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Apontamentos - Macroeconomia

Macroeconomia (Universidade de Aveiro)

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Baixado por Carla Dias (a21801385@mail.islagaia.pt)
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Pensar como um economista


Economia – o estudo da forma como as pessoas fazem escolhas em condições de escassez, e as
consequências dessas mesmas escolhas para a sociedade.

Princípio da escassez (ou da inexistência de almoços grátis) – embora tenhamos desejos


infinitos, os recursos são limitados o que implica uma escolha: opção entre interesses
convergentes (trade-off).

A resolução desse conflito de interesses pode fazer-se pela Análise Custo-Benefício que indica
que devemos fazer uma coisa se e só se os seus benefícios excederem (ou, nalgumas
circunstâncias, igualarem) os seus custos.

Preço de reserva – preço mais alto que uma pessoa está disposta a pagar para obter um
benefício ou menor preço que aceitaria para se desfazer dele.

Nas nossas ações, devemos maximizar o excedente económico – benefício por desenvolver essa
ação, subtraído dos custos.

Princípio do custo-benefício – Deve desenvolver-se uma ação se, e só se, os benefícios daí
decorrentes forem pelo menos tão grandes quanto os custos adicionais.

Custo de Oportunidade – o valor da melhor alternativa que tem de sacrificar para desenvolver
essa atividade.

Benefício marginal ou Rendimento Marginal (Rmg) – acréscimo total resultante de acrescentar


uma unidade adicional.

Custo marginal (Cmg) – acréscimo no custo total resultante de acrescentar uma unidade
adicional.

Devemos desenvolver uma ação enquanto 𝐑𝐦𝐠 ≥ 𝐂𝐦𝐠.

Armadilhas com que se confrontam os decisores


Armadilha 1 – ignorar custo de oportunidade
Quando fazemos a análise do custo-benefício de uma ação, é importante contabilizar todos os
custos de oportunidade relevantes, definidos como os valores das alternativas mais valiosas que
devem ser sacrificadas para levar a efeito a ação. Um recurso (por exemplo um cupão de
passageiro frequente) pode ter um elevado custo de oportunidade, ainda que originariamente
tivesse sido obtido “gratuitamente”, se a sua melhor alternativa de utilização tiver um valor alto.

A utilização de um bem que já se possui não é gratuita, uma vez que o mesmo poderia ser
vendido/trocado, pelo que no cálculo da riqueza (património) de uma empresa se deve ter em
conta aquilo que ela vende somado daquilo que poderia ter vendido. A avaliação desta última
parcela faz-se através dos custos de oportunidade (exemplo: apicultor que utiliza o mel
produzido para curar a filha ao invés de o vender).

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É também necessário ter em conta o valor temporal do dinheiro – uma determinada quantia
em euros, hoje, é equivalente a uma maior soma de euros no futuro, porque o dinheiro pode
ser investido numa conta a prazo, rendendo juros durante esse período.

Armadilha 2 – perigo de contabilizar os custos afundados


Custos afundados – custos que não têm recuperação no momento em que uma decisão de ser
tomada.

Quando um custo é afundado, ele não deve ser tido em conta no momento da decisão. Mas a
distinção entre custo afundado e custo relevante é difícil.

Se uma pessoa tiver comprado um bilhete por €40 e outra tiver recebido como prenda um outro
bilhete de igual valor e ambas já não quiserem ir, a primeira está na presença de um custo
afundado, pois não tem a quem vender; a outra nem sequer deve pensar quanto custou o
bilhete a quem lho deu, isto é, não se deve sentir “obrigada” a ir ver o teatro só porque “sente”
que não deve “desperdiçar” o bilhete.

Por outro lado, num restaurante de comida à descrição, mal a pessoa paga a entrada, esse valor
é um custo afundado. Não deve sentir-se na obrigação de comer de forma descontrolada só
para “maximizar” o benefício.

