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| Manual de Meditação Multidimensional – Autora Paula Cristina Medeiros

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| Manual de Meditação Multidimensional – Autora Paula Cristina Medeiros

MEDITAÇÃ O MULTIDIMENSIONAL

MANUAL

Edição

Chave Akáshica - www.chave-akashica.com

IGAC nº 3399/2015

Autora

Paula Cristina Medeiros


| Manual de Meditação Multidimensional – Autora Paula Cristina Medeiros

Índice

1. OBJETIVOS PEDAGÓGICOS GERAIS..........................................................................................6


2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS GLOBAIS................................................................................6
3. INTRODUÇÃO ……………………………………………………………………… 7
Qualidade de vida e espiritualidade.........................................................................................9
Pesquisas relacionando QV e espiritualidade/religiosidade...................................................10
4. DESENVOLVIMENTO DE CONTEUDOS....................................................................................13
OBJETIVOS 1ª AULA...................................................................................................................13
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS....................................................................................................13
O que é a meditação multidimensional?................................................................................14
O significado de multidimensional.........................................................................................16

Seres multidimensionais.........................................................................................................17
O que é Meditação.................................................................................................................21
O Papel da Respiração na prática meditativa.........................................................................24
Torne-se um mestre da sua respiração..................................................................................27
7 Passos práticos para a meditação........................................................................................18
Curiosidades............................................................................................................................28

OBJETIVOS 2ª AULA.............................................................................................................29
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS.....................................................................................29
13 Formas de meditar............................................................................................................30

Noções básicas sobre os chakras................................................................................................37


Os três canais de energia........................................................................................................39
Cadoceu de mercurio.............................................................................................................46
Mudras: O Poder de cura das suas mãos...............................................................................47

Parabola: A lenda da flor de lótus.........................................................................................54


OBJETIVOS 3ª AULA..............................................................................................................58
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS............................................................................................58
Erro! Marcador não definido.
1º Chakra: Raiz......................................................................................................................59
A
mandala…………………………………………………………………………………………………………………………….Erro!
Marcador não definido.
Muladhara chakra: bhu mudra ................................................................................................
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Quando me amei de verdade - Charles Chaplin .......................................................................


Parábola da rosa .....................................................................................................................
OBJETIVOS 4ª AULA
………………………………………………………………………………………………………….Erro! Marcador
não definido.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS …………………………………………………………………………………
2º Chakra: Esplénico ou Sexual …………………………………………………………………………………………….
Exercícios................................................................................................................................71

MANDALA................................................................................ Erro! Marcador não definido.


Os Mandamentos da Autoestima .............................................. Erro! Marcador não definido.
AUTO TRATAMENTO DE MERECIMENTO ......................................................................
21 Dias de Gratidão................................................................................................................79

OBJETIVOS 5ª AULA …………………………………………………………………………………………………………


Erro! Marcador não definido.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS …………………………………………………………………………………………….
2º CHAKRA: PLEXO SOLAR..........................................................................................................6
Exercícios...............................................................................................................................87

MANDALA...............................................................................................................................
Histórias e Contos: O Louco....................................................................................................
7 Passos Superação do controle do ego.................................................................................91

PARABOLA: João o Abundante .............................................................................................


VISUALIZAÇÃO PARA O CHAKRA DO PLEXO SOLAR.............................................100
OBJETIVOS 6ª AULA ................................................................................................................
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS …………………………………………………………………………………………..
4º CHAKRA: CARDIACO
……………………………………………………………………………………………………….Erro! Marcador não
definido.
MANDALA...............................................................................................................................
As quatro nobres verdades. A felicidade dos Budas. ................. Erro! Marcador não definido.
PARABOLA: O poço de Alcatrão...............................................................................................
OBJETIVOS 7ª AULA
………………………………………………………………………………………………………..Erro! Marcador
não definido.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
…………………………………………………………………………………………..Erro! Marcador não definido.
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5º CHAKRA: LARINGEO ……………………………………………………………………………………………………….


Exercicios....................................................................................118
MANDALA.............................................................................................................................120
A LEI DO RETORNO - Nada acontece por acaso... ................. Erro! Marcador não definido.
Exercício para Despertar as 8 Pétalas do Chackra Laríngeo ....... Erro! Marcador não definido.
OBJETIVOS 8ª AULA ……………………………………………………………………………………………………….
Erro! Marcador não definido.
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS …………………………………………………………………………………………..
6º CHAKRA: FRONTAL
………………………………………………………………………………………………………..Erro! Marcador
não definido.
Exercícios..............................................................................................................................132

MANDALA...............................................................................................................................
PARABOLA: A Ponte que faltava ..............................................................................................
Como conviver com pessoas tóxicas.....................................................................................138

OBJETIVOS 9ª AULA ………………………………………………………………………………………………………..


CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS …………………………………………………………………………………………..
7º CHAKRA: CORONARIO ……………………………………………………………………………………………
Exercícios.............................................................................................................................148

PARABOLA do Leão .................................................................................................................


PARABOLA: A Lagarta Peluda ..................................................................................................
OBJETIVOS 10ª AULA ………………………………………………………………………………………………………..
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS …………………………………………………………………………………………..
O Segredo da oração do Pai-Nosso.......................................................................................159
Tradução do Pai-Nosso a partir do Aramaico........................................................................160

Interpretação Rosacruz do Pai-Nosso...................................................................................165

PARABOLA: A lição da Borboleta .............................................................................................


