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Apontamentos - Macroeconomia
A resolução desse conflito de interesses pode fazer-se pela Análise Custo-Benefício que indica
que devemos fazer uma coisa se e só se os seus benefícios excederem (ou, nalgumas
circunstâncias, igualarem) os seus custos.
Preço de reserva – preço mais alto que uma pessoa está disposta a pagar para obter um
benefício ou menor preço que aceitaria para se desfazer dele.
Nas nossas ações, devemos maximizar o excedente económico – benefício por desenvolver essa
ação, subtraído dos custos.
Princípio do custo-benefício – Deve desenvolver-se uma ação se, e só se, os benefícios daí
decorrentes forem pelo menos tão grandes quanto os custos adicionais.
Custo de Oportunidade – o valor da melhor alternativa que tem de sacrificar para desenvolver
essa atividade.
Custo marginal (Cmg) – acréscimo no custo total resultante de acrescentar uma unidade
adicional.
A utilização de um bem que já se possui não é gratuita, uma vez que o mesmo poderia ser
vendido/trocado, pelo que no cálculo da riqueza (património) de uma empresa se deve ter em
conta aquilo que ela vende somado daquilo que poderia ter vendido. A avaliação desta última
parcela faz-se através dos custos de oportunidade (exemplo: apicultor que utiliza o mel
produzido para curar a filha ao invés de o vender).
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É também necessário ter em conta o valor temporal do dinheiro – uma determinada quantia
em euros, hoje, é equivalente a uma maior soma de euros no futuro, porque o dinheiro pode
ser investido numa conta a prazo, rendendo juros durante esse período.
Quando um custo é afundado, ele não deve ser tido em conta no momento da decisão. Mas a
distinção entre custo afundado e custo relevante é difícil.
Se uma pessoa tiver comprado um bilhete por €40 e outra tiver recebido como prenda um outro
bilhete de igual valor e ambas já não quiserem ir, a primeira está na presença de um custo
afundado, pois não tem a quem vender; a outra nem sequer deve pensar quanto custou o
bilhete a quem lho deu, isto é, não se deve sentir “obrigada” a ir ver o teatro só porque “sente”
que não deve “desperdiçar” o bilhete.
Por outro lado, num restaurante de comida à descrição, mal a pessoa paga a entrada, esse valor
é um custo afundado. Não deve sentir-se na obrigação de comer de forma descontrolada só
para “maximizar” o benefício.
O critério para a alocação eficiente de um recurso entre diferentes atividades é alocar cada
unidade do recurso na atividade produtiva em que o benefício marginal for mais alto.
Pode equacionar-se de outro modo a questão: alocar o recurso de forma a que o seu benefício
marginal seja o mesmo em qualquer atividade.
Grupo I Grupo II
Total pontos obtidos 48 12
Pontos obtidos último min 4 10
Na situação apresentada, o aluno deveria ter gasto mais tempo no grupo I, pois o benefício
marginal foi maior.
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A falha na distinção entre custos médios e marginais pode ser originada por não se saber
distinguir custos fixos (custo que não varia com o nível de atividade) de custos variáveis (custo
que oscila com o nível de atividade).
Todos os custos afundados são fixos, mas nem todos os custos fixos são afundados, como é o
caso da possibilidade se ser reembolsado pela inscrição no ginásio.
Vantagem comparativa – uma pessoa tem vantagem comparativa em relação a outra se o seu
custo de oportunidade por efetuar a tarefa for mais baixo que o custo de oportunidade da outra
pessoa.
Curva das possibilidades de produção (CPP) – combinação de bens e serviços que uma
economia pode produzir. Descreve a quantidade máxima de um bem que pode ser produzida
em função do nível de produção de outro bem.
Partindo do pressuposto de que têm o mesmo prazer em fazer as duas ações e atendendo ao
tempo que demoram para produzir uma unidade de cada:
A Paula tem mais eficiência, logo tem vantagem absoluta, em ambas as atividades. No entanto,
o diferencial de eficiência é menor nas páginas WEB, pelo que a Paula tem vantagem
comparativa na produção de bicicletas, enquanto a Bela tem vantagem comparativa na
produção de páginas WEB.
