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Suplemento

Nº 2 - março - 2017
A retomada dos negócios.

LUBRIFICAÇÃO
AUTOMÁTICA
Ainda pouco utilizados na
construção, sistemas automáticos
permitem obter ganhos ao
controlar a dosagem de graxa
em cada um dos pontos de
lubrificação do equipamento

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Injeção precisa Janela de Gestão confiável Ninguém aprende
e controlada possibilidades no país da manutenção lubrificação na faculdade
2ª Feira de Serviços e Tecnologias para Gestão
Sustentável de Água, Resíduos, Ar e Energia
De 7 a 9 de junho de 2017, São Paulo/SP, Brasil

Negócios em Sintonia com o Meio Ambiente


A BW EXPO é o evento que reúne as empresas e profissionais que oferecem soluções para a gestão sustentável dos recursos
naturais, gerando sinergias, parcerias e negócios que visam preservar e melhorar a nossa qualidade de vida e o meio ambiente.
A BW EXPO, dessa forma, assume um compromisso com o futuro do nosso planeta, por meio da criação de uma rede
lucrativa e sustentável, capaz de oferecer as melhores tecnologias e inovações para um mercado de desafios crescentes.

Realização: Co-Realização: Patrocínio: Local:

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SUPLEMENTO - M&T PEÇAS E SERVIÇOS

Injeção precisa
e controlada

REPRODUÇÃO
Abrindo espaço no país, sistemas de lubrificação automática
injetam dosagens controladas de graxa no equipamento, em intervalos

C
pré-determinados, sem necessidade de interromper o trabalho
omo todo gestor de frota equipamento muitas vezes fica su- à lubrificação”, observa Geyson Ro-
competente sabe bem, o jeito à contaminação, vazamento de des, gerente comercial da divisão de
serviço de lubrificação graxa e lubrificação ineficaz. lubrificação do Grupo Hidrau Tor-
dever receber o mesmo Esse é o argumento de algumas que. “Frequentemente, há falta de
grau de cuidado que é dedicado à das principais empresas fornece- conhecimento e de confiança nessas
operação de um equipamento. Por doras de sistemas de lubrificação tecnologias.”
integrar a rotina de manutenção, o automática no Brasil, que ademais No caso da mineração, pondera
procedimento é vital para a dispo- já possuem boa aceitação entre as o executivo, o cenário é diferente,
nibilidade operacional da máquina, empresas brasileiras de mineração, com mais receptividade. “As gran-
evitando desgaste acelerado dos embora ainda sofram resistência em des mineradoras possuem uma cul-
componentes. Contudo, nem sem- outros setores, como na construção. tura incorporada de manutenção e
pre esse serviço é realizado com o “A cultura de manutenção no Brasil muitos equipamentos já saem de fá-
devido cuidado e, em decorrência, o ainda é muito atrasada em relação brica com os sistemas de lubrifica-
SUPLEMENTO - M&T PEÇAS E SERVIÇOS
ção automática, embora ainda care- lubrificação. A bomba, então, man- de agentes contaminantes no circui-
çam de um profissional responsável da graxa para os injetores ou válvu- to, minimizando a possibilidade de
para cuidar dessa parte no campo”, las dosadoras, que abastecem todos falhas”, diz ele.
diz Rodes. os pontos da máquina, lubrificando De acordo com Rodes, da Hidrau
A Hidrau Torque, inclusive, busca as articulações que envolvam pinos Torque, uma tecnologia ainda pou-
avançar no mercado por meio de e buchas, além de outros pontos de co conhecida é a lubrificação au-
trabalhos de divulgação que cons- lubrificação com graxa. tomática de cabos de aço de guin-
cientizem os profissionais do setor O detalhe é que o equipamento dastes. Como se sabe, esse material
da construção sobre a importância não precisa interromper a ativida- precisa ser bem lubrificado para ter
da lubrificação correta. “O desafio de para receber a lubrificação, ou um bom funcionamento e a graxa
se dá por etapas”, explica o geren- seja, não há qualquer interferência deve impregnar o aço entrelaçado,
te, “primeiro há o esforço para se na produtividade. Aliás, o ideal é principalmente na parte interna,
introduzir a tecnologia nas empre- que o equipamento sequer pare de onde normalmente começa a criar
sas e, em seguida, de convencer os trabalhar enquanto recebe as dosa- ferrugem.
responsáveis a capacitar profissio- gens de graxa; assim, a quantidade Para utilizar o sistema de lubrifi-
nais para gerenciá-la e extrair seus necessária percorrerá todo o circui- cação automática, é instalada uma
benefícios.” to a ser lubrificado, formando um bomba na ponta da lança, na qual,
leve filme. por sua vez, é enrolado o cabo de
A configuração do sistema é ba- aço, sem a necessidade de uma pes-
CONCEITO seada nas necessidades do equipa- soa pincelar graxa. O dispositivo
Resumidamente, os sistemas de mento, considerando suas condi- que faz a lubrificação injeta a gra-
lubrificação automática são cons- ções de trabalho. Essas informações xa por todo o interior do cabo, en-
tituídos por bombas pneumáticas, são determinantes para programar quanto o guindaste continua a tra-
elétricas, hidráulicas ou manuais, a dosagem de graxa em cada um balhar normalmente.
definidas conforme a especificação dos pontos de lubrificação. Segun- A lubrificação automática é utili-
do projeto. Também possuem vál- do Paulo Henrique Manoel, gerente zada em qualquer tipo de equipa-
vulas dosadoras e injetoras, res- de vendas de produto e serviço de mento móvel ou fixo de construção
ponsáveis pela regulagem da quan- sistemas de lubrificação da SKF do ou mineração, mas também em
tidade de lubrificante que passa Brasil, o procedimento de instala- máquinas industriais. “Em algumas
pelo sistema. ção tem lá seus macetes. “Após um situações, o que muda é o tipo de
Quando esses componentes são estudo de engenharia realizado por bomba, válvula ou graxa”, explica
instalados no equipamento, os in- especialistas, o sistema é instalado André Luiz Rosa Pereira, gerente
jetores conectam-se aos pontos de com o cuidado de evitar a entrada de vendas do Grupo Groeneveld.