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1. OBJETIVOS PEDAGÓGICOS GERAIS

 Reconhecer a importância da Meditação


 Identificar o papel da Respiração na prática meditativa
 Reconhecer o impacto dos pensamentos nas nossas emoções, na vida pessoal e
social
 Desenvolver a atenção focalizada
 Compreender a importância da reflexão e da contemplação
 Distinguir os sinais fisiológicos, cognitivos e comportamentais das emoções
fundamentais (raiva, ódio, tristeza, etc.)
 Identificar diferentes formas de atuação do ego
 Desenvolver atitudes que promovam a ascensão vibracional

2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS GLOBAIS

 Definição de Meditação
 Conhecimento das diferentes formas de meditação
 Conceito de multidimensionalidade
 Conceito de Registo Akashico
 Conceito e definição de Chakras
 Os chakras no corpo físico e a sua influência na saúde física, emocional e
energética
 Conceito de nádis
 Conceito de Mudrás e a sua relação com os pontos energéticos do nosso corpo
 Conceito de Arquétipos
 Conhecimento dos bloqueios emocionais dos chakras
 Técnicas de superação de emoções bloqueadores
 Conceito da Compaixão, Tolerância, Amor-próprio, Permissividade, Eu-
Superior, Ego
 O conhecimento como forma de poder sobre si mesmo
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3. INTRODUÇÃO

Somos seres de energia multidimensional, onde toda a matéria é energia. Se somos


energia podemos ser afetados por ela. Necessitamos, portanto, compreender o
relacionamento entre energia e matéria, a invisível conexão entre o próprio corpo
físico e as forças subtis do espírito.

A essência espiritual é uma série de sistemas energéticos de dimensões mais elevadas,


ou melhor, sistemas energéticos subtis. Os sistemas superiores (de energia subtil) são
parte da anatomia humana multidimensional (meridianos, chakras, nádis, corpo etérico,
etc.), influenciando o comportamento fisiológico dos sistemas celulares.

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Há traumas que estão gravados na memória celular, dentro do Akasha , de forma
inconsciente, mas ativa, que causam bloqueios e fobias. Isso ocorre no corpo sutil e
reflete-se no corpo denso (físico).

Não se pode deixar o problema de lado, pois os bloqueios interferem diretamente na


vida da pessoa. É preciso correr atrás de soluções, para devolver o brilho dos olhos e a
vontade de viver.

No entanto, por melhor que seja o caminho escolhido nessa busca pela cura, o processo
é sempre dentro da psique da própria pessoa. A cura reside sempre nela mesma.

Os chacras guardam informações preciosas sobre esse processo. Cada um deles é um


pequeno portal psíquico e energético, refletindo as condições do Ser.

Devemos considerar cada chacra como um portal sagrado em si mesmo. Entrar por eles
com respeito e admiração, como se entra num templo espiritual. Com amor e paciência,
orar dentro de cada um deles. Procurar localizar qual é a fonte do problema e saber
calcular qual é o chacra a ser trabalhado mais especificamente na cura em questão.

A técnica usada na Meditação Multidimensional é o mergulho consciente nos chacras.


Entrar etérica e energeticamente neles, de um em um, desde a base da coluna até o
centro coronário, no alto da cabeça.

1
Akasha é uma palavra em sânscrito que significa céu, espaço ou éter. Segundo o hinduísmo existe um
conjunto de conhecimentos armazenados no éter (Registros Akáshicos) que abrange tudo o que
ocorre, ocorreu ou ocorrerá no Universo.
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Por exemplo: bloqueio sexual: chacra sexual. Bloqueio afetivo: chacra cardíaco.
Bloqueio de expressão: chacra laríngeo, e assim por diante.

Há casos em que mais de um chacra estão envolvidos, por isso é bom trabalhar todos
regularmente, da forma que a pessoa melhor se adequa e se sinta bem. O importante é
entrar neles com amor e paciência. Nada ocorre do acaso ou sem trabalho. Tudo requer
um tempo e disciplina. É necessário constância e qualidade no trato com as energias
subtis.

Não é apenas encher os chacras de luz ou cores, ou mesmo realizar alguma técnica
bioenergética, é preciso trabalhar a parte espiritual e emocional também!

Sem amor não há cura, sem transformação não há alquimia.

Na cultura ocidental, a relação entre ciência e religião é permeada por históricos


conflitos. É importante lembrar que na era medieval, a Igreja mantinha o monopólio não
apenas sobre assuntos religiosos e espirituais, mas estendia o seu domínio também às
artes e às ciências, cuja autonomia pôde ser retomada com o Renascimento. Desde
então, estudos relacionados com a ciência e a religião traçaram caminhos opostos e,
somente em meados do século XX, passaram a convergir novamente. Assim,
atualmente, muitos debates têm sido conduzidos sobre o comportamento religioso,
cultura e neurobiologia, medidas da estrutura da religiosidade e desenvolvimento de
escalas: enfrentamento religioso e dimensão terapêutica do envolvimento espiritual
(Faria & Seidl, 2005; Freitas, 2005; Paiva, 2006; Panzini, 2004; Panzini & Bandeira,
2007; Peres, Simão & Nasello, 2007).

No campo da saúde, em decorrência da expansão do modelo biopsicossocial, religião e


espiritualidade têm sido reconhecidas pela sua relevância, constituindo o foco de
interesse de pesquisas internacionais e nacionais (Hill & cols., 2000; Panzini &
Bandeira, 2007). De fato, uma retrospectiva histórica sobre a temática aponta que os
primeiros artigos datam da década de 1960, sendo que nos anos 1980, a Organização
Mundial da Saúde incluiu a dimensão espiritual na sua definição de saúde e, tempos
depois, o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-IV), manual
estatístico da American Psychiatric Association, acrescentou “problemas religiosos ou
espirituais” como uma categoria de diagnóstico, porém sem caracterizá-los como
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transtorno mental (Almeida, Cho, Amaro & Lotufo Neto, 2000; Faria & Seidl, 2005;
Liberato & Macieira, 2008; Panzini & Bandeira, 2007; Peres & cols., 2007).

