nos termos do edital.

Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão

determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da

contratação:

I - para obras e serviços de engenharia:

a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais);

b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);

c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);

II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:

a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);

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b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais);

c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais).

§ 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão divididas em tantas

parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à

licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à

ampliação da competitividade sem perda da economia de escala.

§ 2º Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parceladas nos termos do

parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da obra, serviço ou compra, há de

corresponder licitação distinta, preservada a modalidade pertinente para a execução do objeto

em licitação.

§ 3º A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu

objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como

nas concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último

caso, observados os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade

dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver

fornecedor do bem ou serviço no País.

§ 4º Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e,

em qualquer caso, a concorrência.

§ 5º É vedada a utilização da modalidade "convite" ou "tomada de preços", conforme o caso,

para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma

natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, sempre

que o somatório de seus valores caracterizar o caso de "tomada de preços" ou "concorrência",

respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica que

possam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela do

executor da obra ou serviço.

§ 6º As organizações industriais da Administração Federal direta, em face de suas

peculiaridades, obedecerão aos limites estabelecidos no inciso I deste artigo também para

suas compras e serviços em geral, desde que para a aquisição de materiais aplicados

exclusivamente na manutenção, reparo ou fabricação de meios operacionais bélicos

pertencentes à União.

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§ 7º Na compra de bens de natureza divisível e desde que não haja prejuízo para o conjunto ou

complexo, é permitida a cotação de quantidade inferior à demandada na licitação, com vistas a

ampliação da competitividade, podendo o edital fixar quantitativo mínimo para preservar a

economia de escala.

§ 8º No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores mencionados no caput

deste artigo quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quando formado

por maior número.

Art. 24. É dispensável a licitação:

I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na

alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma

obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que

possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;

II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea

"a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que

não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que

possa ser realizada de uma só vez;

III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;

IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de

atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de

pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente

para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as

parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e

oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou

calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;

V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder

ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições

preestabelecidas;

VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou

normalizar o abastecimento;

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VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos

praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais

competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a

situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao

constante do registro de preços, ou dos serviços;

VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou

serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha

sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço

contratado seja compatível com o praticado no mercado;

IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos

estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;

X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas

da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha,

desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;

XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de

rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas

as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço,

devidamente corrigido;

XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário

para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base

no preço do dia;

XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da

pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à

recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-

profissional e não tenha fins lucrativos;

XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico

aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente

vantajosas para o Poder Público;

XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade

certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.

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XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da

administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de

informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem

a Administração Pública, criados para esse fim específico;

XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira,

necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao

fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for

indispensável para a vigência da garantia;

XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações,

unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de

curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de

movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder

comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda

ao limite previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei:

XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de

uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização

requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante

parecer de comissão instituída por decreto;

XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de

comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a

prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja

compatível com o praticado no mercado.

XXI - para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, limitada,

no caso de obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que trata a

alínea “b” do inciso I do caput do art. 23;

XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com

concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica;

XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com

suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção

de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.

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XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais,

qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no

contrato de gestão.

XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de

fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de

exploração de criação protegida.

XXVI - na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua

administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos

do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação.

XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos

recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por

associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda

reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de

equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública.

XXVIII - para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que

envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante

parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão.

XXIX - na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares

das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior,

necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e

ratificadas pelo Comandante da Força.

XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins

lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do

Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na

Reforma Agrária, instituído por lei federal.

XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3 o, 4o, 5o e 20 da Lei

no 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela

constantes.

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XXXII - na contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos estratégicos

para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990,

conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição

destes produtos durante as etapas de absorção tecnológica.

XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a implementação de

cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água para consumo humano e produção de

alimentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular

de água.

XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito público interno de insumos estratégicos

para a saúde produzidos ou distribuídos por fundação que, regimental ou estatutariamente,

tenha por finalidade apoiar órgão da administração pública direta, sua autarquia ou fundação

em projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e

tecnológico e estímulo à inovação, inclusive na gestão administrativa e financeira necessária à

execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam transferência de tecnologia de

produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, nos termos do inciso XXXII deste

artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei,

desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.

XXXV - para a construção, a ampliação, a reforma e o aprimoramento de estabelecimentos

penais, desde que configurada situação de grave e iminente risco à segurança pública.

§ 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por

cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de

economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei,

como Agências Executivas.

§ 2º O limite temporal de criação do órgão ou entidade que integre a administração pública

estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos órgãos ou entidades que

produzem produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de

1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS.

§ 3º A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do caput, quando aplicada a obras e serviços

de engenharia, seguirá procedimentos especiais instituídos em regulamentação específica.

§ 4º Não se aplica a vedação prevista no inciso I do caput do art. 9o à hipótese prevista no

inciso XXI do caput.

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Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:

I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por

produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca,

devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão

de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo

Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza

singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade

para serviços de publicidade e divulgação;

III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de

empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.

§ 1º Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo

de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações,

organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas

atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado

à plena satisfação do objeto do contrato.

§ 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado

superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda Pública o

fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras

sanções legais cabíveis.

Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4o do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as

situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o

retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8o desta Lei deverão ser

comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na

imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos.

Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, previsto

neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:

I - caracterização da situação emergencial, calamitosa ou de grave e iminente risco à

segurança pública que justifique a dispensa, quando for o caso;

II - razão da escolha do fornecedor ou executante;

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III - justificativa do preço.

IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão alocados.

Seção II

Da Habilitação

Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente,

documentação relativa a:

I - habilitação jurídica;

II - qualificação técnica;

III - qualificação econômico-financeira;

IV - regularidade fiscal e trabalhista;

V - cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal.

Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso, consistirá em:

I - cédula de identidade;

II - registro comercial, no caso de empresa individual;

III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em se

tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações, acompanhado de

documentos de eleição de seus administradores;

IV - inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova de

diretoria em exercício;

V - decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em

funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento expedido pelo

órgão competente, quando a atividade assim o exigir.

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Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista, conforme o caso,

consistirá em:

I - prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de

Contribuintes (CGC);

II - prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver, relativo

ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o

objeto contratual;

III - prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do domicílio ou

sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;

IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de

Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos encargos sociais

instituídos por lei.

V - prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho, mediante a

apresentação de certidão negativa, nos termos do Título VII-A da Consolidação das Leis do

Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943.

Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:

I - registro ou inscrição na entidade profissional competente;

II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em

características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e

do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto

da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se

responsabilizará pelos trabalhos;

III - comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e, quando

exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e das condições locais para o

cumprimento das obrigações objeto da licitação;

IV - prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.

§ 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do "caput" deste artigo, no caso das

licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas

jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades profissionais

competentes, limitadas as exigências a:

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I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu quadro

permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível superior ou outro

devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de

responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes,

limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto

da licitação, vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos;

II - (Vetado).

a) (Vetado).

b) (Vetado).

§ 2º As parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo, mencionadas no parágrafo

anterior, serão definidas no instrumento convocatório.

§ 3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões ou atestados de

obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e operacional equivalente ou

superior.

§ 4º Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de aptidão, quando for o caso,

será feita através de atestados fornecidos por pessoa jurídica de direito público ou privado.

§ 5º É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com limitações de

tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta

Lei, que inibam a participação na licitação.

§ 6º As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas, equipamentos e

pessoal técnico especializado, considerados essenciais para o cumprimento do objeto da

licitação, serão atendidas mediante a apresentação de relação explícita e da declaração formal

da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis, vedada as exigências de propriedade e de

localização prévia.

§ 7º (Vetado).

I - (Vetado).

II - (Vetado).

§ 8º No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta complexidade técnica,

poderá a Administração exigir dos licitantes a metodologia de execução, cuja avaliação, para

efeito de sua aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos preços e será efetuada

exclusivamente por critérios objetivos.

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§ 9º Entende-se por licitação de alta complexidade técnica aquela que envolva alta

especialização, como fator de extrema relevância para garantir a execução do objeto a ser

contratado, ou que possa comprometer a continuidade da prestação de serviços públicos

essenciais.

§ 10. Os profissionais indicados pelo licitante para fins de comprovação da capacitação

técnico-operacional de que trata o inciso I do § 1º deste artigo deverão participar da obra ou

serviço objeto da licitação, admitindo-se a substituição por profissionais de experiência

equivalente ou superior, desde que aprovada pela administração.

§ 11. (Vetado).

§ 12. (Vetado).

Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á a:

I - balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e

apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a

sua substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices

oficiais quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta;

II - certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede da pessoa

jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física;

III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e § 1º do art. 56 desta

Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação.

§ 1º A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade financeira do licitante

com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato,

vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou

lucratividade.

§ 2º A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e serviços,

poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de capital mínimo ou

de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no § 1º do art. 56 desta Lei,

como dado objetivo de comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes e

para efeito de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado.

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§ 3º O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o parágrafo anterior

não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação, devendo a

comprovação ser feita relativamente à data da apresentação da proposta, na forma da lei,

admitida a atualização para esta data através de índices oficiais.

§ 4º Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos assumidos pelo licitante que

importem diminuição da capacidade operativa ou absorção de disponibilidade financeira,

calculada esta em função do patrimônio líquido atualizado e sua capacidade de rotação.

§ 5º A comprovação de boa situação financeira da empresa será feita de forma objetiva,

através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e devidamente justificados no

processo administrativo da licitação que tenha dado início ao certame licitatório, vedada a

exigência de índices e valores não usualmente adotados para correta avaliação de situação

financeira suficiente ao cumprimento das obrigações decorrentes da licitação.

§ 6º (Vetado).

Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresentados em original, por

qualquer processo de cópia autenticada por cartório competente ou por servidor da

administração ou publicação em órgão da imprensa oficial.

§ 1º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei poderá ser dispensada, no todo

ou em parte, nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e

leilão.

§ 2º O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1º do art. 36 substitui os

documentos enumerados nos arts. 28 a 31, quanto às informações disponibilizadas em

sistema informatizado de consulta direta indicado no edital, obrigando-se a parte a declarar,

sob as penalidades legais, a superveniência de fato impeditivo da habilitação.

§ 3º A documentação referida neste artigo poderá ser substituída por registro cadastral

emitido por órgão ou entidade pública, desde que previsto no edital e o registro tenha sido

feito em obediência ao disposto nesta Lei.

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§ 4º As empresas estrangeiras que não funcionem no País, tanto quanto possível, atenderão,

nas licitações internacionais, às exigências dos parágrafos anteriores mediante documentos

equivalentes, autenticados pelos respectivos consulados e traduzidos por tradutor

juramentado, devendo ter representação legal no Brasil com poderes expressos para receber

citação e responder administrativa ou judicialmente.

§ 5º Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo, prévio recolhimento de taxas

ou emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, quando solicitado, com os seus

elementos constitutivos, limitados ao valor do custo efetivo de reprodução gráfica da

documentação fornecida.

§ 6º O disposto no § 4º deste artigo, no § 1º do art. 33 e no § 2º do art. 55, não se aplica às

licitações internacionais para a aquisição de bens e serviços cujo pagamento seja feito com o

produto de financiamento concedido por organismo financeiro internacional de que o Brasil

faça parte, ou por agência estrangeira de cooperação, nem nos casos de contratação com

empresa estrangeira, para a compra de equipamentos fabricados e entregues no exterior,

desde que para este caso tenha havido prévia autorização do Chefe do Poder Executivo, nem

nos casos de aquisição de bens e serviços realizada por unidades administrativas com sede no

exterior.

§ 7º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e este artigo poderá ser dispensada, nos

termos de regulamento, no todo ou em parte, para a contratação de produto para pesquisa e

desenvolvimento, desde que para pronta entrega ou até o valor previsto na alínea “a” do inciso

II do caput do art. 23.

Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de empresas em consórcio, observar-se-

ão as seguintes normas:

I - comprovação do compromisso público ou particular de constituição de consórcio, subscrito

pelos consorciados;

II - indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá atender às condições de

liderança, obrigatoriamente fixadas no edital;

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III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de cada

consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação técnica, o somatório dos quantitativos

de cada consorciado, e, para efeito de qualificação econômico-financeira, o somatório dos

valores de cada consorciado, na proporção de sua respectiva participação, podendo a

Administração estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos

valores exigidos para licitante individual, inexigível este acréscimo para os consórcios

compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresas assim definidas em lei;

IV - impedimento de participação de empresa consorciada, na mesma licitação, através de

mais de um consórcio ou isoladamente;

V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em consórcio, tanto na

fase de licitação quanto na de execução do contrato.

§ 1º No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a liderança caberá,

obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado o disposto no inciso II deste artigo.

§ 2º O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do contrato, a

constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I deste

artigo.

Seção III

Dos Registros Cadastrais

Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Administração Pública que realizem

freqüentemente licitações manterão registros cadastrais para efeito de habilitação, na forma

regulamentar, válidos por, no máximo, um ano.

§ 1º O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e deverá estar permanentemente

aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por ele responsável a proceder, no mínimo

anualmente, através da imprensa oficial e de jornal diário, a chamamento público para a

atualização dos registros existentes e para o ingresso de novos interessados.

§ 2º É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de registros cadastrais de outros

órgãos ou entidades da Administração Pública.

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Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização deste, a qualquer tempo, o

interessado fornecerá os elementos necessários à satisfação das exigências do art. 27 desta

Lei.

Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, tendo-se em vista sua especialização,

subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e econômica avaliada pelos elementos

constantes da documentação relacionada nos arts. 30 e 31 desta Lei.

§ 1º Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre que atualizarem o registro.

§ 2º A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assumidas será anotada no

respectivo registro cadastral.

Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cancelado o registro do inscrito

que deixar de satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei, ou as estabelecidas para

classificação cadastral.

Seção IV

Do Procedimento e Julgamento

Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo,

devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a

indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados

oportunamente:

I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;

II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei, ou da

entrega do convite;

III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ou oficial, ou do

responsável pelo convite;

IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem;

V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;

VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ou inexigibilidade;

VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;

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VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas manifestações e

decisões;

IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso, fundamentado

circunstanciadamente;

X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;

XI - outros comprovantes de publicações;

XII - demais documentos relativos à licitação.

Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos, acordos,

convênios ou ajustes devem ser previamente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica

da Administração.

Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de licitações

simultâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso I,

alínea "c" desta Lei, o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência

pública concedida pela autoridade responsável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias

úteis da data prevista para a publicação do edital, e divulgada, com a antecedência mínima de

10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos meios previstos para a publicidade da

licitação, à qual terão acesso e direito a todas as informações pertinentes e a se manifestar

todos os interessados.

Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se licitações simultâneas aquelas com

objetos similares e com realização prevista para intervalos não superiores a trinta dias e

licitações sucessivas aquelas em que, também com objetos similares, o edital subseqüente

tenha uma data anterior a cento e vinte dias após o término do contrato resultante da licitação

antecedente.

Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da

repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da

licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da

documentação e proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará,

obrigatoriamente, o seguinte:

I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;

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II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos, como previsto

no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e para entrega do objeto da licitação;

III - sanções para o caso de inadimplemento;

IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;

V - se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação e o local onde

possa ser examinado e adquirido;

VI - condições para participação na licitação, em conformidade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e

forma de apresentação das propostas;

VII - critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;

VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância em que serão

fornecidos elementos, informações e esclarecimentos relativos à licitação e às condições para

atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seu objeto;

IX - condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras, no caso

de licitações internacionais;

X - o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso, permitida a

fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos ou

faixas de variação em relação a preços de referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º

e 2º do art. 48;

XI - critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida

a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para apresentação da

proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimplemento de

cada parcela;

XII - (Vetado).

XIII - limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de obras ou serviços

que serão obrigatoriamente previstos em separado das demais parcelas, etapas ou tarefas;

XIV - condições de pagamento, prevendo:

a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da data final do período de

adimplemento de cada parcela;

b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com a disponibilidade

de recursos financeiros;

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c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a data final do período

de adimplemento de cada parcela até a data do efetivo pagamento;

d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e descontos, por eventuais

antecipações de pagamentos;

e) exigência de seguros, quando for o caso;

XV - instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;

XVI - condições de recebimento do objeto da licitação;

XVII - outras indicações específicas ou peculiares da licitação.

§ 1º O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as folhas e assinado pela

autoridade que o expedir, permanecendo no processo de licitação, e dele extraindo-se cópias

integrais ou resumidas, para sua divulgação e fornecimento aos interessados.

§ 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:

I - o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos, especificações e

outros complementos;

II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários;

III - a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante vencedor;

IV - as especificações complementares e as normas de execução pertinentes à licitação.

§ 3º Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se como adimplemento da obrigação

contratual a prestação do serviço, a realização da obra, a entrega do bem ou de parcela destes,

bem como qualquer outro evento contratual a cuja ocorrência esteja vinculada a emissão de

documento de cobrança.

§ 4º Nas compras para entrega imediata, assim entendidas aquelas com prazo de entrega até

trinta dias da data prevista para apresentação da proposta, poderão ser dispensadas:

I - o disposto no inciso XI deste artigo;

II - a atualização financeira a que se refere a alínea "c" do inciso XIV deste artigo,

correspondente ao período compreendido entre as datas do adimplemento e a prevista para o

pagamento, desde que não superior a quinze dias.

§ 5º A Administração Pública poderá, nos

editais de licitação para a contratação de serviços, exigir da contratada que um percentual mínim

de sua mão de obra seja oriundo ou egresso do sistema prisional, com a finalidade de

ressocialização do reeducando, na forma estabelecida em regulamento.

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Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se

acha estritamente vinculada.

§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na

aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada

para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à

impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da faculdade prevista no § 1º do art. 113.

§ 2º Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a administração o

licitante que não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de

habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada

de preços ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam

esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso.

§ 3º A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de participar do

processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente.

§ 4º A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de participar das fases

subseqüentes.

Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o edital deverá ajustar-se às diretrizes da

política monetária e do comércio exterior e atender às exigências dos órgãos competentes.

§ 1º Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço em moeda estrangeira,

igualmente o poderá fazer o licitante brasileiro.

§ 2º O pagamento feito ao licitante brasileiro eventualmente contratado em virtude da

licitação de que trata o parágrafo anterior será efetuado em moeda brasileira, à taxa de

câmbio vigente no dia útil imediatamente anterior à data do efetivo pagamento.

§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão equivalentes àquelas oferecidas

ao licitante estrangeiro.

§ 4º Para fins de julgamento da licitação, as propostas apresentadas por licitantes estrangeiros

serão acrescidas dos gravames conseqüentes dos mesmos tributos que oneram

exclusivamente os licitantes brasileiros quanto à operação final de venda.

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§ 5º Para a realização de obras, prestação de serviços ou aquisição de bens com recursos

provenientes de financiamento ou doação oriundos de agência oficial de cooperação

estrangeira ou organismo financeiro multilateral de que o Brasil seja parte, poderão ser

admitidas, na respectiva licitação, as condições decorrentes de acordos, protocolos,

convenções ou tratados internacionais aprovados pelo Congresso Nacional, bem como as

normas e procedimentos daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de seleção da

proposta mais vantajosa para a administração, o qual poderá contemplar, além do preço,

outros fatores de avaliação, desde que por elas exigidos para a obtenção do financiamento ou

da doação, e que também não conflitem com o princípio do julgamento objetivo e sejam

objeto de despacho motivado do órgão executor do contrato, despacho esse ratificado pela

autoridade imediatamente superior.

§ 6º As cotações de todos os licitantes serão para entrega no mesmo local de destino.

Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes procedimentos:

I - abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos concorrentes, e

sua apreciação;

II - devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as respectivas

propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação;

III - abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados, desde que

transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência expressa, ou

após o julgamento dos recursos interpostos;

IV - verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e, conforme o

caso, com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda

com os constantes do sistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamente

registrados na ata de julgamento, promovendo-se a desclassificação das propostas

desconformes ou incompatíveis;

V - julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação

constantes do edital;

VI - deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação do objeto da

licitação.

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§ 1º A abertura dos envelopes contendo a documentação para habilitação e as propostas será

realizada sempre em ato público previamente designado, do qual se lavrará ata

circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e pela Comissão.

§ 2º Todos os documentos e propostas serão rubricados pelos licitantes presentes e pela

Comissão.

§ 3º É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da licitação, a

promoção de diligência destinada a esclarecer ou a complementar a instrução do processo,

vedada a inclusão posterior de documento ou informação que deveria constar originariamente

da proposta.

§ 4º O disposto neste artigo aplica-se à concorrência e, no que couber, ao concurso, ao leilão,

à tomada de preços e ao convite.

§ 5º Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (incisos I e II) e abertas as propostas

(inciso III), não cabe desclassificá-los por motivo relacionado com a habilitação, salvo em razão

de fatos supervenientes ou só conhecidos após o julgamento.

§ 6º Após a fase de habilitação, não cabe desistência de proposta, salvo por motivo justo

decorrente de fato superveniente e aceito pela Comissão.

Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios

objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios

estabelecidos por esta Lei.

§ 1º É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou

reservado que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade entre os

licitantes.

§ 2º Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edital ou no convite,

inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada

nas ofertas dos demais licitantes.

§ 3º Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários simbólicos, irrisórios

ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos

dos respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido

limites mínimos, exceto quando se referirem a materiais e instalações de propriedade do

próprio licitante, para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração.

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§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica-se também às propostas que incluam mão-de-

obra estrangeira ou importações de qualquer natureza.

Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o

responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios

previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente

nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de

controle.

§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade

concurso:

I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a

Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo

com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;

II - a de melhor técnica;

III - a de técnica e preço.

IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de

uso.

§ 2º No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o disposto no § 2º do

art. 3o desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o

qual todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro processo.

§ 3º No caso da licitação do tipo "menor preço", entre os licitantes considerados qualificados a

classificação se dará pela ordem crescente dos preços propostos, prevalecendo, no caso de

empate, exclusivamente o critério previsto no parágrafo anterior.

§ 4º Para contratação de bens e serviços de informática, a administração observará o disposto

no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta os fatores especificados

em seu parágrafo 2o e adotando obrigatoriamente o tipo de licitação "técnica e preço",

permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder

Executivo.

§ 5º É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste artigo.

§ 6º Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas tantas propostas quantas

necessárias até que se atinja a quantidade demandada na licitação.

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Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão utilizados

exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial na

elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia

consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e

projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4º do artigo anterior.

§ 1º Nas licitações do tipo "melhor técnica" será adotado o seguinte procedimento claramente

explicitado no instrumento convocatório, o qual fixará o preço máximo que a Administração se

propõe a pagar:

I - serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusivamente dos licitantes

previamente qualificados e feita então a avaliação e classificação destas propostas de acordo

com os critérios pertinentes e adequados ao objeto licitado, definidos com clareza e

objetividade no instrumento convocatório e que considerem a capacitação e a experiência do

proponente, a qualidade técnica da proposta, compreendendo metodologia, organização,

tecnologias e recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, e a qualificação das equipes

técnicas a serem mobilizadas para a sua execução;

II - uma vez classificadas as propostas técnicas, proceder-se-á à abertura das propostas de

preço dos licitantes que tenham atingido a valorização mínima estabelecida no instrumento

convocatório e à negociação das condições propostas, com a proponente melhor classificada,

com base nos orçamentos detalhados apresentados e respectivos preços unitários e tendo

como referência o limite representado pela proposta de menor preço entre os licitantes que

obtiveram a valorização mínima;

III - no caso de impasse na negociação anterior, procedimento idêntico será adotado,

sucessivamente, com os demais proponentes, pela ordem de classificação, até a consecução

de acordo para a contratação;

IV - as propostas de preços serão devolvidas intactas aos licitantes que não forem

preliminarmente habilitados ou que não obtiverem a valorização mínima estabelecida para a

proposta técnica.

§ 2º Nas licitações do tipo "técnica e preço" será adotado, adicionalmente ao inciso I do

parágrafo anterior, o seguinte procedimento claramente explicitado no instrumento

convocatório:

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I - será feita a avaliação e a valorização das propostas de preços, de acordo com critérios

objetivos preestabelecidos no instrumento convocatório;

II - a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a média ponderada das

valorizações das propostas técnicas e de preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no

instrumento convocatório.

§ 3º Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste artigo poderão ser adotados, por

autorização expressa e mediante justificativa circunstanciada da maior autoridade da

Administração promotora constante do ato convocatório, para fornecimento de bens e

execução de obras ou prestação de serviços de grande vulto majoritariamente dependentes

de tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio restrito, atestado por autoridades técnicas

de reconhecida qualificação, nos casos em que o objeto pretendido admitir soluções

alternativas e variações de execução, com repercussões significativas sobre sua qualidade,

produtividade, rendimento e durabilidade concretamente mensuráveis, e estas puderem ser

adotadas à livre escolha dos licitantes, na conformidade dos critérios objetivamente fixados no

ato convocatório.

§ 4º (Vetado).

Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e serviços, quando for adotada a modalidade

de execução de empreitada por preço global, a Administração deverá fornecer

obrigatoriamente, junto com o edital, todos os elementos e informações necessários para que

os licitantes possam elaborar suas propostas de preços com total e completo conhecimento

do objeto da licitação.

Art. 48. Serão desclassificadas:

I - as propostas que não atendam às exigências do ato convocatório da licitação;

II - propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com preços manifestamente

inexeqüiveis, assim considerados aqueles que não venham a ter demonstrada sua viabilidade

através de documentação que comprove que os custos dos insumos são coerentes com os de

mercado e que os coeficientes de produtividade são compatíveis com a execução do objeto do

contrato, condições estas necessariamente especificadas no ato convocatório da licitação.

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§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo consideram-se manifestamente

inexeqüíveis, no caso de licitações de menor preço para obras e serviços de engenharia, as

propostas cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta por cento) do menor dos seguintes

valores:

a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cinqüenta por cento) do valor

orçado pela administração, ou

b) valor orçado pela administração.

§ 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo anterior cujo valor global da proposta

for inferior a 80% (oitenta por cento) do menor valor a que se referem as alíneas "a" e "b", será

exigida, para a assinatura do contrato, prestação de garantia adicional, dentre as modalidades

previstas no § 1º do art. 56, igual a diferença entre o valor resultante do parágrafo anterior e o

valor da correspondente proposta.

§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem

desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a

apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas referidas

neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis.

Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá revogar

a licitação por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente

comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-la por

ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente

fundamentado.

§ 1º A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obrigação de

indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.

§ 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o disposto no

parágrafo único do art. 59 desta Lei.

§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o contraditório e a

ampla defesa.

§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do procedimento de dispensa

e de inexigibilidade de licitação.

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Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de

classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena

de nulidade.

Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua alteração ou

cancelamento, e as propostas serão processadas e julgadas por comissão permanente ou

especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo menos 2 (dois) deles servidores

qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da Administração

responsáveis pela licitação.

§ 1º No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcionalmente, nas pequenas unidades

administrativas e em face da exigüidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por

servidor formalmente designado pela autoridade competente.

§ 2º A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro cadastral, sua alteração

ou cancelamento, será integrada por profissionais legalmente habilitados no caso de obras,

serviços ou aquisição de equipamentos.

§ 3º Os membros das Comissões de licitação responderão solidariamente por todos os atos

praticados pela Comissão, salvo se posição individual divergente estiver devidamente

fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão.

§ 4º A investidura dos membros das Comissões permanentes não excederá a 1 (um) ano,

vedada a recondução da totalidade de seus membros para a mesma comissão no período

subseqüente.

§ 5º No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial integrada por

pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores

públicos ou não.

Art. 52. O concurso a que se refere o § 4º do art. 22 desta Lei deve ser precedido de

regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local indicado no edital.

§ 1º O regulamento deverá indicar:

I - a qualificação exigida dos participantes;

II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;

III - as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos.

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§ 2º Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a Administração a executá-lo

quando julgar conveniente.

Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela

Administração, procedendo-se na forma da legislação pertinente.

§ 1º Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela Administração para fixação do

preço mínimo de arrematação.

§ 2º Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual estabelecido no edital, não

inferior a 5% (cinco por cento) e, após a assinatura da respectiva ata lavrada no local do leilão,

imediatamente entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao pagamento do restante no

prazo estipulado no edital de convocação, sob pena de perder em favor da Administração o

valor já recolhido.

§ 3º Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista poderá ser feito em até vinte e

quatro horas.

§ 4º O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no município em que se

realizará.

Capítulo III

DOS CONTRATOS

Seção I

Disposições Preliminares

Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e

pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria

geral dos contratos e as disposições de direito privado.

§ 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução,

expressas em cláusulas que definam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes,

em conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se vinculam.

§ 2º Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação devem atender

aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta.

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Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:

I - o objeto e seus elementos característicos;

II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;

III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do

reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento

das obrigações e a do efetivo pagamento;

IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de observação e de

recebimento definitivo, conforme o caso;

V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional

programática e da categoria econômica;

VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas;

VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das

multas;

VIII - os casos de rescisão;

IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão administrativa

prevista no art. 77 desta Lei;

X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso;

XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à

proposta do licitante vencedor;

XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omissos;

XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em

compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e

qualificação exigidas na licitação.

§ 1º (Vetado).

§ 2º Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pessoas físicas ou jurídicas,

inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá constar necessariamente cláusula que

declare competente o foro da sede da Administração para dirimir qualquer questão contratual,

salvo o disposto no § 6º do art. 32 desta Lei.

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§ 3º No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade comunicarão, aos órgãos

incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos da União, Estado ou Município, as

características e os valores pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei no 4.320, de 17 de

março de 1964.

Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no

instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de

obras, serviços e compras.

§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia:

I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido emitidos sob a

forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia

autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme

definido pelo Ministério da Fazenda;

II - seguro-garantia;

III - fiança bancária.

§ 2º A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a cinco por cento do valor do

contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições daquele, ressalvado o previsto no

parágrafo 3o deste artigo.

§ 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexidade

técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados através de parecer tecnicamente

aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia previsto no parágrafo anterior

poderá ser elevado para até dez por cento do valor do contrato.

§ 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a execução do

contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetariamente.

§ 5º Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Administração, dos quais

o contratado ficará depositário, ao valor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.

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Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos

créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:

I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano

Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e desde

que isso tenha sido previsto no ato convocatório;

II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua

duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e

condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses;

III - (Vetado).

IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a

duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do

contrato.

V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratos poderão

ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da administração.

§ 1º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega admitem

prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de seu

equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente

autuados em processo:

I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;

II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que

altere fundamentalmente as condições de execução do contrato;

III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem e no

interesse da Administração;

IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permitidos por

esta Lei;

V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela

Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência;

VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aos

pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na

execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.

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§ 2º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada

pela autoridade competente para celebrar o contrato.

§ 3º É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.

§ 4º Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da autoridade

superior, o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser prorrogado por até

doze meses.

Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à

Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:

I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público,

respeitados os direitos do contratado;

II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei;

III - fiscalizar-lhes a execução;

IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;

V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e

serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração

administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do

contrato administrativo.

§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não

poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.

§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contrato

deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.

Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente

impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir

os já produzidos.

Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado

pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos

regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a

responsabilidade de quem lhe deu causa.

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Seção II

Da Formalização dos Contratos

Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais

manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo

os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em

cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.

Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de

pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a

5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em

regime de adiantamento.

Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus representantes, a

finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa

ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas

contratuais.

Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos

na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela

Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no

prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus,

ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.

Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de

preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos

limites destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração

puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho

de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.

§ 1º A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório da licitação.

§ 2º Em "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização de compra", "ordem de

execução de serviço" ou outros instrumentos hábeis aplica-se, no que couber, o disposto no

art. 55 desta Lei.

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§ 3º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, no que

couber:

I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público seja

locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de direito

privado;

II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço público.

§ 4º É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição prevista neste artigo, a

critério da Administração e independentemente de seu valor, nos casos de compra com

entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras,

inclusive assistência técnica.

Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do contrato e do

respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a obtenção de cópia autenticada,

mediante o pagamento dos emolumentos devidos.

Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o termo de

contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições

estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções previstas

no art. 81 desta Lei.

§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando

solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito

pela Administração.

§ 2º É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou

não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar

os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas

mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços

atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação

independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.

§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem convocação para a

contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos.

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Seção III

Da Alteração dos Contratos

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas,

nos seguintes casos:

I - unilateralmente pela Administração:

a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequação

técnica aos seus objetivos;

b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou

diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;

II - por acordo das partes:

a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;

b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem como do

modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos

contratuais originários;

c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de circunstâncias

supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com

relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação de

fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;

d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do

contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou

fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do

contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de

conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda,

em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica

extraordinária e extracontratual.

§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos

ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por

cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de

equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos.

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§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites estabelecidos no parágrafo

anterior, salvo:

I - (VETADO)

II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes.

§ 3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários para obras ou serviços,

esses serão fixados mediante acordo entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no §

1º deste artigo.

§ 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver adquirido os

materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelos

custos de aquisição regularmente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber

indenização por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que

regularmente comprovados.

§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a

superveniência de disposições legais, quando ocorridas após a data da apresentação da

proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a revisão destes

para mais ou para menos, conforme o caso.

§ 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do contratado, a

Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial.

§ 7º (VETADO)

§ 8º A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previsto no próprio

contrato, as atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das

condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias

suplementares até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo,

podendo ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.

Seção IV

Da Execução dos Contratos

Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas

avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma pelas conseqüências de sua

inexecução total ou parcial.

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Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e no inciso II do § 5º do art. 3o desta

Lei deverão cumprir, durante todo o período de execução do contrato, a reserva de cargos

prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social, bem

como as regras de acessibilidade previstas na legislação.

Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cumprimento dos requisitos de

acessibilidade nos serviços e nos ambientes de trabalho.

Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante

da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-

lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

§ 1º O representante da Administração anotará em registro próprio todas as ocorrências

relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessário à regularização

das faltas ou defeitos observados.

§ 2º As decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante deverão

ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.

Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local da obra ou

serviço, para representá-lo na execução do contrato.

Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas

expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou

incorreções resultantes da execução ou de materiais empregados.

Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a

terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou

reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado.

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Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e

comerciais resultantes da execução do contrato.

§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e

comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem

poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e

edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.

§ 2º A Administração Pública responde solidariamente com o contratado pelos encargos

previdenciários resultantes da execução do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº 8.212, de

24 de julho de 1991.

§ 3º (Vetado).

Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades

contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite

admitido, em cada caso, pela Administração.

Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:

I - em se tratando de obras e serviços:

a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, mediante termo

circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do

contratado;

b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente,

mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de

observação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais,

observado o disposto no art. 69 desta Lei;

II - em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:

a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade do material com a

especificação;

b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do material e conseqüente

aceitação.

§ 1º Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento far-se-á

mediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo.

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§ 2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil pela solidez e

segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato,

dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.

§ 3º O prazo a que se refere a alínea "b" do inciso I deste artigo não poderá ser superior a 90

(noventa) dias, salvo em casos excepcionais, devidamente justificados e previstos no edital.

§ 4º Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação a que se refere este artigo não

serem, respectivamente, lavrado ou procedida dentro dos prazos fixados, reputar-se-ão como

realizados, desde que comunicados à Administração nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão

dos mesmos.

Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes casos:

I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;

II - serviços profissionais;

III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea "a", desta Lei, desde que

não se componham de aparelhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação de

funcionamento e produtividade.

Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito mediante recibo.

Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital, do convite ou de ato normativo,

os ensaios, testes e demais provas exigidos por normas técnicas oficiais para a boa execução

do objeto do contrato correm por conta do contratado.

Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou fornecimento

executado em desacordo com o contrato.

Seção V

Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos

Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua rescisão, com as conseqüências

contratuais e as previstas em lei ou regulamento.

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Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:

I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos;

II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos;

III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a impossibilidade

da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos estipulados;

IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;

V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia

comunicação à Administração;

VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a

cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incorporação, não

admitidas no edital e no contrato;

VII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada para

acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus superiores;

VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do § 1º do art. 67

desta Lei;

IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;

X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;

XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que

prejudique a execução do contrato;

XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e

determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o

contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato;

XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras, acarretando

modificação do valor inicial do contrato além do limite permitido no § 1º do art. 65 desta Lei;

XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo superior a

120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem

interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo,

independentemente do pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e

contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado

ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento das

obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;

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XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração

decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou

executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou

guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas

obrigações até que seja normalizada a situação;

XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para execução de

obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais

naturais especificadas no projeto;

XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada, impeditiva

da execução do contrato.

XVIII - descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das sanções penais

cabíveis.

Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados nos autos do

processo, assegurado o contraditório e a ampla defesa.

Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:

I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos enumerados nos

incisos I a XII e XVII do artigo anterior;

II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação, desde que

haja conveniência para a Administração;

III - judicial, nos termos da legislação;

IV - (Vetado).

§ 1º A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de autorização escrita e

fundamentada da autoridade competente.

§ 2º Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo anterior, sem que haja

culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que

houver sofrido, tendo ainda direito a:

I - devolução de garantia;

II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;

III - pagamento do custo da desmobilização.

§ 3º (Vetado).

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§ 4º (Vetado).

§ 5º Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o cronograma de execução

será prorrogado automaticamente por igual tempo.

Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as seguintes

conseqüências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei:

I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, por ato

próprio da Administração;

II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados

na execução do contrato, necessários à sua continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta

Lei;

III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e dos valores das

multas e indenizações a ela devidos;

IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à

Administração.

§ 1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigo fica a critério da

Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao serviço por execução direta ou

indireta.

§ 2º É permitido à Administração, no caso de concordata do contratado, manter o contrato,

podendo assumir o controle de determinadas atividades de serviços essenciais.

§ 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido de autorização expressa

do Ministro de Estado competente, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso.

§ 4º A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite à Administração, a seu

critério, aplicar a medida prevista no inciso I deste artigo.

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Capítulo IV

DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA JUDICIAL

Seção

Disposições Gerais

Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato, aceitar ou retirar o

instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido pela Administração, caracteriza o

descumprimento total da obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades legalmente

estabelecidas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes convocados nos termos

do art. 64, § 2º desta Lei, que não aceitarem a contratação, nas mesmas condições propostas

pelo primeiro adjudicatário, inclusive quanto ao prazo e preço.

Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em desacordo com os preceitos desta

Lei ou visando a frustrar os objetivos da licitação sujeitam-se às sanções previstas nesta Lei e

nos regulamentos próprios, sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu ato

ensejar.

Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente tentados, sujeitam os seus

autores, quando servidores públicos, além das sanções penais, à perda do cargo, emprego,

função ou mandato eletivo.

Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta Lei, aquele que exerce, mesmo que

transitoriamente ou sem remuneração, cargo, função ou emprego público.

§ 1º Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei, quem exerce cargo, emprego ou

função em entidade paraestatal, assim consideradas, além das fundações, empresas públicas

e sociedades de economia mista, as demais entidades sob controle, direto ou indireto, do

Poder Público.

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§ 2º A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os autores dos crimes previstos

nesta Lei forem ocupantes de cargo em comissão ou de função de confiança em órgão da

Administração direta, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista, fundação

pública, ou outra entidade controlada direta ou indiretamente pelo Poder Público.

Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às licitações e aos contratos

celebrados pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios, e respectivas autarquias,

empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, e quaisquer outras

entidades sob seu controle direto ou indireto.

Seção II

Das Sanções Administrativas

Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o contratado à multa de mora,

na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato.

§ 1º A multa a que alude este artigo não impede que a Administração rescinda

unilateralmente o contrato e aplique as outras sanções previstas nesta Lei.

§ 2º A multa, aplicada após regular processo administrativo, será descontada da garantia do

respectivo contratado.

§ 3º Se a multa for de valor superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta,

responderá o contratado pela sua diferença, a qual será descontada dos pagamentos

eventualmente devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso, cobrada

judicialmente.

Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá, garantida a

prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:

I - advertência;

II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;

III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a

Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;

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IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública

enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a

reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida

sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após

decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.

§ 1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta,

responderá o contratado pela sua diferença, que será descontada dos pagamentos

eventualmente devidos pela Administração ou cobrada judicialmente.

§ 2º As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser aplicadas juntamente

com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo processo, no prazo

de 5 (cinco) dias úteis.

§ 3º A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência exclusiva do Ministro de

Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do

interessado no respectivo processo, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a

reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação.

Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior poderão também ser

aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em razão dos contratos regidos por esta Lei:

I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios dolosos, fraude fiscal no

recolhimento de quaisquer tributos;

II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação;

III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a Administração em virtude de

atos ilícitos praticados.

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Seção III

Dos Crimes e das Penas

Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de

observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade:

Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente concorrido

para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para

celebrar contrato com o Poder Público.

Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o

caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para

outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação:

Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a Administração, dando

causa à instauração de licitação ou à celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser

decretada pelo Poder Judiciário:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem, inclusive

prorrogação contratual, em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos

celebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação ou

nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem

cronológica de sua exigibilidade, observado o disposto no art. 121 desta Lei:

Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa.

Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, tendo comprovadamente

concorrido para a consumação da ilegalidade, obtém vantagem indevida ou se beneficia,

injustamente, das modificações ou prorrogações contratuais.

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Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento

licitatório:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatório, ou

proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:

Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.

Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou

oferecimento de vantagem de qualquer tipo:

Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à

violência.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar, em razão da

vantagem oferecida.

Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para aquisição ou venda

de bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente:

I - elevando arbitrariamente os preços;

II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;

III - entregando uma mercadoria por outra;

IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da mercadoria fornecida;

V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa a proposta ou a execução do

contrato:

Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa ou profissional declarado

inidôneo:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado inidôneo, venha a licitar ou a

contratar com a Administração.

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Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscrição de qualquer interessado nos

registros cadastrais ou promover indevidamente a alteração, suspensão ou cancelamento de

registro do inscrito:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei consiste no pagamento de

quantia fixada na sentença e calculada em índices percentuais, cuja base corresponderá ao

valor da vantagem efetivamente obtida ou potencialmente auferível pelo agente.

§ 1º Os índices a que se refere este artigo não poderão ser inferiores a 2% (dois por cento),

nem superiores a 5% (cinco por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com dispensa

ou inexigibilidade de licitação.

§ 2º O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o caso, à Fazenda Federal,

Distrital, Estadual ou Municipal.

Seção IV

Do Processo e do Procedimento Judicial

Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, cabendo ao

Ministério Público promovê-la.

Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos desta Lei, a iniciativa do Ministério

Público, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e sua autoria, bem como as

circunstâncias em que se deu a ocorrência.

Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, mandará a autoridade reduzi-la a termo,

assinado pelo apresentante e por duas testemunhas.