Quantidade de pontos de lubrificação por equipamento:


EQUIPAMENTO PONTOS
Escavadeira hidráulica 23
Pá carregadeira de rodas 26
SKF

Retroescavadeira 46
Trator de esteiras 9 – 12
Motoniveladora 32 – 59
Caminhão 4x4 com caçamba 29 – 32
Tipos diferentes de graxa exigem
Guindaste 10 sistemas independentes de lubrificação

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GROENEVELD
Soluções de lubrificação automática atendem linhas fora de estrada e veículos especiais, mas ainda precisam avançar na construção

“Seja como for, as soluções atendem no ponto”, resume. acrescentando que, no mercado de
linhas fora de estrada em geral, in- E por falar em custo-benefício, máquinas usadas da Linha Amarela,
cluindo máquinas de construção, alguns especialistas afirmam que é os compradores brasileiros já estão
mineração, florestais, agrícolas, possível reduzir o consumo de lu- começando a fazer boas avaliações
portuárias e de transporte rodovi- brificante entre 50% e 70%, uma dos equipamentos com sistema de
ário e ferroviário, além de veículos vez que a lubrificação automática lubrificação automática.
especiais como caminhões betonei- evita os desperdícios normalmen- Miranda observa ainda que o sis-
ra, equipamentos para concreto, ca- te gerados pelo método manual. De tema convencional de lubrificação
minhões de lixo e outros.” acordo com Marcelo Miranda, con- requer um esforço que não condiz
sultor técnico do departamento de com a eficiência do resultado. “Aces-
lubrificação centralizada da Soned, sar cada um dos pinos graxeiros do
CUSTO-BENEFÍCIO se o custo do sistema de lubrificação equipamento exige uma quantidade
As possibilidades são amplas. Para automática atingir de 3% a 5% do elevada de horas trabalhadas, bem
Antonio Veríssimo Júnior, diretor da valor de uma máquina, sua aquisi- como um alto grau de empenho do
Perfect Lube, todo equipamento que ção já se justifica. “Trata-se de uma operador para efetuar a lubrificação
gera atrito pode receber um sistema forma econômica, eficiente e segura com os cuidados necessários”, co-
de lubrificação automática. “Basica- de cuidar de uma máquina que, se menta o executivo. Outra importan-
mente, o que define a aplicação é o permanecer bem lubrificada, terá te vantagem, diz ele, é que o meio
custo-benefício proporcionado por boa produtividade, consumo reduzi- ambiente também é poupado, “ten-
essa tecnologia, devido à injeção do de combustível e depreciação de- do em vista que a dosagem correta
precisa e controlada do lubrificante sacelerada”, defende o especialista, evita que a graxa vase e escorra pelo