Qualidade de vida e espiritualidade

Existe uma abundância de dados sobre o impacto da religião na vida das pessoas (Levin
e Vanderpool, 1991). Apesar disso, enquanto a medicina oriental procura integrar de
forma explícita a dimensão religiosa/espiritual ao binômio saúde-doença (Fabrega,
2000), a medicina ocidental como um todo, especialmente a psiquiatria, vem tendo duas
posturas principais em relação ao tema:

a) Negligência, por considerar esses assuntos sem importância ou fora da área de


interesse principal;

b) Ou oposição, ao caracterizar as experiências religiosas dos pacientes como evidência


de psicopatologias diversas (Sims, 1994).

Historicamente ignorada por muitos psicólogos, a religião foi denominada por Larson e
Larson como o fator esquecido na saúde física e mental (Pargament et al., 1992). Nas
últimas décadas, entretanto, este panorama tem se modificado em função do que Saad et
al. (2001) nomearam espiritualidade baseada em evidências: atualmente existem
centenas de artigos científicos que mostram uma associação entre
espiritualidade/religião e saúde que é estatisticamente válida e possivelmente causal
(Levin, 1994).

Assim, os profissionais da saúde possuem indicações científicas do benefício da


exploração da espiritualidade na programação terapêutica de qualquer doença. A parede
entre medicina e espiritualidade está a ruir: médicos e demais profissionais de saúde têm
descoberto a importância da prece, da espiritualidade e da participação religiosa na
melhoria da saúde física e mental, bem como na resposta a situações estressantes de
vida (Epperly, 2000).

O interesse no desenvolvimento de medidas de desfecho como “bem-estar” e “qualidade


de vida” tem tido notável crescimento (Fleck, no prelo), e indícios de associação entre
espiritualidade/religiosidade têm sido encontradas.
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Pesquisas relacionando QV (qualidade de vida) e


espiritualidade/religiosidade

Vários estudos têm enfocado a relação entre QV e diversas variáveis


religiosas/espirituais. Ferris (2002) examinou a relação entre religião e QV por meio de
indicadores objetivos e subjetivos de QV. Encontrou a variável felicidade associada à
frequência/presença de serviços religiosos, a preferências proselitistas e a preferências
doutrinárias, bem como a certas crenças relacionadas à religião, como a crença de que o
mundo é bom ou mau, mas não à crença na imortalidade.

O autor concluiu que: 1) organizações religiosas contribuem para a integração da


comunidade, consequentemente aumentando a QV; 2) como a frequência/presença em
serviços religiosos esteve imperfeitamente associada com QV, outros fatores deveriam
estar atuando; 3) a conceção americana de “vida boa” baseia-se fortemente em ideais
judaico-cristãos; 4) os princípios da religião podem atrair pessoas com disposição para a
felicidade; 5) a religião pode explicar um propósito na vida que promova bem-estar.

Indícios de associação positiva significativa entre QV e bem-estar espiritual foram


encontrados em diferentes populações: em amostra multiétnica de 1.617 participantes
(idade µ = 54,6 anos), quando do desenvolvimento e da validação do instrumento
FACIT-Sp (The Functional Assessment of Chronic Illness Therapy-Spiritual Well-
Being Scale) (Peterman et al., 2002) e em amostra de pacientes oncológicos,
independentemente do tipo de neoplasia (Cella et al., 1999). Ainda, pacientes com
variados tipos de neoplasias ginecológicas mostraram relação positiva entre QV e bem-
estar espiritual, existencial e religioso (Gioiella et al., 1998).

Outro estudo confirmou que qualidade de vida em indivíduos HIV positivos (n = 40,
80% homens; 25-54 anos) estava diretamente relacionada a fé religiosa, afiliação
religiosa e estado de saúde, que, com o nível socioeconômico, contribuíam positiva e
significativamente para os escores de QV dos participantes no Quality of Life Index
(qli).

Variáveis independentes como idade, etnia e gênero não contribuíram para o modelo de
regressão (Flannelly e Inouye, 2001). Numa pesquisa com 44 viúvas de vítimas de
incêndio (idade µ = 37 anos), a maioria das que se descreveu como mais religiosas
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relatou QV mais estável nos últimos cinco anos após a morte dos maridos. A frequência
religiosa, a participação em eventos sociais e ser membro de alguma instituição
religiosa também estiveram ligados à maior estabilidade na QV (Bahr e Harvey, 1979).
Num estudo com 560 pessoas aleatoriamente entrevistadas por telefone, para além da
frequência da oração, que não se revelou bom indicador, os aspetos qualitativos da reza
e a forma de rezar foram as variáveis que apresentaram maior efeito sobre a QV
(Paloma e Pendleton, 1989).

Uma variável que tem se mostrado associada à QV é o coping religioso/espiritual


(CRE): uso da religião, espiritualidade ou fé para lidar com o estresse e os problemas de
vida.

Utilizando um índice global de QV (cinco itens graduados pelo observador/pesquisador


em escala Likert de 3 pontos) (Spitzer et al., 1981), Pargament et al. (1998) verificaram
que, numa amostra que contou com 551 idosos hospitalizados gravemente doentes, 256
pessoas vítimas do ataque de bomba em Oklahoma e 540 universitários que tinham
sofrido eventos de vida estressantes, uma maior utilização de CRE2 positivo não se
correlacionou com QV nem depressão. No entanto, maior utilização do CRE negativo
correlacionou-se moderadamente com níveis piores de QV e maiores de depressão.

Os autores concluíram que a religião/espiritualidade pode ser fonte de alívio ou


desconforto, de solução de problemas ou causa de estresse, dependendo de como a
pessoa se relaciona com ela, ou seja, se utiliza estratégias de CRE positivo ou negativo.
No acompanhamento de dois anos da amostra dos idosos hospitalizados deste estudo,
com 268 respondentes (29,5% mortos, 25,5% perda), o CRE foi preditor de resultados
espirituais e mudanças na saúde mental/física.

O CRE positivo esteve associado com melhorias na saúde e o CRE negativo foi preditor
retrospectivo de declínio na saúde: desfechos (outcome) espirituais limitados, pior status
funcional em atividades de vida diária, maior depressão e menor QV. Os autores
concluíram que pacientes debatendo-se continuamente com questões religiosas podem
estar particularmente em risco para problemas de saúde (Pargament et al., 2001), em
função do uso de CRE negativo.