Art. 102. Quando em autos ou documentos de que conhecerem, os magistrados, os membros

dos Tribunais ou Conselhos de Contas ou os titulares dos órgãos integrantes do sistema de

controle interno de qualquer dos Poderes verificarem a existência dos crimes definidos nesta

Lei, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento

da denúncia.

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Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária da pública, se esta não for ajuizada no

prazo legal, aplicando-se, no que couber, o disposto nos arts. 29 e 30 do Código de Processo

Penal.

Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o prazo de 10 (dez) dias para

apresentação de defesa escrita, contado da data do seu interrogatório, podendo juntar

documentos, arrolar as testemunhas que tiver, em número não superior a 5 (cinco), e indicar

as demais provas que pretenda produzir.

Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e praticadas as diligências

instrutórias deferidas ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á, sucessivamente, o prazo de 5

(cinco) dias a cada parte para alegações finais.

Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos dentro de 24 (vinte e quatro) horas, terá o

juiz 10 (dez) dias para proferir a sentença.

Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 108. No processamento e julgamento das infrações penais definidas nesta Lei, assim

como nos recursos e nas execuções que lhes digam respeito, aplicar-se-ão, subsidiariamente,

o Código de Processo Penal e a Lei de Execução Penal.

Capítulo V

DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS

Art. 109. Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta Lei cabem:

I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata,

nos casos de:

a) habilitação ou inabilitação do licitante;

b) julgamento das propostas;

c) anulação ou revogação da licitação;

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d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento;

e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei;

f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa;

II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intimação da decisão relacionada com o

objeto da licitação ou do contrato, de que não caiba recurso hierárquico;

III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Estado, ou Secretário Estadual ou

Municipal, conforme o caso, na hipótese do § 4º do art. 87 desta Lei, no prazo de 10 (dez) dias

úteis da intimação do ato.

§ 1º A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas "a", "b", "c" e "e", deste artigo, excluídos

os relativos a advertência e multa de mora, e no inciso III, será feita mediante publicação na

imprensa oficial, salvo para os casos previstos nas alíneas "a" e "b", se presentes os prepostos

dos licitantes no ato em que foi adotada a decisão, quando poderá ser feita por comunicação

direta aos interessados e lavrada em ata.

§ 2º O recurso previsto nas alíneas "a" e "b" do inciso I deste artigo terá efeito suspensivo,

podendo a autoridade competente, motivadamente e presentes razões de interesse público,

atribuir ao recurso interposto eficácia suspensiva aos demais recursos.

§ 3º Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitantes, que poderão impugná-lo no

prazo de 5 (cinco) dias úteis.

§ 4º O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que praticou o ato

recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou, nesse

mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informado, devendo, neste caso, a decisão ser

proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento do recurso, sob

pena de responsabilidade.

§ 5º Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido de reconsideração se inicia ou corre

sem que os autos do processo estejam com vista franqueada ao interessado.

§ 6º Em se tratando de licitações efetuadas na modalidade de "carta convite" os prazos

estabelecidos nos incisos I e II e no parágrafo 3o deste artigo serão de dois dias úteis.

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Capítulo VI

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, excluir-se-á o dia do início e incluir-

se-á o do vencimento, e considerar-se-ão os dias consecutivos, exceto quando for

explicitamente disposto em contrário.

Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos neste artigo em dia de

expediente no órgão ou na entidade.

Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, premiar ou receber projeto ou serviço

técnico especializado desde que o autor ceda os direitos patrimoniais a ele relativos e a

Administração possa utilizá-lo de acordo com o previsto no regulamento de concurso ou no

ajuste para sua elaboração.

Parágrafo único. Quando o projeto referir-se a obra imaterial de caráter tecnológico,

insuscetível de privilégio, a cessão dos direitos incluirá o fornecimento de todos os dados,

documentos e elementos de informação pertinentes à tecnologia de concepção,

desenvolvimento, fixação em suporte físico de qualquer natureza e aplicação da obra.

Art. 112. Quando o objeto do contrato interessar a mais de uma entidade pública, caberá ao

órgão contratante, perante a entidade interessada, responder pela sua boa execução,

fiscalização e pagamento.

§ 1º Os consórcios públicos poderão realizar licitação da qual, nos termos do edital, decorram

contratos administrativos celebrados por órgãos ou entidades dos entes da Federação

consorciados.

§ 2º É facultado à entidade interessada o acompanhamento da licitação e da execução do

contrato.

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Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos

por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas competente, na forma da legislação pertinente,

ficando os órgãos interessados da Administração responsáveis pela demonstração da

legalidade e regularidade da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem prejuízo

do sistema de controle interno nela previsto.

§ 1º Qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao Tribunal

de Contas ou aos órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na

aplicação desta Lei, para os fins do disposto neste artigo.

§ 2º Os Tribunais de Contas e os órgãos integrantes do sistema de controle interno poderão

solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de recebimento das

propostas, cópia de edital de licitação já publicado, obrigando-se os órgãos ou entidades da

Administração interessada à adoção de medidas corretivas pertinentes que, em função desse

exame, lhes forem determinadas.

Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não impede a pré-qualificação de licitantes nas

concorrências, a ser procedida sempre que o objeto da licitação recomende análise mais

detida da qualificação técnica dos interessados.

§ 1º A adoção do procedimento de pré-qualificação será feita mediante proposta da

autoridade competente, aprovada pela imediatamente superior.

§ 2º Na pré-qualificação serão observadas as exigências desta Lei relativas à concorrência, à

convocação dos interessados, ao procedimento e à analise da documentação.

Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir normas relativas aos procedimentos

operacionais a serem observados na execução das licitações, no âmbito de sua competência,

observadas as disposições desta Lei.

Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, após aprovação da autoridade

competente, deverão ser publicadas na imprensa oficial.

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Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios, acordos, ajustes e

outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração.

§ 1º A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos ou entidades da Administração

Pública depende de prévia aprovação de competente plano de trabalho proposto pela

organização interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes informações:

I - identificação do objeto a ser executado;

II - metas a serem atingidas;

III - etapas ou fases de execução;

IV - plano de aplicação dos recursos financeiros;

V - cronograma de desembolso;

VI - previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim da conclusão das etapas ou

fases programadas;

VII - se o ajuste compreender obra ou serviço de engenharia, comprovação de que os recursos

próprios para complementar a execução do objeto estão devidamente assegurados, salvo se o

custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou órgão descentralizador.

§ 2º Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador dará ciência do mesmo à

Assembléia Legislativa ou à Câmara Municipal respectiva.

§ 3º As parcelas do convênio serão liberadas em estrita conformidade com o plano de

aplicação aprovado, exceto nos casos a seguir, em que as mesmas ficarão retidas até o

saneamento das impropriedades ocorrentes:

I - quando não tiver havido comprovação da boa e regular aplicação da parcela anteriormente

recebida, na forma da legislação aplicável, inclusive mediante procedimentos de fiscalização

local, realizados periodicamente pela entidade ou órgão descentralizador dos recursos ou pelo

órgão competente do sistema de controle interno da Administração Pública;

II - quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos recursos, atrasos não justificados

no cumprimento das etapas ou fases programadas, práticas atentatórias aos princípios

fundamentais de Administração Pública nas contratações e demais atos praticados na

execução do convênio, ou o inadimplemento do executor com relação a outras cláusulas

conveniais básicas;

III - quando o executor deixar de adotar as medidas saneadoras apontadas pelo partícipe

repassador dos recursos ou por integrantes do respectivo sistema de controle interno.

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§ 4º Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, serão obrigatoriamente aplicados em

cadernetas de poupança de instituição financeira oficial se a previsão de seu uso for igual ou

superior a um mês, ou em fundo de aplicação financeira de curto prazo ou operação de

mercado aberto lastreada em títulos da dívida pública, quando a utilização dos mesmos

verificar-se em prazos menores que um mês.

§ 5º As receitas financeiras auferidas na forma do parágrafo anterior serão obrigatoriamente

computadas a crédito do convênio e aplicadas, exclusivamente, no objeto de sua finalidade,

devendo constar de demonstrativo específico que integrará as prestações de contas do ajuste.

§ 6º Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do convênio, acordo ou ajuste, os

saldos financeiros remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas das

aplicações financeiras realizadas, serão devolvidos à entidade ou órgão repassador dos

recursos, no prazo improrrogável de 30 (trinta) dias do evento, sob pena da imediata

instauração de tomada de contas especial do responsável, providenciada pela autoridade

competente do órgão ou entidade titular dos recursos.

Art. 117. As obras, serviços, compras e alienações realizados pelos órgãos dos Poderes

Legislativo e Judiciário e do Tribunal de Contas regem-se pelas normas desta Lei, no que

couber, nas três esferas administrativas.

Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e as entidades da administração indireta

deverão adaptar suas normas sobre licitações e contratos ao disposto nesta Lei.

Art. 119. As sociedades de economia mista, empresas e fundações públicas e demais

entidades controladas direta ou indiretamente pela União e pelas entidades referidas no artigo

anterior editarão regulamentos próprios devidamente publicados, ficando sujeitas às

disposições desta Lei.

Parágrafo único. Os regulamentos a que se refere este artigo, no âmbito da Administração

Pública, após aprovados pela autoridade de nível superior a que estiverem vinculados os

respectivos órgãos, sociedades e entidades, deverão ser publicados na imprensa oficial.

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Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser anualmente revistos pelo Poder

Executivo Federal, que os fará publicar no Diário Oficial da União, observando como limite

superior a variação geral dos preços do mercado, no período.

Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações instauradas e aos contratos assinados

anteriormente à sua vigência, ressalvado o disposto no art. 57, nos parágrafos 1o, 2o e 8o do

art. 65, no inciso XV do art. 78, bem assim o disposto no "caput" do art. 5 o, com relação ao

pagamento das obrigações na ordem cronológica, podendo esta ser observada, no prazo de

noventa dias contados da vigência desta Lei, separadamente para as obrigações relativas aos

contratos regidos por legislação anterior à Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993.

Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do patrimônio da União continuam a reger-

se pelas disposições do Decreto-lei no 9.760, de 5 de setembro de 1946, com suas alterações, e

os relativos a operações de crédito interno ou externo celebrados pela União ou a concessão

de garantia do Tesouro Nacional continuam regidos pela legislação pertinente, aplicando-se

esta Lei, no que couber.

Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, observar-se-á procedimento licitatório específico, a

ser estabelecido no Código Brasileiro de Aeronáutica.

Art. 123. Em suas licitações e contratações administrativas, as repartições sediadas no exterior

observarão as peculiaridades locais e os princípios básicos desta Lei, na forma de

regulamentação específica.

Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contratos para permissão ou concessão de serviços

públicos os dispositivos desta Lei que não conflitem com a legislação específica sobre o

assunto.

Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV do § 2º do art. 7o serão dispensadas

nas licitações para concessão de serviços com execução prévia de obras em que não foram

previstos desembolso por parte da Administração Pública concedente.

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Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 126. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente os Decretos-leis nos 2.300,

de 21 de novembro de 1986, 2.348, de 24 de julho de 1987, 2.360, de 16 de setembro de 1987,

a Lei no 8.220, de 4 de setembro de 1991, e o art. 83 da Lei no 5.194, de 24 de dezembro de

1966.

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LEI Nº 8.930, DE 06 DE SETEMBRO DE 1994

Dá nova redação ao art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, que dispõe sobre os crimes

hediondos, nos termos do art. 5o, inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras

providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

Art. 1o O art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, passa a vigorar com a seguinte

redação:

"Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei

no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados:

I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda

que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV e V);

II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine);

III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o);

IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);

V - estupro (art. 213 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único);

VI - atentado violento ao pudor (art. 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo

único);

VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o).

Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1o,

2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou consumado."

Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 3o Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 6 de setembro de 1994; 173o da Independência e 106o da República.

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LEI DOS CRIMES DE TORTURA


LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997

Define os crimes de tortura e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

Art. 1º Constitui crime de tortura:

I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento

físico ou mental:

a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;

b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;

c) em razão de discriminação racial ou religiosa;

II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou

grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou

medida de caráter preventivo.

Pena - reclusão, de dois a oito anos.

§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a

sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não

resultante de medida legal.

§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou

apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.

§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro

a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.

§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:

I - se o crime é cometido por agente público;

II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou

maior de 60 (sessenta) anos; '

III - se o crime é cometido mediante seqüestro.

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§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para

seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.

§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.

§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o

cumprimento da pena em regime fechado.

Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em

território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob

jurisdição brasileira.

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do

Adolescente.

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LEI COMPLEMENTAR Nº 10.098,

DE 03 DE FEVEREIRO DE 1994

Dispõe sobre o estatuto e o regime jurídico único dos servidores públicos civis do Estado do

Rio Grande do

O GO VERNADO R DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.

FAÇO SABER, em cumprimento ao disposto no artigo 82, inciso IV, da C o ns tituiçã o d o Es ta d

o, que a Assembléia Legislativa aprovou e eu sanciono e promulgo a Lei seguinte:

TÍTULO I

DAS DISPO SIÇÕ ES PRELIMINARES

Art. 1º -Esta Lei dispõe sobre o estatuto e o regime jurídico dos servidores públicos civis do

Estado do Rio Grande do Sul, excetuadas as categorias que, por disposição constitucional,

devam reger-se por estatuto próprio.

Art. 2º -Para os efeitos desta lei, servidor público é a pessoa legalmente investida em cargo

público.

Art. 3º -Cargo Público é o criado por lei, em número certo, com denominação própria,

consistindo em conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas a um servidor,

mediante retribuição pecuniária paga pelos cofres públicos.

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Art. 4º -Os cargos públicos estaduais, acessíveis a todos os brasileiros que preencham os

requisitos legais para a investidura e aos estrangeiros na forma de Lei Complementar, são de

provimento efetivo e em comissão.

§ 1º -Os cargos em comissão, de livre nomeação e exoneração, não serão organizados em

carreira.

§ 2º Os cargos em comissão, preferencialmente, e as funções gratificadas, com atribuições

definidas de chefia, assistência e assessoramento, serão exercidos por servidores do quadro

permanente, ocupantes de cargos técnicos ou profissionais, nos casos e condições previstos

em lei.

Art. 5º -Os cargos de provimento efetivo serão organizados em carreira, com promoções

de grau a grau, mediante aplicação de critérios alternados de merecimento e antigüidade.

Parágrafo único. Poderão ser criados cargos isolados quando o número não comportar a

organização em carreira.

Art. 6º -A investidura em cargo público de provimento efetivo dependerá de aprovação

prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos.

Parágrafo único. A investidura de que trata este artigo ocorrerá com a posse.

Art. 7º -São requisitos para ingresso no serviço público:

I - possuir a nacionalidade brasileira;

II - estar quite com as obrigações militares e eleitorais;

III - ter idade mínima de dezoito anos;

IV - possuir aptidão física e mental;

V - estar em gozo dos direitos políticos;

VI - ter atendido às condições prescritas para o cargo.

§ 1º -De acordo com as atribuições peculiares do cargo, poderão ser exigidos outros requisitos

a serem estabelecidos em lei.

§ 2º -A comprovação de preenchimento dos requisitos mencionados no "caput" dar-se-á

por ocasião da posse.

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§ 3º -Para efeitos do disposto no inciso IV do caput deste artigo será permitido o ingresso no

serviço público estadual de candidatos portadores das doenças referidas no § 1º, do artigo 158

desta Lei, desde que:

I - apresentem capacidade para o exercício da função pública para a qual foram

selecionados, no momento da avaliação médico-pericial;

II - comprovem, por ocasião da avaliação para ingresso e no curso do estágio probatório,

acompanhamento clínico e adesão ao tratamento apropriado nos padrões de indicação

científica aprovados pelas autoridades de saúde.

Art. 8º -Precederá sempre, ao ingresso no serviço público estadual, a inspeção médica

realizada pelo órgão de perícia oficial.

§ 1º Poderão ser exigidos exames suplementares de acordo com a natureza de cada cargo, nos

termos da lei.

§ 2º Os candidatos julgados temporariamente inaptos poderão requerer nova inspeção

médica, no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data que dela tiverem ciência.

§ 3º O servidor da Administração Pública Estadual, ao tomar posse em novo cargo, sem

interrupção de exercício, será submetido à avaliação médica pericial, sendo dispensada a

apresentação de exames complementares, desde que não tenha alteração de riscos

relacionados ao ambiente de trabalho e a nova posse ocorra no prazo máximo de 2

(dois) anos.

Art. 9º -Integrará a inspeção médica de que trata o artigo anterior, o exame psicológico,

que terá caráter informativo.

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TÍTULO II

DO PRO VIMENTO , PRO MO ÇÃO , VACÂNCIA, REMO ÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO

Capítulo I

Do Provimento

Art. 10 -São formas de provimento de cargo público:

I - nomeação;

II - readaptação;

III - reintegração;

IV - reversão;

V - aproveitamento;

VI - recondução.

Capítulo II

Do Recrutamento e Seleção

Seção I

Disposições Gerais

Art. 11 -O recrutamento é geral e destina-se a selecionar candidatos através de concurso

público para preenchimento de vagas existentes no quadro de lotação de cargos dos órgãos

integrantes da estrutura organizacional do Estado.

Seção II

Do Concurso Público

Art. 12 -O concurso público tem como objetivo selecionar candidatos à nomeação em

cargos de provimento efetivo, podendo ser de provas ou de provas e títulos, na forma do

regulamento.

§ 1º -As condições para realização do concurso serão fixadas em edital, que será publicado no

Diário Oficial do Estado e em jornal de grande circulação.

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§ 2º -Não ficarão sujeitos a limite de idade os ocupantes de cargos públicos estaduais

de provimento efetivo.

§ 3º -As provas deverão aferir, com caráter eliminatório, os conhecimentos específicos para o

exercício do cargo.

§ 4º -Serão considerados como títulos somente os cursos ou atividades desempenhadas pelos

candidatos, se tiverem relação direta com as atribuições do cargo pleiteado, sendo que os

pontos a eles correspondentes não poderão somar mais de vinte e cinco por cento do total

dos pontos do concurso.

§ 5º -Os componentes da banca examinadora deverão ter qualificação, no mínimo, igual à

exigida dos candidatos, e sua composição deverá ser publicada no Diário Oficial do Estado.

Art. 13 -O desempate entre candidatos aprovados no concurso em igualdade de

condições, obedecerá aos seguintes critérios:

I - maior nota nas provas de caráter eliminatório, considerando o peso respectivo;

II - maior nota nas provas de caráter classificatório, se houver, prevalecendo a que tiver maior

peso;

III - sorteio público, que será divulgado através de edital publicado na imprensa, com

antecedência mínima de 3 (três) dias úteis da sua realização.

Art. 14 -O prazo de validade do concurso será de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado,

uma única vez, por igual período, no interesse da Administração.

Parágrafo único.Enquanto houver candidatos aprovados em concurso público com prazo de

validade não expirado, em condições de serem nomeados, não será aberto novo concurso

para o mesmo cargo.

Art. 15 Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de concorrer nos

concursos públicos para provimento de cargos, cujas atribuições sejam compatíveis com a

deficiência de que são portadoras.

Parágrafo único.A lei reservará percentual de cargos e definirá critérios de admissão das

pessoas nas condições deste artigo.

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Capítulo III

Da Nomeação

Art. 16 -A nomeação far-se-á:

I -em caráter efetivo, quando se tratar de candidato aprovado em concurso público para

provimento de cargo efetivo de carreira ou isolado;

II -em comissão, quando se tratar de cargo de confiança de livre exoneração.

Parágrafo único.A nomeação em caráter efetivo obedecerá rigorosamente à ordem de

classificação dos aprovados, ressalvada a hipótese de opção do candidato por última

chamada.

Capítulo IV

Da Lotação

Art. 17 -Lotação é a força de trabalho qualitativa e quantitativa de cargos nos órgãos em que,

efetivamente, devam ter exercício os servidores, observados os limites fixados para cada

repartição ou unidade de trabalho.

§ 1º -A indicação do órgão, sempre que possível, observará a relação entre as atribuições

do cargo, as atividades específicas da repartição e as características individuais apresentadas

pelo servidor.

§ 2º -Tanto a lotação como a relotação poderão ser efetivadas a pedido ou "ex officio",

atendendo ao interesse da Administração.

§ 3º -Nos casos de nomeação para cargos em comissão ou designação para funções

gratificadas, a lotação será compreendida no próprio ato.

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Capítulo V

Da Posse

Art. 18 -Posse é a aceitação expressa do cargo, formalizado com a assinatura do termo no

prazo de 15 (quinze) dias, a contar da nomeação, prorrogável por igual período a pedido do

interessado.

§ 1º -Quando se tratar de servidor legalmente afastado do exercício do cargo, o prazo para a

posse começará a fluir a partir do término do afastamento.

§ 2º -A posse poderá dar-se mediante procuração específica.

§ 3º -No ato da posse, o servidor deverá apresentar declaração quanto ao exercício ou não de

outro cargo, emprego ou função pública.

Art. 19 -A autoridade a quem couber a posse verificará, sob pena de

responsabilidade, se foram cumpridas as formalidades legais prescritas para o provimento

do cargo.

Art. 20 -Se a posse não se der no prazo referido no artigo 18, será tornada sem efeito a

nomeação.

Art. 21 -São competentes para dar posse:

I - o Governador do Estado, aos titulares de cargo de sua imediata confiança;

II - os Secretários de Estado e os dirigentes de órgãos diretamente ligados ao chefe do

Poder Executivo, aos seus subordinados hierárquicos.

Capítulo VI

Do Exercício

Art. 22 -Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo e dar-se-á no prazo de até

30 (trinta) dias contados da data da posse.

§ 1º -Será tornada sem efeito a nomeação do servidor que não entrar em exercício no

prazo estabelecido neste artigo.

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§ 2º -Compete à chefia imediata da unidade administrativa onde for lotado o servidor, dar-lhe

exercício e providenciar nos elementos necessários à complementação de seus assentamentos

individuais.

§ 3º -A readaptação e a recondução, bem como a nomeação em outro cargo, com a

conseqüente exoneração do anterior, não interrompem o exercício.

§ 4º -O prazo de que trata este artigo, para os casos de reintegração, reversão e

aproveitamento, será contado a partir da publicação do ato no Diário Oficial do Estado.

Art. 23 -O servidor removido ou redistribuído "ex-officio", que deva ter exercício em outra

localidade, terá 15 (quinze) dias para entrar em exercício, incluído neste prazo, o tempo

necessário ao deslocamento para a nova sede.

Parágrafo único.Na hipótese de o servidor encontrar-se afastado do exercício do cargo, o

prazo a que se refere este artigo será contado a partir do término do afastamento.

Art. 24 -A efetividade do servidor será comunicada ao órgão competente mensalmente,

por escrito, na forma do regulamento.

Parágrafo único.A aferição da freqüência do servidor, para todos os efeitos, será apurada

através do ponto, nos

termos do regulamento.

Art. 25 -O servidor poderá afastar-se do exercício das atribuições do seu cargo no serviço

público estadual, mediante autorização do Governador, nos seguintes casos:

I - colocação à disposição;

II - estudo ou missão científica, cultural ou artística;

III - estudo ou missão especial de interesse do Estado.

§ 1º -O servidor somente poderá ser posto à disposição de outros órgãos da

administração direta, autarquias ou fundações de direito público do Estado, para exercer

função de confiança.

§ 2º -O servidor somente poderá ser posto à disposição de outras entidades da administração

indireta do Estado ou de outras esferas governamentais, para o exercício de cargo ou função

de confiança.

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§ 3º -Ficam dispensados da exigência do exercício de cargo ou função de confiança,

prevista nos parágrafos anteriores:

I - os afastamentos de servidores para o Sistema Único de Saúde;

II - os afastamentos nos casos em que haja necessidade comprovada e inadiável do

serviço, para o exercício de funções correlatas às atribuições do cargo, desde que haja

previsão em convênio.

§ 4º -Do pedido de afastamento do servidor deverá constar expressamente o objeto do

mesmo, o prazo de sua duração e, conforme o caso, se é com ou sem ônus para a origem.

§ 5º -O servidor estável poderá ser autorizado a, no interesse da Administração Pública e em

campo de estudo vinculado ao cargo que o servidor exerce, e desde que a participação não

possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de

horário, afastar-se, com a respectiva remuneração ou subsídio, para participar de programa

de pós-graduação “stricto sensu” em instituição de ensino superior, no País ou no exterior,

conforme regulamento.

Art. 26 -Salvo nos casos previstos em lei, o servidor que interromper o exercício por mais de 30

(trinta) dias consecutivos será demitido por abandono de cargo, com base em resultado

apurado em inquérito administrativo.

Art. 27 -O servidor preso para perquirição de sua responsabilidade em crime comum ou

funcional será considerado afastado do exercício do cargo, observado o disposto nos §§ 1.º e

2.º, bem como no inciso IV e §§ 2.º e 3.º do art. 80.

§ 1º -Absolvido, terá considerado este tempo como de efetivo exercício, sendo-lhe

ressarcidas as diferenças pecuniárias a que fizer jus.

§ 2º -O servidor preso para cumprimento de pena decorrente de condenação por crime, se

esta não for de natureza que determine a demissão, ficará afastado do cargo, sem direito à

remuneração, até o cumprimento total da pena, fazendo jus seus dependentes ao benefício

de que trata o art. 259-A desta Lei Complementar.

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Capítulo VII

Do Estágio Probatório

Art. 28 - Estágio probatório é o período de 3 (três) anos em que o servidor, nomeado em

caráter efetivo, deve ficar em observação, e durante o qual será verificada a conveniência ou

não de sua confirmação no cargo, mediante a apuração dos seguintes requisitos:

I - disciplina;

II - eficiência;

III - responsabilidade;

IV - produtividade;

V - -assiduidade.

Parágrafo único. Os requisitos estabelecidos neste artigo, os quais poderão ser

desdobrados em outros, serão apurados na forma do regulamento.

Art. 29 -A aferição dos requisitos do estágio probatório processar-se-á no período máximo de

até 32 (trinta e dois) meses, a qual será submetida à avaliação da autoridade competente,

servindo o período restante para aferição final, nos termos do regulamento.

§ 1º -O servidor que apresente resultado insatisfatório será exonerado ou, se estável,

reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo único do

artigo 54.

§ 2º -Antes da formalização dos atos de que trata o § 1º, será dada ao servidor vista do

processo correspondente, pelo prazo de 5 (cinco) dias para, querendo, apresentar sua defesa,

que será submetida, em igual prazo, à apreciação do órgão competente.

§ 3º -Em caso de recusa do servidor em ser cientificado, a autoridade poderá valer-se de

testemunhas do próprio local de trabalho ou, em caso de inassiduidade, a cientificação

poderá ser por correspondência registrada.

§ 4º -A autoridade competente poderá designar comissão de avaliação de estágio probatório,

formada por 3 (três) servidores efetivos e estáveis, preferencialmente com grau de instrução

igual ou superior ao do servidor avaliado, para o fim de avaliar o cumprimento dos requisitos

do estágio probatório, conforme regulamento.

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§ 5º -Não serão computados para integrar o triênio de estágio probatório os períodos de

afastamento do exercício efetivo do cargo, cujo prazo ficará suspenso até o término do

afastamento.

Capítulo VIII

Da Estabilidade

Art. 30 -O servidor nomeado em cargo de provimento efetivo, mediante aprovação em

concurso público, na forma do art. 12, adquire estabilidade após 3 (três) anos de efetivo

exercício, desde que aprovado no estágio probatório.

Art. 31 -O servidor público estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial

transitada em julgado, ou mediante processo administrativo em que lhe tenha sido

assegurada ampla defesa.

Capítulo IX

Do Regime de Trabalho

Art. 32 -A autoridade máxima de cada órgão ou Poder determinará, quando não

discriminado em lei ou regulamento, o horário de trabalho dos órgãos públicos estaduais.

Parágrafo único.Parágrafo único. Pode ser autorizado o regime especial de teletrabalho, a

critério da Administração, na forma prevista em regulamento, e desde que, cumulativamente:

I - exista mecanismo de controle de produtividade;

II - sejam cumpridas as metas individuais e coletivas de produtividade, previamente

fixadas; (Inciso incluído pe la Le i

III - as atribuições do cargo e as atividades do setor não exijam a presença física do servidor.

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Art. 32-A -A pedido do servidor, a jornada de trabalho poderá ser reduzida entre 25% (vinte e

cinco por cento) e 50% (cinquenta por cento), mediante a concordância do titular do órgão

ou entidade a que o servidor estiver vinculado. (Artigo incluído pe la Le i

§ 1º -A incidência do regime diferenciado de que trata o “caput” acarretará a redução da

remuneração na mesma proporção da redução da jornada de trabalho.

§ 2º -A redução da jornada de trabalho dependerá da conveniência e oportunidade do serviço

e poderá, a qualquer tempo, ser revogada, por decisão do titular do órgão, ou cancelada, a

pedido do servidor.

Art. 33 -Por necessidade imperiosa de serviço, o servidor poderá ser convocado para cumprir

serviço extraordinário, desde que devidamente autorizado pelo Governador.

§ 1º -Consideram-se extraordinárias as horas de trabalho realizadas além das normais

estabelecidas por jornada diária para o respectivo cargo.

§ 2º -O horário extraordinário de que trata este artigo não poderá exceder a 25% (vinte e cinco

por cento) da carga horária diária a que estiver sujeito o servidor.

§ 3º -Pel serviço prestado em horário extraordinário, o servidor terá direito à remuneração ou

folga, nos termos do regulamento.

Art. 34 -Considera-se serviço noturno o realizado entre as 22 (vinte e duas) horas de um dia e

as 5 (cinco) horas do dia seguinte, observado o previsto no artigo 113.

Parágrafo único.A hora de trabalho noturno será computada como de cinqüenta e dois

minutos e trinta segundos.

Capítulo X

Da Promoção

Art. 35 -Promoção é a passagem de um servidor de um grau para o imediatamente

superior, dentro da respectiva categoria funcional.

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Art. 36 -As promoções de grau a grau, nos cargos organizados em carreira, obedecerão aos

critérios de merecimento e antigüidade, alternadamente, na forma da lei, que deverá

assegurar critérios objetivos na avaliação do merecimento.

Art. 37 -Somente poderá concorrer à promoção o servidor que:

I - preencher os requisitos estabelecidos em lei;

II - não tiver sido punido nos últimos 12 (doze) meses com pena de suspensão, convertida, ou

não, em multa.

Art. 38 -Será anulado, em benefício do servidor a quem cabia por direito, o ato que formalizou

indevidamente a promoção.

Parágrafo único.O servidor a quem cabia a promoção receberá a diferença de retribuição a

que tiver direito.

Capítulo XI

Da Readaptação

Art. 39 -Readaptação é a forma de investidura do servidor estável em cargo de atribuições e

responsabilidades mais compatíveis com sua vocação ou com as limitações que tenha sofrido

em sua capacidade física ou mental, podendo ser processada à pedido ou "ex-officio".

§ 1º -A readaptação será efetivada, sempre que possível, em cargo compatível com a aptidão

do servidor, observada a habilitação e a carga horária exigida para o novo cargo.

§ 2º -A verificação de que o servidor tornou-se inapto para o exercício do cargo ocupado será

realizada pelo órgão de perícia oficial, que indicará o cargo em que julgar possível a

readaptação, mediante confirmação pelo órgão central de recursos humanos do Estado.

§ 3º -Definido o cargo, serão cometidas as respectivas atribuições ao servidor em estágio

experimental, pelo órgão competente, por prazo não inferior a 90 (noventa) dias, o que poderá

ser realizado na mesma repartição ou em outra, atendendo, sempre que possível, às

peculiaridades do caso, mediante acompanhamento sistemático.

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§ 4º -No caso de inexistência de vaga, serão cometidas ao servidor as atribuições do

cargo indicado, até que se disponha deste para o regular provimento.

Art. 40 -Se o resultado da inspeção médica concluir pela incapacidade para o serviço

público, será determinada a aposentadoria do readaptando.

Art. 41 -Em nenhuma hipótese poderá a readaptação acarretar aumento ou diminuição

da remuneração do servidor, exceto quando se tratar da percepção de vantagens cuja

natureza é inerente ao exercício do novo cargo.

Parágrafo único. Realizando-se a readaptação em cargo de padrão de vencimento

inferior, ficará assegurada ao servidor a remuneração correspondente à do cargo que

ocupava anteriormente.

Art. 42 -Verificada a adaptabilidade do servidor no cargo e comprovada sua habilitação será

formalizada sua readaptação, por ato de autoridade competente.

Parágrafo único. O órgão competente poderá indicar a delimitação de atribuições no novo

cargo ou no cargo anterior, apontando aquelas que não podem ser exercidas pelo servidor e,

se necessário, a mudança de local de trabalho.

Capítulo XII

Da Reintegração

Art. 43 -Reintegração é o retorno do servidor demitido ao cargo anteriormente ocupado,

ou ao resultante de sua transformação, em conseqüência de decisão administrativa ou

judicial, com ressarcimento de prejuízos decorrentes do afastamento.

§ 1º -Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de

origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade.

§ 2º -Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, observado o

disposto nos artigos 51 a 53.

§ 3º -O servidor reintegrado será submetido à inspeção médica e, verificada a incapacidade

para o serviço público, será aposentado.

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Capítulo XIII

Da Reversão

Art. 44 -Reversão é o retorno à atividade do servidor aposentado por invalidez, quando

verificada, por junta médica oficial, a insubsistência dos motivos determinantes da

aposentadoria.

§ 1º -O servidor que reverter terá assegurada a retribuição correspondente à situação

funcional que detinha anteriormente à aposentadoria.

§ 2º -Ao servidor que reverter, aplicam-se as disposições dos artigos 18 e 22, relativas à

posse e ao exercício, respectivamente.

Art. 45 -A reversão far-se-á a pedido ou "ex-officio", no mesmo cargo ou no resultante de sua

transformação.

Art. 46 -É vedada a reversão do servidor com mais de 70 (setenta) anos.

Art. 47 -O servidor que reverter não poderá ser aposentado antes de decorridos 5 (cinco) anos

de efetivo exercício, salvo se sobrevier outra moléstia que o incapacite definitivamente ou for

invalidado em conseqüência de acidente ou de agressão não-provocada no exercício de suas

atribuições.

Parágrafo único.Para efeito deste artigo, não será computado o tempo em que o servidor,

após a reversão, tenha se licenciado em razão da mesma moléstia.

Art. 48 -O tempo em que o servidor esteve aposentado será computado, na hipótese de

reversão, exclusivamente para fins de nova aposentadoria.

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Capítulo XIV

Da Disponibilidade e do Aproveitamento

Seção I

Da Disponibilidade

Art. 49 -A disponibilidade decorrerá da extinção do cargo ou da declaração da sua

desnecessidade.

Parágrafo único.O servidor estável ficará em disponibilidade até seu aproveitamento em outro

cargo.

Art. 50 - O servidor estável em disponibilidade perceberá remuneração proporcional ao

tempo de serviço.

Parágrafo único. O servidor em disponibilidade será aposentado se, submetido à

inspeção médica, for declarado invalido para o serviço público.

Seção II

Do Aproveitamento

Art. 51 -Aproveitamento é o retorno à atividade do servidor em disponibilidade e far-se-á,

obrigatoriamente, em cargo de atribuições e vencimento compatíveis com o anteriormente

ocupado.

Art. 52 -O órgão central de recursos humanos poderá indicar o aproveitamento do servidor em

disponibilidade, em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Pública

Estadual, na forma do regulamento.

Art. 53 -Salvo doença comprovada por junta médica oficial, será tornado sem efeito o

aproveitamento e cassada a disponibilidade, se o servidor não entrar em exercício no prazo

de 30 (trinta) dias.

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Capítulo XV

Da Recondução

Art. 54 -Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e

decorrerá de:

I - obtenção de resultado insatisfatório em estágio probatório relativo a outro cargo;

II - reintegração do anterior ocupante do cargo.

III - pedido do servidor que, investido em outro cargo inacumulável, deseje retornar, desde que

não ultrapassado o prazo do estágio probatório do novo cargo.

Parágrafo único.Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveitado em

outro, com a natureza e vencimento compatíveis com o que ocupara, observado o disposto

no artigo 52.

Capítulo XVI

Da Vacância

Art. 55 -A vacância do cargo decorrerá de:

I - exoneração;

II - demissão;

III - readaptação;

IV - aposentadoria;

V - recondução;

VI - falecimento.

Parágrafo único.A abertura da vaga ocorrerá na data da publicação da lei que criar o cargo ou

do ato que formalizar qualquer das hipóteses previstas neste artigo.

Art. 56 -A exoneração dar-se-á:

I - a pedido do servidor;

II - "ex-officio", quando:

a)se tratar de cargo em comissão, a critério da autoridade competente;

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b)não forem satisfeitas as condições do estágio probatório.

Art. 57 -A demissão decorrerá de aplicação de pena disciplinar na forma prevista em lei.

Capítulo XVII

Da Remoção e da Redistribuição

Seção I

Da Remoção

Art. 58 -Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou "ex-officio", com ou sem

mudança de sede:

I - de uma repartição para outra;

II - de uma unidade de trabalho para outra, dentro da mesma repartição.

§ 1º -Deverá ser sempre comprovada por junta médica, a remoção, a pedido, por motivo de

saúde do servidor, do cônjuge deste ou dependente, mediante prévia verificação da existência

de vaga.

§ 2º -Sendo o servidor removido da sede, dar-se-á, sempre que possível, a remoção do

cônjuge, que for também servidor estadual; não sendo possível, observar-se-á o disposto no

artigo 147.

Art. 59 -A remoção por permuta será processada a pedido de ambos os interessados,

ouvidas, previamente, as chefias envolvidas.

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Seção II

Da Redistribuição

Art. 60 -Redistribuição é o deslocamento do servidor com o respectivo cargo, de um quadro de

pessoal ou entidade para outro do mesmo Poder, cujos planos de cargos e vencimentos sejam

idênticos.

§ 1º -Dar-se-á, exclusivamente, a redistribuição, para ajustamento de quadros de pessoal

às necessidades dos serviços , inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de

órgão ou entidade, na forma da lei.

§ 2º -Nos casos de extinção de órgão ou entidade, os servidores estáveis que não puderem ser

redistribuídos, nos termos deste artigo, serão colocados em disponibilidade, até seu

aproveitamento na forma do artigo 51.

§ 3º -O disposto neste artigo não se aplica aos cargos definidos em lei como de lotação

privativa.

Capítulo XVIII

Da Substituição

Art. 61 -Os servidores investidos em cargo em comissão ou funções gratificadas terão

substitutos, durante seus afastamentos ou impedimentos eventuais, previamente

designados pela autoridade competente.

Parágrafo único.O substituto fará jus ao vencimento do cargo ou função na proporção

dos dias de efetiva substituição iguais ou superiores a 10 (dez) dias consecutivos,

computáveis para os efeitos dos artigos 102 e 103 desta lei.

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TÍTULO III

DO S DIREITO S E VANTAGENS

Capítulo I

Do Tempo de Serviço

Art. 62 -A apuração do tempo de serviço será feita em dias, os quais serão convertidos em

anos, considerados estes como período de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.

Art. 63 -Os dias de efetivo exercício serão computados à vista dos comprovantes de

pagamento, ou dos regimes funcionais.

Art. 64 -São considerados de efetivo exercício os afastamentos do serviço em virtude de:

I - férias;

II - casamento, até 8 (oito) dias consecutivos;

III - falecimento de cônjuge, ascendente, descendente, sogros, irmãos, companheiro ou

companheira, madrasta ou padrasto, enteado e menor sob guarda ou tutela, até 8 (oito) dias;

IV - doação de sangue, 1(um) dia por mês, mediante comprovação;

V - exercício pelo servidor efetivo, de outro cargo, de provimento em comissão, exceto para

efeito de promoção por merecimento;

VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;

VII - desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, exceto para promoção

por merecimento;

VIII - missão ou estudo noutros pontos do território nacional ou no exterior, quando o

afastamento houver sido expressamente autorizado pelo Governador do Estado e sem

prejuízo da retribuição pecuniária;

IX - deslocamento para nova sede na forma do artigo 58;

X - realização de provas, na forma do artigo 123;

XI - assistência a filho excepcional, na forma do artigo 127;

XII - prestação de prova em concurso público;

XIII - participação em programas de treinamento regularmente instituído, correlacionado às

atribuições do cargo;

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XIV - licença:

a)à gestante, à adotante e à paternidade;

b)para tratamento da própria saúde ou de pessoa da família, com remuneração;

c)prêmio por assiduidade;

d)por motivo de acidente em serviço, agressão não-provocada ou doença profissional;

e)para concorrer a mandato eletivo federal, estadual ou municipal;

f)para desempenho de mandato classista, exceto para efeito de promoção por merecimento;

g)para participar de cursos, congressos e similares, sem prejuízo da retribuição;

XV - moléstia, devidamente comprovada por atestado médico, até 3 (três) dias por mês,

mediante pronta comunicação à chefia imediata;

XVI - (REVOGADO).

Art. 65 -Computar-se-á integralmente, para efeito de aposentadoria e disponibilidade o tempo:

I - de serviço prestado pelo servidor em função ou cargo público federal, estadual ou

municipal;

II - de serviço ativo nas forças armadas e auxiliares prestado durante a paz, computando-se em

dobro o tempo em operação de guerra, na forma da lei;

III - correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou municipal,

anterior ao ingresso no serviço público estadual;

IV - de serviço prestado em atividade privada, vinculada à previdência social, observada a

compensação financeira entre os diversos sistemas previdenciários segundo os critérios

estabelecidos em lei;

V - em que o servidor:

a)esteve em disponibilidade;

b)já esteve aposentado, quando se tratar de reversão.

Art. 66 -É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado concomitantemente

em mais de um cargo ou função em órgão ou entidade dos Poderes da União, estados,

municípios, autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas públicas.

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Capítulo II

Das Férias

Art. 67 -O servidor gozará, anualmente, 30 (trinta) dias de férias.

§ 1º -Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício.

§ 2º -É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.

§ 3º -A requerimento do servidor, e havendo concordância da chefia, as férias poderão ser

gozadas em até 3 (três) períodos.

Art. 68 -Será pago ao servidor, por ocasião das férias, independentemente de solicitação, o

acréscimo constitucional de 1/3 (um terço) da remuneração do período de férias, pago

antecipadamente.

§ 1º -O pagamento da remuneração de férias será efetuado antecipadamente ao

servidor que o requerer, juntamente com o acréscimo constitucional de 1/3 (um terço),

antes do início do referido período.

§ 2º -Na hipótese de férias parceladas poderá o servidor indicar em qual dos períodos utilizará

a faculdade de que trata este artigo.

Art. 69 -Durante as férias o servidor terá direito a todas as vantagens inerentes ao cargo como

se estivesse em exercício.