Armadilha 3 – falha na distinção entre custos e benefícios médios e marginais


custo total de 𝑛 unidades
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 =
𝑛
benefício total de 𝑛 unidades
𝐵𝑒𝑛𝑒𝑓í𝑐𝑖𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 =
𝑛
∆ custo total pelo acréscimo 𝑛 unidades
𝐶𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑚𝑎𝑟𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙 =
∆𝑛
∆ benefício total pelo acréscimo 𝑛 unidades
𝐵𝑒𝑛𝑒𝑓í𝑐𝑖𝑜 𝑚𝑎𝑟𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙 =
∆𝑛

O critério para a alocação eficiente de um recurso entre diferentes atividades é alocar cada
unidade do recurso na atividade produtiva em que o benefício marginal for mais alto.

Pode equacionar-se de outro modo a questão: alocar o recurso de forma a que o seu benefício
marginal seja o mesmo em qualquer atividade.

Exemplo de um teste, em que o aluno gasta o mesmo tempo nos 2 grupos:

Grupo I Grupo II
Total pontos obtidos 48 12
Pontos obtidos último min 4 10
Na situação apresentada, o aluno deveria ter gasto mais tempo no grupo I, pois o benefício
marginal foi maior.

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A falha na distinção entre custos médios e marginais pode ser originada por não se saber
distinguir custos fixos (custo que não varia com o nível de atividade) de custos variáveis (custo
que oscila com o nível de atividade).

Todos os custos afundados são fixos, mas nem todos os custos fixos são afundados, como é o
caso da possibilidade se ser reembolsado pela inscrição no ginásio.

Vantagem comparativa: a base para as trocas


Existe vantagem comparativa se uma pessoa for relativamente mais eficiente numa
determinada tarefa. A existência de vantagem comparativa explica a extrema produtividade da
especialização.

Vantagem absoluta – uma pessoa tem vantagem absoluta em relação a outra se em


comparação com ela levar menos horas a realizar uma tarefa.

Vantagem comparativa – uma pessoa tem vantagem comparativa em relação a outra se o seu
custo de oportunidade por efetuar a tarefa for mais baixo que o custo de oportunidade da outra
pessoa.

Curva das possibilidades de produção (CPP) – combinação de bens e serviços que uma
economia pode produzir. Descreve a quantidade máxima de um bem que pode ser produzida
em função do nível de produção de outro bem.

Princípio da vantagem comparativa – quando duas pessoas têm diferentes custos de


oportunidade na realização de várias tarefas podem aumentar o valor total dos bens e serviços
produzidos através da troca mútua.

Exemplo da Paula e da Bela: Ambas sabem produzir páginas WEB e bicicletas.

Partindo do pressuposto de que têm o mesmo prazer em fazer as duas ações e atendendo ao
tempo que demoram para produzir uma unidade de cada:

Tempo para produzir 1 página WEB 1 bicicleta


Paula 20 10
Bela 30 30

A Paula tem mais eficiência, logo tem vantagem absoluta, em ambas as atividades. No entanto,
o diferencial de eficiência é menor nas páginas WEB, pelo que a Paula tem vantagem
comparativa na produção de bicicletas, enquanto a Bela tem vantagem comparativa na
produção de páginas WEB.

Façamos uma tabela com os custos de oportunidade (CO).

CO de produzir 1 página WEB 1 bicicleta


Paula 2 bicicletas 0,5 WEB
Bela 1 bicicleta 1 WEB

O desempenho é melhor se elas se concentrarem nas atividades em que o seu CO é mais baixo.

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O custo de oportunidade leva a alocar toda a produção para a atividade em que há maior
vantagem comparativa, isto é, leva à especialização.

A vantagem comparativa e a especialização permitem que uma economia produza mais do que
se uma pessoa individualmente tenteasse produzir um bocadinho de tudo.

Economia com uma pessoa


Quando a CPP é uma reta, o declive (m) representa o rácio entre a interseção vertical e a
interseção horizontal. O custo de oportunidade de produzir uma unidade adicional de x é m de
y.
𝐩𝐞𝐫𝐝𝐚 𝐞𝐦 𝐁
𝐂𝐎𝐀 =
𝐠𝐚𝐧𝐡𝐨𝐬 𝐞𝐦 𝐀

Ponto atingível – qualquer combinação de bens que pode ser produzida com os recursos
atualmente disponíveis.