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Coping religioso/espiritual
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Utilizando a mesma medida de QV do estudo anterior, uma Brief RCOPE de 63 itens


para medir a CRE e uma forma abreviada de 22 itens da escala COPE (Carver et al.,
1989) para avaliar o coping não-religioso, Koenig et al. (1998) estudaram uma amostra
com 577 pacientes acima de 55 anos. Com relação à saúde física, maior uso de coping,
religioso ou não, esteve associado à pior saúde física. Essa associação foi mais forte e
frequente para o CRE negativo do que para o positivo, bem como para as estratégias de
coping não-religioso menos saudáveis, como negação e comportamento desengajado.
Aceitação foi o único coping não-religioso associado à melhor saúde física.

A frequência religiosa também esteve consistentemente associada à melhor saúde física.


Em relação à saúde mental, estiveram associados a menor depressão e maior QV cinco
estratégias de CRE positivo, frequência religiosa e duas estratégias de coping não-
religioso mais saudáveis/positivas: aceitação e receber suporte social/emocional.

Associadas a maior depressão e pior QV esteve a maioria das estratégias de CRE


negativo (8 de 9) e as estratégias de coping não-religioso menos saudáveis/negativas:
comportamento desengajado, negação, uso de álcool e drogas. T

Todas as 12 estratégias de CRE positivo, frequência religiosa, importância da religião e


atividades religiosas privativas estiveram robustamente associadas a crescimento
associado ao estresse, cooperatividade e crescimento espiritual.

As estratégias de CRE negativo apresentaram associações menos frequentes, mais


fracas, menos consistentes e ocasionalmente negativas com essas variáveis.
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4. DESENVOLVIMENTO DE CONTEÚDOS

OBJETIVOS 1ª AULA

Reconhecer a importância da Meditação no bem-estar, no equilíbrio emocional

e na saúde mental do ser humano.

Perceber a importância da respiração.

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

 O que é a Meditação Multidimensional.

 O papel da respiração na prática meditativa.

 Torne-se um mestre da sua respiração.

 Construção de um diário da viagem espiritual durante o curso.

 Meditação guiada
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O QUE É A MEDITAÇÃO MULTIDIMENSIONAL?

A Meditação Multidimensional é uma técnica de meditação que foi criada para todas
as pessoas que são iniciantes, bem como aquelas que já conhecem práticas de meditação
e querem aprofundar-se numa harmonização física conducente a uma cura celular e ao
auto-conhecimento.

É uma prática muito fácil de ser realizada por ser guiada, na qual a pessoa simplesmente
permanece receptiva, facilitando o relaxamento, a harmonização e o reajustamento dos
seus corpos subtis. Esta técnica é baseada em duas antigas técnicas de Yôga (Yôga
Nidra) e no Laya Yôga (Yôga dos Chakras).

A yoganidrá é um método sistemático para induzir o completo relaxamento físico,


mental e emocional. O termo yoganidrá é derivado de duas palavras Sanskritas: yôga
que significa união ou consciência intencional, e nidrá que significa sono. Durante a
prática de yoganidrá, parece que estamos a dormir, mas a consciência está a funcionar
num nível profundo de conhecimento. Por este motivo, a yoganidrá é normalmente
mencionada como o sono médium ou relaxamento profundo com consciência interior.
Neste estado de limiar entre o sono e o despertar, o contato com as dimensões do
subconsciente e do inconsciente ocorre espontaneamente.

O grande objetivo da Laya-Yôga é eliminar as gravações e impressões negativas e


doentias da nossa mente e do subconsciente, regravando pensamentos e imagens
positivas de saúde, alegria e paz.
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A Meditação Multidimensional é um método de meditação que incide o seu trabalho


energético sobre os chakras físicos, ou seja, aqueles que se encontram dentro do nosso
corpo físico. É uma meditação que trabalha com a égregora de grupo.

A Meditação Multidimensional tem como parceira, a energia cósmica de várias


dimensões de diferente universos, que no momento de sintonização com a Fonte que
Tudo É, entra em sincronia vibracional com a energia do grupo.

Assim, o seu objetivo maior é o de realizar a cura celular das memórias traumáticas e
dolorosas de vidas passadas, que deixaram o seu registo e impressão no Registo
Akáshico de cada elemento do grupo.

Imaginemos o ser humano como se fosse um computador. Nós sabemos que a


tecnologia moderna dispõe de memória e grava os dados ou informações e podemos,
sempre que o quisermos, lançar mão de qualquer programa previamente gravado. O
nosso subconsciente é o nosso banco de dados - o Registo Akáshico.

Desejos, sentimentos, aspirações, conhecimentos científicos, arte, religião, filosofia,


ética, amor, etc. - tudo se encontra gravado no nosso ser profundo, dentro deste Registo.
Mas, infelizmente, nem sempre estão corretos e nem sempre são verdadeiros. Dessa
forma, esses programas manifestam-se espontaneamente nos nossos estados de vigília,
quando nos levantamos todas as manhãs, produzindo efeitos bons (se se encontram em
harmonia com o Cosmo) ou maus (se estiverem desarmônicos).

Neste sentido, a Meditação Multidimensional, coloca o seu enfoque no campo


energéticos dos chakras físicos, porque neles, encontram-se os dados do Registo
Akáshico). É imperioso, portanto, reprogramar as gravações negativas e erradas,
substituindo-as pelas corretas e positivas.

Tristezas, traumas, angústias, depressões, fobias de todas as naturezas, recalques, ódios,


ressentimentos etc., podem ser eliminados pela intensa prática da Meditação
Multidimensional, a qual não se fica só pela sua simples prática meditativa de
concentração, visualização, respiração e verbalização de mantras. Ela tem todo um
conjunto práticas de meditação de Ação, que pressupõe uma vigilância e auto análise
diária das suas atitudes, pensamentos e verbalização de palavras.
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A Meditação Multidimensional utiliza uma técnica que coopera com o campo


energético, vibratório e multidimensional do ser humano.