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SUPLEMENTO - M&T PEÇAS E SERVIÇOS
equipamento, podendo gotejar no APLICAÇÃO detalhes técnicos que profissional
chão e, desse modo, atingir o ecos- De acordo com os preceitos da não consegue fazer manualmente,
sistema”. boa manutenção, a lubrificação como controlar a dosagem de graxa
Também há um aspecto estrutural, deve seguir algumas regras, como em cada ponto.”
pois o suprimento eficiente de graxa definir quantidade condizente de Ele salienta que lubrificação cor-
nas articulações – feito com a má- óleo e graxa, intervalos corretos reta não significa graxa escorren-
quina em movimento – possibilita e programados, aplicação limpa e do pela máquina. “É preciso pouca
queda de até 50% na troca de pinos seca. E essas exigências dificultam quantidade de lubrificante, o sufi-
e buchas. E o especialista estima que a aplicação manual. Afinal, quando ciente para formar um filme entre
a maioria das paradas do equipamen- aplicada com as mãos, a graxa cobre as duas superfícies de contato. E a
to deva-se à quebra dessas peças. Por uma parte do pino e da bucha, mas reposição desse filme em dosagens
fim, a segurança física do profissional não se espalha, permanecendo con- corretas só é possível pelo sistema
que faz a lubrificação é outro ponto centrada no ponto de entrada, sem automático”, diz. “A graxa que seria
citado. “Para depositar graxa manu- envolver completamente as áreas de colocada de uma só vez na lubrifica-
almente nos 23 pontos de uma esca- contato. ção diária do equipamento é fracio-
vadeira, por exemplo, é necessário Assim, quando for dada a partida nada pelo sistema automático em
acessar todas as partes da máquina”, no equipamento, o local que não várias dosagens menores.”
reitera Rodes, da Hidrau Torque. “E recebeu graxa sofrerá mais atrito.
alguns desses pontos ficam em partes Saiba mais:
“Além do esforço, o resultado da Groeneveld: www.groeneveld-group.com
altas, como no braço, o que compro- lubrificação é inadequado”, explica Hidrau Torque: www.grupoht.com.br
Perfect Lube: perfectlube.com.br
mete a segurança do trabalhador.” Rodes. “Esse trabalho requer alguns Soned: www.soned.com.br

Para garantir as vantagens no custo-benefício, instalação exige estudos de engenharia e cuidados com contaminação

SKF

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SUPLEMENTO - M&T PEÇAS E SERVIÇOS

Janela de
possibilidades no país
Embora não haja dados oficiais, estima-se que o uso dos sistemas de lubrificação
automática seja inferior a 20% de seu potencial no Brasil. Em mineradoras, a