Art. 70 -O servidor que opere direta e permanentemente com Raios X ou substâncias

radioativas, próximas a fontes de irradiação, terá direito, quando no efetivo exercício de suas

atribuições, a 20 (vinte) dias consecutivos de férias por semestre, não acumuláveis e

intransferíveis.

Art. 71 -Por absoluta necessidade de serviço e ressalvadas as hipóteses em que haja

legislação específica, as férias poderão ser acumuladas até o máximo de dois períodos

anuais.

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Art. 72 -As férias somente poderão ser interrompidas por motivos de calamidade pública,

comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral ou por superior interesse

público.

Art. 73 -Se o servidor vier a falecer, quando já implementado o período de um ano, que lhe

assegure o direito a férias, a retribuição relativa ao período, descontadas as eventuais parcelas

correspondentes à antecipação, será paga aos dependentes legalmente constituídos.

Art. 74 -O servidor exonerado fará jus ao pagamento da remuneração de férias

proporcionalmente aos meses de efetivo exercício, descontadas eventuais parcelas já fruídas.

Parágrafo único.O pagamento de que trata este artigo corresponderá a 1/12 (um doze avos) da

remuneração a que fizer jus o servidor na forma prevista no artigo 69 desta lei, relativa ao mês

em que a exoneração for efetivada.

Art. 75 -O servidor que tiver gozado mais de 30 (trinta) dias de licença para tratar de

interesses particulares ou para acompanhar o cônjuge, somente após um ano de efetivo

exercício contado da data da apresentação, fará jus a férias.

Art. 76 -Perderá o direito às férias o servidor que, no ano antecedente àquele em que deveria

gozá-las, tiver mais de 30 (trinta) dias de faltas não justificadas ao serviço.

Art. 77 -O servidor readaptado, relotado, removido ou reconduzido, quando em gozo de

férias, não é obrigado a apresentar-se antes de concluí-las.

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Capítulo III

Do Vencimento e da Remuneração

Art. 78 -Vencimento é a retribuição pecuniária devida ao servidor pelo efetivo exercício

do cargo, correspondente ao padrão fixado em lei.

Parágrafo único.Nenhum servidor receberá, a título de vencimento básico, importância

inferior ao salário mínimo.

Art. 79 -Remuneração é o vencimento do cargo acrescido das vantagens pecuniárias

estabelecidas em lei.

§ 1º -O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é

irredutível, sendo vedada vinculação ou equiparação para efeitos de remuneração de pessoal.

§ 2º -(REVOGADO).

Art. 80 -O servidor perderá:

I -a remuneração relativa aos dias em que faltar ao serviço;

II -a parcela da remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências e saídas antecipadas,

iguais ou superiores a 60 (sessenta) minutos;

III - a metade da remuneração, na hipótese de conversão da pena de suspensão em multa;

IV - totalidade de sua remuneração durante o afastamento do exercício do cargo, nas

hipóteses previstas no art. 27 desta Lei Complementar, observado o disposto nos §§ 2.º e 3.º.

(R e da çã o da da pe la Le i C o m p le m e n ta r n º 1 5 .4 5 0 , d e 1 7 d e fe ve re iro d e 2 0 2 0)

§ 1º -No caso de faltas sucessivas, serão computados para efeito de desconto os períodos de

repouso intercalados.

§ 2º -O servidor preso para perquirição de sua responsabilidade em crime comum ou

funcional perceberá 2/3 (dois terços) da remuneração do cargo pelo prazo de até 180 (cento e

oitenta) dias.

§ 3º -O servidor preso para perquirição de sua responsabilidade em crime decorrente de ato

praticado no exercício regular do cargo público perceberá remuneração observadas as

seguintes disposições:

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I - em valor equivalente à remuneração total do cargo por até 180 (cento e oitenta)

dias;

II - em valor equivalente a 2/3 (dois terços) da remuneração do cargo, no período que exceder

a 180 (cento e oitenta) e não ultrapassar 730 (setecentos e trinta) dias;

III - sem remuneração no período que exceder a 730 (setecentos e trinta) dias.

§ 4º -Transcorridos os prazos de que tratam o § 2.º e o inciso III do § 3.º, cessará a percepção

de qualquer remuneração pelo servidor preso, e os seus dependentes farão jus ao benefício

de que trata o art. 259-A desta Lei Complementar.

Art. 81 -Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a

remuneração ou provento.

Parágrafo único.Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação em folha de

pagamento a favor de terceiros, a critério da administração e com reposição de custos, na

forma definida em regulamento.

Art. 82 -As reposições e indenizações ao erário deverão ser descontadas em parcelas

mensais não excedentes a 30% (trinta por cento) nem inferiores a 10% (dez por cento) da

remuneração, subsídio ou proventos.

Art. 83 -Terá o prazo de 60 (sessenta) dias para quitar eventuais débitos com o erário, o

servidor que for demitido ou exonerado.

Parágrafo único.A não-quitação do débito no prazo previsto implicará sua inscrição na dívida

ativa.

Art. 84 -O vencimento, a remuneração ou provento não serão objeto de arresto, seqüestro ou

penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos, resultantes de decisão judicial.

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Capítulo IV

DAS VANTAGENS

Art. 85 -Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:

I - indenizações;

II - avanços;

III - gratificações e adicionais;

IV - honorários e jetons.

Art. 86 -As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem acumuladas, para efeito de

concessão de quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou

idêntico fundamento.

Art. 87 -Salvo os casos previstos nesta lei, o servidor não poderá receber, a qualquer título, seja

qual for o motivo ou a forma de pagamento, nenhuma outra vantagem pecuniária dos órgãos

da Administração Direta ou Indireta, ou outras organizações públicas, em razão de seu cargo,

nas quais tenha sido mandado servir.

Art. 88 -As vantagens de que trata o art. 85 não são incorporadas à remuneração do

servidor em atividade, nem aos proventos dos inativos.

§ 1º -(R e voga).

§ 2º -Aos titulares de cargo de confiança optantes por gratificação por exercício de função já

incorporadas nos termos da lei, é facultada a opção pela percepção da gratificação de

representação correspondente às atribuições da função titulada.

§ 3º -Os servidores que incorporaram gratificação por exercício de função em atividade e os

servidores inativos terão seus vencimentos e proventos revistos na forma estabelecida neste

artigo.

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Seção I

DAS INDENIZAÇÕ ES

Art. 89 -Constituem indenizações ao servidor:

I - ajuda de custo;

II - diárias;

III - transporte.

Subseção I

DA AJUDA DE CUSTO

Art. 90 -A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalações do servidor que,

no interesse do serviço, passe a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em

caráter permanente.

Parágrafo único.Correm por conta da Administração as despesas de transporte do

servidor e de sua família, compreendendo passagens, bagagens e bens pessoais.

Art. 91 -A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do servidor, conforme se

dispuser em regulamento, não podendo exceder a importância correspondente a 3 (três)

meses de remuneração.

Art. 92 -Não será concedida ajuda de custo:

I - quando o deslocamento ocorrer a pedido do servidor;

II - ao servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo; e

III - nos casos de provimento originário em cargo de provimento efetivo. (Inciso incluído pe la

Le i

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Art. 93 -Será concedida ajuda de custo ao servidor efetivo do Estado que for nomeado

para cargo em comissão ou designado para função gratificada, com mudança de domicílio.

Parágrafo único.No afastamento para exercício de cargo em comissão, em outro órgão ou

entidade da União, do Distrito Federal, dos estados ou municípios, o servidor não receberá

ajuda de custo do Estado.

Art. 94 -O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente,

não se apresentar na nova sede, no prazo de 30 (trinta) dias.

Subseção II

DAS DIÁRIAS

Art. 95 -O servidor que se afastar temporariamente da sede, em objeto de serviço, fará jus,

além das passagens de transporte, também a diárias destinadas à indenização das despesas

de alimentação e pousada.

§ 1º -Entende-se por sede a localidade onde o servidor estiver em exercício em caráter

permanente.

§ 2º -A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o

deslocamento não exigir pernoite fora da sede.

§ 3º -Não serão devidas diárias nas hipóteses em que o deslocamento da sede constituir

exigência permanente do serviço, nem quando o deslocamento se der para distâncias

inferiores a 50 km (cinquenta quilômetros).

Art. 96 -O servidor que receber diárias e, por qualquer motivo não se afastar da sede,

fica obrigado a restitui-las

Parágrafo único.Na hipótese de o servidor retornar à sede, em prazo menor do que o

previsto para o seu afastamento, deverá restituir as diárias recebidas em excesso, no período

previsto no "caput".

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Art. 97 -As diárias que deverão ser pagas antes do deslocamento, serão calculadas sobre o

valor básico fixado em lei e serão percebidas pelo servidor que a elas fizer jus, na forma do

regulamento.

Subseção III

DA INDENIZAÇÃO DE TRANSPO RTE

Art. 98 -Será concedida indenização de transporte ao servidor que realizar despesas com a

utilização de meio próprio de locomoção, para execução de serviços externos, por força das

atribuições próprias do cargo, conforme previsto em regulamento.

Seção II

Dos Avanços

Art. 99 -Por triênio de efetivo exercício no serviço público, o servidor terá concedido

automaticamente um acréscimo de 5% (cinco por cento), denominado avanço, calculado na

forma da lei.

§ 1º -O servidor fará jus a tantos avanços quanto for o tempo de serviço público em que

permanecer em atividade, computado na forma dos artigos 116 e 117.

§ 2º -O disposto no "caput" e no parágrafo anterior não se aplica ao servidor cuja primeira

investidura no serviço público estadual ocorra após 30 de junho de 1995, hipótese em que

será observado o disposto no parágrafo seguinte.

§ 3º -Por triênio de efetivo exercício no serviço público, ao servidor será concedido

automaticamente um acréscimo de 3% (três por cento), denominado avanço, calculado, na

forma da lei.

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Seção III

Das Gratificações e Adicionais

Art. 100 -Serão deferidos ao servidor as seguintes gratificações e adicionais por tempo de

serviço e outras por condições especiais de trabalho:

I - gratificação por exercício de função;

II - gratificação natalina;

III - gratificação por regime especial de trabalho, na forma da lei;

IV - gratificação por exercício de atividades insalubres, penosas ou perigosas;

V - gratificação por exercício de serviço extraordinário;

VI - gratificação de representação, na forma da lei;

VII - gratificação por serviço noturno;

VIII - adicional por tempo de serviço;

IX - gratificação de permanência em serviço;

X - abono familiar;

XI - outras gratificações, relativas ao local ou à natureza do trabalho, na forma da lei.

Subseção I

Da Gratificação por Exercício de Função

Art. 101 -A função gratificada será percebida pelo exercício de chefia, assistência ou

assessoramento, cumulativamente ao vencimento do cargo de provimento efetivo.

Art. 102 -(REVOGADO).

§ 1º (REVOGADO).

§ 2º(REVOGADO).

§ 3º (REVOGADO).

§ 4º (REVOGADO).

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Art. 103 -Fica vedada a incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas

ao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo

efetivo ou aos proventos de inatividade ou pensão.

Subseção II

Da Gratificação Natalina

Art. 104 -Será concedida ao servidor que esteja no desempenho de suas funções

uma gratificação natalina correspondente a sua remuneração integral devida no mês de

dezembro.

§ 1º -A gratificação de que trata este artigo corresponderá a 1/12 (um doze avos) da

remuneração a que fizer jus o servidor, no mês de dezembro, por mês de efetivo exercício,

considerando-se as frações iguais ou superiores a 15 (quinze) dias como mês integral.

§ 2º -O pagamento da gratificação natalina será efetuado até o dia 20 (vinte) do mês de

dezembro de cada exercício.

§ 3º -A gratificação natalina é devida ao servidor afastado de suas funções, sem prejuízo da

remuneração e demais vantagens.

§ 4º -O Estado indenizará o servidor pelo eventual descumprimento do prazo de

pagamento das obrigações pecuniárias relativas à gratificação natalina, cuja base de cálculo

será o valor desta, deduzidos os descontos legais.

§ 5º -A indenização de que trata o § 4º será calculada com base no índice oficial de

remuneração da caderneta de poupança, “pro-rata die”, e paga juntamente com o valor total

ou parcial da referida gratificação.

§ 6º -A indenização de que trata o § 4º, referente à gratificação natalina devida no exercício de

2017, será calculada com base em um percentual de 1,42% (um inteiro e quarenta e dois

centésimos por cento) ao mês, “pro-rata die”, sobre o saldo não pago e creditada juntamente

com o valor total ou parcial da referida gratificação.

§ 7º -A indenização de que trata o § 4º, referente à gratificação natalina devida no exercício de

2018, será calculada com base em um percentual de 1,50% (um inteiro e cinquenta centésimos

por cento) ao mês, “pro-rata die”, sobre o saldo não pago e creditada juntamente com o valor

total ou parcial da referida gratificação.

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8º -A indenização de que trata o § 4º, referente à gratificação natalina devida no exercício de

2019, será calculada com base em um percentual de 1,30% (um inteiro e trinta centésimos por

cento) ao mês, “pro-rata die”, sobre o saldo não pago e creditada juntamente com o valor total

ou parcial da referida gratificação.

9º -A indenização de que trata o § 4º deste artigo, referente à gratificação natalina devida no

exercício de 2020, será calculada com base em um percentual de 1,22% (um vírgula vinte e

dois centésimos por cento) ao mês, “pro-rata die”, sobre o saldo não pago e creditada

juntamente com o valor total ou parcial da referida gratificação.

Art. 105 -O servidor exonerado terá direito à gratificação natalina, proporcionalmente aos

meses de exercício, calculada na forma do § 1º do artigo anterior, sobre a remuneração do

mês da exoneração.

Art. 106 -É extensiva aos inativos a percepção da gratificação natalina, cujo cálculo

incidirá sobre as parcelas que compõem seu provento.

Subseção III

Da Gratificação por Exercício de Atividades Insalubres, Perigosas ou Penosas

Art. 107 -Os servidores que exerçam suas atribuições com habitualidade em locais

insalubres ou em contato com substâncias tóxicas radioativas ou com risco de vida fazem

jus a uma gratificação, nos termos da lei.

§ 1º -O servidor que fizer jus às gratificações de insalubridade, periculosidade ou penosidade

deverá optar por uma delas nas condições previstas em lei.

§ 2º -O direito às gratificações previstas neste artigo cessa com a eliminação das condições ou

dos riscos que deram causa a sua concessão.

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§ 3º -Será devida aos servidores públicos civis ocupantes de cargo de provimento efetivo uma

gratificação pelo exercício de suas funções em locais insalubres ou em contato com

substâncias tóxicas radioativas, denominada gratificação de insalubridade, calculada em razão

do grau de exposição, a incidir sobre o vencimento básico do cargo titulado, nos seguintes

percentuais:

I - 10% (dez por cento), se mínimo o grau de exposição;

II - 20% (vinte por cento), se médio o grau de exposição; e

III - 40% (quarenta por cento), se máximo o grau de exposição.

§ 4º -A gratificação de que trata este artigo não se incorporará à remuneração nem aos

proventos de inatividade, sendo devida apenas enquanto o servidor estiver prestando o

serviço nas condições especiais.

§ 5º -A existência das condições especiais de que trata o “caput” e o grau de exposição do

servidor serão aferidos pelo órgão oficial de perícia, com revisão periódica, na forma do

regulamento.

Art. 108 -Haverá permanente controle da atividade de servidores em operações ou

locais considerados penosos, insalubres ou perigosos.

Parágrafo único.A servidora gestante ou lactante será afastada, enquanto durarem a

gestação e a lactação, das operações e locais previstos neste artigo, passando a exercer suas

atividades em local salubre e em serviço compatível com suas condições.

Art. 109 -Os locais de trabalho e os servidores que operem com Raios X ou substâncias

radioativas serão mantidos sob controle permanente, de modo que as doses de radiação

ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na legislação própria.

Parágrafo único.Os servidores a que se refere este artigo serão submetidos a exames

médicos a cada 6 (seis) meses de exercício.

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Subseção IV

Da Gratificação por Exercício de Serviço Extraordinário

Art. 110 -O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% (cinqüenta

por cento) em relação à hora normal de trabalho.

Art. 111 -A gratificação de que trata o artigo anterior somente será atribuída ao servidor

para atender às situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite máximo previsto

no § 2º do artigo 33.

Art. 112 -O valor da hora de serviço extraordinário, prestado em horário noturno, será

acrescido de mais 20% (vinte por cento) sobre o valor da hora normal. (R e da çã o da da pe la

Le i C o m p le m e n ta r n º 1 5 .4 5 0 , d e 1 7 d e fe ve re iro d e 2 0 2 0)

Subseção V

Da Gratificação por Serviço Noturno

Art. 113 -O serviço noturno terá o valor-hora acrescido de 20% (vinte por cento), observado o

disposto no artigo 34.

Parágrafo único.As disposições deste artigo não se aplicam quando o serviço noturno

corresponder ao horário normal de trabalho.

Subseção VI

Da Gratificação de Permanência em Serviço

Art. 114 -Ao servidor que adquirir direito à aposentadoria voluntária com proventos integrais e

cuja permanência no desempenho de suas funções for julgada conveniente e oportuna para o

serviço público estadual poderá ser deferida, por ato do Governador, uma gratificação de

permanência em serviço de valor correspondente a 10% (dez por cento) do seu vencimento

básico.

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§ 1º -Fica assegurado o valor correspondente ao do vencimento básico do Padrão 16 do

Quadro Geral dos Funcionários Públicos do Estado, proporcional à carga horária, quando a

aplicação do disposto no "caput" deste artigo resultar em um valor de gratificação inferior ao

desse vencimento básico.

§ 2º -A gratificação de que trata este artigo tem natureza precária e transitória e não servirá de

base de cálculo para nenhuma vantagem, nem será incorporada aos vencimentos ou

proventos da inatividade.

§ 3º -A gratificação de que trata este artigo será deferida por um período máximo de dois anos,

sendo admitidas renovações por igual período, mediante iniciativa da chefia imediata do

servidor, ratificada pelo Titular da Pasta a que estiver vinculado o órgão ou entidade, e

juízo de conveniência e oportunidade do Governador.

§ 4º -O servidor, a quem for deferida a gratificação de que trata o "caput" deste artigo, poderá

ser chamado a prestar serviço em local diverso de sua lotação durante o período da

concessão da gratificação de permanência em serviço.

§ 5º -Não se aplica o disposto no “caput” aos servidores que percebam remuneração na forma

de subsídio conforme

Subseção VII

Do Adicional por Tempo de Serviço

Art. 115 -O servidor, ao completar 15 (quinze) e 25 (vinte e cinco) anos de serviço público,

contados na forma desta lei, passará a perceber, respectivamente, o adicional de 15% (quinze

por cento) ou 25% (vinte e cinco por cento) calculados na forma da lei.

Parágrafo único.A concessão do adicional de 25% (vinte e cinco por cento) fará cessar o de 15%

(quinze por cento), anteriormente concedido.

§ 2º -(REVOGADO).

§ 3º -(revogado).

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Art. 116 -Para efeito de concessão dos adicionais será computado o tempo de serviço

federal, estadual ou municipal, prestado à administração direta, autarquias e fundações de

direito público.

Parágrafo único.Compreende-se, também, como serviço estadual o tempo em que o servidor

tiver exercido serviços transferidos para o Estado.

Art. 117 -Na acumulação remunerada, será considerado, para efeito de adicional, o tempo

de serviço prestado a cada cargo isoladamente.

Subseção VIII

Do Abono Familiar

Art. 118 -Ao servidor ocupante de cargo efetivo, bem como aos inativos vinculados pelo

Regime Próprio de Previdência Social do Estado, será concedido, observado o disposto

neste artigo, abono familiar pelos seguintes dependentes:

I - filho menor de 18 (dezoito) anos;

II - filho inválido ou excepcional de qualquer idade, que seja comprovadamente incapaz;

III - filho estudante, desde que não exerça atividade remunerada, até a idade de 24 (vinte e

quatro) anos;

IV - cônjuge inválido, comprovadamente incapaz, que não perceba remuneração.

§ 1º -O abono familiar de que trata o “caput” será pago nos seguintes valores:

I - R$ 195,00 (cento e noventa e cinco reais) por dependente enquadrado nos incisos II e IV do

“caput” deste artigo;

II - R$ 120,00 (cento e vinte reais) por dependente enquadrado nos incisos I e III do

“caput” deste artigo.

§ 2º -Estendem-se os benefícios deste artigo aos enteados, aos tutelados e aos menores que,

mediante autorização judicial, estejam submetidos a sua guarda.

§ 3º -São condições para percepção do abono familiar que:

I - os dependentes relacionados neste artigo vivam efetivamente às expensas do servidor ou

inativo;

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II - a invalidez de que tratam os incisos II e IV do "caput" deste artigo seja comprovada

mediante inspeção médica, pelo órgão competente do Estado.

§ 4º -No caso de ambos os cônjuges serem servidores públicos, o direito de um não exclui o do

outro.

§ 5º -Será deduzido do valor do abono familiar devido por dependente enquadrado nos

incisos I e III do “caput” deste artigo o equivalente a 13,5% (treze inteiros e meio por cento)

do montante da remuneração mensal bruta do servidor que exceder a 7 (sete) vezes o menor

vencimento básico inicial do Estado, limitado ao valor do benefício.

Art. 119 -Por cargo exercido em acúmulo no Estado, não será devido o abono familiar.

Art. 120 -A concessão do abono terá por base as declarações do servidor, sob as penas da lei.

Parágrafo único.As alterações que resultem em exclusão de abono deverão ser

comunicadas no prazo de 15 (quinze) dias da data da ocorrência.

Seção IV

Dos Honorários e Jetons

Art. 121 -O servidor fará jus a honorários quando designado para exercer, fora do horário de

expediente a que estiver sujeito, as funções de:

-membro de banca de concurso;

-gerência, planejamento, execução ou atividade auxiliar de concurso;

-treinamento de pessoal;

-professor, em cursos legalmente instituídos.

Art. 122 -O servidor, no desempenho do encargo de membro de órgão de deliberação

coletiva legalmente instituído, receberá jeton, a título de representação na forma da lei.

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Capítulo V

Das Concessões

Seção I

Das Vantagens ao Servidor Estudante ou Participante de Cursos, Congressos e Similares

Art. 123 -É assegurado o afastamento do servidor efetivo, sem prejuízo de sua remuneração,

nos seguintes casos:

I - durante os dias de provas finais do ano ou semestre letivo, para os estudantes de ensino

superior, 1º e 2º graus;

II - durante os dias de provas em exames supletivos e de habilitação a curso superior.

Parágrafo único.O servidor, sob pena de ser considerado faltoso ao serviço, deverá

comprovar perante a chefia imediata as datas em que se realizarão as diversas provas e seu

comparecimento.

Art. 124 -O servidor somente será indicado para participar de cursos de especialização ou

capacitação técnica profissional no Estado, no País ou no exterior, com ônus para o Estado,

quando houver correlação direta e imediata entre o conteúdo programático de tais cursos e as

atribuições do cargo ou função exercidos.

Art. 125 -Ao Servidor poderá ser concedida licença para freqüência a cursos, seminários,

congressos, encontros e similares, inclusive fora do Estado e no exterior, sem prejuízo da

remuneração e demais vantagens, desde que o conteúdo programático esteja

correlacionado às atribuições do cargo que ocupar, na forma a ser regulamentada.

Parágrafo único.Fica vedada a concessão de exoneração ou licença para tratamento de

interesses particulares ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo, ressalvada a

hipótese de ressarcimento da despesa havida antes de decorrido período igual ao do

afastamento.

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Art. 126 -Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da Administração, é

assegurada, na localidade da nova residência ou mais próxima, matrícula em instituição

congênere do Estado, em qualquer época, independente de vaga.

Parágrafo único.O disposto neste artigo estende-se ao cônjuge, aos filhos ou enteados do

servidor, que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com

autorização judicial.

Seção II

Da Assistência a Filho Excepcional

Art. 127 -O servidor, pai, mãe ou responsável por pessoa com deficiência, física ou mental, em

tratamento, fica autorizado a se afastar do exercício do cargo, quando necessário, por período

de até 50% (cinquenta por cento) de sua carga horária normal cotidiana, na forma da lei.

Parágrafo único.A licença será concedida pelo prazo de até 12 (doze) meses, mediante

laudo de perícia médica oficial, podendo ser renovada pelo mesmo período, sucessivamente.

Capítulo VI

Das Licenças

Seção I

Disposições Gerais

Art. 128 -Será concedida, ao servidor, licença:

-para tratamento de saúde;

-por acidente em serviço;

-por motivo de doença em pessoa da família;

-à gestante, à adotante e à paternidade;

-para prestação de serviço militar;

-para tratar de interesses particulares;

-para acompanhar o cônjuge;

-para desempenho de mandato classista;

-prêmio por assiduidade;

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-para concorrer a mandato público eletivo;

-para o exercício de mandato eletivo;

-especial, para fins de aposentadoria.

§ 1º -O servidor não poderá permanecer em licença por prazo superior a 24 (vinte e quatro)

meses, salvo nos casos dos incisos VII, VIII e XI deste artigo.

§ 2º -Ao servidor nomeado em comissão somente será concedida licença para tratamento de

saúde, desde que haja sido submetido à inspeção médica para ingresso e julgado apto e nos

casos dos incisos II, III, IV, IX e XII.

Art. 129 -A inspeção será feita por médicos do órgão competente, nas hipóteses de licença

para tratamento de saúde e por motivo de doença em pessoa da família, e por junta

oficial, constituída de 3 (três) médicos, nos demais casos. (Re da çã o da da pe la Le i

C o m p le m e n ta r n º 1 5 .4 5 0 , d e 1 7 d e fe ve re iro d e 2 0 2 0)

Seção II

Da Licença para Tratamento de Saúde

Art. 130 -Será concedida, ao servidor, licença para tratamento de saúde, a pedido ou "ex-

officio", precedida de inspeção médica realizada pelo órgão de perícia oficial do Estado,

sediada na Capital ou no interior, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.

§ 1º -Sempre que necessário, a inspeção médica poderá ser realizada na residência

do servidor ou no

estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado.

§ 2º -Poderá, excepcionalmente, ser admitido atestado médico particular, quando ficar

comprovada a impossibilidade absoluta de realização de exame por órgão oficial da

localidade.

§ 3º -O atestado referido no parágrafo anterior somente surtirá efeito após devidamente

examinado e validado pelo órgão de perícia médica competente.

§ 4º -O servidor não poderá recusar-se à inspeção médica, sob pena de ser sustado o

pagamento de sua remuneração até que seja cumprida essa formalidade.

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§ 5º -No caso de o laudo registrar pareceres contrários à concessão da licença, as faltas ao

serviço correrão sob a responsabilidade exclusiva do servidor.

§ 6º -O resultado da inspeção será comunicado imediatamente ao servidor, logo após a

sua realização, salvo se houver necessidade de exames complementares, quando então,

ficará à disposição do órgão de perícia médica.

§ 7º -A critério do órgão de perícia oficial do Estado, o servidor poderá ser convocado para

avaliação presencial.

§ 8º -A licença para tratamento de saúde de até 15 (quinze) dias, no período de 1 (um) ano,

poderá ser dispensada de inspeção médica realizada pelo órgão de perícia oficial do Estado,

ou mesmo de homologação dos atestados, na forma de regulamento.

Art. 131 -Findo o período de licença, o servidor deverá reassumir imediatamente o exercício

do cargo, sob pena de ser considerado faltoso, salvo prorrogação ou determinação

constante do laudo.

Parágrafo único.A infringência ao disposto neste artigo implicará perda da remuneração, sem

prejuízo, se a ausência exceder a 30 (trinta) dias, da pena prevista no art. 191, inciso IV,

observado o disposto no art. 26, ambos desta Lei Complementar.

Art. 132 -Nas licenças por períodos prolongados, antes de se completarem 365 (trezentos

e sessenta e cinco) dias, deverá o órgão de perícia médica pronunciar-se sobre a natureza da

doença, indicando se o caso é de:

I - concessão de nova licença ou de prorrogação;

II - retorno ao exercício do cargo, com ou sem limitação de tarefas;

III - readaptação, com ou sem limitação de tarefas.

IV - aposentadoria por invalidez.

§ 1º -As licenças, pela mesma moléstia, com intervalos inferiores a 30 (trinta) dias, serão

consideradas como prorrogação.

§ 2º -A delimitação de função será indicada em decorrência de restrições de saúde,

apresentadas pelo servidor, desde que mantidas as atividades básicas do cargo por período

de até 12 (doze) meses, podendo ser renovado sucessivamente por períodos iguais a critério

da perícia oficial do Estado.

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Art. 133 -O atestado e o laudo da junta médica não se referirão ao nome ou à natureza da

doença, devendo, porém, esta ser especificada através do respectivo código (CID).

Parágrafo único.Para a concessão de licença a servidor acometido de moléstia profissional, o

laudo médico deverá estabelecer sua rigorosa caracterização.

Art. 134 -O servidor em licença para tratamento de saúde deverá abster-se do exercício

de atividade remunerada ou incompatível com seu estado, sob pena de imediata suspensão

da mesma.

Seção III

Da Licença por Acidente em Serviço

Art. 135 -O servidor acidentado em serviço será licenciado com remuneração integral até seu

total restabelecimento.

Art. 136 -Configura-se acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, desde

que relacionado, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo.

Parágrafo único.Equipara-se a acidente em serviço o dano:

I - decorrente de agressão sofrida e não-provocada pelo servidor no exercício das atribuições

do cargo;

II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa, desde que ausente

culpa do servidor;

III - causado por doença infecciosa proveniente de contaminação ocorrida no exercício

das atribuições do cargo.

Art. 137 -O servidor acidentado em serviço terá tratamento integral custeado pelo Estado.

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Art. 138 -Para concessão de licença e tratamento ao servidor, em razão de acidente em serviço

ou agressão não- provocada no exercício de suas atribuições, é indispensável a comprovação

detalhada do fato, no prazo de 10 (dez) dias da ocorrência, mediante processo "ex-officio".

Parágrafo único.O tratamento recomendado por junta médica não oficial constitui medida

de exceção e somente será admissível quando inexistirem meios e recursos necessários

adequados, em instituições públicas ou por ela conveniadas.

Seção IV

Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família

Art. 139 -O servidor poderá obter licença por motivo de doença do cônjuge, de ascendente,

descendente, enteado e colateral consanguíneo, até o 2.º grau, desde que comprove ser

indispensável a sua assistência e esta não possa ser prestada, simultaneamente, com o

exercício do cargo.

§ 1º -doença será comprovada por meio de inspeção de saúde realizada pelo órgão de perícia

médica competente.

§ 2º -A licença por motivo de doença em pessoa da família por período de até 15 (quinze) dias,

dentro de 1 (um) ano, poderá ser dispensada de inspeção médica realizada pelo órgão de

perícia oficial do Estado, ou mesmo de homologação dos atestados, na forma de regulamento.

Art. 140 -A licença de que trata o artigo anterior será concedida:

I -com a remuneração total até 90 (noventa) dias;

II -com 2/3 (dois terços) da remuneração, no período que exceder a 90 (noventa) e não

ultrapassar 180 (cento e oitenta) dias;

III -com 1/3 (um terço) da remuneração, no período que exceder a 180 (cento e oitenta) e

não ultrapassar a 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias;

IV -sem remuneração, no período que exceder a 365 (trezentos e sessenta e cinco) até o

máximo de 730 (setecentos e trinta) dias.

Parágrafo único.Para os efeitos deste artigo, as licenças, pela mesma moléstia, com intervalos

inferiores a 30 (trinta) dias, serão consideradas como prorrogação.

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Seção V

Da Licença à Gestante, à Adotante, e à Paternidade

Art. 141 - À servidora gestante será concedida licença de 180 (cento e oitenta) dias, sem

prejuízo da remuneração, a contar da data do nascimento.

§ 1º -Em caso de natimorto, nascimento com vida seguido de óbito (nativivo) ou de óbito da

criança durante o período de licença gestante, a servidora terá direito a 30 (trinta) dias de

afastamento, a partir do término da licença nojo. (Re da çã o da da pe la Le i

§ 2º -O prazo previsto no “caput” deste artigo terá contagem iniciada a partir da alta da

Unidade de Tratamento Intensivo, em caso de nascimento prematuro.

§ 3º -Ao término da licença a que se refere o “caput” deste artigo, é assegurado à servidora

lactante, durante o período de 2 (dois) meses, o direito de comparecer ao serviço em 1 (um)

turno, quando seu regime de trabalho obedecer a 2 (dois) turnos, ou a 3 (três) horas

consecutivas por dia, quando seu regime de trabalho obedecer a turno único.;

§ 4º -A comprovação do nascimento dar-se-á mediante a apresentação do documento

emitido pelo Cartório de Registro Civil ao órgão de Recursos Humanos do local de lotação.

§ 5º -Havendo o óbito da mãe, quando do parto ou em decorrência deste, o cônjuge ou

companheiro sobrevivente, se servidor público estadual, terá direito ao gozo da licença de que

trata o “caput”, sem prejuízo da remuneração, por até 180 (cento e oitenta) dias a contar da

data do óbito, descontados os dias de eventual gozo de licença-paternidade caso o óbito da

mãe tenha ocorrido após o nascimento do filho.

Art. 142 -(R e voga do pe la Le i C o m p le m e n ta r n º 1 3 .1 1 7 , d e 0 5 d e ja n e iro d e 2 0 0

9)

Art. 143 -À servidora adotante será concedida licença a partir da concessão do termo de

guarda ou da adoção pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, sem prejuízo da remuneração.

-(REVOGADO).

-(REVOGADO).

-(REVOGADO).

-(R EVOGADO.

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Art. 144 -Pelo nascimento ou pela adoção de filho, o servidor terá direito à licença-

paternidade de 30 (trinta) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração, inclusive em

casos de natimorto.

Parágrafo único.O prazo previsto no “caput” deste artigo terá contagem iniciada a partir

da alta da Unidade de Tratamento Intensivo, em caso de nascimento prematuro.

Seção VI

Da Licença para Prestação de Serviço Militar

Art. 145 -Ao servidor convocado para a prestação de serviço militar será concedida

licença, nos termos da legislação específica.

§ 1º -Concluído o serviço militar, o servidor reassumirá imediatamente, sob pena de perda

de vencimento e, se a ausência exceder a 30 (trinta) dias, de demissão por abandono do

cargo, observado o disposto no artigo 26.

§ 2º -Quando a desincorporação se verificar em lugar diverso do da sede, o prazo para

apresentação será de 10 (dez) dias.

Seção VII

Da Licença para Tratar de Interesses Particulares

Art. 146 -Ao servidor detentor de cargo de provimento efetivo, estável, poderá ser

concedida licença para tratar de interesses particulares, pelo prazo de até 2 (dois) anos

consecutivos, sem remuneração.

§ 1º -A licença poderá ser negada, quando o afastamento for inconveniente ao interesse do

serviço.

§ 2º -O servidor deverá aguardar em exercício a concessão da licença, salvo hipótese de

imperiosa necessidade, devidamente comprovada à autoridade a que estiver subordinado,

considerando-se como faltas os dias de ausência ao serviço, caso a licença seja negada.

§ 3º -O servidor poderá, a qualquer tempo, reassumir o exercício do cargo.

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§ 4º -Não se concederá nova licença antes de decorridos 2 (dois) anos do término da anterior,

contados desde a data em que tenha reassumido o exercício do cargo.

Seção VIII

Da Licença para Acompanhar o Cônjuge

Art. 147 -O servidor detentor de cargo de provimento efetivo, estável, terá direito à licença,

sem remuneração, para acompanhar o cônjuge, quando este for transferido,

independentemente de solicitação própria, para outro ponto do Estado ou do Território

Nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e

Legislativo federal, estadual ou municipal.

§ 1º -A licença será concedida mediante pedido do servidor, devidamente instruído, devendo

ser renovada a cada 2(dois) anos.

§ 2º -O período de licença, de que trata este artigo, não será computável como tempo de

serviço para qualquer efeito.

§ 3º -À mesma licença terá direito o servidor removido que preferir permanecer no domicílio

do cônjuge.

Art. 148 -O servidor poderá ser lotado, provisoriamente, na hipótese da transferência de que

trata o artigo anterior, em repartição da Administração Estadual Direta, Autárquica ou

Fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com seu cargo.

Seção IX

Da Licença para o Desempenho de Mandato Classista

Art. 149 -É assegurado ao servidor o direito à licença para o desempenho de mandato classista

em central sindical, em confederação, federação, sindicato, núcleos ou delegacias, associação

de classe ou entidade fiscalizadora da profissão, de âmbito estadual ou nacional, com a

remuneração do cargo efetivo, observado o disposto no artigo 64, inciso XIV, alínea "f".

Parágrafo único.A licença de que trata este artigo será concedida nos termos da lei.

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Seção X

Da Licença-Prêmio por Assiduidade

Art. 150 -O servidor que, por um qüinqüênio ininterrupto, não se houver afastado do exercício

de suas funções terá direito à concessão automática de 3 (três) meses de licença-prêmio por

assiduidade, com todas as vantagens do cargo, como se nele estivesse em exercício.

§ 1º -Para os efeitos deste artigo, não serão considerados interrupção da prestação de

serviço os afastamentos previstos no artigo 64, incisos I a XV, desta lei.

§ 2º -Nos casos dos afastamentos previstos nos incisos XIV, alínea "b", e XV do artigo 64,

somente serão computados, como de efetivo exercício, para os efeitos deste artigo, um

período máximo de 4 (quatro) meses, para tratamento de saúde do servidor, de 2 (dois)

meses, por motivo de doença em pessoa de sua família e de 20 (vinte) dias, no caso de

moléstia do servidor, tudo por qüinqüênio de serviço público prestado ao Estado.

§ 3º -O servidor que à data de vigência desta Lei Complementar detinha a condição de

estatutário há, no mínimo, 1095 (um mil e noventa e cinco) dias, terá desconsideradas, como

interrupção do tempo de serviço público prestado ao Estado, até 3 (três) faltas não justificadas

verificadas no período aquisitivo limitado a 31 de dezembro de 1993.

Art. 151 -A pedido do servidor, a licença-prêmio poderá ser:

I -gozada, no todo ou em parcelas não inferiores a 1 (um) mês, com a aprovação da

chefia, considerada a necessidade do serviço;

II -contada em dobro, como tempo de serviço para os efeitos de aposentadoria, avanços

e adicionais, vedada a desconversão.

Parágrafo único.Ao entrar em gozo de licença-prêmio, o servidor terá direito, a pedido, a

receber a sua remuneração do mês de fruição antecipadamente.

Art. 152 -A apuração do tempo de serviço normal, para efeito da formação do qüinqüênio,

gerador do direito da licença- prêmio, será na forma do artigo 62 desta lei.

Art. 153 -O número de servidores em gozo simultâneo de licença-prêmio não poderá ser

superior a 1/3 (um terço) da lotação da respectiva unidade administrativa de trabalho.

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Seção XI

Da Licença para Concorrer a Mandato Público Eletivo e Exercê-lo

Art. 154 -O servidor que concorrer a mandato público eletivo será licenciado na forma da

legislação eleitoral.

Art. 155 -Eleito, o servidor ficará afastado do exercício do cargo a partir da posse.

Art. 156 -Ao servidor investido em mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo;

II - investido no mandato de prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela

sua remuneração;

III - investido no mandato de vereador:

a)havendo compatibilidade de horário perceberá as vantagens do seu cargo, sem prejuízo da

remuneração do cargo eletivo;

b)não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar

pela sua remuneração.

§ 1º -No caso de afastamento do cargo, o servidor continuará contribuindo para o órgão da

previdência e assistência do Estado, como se em exercício estivesse.

§ 2º -O servidor investido em mandato eletivo ou classista não poderá ser removido ou

redistribuído "ex-officio" para localidade diversa daquela onde exerce o mandato.

Seção XII

Da Licença Especial para Fins de Aposentadoria

Art. 157 -Decorridos 30 (trinta) dias da data em que tiver sido protocolado o requerimento da

aposentadoria, o servidor será considerado em licença especial remunerada, podendo afastar-

se do exercício de suas atividades, salvo se antes tiver sido cientificado do indeferimento do

pedido.

§ 1º -O pedido de aposentadoria de que trata este artigo somente será considerado

após terem sido averbados todos os tempos computáveis para esse fim.

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§ 2º -O período de duração desta licença será considerado como tempo de efetivo

exercício para todos os efeitos legais.

Capítulo VII

Da Aposentadoria

Art. 158 -O servidor será aposentado:

-por invalidez permanente, sendo os proventos integrais, quando decorrente de acidente

em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificadas em

lei, e proporcionais nos demais casos;

-compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de

serviço;

-voluntariamente:

a)aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30 (trinta) anos, se mulher, com

proventos integrais;

b)aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de magistério, se professor, e 25 (vinte e

cinco), se professora, com proventos integrais;

c)aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e cinco), se mulher, com proventos

proporcionais a esse tempo;

d)aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem e aos 60 (sessenta), se mulher, com

proventos proporcionais ao tempo de serviço.

§ 1º -Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis, a que se refere o inciso I deste

artigo, se incapacitantes para o exercício da função pública, tuberculose ativa, alienação

mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso no serviço

público, hanseníase, cardiopatia grave, doença de Parkison, paralisia irreversível e

incapacitante, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estado avançados do mal de

Paget (osteíte deformante), Síndrome de Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e outros que a lei

indicar, com base na medicina especializada.

§ 2º -Ao servidor aposentado em decorrência de qualquer das moléstias tipificadas no

parágrafo anterior, fica vedado o exercício de outra atividade pública remunerada, sob pena

de cassação de sua aposentadoria.

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§ 3º -Nos casos de exercício de atividades previstas no artigo 107, a aposentadoria de que trata

o inciso III, alíneas "a" e "c", observará o disposto em lei específica.

§ 4º -Se o servidor for aposentado com menos de 25 (vinte e cinco) anos de serviço e menos de

60 (sessenta) anos de idade, a aposentadoria estará sujeita a confirmação mediante nova

inspeção de saúde após o decurso de 24 (vinte e quatro) meses contados da data do ato

de aposentadoria.

Art. 159 -A aposentadoria de que trata o inciso II do artigo anterior, será automática e

declarada por ato, com vigência a partir do dia em que o servidor atingir a idade limite de

permanência no serviço ativo.

Art. 160 -A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará a partir da data da publicação do

respectivo ato.

§ 1º -A aposentadoria por invalidez será precedida por licença para tratamento de saúde, num

período não superior a 24 (vinte e quatro) meses.

§ 2º -Expirado o período de licença e não estando em condições de reassumir o exercício do

cargo, ou de se proceder à sua readaptação, será o servidor aposentado.

§ 3º -O lapso de tempo compreendido entre o término da licença e a publicação do ato

da aposentadoria será considerado como de prorrogação da licença.

Art. 161 -O provento da aposentadoria será revisto na mesma proporção e na mesma

data em que se modificar a remuneração dos servidores em atividade.

Parágrafo único.São estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens

posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrente da

transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.