Através de uma aprendizagem num período de 10 aulas (1 aula por semana), pode
limpar a sua memória celular afetando profundamente o ADN e alterando a sua
mensagem de doença, desordem e negatividade. Durante este período de aprendizagem
irá acontecendo uma reprogramação do ADN de acordo com as suas necessidades
atuais.

Este método tem mostrado ao longo do tempo, um conjunto de curas de natureza física,
ao longo da prática de diferentes exercícios apreendidos pelos seus participantes. O
ciclo da prática, normalmente, é de 75 dias, mas dependendo da natureza e intensidade
da desarmonia, o processo de auto-cura pode sofrer variações para mais ou menos
tempo.
Estar bem exige uma transformação pessoal, o que não significa um "trabalho árduo",
mas, pelo contrário, uma limpeza de todos os grãos de poeira acumulados nas nossas
vidas, em todos os planos.

Até algumas décadas atrás, nem leigos nem especialistas acreditavam que a mente
pudesse exercer um verdadeiro poder de cura nos órgãos físicos doentes. Hoje, nem
todos os médicos pensam assim.

Edward Bach, médico inglês, pai da medicina floral, é um dos defensores da total
influência da mente sobre o corpo. Após anos de estudos das essências florais, pesquisas
laboratoriais e observação dos efeitos dos seus remédios nos seus clientes, ele formulou
a sua doutrina científica, na Inglaterra, há cerca de 50 anos e hoje ela é de aplicação em
quase todos os países. A referida ciência é, uma forma sofisticada da Homeopatia de
Samuel Hahnemann (1755-1843). Bach, nas suas obras, define que as origens das
doenças está no desequilíbrio do ser no seu relacionamento com o Cosmo, e as suas
causas imediatas seriam o desconhecimento do ser e da realidade de si mesmo, a
ausência de amor e a ignorância da correta forma de atuar no mundo e com o próximo.

A sua ciência busca eliminar as doenças físicas e mentais nas suas raízes, pela
transformação moral do homem, enquanto a ciência médica ortodoxa está mais voltada
para a pesquisa da doença em si mesma e a cura pelos seus efeitos.
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O Significado de Multidimensional?

O homem é um ser complexo, capaz de se adaptar aos mais diversos ambientes, é um


ser multifacetado que age de acordo com o que o momento o pede, ninguém pode ser
um ser só centrado, pois a própria vida também é multifacetada, ou seja é feita de
momentos e cada momento deve ser vivido de maneira diferente sem perder a essência
do ser.

Essa multidimensionalidade tanto interna quanto externa, vem sendo necessária ao ser
como modo de viver em sintonia com a sociedade, pois se o homem pudesse chegar ao
ponto de auto individualizar-se com apenas uma linha de ser, correria o risco de ser
excluído da sociedade.

O ser multidimensional pode ser dividido em quatro dimensões: biológica, psíquica,


social e espiritual.

Do ponto de vista psíquico sabemos que o homem através dos séculos vem procurando
um sentido para a existência, conhecer-se a si mesmo, e dessa forma encontrar a tão
almejada felicidade, e realmente apenas conhecendo-se a si, é que podemos conhecer
aos outros e entender as suas atitudes, pois o homem tem toda a verdade implícita em si.
Talvez, se partimos para o lado religioso, esse seja o pouco de Deus que todos temos,
pois se pararmos para “nos ouvirmos” nas situações mais difíceis ou em questões a
serem resolvidas, certamente encontraremos as respostas corretas, a popularmente
chamada voz da consciência, que é a tão poderosa INTUIÇÃO.

Mesmo que, não a queiramos ouvir, todas as respostas estão no nosso interior.

A Meditação Multidimensional permite acionar, o potencial de todas as dimensões do


Ser.
A existência humana dá em cinco dimensões, ou cinco corpos, denominado pela
filosofia vedântica de cinco Koshas. Os cinco koshas são: corpo físico, corpo
energético, corpo emocional, corpo mental, e corpo espiritual. Perceber e reconhecer
totalmente o funcionamento de cada um destes corpos e a inter-relação entre eles é um
estado de inteireza e presença, esse estado de consciência integral de si mesmo, é de
fato meditação.
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Ao meditar exploramos as potencialidades de todos esses aspectos da existência


humana, ficamos mais atentos ao nosso corpo e à nossa postura, percebemos melhor os
bloqueios energéticos, ficamos mais sensíveis às emoções e como lidar com elas, mais
cientes dos pensamentos e do movimento da mente e ficamos mais conectados com a
nossa essência e com a nossa inspiração.

SERES MULTIDIMENSIONAIS

Ser multidimensional é possuir a capacidade natural de estar em várias dimensões ao


mesmo tempo, consciente ou não. Para tal existe a necessidade de se estar a vibrar
dentro de uma frequência energética mais elevada.

Seres multidimensionais são seres que se encontram na condição humana, mas possuem
uma alma metafísica, isto é, os seus corpos foram e são constantemente adaptados para
poderem acolher o seu espírito que tem origem em dimensões mais sutis.

Em muitos casos, são seres que encarnam pela primeira vez neste planeta, outros já
estão por aqui durante várias encarnações seguidas.

Mas todos já viveram em planetas mais evoluídos do que o nosso e o seu perispírito 3
ainda permanece com a forma etérica e a vibração (irradiação de luz) do seu local

3
Perispírito é o nome dado por Allan Kardec ao elo de ligação entre o Espírito e o corpo físico. Quando o Espírito
está desencarnado, é o perispírito que lhe serve como meio de manifestação. É o que o Apóstolo Paulo chamava de
corpo espiritual (I Coríntios, XV,44).
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estelar de origem. Muitos são despertos, isto é, conscientes, desde crianças, outros
despertam depois de uma certa idade, quando já adultos.