N
utilização é maior, podendo já ter atingido 40%, segundo especialista
o Brasil, os sistemas de ser feita conforme as condições reais como Europa e América do Norte o
lubrificação automática de trabalho do equipamento”, aponta uso dos sistemas de lubrificação au-
ainda são pouco utiliza- Paulo Henrique Manoel, gerente de tomática é bastante avançado, sendo
dos, principalmente entre vendas de produto e serviço de siste- que praticamente não se opera um
as empresas de construção, terraple- mas de lubrificação da SKF do Brasil. equipamento fora de estrada sem a
nagem, locadoras e transportadoras. Não há dados disponíveis sobre as tecnologia. “Contudo, estimamos um
Nesse quadro, é patente seu potencial vendas desses sistemas na Brasil, mas grande potencial de crescimento no
de crescimento nesses setores, mas de acordo com André Luiz Rosa Perei- Brasil, em todos os segmentos que po-
– por ser uma solução diretamente ra, gerente de vendas do Grupo Gro- dem ser atendidos”, aposta.
atrelada a campanhas de incentivo à eneveld, há consenso entre os fabri- Consultor técnico do departamen-
manutenção preventiva – isso requer cantes sobre o baixo desenvolvimento to de lubrificação centralizada da So-
uma boa dose de empenho por parte deste mercado no país. “A capilaridade ned, Marcelo Miranda reitera que, em
dos fornecedores. ainda não chegou a 20% de seu poten- países europeus e norte-americanos,
É certo que nossa defasada cultu- cial de uso”, dimensiona o executivo. a realidade é outra. Lá, o uso desses
ra de lubrificação também abre uma “Apenas as mineradoras estão mais sistemas é tão avançado ao ponto de
janela de possibilidades para se com- avançadas, pois algo entre 30% e 40% alguns equipamentos da Linha Ama-
provar, na prática, como a implantação das empresas desse segmento utilizam rela saírem de fábrica já com as solu-
do sistema automático traz ganhos os sistemas, enquanto as demais áreas ções instaladas. “No Brasil, o uso está
à gestão da frota, se comparado ao ainda permanecem inexploradas.” aumentando conforme os usuários de
método manual. “A lubrificação deve De acordo Pereira, em mercados máquinas vão conhecendo essa tecno-

SKF

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Semana das Tecnologias
Integradas para Construção,
Meio Ambiente e
Equipamentos
DE 7 A 9 DE JUNHO DE 2017
SÃO PAULO/SP - BRASIL

O FORTALECIMENTO ESTRATÉGICO DO SETOR PARA


A INTEGRAÇÃO E A RETOMADA DOS NEGÓCIOS.

2ª Feira de Serviços e
Tecnologias para Gestão
3ª Feira de Tecnologia e Gestão Sustentável de Água,
de Equipamentos para Resíduos, Ar e Energia
Construção e Mineração.

A Retomada dos Negócios Negócios em Sintonia com o Meio Ambiente


Para atender à demanda e facilitar a tomada de decisão dos usuários A BW EXPO é um evento que reúne empresas e profissionais que oferecem
e frotistas na aquisição de novas tecnologias, serviços, assistência soluções para a gestão sustentável dos recursos naturais, gerando sinergias,
técnica e peças de reposição, a Sobratema apresenta a M&T Peças parcerias e negócios que visam preservar e melhorar a qualidade de vida e o
e Serviços –3ª Feira de Tecnologia e Gestão de Equipamentos para meio ambiente.
Construção e Mineração.
Realização: Local:

Desenvolvimento Urbano & Cidades em Movimento: Soluções


Tecnologias para Construção Construtivas para os Municípios Brasileiros
O SUMMIT 2017 é um importante conjunto de palestras e workshops A 3ª edição da CONSTRUCTION EXPO tem o apoio de mais de 130 entidades
que possibilitará a interação com uma série de eventos paralelos, do Construbusiness e das principais construtoras do País. As atividades
que apresentarão, de forma inovadora, “cases” e iniciativas do setor da feira vão apoiar e estimular os municípios na realização dos projetos de
da construção. infraestrutura que irão potencializar os negócios e criar novas oportunidades.
SUPLEMENTO - M&T PEÇAS E SERVIÇOS
logia e constatando suas vantagens”,
constata o especialista.

DIFERENÇAS
Em equipamentos móveis pesados,
podem ser utilizados diferentes sis-
temas de lubrificação automática. O
chamado sistema linha simples pro-
gressivo, por exemplo, possui válvulas
dosadoras que dependem umas das
outras para funcionar e abrir passa-
gem para a graxa. “Trata-se de um
sistema confiável, de baixo custo, que
pode ser instalado em um equipamen-
to que necessite que todos os pontos