Ponto inatingível – qualquer combinação de bens que não pode ser alcançada com os recursos
atualmente disponíveis.

Ponto ineficiente – qualquer combinação de bens em que, com os recursos disponíveis no


momento, é possível aumentar a produção de um dos bens sem reduzir a produção de outro.

Ponto eficiente – qualquer combinação de bens em que, com os recursos disponíveis no


momento, não é possível aumentar a produção de um dos bens sem reduzir a produção de
outro.

Quanto menos produtiva uma pessoa for, mais próximo da origem estará a sua CPP.

Economia com duas pessoas


A forma arqueada da CPP de uma economia de duas
pessoas é consequência das diferenças individuais
nos custos de oportunidade.

Quando há mais do que uma oportunidade


disponível, devemos explorar sempre, em primeiro
lugar, a melhor oportunidade, assim como os

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apanhadores de fruta devem recolher a fruta mais próxima.

Princípio do custo de oportunidade crescente (fruta ao alcance da mão): se se quiser aumentar


a produção de um bem, deve começar-se, primeiro, por utilizar os recursos com os mais baixos
custos de oportunidade e só depois recorrer aos de mais elevados custos de oportunidade.

Os ganhos com a especialização são consideravelmente maiores quando as pessoas são ambas
absoluta e relativamente mais eficientes nas suas respetivas especialidades e quando as
diferenças nos custos de oportunidade são mais pronunciadas.

Numa empresa, subdividir uma tarefa em passos simples, cada um dos quais realizado por uma
máquina diferente, multiplica grandemente a produtividade de cada trabalhador
individualmente.

Economia com muitas pessoas


Numa economia com muitas pessoas, a CPP tem a forma de um
arco suave, com a concavidade voltada para a origem.

Tal como todas as CPP, tem uma inclinação negativa, que ilustra
o princípio da escassez e os trade-offs.

O princípio do custo de oportunidade crescente diz-nos que o declive de uma CPP se acentua
mais à medida que nos deslocamos para a direita. Quanto maiores forem as diferenças nos
custos de oportunidade, mais arqueada será a curva, e quanto mais arqueada for a CPP, maiores
serão os ganhos potenciais com a especialização.

Vantagem comparativa e comércio internacional


A oportunidade de estabelecer comércio com uma superpotência expande grandemente as
oportunidades de consumo de uma pequena nação.

Quanto maior for a diferença entre custos de oportunidade domésticos e custos de


oportunidade mundiais, mais uma nação beneficia com a oportunidade de estabelecer trocas
comerciais com outras nações. Todavia, o desenvolvimento de trocas não garante que cada
cidadão individualmente venha a sair beneficiado. Em particular, os trabalhadores não
especializados dos países com salários mais elevados podem ser afetados, no curto prazo, com
a redução das barreiras ao comércio com países de salários baixos.

Oferta e procura: introdução


Mercado – consiste no conjunto de todos os efetivos e potenciais compradores ou vendedores
desse bem.

Economia de mercado livre – a distribuição de bens e serviços é determinada por preferências


individuais apoiadas pelo poder de compra das pessoas, o qual, em muitos casos, provém do
rendimento de cada um no mercado de trabalho.

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Curva da Oferta
Curva da oferta – curva com inclinação positiva que mostra a quantidade total de um bem que
os vendedores querem vender a cada nível de preço.

As pessoas deverão estar dispostas a vender desde que o preço que recebem para um bem seja
suficiente para cobrir os custos de oportunidade de os fornecer, daí que a curva ilustre o
princípio da fruta ao alcance da mão, pois quanto maior for o preço de venda, mais pessoas
estarão dispostas a vender, isto é, cresce o número de pessoas para as quais o preço suplanta o
custo de oportunidade.