O desempenho é melhor se elas se concentrarem nas atividades em que o seu CO é mais baixo.
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O custo de oportunidade leva a alocar toda a produção para a atividade em que há maior
vantagem comparativa, isto é, leva à especialização.
A vantagem comparativa e a especialização permitem que uma economia produza mais do que
se uma pessoa individualmente tenteasse produzir um bocadinho de tudo.
Ponto atingível – qualquer combinação de bens que pode ser produzida com os recursos
atualmente disponíveis.
Ponto inatingível – qualquer combinação de bens que não pode ser alcançada com os recursos
atualmente disponíveis.
Quanto menos produtiva uma pessoa for, mais próximo da origem estará a sua CPP.
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Os ganhos com a especialização são consideravelmente maiores quando as pessoas são ambas
absoluta e relativamente mais eficientes nas suas respetivas especialidades e quando as
diferenças nos custos de oportunidade são mais pronunciadas.
Numa empresa, subdividir uma tarefa em passos simples, cada um dos quais realizado por uma
máquina diferente, multiplica grandemente a produtividade de cada trabalhador
individualmente.
Tal como todas as CPP, tem uma inclinação negativa, que ilustra
o princípio da escassez e os trade-offs.
O princípio do custo de oportunidade crescente diz-nos que o declive de uma CPP se acentua
mais à medida que nos deslocamos para a direita. Quanto maiores forem as diferenças nos
custos de oportunidade, mais arqueada será a curva, e quanto mais arqueada for a CPP, maiores
serão os ganhos potenciais com a especialização.
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Curva da Oferta
Curva da oferta – curva com inclinação positiva que mostra a quantidade total de um bem que
os vendedores querem vender a cada nível de preço.
As pessoas deverão estar dispostas a vender desde que o preço que recebem para um bem seja
suficiente para cobrir os custos de oportunidade de os fornecer, daí que a curva ilustre o
princípio da fruta ao alcance da mão, pois quanto maior for o preço de venda, mais pessoas
estarão dispostas a vender, isto é, cresce o número de pessoas para as quais o preço suplanta o
custo de oportunidade.
Curva da Procura
Curva da procura – curva com inclinação negativa que mostra a quantidade total de um bem
que os compradores desejam adquirir cada um ao seu preço.
Equilíbrio de mercado
Equilíbrio – situação estável ou sem alterações, na qual todas as forças que operam dentro de
um sistema são contrabalançados por outras.
Preço máximo – o mais elevado preço que é possível praticar, conforme especificado por lei.
A solução para ajudar os pobres não está em medidas restritivas dos preços nos mercados, mas
sim na atribuição de rendimento adicional, em vez de se instaurarem preços máximos.
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Quando as pessoas não conseguem tirar vantagem de todas as trocas mutuamente benéficas,
diz-se que existe “dinheiro na mesa”, isto é, existem oportunidades por explorar.
Quando o preço num mercado se encontra abaixo do preço de equilíbrio, existe “dinheiro na
mesa”, porque será sempre possível a um produtor fornecer uma unidade adicional a um custo
que é mais baixo do que aquele que os consumidores estão dispostos a pagar. Por outro lado,
no equilíbrio de mercado, não há “dinheiro na mesa”.
Eficiência ou eficiência económica – condição que ocorre quando todos os bens e serviços são
produzidos e consumidos nos seus respetivos níveis socialmente ótimos.
Princípio da eficiência – a eficiência é um importante objetivo social, uma vez que, quando o
bolo aumenta de tamanho, cada um pode ter uma fatia maior.
Se todos os custos de produção do bem são acrescidos diretamente aos compradores, segue-se
que a quantidade de equilíbrio do mercado de um igualará o custo marginal e o benefício
marginal do bem. E isto implica que a quantidade de equilíbrio maximize igualmente o
excedente económico total.