REPRODUÇÃO
sejam obrigatoriamente lubrificados”,
informa Alex Ruiz, engenheiro da Per-
Lubrificação deve ser feita de acordo com as condições reais de trabalho do equipamento
fect Lube, explicando que a solução
monitora todos os pontos por meio
de um único sensor de posição e, ao Outra característica do sistema pro- comercial do Grupo Hidrau Torque.
bloquear uma saída, todos os outros gressivo é que – sempre que haja ne- Outra opção é o sistema linha sim-
pontos são paralisados. “Se uma vál- cessidade de alterar-se a dosagem de ples paralelo, que possui regulagem da
vula parar, o sistema permanece tra- graxa em um dos pontos ou mesmo a quantidade de graxa no injetor. Nesse
vado e sem injetar lubrificante até que temporização da bomba – é preciso caso, se um dos pontos travar, os de-
se identifique e corrija o problema, o mudar todo o projeto, o isso exige co- mais continuam a trabalhar normal-
que deve ser feito por profissional ca- nhecimento. “Embora tenha um custo mente. Caso algum ponto esteja em
pacitado para ter uma solução rápida. acessível, esse modelo apresenta algu- estado crítico e corra o risco de parar,
Ou seja, é mais barato parar todo o sis- mas dificuldades de operação e requer podem ser colocados dois injetores,
tema do que deixar partes do equipa- pessoas especializadas para monitorá- até o problema ser resolvido. Além
mento sem lubrificação.” -lo”, pondera Geyson Rodes, gerente disso, em relação ao sistema progres-

Sistemas automáticos
distinguem-se pelo número de
pontos, robustez de acessórios e
pressão da graxa
SKF

10 REVISTA M&t
sivo as mangueiras, conexões e aces- te utilizadas em mineração e usinas de manter um bom desempenho e elimi-
sórios são mais robustos e a pressão beneficiamento de minério também nar a possibilidade de contaminação
da graxa é maior. A identificação de comportam esse sistema.” no circuito e seus componentes. “As
falhas também é mais simples e pode Também existe um sistema circula- falhas mais comuns são relacionadas à
ser feita por inspeção visual. tório. Muito utilizado em máquinas da contaminação e ao dimensionamento
Já o sistema paralelo em linha du- indústria de papel, possui reservatório incorreto do sistema”, alerta Manoel,
pla é similar ao de linha simples, mas capaz de armazenar de 3 a 4 mil litros da SKF do Brasil.
possui duas linhas principais que con- de óleo, que circula pelos pontos, faz Durante a instalação, também é feita
duzem a graxa da bomba até os blocos a lubrificação e, em seguida, retorna uma análise da distância dos pontos
dosadores. Geralmente, é utilizado para o reservatório. Esse processo se e, em seguida, efetuada a montagem
em máquinas com grande quantida- repete conforme a programação esta- dos distribuidores, de forma que haja
de de pontos, distantes uns dos ou- belecida em projeto, mas geralmente o equilíbrio na perda de carga para in-
tros, como nas siderurgias, nas quais óleo passa por filtragem, resfria e se- jeção do lubrificante em cada ponto.
uma mesa de rolos de um laminador a gue recirculando. “Também há uma preocupação em
quente, por exemplo, pode ter mais de interferir o mínimo possível na origi-
100 metros de distância e 200 pontos, nalidade do equipamento a ser insta-
exigindo bomba com aproximadamen- INSTALAÇÃO lado”, arremata Alex Ruiz, engenheiro
te 40 quilos de graxa. “Se houver obs- Apesar de exigir profissionais, a de produto da Perfect Lube.
trução em um dos pontos, os demais instalação tem procedimento rápido.
continuam a receber o lubrificante”, Após alguns estudos de engenharia, Saiba mais:
acrescenta Paulo Henrique Manoel, a empresa fornecedora envia técni- Groeneveld: www.groeneveld-group.com
Hidrau Torque: www.grupoht.com.br
gerente de vendas da SKF do Brasil. cos ao local para instalar o sistema no Perfect Lube: perfectlube.com.br
SKF: www.skf.com/br
“Algumas escavadeiras de grande por- equipamento. O principal cuidado é Soned: www.soned.com.br
SUPLEMENTO - M&T PEÇAS E SERVIÇOS

Gestão confiável da
manutenção
Soluções permitem reduzir o desgaste de peças e o consumo de graxa, mas é
preciso utilizar graxas recomendadas pelo fabricante e fazer inspeções visuais