Curva da Procura
Curva da procura – curva com inclinação negativa que mostra a quantidade total de um bem
que os compradores desejam adquirir cada um ao seu preço.

Perante um aumento do preço de venda, existem menos consumidores com possibilidades e


disposição para o adquirir.

Equilíbrio de mercado
Equilíbrio – situação estável ou sem alterações, na qual todas as forças que operam dentro de
um sistema são contrabalançados por outras.

Preço de equilíbrio e quantidade de equilíbrio – o preço e quantidade de um bem na interseção


das curvas da oferta e da procura desse bem.

Equilíbrio de mercado – quando todos os compradores e vendedores estão “satisfeitos” com as


respetivas quantidades ao preço de mercado.

Excesso de oferta ou excedente – é a diferença entre a quantidade oferecida e a quantidade


procurada quando o preço de um bem excede o preço de equilíbrio; os vendedores ficam
insatisfeitos quando existe uma situação de excesso de oferta.

Excesso de procura ou falta – é a diferença entre a quantidade oferecida e a quantidade


procurada quando o preço de um bem se encontra abaixo do preço de equilíbrio; os
compradores ficam insatisfeitos quando existe uma situação de excesso de procura. Por
exemplo, quando o Governo impõe o controlo das rendas, abaixo do equilíbrio de mercado. No
entanto, se esse controlo limitar o preço acima do equilíbrio, essa medida não tem qualquer
efeito.

Preço máximo – o mais elevado preço que é possível praticar, conforme especificado por lei.

A solução para ajudar os pobres não está em medidas restritivas dos preços nos mercados, mas
sim na atribuição de rendimento adicional, em vez de se instaurarem preços máximos.

Mercados e bem-estar social


O preço de equilíbrio informa potenciais compradores acerca do custo de oportunidade de
adquirirem esse bem.

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Quando as pessoas não conseguem tirar vantagem de todas as trocas mutuamente benéficas,
diz-se que existe “dinheiro na mesa”, isto é, existem oportunidades por explorar.

Quando o preço num mercado se encontra abaixo do preço de equilíbrio, existe “dinheiro na
mesa”, porque será sempre possível a um produtor fornecer uma unidade adicional a um custo
que é mais baixo do que aquele que os consumidores estão dispostos a pagar. Por outro lado,
no equilíbrio de mercado, não há “dinheiro na mesa”.

Quantidade eficiente – a quantidade de um bem que resulta no máximo excedente económico


possível com a produção e o consumo desse bem.

Eficiência ou eficiência económica – condição que ocorre quando todos os bens e serviços são
produzidos e consumidos nos seus respetivos níveis socialmente ótimos.

Princípio da eficiência – a eficiência é um importante objetivo social, uma vez que, quando o
bolo aumenta de tamanho, cada um pode ter uma fatia maior.

Se todos os custos de produção do bem são acrescidos diretamente aos compradores, segue-se
que a quantidade de equilíbrio do mercado de um igualará o custo marginal e o benefício
marginal do bem. E isto implica que a quantidade de equilíbrio maximize igualmente o
excedente económico total.

Mas, por vezes, a produção de um bem requer custos que recaem sobre outras pessoas que não
aquelas que vendem o bem. Por exemplo, os bens cuja produção gera níveis significativos de
poluição ambiental. À medida que são produzidas mais unidades desses bens, é gerada mais
poluição que prejudica outras pessoas para além dos vendedores. No equilíbrio de mercado para
estes bens, o benefício para os compradores do último bem produzido é, tal como antes, igual
ao custo em que incorreram os vendedores para produzir esse bem. Mas, uma vez que a
produção desse bem impõe igualmente custos de poluição para outros, sabemos que o custo
marginal global da última unidade produzida – o custo marginal provado do vendedor somado
ao custo marginal de poluição gerado – terá de ser maior do que o benefício da última unidade
produzida. Assim, neste caso a quantidade de equilíbrio do mercado do bem será maior do que
a quantidade social ótima. O excedente económico total seria maior se se reduzisse a produção
do bem, todavia, nem os vendedores nem os compradores possuem qualquer incentivo para
alterar o seu comportamento. Trata-se de um acontecimento “bom para uns, mau para todos”.