Mas, por vezes, a produção de um bem requer custos que recaem sobre outras pessoas que não
aquelas que vendem o bem. Por exemplo, os bens cuja produção gera níveis significativos de
poluição ambiental. À medida que são produzidas mais unidades desses bens, é gerada mais
poluição que prejudica outras pessoas para além dos vendedores. No equilíbrio de mercado para
estes bens, o benefício para os compradores do último bem produzido é, tal como antes, igual
ao custo em que incorreram os vendedores para produzir esse bem. Mas, uma vez que a
produção desse bem impõe igualmente custos de poluição para outros, sabemos que o custo
marginal global da última unidade produzida – o custo marginal provado do vendedor somado
ao custo marginal de poluição gerado – terá de ser maior do que o benefício da última unidade
produzida. Assim, neste caso a quantidade de equilíbrio do mercado do bem será maior do que
a quantidade social ótima. O excedente económico total seria maior se se reduzisse a produção
do bem, todavia, nem os vendedores nem os compradores possuem qualquer incentivo para
alterar o seu comportamento. Trata-se de um acontecimento “bom para uns, mau para todos”.
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Na análise deste tipo de deslocamentos é necessário ter em conta que a curva da oferta se
relaciona diretamente com os custos de produção.
1.ª situação – O que acontece ao preço e quantidade de equilíbrio dos patins se o preço da
fibra de vidro, um ingrediente que entra na sua composição, aumentar?
Uma vez que a curva que a fibra de vidro é um componente fundamental no fabrico de patins,
o efeito de um aumento no preço daquela é o aumento dos custos de produção dos patins.
Tendo em conta que a curva da oferta é positivamente inclinada porque quando o preço dos
patins é baixo, só os potenciais vendedores com baixo custo de oportunidade podem vender
patins com lucro, enquanto a preços mais altos os que têm custos de oportunidade mais
elevados também poderão entrar no mercado com lucro. Deste modo, se o custo de um bem
dos elementos utilizados na produção de patins aumentar, o número de potenciais vendedores
que podem vender com lucro a um dado preço reduzir-se-á: a curva da oferta desloca-se para a
esquerda; o preço de equilíbrio aumenta, e a quantidade de equilíbrio diminui.
Os efeitos no preço e na quantidade de equilíbrio corre no sentido oposto sempre que os custos
marginais de produção diminuírem.
2.ª situação – O que acontece ao preço e quantidade de equilíbrio das casas novas se os
salários dos carpinteiros baixarem?
Uma redução nos salários dos carpinteiros reduz o custo marginal da construção de casas novas
e isto significa, para qualquer nível de preço das casas, que existirão mais construtores a operar
lucrativamente no mercado. A curva da oferta desloca-se para a direita: o preço de equilíbrio
diminui, e a quantidade de equilíbrio aumenta. Não ocorrem mudanças na curva da procura
(pois os carpinteiros são uma mísera parte dos compradores de casas).
3.ª situação – Por que razão as teses de doutoramento e os manuscritos dos livros são
revistos, atualmente, muito mais frequentemente do que nos anos 70?
Os estudantes já graduados não podiam fazer a menor alteração às suas teses de doutoramento
sem ter de dactilografar de novo toda a tese. A facilidade de acesso à tecnologia dos
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processadores de texto alterou radicalmente todo este panorama: a curva da oferta desloca-se
para a direita, diminuindo o preço de equilíbrio e aumentando a quantidade de equilíbrio.
Devido a uma seca, há expectativas de colheitas escassas, logo os agricultores retêm os stocks
existentes na esperança de os venderem a um preço mais alto no futuro.
1.ª situação – O que acontece ao preço e quantidade de equilíbrio das bolas de ténis se o valor
do aluguer dos campos de ténis baixar?
Os campos e as bolas de ténis são bens complementares, ou seja, são mais valiosos usados em
conjunto do que individualmente. À medida que a utilização dos campos de ténis se torna mais
barata, as pessoas responderão jogando mais ténis, o que fará aumentar a procura de bolas.
Uma descida no aluguer dos campos de ténis resultará, portanto, num deslocamento da curva
da procura para a direita (aumento do preço e da quantidade de equilíbrio).
Bens substitutos – dois bens são substitutos no consumo se um aumento no preço de um deles
resultar num deslocamento para a direita na curva da procura do outro.
3.ª situação – Por que motivo as rendas dos apartamentos situados próximo do metro sobem
relativamente às rendas dos apartamentos localizados longe do metro quando o Governo
concede um bom aumento salarial aos funcionários públicos?