Art. 162 -O servidor aposentado com provento proporcional ao tempo de serviço, se

acometido de qualquer das moléstias especificadas no § 1º do artigo 158, passará a perceber

provento integral.

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Art. 163 -Com prevalência do que conferir maior vantagem, quando proporcional ao tempo

de serviço, o provento não será inferior:

-ao salário mínimo, observada a redução da jornada de trabalho a que estava sujeito o

servidor;

-a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade nos demais casos.

Art. 164 -O servidor em estágio probatório somente terá direito à aposentadoria quando

invalidado por acidente em serviço, agressão não-provocada no exercício de suas

atribuições, acometido de moléstia profissional ou nos casos especificados no § 1º do

artigo 158 desta lei.

Art. 165 -As disposições relativas à aposentadoria aplicam-se ao servidor nomeado em

comissão, o qual contar com mais de 5 (cinco) anos de efetivo e ininterrupto exercício em

cargos de provimento dessa natureza.

Parágrafo único.Aplicam-se as disposições deste artigo, independentemente de tempo de

serviço, ao servidor provido em comissão, quer titular de cargo de provimento efetivo, quer

não, quando invalidado em conseqüência das moléstias enumeradas no § 1º do artigo 158,

desde que tenha se submetido, antes do seu ingresso ou retorno ao serviço público, à

inspeção médica prevista nesta lei, para provimento de cargos públicos em geral.

Art. 166 -O servidor, vinculado à previdência social federal, que não tiver nesta feito jus ao

benefício da aposentadoria, será aposentado pelo Estado, na forma garantida por esta lei,

permanecendo como segurado obrigatório daquele órgão previdenciário, até a

implementação das condições de aposentadoria, caso em que caberá ao Estado pagar

somente a diferença, se houver.

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Capítulo VIII

Do Direito de Petição

Art. 167 -É assegurado ao servidor o direito de requerer, pedir reconsideração, recorrer e de

representar, em defesa de direito ou legítimo interesse próprio.

Art. 168 -O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e

encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente.

Art. 169 -Cabe pedido de reconsideração, que não poderá ser renovado, à autoridade que

houver prolatado o despacho, proferido a primeira decisão ou praticado o ato.

§ 1º -O pedido de reconsideração deverá conter novos argumentos ou provas suscetíveis de

reformar o despacho, a decisão ou o ato.

§ 2º -O pedido de reconsideração deverá ser decidido dentro de 30 (trinta) dias.

Art. 170 -Caberá recurso, como última instância administrativa, do indeferimento do pedido de

reconsideração.

§ 1º -O recurso será dirigido à autoridade que tiver proferido a decisão ou expedido o ato.

§ 2º -O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade a que estiver

imediatamente subordinado o requerente.

§ 3º -Terá caráter de recurso, o pedido de reconsideração, quando o prolator do despacho,

decisão ou ato houver sido o Governador.

§ 4º -A decisão sobre qualquer recurso será dada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias.

Art. 171 -O prazo para interposição do pedido de reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta)

dias, contados a partir da data da publicação da decisão recorrida ou da data da ciência, pelo

interessado, quando o despacho não for publicado.

Parágrafo único.Em caso de provimento de pedido de reconsideração ou de recurso, o efeito

da decisão retroagirá à data do impugnado.

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Art. 172 -O direito de requerer prescreve em:

I -5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e cassação de aposentadoria ou de

disponibilidade, ou que afetem interesses patrimoniais e créditos resultantes das relações de

trabalho;

II -120 (cento e vinte) dias nos demais casos, salvo quando, por prescrição legal, for fixado

outro prazo.

§ 1º -O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou

da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado.

§ 2º -O pedido de reconsideração e o de recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição

administrativa.

Art. 173 -A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela Administração.

Art. 174 -A representação será dirigida ao chefe imediato do servidor que, se a solução

não for de sua alçada, a encaminhará a quem de direito.

§ 1º -Se não for dado andamento à representação, dentro do prazo de 5 (cinco) dias,

poderá o servidor dirigi-la direta e sucessivamente às chefias superiores.

§ 2º -A representação está isenta de pagamento de taxa de expediente.

Art. 175 -Para o exercício do direito de petição é assegurada vista do processo ou documento,

na repartição, ao servidor ou a procurador por ele constituído.

Art. 176 -São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste capítulo, salvo motivo

de força maior, devidamente comprovado.

Parágrafo único.Entende-se por força maior, para efeitos do artigo, a ocorrência de fatos

impeditivos da vontade do interessado ou da autoridade competente para decidir.

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TÍTULO IV

DO REGIME DISCIPLINAR

Capítulo I

Dos Deveres do Servidor

Art. 177 -São deveres do servidor:

I -ser assíduo e pontual ao serviço;

II -tratar com urbanidade as partes, atendendo-as sem preferências pessoais;

III -desempenhar com zelo e presteza os encargos que lhe forem incumbidos, dentro de suas

atribuições;

IV -ser leal às instituições a que servir;

V -observar as normas legais e regulamentares;

VI -cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

VII -manter conduta compatível com a moralidade administrativa;

VIII -atender com presteza:

a)o público em geral, prestando as informações requeridas que estiverem a seu alcance,

ressalvadas as protegidas por sigilo;

b)à expedição de certidões requeridas, para defesa de direito ou esclarecimento de situações

de interesse pessoal;

c)às requisições para defesa da Fazenda Pública.

IX -representar ou levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que

tiver conhecimento, no órgão em que servir, em razão das atribuições do seu cargo;

X -zelar pela economia do material que lhe for confiado e pela conservação do patrimônio

público;

XI -observar as normas de segurança e medicina do trabalho estabelecidas, bem como o

uso obrigatório dos equipamentos de proteção individual (EPI) que lhe forem confiados;

XII -providenciar para que esteja sempre em dia no seu assentamento individual, seu

endereço residencial e sua declaração de família;

XIII -manter espírito de cooperação com os colegas de trabalho;

XIV -representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

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§ 1º -A representação de que trata o inciso XIV será encaminhada pela via hierárquica e

apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao

representando ampla defesa.

§ 2º -Será considerado como co-autor o superior hierárquico que, recebendo denúncia ou

representação a respeito de irregularidades no serviço ou de falta cometida por servidor, seu

subordinado, deixar de tomar as providências necessárias a sua apuração.

Capítulo II

Das Proibições

Art. 178 -Ao servidor é proibido:

I -referir-se, de modo depreciativo, em informação, parecer ou despacho, às autoridades e a

atos da administração pública estadual, podendo, porém, em trabalho assinado, criticá-los do

ponto de vista doutrinário ou da organização do serviço;

II -retirar, modificar ou substituir, sem prévia permissão da autoridade competente,

qualquer documento ou objeto existente na repartição;

III -ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;

IV -ingerir bebidas alcoólicas durante o horário de trabalho ou drogar-se, bem como

apresentar-se em estado de embriaguez ou drogado ao serviço;

V -atender pessoas na repartição para tratar de interesses particulares, em prejuízo de suas

atividades;

VI -participar de atos de sabotagem contra o serviço público;

VII -entregar-se a atividades político-partidárias nas horas e locais de trabalho;

VIII -opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de

serviço;

IX -promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;

X -exercer ou permitir que subordinado exerça atribuições diferentes das definidas em

lei ou regulamento como próprias do cargo ou função, ressalvados os encargos de chefia e

as comissões legais;

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XI -celebrar contrato de natureza comercial, industrial ou civil de caráter oneroso, com o

Estado, por si ou como representante de outrem;

XII -participar de gerência ou administração de empresa privada, de sociedade civil ou exercer

comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário, salvo quando se tratar de

função de confiança de empresa, da qual participe o Estado, caso em que o servidor será

considerado como exercendo cargo em comissão;

XIII -exercer, mesmo fora do horário de expediente, emprego ou função em empresa,

estabelecimento ou instituição que tenha relações industriais com o Estado em matéria que se

relacione com a finalidade da repartição em que esteja lotado;

XIV -manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge ou parente até

o segundo grau civil, ressalvado o disposto no artigo 267.

XV -cometer, a pessoas estranhas à repartição, fora dos casos previstos em lei, o

desempenho de encargos que competirem a si ou a seus subordinados;

XVI -coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se à associação profissional ou

sindical, ou com objetivos político-partidários;

XVII -utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em atividades particulares ou

políticas;

XVIII -praticar usura, sob qualquer de suas formas;

XIX -aceitar representação, comissão, emprego ou pensão de país estrangeiro;

XX -valer-se do cargo ou função para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da

dignidade do serviço público;

XXI -atuar, como procurador, ou intermediário junto à repartição pública, salvo quando

se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau e do

cônjuge;

XXII -receber propinas, comissões, presentes ou vantagens de qualquer espécie, em razão de

suas atribuições;

XXIII -valer-se da condição de servidor para desempenhar atividades estranhas às suas

funções ou para lograr, direta ou indiretamente, qualquer proveito;

XXIV -proceder de forma desidiosa;

XXV -exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou

função e com o horário de trabalho.

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§ 1º -Não está compreendida na proibição dos incisos XII e XIII deste artigo a participação do

servidor na presidência de associação, na direção ou gerência de cooperativas e entidades de

classe, ou como sócio.

§ 2º -Na hipótese de violação do disposto no inciso IV, por comprovado motivo de

dependência, o servidor deverá, obrigatoriamente, ser encaminhado a tratamento médico

especializado.

Capítulo III

Da Acumulação

Art. 179 -É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, excetuadas as

hipóteses previstas em dispositivo constitucional.

Art. 180 -A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,

empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações mantidas pelo Poder Público.

Art. 181 -O servidor detentor de cargo de provimento efetivo quando investido em cargo em

comissão ficará afastado do cargo efetivo, observado o disposto no artigo anterior.

Art. 182 -Verificada a acumulação indevida, o servidor será cientificado para optar por uma das

posições ocupadas.

Parágrafo único.Transcorrido o prazo de 30 (trinta) dias, sem a manifestação optativa do

servidor, a Administração sustará o pagamento da posição de última investidura ou

admissão.

Capítulo IV

Das Responsabilidades

Art. 183 -Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servidor responde civil, penal e

administrativamente.

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Art. 184 -A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo,

que importe em prejuízo à Fazenda Estadual ou a terceiros.

§ 1º -A indenização de prejuízo causado ao erário somente será liquidada na forma prevista no

artigo 82, na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.

§ 2º -Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda

Pública, em ação regressiva.

§ 3º -A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor

nesta qualidade.

Art. 185 -A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado

no desempenho do cargo ou função.

Art. 186 -As sanções civis, penais e administrativas poderão acumular-se, sendo umas e

outras independentes entre si,

assim como as instâncias civil, penal e administrativa.

Capítulo V

Das Penalidades

Art. 187 -São penas disciplinares:

I -repreensão;

II -suspensão;

III -demissão;

IV -cassação de disponibilidade;

V -cassação de aposentadoria;

VI -multa.

VII -destituição de cargo em comissão ou de função gratificada ou equivalente.

§ 1º -Na aplicação das penas disciplinares, serão consideradas a natureza e a gravidade

da infração e os danos delas resultantes para o serviço público, as circunstâncias agravantes

ou atenuantes e os antecedentes funcionais.

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§ 2º -Quando se tratar de falta funcional que, por sua natureza e reduzida gravidade, não

demande aplicação das penas previstas neste artigo, será o servidor advertido particular e

verbalmente.

§ 3° -A destituição de cargo em comissão ou de função gratificada, por critérios de

oportunidade e conveniência, independe da apuração de falta funcional.

Art. 188 -A repreensão será aplicada por escrito, na falta do cumprimento do dever

funcional ou quando ocorrer procedimento público inconveniente.

Art. 189 -A suspensão, que não poderá exceder a 90 (noventa) dias, implicará a perda de todas

as vantagens e direitos decorrentes do exercício do cargo e aplicar-se-á ao servidor:

I -na violação das proibições consignadas nesta lei;

II -nos casos de reincidência em infração já punida com repreensão;

III -quando a infração for intencional ou se revestir de gravidade;

IV -como gradação de penalidade mais grave, tendo em vista circunstância atenuante;

V -que atestar falsamente a prestação de serviço, bem como propuser, permitir, ou

receber a retribuição correspondente a trabalho não realizado;

VI -que se recusar, sem justo motivo, à prestação de serviço extraordinário;

VII -responsável pelo retardamento em processo sumário;

VIII -que deixar de atender notificação para prestar depoimento em processo disciplinar;

IX -que, injustificadamente, se recusar a ser submetido à inspeção médica determinada pela

autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.

X -que descumprir a vedação estabelecida no art. 134.

§ 1º -A suspensão não será aplicada enquanto o servidor estiver afastado por motivo

de gozo de férias regulamentares ou em licença por qualquer dos motivos previstos no

artigo 128.

§ 2º -Quando houver conveniência para o serviço, a pena de suspensão poderá ser convertida

em multa na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de remuneração, obrigando-se o

servidor a permanecer em exercício durante o cumprimento da pena.

§ 3º -Os efeitos da conversão da suspensão em multa não serão alterados, mesmo que ao

servidor seja assegurado afastamento legal remunerado durante o respectivo período.

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§ 4º -A multa não acarretará prejuízo na contagem do tempo de serviço, exceto para fins de

concessão de avanços, gratificações adicionais de 15% (quinze por cento) e 25% (vinte e cinco

por cento) e licença-prêmio.

Art. 190 -Os registros funcionais de advertência, repreensão, suspensão e multa serão

automaticamente cancelados após 10 (dez) anos, desde que, neste período, o servidor não

tenha praticado nenhuma nova infração.

Parágrafo único.O cancelamento do registro, na forma deste artigo, não gerará nenhum

direito para fins de concessão ou revisão de vantagens.

Art. 191 -O servidor será punido com pena de demissão nas hipóteses de:

I -ineficiência ou falta de aptidão para o serviço, quando verificada a impossibilidade de

readaptação;

II -indisciplina ou insubordinação grave ou reiterada;

III -ofensa física contra qualquer pessoa, cometida em serviço, salvo em legítima defesa

própria ou de terceiros;

IV -abandono de cargo em decorrência de mais de 30 (trinta) faltas consecutivas;

V -ausências excessivas ao serviço em número superior a 60 (sessenta) dias, intercalados,

durante um ano;

VI -improbidade administrativa;

VII -transgressão de quaisquer proibições dos incisos XVII a XXIV do artigo 178, considerada a

sua gravidade, efeito ou reincidência;

VIII -falta de exação no desempenho das atribuições, de tal gravidade que resulte em lesões

pessoais ou danos de monta;

IX -incontinência pública e conduta escandalosa na repartição;

X -acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;

XI -aplicação irregular de dinheiro público;

XII -reincidência na transgressão prevista no inciso V do artigo 189;

XIII -lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual;

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XIV -revelação de segredo, do qual se apropriou em razão do cargo, ou de fato ou informação

de natureza sigilosa de que tenha conhecimento, salvo quando se tratar de depoimento em

processo judicial, policial ou administrativo-disciplinar;

XV -corrupção passiva nos termos da lei penal;

XVI -exercer advocacia administrativa;

XVII -prática de outros crimes contra a administração pública.

Parágrafo único.A demissão será aplicada, também, ao servidor que, condenado por decisão

judicial transitada em julgado, incorrer na perda da função pública na forma da lei penal.

Art. 192 -O ato que demitir o servidor mencionará sempre o dispositivo legal em que se

fundamentar.

Art. 193 -Atendendo à gravidade da falta, a demissão poderá ser aplicada com a nota "a bem

do serviço público", a qual constará sempre no ato de demissão fundamentado nos incisos X a

XIV do artigo 191.

Art. 194 -Uma vez submetido a inquérito administrativo, o servidor só poderá ser

exonerado, a pedido, ou aposentado

voluntariamente, depois da conclusão do processo, no qual tenha sido reconhecida sua

inocência.

Parágrafo único.Excetua-se do disposto neste artigo o servidor estável processado por

abandono de cargo ou por ausências excessivas ao serviço.

Art. 195 -Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do servidor que:

I -houver praticado, na atividade, falta punível com a pena de demissão;

II -infringir a vedação prevista no § 2º do artigo 158;

III -incorrer na hipótese do artigo 53.

Parágrafo único.Consideradas as circunstâncias previstas no § 1º do artigo 187, a pena de

cassação de aposentadoria poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por

cento) por dia de provento, até o máximo de 90 (noventa) dias-multa.

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Art. 196 -Para a aplicação das penas disciplinares são competentes:

I -o Governador do Estado em qualquer caso;

II -os Secretários de Estado, dirigentes de autarquias e fundações de direito público e os

titulares de órgãos diretamente subordinados ao Governador, até a suspensão e multa

limitada ao máximo de 30 (trinta) dias;

III -os titulares de órgãos diretamente subordinados aos Secretários de Estado, dirigentes

de autarquias e de fundações de direito público até suspensão por 10 (dez) dias;

IV -os titulares de órgãos em nível de supervisão e coordenação, até suspensão por 5 (cinco)

dias;

V -as demais chefias, em caso de repreensão.

Art. 197 -A aplicação das penas referidas no artigo 187 prescreve nos seguintes prazos:

I -em 12 (doze) meses, a de repreensão;

II -em 24 (vinte e quatro) meses, as de suspensão, de multa, de demissão por abandono de

cargo e por ausências sucessivas ao serviço;

III -em 5 (cinco) anos, a de demissão, de cassação de aposentadoria, de cassação de

disponibilidade, e de destituição de cargo em comissão ou de função gratificada ou

equivalente.

IV -(REVOGADO).

§ 1º -O prazo de prescrição começa a fluir a partir da data do conhecimento do fato, por

superior hierárquico.

§ 2º -Para o abandono de cargo e para a inassiduidade, o prazo de prescrição começa a fluir a

partir da data em que o servidor reassumir as suas funções ou cessarem as faltas ao serviço.

§ 3º -Quando as faltas constituírem, também, crime ou contravenção, a prescrição será

regulada pela lei penal.

§ 4º -A prescrição da pretensão punitiva será objeto de:

V -interrupção, começando o prazo a correr por inteiro, a partir:

a)da instauração do processo administrativo-disciplinar; e

b)da emissão do relatório de que trata o art. 245, pela autoridade processante;

VI -suspensão, continuando o prazo a correr, no seu restante:

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a)enquanto não resolvida, em outro processo de qualquer natureza, inclusive judicial,

questão de que dependa o reconhecimento da transgressão;

b)a partir da instauração de sindicância até a decisão final pela autoridade competente.

§ 5º -A prescrição da pretensão executória é a mesma da punitiva, aplicando-se-lhe a causa

suspensiva constante do inciso II, alínea “a”, do § 4.º deste artigo.

I -(REVOGADO).

II -(R EVOGADO).

III -(REVOGADO).

TÍTULO V

DO PRO CESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

Capítulo I

Das Disposições Gerais

Art. 198 -A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público estadual ou prática

de infração funcional é obrigada a promover sua apuração imediata, mediante meios sumários

ou processo administrativo disciplinar, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de se tornar co-

responsável, assegurada ampla defesa ao acusado.

Art. 199 -As denúncias sobre irregularidades serão objeto de averiguação, desde que

contenham a identidade do denunciante e sejam formuladas por escrito, para fins de

confirmação de autenticidade.

Parágrafo único.Quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito

penal a denúncia deverá ser arquivada por falta de objeto material passível de ensejar

qualquer punição consignada nesta lei.

Art. 200 -As irregularidades e as infrações funcionais serão apuradas por meio de:

I -sindicância, quando os dados forem insuficientes para sua determinação ou para

apontar o servidor faltoso ou, sendo este determinado, não for a falta confessada,

documentalmente provada ou manifestamente evidente;

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II -inquérito administrativo, quando a gravidade da ação ou omissão torne o autor passível das

penas disciplinares de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, demissão, cassação da

aposentadoria ou de disponibilidade, ou ainda, quando na sindicância ficar comprovada a

ocorrência de irregularidades ou falta funcional grave, mesmo sem indicação de autoria.

Capítulo II

Da Sindicância

Art. 201 -Toda autoridade estadual é competente para, no âmbito da jurisdição do órgão sob

sua chefia, determinar a realização de sindicância, de forma sumária, a qual deverá ser

concluída no prazo máximo de 30 (trinta) dias úteis, podendo ser prorrogado por até igual

período.

§ 1º -A sindicância será sempre cometida a servidor de hierarquia igual ou superior à do

implicado, se houver.

§ 2º -O sindicante desenvolverá encargo em tempo integral, ficando dispensável de suas

atribuições normais até a apresentação do relatório final, no prazo estabelecido neste artigo.

Art. 202 -O sindicante efetuará diligências necessárias ao esclarecimento da ocorrência e

indicação do responsável, ouvido, preliminarmente, o autor da representação e o servidor

implicado, se houver.

§ 1º -Reunidos os elementos coletados, o sindicante traduzirá no relatório as suas conclusões

gerais, indicando, se possível, o provável culpado, qual a irregularidade ou transgressão

praticada e o seu enquadramento nas disposições da lei reguladora da matéria.

§ 2º -Somente poderá ser sugerida a instauração de inquérito administrativo quando,

comprovadamente, os fatos apurados na sindicância a tal conduzirem, na forma do inciso II

do artigo 200.

§ 3º -Se a sindicância concluir pela culpabilidade do servidor, será este notificado para

apresentar defesa, querendo, no prazo de 3 (três) dias úteis.

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Art. 203 -A autoridade, de posse do relatório do sindicante, acompanhado dos elementos que

instruírem o processo, decidirá pelo arquivamento do processo, pela aplicação da penalidade

cabível de sua competência, ou pela instauração de inquérito administrativo, se estiver na sua

alçada.

Parágrafo único.Quando a aplicação da penalidade ou a instauração de inquérito for de

autoridade de outra alçada ou competência, a esta deverá ser encaminhada a sindicância para

apreciação das medidas propostas.

Capítulo III

Do Afastamento Preventivo

Art. 204 -Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da

irregularidade ou infração funcional, a autoridade instauradora do processo administrativo

disciplinar poderá determinar o afastamento preventivo do exercício das atividades do seu

cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.

Parágrafo único.O afastamento poderá ser prorrogado por igual período, findo o qual

cessarão definitivamente os seus efeitos, mesmo que o processo administrativo disciplinar

ainda não tenha sido concluído.

Capítulo IV

Do Processo Administrativo Disciplinar em Espécie

Art. 205 -O processo administrativo disciplinar é o instrumento utilizado no Estado para

apurar responsabilidade de servidor por irregularidade ou infração praticada no exercício de

suas atribuições, ou que tenha relação direta com o exercício do cargo em que se encontre

efetivamente investido.

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Art. 206 -O processo administrativo disciplinar será conduzido por comissão composta de 3

(três) servidores estáveis, com formação superior, sendo pelo menos um com titulação em

Ciências Jurídicas e Sociais, designados pela autoridade competente, que indicará, dentre eles,

o seu presidente.

§ 1º -O presidente da comissão designará, para secretariá-la, um servidor que não poderá

ser escolhido entre os componentes da mesma.

§ 2º -Os membros da comissão não deverão ser de hierarquia inferior à do indiciado, nem

estarem ligados ao mesmo por qualquer vínculo de subordinação.

§ 3º -Não poderá integrar a comissão, nem exercer a função de secretário, o servidor que

tenha feito a denúncia de que resultar o processo disciplinar, bem como o cônjuge ou parente

do acusado, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até 3º grau.

§ 4º -Nos casos em que a decisão final for da alçada exclusiva do Governador do Estado ou de

dirigente máximo de autarquia ou fundação pública, o processo administrativo-disciplinar será

conduzido por Procurador do Estado, na condição de Autoridade Processante, observando-se,

no que couber, as demais normas do procedimento.

§ 5º -Na hipótese anterior, será coletivo o parecer previsto no inciso IV do artigo 115 da C o ns

tituiçã o Es ta d ua l, que deverá ser emitido também nos casos em que o processo for

encaminhado à decisão final de dirigente máximo de autarquia ou fundação pública.

Art. 207 -A comissão exercerá suas atividades com independência e imparcialidade,

assegurando o sigilo absoluto e,necessário à elucidação do fato, ou exigido pelo interesse da

Administração.

Parágrafo único.As reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado.

Art. 208 -O servidor poderá fazer parte, simultaneamente, de mais de uma comissão, podendo

esta ser incumbida de mais de um processo disciplinar.

Art. 209 -O membro da comissão ou o servidor designado para secretariá-la não poderá

fazer parte do processo na qualidade de testemunha, tanto da acusação como da defesa.

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Art. 210 -A comissão somente poderá deliberar com a presença absoluta de todos os seus

membros.

Parágrafo único.A ausência, sem motivo justificado, por mais de duas sessões, de qualquer dos

membros da comissão ou de seu secretário, determinará, de imediato, a substituição do

faltoso, sem prejuízo de ser passível de punição disciplinar por falta de cumprimento do dever

funcional.

Art. 211 -O processo administrativo disciplinar se desenvolverá, necessariamente, nas

seguintes fases:

I -instauração, ocorrendo a partir do ato que constituir a comissão;

II -processo administrativo disciplinar, propriamente dito, compreendendo a instrução, defesa

e relatório;

III -julgamento.

Art. 212 -O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar não poderá exceder

a 60 (sessenta) dias, contados da data da publicação do ato que constituir a comissão,

admitida a sua prorrogação por igual período, quando as circunstâncias de cunho excepcional

assim o exigirem.

§ 1º -Sempre que necessário, a comissão desenvolverá seus trabalhos em tempo integral,

ficando seus membros e respectivo secretário dispensados de suas atividades normais, até a

entrega do relatório final.

§ 2º -As reuniões da comissão serão registradas em atas, detalhando as deliberações

adotadas.

Art. 213 -O processo administrativo disciplinar, instaurado pela autoridade competente

para aplicar a pena disciplinar, deverá ser iniciado no prazo de 5 (cinco) dias úteis, contados

da data em que for publicada a designação dos membros da comissão.

Art. 214 -Todos os termos lavrados pelo secretário da comissão, tais como, autuação, juntada,

intimação, conclusão, data, vista, recebimento de certidões, compromissos, terão formas

processuais, resumindo-se tanto quanto possível.

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Art. 215 -Será feita por ordem cronológica de apresentação toda e qualquer juntada aos

autos, devendo o presidente rubricar as folhas acrescidas.

Art. 216 -Figurará sempre, nos autos do processo, a folha de antecedentes do indiciado.

Art. 217 -No processo administrativo disciplinar, poderá ser argüida suspeição, que se regerá

pelas normas da legislação comum.

Art. 218 -Quando ao servidor se imputar crime praticado na esfera administrativa, a

autoridade que determinar a instauração do processo administrativo disciplinar

providenciará para que se instaure, simultaneamente, o inquérito policial.

Parágrafo único.Idêntico procedimento compete à autoridade policial quando se tratar de

crime praticado fora da esfera administrativa.

Art. 219 -As autoridades administrativas e policiais se auxiliarão, mutuamente, para que ambos

os inquéritos se concluam dentro dos prazos fixados nesta lei.

Art. 220 -A absolvição do processo crime, a que for submetido o servidor, não implicará na

permanência ou retorno do mesmo ao serviço público se, em processo administrativo

disciplinar regular, tiver sido demitido em virtude de prática de atos que o inabilitem

moralmente para aquele serviço.

Art. 221 -Acarretarão a nulidade do processo:

a)a determinação de instauração por autoridade incompetente;

b)a falta de citação ou notificação, na forma determinada nesta lei;

c)qualquer restrição à defesa do indiciado;

d)a recusa injustificada de promover a realização de perícias ou quaisquer outras

diligências convenientes ao esclarecimento do processo;

e)os atos da comissão praticados apenas por um dos seus membros;

f)acréscimos ao processo depois de elaborado o relatório da comissão sem nova vista ao

indiciado;

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g)rasuras e emendas não ressalvadas em parte substancial do processo.

Art. 222 -As irregularidades processuais que não constituírem vícios substanciais

insanáveis, suscetíveis de influírem na apuração da verdade ou decisão do processo, não

determinarão a sua nulidade.

Art. 223 -A nulidade poderá ser argüida durante ou após a formação da culpa, devendo

fundar-se a sua argüição em texto legal, sob pena de ser considerada inexistente.

Capítulo V

Do Inquérito Administrativo

Seção I

Das Disposições Gerais

Art. 224 -O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do contraditório, assegurada ao

acusado ampla defesa, com a utilização de todos os meios de prova em direito admitidos,

podendo as mesmas serem produzidas "ex-officio", pelo denunciante ou pelo acusado, se

houver, ou a requerimento da parte com legitimidade para tanto.

Art. 225 -Quando o inquérito administrativo for precedido de sindicância, o relatório

desta integrará a instrução do processo como peça informativa.

Parágrafo único.Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a infração praticada

consta capitulada como ilícito penal, a autoridade competente providenciará no

encaminhamento de cópias dos autos ao Ministério Público, independentemente da imediata

instauração do processo disciplinar.

Art. 226 -Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de depoimentos, acareações,

investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de provas, recorrendo, quando

necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.

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§ 1º -A designação dos peritos deverá obedecer ao critério da capacidade técnica

especializada, observadas as provas de habilitação estabelecidas em lei, e só poderá recair

em pessoas estranhas ao serviço público estadual, na falta de servidores aptos a prestarem

assessoramento técnico.

§ 2º -Para os exames de laboratórios, por ventura necessários, recorrer-se-á aos

estabelecimentos particulares somente quando inexistirem oficiais ou quando os laudos

forem insatisfatórios ou incompletos.

Art. 227 -É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo pessoalmente ou por

intermédio de procurador habilitado, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e

contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de provas periciais.

§ 1º -Só será admitida a intervenção de procurador no processo disciplinar após a

apresentação do respectivo mandato, revestido das formalidades legais.

§ 2º -O presidente da comissão poderá denegar períodos considerados impertinentes,

meramente protelatórios, ou de nenhum interesse para os esclarecimentos dos fatos.

§ 3º -Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato

independer de conhecimentos especializados de peritos.

Seção II

Dos Atos e Termos Processuais

Art. 228 -O presidente da comissão, ao instalar os trabalhos, autuará portaria e demais peças

existentes e designará dia, hora e local para a audiência inicial, citando o indiciado, se houver,

para interrogatório e acompanhamento do processo.

§ 1º -A citação do indiciado será feita, pessoalmente ou por via postal, com antecedência

mínima de 5 (cinco) dias úteis da data marcada para audiência, e conterá dia, hora, local, sua

qualificação e a tipificação da infração que lhe é imputada.

§ 2º -Caso o indiciado se recuse a receber a citação, deverá o fato ser certificado, à vista de, no

mínimo, 2 (duas) testemunhas.

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§ 3º -Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, a citação será feita por edital,

publicado no órgão oficial por 3 (três) vezes, com prazo de 15 (quinze) dias úteis contados a

partir da primeira publicação, juntando-se comprovante ao processo.

§ 4º -Quando houver fundada suspeita de ocultação do indiciado, proceder-se-á à citação por

hora certa, na forma dos artes. 227 a 229 do Código de Processo Civil.

§ 5º -Estando o indiciado afastado do seu domicílio e conhecido o seu endereço em outra

localidade, a citação será feita por via postal, em carta registrada, juntando-se ao processo o

comprovante de registro e o aviso de recebimento.

§ 6º -A citação pessoal, as intimações e as notificações serão feitas pelo secretário da

comissão, apresentado ao destinatário o instrumento correspondente em duas vias para que,

retendo uma delas, passe recibo devidamente datado na outra.

§ 7º -Quando o indiciado comparecer voluntariamente junto à comissão, será dado como

citado.

§ 8º -Não havendo indiciado, a comissão intimará as pessoas, servidores, ou não, que,

presumivelmente, possam esclarecer a ocorrência, objeto do inquérito.

Art. 229 -Na hipótese de a comissão entender que os elementos do processo são insuficientes

para bem caracterizar a ocorrência, poderá ouvir previamente a vítima ou o denunciante da

irregularidade ou infração funcional.

Art. 230 -Feita a citação e não comparecendo o indiciado, o processo prosseguirá à revelia,

com defensor dativo designado pelo presidente da comissão, procedendo-se da mesma

forma com relação ao que se encontre em lugar incerto e não sabido ou afastado da

localidade de seu domicílio.

Art. 231 -O indiciado tem o direito, pessoalmente ou por intermédio de defensor, a assistir aos

atos probatórios que se realizarem perante a comissão, requerendo medidas que julgar

convenientes.

Parágrafo único.O indiciado poderá requerer ao presidente da comissão a designação de

defensor dativo, caso não o possuir.

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Art. 232 -O indiciado, dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis após o interrogatório, poderá

requerer diligência, produzir prova documental e arrolar testemunhas, até o máximo de 8

(oito).

§ 1º -Se as testemunhas de defesa não forem encontradas e o indiciado, dentro do prazo de 3

(três) dias úteis, não indicar outras em substituição, prosseguir-se-á nos demais termos do

processo.

§ 2º -No caso de mais de um indiciado, cada um deles será ouvido separadamente,

podendo ser promovida acareação, sempre que divergirem em suas declarações.

Art. 233 -As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado expedido pelo

presidente da comissão, devendo apor seus cientes na segunda via, a qual será anexada ao

processo.

Parágrafo único.Se a testemunha for servidor público, a expedição do mandado será

remetida ao chefe da repartição onde servir, com a indicação do dia, hora e local em que

procederá à inquirição.

Art. 234 -Serão assegurados transporte e diárias:

I -ao servidor convocado para prestar depoimento, fora da sede de sua repartição, na

condição de denunciante, indiciado ou testemunha;

II -os membros da comissão e ao secretário da mesma, quando obrigados a se deslocarem da

sede dos trabalhos para a realização de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.

Art. 235 -O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, não sendo lícito à

testemunha trazê-lo por escrito, sendo-lhe, porém, facultada breve consulta a apontamentos.

§ 1º -As testemunhas serão inquiridas separadamente, se possível no mesmo dia,

ouvindo-se previamente, as apresentadas pelo denunciante; a seguir as indicadas pela

comissão e, por último, as arroladas pelo indiciado.

§ 2º -Na hipótese de depoimentos contraditórios ou divergentes entre si, proceder-se-á à

acareação dos depoentes.

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§ 3º -Antes de depor, a testemunha será qualificada, declarando o nome, estado civil,

profissão, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas relações com

qualquer delas.

Art. 236 -Ao ser inquirida uma testemunha, as demais não poderão estar presentes, a fim de

evitar-se que uma ouça o depoimento da outra.

Art. 237 -O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, bem como à inquirição

das testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe,

porém, reinquiri-las, por intermédio do presidente da comissão.

Art. 238 -A testemunha somente poderá eximir-se de depor nos casos previstos em lei penal.

§ 1º -Se arrolados como testemunha, o Governador do Estado, os Secretários, os dirigentes

máximos de autarquias, bem como outras autoridades federais, estaduais ou municipais de

níveis hierárquicos a eles assemelhados, o depoimento será colhido em dia, hora e local

previamente ajustado entre o presidente da comissão e a autoridade.

§ 2º -Os servidores estaduais arrolados como testemunhas serão requisitados junto às

respectivas chefias e os federais e os municipais, bem como os militares, serão notificados

por intermédio das repartições ou unidades a que servirem.

§ 3º -No caso em que as pessoas estranhas ao serviço público se recusem a depor perante a

comissão, o presidente poderá solicitar à autoridade policial competente, providências no

sentido de serem elas ouvidas na polícia, encaminhando, para tanto, àquela autoridade, a

matéria reduzida a itens, sobre à qual devam ser ouvidas.

Art. 239 -Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comissão proporá à

autoridade competente que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual

participe, pelo menos, um médico psiquiatra.

Parágrafo único.O incidente de sanidade mental será processado em autos apartados e

apensos ao processo principal, após expedição do laudo pericial.

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Art. 240 -O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comunicar à comissão o local

onde será encontrado.

Art. 241 -Durante o curso do processo, a comissão promoverá as diligências que se fizerem

necessárias à elucidação do objeto do inquérito, podendo, inclusive, recorrer a técnicos e

peritos.

Parágrafo único.Os órgãos estaduais atenderão com prioridade às solicitações da comissão.

Art. 242 -Compete à comissão tomar conhecimento de novas imputações que surgirem,

durante o curso do processo, contra o indiciado, caso em que este poderá produzir novas

provas objetivando sua defesa.

Art. 243 -Na formação material do processo, todos os termos lavrados pelo secretário

terão forma sucinta e, quando possível, padronizada.

§ 1º -A juntada de documentos será feita pela ordem cronológica de apresentação mediante

despacho do presidente da comissão.

§ 2º -A cópia da ficha funcional deverá integrar o processo desde a indiciação do servidor, bem

como, após despacho do presidente, o mandato, revestido das formalidades legais que

permite a intervenção de procurador, se for o caso.

Art. 244 -Ultimada a instrução do processo, intimar-se-á o indiciado, ou seu defensor

legalmente constituído, para, no prazo de 10 (dez) dias, contados da data da intimação,

apresentar defesa por escrito, sendo-lhe facultada vista aos autos na forma da lei.

§ 1º -Havendo 2 (dois) ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20 (vinte) dias.

§ 2º -O prazo de defesa, excepcionalmente, poderá ser suprimido, a critério da comissão,

quando esta a julgar desnecessária, face à inconteste comprovação da inocência do

indiciado.

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Art. 245 -Esgotado o prazo de defesa, a comissão apresentará, dentro de 10 (dez) dias,

minucioso relatório, resumindo as peças essenciais dos autos e mencionando as provas

principais em que se baseou para formular sua convicção.

§ 1º -O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do

indiciado.

§ 2º -Se a defesa tiver sido dispensada ou apresentada antes da fluência do prazo, contar-se-á

o destinado à feitura do relatório a partir do dia seguinte ao da dispensa da apresentação.

§ 3º -No relatório, a comissão apreciará em relação a cada indiciado, separadamente, as

irregularidades, objeto de acusação, as provas que instruírem o processo e as razões de

defesa, propondo, justificadamente, a absolvição ou a punição, sugerindo, nesse caso, a pena

que couber.

§ 4º -Deverá, também, a comissão, em seu relatório, sugerir providências tendentes a evitar a

reprodução de fatos semelhantes ao que originou o processo, bem como quaisquer outras

que lhe pareçam de interesse do serviço público estadual.

Art. 246 -O relatório da comissão será encaminhado à autoridade que determinou a sua

instauração para apreciação final no prazo de 30 (trinta) dias.

§ 1º -Apresentado o relatório, a comissão ficará à disposição da autoridade que houver

instaurado o inquérito para qualquer esclarecimento ou providência julgada necessária.

§ 2º -Quando não for da alçada da autoridade a aplicação das penalidades e das providências

indicadas, estas serão propostas a quem de direito competir, no prazo marcado para

julgamento.

§ 3º -Na hipótese do parágrafo anterior, o prazo para julgamento final será de 20 (vinte) dias.

§ 4º -A autoridade julgadora promoverá a publicação em órgão oficial, no prazo de 8

(oito) dias, da decisão que proferir, expedirá os atos decorrentes do julgamento e

determinará as providências necessárias a sua execução.

§ 5º -Cumprido o disposto no parágrafo anterior, dar-se-á ciência da solução do processo ao

autor da representação e à comissão, procedendo-se, após, ao seu arquivamento.

§ 6º -Se o processo não for encaminhado à autoridade competente no prazo de 30 (trinta) dias,

ou julgado no prazo determinado no § 3º, o indiciado poderá reassumir, automaticamente, o

exercício do seu cargo, onde aguardará o julgamento.

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Capítulo VI

Do Processo por Abandono de Cargo ou por Ausências Excessivas ao Serviço

Art. 247 -É dever do chefe imediato conhecer os motivos que levam o servidor a faltar

consecutiva e freqüentemente ao serviço.

Parágrafo único.Constatadas as primeiras faltas, deverá o chefe imediato, sob pena de se

tornar co-responsável, comunicar o fato ao órgão de apoio administrativo da repartição que

promoverá as diligências necessárias à apuração da ocorrência.

Art. 248 -Quando o número de faltas não justificadas ultrapassar a 30 (trinta) consecutivas ou

60 (sessenta) intercaladas durante um ano, a repartição onde o servidor tiver em exercício

promoverá sindicância e, à vista do resultado nela colhido, proporá:

I -a solução, se ficar provada a existência de força maior, coação ilegal e circunstância

ligada ao estado físico ou psíquico do servidor, que contribua para não caracterizar o

abandono do cargo ou que possa determinar a justificabilidade das faltas;

II -a instauração de inquérito administrativo se inexistirem provas das situações mencionadas

no inciso anterior, ou existindo, forem julgadas insatisfatórias.

§ 1º -No caso de ser proposta a demissão, o servidor terá o prazo de 5 (cinco) dias para

apresentar defesa.

§ 2º -Para aferição do número de faltas, as horas serão convertidas em dias, quando o

servidor estiver sujeito a

regime de plantões.

§ 3º -Salvo em caso de ficar caracterizada, desde logo, a intenção do faltoso em

abandonar o cargo, ser-lhe-á permitido continuar em exercício, a título precário, sem

prejuízo da conclusão do processo.

§ 4º -É facultado ao indiciado, por abandono de cargo ou ausência excessiva ao

serviço, no decurso do correspondente processo administrativo-disciplinar, requerer sua

exoneração, a juízo da autoridade competente.

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Capítulo VII

Da Revisão do Processo

Art. 249 -O processo administrativo disciplinar poderá ser revisto, uma única vez, a

qualquer tempo ou "ex-officio", quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias

suscetíveis de justificar a inocência ou inadequação da penalidade aplicada.

§ 1º -O pedido da revisão não tem efeito suspensivo e nem permite agravação da pena.

§ 2º -Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qualquer pessoa

de sua família poderá requerer revisão do processo.

§ 3º -No caso de incapacidade mental, a revisão poderá ser requerida pelo respectivo curador.

Art. 250 -No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente.

Art. 251 -O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Secretário de Estado ou

autoridade equivalente que, se a autorizar, encaminhará o pedido ao órgão ou entidade onde

se originou o processo disciplinar.

Art. 252 -A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias de prazo para a conclusão dos trabalhos.

Art. 253 -O julgamento caberá à autoridade que aplicou a penalidade nos termos do artigo

246, no prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, durante o qual poderá

determinar as diligências que julgar necessárias.

Art. 254 -Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada,

restabelecendo-se todos os direitos do servidor.

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TÍTULO VI

DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA AO SERVIDOR

Art. 255 -O Estado manterá órgão ou entidade de previdência e assistência médica,

odontológica e hospitalar para seus servidores e dependentes, mediante contribuição, nos

termos da lei.

Art. 256 -Caberá, especialmente ao Estado, a concessão dos seguintes benefícios, na forma

prevista nesta lei:

I -abono familiar;

II -licença para tratamento de saúde;

III -licença-gestante, à adotante e licença-paternidade;

IV -licença por acidente em serviço;

V -aposentadoria;

VI -auxílio-funeral;

VII -(REVOGADO).