Princípio de equilíbrio – um mercado em equilíbrio não deixa quaisquer oportunidades por


explorar aos indivíduos, mas pode não explorar todos os ganhos possíveis de alcançar através
da ação coletiva.

Em suma, quando as curvas da oferta e da procura de um bem refletem todos os custos e


benefícios significativos associados à produção e ao consumo desse bem, o equilíbrio de
mercado resultará no maior excedente económico possível. Mas se houver outras pessoas para
além dos compradores que beneficiem com o bem, ou se hoje outras pessoas para além dos
vendedores que suportem custos com o mesmo, o comportamento racional por parte dos
indivíduos não maximiza o excedente económico.

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Prever e explicar as alterações nos preços e nas quantidades


Variação da quantidade procurada – movimento ao longo da curva da procura em resposta a
uma alteração do preço.

Variação da procura – um descolamento de toda a curva da procura.

Variação na quantidade oferecida – movimento ao longo da curva da oferta em resposta a uma


alteração do preço.

Variação da oferta – um descolamento de toda a curva da oferta.

Deslocamentos da curva da oferta

Na análise deste tipo de deslocamentos é necessário ter em conta que a curva da oferta se
relaciona diretamente com os custos de produção.

1.ª situação – O que acontece ao preço e quantidade de equilíbrio dos patins se o preço da
fibra de vidro, um ingrediente que entra na sua composição, aumentar?

Uma vez que a curva que a fibra de vidro é um componente fundamental no fabrico de patins,
o efeito de um aumento no preço daquela é o aumento dos custos de produção dos patins.
Tendo em conta que a curva da oferta é positivamente inclinada porque quando o preço dos
patins é baixo, só os potenciais vendedores com baixo custo de oportunidade podem vender
patins com lucro, enquanto a preços mais altos os que têm custos de oportunidade mais
elevados também poderão entrar no mercado com lucro. Deste modo, se o custo de um bem
dos elementos utilizados na produção de patins aumentar, o número de potenciais vendedores
que podem vender com lucro a um dado preço reduzir-se-á: a curva da oferta desloca-se para a
esquerda; o preço de equilíbrio aumenta, e a quantidade de equilíbrio diminui.

Os efeitos no preço e na quantidade de equilíbrio corre no sentido oposto sempre que os custos
marginais de produção diminuírem.

2.ª situação – O que acontece ao preço e quantidade de equilíbrio das casas novas se os
salários dos carpinteiros baixarem?

Uma redução nos salários dos carpinteiros reduz o custo marginal da construção de casas novas
e isto significa, para qualquer nível de preço das casas, que existirão mais construtores a operar
lucrativamente no mercado. A curva da oferta desloca-se para a direita: o preço de equilíbrio
diminui, e a quantidade de equilíbrio aumenta. Não ocorrem mudanças na curva da procura
(pois os carpinteiros são uma mísera parte dos compradores de casas).

3.ª situação – Por que razão as teses de doutoramento e os manuscritos dos livros são
revistos, atualmente, muito mais frequentemente do que nos anos 70?

Os estudantes já graduados não podiam fazer a menor alteração às suas teses de doutoramento
sem ter de dactilografar de novo toda a tese. A facilidade de acesso à tecnologia dos

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processadores de texto alterou radicalmente todo este panorama: a curva da oferta desloca-se
para a direita, diminuindo o preço de equilíbrio e aumentando a quantidade de equilíbrio.

4.ª situação – Qual a influência da situação meteorológica na curva da oferta de um produto


agrícola?

As condições meteorológicas favoráveis deslocam a curva da oferta para a direita, enquanto as


condições desfavoráveis a deslocam para a esquerda.

5.ª situação – Efeito das expectativas na curva da oferta

Devido a uma seca, há expectativas de colheitas escassas, logo os agricultores retêm os stocks
existentes na esperança de os venderem a um preço mais alto no futuro.