Para os cidadãos da cidade, dos quais uma percentagem substancial são funcionários
governamentais, torna-se mais conveniente viver num apartamento situado a um quarteirão do
metro do que viver num que esteja a dez quarteirões. No entanto, os apartamentos melhor
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localizados têm rendas mais elevadas. Com um aumento salarial, alguns dos funcionários
governamentais, que vivem em apartamentos menos convenientes, estarão dispostos e
poderão usar parte do seu rendimento extraordinário em apartamentos melhor localizados, e,
ao mesmo tempo, aqueles que já habitam esses apartamentos estarão dispostos e poderão
pagar mais para os manter. A curva da procura Renda = f(Qmelhores ap.) sofre, então, um
deslocamento para a direita, resultando num aumento do preço e quantidade de equilíbrio.
Os apartamentos localizados são um bem normal, pois a curva da procura desloca-se para a
direita face a um aumento de rendimento dos compradores.
4.ª situação – Em que circunstâncias um aumento do rendimento dos compradores faz a curva
da procura deslocar-se para a esquerda?
Isto acontece para bens inferiores e no caso dos bens para os quais existem substitutos atrativos
que se vendem por preços apenas ligeiramente mais altos. Os apartamentos situados em bairros
pouco seguros e/ou mal localizados são um bom exemplo. A maioria dos residentes escolheria
mudar-se desses bairros logo que lhes fosse possível, o que significa que um aumento do
rendimento resultaria num deslocamento para a esquerda da procura desses apartamentos.
4 regras básicas
Ao mesmo tempo que se descobriu que o óleo em que o milho é frito é prejudicial à saúde, o
preço dos tratores usados na colheita de milho diminui.
A descoberta relativa à perigosidade dos óleos deslocará a procura das tiras de milho para a
esquerda. Por outro lado, o declínio no preço dos tratores deslocará a oferta das tiras de milho
para a direita, pois mais agricultores julgarão agora ser lucrativo entrar no mercado do milho.
Assim, quando a procura se desloca para a esquerda e a oferta para a direita, o preço de
equilíbrio cai, mas a quantidade de equilíbrio pode aumentar ou diminuir, consoante a
magnitude relativa dos fatores.
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Eficiência e Troca
Equilíbrio de mercado e eficiência
Eficiente – Segundo Pareto, uma situação é eficiente se não for possível alterar nada para
benefício de umas pessoas sem prejudicas outras.
Quando uma produção não está em equilíbrio a quantidade transacionada será sempre menor
do que se estivesse, assim como o excedente económico total.
O preço de equilíbrio é o único em que, nem comprador nem vendedor, imaginam transação
potenciadora de excedente.
Excedente económico
Excedente económico total – a soma de todos os excedentes
económicos individuais obtidos pelos compradores e pelos
vendedores que participam num mercado.
Numa situação mais convencional, com curvas de procura e oferta retilíneas e contínuas, através
da área do triângulo é possível calcular os excedentes do consumidor e do produtor.
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para sequer comprar os bens ou serviços de primeira necessidade. Ainda assim, é importante
fazer com que os mercados cheguem ao equilíbrio, uma vez que, quando o excedente
económico é maximizado, é possível atingir todos os objetivos de uma forma mais global.
Uma vez que tenhamos conseguido atingir os níveis de consumo que garantam a subsistência,
podemos abandonar todas as referências a necessidades e falar apenas em termos de desejos.
Ter um abrigo é uma necessidade, mas ter uma casa com piscina é um desejo.
Lei da utilidade marginal decrescente – à medida que o consumo de um bem aumenta para
além de um determinado ponto, a utilidade marginal do bem tende a decrescer (ou seja, sobe a
uma taxa decrescente).
Em vez de gastarmos cada vez mais dinheiro na compra de um bem que já consumimos em
grandes quantidades (e cuja utilidade marginal é, portanto, relativamente baixa), geralmente
será mais indicado gastar esse dinheiro noutros bens dos quais não temos muita quantidade e
cuja utilidade marginal será, previsivelmente, mais elevada.
Combinação ótima de bens – a combinação que o nosso orçamento permite e que gera a maior
utilidade total.
Regra da despesa racional – a despesa deve ser afetada aos bens de forma que a utilidade
marginal por euro seja a mesma para cada bem. Aplica-se quando se pode fracionar as
quantidades dos bens. Decorre diretamente do princípio custo-benefício.