§ 1º -Além das concessões, de que trata este artigo, será devido o auxílio-transporte,

correspondente à necessidade de deslocamento do servidor em atividade para o seu local de

trabalho e vice-versa, nos termos da lei.

§ 2º -O Estado concederá o auxílio-refeição, na forma da lei. (Pa rá gra fo ve ta do pe lo Gove

rna dor do Esta do e m a ntido pe la Asse m blé ia Le gisla tiva no DO E de 08 de a bril de 1994)

§ 3º -A lei regulará o atendimento gratuito de filhos e dependentes de servidores, de zero a

seis anos, em creches e pré-escola.

Art. 257 -O auxílio-funeral é a importância devida à família do servidor falecido, ativo ou

inativo, em valor equivalente:

I -a um mês de remuneração ou provento que perceberia na data do óbito, considerados

eventuais acúmulos legais;

II -ao montante das despesas realizadas, respeitando o limite fixado no inciso anterior,

quando promovido por terceiros.

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Parágrafo único.O processo de concessão de auxílio-funeral obedecerá a rito sumário e

concluir-se-á no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da prova do óbito, subordinando-se o

pagamento à apresentação dos comprovantes da despesa.

Art. 258 -Em caso de falecimento de servidor ocorrido quando no desempenho de suas

funções, fora do local de trabalho, inclusive em outro Estado ou no exterior, as despesas de

transporte do corpo correrão à conta de recursos do Estado, autarquia ou fundação de direito

público.

Art. 259 -Ao cônjuge ou dependente do servidor falecido em conseqüência de acidente em

serviço ou agressão não- provocada, no exercício de suas atribuições, será concedida

complementação da pensão que, somada à que perceber do órgão de previdência do Estado,

perfaça a totalidade da remuneração percebida pelo servidor, quando em atividade.

Art. 259-A -Aos dependentes do servidor detento ou recluso será paga, durante o período em

que estiver privado de sua liberdade, sob o título de auxílio-reclusão, uma quantia mensal,

equivalente à metade da que lhes caberia a título de pensão por morte, limitada ao

máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

§ 1º -O benefício do auxílio-reclusão será devido a partir da data em que o servidor

preso deixar de receber remuneração decorrente do seu cargo e será pago enquanto o

servidor for titular do respectivo cargo efetivo.

§ 2º -O auxílio-reclusão será rateado em quotas iguais entre os dependentes do servidor.

§ 3º -Na hipótese de fuga do servidor, o benefício será restabelecido a partir da data da

recaptura ou da reapresentação à prisão, nada sendo devido aos seus dependentes

enquanto estiver o servidor evadido e durante o período da fuga.

§ 4º -Para a instrução do processo de concessão deste benefício, além da documentação que

comprovar a condição de servidor e de dependentes, serão exigidos:

I -documento que certifique o não pagamento da remuneração ao servidor pelos cofres

públicos, em razão da prisão; e

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II -certidão emitida pela autoridade competente sobre o efetivo recolhimento do servidor

à prisão e o respectivo regime de cumprimento da pena, sendo tal documento renovado

semestralmente.

§ 5º -Caso o servidor venha a ser ressarcido com o pagamento da remuneração

correspondente ao período em que esteve preso, e seus dependentes tenham recebido

auxílio-reclusão, será descontado do servidor o valor correspondente ao período de gozo do

benefício, para fins de restituição ao Estado, aplicando-se juros e atualização monetária.

§ 6º -Aplicar-se-ão ao auxílio-reclusão, no que couber, as disposições atinentes à pensão por

morte.

§ 7º -Se o servidor preso vier a falecer na prisão, o benefício de auxílio-reclusão será

convertido em pensão por morte.

Art. 260 -Caberá ao Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul a concessão

de benefícios e serviços, na

forma prevista em lei específica.

Parágrafo único.Todo o servidor abrangido por esta lei deverá, obrigatoriamente, ser

contribuinte do órgão previdenciário de que trata este artigo.

TÍTULO VII

DA CO NTRATAÇÃO TEMPO RÁRIA DE EXCEPCIO NAL INTERESSE PÚBLICO

Art. 261 -Para atender necessidade temporária de excepcional interesse público, a

Administração estadual poderá efetuar contratações de pessoal, por prazo determinado, na

forma da lei.

Parágrafo único.Para os fins previstos neste artigo, consideram-se como necessidade

temporária de excepcional interesse público as contratações destinadas a:

I -combater surtos epidêmicos;

II -atender situações de calamidade pública;

III -atender a outras situações de urgência que vierem a ser definidas em lei.

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Art. 261-A -Aplica-se ao pessoal contratado nos termos do art. 261 exclusivamente o disposto

nos arts. 64, incisos I, II, III, IV, VI e XV; 67 a 74; 76; 80, incisos I, II e III; 82 a 84; 85, incisos I e IV;

87; 89, incisos II e III; 95 a 96; 98; 104 a 105; 110 a 113; 167 a 186; 187, incisos I, II e VI; todos

desta Lei Complementar, bem como as disposições específicas estabelecidas, estritamente

em razão da natureza da função, na lei que autorizar a contratação.

Parágrafo único.Aplica-se, ainda, no que couber, ao pessoal contratado nos termos do art. 261,

o disposto nos arts. 130, 131, 134, 135, 136, 138, 141 e 143, referentes ao período não coberto

pelo Regime Geral de Previdência Social.

TÍTULO VIII

DAS DISPO SIÇÕ ES GERAIS, TRANSITÓ RIAS E FINAIS

Capítulo I

Das Disposições Gerais

Art. 262 -O dia 28 de outubro é consagrado ao servidor público estadual.

Art. 263 -Poderão ser conferidos, no âmbito da administração estadual, autarquia e fundações

de direito público, prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou trabalhos que

possibilitem o aumento da produtividade e a redução de custos operacionais, bem como

concessão de medalhas, diploma de honra ao mérito, condecoração e louvor, na forma do

regulamento.

Art. 264 -Os prazos previstos nesta lei serão contados em dias corridos, excluindo-se o dia do

começo e incluindo-se o do vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte,

o prazo vencido em dia em que não haja expediente.

Parágrafo único.Os avanços e os adicionais de 15% (quinze por cento) e 25% (vinte e cinco por

cento) serão pagos a partir do primeiro dia do mês em que for completado o período de

concessão.

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Art. 265 -Por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, o servidor

não poderá ser privado de quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida

funcional, nem eximir-se do cumprimento de seus deveres.

Art. 266 -Do exercício de encargos ou serviços diferentes dos definidos em lei ou regulamento,

como próprio do seu cargo ou função, não decorre nenhum direito ao servidor, ressalvadas as

comissões legais.

Art. 267 -É vedado às chefias manterem sob suas ordens cônjuges e parentes até segundo

grau, salvo quando se tratar de função de imediata confiança e livre escolha, não podendo,

porém, exceder de dois o número de auxiliares nessas condições.

Art. 268 -Serão assegurados ao servidor público civil os direitos de associação profissional ou

sindical.

Art. 269 -Consideram-se da família do servidor, além do cônjuge e filhos, quaisquer pessoas

que vivam às suas expensas e constem no seu assentamento individual.

Parágrafo único.Equipara-se ao cônjuge, a companheira ou companheiro que comprove união

estável como entidade familiar.

Art. 270 -A atribuição de qualquer direito e vantagem, cuja concessão dependa de ato ou

portaria do Governador do Estado, ou de outra autoridade com competência para tal,

somente produzirá efeito a partir da data da publicação no órgão oficial.

Art. 271 -Os servidores estaduais, no exercício de suas atribuições, não estão sujeitos a

sanções disciplinares por crítica irrogada em quaisquer escritos de natureza administrativa.

Parágrafo único.A requerimento do interessado, poderá a autoridade suprimir as críticas

irrogadas.

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Art. 272 -O servidor que esteja sujeito à fiscalização de órgão profissional e for suspenso

do exercício da profissão, enquanto durar a medida, não poderá desempenhar atividade que

envolva responsabilidade técnico-profissional.

Art. 273 -O Poder Executivo regulará as condições necessárias à perfeita execução desta

lei, observados os princípios gerais nela consignados.

Art. 274 -O disposto nesta lei é extensivo às autarquias e às fundações de direito público,

respeitada, quanto à prática de atos administrativos, a competência dos respectivos titulares.

Art. 275 -Os dirigentes máximos das autarquias e fundações de direito público poderão

praticar atos administrativos de competência do Governador, salvo os indelegáveis, nas áreas

de suas respectivas atuações.

Capítulo II

DAS DISPO SIÇÕ ES TRANSITÓ RIAS E FINAIS

Art. 276 -Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por esta lei, na qualidade de

servidores públicos, os servidores estatutários da Administração Direta, das autarquias e das

fundações de direito público, inclusive os interinos e extranumerários, bem como os

servidores estabilizados vinculados à Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo De

cre to -Le i nº 5452, d e 1º d e ma io d e 1943.

§ 1º -Os servidores celetistas de que trata o "caput" deverão manifestar, formalmente, no

prazo de 90 (noventa) dias após a promulgação desta lei, a opção de não integrarem o regime

jurídico por esta estabelecido.

§ 2º -Os cargos ocupados pelos nomeados interinamente e as funções correspondentes aos

extranumerários e contratados de que trata este artigo, ficam transformados em cargos de

provimento efetivo, em classe inicial, em número certo, o p e ra nd o -s e a uto ma tica me nte

a tra ns p o s içã o d o s s e us o cup a nte s, observada a identidade de denominação e

equivalência das atribuições com cargos correspondentes dos respectivos quadros de pessoal.

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§ 3º -Nos órgãos em que já exista sistema de promoção para servidores celetistas, a

transformação da respectiva função será para o cargo de provimento efetivo em classe

correspondente.

§ 4º -Os cargos de provimento efetivo resultantes das disposições deste artigo, excetuados os

providos na forma do artigo 6º, terão carreira de promoção própria, extinguindo-se à medida

que vagarem, ressalvados os Quadros próprios, criados por lei, cujos cargos são providos no

sistema de carreira, indistintamente, por servidores celetistas e estatutários.

§ 5º -Para efeitos de aplicação deste artigo, não serão consideradas as situações de fato

em desvio de função.

§ 6º -Os contratados por prazo determinado terão seus contratos extintos, após o vencimento

do prazo de vigência.

§ 7º -Excepcionada a situação prevista no parágrafo 3º deste artigo, fica assegurada ao

servidor, a título de vantagem pessoal, como parcela autônoma, nominalmente

identificável, a diferença resultante entre a remuneração básica da função

anteriormente desempenhada sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho e a do

cargo da classe inicial da categoria funcional para a qual foi transposto.

Art. 277 -São considerados extintos os contratos individuais de trabalho dos servidores que

passarem a integrar o regime jurídico na forma do artigo 276, desta lei, ficando-lhes

assegurada a contagem do tempo anterior de serviço público estadual para todos os efeitos,

exceto para os fins previstos no inciso I do artigo 151, na forma da lei.

§ 1º -O servidor que houver implementado o período aquisitivo que lhe assegure o direito a

férias no regime anterior, será obrigado a gozá-las, imediatamente, aplicando-se ao período

restante o disposto no § 2º deste artigo.

§ 2º -Para integralizar o período aquisitivo de férias regulamentares de que trata o § 1º do

artigo 67, será computado 1/12 (um doze avos) por mês de efetivo exercício no regime

anterior.

§ 3º -O servidor que, até 31 de dezembro de 1993, não tenha completado o qüinqüênio de que

trata o artigo 150 desta Lei Complementar, terá assegurado o cômputo desse período para

fins de concessão de licença-prêmio, inclusive para os efeitos do inciso I do artigo 151 da

mesma Lei.

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Art. 278 -Os saldos das contas vinculadas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, dos

servidores celetistas que passarem a integrar o regime jurídico na forma do artigo 276, desta

lei, poderão ser sacados nas hipóteses previstas pela legislação federal vigente sobre a

matéria.

Parágrafo único.O saldo da conta individualizada de servidores não optantes pelo FGTS

reverterá em favor do Estado ou da entidade depositante.

Art. 279 -Aplicam-se as disposições desta lei aos integrantes do Plano de Carreira do

Magistério Público Estadual, na forma prevista no art. 154 da Le i nº 6.672, d e 22 d e a b ril d

e 1974.

Art. 280 -As disposições da Le i nº 7.366, d e 29 d e ma rço d e 1980, que não conflitarem com

os princípios estabelecidos por esta lei, permanecerão em vigor até a edição de lei

complementar, prevista no art. 134 da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul.

Art. 281 -A exceção de que trata o artigo 1º se estende aos empregados portuários e

hidroviários, vinculados à entidade responsável pela administração de portos de qualquer

natureza, hidrovias e obras de proteção e regularização, que continuarão a adotar o regime da

Le i nº 4.860/65, a legislação trabalhista, a legislação portuária federal e a política nacional de

salários, observado o quadro de pessoal próprio.

Art. 282 -A diferença de proventos, instituída pelo De cre to -Le i nº 1.145/46, estendida às

autarquias pela Le i nº 1.851/52 e Ato 206/76 - DEPREC, aplica-se ao pessoal contratado

diretamente sob regime jurídico trabalhista do Departamento Estadual de Portos, Rios e

Canais, vinculado à Previdência Social Federal.

Parágrafo único.A diferença de proventos será concedida somente quando o empregado

satisfizer os requisitos da aposentadoria pela legislação estadual em vigor e que sejam

estáveis no serviço público, a teor do art. 19 do Ato das Disposições Transitórias da C o ns

tituiçã o Fe d e ra l.

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Art. 283 -Os graus relativos aos cargos organizados em carreira a que se refere esta lei,

enquanto não editada a lei complementar de que trata o art. 31 da Constituição do Estado,

correspondem as atuais classes.

Art. 284 -Ao servidor público civil é assegurado, nos termos da Constituição Federal e da

Constituição Estadual, o direito à livre organização sindical e os seguintes direitos, entre

outros, dela decorrentes:

a)de ser representado pelo sindicato, inclusive como substituto processual;

b)de inamovibilidade do dirigente sindical, até 01 (um) ano após o final do mandato, exceto se

a pedido;

c)de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a que for filiado, o valor das

mensalidades e contribuições definidas em assembléia geral da categoria.

Art. 285 -No prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data da promulgação desta lei, o

Poder Executivo deverá encaminhar ao Poder Legislativo, projeto de lei que trate do quadro de

carreira dos funcionários de escola.

Art. 286 -As despesas decorrentes da aplicação desta lei correrão à conta de dotações

orçamentárias próprias.

Art. 287 -Fica o Executivo autorizado a abrir créditos suplementares necessários à cobertura

das despesas geradas por esta lei.

Art. 288 -Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo seus efeitos a contar de

1º de janeiro de 1994.

Art. 289 -Ressalvados os direitos adquiridos, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada, são

revogadas as disposições em contrário.

PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 03 de fevereiro de 1994.

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LEI No 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001

Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e

redireciona o modelo assistencial em saúde mental.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

Art. 1o Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mental, de que trata

esta Lei, são assegurados sem qualquer forma de discriminação quanto à raça, cor, sexo,

orientação sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e

ao grau de gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou qualquer outra.

Art. 2o Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus familiares

ou responsáveis serão formalmente cientificados dos direitos enumerados no parágrafo único

deste artigo.

Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno mental:

I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades;

II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde,

visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade;

III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração;

IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas;

V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de

sua hospitalização involuntária;

VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;

VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento;

VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis;

IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.

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Art. 3o É responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de saúde mental, a

assistência e a promoção de ações de saúde aos portadores de transtornos mentais, com a

devida participação da sociedade e da família, a qual será prestada em estabelecimento de

saúde mental, assim entendidas as instituições ou unidades que ofereçam assistência em

saúde aos portadores de transtornos mentais.

Art. 4o A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos

extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.

§ 1o O tratamento visará, como finalidade permanente, a reinserção social do paciente em seu

meio.

§ 2o O tratamento em regime de internação será estruturado de forma a oferecer assistência

integral à pessoa portadora de transtornos mentais, incluindo serviços médicos, de assistência

social, psicológicos, ocupacionais, de lazer, e outros.

§ 3o É vedada a internação de pacientes portadores de transtornos mentais em instituições

com características asilares, ou seja, aquelas desprovidas dos recursos mencionados no § 2 o e

que não assegurem aos pacientes os direitos enumerados no parágrafo único do art. 2 o.

Art. 5o O paciente há longo tempo hospitalizado ou para o qual se caracterize situação de

grave dependência institucional, decorrente de seu quadro clínico ou de ausência de suporte

social, será objeto de política específica de alta planejada e reabilitação psicossocial assistida,

sob responsabilidade da autoridade sanitária competente e supervisão de instância a ser

definida pelo Poder Executivo, assegurada a continuidade do tratamento, quando necessário.

Art. 6o A internação psiquiátrica somente será realizada mediante laudo médico

circunstanciado que caracterize os seus motivos.

Parágrafo único. São considerados os seguintes tipos de internação psiquiátrica:

I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do usuário;

II - internação involuntária: aquela que se dá sem o consentimento do usuário e a pedido de

terceiro; e

III - internação compulsória: aquela determinada pela Justiça.

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Art. 7o A pessoa que solicita voluntariamente sua internação, ou que a consente, deve assinar,

no momento da admissão, uma declaração de que optou por esse regime de tratamento.

Parágrafo único. O término da internação voluntária dar-se-á por solicitação escrita do

paciente ou por determinação do médico assistente.

Art. 8o A internação voluntária ou involuntária somente será autorizada por médico

devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM do Estado onde se localize o

estabelecimento.

§ 1o A internação psiquiátrica involuntária deverá, no prazo de setenta e duas horas, ser

comunicada ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento no

qual tenha ocorrido, devendo esse mesmo procedimento ser adotado quando da respectiva

alta.

§ 2o O término da internação involuntária dar-se-á por solicitação escrita do familiar, ou

responsável legal, ou quando estabelecido pelo especialista responsável pelo tratamento.

Art. 9o A internação compulsória é determinada, de acordo com a legislação vigente, pelo juiz

competente, que levará em conta as condições de segurança do estabelecimento, quanto à

salvaguarda do paciente, dos demais internados e funcionários.

Art. 10. Evasão, transferência, acidente, intercorrência clínica grave e falecimento serão

comunicados pela direção do estabelecimento de saúde mental aos familiares, ou ao

representante legal do paciente, bem como à autoridade sanitária responsável, no prazo

máximo de vinte e quatro horas da data da ocorrência.

Art. 11. Pesquisas científicas para fins diagnósticos ou terapêuticos não poderão ser realizadas

sem o consentimento expresso do paciente, ou de seu representante legal, e sem a devida

comunicação aos conselhos profissionais competentes e ao Conselho Nacional de Saúde.

Art. 12. O Conselho Nacional de Saúde, no âmbito de sua atuação, criará comissão nacional

para acompanhar a implementação desta Lei.

Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

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ESTATUTO DO IDOSO
LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003

Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

TÍTULO I

Disposições Preliminares

Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas

com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem

prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros

meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e

seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e

dignidade.

Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao

idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à

educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao

respeito e à convivência familiar e comunitária.

§ 1º A garantia de prioridade compreende:

I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e privados

prestadores de serviços à população;

II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas;

III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção ao

idoso;

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IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso com as

demais gerações;

V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do

atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de manutenção

da própria sobrevivência;

VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e na

prestação de serviços aos idosos;

VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de caráter

educativo sobre os aspectos biopsicossociais de envelhecimento;

VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais.

IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda.

§ 2º Dentre os idosos, é assegurada prioridade especial aos maiores de oitenta anos,

atendendo-se suas necessidades sempre preferencialmente em relação aos demais idosos.

Art. 4º Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência,

crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido

na forma da lei.

§ 1º É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.

§ 2º As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras decorrentes dos

princípios por ela adotados.

Art. 5º A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade à pessoa

física ou jurídica nos termos da lei.

Art. 6º Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente qualquer forma de

violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento.

Art. 7º Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais do Idoso, previstos

na Lei no 8.842, de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo cumprimento dos direitos do idoso,

definidos nesta Lei.

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TÍTULO II

Dos Direitos Fundamentais

CAPÍTULO I

Do Direito à Vida

Art. 8º O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos

termos desta Lei e da legislação vigente.

Art. 9º É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante

efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em

condições de dignidade.

CAPÍTULO II

Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade

Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito

e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais,

garantidos na Constituição e nas leis.

§ 1º O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes aspectos:

I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as

restrições legais;

II – opinião e expressão;

III – crença e culto religioso;

IV – prática de esportes e de diversões;

V – participação na vida familiar e comunitária;

VI – participação na vida política, na forma da lei;

VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.

§ 2º O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral,

abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, de valores, idéias e

crenças, dos espaços e dos objetos pessoais.

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§ 3º É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo de qualquer

tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

CAPÍTULO III

Dos Alimentos

Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil.

Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os prestadores.

Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante o Promotor de

Justiça ou Defensor Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de título executivo

extrajudicial nos termos da lei processual civil.

Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas de prover o seu

sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência social.

CAPÍTULO IV

Do Direito à Saúde

Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de

Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo

das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo

a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.

§ 1º A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por meio de:

I – cadastramento da população idosa em base territorial;

II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;

III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de geriatria e

gerontologia social;

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IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele necessitar e

esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos abrigados e acolhidos por

instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventualmente conveniadas com o

Poder Público, nos meios urbano e rural;

V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das seqüelas decorrentes

do agravo da saúde.

§ 2º Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, medicamentos,

especialmente os de uso continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos

ao tratamento, habilitação ou reabilitação.

§ 3º É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores

diferenciados em razão da idade.

§ 4º Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante terão atendimento

especializado, nos termos da lei.

§ 5º É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo perante os órgãos públicos, hipótese

na qual será admitido o seguinte procedimento:

I - quando de interesse do poder público, o agente promoverá o contato necessário com o

idoso em sua residência; ou

II - quando de interesse do próprio idoso, este se fará representar por procurador legalmente

constituído.

§ 6º É assegurado ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela perícia médica do Instituto

Nacional do Seguro Social - INSS, pelo serviço público de saúde ou pelo serviço privado de

saúde, contratado ou conveniado, que integre o Sistema Único de Saúde - SUS, para expedição

do laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos sociais e de isenção tributária.

§ 7º Em todo atendimento de saúde, os maiores de oitenta anos terão preferência especial

sobre os demais idosos, exceto em caso de emergência.

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Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a acompanhante,

devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em

tempo integral, segundo o critério médico.

Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo tratamento conceder

autorização para o acompanhamento do idoso ou, no caso de impossibilidade, justificá-la por

escrito.

Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é assegurado o direito de

optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputado mais favorável.

Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proceder à opção, esta será feita:

I – pelo curador, quando o idoso for interditado;

II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder ser contactado em

tempo hábil;

III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver tempo hábil para

consulta a curador ou familiar;

IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar conhecido, caso em que

deverá comunicar o fato ao Ministério Público.

Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o atendimento às

necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a capacitação dos profissionais, assim

como orientação a cuidadores familiares e grupos de auto-ajuda.

Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra idosos serão objeto

de notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade sanitária,

bem como serão obrigatoriamente comunicados por eles a quaisquer dos seguintes órgãos:

I – autoridade policial;

II – Ministério Público;

III – Conselho Municipal do Idoso;

IV – Conselho Estadual do Idoso;

V – Conselho Nacional do Idoso.

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§ 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra o idoso qualquer ação ou omissão

praticada em local público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico ou

psicológico.

§ 2º Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória prevista no caput deste artigo, o

disposto na Lei no 6.259, de 30 de outubro de 1975.

CAPÍTULO V

Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer

Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos,

produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade.

Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando

currículos, metodologias e material didático aos programas educacionais a ele destinados.

§ 1º Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às técnicas de comunicação,

computação e demais avanços tecnológicos, para sua integração à vida moderna.

§ 2º Os idosos participarão das comemorações de caráter cívico ou cultural, para transmissão

de conhecimentos e vivências às demais gerações, no sentido da preservação da memória e da

identidade culturais.

Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos

conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização do idoso, de

forma a eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria.

Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será proporcionada

mediante descontos de pelo menos 50% (cinqüenta por cento) nos ingressos para eventos

artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos

locais.

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Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horários especiais voltados aos

idosos, com finalidade informativa, educativa, artística e cultural, e ao público sobre o processo

de envelhecimento.

Art. 25. As instituições de educação superior ofertarão às pessoas idosas, na perspectiva da

educação ao longo da vida, cursos e programas de extensão, presenciais ou a distância,

constituídos por atividades formais e não formais.

Parágrafo único. O poder público apoiará a criação de universidade aberta para as pessoas

idosas e incentivará a publicação de livros e periódicos, de conteúdo e padrão editorial

adequados ao idoso, que facilitem a leitura, considerada a natural redução da capacidade

visual.

CAPÍTULO VI

Da Profissionalização e do Trabalho

Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional, respeitadas suas condições

físicas, intelectuais e psíquicas.

Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é vedada a discriminação e a

fixação de limite máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados os casos em que a

natureza do cargo o exigir.

Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso público será a idade, dando-se

preferência ao de idade mais elevada.

Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de:

I – profissionalização especializada para os idosos, aproveitando seus potenciais e habilidades

para atividades regulares e remuneradas;

II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antecedência mínima de 1 (um)

ano, por meio de estímulo a novos projetos sociais, conforme seus interesses, e de

esclarecimento sobre os direitos sociais e de cidadania;

III – estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao trabalho.

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CAPÍTULO VII

Da Previdência Social

Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral da Previdência Social

observarão, na sua concessão, critérios de cálculo que preservem o valor real dos salários

sobre os quais incidiram contribuição, nos termos da legislação vigente.

Parágrafo único. Os valores dos benefícios em manutenção serão reajustados na mesma data

de reajuste do salário-mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do

seu último reajustamento, com base em percentual definido em regulamento, observados os

critérios estabelecidos pela Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991.

Art. 30. A perda da condição de segurado não será considerada para a concessão da

aposentadoria por idade, desde que a pessoa conte com, no mínimo, o tempo de contribuição

correspondente ao exigido para efeito de carência na data de requerimento do benefício.

Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício previsto no caput observará o disposto

no caput e § 2º do art. 3o da Lei no 9.876, de 26 de novembro de 1999, ou, não havendo

salários-de-contribuição recolhidos a partir da competência de julho de 1994, o disposto

no art. 35 da Lei no 8.213, de 1991.

Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efetuado com atraso por

responsabilidade da Previdência Social, será atualizado pelo mesmo índice utilizado para os

reajustamentos dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, verificado no período

compreendido entre o mês que deveria ter sido pago e o mês do efetivo pagamento.

Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1o de Maio, é a data-base dos aposentados e pensionistas.

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CAPÍTULO VIII

Da Assistência Social

Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articulada, conforme os

princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, na Política Nacional do

Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais normas pertinentes.

Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para prover

sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de 1

(um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social – Loas.

Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos

do caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se

refere a Loas.

Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são obrigadas a firmar contrato

de prestação de serviços com a pessoa idosa abrigada.

§ 1º No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a cobrança de participação do

idoso no custeio da entidade.

§ 2º O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Municipal da Assistência Social estabelecerá

a forma de participação prevista no § 1º, que não poderá exceder a 70% (setenta por cento) de

qualquer benefício previdenciário ou de assistência social percebido pelo idoso.

§ 3º Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante legal firmar o contrato a que se

refere o caput deste artigo.

Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social, por adulto ou núcleo familiar,

caracteriza a dependência econômica, para os efeitos legais.

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CAPÍTULO IX

Da Habitação

Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou

desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública

ou privada.

§ 1º A assistência integral na modalidade de entidade de longa permanência será prestada

quando verificada inexistência de grupo familiar, casa-lar, abandono ou carência de recursos

financeiros próprios ou da família.

§ 2º Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obrigada a manter identificação

externa visível, sob pena de interdição, além de atender toda a legislação pertinente.

§ 3º As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter padrões de habitação

compatíveis com as necessidades deles, bem como provê-los com alimentação regular e

higiene indispensáveis às normas sanitárias e com estas condizentes, sob as penas da lei.

Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos públicos, o idoso

goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria, observado o seguinte:

I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades habitacionais residenciais para

atendimento aos idosos;

II – implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados ao idoso;

III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia de acessibilidade ao

idoso;

IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de aposentadoria e pensão.

Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para atendimento a idosos devem situar-

se, preferencialmente, no pavimento térreo.

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CAPÍTULO X

Do Transporte

Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade dos

transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e

especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares.

§ 1º Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer documento pessoal

que faça prova de sua idade.

§ 2º Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão reservados 10% (dez

por cento) dos assentos para os idosos, devidamente identificados com a placa de reservado

preferencialmente para idosos.

§ 3º No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e

cinco) anos, ficará a critério da legislação local dispor sobre as condições para exercício da

gratuidade nos meios de transporte previstos no caput deste artigo.

Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á, nos termos da

legislação específica:

I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou inferior a 2

(dois) salários-mínimos;

II – desconto de 50% (cinqüenta por cento), no mínimo, no valor das passagens, para os idosos

que excederem as vagas gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-mínimos.

Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os mecanismos e os critérios para o

exercício dos direitos previstos nos incisos I e II.

Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local, de 5% (cinco por cento)

das vagas nos estacionamentos públicos e privados, as quais deverão ser posicionadas de

forma a garantir a melhor comodidade ao idoso.

Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança do idoso nos procedimentos de embarque

e desembarque nos veículos do sistema de transporte coletivo.

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TÍTULO III

Das Medidas de Proteção

CAPÍTULO I

Das Disposições Gerais

Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos

nesta Lei forem ameaçados ou violados:

I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;

II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de atendimento;

III – em razão de sua condição pessoal.

CAPÍTULO II

Das Medidas Específicas de Proteção

Art. 44. As medidas de proteção ao idoso previstas nesta Lei poderão ser aplicadas, isolada ou

cumulativamente, e levarão em conta os fins sociais a que se destinam e o fortalecimento dos

vínculos familiares e comunitários.

Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43, o Ministério Público ou o Poder

Judiciário, a requerimento daquele, poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:

I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo de responsabilidade;

II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;

III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulatorial, hospitalar ou

domiciliar;

IV – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a

usuários dependentes de drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio idoso ou à pessoa de sua

convivência que lhe cause perturbação;

V – abrigo em entidade;

VI – abrigo temporário.

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TÍTULO IV

Da Política de Atendimento ao Idoso

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 46. A política de atendimento ao idoso far-se-á por meio do conjunto articulado de ações

governamentais e não-governamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios.

Art. 47. São linhas de ação da política de atendimento:

I – políticas sociais básicas, previstas na Lei no 8.842, de 4 de janeiro de 1994;

II – políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, para aqueles que

necessitarem;

III – serviços especiais de prevenção e atendimento às vítimas de negligência, maus-tratos,

exploração, abuso, crueldade e opressão;

IV – serviço de identificação e localização de parentes ou responsáveis por idosos

abandonados em hospitais e instituições de longa permanência;

V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos dos idosos;

VI – mobilização da opinião pública no sentido da participação dos diversos segmentos da

sociedade no atendimento do idoso.

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CAPÍTULO II

Das Entidades de Atendimento ao Idoso

Art. 48. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias

unidades, observadas as normas de planejamento e execução emanadas do órgão

competente da Política Nacional do Idoso, conforme a Lei no 8.842, de 1994.

Parágrafo único. As entidades governamentais e não-governamentais de assistência ao idoso

ficam sujeitas à inscrição de seus programas, junto ao órgão competente da Vigilância

Sanitária e Conselho Municipal da Pessoa Idosa, e em sua falta, junto ao Conselho Estadual ou

Nacional da Pessoa Idosa, especificando os regimes de atendimento, observados os seguintes

requisitos:

I – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade

e segurança;

II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho compatíveis com os princípios desta

Lei;

III – estar regularmente constituída;

IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.

Art. 49. As entidades que desenvolvam programas de institucionalização de longa

permanência adotarão os seguintes princípios:

I – preservação dos vínculos familiares;

II – atendimento personalizado e em pequenos grupos;

III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso de força maior;

IV – participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter interno e externo;

V – observância dos direitos e garantias dos idosos;

VI – preservação da identidade do idoso e oferecimento de ambiente de respeito e dignidade.

Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de atendimento ao idoso responderá

civil e criminalmente pelos atos que praticar em detrimento do idoso, sem prejuízo das

sanções administrativas.

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Art. 50. Constituem obrigações das entidades de atendimento:

I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com o idoso, especificando o tipo de

atendimento, as obrigações da entidade e prestações decorrentes do contrato, com os

respectivos preços, se for o caso;

II – observar os direitos e as garantias de que são titulares os idosos;

III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e alimentação suficiente;

IV – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade;

V – oferecer atendimento personalizado;

VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos familiares;

VII – oferecer acomodações apropriadas para recebimento de visitas;

VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade do idoso;

IX – promover atividades educacionais, esportivas, culturais e de lazer;

X – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças;

XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso;

XII – comunicar à autoridade competente de saúde toda ocorrência de idoso portador de

doenças infecto-contagiosas;

XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público requisite os documentos necessários ao

exercício da cidadania àqueles que não os tiverem, na forma da lei;

XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que receberem dos idosos;

XV – manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do atendimento, nome

do idoso, responsável, parentes, endereços, cidade, relação de seus pertences, bem como o

valor de contribuições, e suas alterações, se houver, e demais dados que possibilitem sua

identificação e a individualização do atendimento;

XVI – comunicar ao Ministério Público, para as providências cabíveis, a situação de abandono

moral ou material por parte dos familiares;

XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com formação específica.

Art. 51. As instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos prestadoras de serviço ao idoso

terão direito à assistência judiciária gratuita.

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CAPÍTULO III

Da Fiscalização das Entidades de Atendimento

Art. 52. As entidades governamentais e não-governamentais de atendimento ao idoso serão

fiscalizadas pelos Conselhos do Idoso, Ministério Público, Vigilância Sanitária e outros previstos

em lei.

Art. 53. O art. 7o da Lei no 8.842, de 1994, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 7o Compete aos Conselhos de que trata o art. 6o desta Lei a supervisão, o

acompanhamento, a fiscalização e a avaliação da política nacional do idoso, no âmbito das

respectivas instâncias político-administrativas." (NR)

Art. 54. Será dada publicidade das prestações de contas dos recursos públicos e privados

recebidos pelas entidades de atendimento.

Art. 55. As entidades de atendimento que descumprirem as determinações desta Lei ficarão

sujeitas, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou prepostos, às

seguintes penalidades, observado o devido processo legal:

I – as entidades governamentais:

a) advertência;

b) afastamento provisório de seus dirigentes;

c) afastamento definitivo de seus dirigentes;

d) fechamento de unidade ou interdição de programa;

II – as entidades não-governamentais:

a) advertência;

b) multa;

c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas;

d) interdição de unidade ou suspensão de programa;

e) proibição de atendimento a idosos a bem do interesse público.

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§ 1º Havendo danos aos idosos abrigados ou qualquer tipo de fraude em relação ao programa,

caberá o afastamento provisório dos dirigentes ou a interdição da unidade e a suspensão do

programa.

§ 2º A suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas ocorrerá quando verificada a

má aplicação ou desvio de finalidade dos recursos.

§ 3º Na ocorrência de infração por entidade de atendimento, que coloque em risco os direitos

assegurados nesta Lei, será o fato comunicado ao Ministério Público, para as providências

cabíveis, inclusive para promover a suspensão das atividades ou dissolução da entidade, com a

proibição de atendimento a idosos a bem do interesse público, sem prejuízo das providências

a serem tomadas pela Vigilância Sanitária.

§ 4º Na aplicação das penalidades, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração

cometida, os danos que dela provierem para o idoso, as circunstâncias agravantes ou

atenuantes e os antecedentes da entidade.

CAPÍTULO IV

Das Infrações Administrativas

Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cumprir as determinações do art. 50 desta Lei:

Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais), se o fato não for

caracterizado como crime, podendo haver a interdição do estabelecimento até que sejam

cumpridas as exigências legais.

Parágrafo único. No caso de interdição do estabelecimento de longa permanência, os idosos

abrigados serão transferidos para outra instituição, a expensas do estabelecimento

interditado, enquanto durar a interdição.

Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável por estabelecimento de saúde ou

instituição de longa permanência de comunicar à autoridade competente os casos de crimes

contra idoso de que tiver conhecimento:

Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais), aplicada em dobro

no caso de reincidência.

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Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta Lei sobre a prioridade no atendimento ao

idoso:

Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 1.000,00 (um mil reais) e multa civil a ser

estipulada pelo juiz, conforme o dano sofrido pelo idoso.

CAPÍTULO V

Da Apuração Administrativa de Infração às Normas de Proteção ao Idoso

Art. 59. Os valores monetários expressos no Capítulo IV serão atualizados anualmente, na

forma da lei.

Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade administrativa por infração às

normas de proteção ao idoso terá início com requisição do Ministério Público ou auto de

infração elaborado por servidor efetivo e assinado, se possível, por duas testemunhas.

§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração poderão ser usadas fórmulas impressas,

especificando-se a natureza e as circunstâncias da infração.

§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura do auto, ou este será

lavrado dentro de 24 (vinte e quatro) horas, por motivo justificado.

Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a apresentação da defesa, contado da data

da intimação, que será feita:

I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando for lavrado na presença do infrator;

II – por via postal, com aviso de recebimento.

Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde do idoso, a autoridade competente aplicará à

entidade de atendimento as sanções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das

providências que vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou pelas demais instituições

legitimadas para a fiscalização.

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Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida ou a saúde da pessoa idosa abrigada, a

autoridade competente aplicará à entidade de atendimento as sanções regulamentares, sem

prejuízo da iniciativa e das providências que vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou

pelas demais instituições legitimadas para a fiscalização.

CAPÍTULO VI

Da Apuração Judicial de Irregularidades em Entidade de Atendimento

Art. 64. Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento administrativo de que trata este

Capítulo as disposições das Leis nos 6.437, de 20 de agosto de 1977, e 9.784, de 29 de janeiro

de 1999.

Art. 65. O procedimento de apuração de irregularidade em entidade governamental e não-

governamental de atendimento ao idoso terá início mediante petição fundamentada de

pessoa interessada ou iniciativa do Ministério Público.

Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério Público,

decretar liminarmente o afastamento provisório do dirigente da entidade ou outras medidas

que julgar adequadas, para evitar lesão aos direitos do idoso, mediante decisão

fundamentada.

Art. 67. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de 10 (dez) dias, oferecer resposta

escrita, podendo juntar documentos e indicar as provas a produzir.

Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz procederá na conformidade do art. 69 ou, se necessário,

designará audiência de instrução e julgamento, deliberando sobre a necessidade de produção

de outras provas.

§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público terão 5 (cinco) dias para

oferecer alegações finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.

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§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigente de entidade

governamental, a autoridade judiciária oficiará a autoridade administrativa imediatamente

superior ao afastado, fixando-lhe prazo de 24 (vinte e quatro) horas para proceder à

substituição.

§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária poderá fixar prazo para a

remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será extinto, sem

julgamento do mérito.

§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou ao responsável pelo

programa de atendimento.

TÍTULO V

Do Acesso à Justiça

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 69. Aplica-se, subsidiariamente, às disposições deste Capítulo, o procedimento sumário

previsto no Código de Processo Civil, naquilo que não contrarie os prazos previstos nesta Lei.

Art. 70. O Poder Público poderá criar varas especializadas e exclusivas do idoso.

Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução

dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade

igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância.

§ 1º O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, fazendo prova de sua

idade, requererá o benefício à autoridade judiciária competente para decidir o feito, que

determinará as providências a serem cumpridas, anotando-se essa circunstância em local

visível nos autos do processo.

§ 2º A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge

supérstite, companheiro ou companheira, com união estável, maior de 60 (sessenta) anos.

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§ 3º A prioridade se estende aos processos e procedimentos na Administração Pública,

empresas prestadoras de serviços públicos e instituições financeiras, ao atendimento

preferencial junto à Defensoria Publica da União, dos Estados e do Distrito Federal em relação

aos Serviços de Assistência Judiciária.

§ 4º Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil acesso aos assentos e

caixas, identificados com a destinação a idosos em local visível e caracteres legíveis.

§ 5º Dentre os processos de idosos, dar-se-á prioridade especial aos maiores de oitenta anos.

CAPÍTULO II

Do Ministério Público

Art. 72. (VETADO)

Art. 73. As funções do Ministério Público, previstas nesta Lei, serão exercidas nos termos da

respectiva Lei Orgânica.

Art. 74. Compete ao Ministério Público:

I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos direitos e interesses

difusos ou coletivos, individuais indisponíveis e individuais homogêneos do idoso;

II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de interdição total ou parcial, de

designação de curador especial, em circunstâncias que justifiquem a medida e oficiar em todos

os feitos em que se discutam os direitos de idosos em condições de risco;

III – atuar como substituto processual do idoso em situação de risco, conforme o disposto no

art. 43 desta Lei;

IV – promover a revogação de instrumento procuratório do idoso, nas hipóteses previstas no

art. 43 desta Lei, quando necessário ou o interesse público justificar;

V – instaurar procedimento administrativo e, para instruí-lo:

a) expedir notificações, colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso de não

comparecimento injustificado da pessoa notificada, requisitar condução coercitiva, inclusive

pela Polícia Civil ou Militar;

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b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades municipais,

estaduais e federais, da administração direta e indireta, bem como promover inspeções e

diligências investigatórias;

c) requisitar informações e documentos particulares de instituições privadas;

VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito

policial, para a apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção ao idoso;

VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados ao idoso,

promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;

VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os programas de que

trata esta Lei, adotando de pronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias à

remoção de irregularidades porventura verificadas;

IX – requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços de saúde, educacionais e de

assistência social, públicos, para o desempenho de suas atribuições;

X – referendar transações envolvendo interesses e direitos dos idosos previstos nesta Lei.

§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas neste artigo não impede

a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dispuser a lei.

§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que compatíveis com a

finalidade e atribuições do Ministério Público.

§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções, terá livre acesso a

toda entidade de atendimento ao idoso.

Art. 75. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará obrigatoriamente o

Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hipóteses em que

terá vista dos autos depois das partes, podendo juntar documentos, requerer diligências e

produção de outras provas, usando os recursos cabíveis.

Art. 76. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita pessoalmente.

Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade do feito, que será

declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.

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CAPÍTULO III

Da Proteção Judicial dos Interesses Difusos, Coletivos e

Individuais Indisponíveis ou Homogêneos

Art. 78. As manifestações processuais do representante do Ministério Público deverão ser

fundamentadas.

Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa aos

direitos assegurados ao idoso, referentes à omissão ou ao oferecimento insatisfatório de:

I – acesso às ações e serviços de saúde;

II – atendimento especializado ao idoso portador de deficiência ou com limitação

incapacitante;

III – atendimento especializado ao idoso portador de doença infecto-contagiosa;

IV – serviço de assistência social visando ao amparo do idoso.

Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção judicial outros

interesses difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou homogêneos, próprios do idoso,

protegidos em lei.

Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do domicílio do idoso, cujo

juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas as competências da

Justiça Federal e a competência originária dos Tribunais Superiores.

Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos, coletivos, individuais indisponíveis

ou homogêneos, consideram-se legitimados, concorrentemente:

I – o Ministério Público;

II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

III – a Ordem dos Advogados do Brasil;

IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 (um) ano e que incluam entre os

fins institucionais a defesa dos interesses e direitos da pessoa idosa, dispensada a autorização

da assembléia, se houver prévia autorização estatutária.

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§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União e dos Estados

na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.

§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério

Público ou outro legitimado deverá assumir a titularidade ativa.

Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, são admissíveis todas as

espécies de ação pertinentes.

Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou agente de pessoa

jurídica no exercício de atribuições de Poder Público, que lesem direito líquido e certo previsto

nesta Lei, caberá ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado de

segurança.

Art. 83. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não-fazer, o

juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o

resultado prático equivalente ao adimplemento.

§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do

provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, na

forma do art. 273 do Código de Processo Civil.

§ 2º O juiz poderá, na hipótese do § 1º ou na sentença, impor multa diária ao réu,

independentemente do pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação,

fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.

§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da sentença favorável ao autor,

mas será devida desde o dia em que se houver configurado.

Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei reverterão ao Fundo do Idoso, onde houver,

ou na falta deste, ao Fundo Municipal de Assistência Social, ficando vinculados ao atendimento

ao idoso.

Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trinta) dias após o trânsito em julgado da

decisão serão exigidas por meio de execução promovida pelo Ministério Público, nos mesmos

autos, facultada igual iniciativa aos demais legitimados em caso de inércia daquele.

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Art. 85. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável à

parte.

Art. 86. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao Poder Público, o juiz

determinará a remessa de peças à autoridade competente, para apuração da

responsabilidade civil e administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão.

Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em julgado da sentença condenatória

favorável ao idoso sem que o autor lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério

Público, facultada, igual iniciativa aos demais legitimados, como assistentes ou assumindo o

pólo ativo, em caso de inércia desse órgão.

Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento de custas,

emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas.

Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao Ministério Público.

Art. 89. Qualquer pessoa poderá, e o servidor deverá, provocar a iniciativa do Ministério

Público, prestando-lhe informações sobre os fatos que constituam objeto de ação civil e

indicando-lhe os elementos de convicção.

Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e tribunais, no exercício de suas funções,

quando tiverem conhecimento de fatos que possam configurar crime de ação pública contra

idoso ou ensejar a propositura de ação para sua defesa, devem encaminhar as peças

pertinentes ao Ministério Público, para as providências cabíveis.

Art. 91. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às autoridades

competentes as certidões e informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo

de 10 (dez) dias.

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Art. 92. O Ministério Público poderá instaurar sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar,

de qualquer pessoa, organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou

perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias.

§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da

inexistência de fundamento para a propositura da ação civil ou de peças informativas,

determinará o seu arquivamento, fazendo-o fundamentadamente.

§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados serão remetidos, sob

pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do

Ministério Público ou à Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público.

§ 3º Até que seja homologado ou rejeitado o arquivamento, pelo Conselho Superior do

Ministério Público ou por Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público, as

associações legitimadas poderão apresentar razões escritas ou documentos, que serão

juntados ou anexados às peças de informação.

§ 4º Deixando o Conselho Superior ou a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério

Público de homologar a promoção de arquivamento, será designado outro membro do

Ministério Público para o ajuizamento da ação.

TÍTULO VI

Dos Crimes

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei no 7.347, de 24 de

julho de 1985.

Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse

4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995,

e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo

Penal.

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CAPÍTULO II

Dos Crimes em Espécie

Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, não se lhes

aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal.

Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações

bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou

instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade:

Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

§ 1º Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa

idosa, por qualquer motivo.

§ 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar sob os cuidados ou

responsabilidade do agente.

Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em

situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem

justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade pública:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de

natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa permanência, ou

congêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por lei ou mandado:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.

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Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a

condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis,

quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado:

Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.

§ 1º Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

§ 2º Se resulta a morte:

Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.

Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa:

I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade;

II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;

III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar assistência à saúde, sem

justa causa, a pessoa idosa;

IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial

expedida na ação civil a que alude esta Lei;

V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil objeto

desta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.

Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem

judicial expedida nas ações em que for parte ou interveniente o idoso:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro rendimento

do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade:

Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.

Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abrigado, por recusa deste

em outorgar procuração à entidade de atendimento:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

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Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou

pensão do idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar

recebimento ou ressarcimento de dívida:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.

Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informações ou imagens

depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso:

Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.

Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar procuração para fins

de administração de bens ou deles dispor livremente:

Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou outorgar procuração:

Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.

Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus atos, sem a

devida representação legal:

Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

TÍTULO VII

Disposições Finais e Transitórias

Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério Público ou de qualquer

outro agente fiscalizador:

Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

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Art. 110. O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, Código Penal, passa a vigorar com

as seguintes alterações:

"Art. 61. ............................................................................

............................................................................

II - ............................................................................

............................................................................

h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;

............................................................................." (NR)

"Art. 121. ............................................................................

............................................................................

§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de

inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar

imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para

evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se

o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.

............................................................................." (NR)

"Art. 133. ............................................................................

............................................................................

§ 3º ............................................................................

............................................................................

III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos." (NR)

"Art. 140. ............................................................................

............................................................................

§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião,

origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:

............................................................................ (NR)

"Art. 141. ............................................................................

............................................................................

IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de

injúria.

............................................................................." (NR)

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"Art. 148. ............................................................................

............................................................................

§ 1º............................................................................

I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do agente ou maior de 60 (sessenta) anos.

............................................................................" (NR)

"Art. 159............................................................................

............................................................................

§ 1º Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18

(dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.

............................................................................" (NR)

"Art. 183............................................................................

............................................................................

III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos."

(NR)

"Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de

18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60

(sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento

de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de

socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo:

............................................................................" (NR)

Art. 111. O O art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro de 1941, Lei das Contravenções

Penais, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:

"Art. 21............................................................................

............................................................................

Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é maior de 60

(sessenta) anos." (NR)

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Art. 112. O inciso II do § 4º do art. 1o da Lei no 9.455, de 7 de abril de 1997, passa a vigorar com

a seguinte redação:

"Art. 1o ............................................................................

............................................................................

§ 4º ............................................................................

II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou

maior de 60 (sessenta) anos;

............................................................................" (NR)

Art. 113. O inciso III do art. 18 da Lei no 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vigorar com a

seguinte redação:

"Art. 18............................................................................

............................................................................

III – se qualquer deles decorrer de associação ou visar a menores de 21 (vinte e um) anos ou a

pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou a quem tenha, por qualquer causa,

diminuída ou suprimida a capacidade de discernimento ou de autodeterminação:

............................................................................" (NR)

Art. 114. O art 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de 2000, passa a vigorar com a seguinte

redação:

"Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idade igual ou superior a 60

(sessenta) anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas acompanhadas por crianças de colo

terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei." (NR)

Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social destinará ao Fundo Nacional de Assistência Social,

até que o Fundo Nacional do Idoso seja criado, os recursos necessários, em cada exercício

financeiro, para aplicação em programas e ações relativos ao idoso.

Art. 116. Serão incluídos nos censos demográficos dados relativos à população idosa do País.

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Art. 117. O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional projeto de lei revendo os

critérios de concessão do Benefício de Prestação Continuada previsto na Lei Orgânica da

Assistência Social, de forma a garantir que o acesso ao direito seja condizente com o estágio

de desenvolvimento sócio-econômico alcançado pelo País.

Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa) dias da sua publicação, ressalvado o

disposto no caput do art. 36, que vigorará a partir de 1o de janeiro de 2004.

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ESTATUTO DO DESARMAMENTO
LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003

Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema

Nacional de Armas – Sinarm, define crimes e dá outras providências

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS

Art. 1º O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no Ministério da Justiça, no âmbito da

Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território nacional.

Art. 2º Ao Sinarm compete:

I – identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante cadastro;

II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País;

III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações expedidas pela Polícia

Federal;

IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras ocorrências

suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamento de

empresas de segurança privada e de transporte de valores;

V – identificar as modificações que alterem as características ou o funcionamento de arma de

fogo;

VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;

VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos

policiais e judiciais;

VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder licença para exercer a

atividade;

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IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e

importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;

X – cadastrar a identificação do cano da arma, as características das impressões de raiamento

e de microestriamento de projétil disparado, conforme marcação e testes obrigatoriamente

realizados pelo fabricante;

XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal os registros

e autorizações de porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem como manter o

cadastro atualizado para consulta.

Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de fogo das Forças

Armadas e Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus registros próprios.

CAPÍTULO II

DO REGISTRO

Art. 3º É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.

Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do Exército,

na forma do regulamento desta Lei.

Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a

efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:

I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antecedentes

criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar

respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por meios

eletrônicos;

II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa;

III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma de

fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei.

§ 1º O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos os requisitos

anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo

intransferível esta autorização.

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§ 2º A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente à arma

registrada e na quantidade estabelecida no regulamento desta Lei.

§ 3º A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada a comunicar

a venda à autoridade competente, como também a manter banco de dados com todas as

características da arma e cópia dos documentos previstos neste artigo.

§ 4º A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde legalmente

por essas mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não forem

vendidas.

§ 5º A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas físicas somente

será efetivada mediante autorização do Sinarm.

§ 6º A expedição da autorização a que se refere o § 1º será concedida, ou recusada com a

devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento do

interessado.

§ 7º O registro precário a que se refere o § 4º prescinde do cumprimento dos requisitos dos

incisos I, II e III deste artigo.

§ 8º Estará dispensado das exigências constantes do inciso III do caput deste artigo, na forma

do regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido que comprove

estar autorizado a portar arma com as mesmas características daquela a ser adquirida.

Art. 5º O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional,

autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua

residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que

seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa.

§ 1º O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia Federal e será

precedido de autorização do Sinarm.

§ 2º Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4 o deverão ser comprovados

periodicamente, em período não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do estabelecido no

regulamento desta Lei, para a renovação do Certificado de Registro de Arma de Fogo.

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§ 3º O proprietário de arma de fogo com certificados de registro de propriedade expedido por

órgão estadual ou do Distrito Federal até a data da publicação desta Lei que não optar pela

entrega espontânea prevista no art. 32 desta Lei deverá renová-lo mediante o pertinente

registro federal, até o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de documento de

identificação pessoal e comprovante de residência fixa, ficando dispensado do pagamento de

taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III do caput do art.

4o desta Lei.

§ 4º Para fins do cumprimento do disposto no § 3º deste artigo, o proprietário de arma de

fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provisório,

expedido na rede mundial de computadores - internet, na forma do regulamento e obedecidos

os procedimentos a seguir:

I - emissão de certificado de registro provisório pela internet, com validade inicial de 90

(noventa) dias; e

II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Federal do certificado de registro

provisório pelo prazo que estimar como necessário para a emissão definitiva do certificado de

registro de propriedade.

§ 5º Aos residentes em área rural, para os fins do disposto no caput deste artigo, considera-

se residência ou domicílio toda a extensão do respectivo imóvel rural.

CAPÍTULO III

DO PORTE

Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos

previstos em legislação própria e para:

I – os integrantes das Forças Armadas;

II - os integrantes de órgãos referidos nos incisos I, II, III, IV e V do caput do art. 144

da Constituição Federal e os da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP);

III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais

de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei;

IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil)

e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço;

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V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do

Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da

República;

VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição

Federal;

VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das

escoltas de presos e as guardas portuárias;

VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas, nos termos

desta Lei;

IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas, cujas atividades

esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do regulamento desta Lei,

observando-se, no que couber, a legislação ambiental.

X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do

Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário.

XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição Federal e os Ministérios

Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais

que efetivamente estejam no exercício de funções de segurança, na forma de regulamento a

ser emitido pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional do Ministério

Público - CNMP.

§ 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste artigo terão direito de portar

arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição,

mesmo fora de serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com validade em âmbito

nacional para aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI.

§ 1º-A (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)

§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais poderão portar arma

de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição,

mesmo fora de serviço, desde que estejam:

I - submetidos a regime de dedicação exclusiva;

II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e

III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno.

§ 1º-C. (VETADO).

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§ 2º A autorização para o porte de arma de fogo aos integrantes das instituições descritas nos

incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo está condicionada à comprovação do requisito a que

se refere o inciso III do caput do art. 4o desta Lei nas condições estabelecidas no regulamento

desta Lei.

§ 3º A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está condicionada à

formação funcional de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial, à

existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas

no regulamento desta Lei, observada a supervisão do Ministério da Justiça.

§ 4º Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais e do Distrito Federal,

bem como os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito no

art. 4o, ficam dispensados do cumprimento do disposto nos incisos I, II e III do mesmo artigo,

na forma do regulamento desta Lei.

§ 5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos que comprovem

depender do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será

concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria caçador para

subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de

alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a

efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexados os seguintes

documentos:

I - documento de identificação pessoal;

II - comprovante de residência em área rural; e

III - atestado de bons antecedentes.

§ 6º O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo, independentemente

de outras tipificações penais, responderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo de

arma de fogo de uso permitido.

§ 7º Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram regiões

metropolitanas será autorizado porte de arma de fogo, quando em serviço.

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Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de segurança privada e de

transporte de valores, constituídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilidade e

guarda das respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas quando em serviço,

devendo essas observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão

competente, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia

Federal em nome da empresa.

§ 1º O proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança privada e de transporte

de valores responderá pelo crime previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei, sem

prejuízo das demais sanções administrativas e civis, se deixar de registrar ocorrência policial e

de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de armas de

fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e quatro)

horas depois de ocorrido o fato.

§ 2º A empresa de segurança e de transporte de valores deverá apresentar documentação

comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do art. 4o desta Lei quanto aos

empregados que portarão arma de fogo.

§ 3º A listagem dos empregados das empresas referidas neste artigo deverá ser atualizada

semestralmente junto ao Sinarm.

Art. 7º-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das instituições descritas no inciso XI do

art. 6o serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas instituições, somente

podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo estas observar as condições de uso e de

armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e a

autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição.

§ 1º A autorização para o porte de arma de fogo de que trata este artigo independe do

pagamento de taxa.

§ 2º O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público designará os servidores de seus

quadros pessoais no exercício de funções de segurança que poderão portar arma de fogo,

respeitado o limite máximo de 50% (cinquenta por cento) do número de servidores que

exerçam funções de segurança.

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§ 3º O porte de arma pelos servidores das instituições de que trata este artigo fica

condicionado à apresentação de documentação comprobatória do preenchimento dos

requisitos constantes do art. 4o desta Lei, bem como à formação funcional em

estabelecimentos de ensino de atividade policial e à existência de mecanismos de fiscalização

e de controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei.

§ 4º A listagem dos servidores das instituições de que trata este artigo deverá ser atualizada

semestralmente no Sinarm.

§ 5º As instituições de que trata este artigo são obrigadas a registrar ocorrência policial e a

comunicar à Polícia Federal eventual perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de

armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e

quatro) horas depois de ocorrido o fato.

Art. 8º As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas legalmente constituídas devem

obedecer às condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente,

respondendo o possuidor ou o autorizado a portar a arma pela sua guarda na forma do

regulamento desta Lei.

Art. 9º Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma para os responsáveis

pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao Comando do

Exército, nos termos do regulamento desta Lei, o registro e a concessão de porte de trânsito

de arma de fogo para colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes estrangeiros

em competição internacional oficial de tiro realizada no território nacional.

Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o território

nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após autorização do

Sinarm.

§ 1º A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia temporária e

territorial limitada, nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o requerente:

I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de risco ou de

ameaça à sua integridade física;

II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei;

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III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem como o seu devido

registro no órgão competente.

§ 2º A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, perderá automaticamente

sua eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado em estado de embriaguez ou sob

efeito de substâncias químicas ou alucinógenas.

Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constantes do Anexo desta Lei, pela

prestação de serviços relativos:

I – ao registro de arma de fogo;

II – à renovação de registro de arma de fogo;

III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;

IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;

V – à renovação de porte de arma de fogo;

VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de fogo.

§ 1º Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manutenção das atividades do Sinarm,

da Polícia Federal e do Comando do Exército, no âmbito de suas respectivas

responsabilidades.

§ 2º São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo as pessoas e as instituições a

que se referem os incisos I a VII e X e o § 5º do art. 6o desta Lei.

Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as condições do credenciamento de

profissionais pela Polícia Federal para comprovação da aptidão psicológica e da capacidade

técnica para o manuseio de arma de fogo.

§ 1º Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado pelo psicólogo não poderá

exceder ao valor médio dos honorários profissionais para realização de avaliação psicológica

constante do item 1.16 da tabela do Conselho Federal de Psicologia.

§ 2º Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado pelo instrutor de armamento e

tiro não poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais), acrescido do custo da munição.

§ 3º A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§ 1º e 2o deste artigo implicará o

descredenciamento do profissional pela Polícia Federal.

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CAPÍTULO IV

DOS CRIMES E DAS PENAS

Posse irregular de arma de fogo de uso permitido

Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso

permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua

residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular

ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Omissão de cautela

Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito)

anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob

sua posse ou que seja de sua propriedade:

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de

empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e

de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de

fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas

depois de ocorrido o fato.

Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido

Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda

que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de

fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com

determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo

estiver registrada em nome do agente.

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Disparo de arma de fogo

Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências,

em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a

prática de outro crime:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável.

Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito

Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder,

ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar

arma de fogo, acessório ou munição de uso restrito, sem autorização e em desacordo com

determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo

ou artefato;

II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de

fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro

autoridade policial, perito ou juiz;

III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização

ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;

IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou

qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;

V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição

ou explosivo a criança ou adolescente; e

VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma,

munição ou explosivo.

§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º deste artigo envolverem arma de fogo de uso

proibido, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.

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Comércio ilegal de arma de fogo

Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar,

montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em

proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo,

acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou

regulamentar:

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa.

§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma

de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido

em residência.

§ 2º Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem

autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial

disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal

preexistente.

Tráfico internacional de arma de fogo

Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer

título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou

munição, em operação de importação, sem autorização da autoridade competente, a agente

policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal

preexistente.

Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a arma de

fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.

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Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade

se:

I - forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta

Lei; ou

II - o agente for reincidente específico em crimes dessa natureza.

Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade provisória.

CAPÍTULO V

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com os Estados e o Distrito Federal

para o cumprimento do disposto nesta Lei.

Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das armas de fogo e demais

produtos controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor

histórico serão disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta

do Comando do Exército.

§ 1º Todas as munições comercializadas no País deverão estar acondicionadas em embalagens

com sistema de código de barras, gravado na caixa, visando possibilitar a identificação do

fabricante e do adquirente, entre outras informações definidas pelo regulamento desta Lei.

§ 2º Para os órgãos referidos no art. 6o, somente serão expedidas autorizações de compra de

munição com identificação do lote e do adquirente no culote dos projéteis, na forma do

regulamento desta Lei.

§ 3º As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da data de publicação desta Lei

conterão dispositivo intrínseco de segurança e de identificação, gravado no corpo da arma,

definido pelo regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos previstos no art. 6o.

§ 4º As instituições de ensino policial e as guardas municipais referidas nos incisos III e IV

do caput do art. 6o desta Lei e no seu § 7º poderão adquirir insumos e máquinas de recarga de

munição para o fim exclusivo de suprimento de suas atividades, mediante autorização

concedida nos termos definidos em regulamento.

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Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei, compete ao Comando do

Exército autorizar e fiscalizar a produção, exportação, importação, desembaraço alfandegário

e o comércio de armas de fogo e demais produtos controlados, inclusive o registro e o porte

de trânsito de arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.

Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos

autos, quando não mais interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz

competente ao Comando do Exército, no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas, para

destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do

regulamento desta Lei.

§ 1º As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército que receberem parecer

favorável à doação, obedecidos o padrão e a dotação de cada Força Armada ou órgão de

segurança pública, atendidos os critérios de prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça

e ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em relatório reservado trimestral a ser

encaminhado àquelas instituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de interesse.

§ 1º-A. As armas de fogo e munições apreendidas em decorrência do tráfico de drogas de

abuso, ou de qualquer forma utilizadas em atividades ilícitas de produção ou comercialização

de drogas abusivas, ou, ainda, que tenham sido adquiridas com recursos provenientes do

tráfico de drogas de abuso, perdidas em favor da União e encaminhadas para o Comando do

Exército, devem ser, após perícia ou vistoria que atestem seu bom estado, destinadas com

prioridade para os órgãos de segurança pública e do sistema penitenciário da unidade da

federação responsável pela apreensão.

§ 2º O Comando do Exército encaminhará a relação das armas a serem doadas ao juiz

competente, que determinará o seu perdimento em favor da instituição beneficiada.

§ 3º O transporte das armas de fogo doadas será de responsabilidade da instituição

beneficiada, que procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no Sigma.

§ 4º (VETADO)

§ 5º O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o encaminhamento ao Sinarm ou ao

Sigma, conforme se trate de arma de uso permitido ou de uso restrito, semestralmente, da

relação de armas acauteladas em juízo, mencionando suas características e o local onde se

encontram.

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Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de brinquedos,

réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir.

Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros destinados à instrução,

ao adestramento, ou à coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo Comando do

Exército.

Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a aquisição de armas de

fogo de uso restrito.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisições dos Comandos Militares.

Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de fogo, ressalvados os

integrantes das entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X do caput do art. 6o desta

Lei.

Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já concedidas expirar-se-ão 90 (noventa)

dias após a publicação desta Lei.

Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de validade superior a 90 (noventa) dias

poderá renová-la, perante a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4o, 6o e 10 desta Lei, no

prazo de 90 (noventa) dias após sua publicação, sem ônus para o requerente.

Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido ainda não

registrada deverão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante

apresentação de documento de identificação pessoal e comprovante de residência fixa,

acompanhados de nota fiscal de compra ou comprovação da origem lícita da posse, pelos

meios de prova admitidos em direito, ou declaração firmada na qual constem as

características da arma e a sua condição de proprietário, ficando este dispensado do

pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III

do caput do art. 4o desta Lei.

Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no caput deste artigo, o proprietário

de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro

provisório, expedido na forma do § 4º do art. 5o desta Lei.

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Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo adquiridas regularmente poderão, a

qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e indenização, nos termos do

regulamento desta Lei.

Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la,

espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma

do regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual posse irregular da referida arma.

Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 300.000,00 (trezentos mil

reais), conforme especificar o regulamento desta Lei:

I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre que

deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova, facilite ou permita o transporte de arma

ou munição sem a devida autorização ou com inobservância das normas de segurança;

II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que realize publicidade para venda,

estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo, exceto nas publicações especializadas.

Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com aglomeração superior a 1000 (um

mil) pessoas, adotarão, sob pena de responsabilidade, as providências necessárias para evitar

o ingresso de pessoas armadas, ressalvados os eventos garantidos pelo inciso VI do art. 5o da

Constituição Federal.

Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação dos serviços de transporte

internacional e interestadual de passageiros adotarão as providências necessárias para evitar

o embarque de passageiros armados.

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Art. 34-A. Os dados relacionados à coleta de registros balísticos serão armazenados no Banco

Nacional de Perfis Balísticos.

§ 1º O Banco Nacional de Perfis Balísticos tem como objetivo cadastrar armas de fogo e

armazenar características de classe e individualizadoras de projéteis e de estojos de munição

deflagrados por arma de fogo.

§ 2º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será constituído pelos registros de elementos de

munição deflagrados por armas de fogo relacionados a crimes, para subsidiar ações

destinadas às apurações criminais federais, estaduais e distritais.

§ 3º O Banco Nacional de Perfis Balísticos será gerido pela unidade oficial de perícia

criminal.

§ 4º Os dados constantes do Banco Nacional de Perfis Balísticos terão caráter sigiloso, e aquele

que permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos previstos nesta Lei ou em

decisão judicial responderá civil, penal e administrativamente.

§ 5º É vedada a comercialização, total ou parcial, da base de dados do Banco Nacional de Perfis

Balísticos.

§ 6º A formação, a gestão e o acesso ao Banco Nacional de Perfis Balísticos serão

regulamentados em ato do Poder Executivo federal.

CAPÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional,

salvo para as entidades previstas no art. 6o desta Lei.

§ 1º Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação mediante referendo

popular, a ser realizado em outubro de 2005.

§ 2º Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo entrará em vigor na

data de publicação de seu resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de 1997.

Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

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LEI DE DROGAS
LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006

Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para

prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas;

estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas;

define crimes e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

TÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad;

prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e

dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao

tráfico ilícito de drogas e define crimes.

Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os

produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas

atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.

Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura,

a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou

produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o

que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de

1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.

Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referidos

no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo

predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas.

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TÍTULO II

DO SIS TEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades

relacionadas com:

I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de

drogas;

II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.

§ 1º Entende-se por Sisnad o conjunto ordenado de princípios, regras, critérios e recursos

materiais e humanos que envolvem as políticas, planos, programas, ações e projetos sobre

drogas, incluindo-se nele, por adesão, os Sistemas de Políticas Públicas sobre Drogas dos

Estados, Distrito Federal e Municípios.

§ 2º O Sisnad atuará em articulação com o Sistema Único de Saúde - SUS, e com o Sistema

Único de Assistência Social - SUAS.

CAPÍTULO I

DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS DO SIS TEMA NACIONAL

DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 4º São princípios do Sisnad:

I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto à sua

autonomia e à sua liberdade;

II - o respeito à diversidade e às especificidades populacionais existentes;

III - a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-

os como fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros comportamentos

correlacionados;

IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla participação social, para o estabelecimento

dos fundamentos e estratégias do Sisnad;

V - a promoção da responsabilidade compartilhada entre Estado e Sociedade, reconhecendo a

importância da participação social nas atividades do Sisnad;

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VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados com o uso indevido de

drogas, com a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;

VII - a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção do uso indevido,

atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua

produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito;

VIII - a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos Poderes Legislativo e Judiciário

visando à cooperação mútua nas atividades do Sisnad;

IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a interdependência e a natureza

complementar das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de

usuários e dependentes de drogas, repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito

de drogas;

X - a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso indevido, atenção e

reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não

autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade e o bem-estar social;

XI - a observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacional Antidrogas -

Conad.

Art. 5º O Sisnad tem os seguintes objetivos:

I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos vulnerável a assumir

comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros

comportamentos correlacionados;

II - promover a construção e a socialização do conhecimento sobre drogas no país;

III - promover a integração entre as políticas de prevenção do uso indevido, atenção e

reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não

autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da

União, Distrito Federal, Estados e Municípios;

IV - assegurar as condições para a coordenação, a integração e a articulação das atividades de

que trata o art. 3º desta Lei.

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CAPÍTULO II

DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Seção I

Da Composição do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas

Art. 6º (VETADO)

Art. 7º A organização do Sisnad assegura a orientação central e a execução descentralizada das

atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas federal, distrital, estadual e municipal e se

constitui matéria definida no regulamento desta Lei.

Art. 7º-A. (VETADO).

Art. 8º (VETADO)

Seção II

Das Competências

Art. 8º-A. Compete à União:

I - formular e coordenar a execução da Política Nacional sobre Drogas;

II - elaborar o Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, em parceria com Estados, Distrito

Federal, Municípios e a sociedade;

III - coordenar o Sisnad;

IV - estabelecer diretrizes sobre a organização e funcionamento do Sisnad e suas normas de

referência;

V - elaborar objetivos, ações estratégicas, metas, prioridades, indicadores e definir formas de

financiamento e gestão das políticas sobre drogas;

VI – (VETADO);

VII – (VETADO);

VIII - promover a integração das políticas sobre drogas com os Estados, o Distrito Federal e os

Municípios;

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IX - financiar, com Estados, Distrito Federal e Municípios, a execução das políticas sobre

drogas, observadas as obrigações dos integrantes do Sisnad;

X - estabelecer formas de colaboração com Estados, Distrito Federal e Municípios para a

execução das políticas sobre drogas;

XI - garantir publicidade de dados e informações sobre repasses de recursos para

financiamento das políticas sobre drogas;

XII - sistematizar e divulgar os dados estatísticos nacionais de prevenção, tratamento,

acolhimento, reinserção social e econômica e repressão ao tráfico ilícito de drogas;

XIII - adotar medidas de enfretamento aos crimes transfronteiriços; e

XIV - estabelecer uma política nacional de controle de fronteiras, visando a coibir o ingresso de

drogas no País.

Art. 8º-B . (VETADO).

Art. 8º-C. (VETADO).

CAPÍTULO II-A

DA FORMULAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS

Seção I

Do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas

Art. 8º-D. São objetivos do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, dentre outros:

I - promover a interdisciplinaridade e integração dos programas, ações, atividades e projetos

dos órgãos e entidades públicas e privadas nas áreas de saúde, educação, trabalho, assistência

social, previdência social, habitação, cultura, desporto e lazer, visando à prevenção do uso de

drogas, atenção e reinserção social dos usuários ou dependentes de drogas;

II - viabilizar a ampla participação social na formulação, implementação e avaliação das

políticas sobre drogas;

III - priorizar programas, ações, atividades e projetos articulados com os estabelecimentos de

ensino, com a sociedade e com a família para a prevenção do uso de drogas;

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IV - ampliar as alternativas de inserção social e econômica do usuário ou dependente de

drogas, promovendo programas que priorizem a melhoria de sua escolarização e a

qualificação profissional;

V - promover o acesso do usuário ou dependente de drogas a todos os serviços públicos;

VI - estabelecer diretrizes para garantir a efetividade dos programas, ações e projetos das

políticas sobre drogas;

VII - fomentar a criação de serviço de atendimento telefônico com orientações e informações

para apoio aos usuários ou dependentes de drogas;

VIII - articular programas, ações e projetos de incentivo ao emprego, renda e capacitação para

o trabalho, com objetivo de promover a inserção profissional da pessoa que haja cumprido o

plano individual de atendimento nas fases de tratamento ou acolhimento;

IX - promover formas coletivas de organização para o trabalho, redes de economia solidária e

o cooperativismo, como forma de promover autonomia ao usuário ou dependente de drogas

egresso de tratamento ou acolhimento, observando-se as especificidades regionais;

X - propor a formulação de políticas públicas que conduzam à efetivação das diretrizes e

princípios previstos no art. 22;

XI - articular as instâncias de saúde, assistência social e de justiça no enfrentamento ao abuso

de drogas; e

XII - promover estudos e avaliação dos resultados das políticas sobre drogas.

§ 1º O plano de que trata o caput terá duração de 5 (cinco) anos a contar de sua aprovação.

§ 2º O poder público deverá dar a mais ampla divulgação ao conteúdo do Plano Nacional de

Políticas sobre Drogas.

Seção II

Dos Conselhos de Políticas sobre Drogas

Art. 8º-E. Os conselhos de políticas sobre drogas, constituídos por Estados, Distrito Federal e

Municípios, terão os seguintes objetivos:

I - auxiliar na elaboração de políticas sobre drogas;

II - colaborar com os órgãos governamentais no planejamento e na execução das políticas

sobre drogas, visando à efetividade das políticas sobre drogas;

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III - propor a celebração de instrumentos de cooperação, visando à elaboração de programas,

ações, atividades e projetos voltados à prevenção, tratamento, acolhimento, reinserção social e

econômica e repressão ao tráfico ilícito de drogas;

IV - promover a realização de estudos, com o objetivo de subsidiar o planejamento das

políticas sobre drogas;

V - propor políticas públicas que permitam a integração e a participação do usuário ou

dependente de drogas no processo social, econômico, político e cultural no respectivo ente

federado; e

VI - desenvolver outras atividades relacionadas às políticas sobre drogas em consonância com

o Sisnad e com os respectivos planos.

Seção III

Dos Membros dos Conselhos de Políticas sobre Drogas

Art. 8º-F. (VETADO).

CAPÍTULO III

Art. 9º a Art. 14 (VETADO)

CAPÍTULO IV

DO ACOMPANHAMENTO E DA AVALIAÇÃO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS

Art. 15. (VETADO)

Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social que

atendam usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao órgão competente do

respectivo sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando

a identidade das pessoas, conforme orientações emanadas da União.

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Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de drogas integrarão

sistema de informações do Poder Executivo.

TÍTULO III

DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, ATENÇÃO E REINSERÇÃO SOCIAL DE

USUÁRIOS E DEPENDENTES DE DROGAS

CAPÍTULO I

DA PREVENÇÃO

Seção I

Das Diretrizes

Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido de drogas, para efeito desta Lei,

aquelas direcionadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a promoção

e o fortalecimento dos fatores de proteção.

Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem observar os seguintes

princípios e diretrizes:

I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferência na qualidade de

vida do indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual pertence;

II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica como forma de orientar as

ações dos serviços públicos comunitários e privados e de evitar preconceitos e estigmatização

das pessoas e dos serviços que as atendam;

III - o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em relação ao uso

indevido de drogas;

IV - o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com as instituições do

setor privado e com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de

drogas e respectivos familiares, por meio do estabelecimento de parcerias;

V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às especificidades

socioculturais das diversas populações, bem como das diferentes drogas utilizadas;

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VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento do uso” e da redução de riscos como

resultados desejáveis das atividades de natureza preventiva, quando da definição dos

objetivos a serem alcançados;

VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da população, levando em

consideração as suas necessidades específicas;

VIII - a articulação entre os serviços e organizações que atuam em atividades de prevenção do

uso indevido de drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de drogas e respectivos

familiares;

IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas, profissionais, entre outras,

como forma de inclusão social e de melhoria da qualidade de vida;

X - o estabelecimento de políticas de formação continuada na área da prevenção do uso

indevido de drogas para profissionais de educação nos 3 (três) níveis de ensino;

XI - a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido de drogas, nas

instituições de ensino público e privado, alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos

conhecimentos relacionados a drogas;

XII - a observância das orientações e normas emanadas do Conad;

XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas.

Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas dirigidas à criança e ao

adolescente deverão estar em consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho

Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - Conanda.

Seção II

Da Semana Nacional de Políticas Sobre Drogas

Art. 19-A. Fica instituída a Semana Nacional de Políticas sobre Drogas, comemorada

anualmente, na quarta semana de junho.

§ 1º No período de que trata o caput , serão intensificadas as ações de:

I - difusão de informações sobre os problemas decorrentes do uso de drogas;

II - promoção de eventos para o debate público sobre as políticas sobre drogas;

III - difusão de boas práticas de prevenção, tratamento, acolhimento e reinserção social e

econômica de usuários de drogas;

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IV - divulgação de iniciativas, ações e campanhas de prevenção do uso indevido de

drogas;

V - mobilização da comunidade para a participação nas ações de prevenção e enfrentamento

às drogas;

VI - mobilização dos sistemas de ensino previstos na Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 -

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional , na realização de atividades de prevenção ao

uso de drogas.

CAPÍTULO II

DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SOCIAL

DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS

CAPÍTULO II

DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO, TRATAMENTO, ACOLHIMENTO E DE REINSERÇÃO SOCIAL

E ECONÔMICA DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS

Seção I

Disposições Gerais

Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e dependente de drogas e respectivos

familiares, para efeito desta Lei, aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida e à

redução dos riscos e dos danos associados ao uso de drogas.

Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do dependente de drogas e

respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para sua integração ou

reintegração em redes sociais.

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Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do usuário e do dependente de

drogas e respectivos familiares devem observar os seguintes princípios e diretrizes:

I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independentemente de quaisquer

condições, observados os direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e diretrizes

do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional de Assistência Social;

II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social do usuário e do

dependente de drogas e respectivos familiares que considerem as suas peculiaridades

socioculturais;

III - definição de projeto terapêutico individualizado, orientado para a inclusão social e para a

redução de riscos e de danos sociais e à saúde;

IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos familiares, sempre que

possível, de forma multidisciplinar e por equipes multiprofissionais;

V - observância das orientações e normas emanadas do Conad;

VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas.

VII - estímulo à capacitação técnica e profissional;

VIII - efetivação de políticas de reinserção social voltadas à educação continuada e ao

trabalho;

IX - observância do plano individual de atendimento na forma do art. 23-B desta Lei;

X - orientação adequada ao usuário ou dependente de drogas quanto às consequências lesivas

do uso de drogas, ainda que ocasional.

Seção II

Da Educação na Reinserção Social e Econômica

Art. 22-A. As pessoas atendidas por órgãos integrantes do Sisnad terão atendimento nos

programas de educação profissional e tecnológica, educação de jovens e adultos e

alfabetização.

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Seção III

Do Trabalho na Reinserção Social e Econômica

Art. 22-B. (VETADO).

Seção IV

Do Tratamento do Usuário ou Dependente de Drogas

Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos

Municípios desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao dependente de drogas,

respeitadas as diretrizes do Ministério da Saúde e os princípios explicitados no art. 22 desta

Lei, obrigatória a previsão orçamentária adequada.

Art. 23-A. O tratamento do usuário ou dependente de drogas deverá ser ordenado em uma

rede de atenção à saúde, com prioridade para as modalidades de tratamento ambulatorial,

incluindo excepcionalmente formas de internação em unidades de saúde e hospitais gerais

nos termos de normas dispostas pela União e articuladas com os serviços de assistência social

e em etapas que permitam:

I - articular a atenção com ações preventivas que atinjam toda a população;

II - orientar-se por protocolos técnicos predefinidos, baseados em evidências científicas,

oferecendo atendimento individualizado ao usuário ou dependente de drogas com

abordagem preventiva e, sempre que indicado, ambulatorial;

III - preparar para a reinserção social e econômica, respeitando as habilidades e projetos

individuais por meio de programas que articulem educação, capacitação para o trabalho,

esporte, cultura e acompanhamento individualizado; e

IV - acompanhar os resultados pelo SUS, Suas e Sisnad, de forma articulada.

§ 1º Caberá à União dispor sobre os protocolos técnicos de tratamento, em âmbito

nacional.

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§ 2º A internação de dependentes de drogas somente será realizada em unidades de saúde ou

hospitais gerais, dotados de equipes multidisciplinares e deverá ser obrigatoriamente

autorizada por médico devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM do

Estado onde se localize o estabelecimento no qual se dará a internação.

§ 3º São considerados 2 (dois) tipos de internação:

I - internação voluntária: aquela que se dá com o consentimento do dependente de

drogas;

II - internação involuntária: aquela que se dá, sem o consentimento do dependente, a pedido

de familiar ou do responsável legal ou, na absoluta falta deste, de servidor público da área de

saúde, da assistência social ou dos órgãos públicos integrantes do Sisnad, com exceção de

servidores da área de segurança pública, que constate a existência de motivos que justifiquem

a medida.

§ 4º A internação voluntária:

I - deverá ser precedida de declaração escrita da pessoa solicitante de que optou por este

regime de tratamento;

II - seu término dar-se-á por determinação do médico responsável ou por solicitação escrita da

pessoa que deseja interromper o tratamento.

§ 5º A internação involuntária:

I - deve ser realizada após a formalização da decisão por médico responsável;

II - será indicada depois da avaliação sobre o tipo de droga utilizada, o padrão de uso e na

hipótese comprovada da impossibilidade de utilização de outras alternativas terapêuticas

previstas na rede de atenção à saúde;

III - perdurará apenas pelo tempo necessário à desintoxicação, no prazo máximo de 90

(noventa) dias, tendo seu término determinado pelo médico responsável;

IV - a família ou o representante legal poderá, a qualquer tempo, requerer ao médico a

interrupção do tratamento.

§ 6º A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos

extra-hospitalares se mostrarem insuficientes.

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§ 7º Todas as internações e altas de que trata esta Lei deverão ser informadas, em, no

máximo, de 72 (setenta e duas) horas, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e a outros

órgãos de fiscalização, por meio de sistema informatizado único, na forma do regulamento

desta Lei.

§ 8º É garantido o sigilo das informações disponíveis no sistema referido no § 7º e o acesso

será permitido apenas às pessoas autorizadas a conhecê-las, sob pena de

responsabilidade.

§ 9º É vedada a realização de qualquer modalidade de internação nas comunidades

terapêuticas acolhedoras.

§ 10. O planejamento e a execução do projeto terapêutico individual deverão observar, no que

couber, o previsto na Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001 , que dispõe sobre a proteção e os

direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial

em saúde mental.

Seção V

Do Plano Individual de Atendimento

Art. 23-B . O atendimento ao usuário ou dependente de drogas na rede de atenção à saúde

dependerá de:

I - avaliação prévia por equipe técnica multidisciplinar e multissetorial; e

II - elaboração de um Plano Individual de Atendimento - PIA.

§ 1º A avaliação prévia da equipe técnica subsidiará a elaboração e execução do projeto

terapêutico individual a ser adotado, levantando no mínimo:

I - o tipo de droga e o padrão de seu uso; e

II - o risco à saúde física e mental do usuário ou dependente de drogas ou das pessoas com as

quais convive.

§ 2º (VETADO).

§ 3º O PIA deverá contemplar a participação dos familiares ou responsáveis, os quais têm o

dever de contribuir com o processo, sendo esses, no caso de crianças e adolescentes, passíveis

de responsabilização civil, administrativa e criminal, nos termos da Lei nº 8.069, de 13 de julho

de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente .

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§ 4º O PIA será inicialmente elaborado sob a responsabilidade da equipe técnica do primeiro

projeto terapêutico que atender o usuário ou dependente de drogas e será atualizado ao

longo das diversas fases do atendimento.

§ 5º Constarão do plano individual, no mínimo:

I - os resultados da avaliação multidisciplinar;

II - os objetivos declarados pelo atendido;

III - a previsão de suas atividades de integração social ou capacitação profissional;

IV - atividades de integração e apoio à família;

V - formas de participação da família para efetivo cumprimento do plano individual;

VI - designação do projeto terapêutico mais adequado para o cumprimento do previsto no

plano; e

VII - as medidas específicas de atenção à saúde do atendido.

§ 6º O PIA será elaborado no prazo de até 30 (trinta) dias da data do ingresso no

atendimento.

§ 7º As informações produzidas na avaliação e as registradas no plano individual de

atendimento são consideradas sigilosas.

Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão conceder benefícios às

instituições privadas que desenvolverem programas de reinserção no mercado de trabalho, do

usuário e do dependente de drogas encaminhados por órgão oficial.

Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com atuação nas áreas da

atenção à saúde e da assistência social, que atendam usuários ou dependentes de drogas

poderão receber recursos do Funad, condicionados à sua disponibilidade orçamentária e

financeira.

Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal,

estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm

garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.