Deslocamentos da curva da procura

1.ª situação – O que acontece ao preço e quantidade de equilíbrio das bolas de ténis se o valor
do aluguer dos campos de ténis baixar?

Os campos e as bolas de ténis são bens complementares, ou seja, são mais valiosos usados em
conjunto do que individualmente. À medida que a utilização dos campos de ténis se torna mais
barata, as pessoas responderão jogando mais ténis, o que fará aumentar a procura de bolas.
Uma descida no aluguer dos campos de ténis resultará, portanto, num deslocamento da curva
da procura para a direita (aumento do preço e da quantidade de equilíbrio).

Bens complementares – dois bens são complementares no consumo se o aumento no preço de


um deles resultar num deslocamento para a esquerda na curva da procura do outro.

2.ª situação – O que acontece ao preço e quantidade de equilíbrio do serviço de entrega de


correspondência se cada vez mais pessoas têm acesso à internet?

As mensagens de correio eletrónico e a correspondência são bens substitutos. Um aumento do


acesso à internet é, de facto, uma descida do preço de um substituo para a entrega de
correspondência. A curva da procura desloca-se para a esquerda, resultando na diminuição do
preço e quantidade de equilíbrio.

Bens substitutos – dois bens são substitutos no consumo se um aumento no preço de um deles
resultar num deslocamento para a direita na curva da procura do outro.

3.ª situação – Por que motivo as rendas dos apartamentos situados próximo do metro sobem
relativamente às rendas dos apartamentos localizados longe do metro quando o Governo
concede um bom aumento salarial aos funcionários públicos?

Para os cidadãos da cidade, dos quais uma percentagem substancial são funcionários
governamentais, torna-se mais conveniente viver num apartamento situado a um quarteirão do
metro do que viver num que esteja a dez quarteirões. No entanto, os apartamentos melhor

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localizados têm rendas mais elevadas. Com um aumento salarial, alguns dos funcionários
governamentais, que vivem em apartamentos menos convenientes, estarão dispostos e
poderão usar parte do seu rendimento extraordinário em apartamentos melhor localizados, e,
ao mesmo tempo, aqueles que já habitam esses apartamentos estarão dispostos e poderão
pagar mais para os manter. A curva da procura Renda = f(Qmelhores ap.) sofre, então, um
deslocamento para a direita, resultando num aumento do preço e quantidade de equilíbrio.

Os apartamentos localizados são um bem normal, pois a curva da procura desloca-se para a
direita face a um aumento de rendimento dos compradores.

4.ª situação – Em que circunstâncias um aumento do rendimento dos compradores faz a curva
da procura deslocar-se para a esquerda?

Isto acontece para bens inferiores e no caso dos bens para os quais existem substitutos atrativos
que se vendem por preços apenas ligeiramente mais altos. Os apartamentos situados em bairros
pouco seguros e/ou mal localizados são um bom exemplo. A maioria dos residentes escolheria
mudar-se desses bairros logo que lhes fosse possível, o que significa que um aumento do
rendimento resultaria num deslocamento para a esquerda da procura desses apartamentos.

4 regras básicas

1. Um aumento na procura levará a um aumento no preço e na quantidade de equilíbrio.


2. Um decréscimo na procura levará a uma redução do preço e da quantidade de
equilíbrio.
3. Um aumento na oferta levará a um decréscimo no preço de equilíbrio e a um aumento
na quantidade de equilíbrio.
4. Um decréscimo na oferta levará a um aumento no preço de equilíbrio e a um decréscimo
na quantidade de equilíbrio.

Deslocamentos de ambas as curvas

De que forma os deslocamentos duplos, da oferta e da procuta, afetam o ponto de equilíbrio?

Ao mesmo tempo que se descobriu que o óleo em que o milho é frito é prejudicial à saúde, o
preço dos tratores usados na colheita de milho diminui.