Este despertar tem ocorrido com muito mais frequência neste momento que o
planeta está a receber muito mais estímulos evolutivos. Muitos seres humanos
multidimensionais necessitam de ajuda no seu processo de despertar e na readaptação
necessária após o despertar, inclusive para recobrar a memória estelar (lembrança da sua
família estelar de origem).

Todos os seres multidimensionais estão aqui para vivenciar situações emocionais muito
mais intensas do que os seres humanos não multidimensionais e as suas vidas são de
muita profundidade e complexidade. Este é um planeta que nos dá essa oportunidade
evolutiva. Na verdade o planeta Terra é um planeta “água”, um planeta de
possibilidades de vivências emocionais múltiplas porque é apenas dessa forma que um
ser pode crescer espiritualmente.

Os seres multidimensionais têm muita possibilidade de oferecer ao mundo uma vasta


bagagem cultural em tecnologia de diversas áreas. São pessoas extremamente criativas
desde a mais tenra idade. São naturalmente engenhosos, estratégicos, sagazes. Sensíveis
em todos os sentidos, inclusive no corpo, o qual sofre mais do que um ser humano não
multidimensional.

Constantemente necessitam ativar o ADN adormecido, reajustando a sua fisiologia e


muitas vezes até a anatomia, para uma melhor adaptação do corpo ao espírito estelar.
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Os seres humanos transforma-se-ão em seres multidimensionais. Esta é uma palavra


grande que encerra um conceito grande. No entanto, trata-se de uma coisa que será tão
familiar quanto o calçar uns sapatos. Humanos multidimensionais são seres humanos
que conscientemente existem em vários locais diferentes ao mesmo tempo. Os humanos
estão a passar por uma mutação, estão a evoluir e a tornarem-se seres com capacidade
para saltar de uma estação para outra e compreender a grandeza de quem são –
compreender que não acabam onde termina a sua Pele.

Os seres humanos não terminam onde termina a sua aura ou o seu corpo etérico.
Existem em muitas realidades diversas.

Esta é a era do Eu multidimensional: o Eu que pode deslocar-se conscientemente


em muitas realidades diversas; o Eu que pode eventualmente bilocalizar-se e
desaparecer; o Eu que pode movimentar-se na quarta dimensão – aquele que
percebe, não aquele que pensa.

Esta é a era do Eu que compreende que a parte pensante de si é muito importante, mas
não deve ser a polícia do corpo físico: deve ser um conselheiro.

Uma das principais colaborações dos seres multidimensionais para o planeta e para
todos os seus habitantes é ajudar no ancoramento da Consciência Crística.

“ A casa do meu Pai tem várias moradas”. Quando Jesus fez esta declaração, dois mil
anos atrás, talvez fosse difícil para humanidade da época compreendê-la ou mesmo
aceitá-la. Que moradas seriam essas? Quem viveria nelas? Onde estariam localizadas?
Com as revelações e descobertas de lá para cá, porém, já é possível começarmos, pelo
menos, a penetrar no sentido da afirmação do Mestre sobre a natureza do Universo.

Ensinamentos como este sempre estiveram disponíveis aos que procuravam a verdade
de todos os tempos, mas só começaram a ser mais expostos quando o nível médio de
entendimento da humanidade o permitiu.

Para a civilização ocidental, o movimento espiritualista iniciado em meados do século


19 por Alan Kardec foi um marco da revelação das moradas do mundo de Deus. Desde
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então, o contato com seres viventes em outras dimensões de existência, cada vez mais
frequente, vem esboçando os largos contornos da Criação.

Já nas últimas décadas do século 20, a origem dos seres contatados começou a
diversificar-se. Alguns não se apresentavam como pessoas que viveram neste ou
naquele país no passado, mas como entidades vindas de outras partes do Universo, de
fora da Terra.

Órion, Marte, Sírius, um planeta de quinta dimensão ou a galáxia de Andrômeda são


algumas das muitas origens esses seres.
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O QUE É A MEDITAÇÃO

Meditar é tomar consciência integral de si mesmo, é ocupar conscientemente todo o


seu corpo. É um sentimento de unificação, de estar inteiro. É estar amplamente
ciente de todas as dimensões do seu Ser e sentir-se integrado.

É ter uma clara visão de si mesmo e ser capaz de reconhecer o que se passa no seu
mundo interior. É direcionar a sua mente para os acontecimentos interiores e colocar-se
como um observador/testemunha.

É voltar-se para o momento presente e perceber inteiramente os acontecimentos


exteriores com lucidez. É dirigir a sua atenção para o agora e perceber a realidade de
cada situação.

Meditar é como observar-se num espelho, mas o que veremos refletido não é a imagem
do nosso corpo físico e sim uma imagem do nosso corpo emocional e mental, feito de
pensamentos e sentimentos. Quando começamos a meditar, os pensamentos são tantos e
passam tão rápido pela mente que não conseguimos prestar mais atenção em nada além
deles.

Mas quando passamos a tomar consciência dos pensamentos e prestar atenção neles, a
agitação da mente vai diminuindo e ficamos mais atentos e presentes no que estamos a
fazer. Ver refletida a imagem de si mesmo é uma experiência muito impactante, por
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esse motivo a meditação é capaz de mudar as pessoas, porque as transforma de dentro


para fora.

A meditação não é uma fuga dos problemas diários, é na verdade uma


busca interior para encontrar a soluções das dificuldades do dia-a-dia.
Meditar é encontrar novos caminhos, novas escolhas para superar os
desafios.

A meditação não é religião, embora possa ser usada como prática espiritual nas várias
religiões. Um exemplo: defender a vida humana não é religião, embora as religiões
possam fazer essa defesa.