O
para conferir se as conexões estão em ordem
s especialistas apontam tral da história é que o gestor real- supervisionam o funcionamento em
diversas vantagens em uti- mente reconheça suas limitações e se diversos aspectos e, ainda, informam
lizar a lubrificação auto- disponha a solucionar as deficiências. ao operador sobre eventuais falhas.”
mática, todas relacionadas “Quando se depende de mão de obra O executivo recomenda atenção es-
à gestão da manutenção. Economia no para a lubrificação, a empresa fica pecial à qualidade do lubrificante uti-
consumo de graxa, eliminação de pa- sujeita à ação e competência humana lizado, bem como a maneira com que
radas para lubrificação diária, corte de para realizar o trabalho, que muitas é introduzido no equipamento, para
despesas com mão de obra e extensão vezes deixa a desejar”, comenta. “Já a evitar contaminação. “Via de regra, o
de vida útil das peças estão entre os lubrificação automática tem a confia- sistema deve ser bem dimensionado,
aspectos mais favoráveis. bilidade do sistema e, se apresentar com utilização de lubrificante com as
Para Alex Ruiz, engenheiro de defeitos, basta ser consertado.” especificações técnicas indicadas pelo
produto da Perfect Lube, em geral o fabricante”, afirma.
custo-benefício na gestão da manu- CONTAMINAÇÃO Essa preocupação também é
tenção é percebido de forma bem pe- Não que isso aconteça com frequ- apontada por Ruiz, da Perfect Lube,
culiar em cada cliente. “Os gestores ência. Para o consultor técnico da ressaltando que o cuidado com o
costumam verificar o valor do equi- Soned, Marcelo Miranda, esses siste- reabastecimento do lubrificante é
pamento e a verba disponível para mas precisam de poucos cuidados de nevrálgico no sistema de lubrifica-
pensar em investir num sistema de manutenção. “A cautela maior é ins- ção automática. “Aproximadamente
lubrificação automático”, observa. pecionar se os equipamentos sofre- 95% dos problemas de funciona-
“Mas durante as visitas, demostra- ram possíveis avarias ou colisões ex- mento constatados em campo estão
mos que isso não é suficiente para ternas que possam ter rompido uma relacionados à contaminação do lu-
determinar essa questão.” tubulação, por exemplo”, comenta. brificante”, alerta.
O especialista relembra uma ocasião “Em alguns modelos, há recursos que Por isso, ele aconselha que o ope-
em que visitou a oficina de uma em- SONED
presa de ônibus na qual o gerente ga-
rantia que 100% dos pontos de lubrifi-
cação dos veículos eram corretamente
lubrificados através do sistema ma-
nual. “Fizemos algumas ponderações,
descemos até a oficina e, após averi-
guamos a situação, mostrei que ele
estava enganado”, relata. “Quando co-
mecei a retirar alguns bicos graxeiros
dos pontos, teoricamente lubrificados,
o gerente constatou perplexo que a lu-
brificação de fato era inadequada.”
De acordo com Ruiz, a questão cen-

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rador faça acompanhamento não se espalha; acumulando-se

: SKF
visual do sistema instalado no no ponto de entrada sem envol-
equipamento, para observar a ver completamente as áreas de
presença de graxa nos pontos contato. Se a graxa escorrer pela
de injeção na máquina. Além máquina, pode atingir o meio
das precauções relacionadas à ambiente. “Os sistemas automá-
graxa, entrementes, Ruiz salien- ticos possibilitam o controle do
ta outros cuidados necessários Pá carregadeira de rodas utiliza graxa a base de lítio volume da graxa empregada na
na manutenção desses siste- lubrificação, minimizando o uso
mas. “Ele nunca deve ser desmon- SUSTENTABILIDADE de todos os insumos envolvidos”, lem-
tado quando existir a possibilidade Óleos e graxas são substâncias or- bra Marcelo Miranda, consultor técni-
de travamento do distribuidor, por gânicas de baixa solubilidade, que co da Soned. “Além disso, a máquina
exemplo”, frisa. “As mangueiras, tu- podem fazer estrago considerável nos adequadamente lubrificada tem seu
bos e conexões não devem ser desco- ecossistemas. Quando ocorre vaza- desempenho energético ampliado e
nectadas, para não deixar o equipa- mento no equipamento, o lubrificante não consome excesso de combustível
mento vulnerável à contaminação.” forma um filme que impede a transfe- e de componentes, evitando emissões
Já André Luiz Rosa Pereira, ge- rência de oxigênio do ar para a água, residuais ao meio ambiente. O volume
rente de vendas do Grupo Groe- aumentando a carga orgânica em cor- de lubrificante é dosado na medida
neveld, acrescenta que “além de pos d’água – em uma situação crítica exata que o equipamento necessita,
empregar o lubrificante adequado chamada de “poluição difusa”. sem sobras de graxa escorrendo.”
para o equipamento, é fundamental Por isso, deve haver o cuidado para
substituir os filtros que protegem que essas substâncias não entrem em
o sistema contra contaminação por contato com o meio ambiente. Como Saiba mais:
Groeneveld: www.groeneveld-group.com
particulados sólidos”. vimos, quando a graxa é aplicada ma- Perfect Lube: perfectlube.com.br
Soned: www.soned.com.br
nualmente, cobre o pino e a bucha, mas