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Seção VI

Do Acolhimento em Comunidade Terapêutica Acolhedora

Art. 26-A. O acolhimento do usuário ou dependente de drogas na comunidade terapêutica

acolhedora caracteriza-se por:

I - oferta de projetos terapêuticos ao usuário ou dependente de drogas que visam à

abstinência;

II - adesão e permanência voluntária, formalizadas por escrito, entendida como uma etapa

transitória para a reinserção social e econômica do usuário ou dependente de drogas;

III - ambiente residencial, propício à formação de vínculos, com a convivência entre os pares,

atividades práticas de valor educativo e a promoção do desenvolvimento pessoal, vocacionada

para acolhimento ao usuário ou dependente de drogas em vulnerabilidade social;

IV - avaliação médica prévia;

V - elaboração de plano individual de atendimento na forma do art. 23-B desta Lei; e

VI - vedação de isolamento físico do usuário ou dependente de drogas.

§ 1º Não são elegíveis para o acolhimento as pessoas com comprometimentos biológicos e

psicológicos de natureza grave que mereçam atenção médico-hospitalar contínua ou de

emergência, caso em que deverão ser encaminhadas à rede de saúde.

§ 2º (VETADO).

§ 3º (VETADO).

§ 4º (VETADO).

§ 5º (VETADO).

CAPÍTULO III

DOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente,

bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor.

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Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para

consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou

regulamentar será submetido às seguintes penas:

I - advertência sobre os efeitos das drogas;

II - prestação de serviços à comunidade;

III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou

colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto

capaz de causar dependência física ou psíquica.

§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e

à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação,

às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.

§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo

máximo de 5 (cinco) meses.

§ 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão

aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.

§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários,

entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou

privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou

da recuperação de usuários e dependentes de drogas.

§ 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos incisos

I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente

a:

I - admoestação verbal;

II - multa.

§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente,

estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado.

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Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz,

atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade

nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um,

segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor

do maior salário mínimo.

Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se refere o § 6º do art.

28 serão creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas.

Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado, no

tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.

TÍTULO IV

DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade competente para produzir, extrair,

fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar,

remeter, transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para

qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as demais

exigências legais.

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Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo delegado de polícia na

forma do art. 50-A, que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando

auto de levantamento das condições encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as

medidas necessárias para a preservação da prova.

§ 1º (Revogado).

§ 2º (Revogado).

§ 3º Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, observar-se-á, além das

cautelas necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto nº 2.661, de 8 de

julho de 1998, no que couber, dispensada a autorização prévia do órgão próprio do Sistema

Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.

§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, conforme o disposto

no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor.

CAPÍTULO II

DOS CRIMES

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à

venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar,

entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em

desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e

quinhentos) dias-multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece,

tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem

autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima,

insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas;

II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal

ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de

drogas;

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III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração,

guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem

autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de

drogas.

IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à

preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou

regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis

de conduta criminal preexistente.

§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga:

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa.

§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento,

para juntos a consumirem:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil

e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.

§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de

um sexto a dois terços, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se

dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer

título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho,

instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou

transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou

regulamentar:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois

mil) dias-multa.

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Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não,

qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e

duzentos) dias-multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a

prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e §

1º , e 34 desta Lei:

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000

(quatro mil) dias-multa.

Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à

prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos)

dias-multa.

Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou

fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200

(duzentos) dias-multa.

Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria

profissional a que pertença o agente.

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Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano

potencial a incolumidade de outrem:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassação da

habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de

liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.

Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais, serão

de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo

referido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros.

Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois

terços, se:

I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do

fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;

II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão

de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;

III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos

prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais,

recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se

realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de

dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em

transportes públicos;

IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou

qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;

V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal;

VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por

qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;

VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.

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Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o

processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime e na

recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida

de um terço a dois terços.

Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art.

59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e

a conduta social do agente.

Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao

que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo a cada um,

segundo as condições econômicas dos acusados, valor não inferior a um trinta avos nem

superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo.

Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes serão impostas sempre

cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação econômica

do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo.

Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e

insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de

suas penas em restritivas de direitos.

Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional

após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.

Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente

de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que

tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do

fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este

apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste

artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico

adequado.

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Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força das

circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da

omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de

acordo com esse entendimento.

Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que ateste a necessidade de

encaminhamento do agente para tratamento, realizada por profissional de saúde com

competência específica na forma da lei, determinará que a tal se proceda, observado o

disposto no art. 26 desta Lei.

CAPÍTULO III

DO PROCEDIMENTO PENAL

Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo

disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo

Penal e da Lei de Execução Penal.

§ 1º O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo se houver

concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na

forma dos arts. 60 e seguintes da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre

os Juizados Especiais Criminais.

§ 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante,

devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta

deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e

providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários.

§ 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2º deste artigo serão

tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a

detenção do agente.

§ 4º Concluídos os procedimentos de que trata o § 2º deste artigo, o agente será submetido a

exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender

conveniente, e em seguida liberado.

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§ 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei nº 9.099, de 1995, que dispõe sobre os Juizados

Especiais Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena prevista

no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta.

Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei, o

juiz, sempre que as circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos protetivos de

colaboradores e testemunhas previstos na Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999.

Seção I

Da Investigação

Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente,

comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada

vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas.

§ 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da

materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da

droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.

§ 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º deste artigo não ficará impedido de

participar da elaboração do laudo definitivo.

§ 3º Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias, certificará

a regularidade formal do laudo de constatação e determinará a destruição das drogas

apreendidas, guardando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo.

§ 4º A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia competente no prazo de

15 (quinze) dias na presença do Ministério Público e da autoridade sanitária.

§ 5º O local será vistoriado antes e depois de efetivada a destruição das drogas referida no § 3º

, sendo lavrado auto circunstanciado pelo delegado de polícia, certificando-se neste a

destruição total delas.

Art. 50-A. A destruição das drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão em flagrante será

feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados da data da apreensão,

guardando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo.

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Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver

preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.

Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido

o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.

Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária,

remetendo os autos do inquérito ao juízo:

I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à

classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto

apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias

da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou

II - requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias.

Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências complementares:

I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser encaminhado ao

juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento;

II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular o agente, ou

que figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3

(três) dias antes da audiência de instrução e julgamento.

Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são

permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério

Público, os seguintes procedimentos investigatórios:

I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos

especializados pertinentes;

II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros

produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a

finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de

tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.

Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que

sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de

colaboradores.

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Seção II

Da Instrução Criminal

Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de Comissão Parlamentar de

Inquérito ou peças de informação, dar-se-á vista ao Ministério Público para, no prazo de 10

(dez) dias, adotar uma das seguintes providências:

I - requerer o arquivamento;

II - requisitar as diligências que entender necessárias;

III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e requerer as demais provas que

entender pertinentes.

Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa

prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

§ 1º Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado poderá argüir

preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e justificações,

especificar as provas que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas.

§ 2º As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei

nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.

§ 3º Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em

10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.

§ 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.

§ 5º Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez) dias, determinará a

apresentação do preso, realização de diligências, exames e perícias.

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Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência de instrução e

julgamento, ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação do Ministério Público, do

assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais.

§ 1º Tratando-se de condutas tipificadas como infração do disposto nos arts. 33, caput e § 1º , e

34 a 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar do

denunciado de suas atividades, se for funcionário público, comunicando ao órgão respectivo.

§ 2º A audiência a que se refere o caput deste artigo será realizada dentro dos 30 (trinta) dias

seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se determinada a realização de avaliação para

atestar dependência de drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias.

Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório do acusado e a

inquirição das testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao representante do

Ministério Público e ao defensor do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte)

minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a critério do juiz.

Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum

fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente

e relevante.

Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de imediato, ou o fará em 10 (dez)

dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.

§ 1º (Revogado pela Lei nº 12.961, de 2014)

§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.961, de 2014)

Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá

apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim

reconhecido na sentença condenatória.

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CAPÍTULO IV

DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE BENS DO ACUSADO

Art. 60. O juiz, a requerimento do Ministério Público ou do assistente de acusação, ou

mediante representação da autoridade de polícia judiciária, poderá decretar, no curso do

inquérito ou da ação penal, a apreensão e outras medidas assecuratórias nos casos em que

haja suspeita de que os bens, direitos ou valores sejam produto do crime ou constituam

proveito dos crimes previstos nesta Lei, procedendo-se na forma dos arts. 125 e seguintes do

Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal .

§ 1º (Revogado).

§ 2º (Revogado).

§ 3º Na hipótese do art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de

Processo Penal , o juiz poderá determinar a prática de atos necessários à conservação dos

bens, direitos ou valores.

§ 4º A ordem de apreensão ou sequestro de bens, direitos ou valores poderá ser suspensa

pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata puder comprometer as

investigações.

Art. 60-A. Se as medidas assecuratórias de que trata o art. 60 desta Lei recaírem sobre moeda

estrangeira, títulos, valores mobiliários ou cheques emitidos como ordem de pagamento, será

determinada, imediatamente, a sua conversão em moeda nacional.

§ 1º A moeda estrangeira apreendida em espécie deve ser encaminhada a instituição

financeira, ou equiparada, para alienação na forma prevista pelo Conselho Monetário

Nacional.

§ 2º Na hipótese de impossibilidade da alienação a que se refere o § 1º deste artigo, a moeda

estrangeira será custodiada pela instituição financeira até decisão sobre o seu destino.

§ 3º Após a decisão sobre o destino da moeda estrangeira a que se refere o § 2º deste artigo,

caso seja verificada a inexistência de valor de mercado, seus espécimes poderão ser

destruídos ou doados à representação diplomática do país de origem.

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§ 4º Os valores relativos às apreensões feitas antes da data de entrada em vigor da Medida

Provisória nº 885, de 17 de junho de 2019, e que estejam custodiados nas dependências do

Banco Central do Brasil devem ser transferidos à Caixa Econômica Federal, no prazo de 360

(trezentos e sessenta) dias, para que se proceda à alienação ou custódia, de acordo com o

previsto nesta Lei.

Art. 61. A apreensão de veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios de

transporte e dos maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza

utilizados para a prática dos crimes definidos nesta Lei será imediatamente comunicada pela

autoridade de polícia judiciária responsável pela investigação ao juízo competente.

§ 1º O juiz, no prazo de 30 (trinta) dias contado da comunicação de que trata o caput ,

determinará a alienação dos bens apreendidos, excetuadas as armas, que serão recolhidas na

forma da legislação específica.

§ 2º A alienação será realizada em autos apartados, dos quais constará a exposição sucinta do

nexo de instrumentalidade entre o delito e os bens apreendidos, a descrição e especificação

dos objetos, as informações sobre quem os tiver sob custódia e o local em que se

encontrem.

§ 3º O juiz determinará a avaliação dos bens apreendidos, que será realizada por oficial de

justiça, no prazo de 5 (cinco) dias a contar da autuação, ou, caso sejam necessários

conhecimentos especializados, por avaliador nomeado pelo juiz, em prazo não superior a 10

(dez) dias.

§ 4º Feita a avaliação, o juiz intimará o órgão gestor do Funad, o Ministério Público e o

interessado para se manifestarem no prazo de 5 (cinco) dias e, dirimidas eventuais

divergências, homologará o valor atribuído aos bens.

§ 5º (VETADO).

§ 6º (Revogado).

§ 7º (Revogado).

§ 8º (Revogado).

§ 9º O Ministério Público deve fiscalizar o cumprimento da regra estipulada no § 1º deste

artigo.

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§ 10. Aplica-se a todos os tipos de bens confiscados a regra estabelecida no § 1º deste

artigo.

§ 11. Os bens móveis e imóveis devem ser vendidos por meio de hasta pública,

preferencialmente por meio eletrônico, assegurada a venda pelo maior lance, por preço não

inferior a 50% (cinquenta por cento) do valor da avaliação judicial.

§ 12. O juiz ordenará às secretarias de fazenda e aos órgãos de registro e controle que

efetuem as averbações necessárias, tão logo tenha conhecimento da apreensão.

§ 13. Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves, a autoridade de trânsito ou o órgão

congênere competente para o registro, bem como as secretarias de fazenda, devem proceder

à regularização dos bens no prazo de 30 (trinta) dias, ficando o arrematante isento do

pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, sem prejuízo de execução fiscal em

relação ao antigo proprietário.

§ 14. Eventuais multas, encargos ou tributos pendentes de pagamento não podem ser

cobrados do arrematante ou do órgão público alienante como condição para regularização

dos bens.

§ 15. Na hipótese de que trata o § 13 deste artigo, a autoridade de trânsito ou o órgão

congênere competente para o registro poderá emitir novos identificadores dos bens.

Art. 62. Comprovado o interesse público na utilização de quaisquer dos bens de que trata o

art. 61, os órgãos de polícia judiciária, militar e rodoviária poderão deles fazer uso, sob sua

responsabilidade e com o objetivo de sua conservação, mediante autorização judicial, ouvido o

Ministério Público e garantida a prévia avaliação dos respectivos bens.

§ 1º (Revogado).

§ 1º-A. O juízo deve cientificar o órgão gestor do Funad para que, em 10 (dez) dias, avalie a

existência do interesse público mencionado no caput deste artigo e indique o órgão que deve

receber o bem.

§ 1º-B. Têm prioridade, para os fins do § 1º-A deste artigo, os órgãos de segurança pública que

participaram das ações de investigação ou repressão ao crime que deu causa à

medida.

§ 2º A autorização judicial de uso de bens deverá conter a descrição do bem e a respectiva

avaliação e indicar o órgão responsável por sua utilização.

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§ 3º O órgão responsável pela utilização do bem deverá enviar ao juiz periodicamente, ou a

qualquer momento quando por este solicitado, informações sobre seu estado de

conservação.

§ 4º Quando a autorização judicial recair sobre veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz

ordenará à autoridade ou ao órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório

de registro e licenciamento em favor do órgão ao qual tenha deferido o uso ou custódia,

ficando este livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores à decisão de

utilização do bem até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em

favor da União.

§ 5º Na hipótese de levantamento, se houver indicação de que os bens utilizados na forma

deste artigo sofreram depreciação superior àquela esperada em razão do transcurso do

tempo e do uso, poderá o interessado requerer nova avaliação judicial.

§ 6º Constatada a depreciação de que trata o § 5º, o ente federado ou a entidade que utilizou

o bem indenizará o detentor ou proprietário dos bens.

§ 7º (Revogado).

§ 8º (Revogado).

§ 9º (Revogado).

§ 10. (Revogado).

§ 11. (Revogado).

Art. 62-A. O depósito, em dinheiro, de valores referentes ao produto da alienação ou a

numerários apreendidos ou que tenham sido convertidos deve ser efetuado na Caixa

Econômica Federal, por meio de documento de arrecadação destinado a essa

finalidade.

§ 1º Os depósitos a que se refere o caput deste artigo devem ser transferidos, pela Caixa

Econômica Federal, para a conta única do Tesouro Nacional, independentemente de qualquer

formalidade, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contado do momento da realização do

depósito, onde ficarão à disposição do Funad.

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§ 2º Na hipótese de absolvição do acusado em decisão judicial, o valor do depósito será

devolvido a ele pela Caixa Econômica Federal no prazo de até 3 (três) dias úteis, acrescido de

juros, na forma estabelecida pelo § 4º do art. 39 da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de

1995.

§ 3º Na hipótese de decretação do seu perdimento em favor da União, o valor do depósito será

transformado em pagamento definitivo, respeitados os direitos de eventuais lesados e de

terceiros de boa-fé.

§ 4º Os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal, por decisão judicial, devem ser

efetuados como anulação de receita do Funad no exercício em que ocorrer a

devolução.

§ 5º A Caixa Econômica Federal deve manter o controle dos valores depositados ou

devolvidos.

Art. 63. Ao proferir a sentença, o juiz decidirá sobre:

I - o perdimento do produto, bem, direito ou valor apreendido ou objeto de medidas

assecuratórias; e

II - o levantamento dos valores depositados em conta remunerada e a liberação dos bens

utilizados nos termos do art. 62.

§ 1º Os bens, direitos ou valores apreendidos em decorrência dos crimes tipificados nesta Lei

ou objeto de medidas assecuratórias, após decretado seu perdimento em favor da União,

serão revertidos diretamente ao Funad.

§ 2º O juiz remeterá ao órgão gestor do Funad relação dos bens, direitos e valores declarados

perdidos, indicando o local em que se encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder

estejam, para os fins de sua destinação nos termos da legislação vigente.

§ 3º (Revogado).

§ 4º Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz do processo, de ofício ou a

requerimento do Ministério Público, remeterá à Senad relação dos bens, direitos e valores

declarados perdidos em favor da União, indicando, quanto aos bens, o local em que se

encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua destinação nos

termos da legislação vigente.

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§ 4º-A. Antes de encaminhar os bens ao órgão gestor do Funad, o juíz deve:

I – ordenar às secretarias de fazenda e aos órgãos de registro e controle que efetuem as

averbações necessárias, caso não tenham sido realizadas quando da apreensão; e

II – determinar, no caso de imóveis, o registro de propriedade em favor da União no cartório

de registro de imóveis competente, nos termos do caput e do parágrafo único do art. 243 da

Constituição Federal, afastada a responsabilidade de terceiros prevista no inciso VI do caput do

art. 134 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional), bem como

determinar à Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União a incorporação

e entrega do imóvel, tornando-o livre e desembaraçado de quaisquer ônus para sua

destinação.

§ 5º (VETADO).

§ 6º Na hipótese do inciso II do caput , decorridos 360 (trezentos e sessenta) dias do trânsito

em julgado e do conhecimento da sentença pelo interessado, os bens apreendidos, os que

tenham sido objeto de medidas assecuratórias ou os valores depositados que não forem

reclamados serão revertidos ao Funad.

Art. 63-A. Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o comparecimento pessoal do

acusado, podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação de bens,

direitos ou valores.

Art. 63-B. O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens, direitos e objeto de

medidas assecuratórias quando comprovada a licitude de sua origem, mantendo-se a

constrição dos bens, direitos e valores necessários e suficientes à reparação dos danos e ao

pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas decorrentes da infração penal.

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Art. 63-C. Compete à Senad, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, proceder à

destinação dos bens apreendidos e não leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento seja

decretado em favor da União, por meio das seguintes modalidades:

I – alienação, mediante:

a) licitação;

b) doação com encargo a entidades ou órgãos públicos, bem como a comunidades

terapêuticas acolhedoras que contribuam para o alcance das finalidades do Funad;

ou

c) venda direta, observado o disposto no inciso II do caput do art. 24 da Lei nº 8.666, de 21 de

junho de 1993;

II – incorporação ao patrimônio de órgão da administração pública, observadas as finalidades

do Funad;

III – destruição; ou

IV – inutilização.

§ 1º A alienação por meio de licitação deve ser realizada na modalidade leilão, para bens

móveis e imóveis, independentemente do valor de avaliação, isolado ou global, de bem ou de

lotes, assegurada a venda pelo maior lance, por preço não inferior a 50% (cinquenta por cento)

do valor da avaliação.

§ 2º O edital do leilão a que se refere o § 1º deste artigo será amplamente divulgado em jornais

de grande circulação e em sítios eletrônicos oficiais, principalmente no Município em que será

realizado, dispensada a publicação em diário oficial.

§ 3º Nas alienações realizadas por meio de sistema eletrônico da administração pública, a

publicidade dada pelo sistema substituirá a publicação em diário oficial e em jornais de grande

circulação.

§ 4º Na alienação de imóveis, o arrematante fica livre do pagamento de encargos e tributos

anteriores, sem prejuízo de execução fiscal em relação ao antigo proprietário.

§ 5º Na alienação de veículos, embarcações ou aeronaves deverão ser observadas as

disposições dos §§ 13 e 15 do art. 61 desta Lei.

§ 6º Aplica-se às alienações de que trata este artigo a proibição relativa à cobrança de multas,

encargos ou tributos prevista no § 14 do art. 61 desta Lei.

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§ 7º A Senad, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, pode celebrar convênios ou

instrumentos congêneres com órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal

ou dos Municípios, bem como com comunidades terapêuticas acolhedoras, a fim de dar

imediato cumprimento ao estabelecido neste artigo.

§ 8º Observados os procedimentos licitatórios previstos em lei, fica autorizada a contratação

da iniciativa privada para a execução das ações de avaliação, de administração e de alienação

dos bens a que se refere esta Lei.

Art. 63-D. Compete ao Ministério da Justiça e Segurança Pública regulamentar os

procedimentos relativos à administração, à preservação e à destinação dos recursos

provenientes de delitos e atos ilícitos e estabelecer os valores abaixo dos quais se deve

proceder à sua destruição ou inutilização.

Art. 63-E. O produto da alienação dos bens apreendidos ou confiscados será revertido

integralmente ao Funad, nos termos do parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal,

vedada a sub-rogação sobre o valor da arrematação para saldar eventuais multas, encargos ou

tributos pendentes de pagamento.

Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não prejudica o ajuizamento de execução

fiscal em relação aos antigos devedores.

Art. 63-F. Na hipótese de condenação por infrações às quais esta Lei comine pena máxima

superior a 6 (seis) anos de reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito

do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e

aquele compatível com o seu rendimento lícito.

§ 1º A decretação da perda prevista no caput deste artigo fica condicionada à existência de

elementos probatórios que indiquem conduta criminosa habitual, reiterada ou profissional do

condenado ou sua vinculação a organização criminosa.

§ 2º Para efeito da perda prevista no caput deste artigo, entende-se por patrimônio do

condenado todos os bens:

I – de sua titularidade, ou sobre os quais tenha domínio e benefício direto ou indireto, na data

da infração penal, ou recebidos posteriormente; e

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II – transferidos a terceiros a título gratuito ou mediante contraprestação irrisória, a partir do

início da atividade criminal.

§ 3º O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência

lícita do patrimônio.

Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar convênio com os Estados, com o

Distrito Federal e com organismos orientados para a prevenção do uso indevido de drogas, a

atenção e a reinserção social de usuários ou dependentes e a atuação na repressão à

produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, com vistas na liberação de

equipamentos e de recursos por ela arrecadados, para a implantação e execução de

programas relacionados à questão das drogas.

TÍTULO V

DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Art. 65. De conformidade com os princípios da não-intervenção em assuntos internos, da

igualdade jurídica e do respeito à integridade territorial dos Estados e às leis e aos

regulamentos nacionais em vigor, e observado o espírito das Convenções das Nações Unidas e

outros instrumentos jurídicos internacionais relacionados à questão das drogas, de que o

Brasil é parte, o governo brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a outros países e

organismos internacionais e, quando necessário, deles solicitará a colaboração, nas áreas de:

I - intercâmbio de informações sobre legislações, experiências, projetos e programas voltados

para atividades de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinserção social de usuários e

dependentes de drogas;

II - intercâmbio de inteligência policial sobre produção e tráfico de drogas e delitos conexos,

em especial o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e o desvio de precursores químicos;

III - intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre produtores e traficantes de drogas e

seus precursores químicos.

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TÍTULO V-A

DO FINANCIAMENTO DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS

Art. 65-A . (VETADO).

TÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1º desta Lei, até que seja atualizada a

terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias

entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS

nº 344, de 12 de maio de 1998.

Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei nº 7.560, de 19 de dezembro de 1986, em

favor de Estados e do Distrito Federal, dependerá de sua adesão e respeito às diretrizes

básicas contidas nos convênios firmados e do fornecimento de dados necessários à

atualização do sistema previsto no art. 17 desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias.

Art. 67-A. Os gestores e entidades que recebam recursos públicos para execução das políticas

sobre drogas deverão garantir o acesso às suas instalações, à documentação e a todos os

elementos necessários à efetiva fiscalização pelos órgãos competentes.

Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão criar estímulos fiscais e

outros, destinados às pessoas físicas e jurídicas que colaborem na prevenção do uso indevido

de drogas, atenção e reinserção social de usuários e dependentes e na repressão da produção

não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.

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Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial de empresas ou estabelecimentos

hospitalares, de pesquisa, de ensino, ou congêneres, assim como nos serviços de saúde que

produzirem, venderem, adquirirem, consumirem, prescreverem ou fornecerem drogas ou de

qualquer outro em que existam essas substâncias ou produtos, incumbe ao juízo perante o

qual tramite o feito:

I - determinar, imediatamente à ciência da falência ou liquidação, sejam lacradas suas

instalações;

II - ordenar à autoridade sanitária competente a urgente adoção das medidas necessárias ao

recebimento e guarda, em depósito, das drogas arrecadadas;

III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para acompanhar o feito.

§ 1º Da licitação para alienação de substâncias ou produtos não proscritos referidos no inciso II

do caput deste artigo, só podem participar pessoas jurídicas regularmente habilitadas na área

de saúde ou de pesquisa científica que comprovem a destinação lícita a ser dada ao produto a

ser arrematado.

§ 2º Ressalvada a hipótese de que trata o § 3º deste artigo, o produto não arrematado será, ato

contínuo à hasta pública, destruído pela autoridade sanitária, na presença dos Conselhos

Estaduais sobre Drogas e do Ministério Público.

§ 3º Figurando entre o praceado e não arrematadas especialidades farmacêuticas em

condições de emprego terapêutico, ficarão elas depositadas sob a guarda do Ministério da

Saúde, que as destinará à rede pública de saúde.

Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se

caracterizado ilícito transnacional, são da competência da Justiça Federal.

Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que não sejam sede de vara federal

serão processados e julgados na vara federal da circunscrição respectiva.

Art. 71. (VETADO)

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Art. 72. Encerrado o processo criminal ou arquivado o inquérito policial, o juiz, de ofício,

mediante representação da autoridade de polícia judiciária, ou a requerimento do Ministério

Público, determinará a destruição das amostras guardadas para contraprova, certificando nos

autos.

Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os Estados e o com o Distrito Federal,

visando à prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e com os

Municípios, com o objetivo de prevenir o uso indevido delas e de possibilitar a atenção e

reinserção social de usuários e dependentes de drogas.

Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após a sua publicação.

Art. 75. Revogam-se a Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, e a Lei nº 10.409, de 11 de

janeiro de 2002.

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LEI Nº 11.464, DE 28 DE MARÇO DE 2007

Dá nova redação ao art. 2o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, que dispõe sobre os crimes

hediondos, nos termos do inciso XLIII do art. 5o da Constituição Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

Art. 1o O art. 2o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, passa a vigorar com a seguinte

redação:

“Art. 2o ......................................

..................................................

II - fiança.

§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado.

§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-

se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5

(três quintos), se reincidente.

§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá

apelar em liberdade.

§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos

crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em

caso de extrema e comprovada necessidade.” (NR)

Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 29 de março de 2007; 186o da Independência e 119o da República

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LEI Nº 12.403, DE 4 DE MAIO DE 2011

Altera dispositivos do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo

Penal, relativos à prisão processual, fiança, liberdade provisória, demais medidas cautelares, e

dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte Lei:

Art. 1º Os arts. 282, 283, 289, 299, 300, 306, 310, 311, 312, 313, 314, 315, 317, 318, 319, 320,

321, 322, 323, 324, 325, 334, 335, 336, 337, 341, 343, 344, 345, 346, 350 e 439 do Decreto-Lei nº

3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal, passam a vigorar com a seguinte

redação:

“ TÍTULO IX

DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA”

“Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a:

I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos

casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais;

II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do

indiciado ou acusado.

§ 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente.

§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes

ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou

mediante requerimento do Ministério Público.

§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber

o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, acompanhada de

cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo.

§ 4º No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, de ofício ou

mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá

substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão

preventiva (art. 312, parágrafo único).

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§ 5º O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo

para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

§ 6º A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra

medida cautelar (art. 319).” (NR)

“Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e

fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória

transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão

temporária ou prisão preventiva. (Vide ADC Nº 43) (Vide ADC Nº 44) (Vide ADC Nº 54)

§ 1º As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a que não for

isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de liberdade.

§ 2º A prisão poderá ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições

relativas à inviolabilidade do domicílio.” (NR)

“Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdição do juiz

processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor do

mandado.

§ 1º Havendo urgência, o juiz poderá requisitar a prisão por qualquer meio de comunicação,

do qual deverá constar o motivo da prisão, bem como o valor da fiança se arbitrada.

§ 2º A autoridade a quem se fizer a requisição tomará as precauções necessárias para

averiguar a autenticidade da comunicação.

§ 3º O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo máximo de 30

(trinta) dias, contados da efetivação da medida.” (NR)

“Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vista de mandado judicial, por qualquer meio de

comunicação, tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição, as precauções

necessárias para averiguar a autenticidade desta.” (NR)

“Art. 300. As pessoas presas provisoriamente ficarão separadas das que já estiverem

definitivamente condenadas, nos termos da lei de execução penal.

Parágrafo único. O militar preso em flagrante delito, após a lavratura dos procedimentos

legais, será recolhido a quartel da instituição a que pertencer, onde ficará preso à disposição

das autoridades competentes.” (NR)

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“Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados

imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por

ele indicada.

§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz

competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu

advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.

§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela

autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.” (NR)

“Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente:

I - relaxar a prisão ilegal; ou

II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes

do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares

diversas da prisão; ou

III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o

fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de

7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado

liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob

pena de revogação.” (NR)

“Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão

preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do

Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade

policial.” (NR)

“Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem

econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal,

quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.

Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de

descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares

(art. 282, § 4º ).” (NR)

“Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão

preventiva:

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I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro)

anos;

II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado,

ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro

de 1940 - Código Penal;

III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente,

idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de

urgência;

IV - (revogado).

Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a

identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-

la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se

outra hipótese recomendar a manutenção da medida.” (NR)

“Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas

constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III

do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.” (NR)

“Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre

motivada.” (NR)

“CAPÍTULO IV

DA PRISÃO DOMICILIAR”

“Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua

residência, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial.” (NR)

“Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:

I - maior de 80 (oitenta) anos;

II - extremamente debilitado por motivo de doença grave;

III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com

deficiência;

IV - gestante a partir do 7º (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de alto risco.

Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos

neste artigo.” (NR)

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“CAPÍTULO V

DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES”

“Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:

I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para

informar e justificar atividades;

II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias

relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para

evitar o risco de novas infrações;

III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias

relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;

IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou

necessária para a investigação ou instrução;

V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou

acusado tenha residência e trabalho fixos;

VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou

financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais;

VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou

grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do

Código Penal) e houver risco de reiteração;

VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do

processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à

ordem judicial;

IX - monitoração eletrônica.

§ 1º (Revogado).

§ 2º (Revogado).

§ 3º (Revogado).

§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo

ser cumulada com outras medidas cautelares.” (NR)

“Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades

encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou

acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas.” (NR)

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“Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz

deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas

no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código.

I - (revogado)

II - (revogado).” (NR)

“Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja

pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos.

Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48

(quarenta e oito) horas.” (NR)

“Art. 323. Não será concedida fiança:

I - nos crimes de racismo;

II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos

definidos como crimes hediondos;

III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem

constitucional e o Estado Democrático;

IV - (revogado);

V - (revogado).” (NR)

“Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:

I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou

infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328

deste Código;

II - em caso de prisão civil ou militar;

III - (revogado);

IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312).”

(NR)

“Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites:

a) (revogada);

b) (revogada);

c) (revogada).

I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de

liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos;

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II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de

liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos.

§ 1º Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser:

I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código;

II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou

III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes.

§ 2º (Revogado):

I - (revogado);

II - (revogado);

III - (revogado).” (NR)

“Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença

condenatória.” (NR)

“Art. 335. Recusando ou retardando a autoridade policial a concessão da fiança, o preso, ou

alguém por ele, poderá prestá-la, mediante simples petição, perante o juiz competente, que

decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.” (NR)

“Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das custas, da

indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for condenado.

Parágrafo único. Este dispositivo terá aplicação ainda no caso da prescrição depois da

sentença condenatória (art. 110 do Código Penal).” (NR)

“Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sentença que houver

absolvido o acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor que a constituir, atualizado,

será restituído sem desconto, salvo o disposto no parágrafo único do art. 336 deste Código.”

(NR)

“Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado:

I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo;

II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo;

III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança;

IV - resistir injustificadamente a ordem judicial;

V - praticar nova infração penal dolosa.” (NR)

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“Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de metade do seu valor,

cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a

decretação da prisão preventiva.” (NR)

“Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o acusado

não se apresentar para o início do cumprimento da pena definitivamente imposta.” (NR)

“Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu valor, deduzidas as custas e mais encargos a que o

acusado estiver obrigado, será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei.” (NR)

“Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções previstas no art. 345 deste

Código, o valor restante será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei.” (NR)

“Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica do preso,

poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327

e 328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for o caso.

Parágrafo único. Se o beneficiado descumprir, sem motivo justo, qualquer das obrigações ou

medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4º do art. 282 deste Código.” (NR)

“Art. 439. O exercício efetivo da função de jurado constituirá serviço público relevante e

estabelecerá presunção de idoneidade moral.” (NR)

Art. 2º O Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal, passa a

vigorar acrescido do seguinte art. 289-A:

“Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do mandado de prisão em

banco de dados mantido pelo Conselho Nacional de Justiça para essa finalidade.

§ 1º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no mandado de prisão

registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora da competência territorial do juiz

que o expediu.

§ 2º Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão decretada, ainda que sem registro no

Conselho Nacional de Justiça, adotando as precauções necessárias para averiguar a

autenticidade do mandado e comunicando ao juiz que a decretou, devendo este providenciar,

em seguida, o registro do mandado na forma do caput deste artigo.

§ 3º A prisão será imediatamente comunicada ao juiz do local de cumprimento da medida o

qual providenciará a certidão extraída do registro do Conselho Nacional de Justiça e informará

ao juízo que a decretou.

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§ 4º O preso será informado de seus direitos, nos termos do inciso LXIII do art. 5º da

Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, será

comunicado à Defensoria Pública.

§ 5º Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da pessoa do executor ou

sobre a identidade do preso, aplica-se o disposto no § 2º do art. 290 deste Código.

§ 6º O Conselho Nacional de Justiça regulamentará o registro do mandado de prisão a que se

refere o caput deste artigo.”

Art. 3º Esta Lei entra em vigor 60 (sessenta) dias após a data de sua publicação oficial.

Art. 4º São revogados o art. 298, o inciso IV do art. 313, os §§ 1º a 3º do art. 319, os incisos I e II

do art. 321, os incisos IV e V do art. 323, o inciso III do art. 324, o § 2º e seus incisos I, II e III do

art. 325 e os arts. 393 e 595, todos do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código

de Processo Penal.

Brasília, 4 de maio de 2011; 190º da Independência e 123º da República.

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LEI COMPLEMENTAR N.º 13.259,

DE 20 DE OUTUBRO DE 2009

Dispõe sobre o Quadro Especial de Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul,

da Superintendência dos Serviços Penitenciários – Susepe –, criado pela Lei n.º 9.228, de 1º de

fevereiro de 1991, e dá outras providências.

TÍTULO I

DA ORGANIZAÇÃO

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1.º Esta Lei Complementar dispõe sobre o Quadro Especial de Servidores Penitenciários do

Estado do Rio Grande do Sul, da Superintendência dos Serviços Penitenciários – Susepe – ,

criado pela Lei n.º 9.228, de 1.º de fevereiro de 1991, e alterações.

Art. 2.º Integram o quadro de cargos de provimento efetivo da Organização Básica do Quadro

Especial de Servidores Penitenciários as categorias funcionais de Agente Penitenciário

Administrativo, Agente Penitenciário, Técnico Superior Penitenciário e Quadro de Cargos em

Extinção.

CAPÍTULO II

DA ESTRUTURA DO QUADRO DE CARGOS DE PROVIMENTO EFETIVO

Art. 3.º Dos atuais 700 (setecentos) cargos de Auxiliar de Serviços Penitenciários, criados pela

Lei n.º 9.228/1991 e alterações, ficam extintos 100 (cem) cargos e 600 (seiscentos) cargos são

transformados em cargos de Agente Penitenciário Administrativo nos graus “A”, “B”, “C” e “D”,

conforme Anexo I, sendo asseguradas aos atuais detentores todas as vantagens e os direitos

nos graus correspondentes.

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Parágrafo único. Fica criado o Grau “E” na categoria funcional de Agente Penitenciário

Administrativo, com a criação de 100 (cem) cargos, conforme Anexo I.

Art. 4.º Os atuais 700 (setecentos) cargos de Monitor Penitenciário, criados pela Lei n.º

9.228/1991, e alterações, são transformados em cargos de Técnico Superior Penitenciário, na

forma constante do Anexo I, sendo assegurados aos atuais detentores todas as vantagens e os

direitos nos graus correspondentes.

Parágrafo único. Ficam criados 256 (duzentos e cinquenta e seis) cargos na categoria funcional

de Técnico Superior Penitenciário, conforme segue: comp 2

I. 189 (cento e oitenta e nove) cargos no Grau “A”;

II. 64 (sessenta e quatro) cargos no Grau “B”; e

III. 3 (três) cargos no Grau “C”.

Art. 5.º Na categoria funcional de Agente Penitenciário, ficam criados o Grau “E” e 1.783 (mil,

setecentos e oitenta e três) cargos, na forma a seguir: (Vide Lei Complementar n.º 15.453/20)

I. 552 (quinhentos e cinquenta e dois) cargos no Grau “A”;

II. 296 (duzentos e noventa e seis) cargos no Grau “B”;

III. 261 (duzentos e sessenta e um) cargos no Grau “C”;

IV. 244 (duzentos e quarenta e quatro) cargos no Grau “D”; e

V. 430 (quatrocentos e trinta) cargos no Grau “E”.

Art. 6.º É extinta a categoria funcional de Criminólogo e os respectivos 250 (duzentos e

cinquenta) cargos, criados pela Lei n.º 9.228/1991.

Art. 7.º A categoria funcional de Monitor Penitenciário, criada pela Lei n.º 6.502, de 22 de

dezembro de 1972, e extinta pela Lei n.º 9.228/1991, permanece em extinção e os cargos no

Grau “E” extinguir-se-ão progressiva e sucessivamente, até o último vagar.

Art. 8.º A estrutura do Quadro Especial de Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande

do Sul passa a ser a constante do Anexo I.

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CAPÍTULO III

DAS ESPECIFICAÇÕES DAS CATEGORIAS FUNCIONAIS

Art. 9.º As especificações das categorias funcionais integrantes do Quadro Especial de

Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul são as que constituem o Anexo II.

Art. 10. Para o provimento do cargo de Técnico Superior Penitenciário, serão exigidas as

graduações de nível superior nas áreas de Administração, Arquitetura, Ciências da

Computação, Ciências Contábeis, Ciências Jurídicas e Sociais, Ciências Sociais, Educação Física,

Enfermagem, Engenharia Agronômica, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Farmácia,

Fisioterapia, Estatística, Odontologia, Terapia Ocupacional, Tecnologia em Segurança Prisional,

Nutrição, Pedagogia, Psicologia, Serviço Social e Sistemas de Informação e outros que a Susepe

definir para prover a estrutura técnica organizacional que se fizer necessário.

CAPÍTULO IV

DO PROVIMENTO E DA GESTÃO DO DESEMPENHO FUNCIONAL E PROMOÇÕES

Seção I

Do Provimento

Art. 11. O provimento dos graus iniciais das categorias funcionais integrantes do Quadro de

Cargos de Provimento Efetivo será mediante concurso público de provas, ou de provas e

títulos, realizadas em quatro fases eliminatórias e sucessivas, consideradas as peculiaridades

das respectivas categorias:

I. provas de conhecimento;

II. prova de capacidade física;

III. avaliação psicológica; comp 3

IV. investigação da vida pregressa.

§ 1.º Além das fases acima, o edital de abertura do concurso público estabelecerá outros

requisitos imprescindíveis para provimento dos cargos.

§ 2.º A prova de títulos, quando houver, nos termos do edital, terá caráter classificatório.

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Art. 12. O recrutamento, a seleção e a formação de candidatos para provimento de cargos e

funções, em diferentes níveis de atuação da Susepe, são de competência da Escola do Serviço

Penitenciário.

Art. 13. Os candidatos nomeados serão obrigatoriamente lotados na Escola do Serviço

Penitenciário, onde entrarão em exercício com a frequência no curso de formação profissional.

§ 1.º A pontuação relativa ao aproveitamento no curso de formação será parte integrante da

avaliação do estágio probatório, e a não aprovação no curso de formação implicará no

desligamento do servidor.

§ 2.º Os candidatos ao cargo de Técnico Superior Penitenciário se submeterão a provas de

conhecimento em duas fases distintas, ambas eliminatórias, compreendendo:

I. prova objetiva; e

II. prova dissertativa, versando sobre temas específicos da área de atuação a que se

candidatou.

Seção II

Da Gestão de Desempenho Funcional e Promoções

Art. 14. A Gestão de Desempenho Funcional e Promoções compreende um modelo de gestão

nas modalidades de desempenho, capacitação e desenvolvimento do servidor penitenciário,

com vista às promoções, a ser implementada de forma integrada entre os diferentes níveis da

atuação.

Art. 15. As promoções dos servidores penitenciários consistem na passagem de um grau para

o imediatamente superior àquele a que pertence, nas respectivas categorias funcionais e

realizadas nas modalidades de merecimento e antiguidade, alternadamente, e nos casos

previstos das promoções extraordinárias, da Lei Complementar n.º 11.000, de 18 de agosto de

1997.

Art. 16. Os atos de promoção terão como data base para publicação o mês de setembro.

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Art. 17. Os percentuais para as promoções serão de 50% (cinquenta por cento) por

merecimento e de 50% (cinquenta por cento) por antiguidade.

Art. 18. Todos os servidores concorrerão às promoções na respectiva categoria funcional na

modalidade de merecimento e considerar-se-á apto o servidor que satisfizer as condições que

seguem:

I. avaliação satisfatória do desempenho funcional;

II. ter concluído o estágio probatório e o interstício do respectivo grau;

III. não ter sofrido qualquer tipo de punição disciplinar nos últimos doze meses; e

IV. outras condições de merecimento, a serem definidas em regulamento.

Parágrafo único. A Avaliação de Desempenho Funcional constitui requisito básico e

indispensável para promoção e tem por finalidade identificar e mensurar o desempenho e o

potencial dos servidores penitenciários.

Art. 19. A promoção na modalidade de antiguidade caberá ao servidor penitenciário que

contar mais tempo de efetivo exercício no grau, na respectiva categoria funcional e no

cumprimento dos requisitos a serem definidos por regulamento.

Art. 20. No prazo de cento e oitenta dias, a contar da data da publicação desta Lei

Complementar, o Poder Executivo deverá regulamentar as disposições desta seção.

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CAPÍTULO V

DA LOTAÇÃO E DA JORNADA DE TRABALHO

Seção I

Da Lotação

Art. 21. A lotação de cargos se dará no âmbito da Superintendência dos Serviços

Penitenciários.