Trata-se de um processo psicofisiológico concreto. Dormir não é religião. Estar desperto


não é religião. Sonhar não é religião. Meditar é adoptar um procedimento que dá acesso
a um estado da mente/corpo, diferente do estar acordado, do dormir ou do sonhar, mas,
ainda assim, um estado mental com uma correspondente fisiológica específica – um
quarto estado de consciência. Este é o conhecimento da investigação mais moderna
sobre o funcionamento da mente.

Meditação não é rezar, não é crer ou acreditar, não é pensamento positivo, não é uma
moda new age. Para meditar não é necessário ter um deus, qualquer deus. Não é
necessário uma igreja ou seita. Ateus, agnósticos ou crentes de qualquer fé podem
meditar com o mesmo sucesso, e beneficiar dos efeitos positivos desta prática.

Meditação não é uma prática de grupo isolado, não impõe estilos nem rotinas
específicas de vida, não exige mudança de convicções, nem é só para alguns ou para
ascetas em reclusão.

A meditação é - deve ser - para todos! Desde que se possa pensar, pode-se meditar.
Todos podem ter acesso aos benefícios para a vida que a ciência comprova na prática
diária da meditação.

Numa expressão curta, a meditação aquieta a mente. Diminui a actividade da mente. É


um estado de simplicidade da mente. A mente quieta produz um corpo relaxado. Mente
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quieta, mas alerta, desperta. No sono profundo, a mente está quieta, mas não alerta –
não há consciência. Na meditação, a mente está quieta, mas a consciência mantém-se,
acentua-se, expande-se.

O PAPEL DA RESPIRAÇÃO NA PRÁTICA MEDITATIVA

Existe uma antiga história indiana que ilustra bem a importância da respiração. Conta-se
que, todos os sentidos estavam numa luta entre si para determinar qual deles era o mais
importante. Sem conseguir resolver o dilema, foram até Brahma - o criador na mitologia
hindu - e perguntaram-lhe: "Dentre nós, qual é o mais importante?"

Brahma então respondeu: "O mais importante é aquele cujo afastamento faça o corpo
piorar."

Assim, os sentidos decidiram que cada um se afastaria por um ano para que os outros
pudessem avaliar o efeito da sua ausência. A Fala afastou-se e ao voltar após um ano
perguntou: "Como vocês viveram sem mim?" Os outros sentidos responderam: "Como
os mudos: não falando com a língua mas vendo com os olhos, ouvindo com os ouvidos,
respirando com a respiração, conhecendo com a mente, gerando com o sémen. Assim
vivemos." E a língua retornou ao seu lugar.

Então afastou-se a Visão, vivendo os outros sentidos como os cegos. Depois, foi a vez
da Audição e todos viveram como os surdos. Quando o sémen se afastou, os sentidos
viveram como os impotentes. E foi a vez de a Mente afastar-se. Por um ano foi possível
viver como os loucos, sem conhecer com a mente mas falando com a fala, vendo com os
olhos, ouvindo com os ouvidos, gerando com o sémen e respirando com a respiração.

Por fim, chegou a vez da Respiração. Ao afastar-se, rompeu os demais sentidos e o


corpo virou uma grande confusão. Então, todos os outros sentidos lhe pediram: "Não
partas senhora pois não poderemos viver sem vós."

E assim é. A respiração alimenta todos os nossos sentidos, as nossas funções


orgânicas, células, órgãos, etc. Ela é o que nos mantém vivos. Respirar foi a primeira
coisa que fizemos ao entrar neste mundo e a última que iremos fazer. Apesar de não nos
darmos conta, a respiração está intimamente associada às nossas emoções e padrões de
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comportamento. Observe como ela muda, tornando-se curta e superficial, quando


estamos ansiosos ou com medo. Quando pensamos em algo bom ela expande-se. Os
antigos mestres do Yoga sabiam disso e começaram a testar diferentes tipos de
respirações e a analisar os seus efeitos. Foi assim que desenvolveram os exercícios
respiratórios do Yôga que chamamos de pránáyáma.

Prana significa alento ou energia vital e yáma significa domínio. Portanto, pránáyáma é
o domínio da bioenergia.

Respiramos cerca de 20.000 vezes num dia. Em cada respiração, absorvemos por volta
de 300 ml de ar. Mas os nossos pulmões foram planeados para muito mais, pois a
capacidade pulmonar de um adulto é de cerca de 4 litros. A nossa respiração quotidiana
movimenta apenas 10% do que os nossos pulmões comportam. Assim, o nosso corpo e
a nossa mente funcionam com uma quantidade de combustível bem menor do que
necessitam e jamais poderemos expressar plenamente os nossos potenciais e viver uma
vida realmente saudável se não aumentarmos a nossa absorção de oxigénio.

Praticando os exercícios que a meditação e o Yôga nos oferece, ampliamos a respiração


e reeducamos os músculos e órgãos envolvidos nesse processo para que, esse padrão
respiratório se mantenha mesmo depois de terminada a prática. Muitos desses exercícios
devem ser aprendidos diretamente com um instrutor pois precisam ser corrigidos. Os
que você aprenderá a seguir produzem bons efeitos, são bastante simples e podem ser
feitos em casa.

RESPIRAÇÃO ABDOMINAL

Deite-se de costas com os joelhos flexionados e os pés apoiados no chão. Esvazie


completamente os pulmões e comece a inspirar levando o ar para o abdómen,
projetando-o para cima. O peito permanece vazio, sem se mover. Faça uma pequena
pausa com os pulmões cheios.
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Agora, esvazie os pulmões puxando o abdómen para dentro. Quando você se sentir mais
tranquilo, expanda a sua respiração deixando que o ar entre suavemente na região das
costelas e peito.

Essa respiração vai oxigenar o cérebro, tranquilizar emoções e pensamentos e, quando


praticada à noite, auxilia a dormir com mais facilidade e descansar mais durante o sono.

INSPIRAÇÃO ALTERNADA
Com o dedo médio da mão direita obstrua a narina direita.

Inspire lenta e profundamente pela narina esquerda.

Solte o ar pelas duas narinas.

Obstrua a narina esquerda e inspire pela direita.