Confira no quadro o lubrificante certo para cada componente


TERRAPLENAGEM E MINERAÇÃO (Fonte: Chevron)
Motor diesel: API CI-4
Transmissão Powershift: SAE 30 / TO-4
Sistema hidráulico: ISO VG 68
Lubrificação geral a graxa: NLGI 2 com aditivação EP
Comando final: SAE-50 /TO 4
CARREGADEIRAS DE RODAS (Fonte: Ipiranga)
Motor: SAE 15W40, API CI-4, ACEA E-7
Servo-transmissão: SAE 30 (temperatura moderada) / SAE 50 (temperatura alta), API CF
Sistema hidráulico: SAE 10W, API CF
Diferenciais e comandos finais: SAE 50, API CF
Lubrificação a graxa: Graxa a base de lítio, NLGI 2
EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS (Fonte: Shell)
Motor: I5W40
Transmissão: Tipo A Sufixo A
Sistema hidráulico: ISO 68
Diferenciais e comandos finais: SAE 50, API CF
Lubrificação a graxa: Graxa a base de lítio, NLGI 2

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SUPLEMENTO - M&T PEÇAS E SERVIÇOS

ENTREVISTA - GEYSON RODES


Especialista em sistemas de lubrificação automática, o técnico-
-mecânico Geyson Rodes tem um longo desafio pela frente: con-
vencer os gestores de frota brasileiros a dar o mesmo grau de
importância para a lubrificação que é dedicado à operação dos pró-
prios equipamentos.
Há mais de três anos na gerência comercial da divisão de lubrifi-
cação do Grupo Hidrau Torque, o executivo dedica-se a divulgar os
princípios da lubrificação correta para melhor assimilação dos pro-
fissionais dos setores da construção, logístico, portuário, agrícola,
industrial e de mineração.
Para tanto, Rodes conta com a habilidade adquirida em anos de
experiência prática na instalação de sistemas de lubrificação auto-
mática e no trabalho diário com vendas nessa área. “As soluções
nesse serviço passam por diversas áreas, que vão desde o méto-
do aplicado até o tipo de lubrificante a ser utilizado num ponto do

Ninguém aprende
equipamento”, diz ele. Acompanhe.