A utilidade total será maximizada quando a seguinte equação simples for satisfeita:
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𝐔𝐦𝐠 𝐗 𝐔𝐦𝐠 𝐘
=
𝐏𝐗 𝐏𝐘
Se o preço de um bem subir, o rácio da Umg atual pelo seu novo preço será mais baixo do que
para outros bens. Os consumidores podem então aumentar a utilidade total dedicando
proporções menores dos seus rendimentos a esse bem, e maiores a outros bens.
Despesa total = Receita total – a quantia, em euros, que os consumidores gastam num produto
é igual à quantia, em euros, que os vendedores recebem.
A lei da procura garante que o preço e a quantidade sofrem sempre movimentações opostas,
mas não permite prever diretamente se a despesa total aumenta ou diminui: quando os preços
sobem, a quantidade desce, sendo que o produto dos dois pode subir ou descer.
Para uma curva de procura linear, a despesa total é máxima quando o preço corresponde ao
ponto médio da curva da procura.
Procura Elástica – epp > 1. Um aumento no preço reduzirá a despesa total, e uma redução no
preço aumentá-la-á.
Procura Rígida ou Inelástica – epp < 1. Um aumento no preço aumentará a despesa total, e uma
redução no preço diminui-la-á.
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Possibilidades de substituição – A epp tenderá a ser mais elevada para produtos para os quais
sucedâneos próximos estejam facilmente disponíveis.
Peso no orçamento – quanto maior for a percentagem no orçamento que um dado artigo
representa, tanto maior é o seu incentivo para procurar sucedâneos quando o preço desse artigo
sobe, isto é, maior será a epp. Daí que os bens de luxo tenham uma epp muito elevada.
Tempo – a substituição de um produto por outro demora tempo, pelo que a epp de qualquer
bem será mais elevada no longo prazo do que no curto prazo.
Aplicações – Quantas mais aplicações um bem tiver, maior será a sua elasticidade.
Cálculo da epp
𝚫𝐐/𝐐 𝐏 𝟏
𝐞𝐩𝐩 = | |=| × |
𝚫𝐏/𝐏 𝐐 𝐝𝐞𝐜𝐥𝐢𝐯𝐞
A epp diminui constantemente à medida que nos movemos para baixo ao longo da curva da
procura linear.
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Escolhas individuais
A Economia parte do princípio de que cada consumidor tem as suas preferências e de que
“gostos não se discutem”.
As preferências
O consumo de bens proporciona a quem os consome uma certa “utilidade”, sendo esta tanto
maior quanto maior for o consumo do bem. A ideia de que se obtivermos mais uma unidade do
bem a utilidade do consumidor aumenta implica também que não atingimos o ponto de
saciedade. Após este ponto ter sido atingido, é obviamente possível que ter uma maior
quantidade de um produto seja um mal, pelo menos se existirem custos de o deitar fora.
Curvas de indiferença
A representação gráfica das preferências dos consumidores é normalmente feita com recurso a
curvas de indiferença, a qual tem nos seus eixos as quantidades dos dois bens considerados (X
e Y) e a curva corresponde às diferentes combinações dos bens X e Y que proporcionam ao
consumidor um determinado nível de utilidade (U).
A forma da curva ilustra o princípio da substituibilidade. Ela une os diversos cabazes que têm o
mesmo nível de utilidade e reflete o facto de ser possível manter o mesmo nível de utilidade
substituindo parcialmente o bem Y pelo bem X.
Em geral, quanto mais perto da origem estiver a curva, menor será o nível de utilidade a que
corresponde.
O mapa de curvas de indiferença tem duas características importantes. Em primeiro lugar, entre
cada uma das curvas representadas existe um número infinito de curvas, de forma que todo o
espaço está preenchido.
Em segundo lugar, cada cabaz corresponde a um único nível de utilidade. Isto significa que as
curvas de indiferença não se intersetam, uma vez que, se o fizessem, um mesmo cabaz teria
simultaneamente dois níveis diferentes de utilidade.