Solte o ar por ambas as narinas.

Repita todo o processo várias vezes e termine após inspirar pela narina direita.

Este exercício ativa cada um dos hemisférios cerebrais, sincronizando-os. Use esta
respiração quando sentir que os seus pensamentos estão confusos ou quando a mente
estiver muito agitada.
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TORNE-SE UM MESTRE DA SUA RESPIRAÇÃO

Se puder tornar-se um mestre da sua respiração você torna-se mestre das suas
emoções... O inconsciente prossegue mudando o seu ritmo de respirar, portanto,
torna-se cônscio desse ritmo e das suas constantes mudanças, acedendo às suas
raízes inconscientes.

a) Respire profundamente o dia todo, não forçado, mas devagar e bem fundo, sempre
que se lembrar e sinta-se relaxado(a).
b) Vigie a sua respiração, observe-a. Quando a respiração sai, vá com ela, quando ela
entrar, mova-se com ela. Se você puder observar a sua respiração, ela se tornará
profunda, silenciosa e rítmica. Seguindo a respiração você torna-se muito diferente,
porque essa consciencialização constante da respiração irá desprender- lhe da sua mente
e consequentemente da máquina de pensamentos constantes. A energia que
normalmente move-se para o pensar, mover-se-á para a observação. Essa é a alquimia
da meditação — mudar a energia que move-se do pensar para a observação...
Como não ser um pensador mas uma testemunha. Brinque ao observar a sua
respiração e não faça disso um trabalho.

c) Use a sua respiração como uma consciencialização da vida e da morte


simultaneamente. Quando a respiração sai, ela está associada com a morte, quando ela
entra, com a vida. Com cada expiração você morre, com cada inspiração você renasce.
Vida e morte não são duas coisas, separadas, divididas: elas são uma. E a cada
momento, ambas estão presentes. Portanto lembre-se disso: quando a sua respiração
está a sair, sinta como se estivesse a morrer. Não se assuste. Se você se assustar,
respiração será perturbada. Aceite isso: a expiração é morte. E a morte é bela, é
relaxante.
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Sete Passos práticos para a Meditação

1. Feche os olhos e concentre toda a sua atenção para a sua mente, com a intenção de
observar o seu mundo interno.
2. Respire de modo profundo, porém suave, e foque a atenção no movimento da sua
respiração. Imagine o ar a entrar pelas suas narinas, depois a passar pelas suas vias
respiratórias, e a chegar aos seus pulmões, expandindo-se. A seguir solte o ar, sem
deixar de pensar como esse movimento é feito pelas suas narinas. Foque a sua atenção e
intenção na respiração. Perceba realmente o movimento do ar na sua inspiração e
expiração.
3. Na próxima inspiração, traga todo o ar para o abdómen, sentindo a sua barriga a
expandir-se no movimento da inspiração. Depois esvazie lentamente o ar da barriga
quando for a expirar.

4. Ao soltar o ar, solte com toda a sua intenção e qualquer tensão, tudo o que está preso
e bloqueado em si. Solte a sua resistência e vá relaxando, cada vez, mais
profundamente. Inspire o ar novo e permita que ele vá preenchendo o espaço deixado
por todos os sentimentos e pensamentos negativos que você soltou na expiração.
Inspira o novo, as novas maneiras de perceber, sentir e vivenciar a sua vida.
Perceba que para o novo entrar e manter-se é preciso deixar ir o que não lhe serve mais,
desapegando-se do que está velho. Então traga a sua intenção de renovar-se e inspirar as
novas possibilidades, perceções e experiências.

5. Nessa intenção, afirme para si mesmo a sua intenção de mergulhar mais


profundamente nas suas emoções de forma clara e verdadeira. Respire profundamente e
relaxe ainda mais. Perceba a sensação de paz e segurança. Sinta-se acolhido e protegido.

6. Nessa energia, abra-se para perceber qualquer imagem, cena, perceção, memória...
Qualquer sensação, emoção ou, sentimento que venha à tona. Não é preciso preocupar-
se caso não perceba nada neste momento, apenas relaxe ainda mais.
7. Então agradeça a si mesmo por esta oportunidade de relaxar e entrar em contacto
consigo mesmo e lentamente retorne a sua atenção para o aqui e agora. Quando se sentir
preparado, abra os olhos, ficando completamente desperto e presente.
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Curiosidades

Por exemplo, haverá alguma base etimológica que reunisse "medicar" e "meditar".
Quem medita de certo modo medica-se? Para medicar é preciso meditar?

"Talvez haja alguma relação no que poderia ser mera coincidência". Assim inicia a
pesquisa.

Existia no imaginário dos antigos romanos uma deusa das curas, Meditrina, em cuja
festa (no dia 11 de outubro) tomava-se uma mistura de vinho novo e velho, dizendo-se
as seguintes palavras: "vetus novum vinum bibo, veteri novo morbo medeor" — "bebo
vinho novo-velho e de velhas-novas doenças estou curado".

O verbo medere ("curar") está ligado ao adjetivo medicus, que remete por sua vez à arte
da medicina (com destaque para as intervenções cirúrgicas) e à arte de curar pela magia.
A poção é medicamento ou algum preparado mágico. Medicar tem essa dupla face.

Haverá algum ponto de contato, uma coincidência semântica entre "meditar" e


"medicar"?

Meditar (meditari em latim) é uma concentração cuidadosa do pensamento, um refletir


profundo, um exercício interior. É tradução do verbo grego medomai. O curioso é que
este verbo grego e o verbo latino medere provêm da mesma raiz indo-europeia *med-,
vinculada a muitos e variados sentidos: "curar", "medir", "pensar", "governar",
"considerar"...

Numa visão integradora de todas as dimensões humanas, a doença é a perda de


equilíbrio da pessoa, que se compõe de corpo e espírito. Meditar é medicar-se na
medida em que a busca da verdade nos faz retomar o caminho da vida saudável.

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