lubrificação na
faculdade
IMAGENS: HIDRAU TORQUE
• Como é a cultura de manutenção no ver problemas que eventualmente podem compreendam a importância desse siste-
Brasil em relação a outros países? ocorrer, como falhas na bomba, manguei- ma. Temos um canal em rede social cha-
Ainda é muito atrasada na lubrificação, ras e conexões, assim como é necessário mado GHTube, onde postamos vídeos de
devido à falta de conhecimento e de con- para outros recursos do equipamento. um minuto falando sobre a importância
fiança nas tecnologias disponíveis. O pro- da aplicação do sistema, principais ganhos
• Em que setores o lubrificação
prietário de equipamento precisa aperfei- para os proprietários de equipamentos,
centralizada é mais utilizada?
çoar esse trabalho utilizando a lubrificação tipos de sistemas disponíveis no mercado
As grandes mineradoras já possuem
automática para melhorar a eficiência. Não e como eles funcionam. Esse tipo de mí-
uma cultura de manutenção nesse quesi-
basta calcular custos com graxa, é preciso fa- dia ajuda na disseminação dessa cultura,
to. Muitos equipamentos fora de estrada já
zer a conta das despesas com mão de obra, tem boa penetração, democratiza conhe-
saem de fábrica com lubrificação automá-
troca de pinos e buchas, tempo em que o cimento e desperta a curiosidade das pes-
tica incorporada, mas já instalamos mais
equipamento trabalhou com esforço exces- soas. Também vamos investir em visitas e
de 500 sistemas em equipamentos móveis
sivo devido à lubrificação inadequada. Existe orientação para profissionais de empresas
de mineradoras como Vale, Yamana Gold,
também uma tendência interessante de se de diferentes setores, porque acreditamos
Kinross Gold, Anglo American, Mineração
vender a gestão total da lubrificação para as que, quanto mais o profissional entenda a
Rio do Norte, Hydro, entre outras. O seg-
empresas, na qual o fornecedor assume toda importância da lubrificação correta, maior
mento da construção é o oposto, pois não
essa parte da manutenção, o que elimina será a aceitação do sistema automático.
temos quantidade expressiva de vendas
problemas de mão de obra e de baixa qua-
nem para grandes construtoras que, em- • Pode citar algum exemplo?
lidade nesse serviço.
bora valorizem as tecnologias, ainda preci- Certa vez visitamos uma empresa do
• Os preços dificultam sam avançar mais no quesito lubrificação. ramo da indústria que já possuía um sis-
a aceitação no Brasil? O setor de transporte rodoviário também tema do tipo progressivo de um fornece-
A discrepância de valores em compara- é praticamente inexplorado. dor nacional instalado numa máquina de
ção ao mercado norte-americano provoca embalagem. Perguntei como era feita a
• E as máquinas agrícolas?
queixas. No setor de transporte rodoviário, manutenção e o engenheiro responsável
As empresas do setor agrícola se mos-
por exemplo, nos Estados Unidos a maioria traçou um cenário de dificuldades, dores
tram dispostas e interessadas, mas tam-
dos caminhões possui lubrificação auto- de cabeça com quebras e perda de tempo
bém carecem de uma boa cultura de
mática a um investimento que vai de 3,5 gasto nos consertos. Fizemos um diagnós-
manutenção. O caminho é investir na mu-
mil a 5 mil dólares por caminhão. No Brasil, tico sobre o funcionamento desse tipo de
dança desse aspecto, despertar o interesse
esse valor equivale a um preço em torno sistema, elencando as possíveis dificulda-
das pessoas para a necessidade da lubri-
de 20 mil reais, o que torna difícil conven- des e explicando que existiam opções com
ficação eficiente como meio de manter o
cer o transportador de que esse custo não menos problemas. Enfim, o responsável
equipamento disponível, disseminando in-
pode ser comparado a despesas de tambor percebeu que as duas soluções eram ide-
formações. Essa deficiência existe porque
de graxa e mão de obra, mas sim à redução ais para a lubrificação, mas o sistema que
no Brasil, infelizmente, ninguém aprende
de paradas, troca de pinos e buchas, além apresentamos era tecnicamente dimensio-
lubrificação na faculdade.
da disponibilidade do caminhão para frete. nado para o equipamento e, por isso, ele
• Como contribui para essa tornou-se nosso cliente.
• Além do preço, qual é a principal
disseminação?
dificuldade na disseminação desses
A Hidrau Torque faz um trabalho impor- Saiba mais:
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tante de divulgação para que as empresas
O desafio deve ser vencido por eta-
pas. Inicialmente, é necessário quebrar a
Construção precisa avançar no quesito lubrificação, diz especialista
resistência e introduzir a tecnologia nas
empresas e, em seguida, convencer os
responsáveis a capacitar profissionais para
gerenciá-la em campo. Essa supervisão é
fundamental, mas muitas empresas que
instalam o sistema não se dedicam à ma-
nutenção nem aos cuidados que ele ne-
cessita. Deve haver um gestor para resol-

marçO/2017 15
REALIZAÇÃO:

DE 7 A 9 DE JUNHO DE 2017
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