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Substitutos perfeitos
Complementos perfeitos
Noutros casos os produtos podem ter que ser usados numa proporção
fixa. Nestas condições, o aumento da quantidade de um dos produtos
não tem efeito absolutamente nenhum sobre a utilidade se a
quantidade do outro produto permanecer constante. Nestas situações,
não há qualquer utilidade que se possa retirar do consumo de um sem
o consumo do outro. Se tais bens existissem, seria aliás bem provável
que fossem vendidos em conjunto, como o caso dos sapatos (são
vendidos aos pares).
A quantidade de bens que o consumidor pode comprar em cada período está limitada pela
quantidade de dinheiro que tem para gastar nesses bens. A restrição pode escrever-se:
𝑶 𝒑𝑿
𝑶 = 𝒑𝑿 ∙ 𝑿 + 𝒑𝒀 ∙ 𝒀 ⟺ 𝒀 = − 𝑿
𝒑𝒀 𝒑𝒀
A reta corresponde aos pontos que esgotam o orçamento e delimita os
cabazes que o consumidor pode comprar daqueles que não pode: pontos
abaixo da reta são pontos em que a despesa é inferior ao orçamento e
cuja aquisição é portanto possível. Pontos acima da reta correspondem
a cabazes que o orçamento disponível não permite adquirir.
Alteração do rendimento
Se o orçamento disponível para a compra dos bens se alterar, a restrição orçamental desloca-
se. A nova restrição orçamental será uma reta paralela à original uma vez que, se os preços
relativos dos bens não se alterarem, o declive da reta manter-se-á constante. Se o orçamento
aumentar, a restrição orçamental afasta-se da origem.
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A alteração dos preços dos bens afeta também a restrição orçamental uma vez que, com preços
diferentes, as quantidades dos bens que é possível comprar se alteram.
As escolhas
Dados os preços a que se podem comprar os bens X e Y e o
orçamento que o consumidor tem disponível, qual a quantidade
que ele irá comprar de cada um dos bens, de forma a obter o
maior nível de satisfação possível? A resposta é dada pela procura
do nível de utilidade mais elevado que é compatível com a
restrição orçamental, ou seja, pela busca da curva de indiferença
mais distante da origem que respeita a restrição orçamental. O
máximo de utilidade encontra-se, pois, no ponto de tangência
entre a restrição orçamental e uma curva de indiferença.
Entre os bens normais, a variação proporcional do consumo não é sempre a mesma. Com o
aumento de rendimento, é normal observar que os gastos das famílias em alimentação
aumentem. Porém, não é comum observar que a quota dos bens alimentares no orçamento das
famílias aumente com o aumento do rendimento. Ou seja, os gastos em alimentação aumentam
menos que proporcionalmente ao aumento do rendimento. Pelo contrário, as despesas em
turismo e lazer – e genericamente as despesas com bens de luxo – aumentam normalmente
mais do que o aumento do rendimento.
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Alterações de preços
A alteração de preços produz dois efeitos: por um lado, alteram-se os preços relativos entre X e
Y, o que leva a que os consumidores queiram substituir o consumo do bem cujo preço ficou
relativamente mais elevado pelo que viu o seu preço reduzido. Por outro lado, dado que o preço
de um dos bens é agora mais baixo, os consumidores podem comprar maior quantidade dos
bens, tal como aconteceria se o seu rendimento tivesse aumentado.
Efeito substituição
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Efeito rendimento
O aumento de rendimento leva a um aumento do consumo das quantidades dos dois bens. O
bem cujo preço se reduziu vê ampliado o efeito positivo provocado pelo efeito substituição. Por
seu lado, o efeito negativo do efeito substituição sobre o bem cujo preço relativo aumentou é
parcial ou totalmente compensado.
Bens de Giffen
Se o efeito rendimento for de magnitude suficientemente elevada, ele pode mais do que
compensar o efeito substituição e pode observar-se que os consumidores passam a comprar
mais quantidades de um produto que viu o seu preço aumentar.
O caso dos bens de Giffen é um caso extremo. Para que se verifique, é necessário que estejam
reunidas três condições: i) o bem tem que ser um bem inferior; ii) não pode haver substitutos
próximos; e iii) o bem em causa deve ser responsável por uma percentagem substancial dos
gastos totais dos consumidores.
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