Parágrafo único. O servidor penitenciário poderá ser posto à disposição da Secretaria da

Segurança Pública e dos órgãos vinculados, por prazo determinado de até um ano, podendo

ser renovado por igual período e precedida de autorização, sem prejuízo da situação

remuneratória.

Seção II

Da Jornada de Trabalho

Art. 22. A jornada de trabalho para todas as categorias funcionais é de 40 horas semanais.

Art. 23. Os servidores integrantes do Quadro Especial de Servidores Penitenciários do Estado

do Rio Grande do Sul ficarão sujeitos aos seguintes regimes de trabalho:

I. regime de expediente: 8 horas diárias totalizando 40 horas semanais, podendo ser

convocado em casos especiais aos sábados, domingos, feriados e no período noturno,

assegurado o descanso semanal, bem como todas as vantagens previstas em lei;

II. regime de plantão: plantões de 24 horas totalizando 160 horas mensais mediante escala de

trabalho, assegurado o respectivo descanso, bem como todas as vantagens previstas em lei.

Parágrafo único. Os servidores penitenciários, quando em serviço, têm direito ao alimento

fornecido pelo Estado.

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CAPÍTULO VI

DOS VENCIMENTOS E DOS REAJUSTES SALARIAIS

Art. 24. Os vencimentos dos cargos das categorias funcionais integrantes do Quadro Especial

de Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul e do Quadro em Extinção, de que

trata a Lei n.º 9.228/1991, serão constituídos de uma parte básica, acrescida de um percentual

considerado como fator de valoração a título de risco de vida para todos os efeitos legais.

Parágrafo único. O fator de valoração a título de risco de vida, nos termos da Lei n.º 11.648, de

19 de julho de 2001, corresponde ao índice de 222% (duzentos e vinte e dois por cento), que

incidirá sobre o vencimento, acrescido dos quinquênios ou avanços e dos adicionais por

tempo de serviço de 15% (quinze por cento) ou 25% (vinte e cinco por cento), quando devidos,

assim como da parcela correspondente à função gratificada, quando for o caso.

Art. 24-A. Os vencimentos dos cargos das categorias funcionais integrantes do Quadro Especial

de Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul e do Quadro em extinção, de que

trata a Lei n.º 9.228/1991, poderão ser fixados por Lei em parcela única, na forma de subsídio,

observado o estabelecido no inciso VI do art. 7.º e no § 4.º do art. 39 da Constituição Federal, e

o limite único previsto no § 7.º do art. 33 da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul.

Parágrafo único. A alteração do valor nominal do subsídio de que trata o “caput” deste artigo

dependerá de lei específica, de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo, nos termos

dos incisos X e XI do art. 37 da Constituição Federal.

Art. 25. Fica acrescido às disposições da Lei n.º 12.201, de 29 de dezembro de 2004, para fins

de recomposição dos vencimentos do Agente Penitenciário Administrativo, o Grau “E” com

fator de 3,99 e ao do Agente Penitenciário, o Grau “E” com fator de 5,92.

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CAPÍTULO VII

DO PORTE DE ARMA DE FOGO

Art. 26. Para todos os efeitos legais, os servidores ativos e inativos das categorias funcionais do

Quadro Especial de Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul têm direito a

porte de arma de fogo permanente, na forma do regulamento.

CAPÍTULO VIII

DA APOSENTADORIA

Art. 26-A. Serão aposentados voluntariamente, nos termos do art. 40, § 4.º, incisos II e III, da

Constituição Federal, com proventos integrais, após trinta anos de serviço, desde que

contenham, pelo menos vinte anos de exercício no cargo, computados para tal para ambos os

casos, os afastamentos previstos no art. 64 da Lei Complementar n.º 10.098, de 3 de fevereiro

de 1994, os servidores titulares de cargos efetivos integrantes do Quadro Especial de

Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul e do Quadro em Extinção, que

ocupem as seguintes funções:

I. Agente Penitenciário;

II. Agente Penitenciário Administrativo;

III. Técnico Superior Penitenciário;

IV. Monitor Penitenciário.

§ 1º Pode ser considerado, no cômputo dos vinte anos previstos no “caput” deste artigo, o

exercício em atividade de risco em outros cargos efetivos de carreiras do Estado.

§ 2º Compreendem-se por proventos integrais os valores correspondentes à totalidade da

remuneração do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria, à época da

concessão.

§ 3º Os reajustes salariais, a qualquer título concedidos aos servidores ativos, serão igualmente

concedidos, nas mesmas datas e índices, aos servidores inativos, visando garantir a paridade

salarial.

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Art. 26-A. Serão aposentados voluntariamente, nos termos do art. 40, § 4.º, incisos II e III, da

Constituição Federal, com proventos integrais, após 30 (trinta) anos de serviço, desde que

contenham, pelo menos 20 (vinte) anos de exercício no cargo, se homem, e após 25 (vinte e

cinco) anos de serviço, desde que contenham, pelo menos 15 (quinze) anos de exercício no

cargo, se mulher, computados para tal, em ambos os casos, os afastamentos previstos no art.

64 da Lei Complementar n.º 10.098, de 3 de fevereiro de 1994, os servidores titulares de cargos

efetivos integrantes do Quadro Especial de Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande

do Sul e do Quadro em Extinção, que ocupem as seguintes funções:

I. Agente Penitenciário;

II. Agente Penitenciário Administrativo;

III. Técnico Superior Penitenciário;

IV. Monitor Penitenciário.

§ 1.º Pode ser considerado, no cômputo dos 20 (vinte) anos, se homem, e no cômputo dos 15

(quinze) anos, se mulher, previstos no “caput” deste artigo, o exercício em atividade de risco

em outros cargos efetivos de carreiras do Estado.

§ 2.º Compreendem-se por proventos integrais os valores correspondentes à totalidade da

remuneração do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria, à época da

concessão.

§ 3.º Os reajustes salariais, a qualquer título concedidos aos(às) servidores(as) ativos(as) serão

igualmente concedidos, nas mesmas datas e índices, aos(às) servidores(as) inativos(as),

visando garantir a paridade salarial.

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CAPÍTULO IX

DA GRATIFICAÇÃO DE PERMANÊNCIA EM SERVIÇO

Art. 26-B. Ao(A) servidor(a) efetivo(a) integrante do Quadro Especial de Servidores

Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul, da Superintendência dos Serviços

Penitenciários. SUSEPE, criado pela Lei n.º 9.228, de 1º de fevereiro de 1991, e alterações, que

adquirir o direito à aposentadoria e se enquadrar nos termos do Art. 26-A desta Lei

Complementar, e cuja permanência no desempenho de suas funções for julgada conveniente

e oportuna para o serviço público estadual, poderá ser deferida, por ato do Governador, uma

gratificação de permanência em serviço no valor correspondente a 20% (vinte por cento) do

seu subsídio.

§ 1º A gratificação de que trata este artigo tem natureza precária e transitória e não servirá de

base de cálculo para nenhuma vantagem, nem será incorporada aos vencimentos ou

proventos da inatividade.

§ 2º A gratificação de que trata este artigo será deferida por um período máximo de dois anos,

sendo admitidas renovações por igual período, mediante iniciativa da chefia imediata do

servidor, ratificada pelo Titular da Pasta a que estiver vinculado o órgão ou entidade, e juízo de

conveniência e oportunidade do Governador.

§ 3º O(A) servidor(a), a quem for deferida a gratificação de que trata o caput deste artigo,

poderá ser chamado a prestar serviço em local diverso de sua lotação durante o período da

concessão da gratificação de permanência em serviço.

TÍTULO II

DISPOSIÇÕES GERAIS, FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 27. Ficam assegurados aos titulares da categoria funcional de Monitor Penitenciário. em

extinção. e de Técnico Penitenciário, extinto pela Lei n.º 9.228/1991, e aos titulares de cargos

do Quadro referido no art. 4o, o mesmo vencimento básico em cada grau correspondente,

fixado pela Lei n.º 12.201/2004, bem como os mesmos direitos e vantagens adquiridas por

força de legislação em vigor.

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Art. 28. Ficam asseguradas aos servidores regidos por esta Lei Complementar condições de

salubridade no ambiente de trabalho e no desenvolvimento de suas atividades funcionais,

bem como o fornecimento de equipamentos de proteção individual, ficando também

assegurada a percepção de gratificação de insalubridade, na forma da lei, enquanto essas

condições não forem atingidas.

Art. 29. Os servidores integrantes do Quadro Especial de Servidores Penitenciários do Estado

do Rio Grande do Sul, de que trata esta Lei Complementar, serão regidos pela Lei

Complementar n.º 10.098, de 03 de fevereiro de 1994, até a edição de estatuto próprio.

Art. 30. As funções gratificadas com lotação exclusiva na Superintendência dos Serviços

Penitenciários – Susepe – serão exercidas por servidores efetivos do Quadro Especial de

Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul.

Art. 30-A. A partir da data da publicação desta Lei Complementar até a data final da validade

do Concurso Público n.º 01/2006, publicado no Diário Oficial do Estado do dia 13 de janeiro de

2006, e ratificado pelo Edital de Concursos n.º 02/2006, publicado no Diário Oficial do Estado

do dia 19 de janeiro de 2006, serão exigidas a escolaridade de nível fundamental e de nível

médio, respectivamente, para o provimento dos cargos de Agente Penitenciário Administrativo

e de Agente Penitenciário.

Art. 31. O Poder Executivo regulamentará a estrutura organizacional e funcional da

Superintendência dos Serviços Penitenciários no prazo de até cento oitenta dias a contar da

publicação desta Lei Complementar.

Art. 32. As disposições desta Lei Complementar aplicam-se, no que couber, aos inativos do

quadro instituído pela Lei n.º 6.502/1972, ficando assegurada a revisão dos seus proventos

para adequação.

Art. 33. As despesas decorrentes da execução desta Lei Complementar correrão à conta das

dotações orçamentárias próprias.

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Art. 34. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 35. Ficam revogadas as disposições em contrário.

PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 20 de outubro de 2009.

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DECLARAÇÃO UNIVERSAL

DOS DIREITOS HUMANOS

Adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (resolução 217 A III) em 10 de
dezembro 1948.
Preâmbulo

Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da

família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça

e da paz no mundo,

Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em

atos bárbaros que ultrajaram a consciência da humanidade e que o advento de um mundo em

que mulheres e homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a

salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do ser humano

comum,

Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo império da

lei, para que o ser humano não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a

tirania e a opressão,

Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre

as nações,

Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos

direitos fundamentais do ser humano, na dignidade e no valor da pessoa humana e na

igualdade de direitos do homem e da mulher e que decidiram promover o progresso social e

melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla,

Considerando que os Países-Membros se comprometeram a promover, em cooperação

com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades fundamentais do ser

humano e a observância desses direitos e liberdades,

Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais

alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso,

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Agora portanto a Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos

Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações,

com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade tendo sempre em mente esta

Declaração, esforce-se, por meio do ensino e da educação, por promover o respeito a esses

direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e

internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos,

tanto entre os povos dos próprios Países-Membros quanto entre os povos dos territórios sob

sua jurisdição.

Artigo 1

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão

e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.

Artigo 2

1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta

Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião

política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer

outra condição.

2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou

internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território

independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de

soberania.

Artigo 3

Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo 4

Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão

proibidos em todas as suas formas.

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Artigo 5

Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou

degradante.

Artigo 6

Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante

a lei.

Artigo 7

Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei.

Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente

Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.

Artigo 8

Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo

para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela

constituição ou pela lei.

Artigo 9

Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Artigo 10

Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte

de um tribunal independente e imparcial, para decidir seus direitos e deveres ou fundamento

de qualquer acusação criminal contra ele.

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Artigo 11

1.Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até

que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no

qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.

2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não

constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena

mais forte de que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.

Artigo 12

Ninguém será sujeito à interferência na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua

correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação. Todo ser humano tem direito à

proteção da lei contra tais interferências ou ataques.

Artigo 13

1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras

de cada Estado.

2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio e a esse

regressar.

Artigo 14

1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em

outros países.

2. Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por

crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 15

1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade.

2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de

nacionalidade.

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Artigo 16

1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou

religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos

em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.

2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.

3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da

sociedade e do Estado.

Artigo 17

1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.

2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

Artigo 18

Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direito

inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou

crença pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular.

Artigo 19

Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui a

liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e

idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

Artigo 20

1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica.

2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

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Artigo 21

1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por

intermédio de representantes livremente escolhidos.

2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.

3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; essa vontade será expressa em

eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo

equivalente que assegure a liberdade de voto.

Artigo 22

Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança social, à realização

pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e

recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua

dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.

Artigo 23

1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e

favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.

2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual

trabalho.

3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória que lhe

assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana e a

que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.

4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de

seus interesses.

Artigo 24

Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de

trabalho e a férias remuneradas periódicas.

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Artigo 25

1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família

saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços

sociais indispensáveis e direito à segurança em caso de desemprego, doença invalidez, viuvez,

velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu

controle.

2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças,

nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.

Artigo 26

1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus

elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-

profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.

2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana

e do fortalecimento do respeito pelos direitos do ser humano e pelas liberdades

fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as

nações e grupos raciais ou religiosos e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da

manutenção da paz.

3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a

seus filhos.

Artigo 27

1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de

fruir as artes e de participar do progresso científico e de seus benefícios.

2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de

qualquer produção científica literária ou artística da qual seja autor.

Artigo 28

Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e

liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.

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Artigo 29

1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno

desenvolvimento de sua personalidade é possível.

2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará sujeito apenas às

limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido

reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas

exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.

3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente

aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 30

Nenhuma disposição da presente Declaração poder ser interpretada como o reconhecimento

a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar

qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.

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PROMULGA A CONVENÇÃO AMERICANA

SOBRE DIREITOS HUMANOS

(PACTO DE SÃO JOSÉ DA COSTA RICA)


DECRETO NO 678, DE 6 DE NOVEMBRO DE 1992

Promulga a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica),

de 22 de novembro de 1969.

O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no exercício do cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no

uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição, e Considerando que a

Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), adotada no

âmbito da Organização dos Estados Americanos, em São José da Costa Rica, em 22 de

novembro de 1969, entrou em vigor internacional em 18 de julho de 1978, na forma do

segundo parágrafo de seu art. 74;

Considerando que o Governo brasileiro depositou a carta de adesão a essa convenção em 25

de setembro de 1992; Considerando que a Convenção Americana sobre Direitos Humanos

(Pacto de São José da Costa Rica) entrou em vigor, para o Brasil, em 25 de setembro de 1992 ,

de conformidade com o disposto no segundo parágrafo de seu art. 74;

DECRETA:

Art. 1° A Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica),

celebrada em São José da Costa Rica, em 22 de novembro de 1969, apensa por cópia ao

presente decreto, deverá ser cumprida tão inteiramente como nela se contém.

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Art. 2° Ao depositar a carta de adesão a esse ato internacional, em 25 de setembro de 1992, o

Governo brasileiro fez a seguinte declaração interpretativa: "O Governo do Brasil entende que

os arts. 43 e 48, alínea d , não incluem o direito automático de visitas e inspeções in loco da

Comissão Interamericana de Direitos Humanos, as quais dependerão da anuência expressa do

Estado".

Art. 3° O presente decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 6 de novembro de 1992; 171° da Independência e 104° da República.

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DECRETO Nº 46.534, DE 04 DE AGOSTO DE 2009

A GOVERNADORA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, no uso da atribuição que lhe confere

o artigo

82, incisos V e VII da Constituição do Estado,

DECRETA:

Art. 1° - Fica aprovado o Regimento Disciplinar Penitenciário do Estado do Rio Grande do Sul,

que é publicado em anexo ao presente Decreto, para atender às disposições da Lei de

Execuções Penais, Lei Federal n° 7.210/1984, visando estabelecer os princípios bá sicos da

conduta, disciplina e direitos dos presos no Sistema Penitenciário do Estado do Rio Grande do

Sul.

Art. 2° - 0 presente Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as

disposições em contrário.

PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 04 de agosto de 2009.

REGIMENTO DISCIPLINAR PENITENCIÁRIO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

TÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1° - Este Regimento Disciplinar destina-se a estabelecer os princípios básicos da conduta,

da disciplina, direitos e deveres dos presos no Sistema Penitenciário do Estado do Rio Grande

do Sul.

Parágrafo único. As normas contidas neste Regimento deverão ser aplicadas em conformidade

com a Lei Federal nº 7.210 (Lei de Execuções Penais - LEP), de 11 de julho de 1984, com suas

alterações legais, harmonicamente com o conjunto de preceitos e princípios constitucionais

aplicáveis.

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Art. 2° - Serão consideradas infrações disciplinares todas as ações ou omissões que

desrespeitem as normas constantes deste Regimento, considerando as especificidades da

relação de especial sujeição mantida pelo apenado com o Estado.

§ 1° - Não haverá infração disciplinar em razão de dúvida ou suspeita, devendo a mesma ser

apurada por meio do competente Procedimento Disciplinar e, comprovada, será aplicada a

sanção disciplinar adequada.

§ 2° - São vedadas sanções disciplinares coletivas.

§ 3° - Na hipótese da ocorrência de crime previsto na legislação vigente concomitante à

infração disciplinar, serão encaminhadas todas as providências necessárias ao processamento

daquele, independentemente da apuração da falta disciplinar prevista neste Regimento.

§ 4° - O preso que, de qualquer forma, concorrer para a prática de infração disciplinar, será

considerado coautor ou partícipe, passível da mesma sanção aplicável ao autor, respeitados os

limites de sua participação.

§ 5° - As sanções disciplinares respeitarão os direitos fundamentais dos presos.

Art. 3° - Ao Diretor/Administrador das casas prisionais caberá a competência para o exercício

do poder disciplinar, observado o regramento legal vigente e de acordo com as normas deste

Regimento.

Art. 4° - O preso, quando de seu ingresso no estabelecimento penitenciário, deverá ser

cientificado das normas disciplinares constantes deste Regimento.

TÍTULO II

DOS DEVERES E DOS DIREITOS

CAPÍTULO I

DOS DEVERES

Art. 5° - São deveres do preso, além daqueles previstos no artigo 39 da LEP, os seguintes:

I - respeitar as normas vigentes em seu estabelecimento penal;

II - zelar pela manutenção dos equipamentos e pela estrutura do estabelecimento penal;

III - submeter-se à revista pessoal, de sua cela e pertences, sempre que necessário;

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IV - abster-se de portar, fabricar e/ou consumir bebida alcoólica ou substância que possa

determinar reações adversas às normas de conduta, ou que cause dependência física ou

psíquica;

V - manter comportamento ordeiro e disciplinado;

VI - acatar as determinações da autoridade administrativa;

VII - zelar pela higiene e conservação de seu alojamento;

VIII - observar as disposições contidas neste Regimento;

IX - abster-se de possuir, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que

permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.

CAPÍTULO II

DOS DIREITOS

Art. 6º - Constituem direitos do preso aqueles previstos nos artigos 41 a 43 da LEP.

Art. 7° - Todo preso terá direito à ampla defesa e ao contraditório nos procedimentos

disciplinares a que for submetido.

Art. 8° - O trabalho prisional será regido pelos artigos 28 a 37 da LEP.

Parágrafo único. A regulamentação do trabalho prisional nos estabelecimentos penitenciários

do Rio Grande do Sul estará sujeita à normatização complementar exarada pela

Superintendência dos Serviços Penitenciários - SUSEPE.

TÍTULO III

DA DISCIPLINA

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 9° - A disciplina consiste no respeito à ordem e na obediência às determinações das

autoridades incumbidas da administração e da execução da pena, bem como dos agentes

legitimados para o encargo.

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CAPÍTULO II

DAS FALTAS DISCIPLINARES

Art.10 - As faltas disciplinares classificam-se em leves, médias e graves.

§ 1° - A apuração das faltas disciplinares ficará a cargo do Conselho Disciplinar, assegurado ao

preso acusado a ampla defesa e o contraditório.

§ 2° - Pune-se a tentativa com a sanção correspondente a falta consumada, observado o

disposto no parágrafo único do artigo 49 da LEP.

Art. 11 - Serão consideradas faltas de natureza grave:

I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a

II- fugir;

III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade

IV - provocar acidente de trabalho;

V - descumprir, no regime aberto, as condições impostas;

VI - desobedecer ao servidor ou desrespeitar a qualquer pessoa com quem

VII - deixar de executar o trabalho, as tarefas e as ordens recebidas;

VIII - praticar qualquer fato previsto como crime doloso na lei penal vigente;

IX - possuir, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a

comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.

§ 1° - As disposições deste artigo aplicam-se ao preso provisório e ao condenado no que

couber.

§ 2° - A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar

subversão da nordem ou disciplina internas, sujeita o preso provisório ou condenado, sem

prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado conforme prevê o artigo 52 da

LEP, com a redação dada pela Lei Federal n° 10. 792/03.

§ 3º - Cometerá falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que descumprir,

injustificadamente, a restrição imposta; retardar, injustificadamente, o cumprimento da

obrigação e inobservar os incisos VI e VII deste artigo.

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Art. 12 - Serão consideradas faltas de natureza média:

I – realizar compra e venda não autorizada pela direção do estabelecimento;

II - praticar atos que perturbem a ordem nas ocasiões de descanso, de trabalho ou de

reuniões;

III - faltar com o zêlo na conservação e higiene do alojamento ou cela;

IV - agir de forma a protelar os deslocamentos com o fim de obstruir ou eventual existência de

procedimento(s) administrativo(s) disciplinar(es) em andamento.

V - circular por áreas do estabelecimento onde é vedada a presença do preso;

VI - fabricar, portar, usar, possuir ou fornecer instrumento que venha a facilitar o cometimento

de ato considerado ilícito;

VII - impedir ou perturbar a jornada de trabalho ou a realização de tarefas de outro aperrado;

VIII - portar ou ter em qualquer local da unidade prisional, dinheiro, cheque, nota promissória,

cartão de crédito, quando houver norma que não permita a prática de tais atos;

IX - improvisar qualquer transformação não autorizada no alojamento ou cela que resulte em

prejuízo à vigilância e segurança;

X - fabricar, portar, possuir, ingerir ou fornecer bebida alcoólica;

XI - atrasar o retorno do serviço externo e saídas autorizadas;

XII - possuir qualquer componente de aparelho telefônico, rádio ou similar que contribua para

a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.

Art. 13 - Serão consideradas faltas de natureza leve:

I- descuidar-se da higiene pessoal ou conservação dos objetos pessoais;

II - agir com desleixo ou desinteresse na execução das tarefas

III - manusear equipamento de trabalho sem autorização ou conhecimento do responsável;

IV - adentrar em cela alheia sem autorização.

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CAPÍTULO III

DA CONDUTA

Art. 14 - A conduta do preso será avaliada tendo em vista o seu grau de adaptação às normas

que regulam sua permanência na instituição.

§ 1° - A conduta do preso será classificada em:

I- NEUTRA;

II - PLENAMENTE SATISFATÓRIA;

III - REGULAR;

IV - PÉSSIMA.

§ 2° - Considerar-se-á como NEUTRA a conduta do preso desde a data de seu ingresso no

sistema prisional até 60 (sessenta) dias de sua permanência na instituição e, para penas

inferiores a 1 (um) ano, o prazo previsto neste parágrafo será implementado com o

cumprimento de um sexto da pena.

§ 3° - Considerar-se-á PLENAMENTE SATISFATÓRIA a conduta do preso que não tenha

cometido falta disciplinar, após ultrapassado o período previsto no parágrafo anterior, ou após

o atendimento do disposto no parágrafo sexto deste artigo.

§ 4° - Considerar-se-á REGULAR a conduta do preso que tenha cometido falta de natureza

média ou de natureza leve, ou que, tendo praticado falta de natureza grave, atenda ao

disposto no parágrafo sexto deste artigo.

§ 5° - Considerar-se-á PÉSSIMA a conduta do preso que tenha cometido falta grave, enquanto

não atender ao disposto no parágrafo sexto deste artigo.

§ 6° - A reclassificação progressiva de uma conduta para a conduta imediatamente superior,

será automática a contar da data do cometimento da falta disciplinar e em razão da

quantidade da pena aplicada, observando-se os seguintes prazos:

a) penas até 05 (cinco) anos: 30 (trinta) dias;

b) penas acima de 05 (cinco) anos, até 10 (dez) anos: 60 (sessenta) dias;

c) penas acima de 10 (dez) anos, até 20 (vinte) anos: 90 (noventa) dias;

d) penas acima de 20 (vinte) anos: 120 (cento e vinte) dias.

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§ 7° - Em caso de cometimento da falta grave prevista no artigo 11, inciso II, deste Regimento,

o prazo para reclassificação da conduta será contado a partir da data do reinicio do

cumprimento da pena.

§ 8° - Em caso de transferência de estabelecimento, não haverá nova contagem de prazo para

efeito de classificação ou reclassificação da conduta e, será mantida, neste caso, a classificação

da conduta, computando-se o período de encarceramento no estabelecimento anterior.

§ 9° - 0 preso incluído no Regime Disciplinar Diferenciado, enquanto em tal situação

permanecer, terá sua conduta classificada como péssima e, idêntica classificação terá a

conduta do preso referido neste parágrafo, inicialmente, quando do retorno ao regime de

origem.

§ 10 - Para efeito do disposto no artigo 112 caput da Lei Federal n ° 7.210/84, com alteração

prevista na Lei Federal n° 10.792/03, a conduta equivalente à expre ssão ostentar bom

comportamento é a plenamente satisfatória.


§ 11 - Não haverá prejuízo na classificação da conduta do preso caso não haja registro de falta

disciplinar devidamente apurada e a cientificação à autoridade judicial. Entretanto, o

Diretor/Administrador, ao emitir parecer sobre o comportamento do apenado, comunicará a

eventual existência de procedimento(s) disciplinar(es) em andamento. (Alterado pelo Decreto

47.594/2010)

§ 12 - Será considerado reincidente em falta disciplinar o preso que cometer nova falta, no

período de 1 (um) ano, a contar da data do cometimento da última falta disciplinar e, os casos

previstos no inciso II do artigo 11 deste Regimento, contar-se-á o prazo a partir do reinício de

cumprimento da pena.

§ 13º - Na hipótese do preso estar recolhido provisoriamente e sem pena aplicada, a

reclassificação progressiva de uma conduta para a conduta imediatamente superior dar-se-á

no prazo de 30 (trinta) dias.

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Art. 15 - Será obrigatória a realização da avaliação prevista neste artigo, para análise dos

benefícios de progressão de regime, do fechado para o semi-aberto e do fechado para

livramento condicional, nos crimes cometidos com violência ou grave ameaça contra a pessoa

e, para tanto, quando da emissão do documento que comprove o comportamento do

apenado, previsto no artigo 112 da Lei Federal n° 7.210/84, com as alterações introduzidas

pela Lei n° Federal n° 10.7 92/03, o Diretor/Administrador do estabelecimento considerará o

seguinte:

I - a classificação da conduta nos termos do artigo anterior;

II - manifestação formal, sucinta e individual de, pelo menos, três dos seguintes servidores com

atuação no estabelecimento prisional em que se encontrar recolhido o apenado:

a) Responsável pela Atividade de Segurança e Disciplina;

b) Responsável pela Atividade Laboral;

c) Responsável pela Atividade de Ensino;

d) Assistente Social;

e) Psicólogo.

Parágrafo único. A manifestação de que trata o inciso II deste artigo deverá acompanhar o

documento que comprove o comportamento do apenado a ser emitido pelo

Diretor/Administrador.

CAPÍTULO IV

DAS SANÇÕES DISCIPLINARES

Seção I

Das Sanções

Art. 16 - Constituem sanções disciplinares:

I - advertência verbal;

II - repreensão;

III - suspensão ou restrição de direitos;

IV - isolamento na própria cela ou em local apropriado;

V - inclusão no Regime Disciplinar Diferenciado.

Parágrafo único. As sanções previstas nos incisos III e IV não poderão exceder a trinta dias.

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Seção II

Das Circunstâncias Atenuantes

Art. 17 - São circunstâncias que atenuam a sanção aplicada ao infrator:

I - a ausência de infrações anteriores;

II - o baixo grau de participação no cometimento da falta;

III - ter confessado, espontaneamente, a autoria de infração;

IV - ter agido sob coação resistível;

V - ter procurado, logo após o cometimento da infração, evitar ou minorar os seus efeitos;

VI - ter menos de 21 anos ou mais de 60 anos na data da falta;

Parágrafo único. A sanção disciplinar poderá, ainda, ser atenuada em razão de circunstância

relevante anterior ou posterior a infração disciplinar, embora não prevista expressamente

neste Regimento,

Seção III

Das Circunstâncias Agravantes

Art. 18 - São circunstâncias que agravam a sanção aplicada ao infrator:

I - a reincidência em falta disciplinar;

II - ter sido o organizador ou ter dirigido a atividade de outros participantes;

III - ter coagido ou induzido outros presos à prática de infração;

IV - ter praticado a infração com abuso de confiança;

V - ter praticado a falta disciplinar mediante dissimulação, traição ou emboscada;

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Seção IV

Da Aplicação das Sanções Disciplinares

Art. 19 - Na aplicação da sanção disciplinar deverão ser considerados o comportamento e a

conduta do preso durante o período de recolhimento, a causa determinante da infração, as

circunstâncias atenuantes e agravantes e a relevância do resultado produzido.

§ 1° - Aplica-se a sanção de advertência verbal ao autor quando a infração disciplinar for de

natureza leve.

§ 2º - Aplica-se a sanção de repreensão ao autor quando a infração disciplinar for de natureza

média ou quando houver reincidência em falta de natureza leve.

§ 3º - Aplicam-se as sanções de suspensão ou de restrição de direitos, ou ainda, a de

isolamento, quando a infração disciplinar for de natureza grave.

§ 4° - Em caso de falta grave, a autoridade administrativa poderá decretar o isolamento

preventivo do faltoso pelo prazo máximo de 10 (dez) dias no interesse da disciplina visando à

averiguação do fato e, este tempo de isolamento será computado no período de cumprimento

da sanção disciplinar.

§ 5° - Sendo o procedimento disciplinar concluído no prazo de 10 (dez) dias, faz-se cumprir o

total da sanção imposta observado o prazo previsto no artigo 16, parágrafo único e, não sendo

o procedimento disciplinar concluído no prazo de 10 (dez) dias, o restante da sanção deverá

ser cumprida imediatamente após aconclusão do Procedimento Disciplinar.

§ 6° - Quando o cumprimento do isolamento preventivo ou da sanção disciplinar ocorrer em

outro estabelecimento prisional, o estabelecimento de origem do apenado será responsável

pela recondução do preso após o término do prazo e, caso não ocorra a recondução, o

estabelecimento de cumprimento da restrição deverá comunicar a Divisão de Controle Legal

da SUSEPE.

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TÍTULO IV

DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR

CAPÍTULO I

DA INSTAURAÇÃO DE PROCEDIMENTO DISCIPLINAR

Art. 20 - Verificada a prática da infração disciplinar, a mesma deverá ser registrada em Livro de

Ocorrências, descrevendo-se o fato com todas as suas circunstâncias, a tipificação, além da

identificação e qualificação do(s) infrator(es) e demais envolvidos.

Art. 21 - Após a providência prevista no artigo anterior, o responsável pela Atividade de

Segurança e Disciplina fará comunicação ao DiretorlAdministrador do estabelecimento por

meio de Termo de Ocorrência, no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas.

Art 22 - 0 Diretor/Administrador, ao receber o Termo de Ocorrência, proferirá despacho

motivado no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, determinando:

I - o arquivamento, quando a conduta não estiver prevista como falta disciplinar ou quando

não existirem indícios suficientes de sua autoria, submetendo à decisão ao Conselho

Disciplinar;

II- a instauração do Procedimento Disciplinar, decidindo sobre:

a) o isolamento preventivo do faltoso, se entender necessário, na forma do art. 60, caput, da

Lei Federal n° 7.210/84;

b) a comunicação imediata ao Juiz competente, tanto da instauração do procedimento, quanto

do isolamento do faltoso;

c) a convocação do Conselho Disciplinar.

III – nas hipóteses das faltas disciplinares previstas no artigo 11, incisos II e VIII, cumpridas as

determinações dos artigos 20 e 21 todos deste RDP, o Diretor/Administrador comunicará ao

juízo da Vara de Execuções Criminais para que proceda a oitiva do apenado na forma do artigo

118, § 2º, da LEP, prejudicando a instauração de Procedimento Administrativo Disciplinar;

Parágrafo único. Na hipótese do Conselho Disciplinar, por maioria, não acolher a promoção de

arquivamento do Diretor/Administrador do estabelecimento, a instauração do Procedimento

Disciplinar será obrigatória, nos termos do inciso II deste artigo.

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Art. 23 - Os atos do Conselho Disciplinar orientar-serão pelos princípios da oralidade,

informalidade, economia processual, celeridade e ampla defesa, observando-se o seguinte

rito:

I - instaurado o Procedimento Disciplinar, o apenado deverá ser cientificado das acusações a

ele imputadas e da data da audiência de interrogatório, instrução e julgamento, a ser realizada

num prazo não inferior a 3 (três) dias e, tal ciência será colhida no Termo de Ocorrência, cuja

cópia ficará, desde já, a disposição do apenado e da defesa;

II - no mesmo ato o apenado poderá indicar defensor, bem como as provas que pretende

produzir em audiência e, na hipótese do apenado não indicar defensor, o Conselho Disciplinar

cientificará da audiência de instrução e julgamento a defensoria pública elou profissional da

área jurídica que possa exercer a defesa e, se neste mesmo ato, o apenado indicar profissional

da área jurídica que esteja presente e disponível a acompanhar os atos do procedimento

disciplinar, será dispensado o decurso do prazo previsto no inciso anterior.

III - na audiência de instrução e julgamento, após a altiva do infrator, das testemunhas e da

produção de outras provas, será oportunizada a manifestação imediata da defesa;

IV - finda a audiência e com a conclusão do Conselho Disciplinar, os autos serão

encaminhados, para que, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, profira a decisão, da qual será

cientificado o apenado, ao:

a) Diretor/Administrador, quando se tratar de Conselho Disciplinar Ordinário;

b) Delegado Penitenciário Regional, quando se tratar de Conselho Disciplianr Itinerante;

c) Corregedor-Geral do Sistema Penitenciário, quando se tratar de Conselho Disciplianr

Permanente;

Parágrafo único. Se, diante da prova produzida em audiência, houver necessidade da

realização de diligências ou de complementação do conjunto probatório, será designada nova

data para a continuação da solenidade, aplicando-se também ao artigo 22, III, deste RDP.

Art. 24 - Os atos processuais havidos como essenciais serão registrados em documento

próprio que será firmado por todos os presentes, consignando-se, expressamente, as razões

de defesa.

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Art. 25 - Nos casos de falta disciplinar de natureza grave, deverá a autoridade administrativa

representar ao juiz competente, de acordo com o disposta no artigo 48, parágrafo único, da

LEP, para fins de regressão de regime, perda de remição, revogação ou suspensão de salda

temporária e conversão da pena restritiva de direito.

Art. 26 - Será nulo o Procedimento Disciplinar em que não houver a presença de, no mínimo,

dois terços dos membros do Conselho Disciplinar.

Art. 27 - Será causa de nulidade absoluta do Procedimento Disciplinar, a ausência de

cientificação do defensor, ou a inexistência de ciência expressa ao acusado da instauração do

procedimento.

Art. 28 - Com exceção da advertência verbal, toda decisão final, em qualquer das hipóteses do

artigo 19 e seus parágrafos, será registrada em prontuário penal do preso.

Parágrafo único. Cópias dos procedimentos disciplinares instaurados por motivo de infração

disciplinar de natureza grave deverão ser encaminhadas ao Poder Judiciário para

conhecimento, excetuadas as hipóteses previstas no artigo 11, incisos II e VIII, deste RDP, que

seguirão procedimento próprio, nos termos do artigo 22, III, também deste RDP.

CAPÍTULO II

DOS RECURSOS

Art. 29 - Haverá recurso ex-officio, ao Superintendente da SUSEPE, quando a decisão da

Autoridade Administrativa for divergente do parecer do Conselho Disciplinar e prejudicial ao

preso.

Art. 30 - É direito do preso, pessoalmente ou por intermédio de defensor, recorrer à

Autoridade Administrativa que proferiu a decisão do Procedimento Disciplinar, mediante

pedido de reconsideração do ato punitivo, no prazo de 3 (três) dias, a contar da ciência

expressa da decisão.

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Art. 31 - A Autoridade Administrativa que indeferir o pedido de reconsideração, no prazo

máximo de 5 (cinco) dias, deverá remetê-lo ao Superintendente da SUSEPE, que atuará como

instância recursal e apreciará o pedido em 10 (dez) dias.

CAPÍTULO III

DO CONSELHO DISCIPLINAR

Art. 32 - 0 Conselho Disciplinar poderá ser nomeado nas seguintes modalidades:

I - Ordinária, nomeado pelo Diretor/Administrador para atender as necessidades de um

estabelecimento;

II - Itinerante, nomeado pelo Delegado Penitenciário Regional para atender à respectiva Região

Penitenciária;

III - Permanente, nomeado pelo Corregedor-Geral do Sistema Penitenciário.

Parágrafo único. Em qualquer dos casos, serão integrados por 3 (três) membros, dentre os

servidores com exemplar folha de serviço.

Art. 33 - Compete ao Conselho Disciplinar opinar sobre a conduta do preso, averiguar,

processar e emitir parecer sobre as infrações disciplinares.

Art. 34 - Os trabalhos do Conselho Disciplinar deverão ficar registrados em planilha própria.

Art. 35 - O Conselho Disciplinar manterá em arquivo próprio a cópia de todos os

Procedimentos Disciplinares da instituição.

Art. 36 - Considerar-se-á extinta a punibilidade pela prescrição quando, a partir do

conhecimento da falta, não ocorrer a instauração do Procedimento Disciplinar no prazo de 30

(trinta) dias.

Parágrafo único. Nos casos de fuga, inicia-se o cômputo do prazo a partir da data do

reingresso do preso no sistema prisional, oportunidade em que será comunicada

imediatamente a recaptura ao Poder Judiciário para que proceda da forma do art. 22, III.

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Art. 37 - 0 Procedimento Disciplinar deverá ser concluído no prazo de 60 (sessenta) dias a

contar da sua instauração, podendo ser prorrogado por 30 (trinta) dias na hipótese de

justificada necessidade.

Parágrafo único. A prorrogação que trata o caput deste artigo será concedida pela autoridade

administrativa a quem o Conselho Disciplinar estiver vinculado e, caso o procedimento não

seja concluído no prazo previsto, será considerado prescrito.

TÍTULO V

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 38 - 0 Diretor/Administrador do estabelecimento pode conceder elogio ou regalia como

forma de recompensa ao preso que, com conduta plenamente satisfatória, preste relevante

colaboração com a disciplina do estabelecimento ou apresente excepcional dedicação ao

trabalho e, em ambos os casos a concessão deverá ser precedida de manifestação do

Conselho Disciplinar.

Parágrafo único. Entende-se por regalia a possibilidade de eventuais alterações da rotina que

necessariamente não poderão causar transtornos à disciplina da instituição nem quebra das

normas de segurança, sendo que qualquer destas regalias poderá ocorrer fora do horário

normal ou em datas especiais, como segue:

I - receber bens de consumo, de qualidade, quantidade e embalagem, permitida pela

administração, trazidos por visitantes;

II - participar de atividades sócio-culturais;

III- praticar esportes em áreas específicas,

IV -- ampliar os horários de visita e pátio;

V - receber visitas extraordinárias, devidamente autorizadas.

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Art. 39 - 0 Superintendente dos Serviços Penitenciários poderá, anualmente, por meio de

Portaria, conceder perdão disciplinar ao preso que:

I - não tenha praticado infração disciplinar nos últimos 12 (doze) meses;

II - tenha defendido, com risco da própria vida, a integridade física ou moral de autoridade,

servidor, visitante ou preso.

Art. 40 - É vedada a utilização de celas escuras ou quaisquer outras formas de punição que não

estejam previstas neste Regimento.

Art. 41 - O Secretário de Estado da Segurança Pública poderá editar normas complementares

às constantes neste Decreto.

Art. 42 - Os casos omissos e as dúvidas surgidas na aplicação deste Regimento serão

solucionados pelo titular da Superintendência dos Serviços Penitenciários, ouvido o

Corregedor-Geral.

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RESOLUÇÃO Nº 14,

DE 11 DE NOVEMBRO DE 1994

O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CRIMINAL E PENITENCIÁRIA (CNPCP),

no uso de suas atribuições legais, regimentais e

CONSIDERANDO a decisão, por unanimidade, do Conselho Nacional de Política Criminal e

Penitenciária, reunido em 17 de outubro de 1994, com o propósito de estabelecer as REGRAS

MÍNIMAS PARA O TRATAMENTO DO PRESO NO BRASIL;

CONSIDERANDO a recomendação, nesse sentido, aprovada, na Sessão de 26 de abril a 6 de

maio de 1994, pelo Comitê Permanente de Prevenção do Crime e Justiça Penal das Nações

Unidas, do qual o Brasil é Membro;

CONSIDERANDO ainda o disposto na Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1994 (Lei de Execução

Penal);

RESOLVE:

Art.1º Ficam estabelecidas as REGRAS MÍNIMAS PARAO TRATAMENTO DO PRESO NO BRASIL,

na forma do texto aprovado, por unanimidade, pelo Conselho Nacional de Política Criminal e

Penitenciária, na Reunião Ordinária de 17 de outubro de 1994.

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Art.2º As REGRAS MÍNIMAS PARA O TRATMENTO DO PRESO NO BRASIL são constituídas de

normas fixadas nos seguintes Capítulos:

I – Dos Princípios Fundamentais;

II – Do Registro:

III - Da Seleção e Separação de Presos;

IV- Dos Locais Destinados aos Presos:

V – Da Alimentação;

VI- Dos Exercícios Físicos;

VII- Dos Serviços de Saúde e Assistência Sanitária;

VIII- Da Ordem e da Disciplina;

IX- Dos Meios de Coerção;

XI- Do Contato com o Mundo Exterior;

XII- Da Instrução e Assistência Educacional;

XIII- Da Assistência Religiosa e Moral;

XIV- da Assistência Jurídica;

XV- Dos Depósitos de Objetos Pessoais;

XVI- Das Notificações;

XVII- Da Preservação da Vida Privada e da Imagem;

XVIII- Do Pessoal Penitenciário;

XIX- Dos Condenados;

XX- Das Recompensas;

XXI- Do Trabalho;

XXII- Das Relações Sociais e Ajuda PósPenitenciária;

XXIII- Do Doente Mental;

XXIV- Do Preso Provisório;

XXV- Do Preso por Prisão Civil;

XXVI- Dos Direitos Políticos;

XXVII- Das Disposições Finais.

Art.3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

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