A descoberta relativa à perigosidade dos óleos deslocará a procura das tiras de milho para a
esquerda. Por outro lado, o declínio no preço dos tratores deslocará a oferta das tiras de milho
para a direita, pois mais agricultores julgarão agora ser lucrativo entrar no mercado do milho.

Assim, quando a procura se desloca para a esquerda e a oferta para a direita, o preço de
equilíbrio cai, mas a quantidade de equilíbrio pode aumentar ou diminuir, consoante a
magnitude relativa dos fatores.

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Eficiência e Troca
Equilíbrio de mercado e eficiência
Eficiente – Segundo Pareto, uma situação é eficiente se não for possível alterar nada para
benefício de umas pessoas sem prejudicas outras.

O equilíbrio de mercado é eficiente porque se o preço e quantidade assumirem qualquer outro


valor que não os de equilíbrio, pode sempre ser encontrada uma transação que deixará pelo
menos algumas pessoas melhor do que estão, sem prejudicar outras. Esta situação baseia-se no
princípio custo-benefício.

Quando uma produção não está em equilíbrio a quantidade transacionada será sempre menor
do que se estivesse, assim como o excedente económico total.

O preço de equilíbrio é o único em que, nem comprador nem vendedor, imaginam transação
potenciadora de excedente.

No entanto, dizer que o equilíbrio de mercado é sempre eficiente é exagerado. Só é verdade se


os compradores e vendedores estiverem bem informados, se os mercados forem perfeitamente
concorrenciais e se as curvas da oferta e procura satisfizerem determinadas restrições. O
equilíbrio de mercado não será eficiente se as curvas individuais de custo marginal que impõem
as curvas da oferta do mercado não incluírem todos os custos relevantes de produção. Por
exemplo, se a produção gera poluição que prejudica terceiros, então o verdadeiro custo será
mais elevado do que indicado na curva da oferta: a produção de equilíbrio será muito elevada e
o preço de equilíbrio será muito baixo.

Excedente económico
Excedente económico total – a soma de todos os excedentes
económicos individuais obtidos pelos compradores e pelos
vendedores que participam num mercado.

Quando um produto apenas pode ser vendido em quantidades


individuais a verdadeira forma das curvas da oferta e da procura é
a escada.

Excedente do consumidor – o excedente económico obtido pelos compradores de um produto,


medido pela diferença acumulada entre os seus respetivos preços de reserva e o preço que
efetivamente pagam

Excedente do produtor – o excedente económico obtido pelos vendedores de um produto,


medido pela diferença acumulada entre o preço recebido e os seus respetivos preços de reserva.

Numa situação mais convencional, com curvas de procura e oferta retilíneas e contínuas, através
da área do triângulo é possível calcular os excedentes do consumidor e do produtor.

Eficiência não é o único objetivo, mas deve ser o primeiro


O facto de o equilíbrio ser “eficiente” não significa o mesmo que “bom”. Todos os mercados
podem estar em equilíbrio, no entanto muitas pessoas podem não ter rendimentos suficientes

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para sequer comprar os bens ou serviços de primeira necessidade. Ainda assim, é importante
fazer com que os mercados cheguem ao equilíbrio, uma vez que, quando o excedente
económico é maximizado, é possível atingir todos os objetivos de uma forma mais global.

Procura: O lado do benefício do mercado


Lei da procura – As pessoas fazem menos aquilo que querem fazer à medida que o custo de o
fazer aumenta.

Uma vez que tenhamos conseguido atingir os níveis de consumo que garantam a subsistência,
podemos abandonar todas as referências a necessidades e falar apenas em termos de desejos.
Ter um abrigo é uma necessidade, mas ter uma casa com piscina é um desejo.

Traduzir os desejos em procura


Quantificação dos desejos: o conceito de utilidade

Utilidade – representa a satisfação que as pessoas obtêm das suas


atividades de consumo.

As pessoas tentam afetar os seus rendimentos de forma a maximizar a


satisfação, um objetivo que se designa por maximização da utilidade.

Utilidade marginal – a utilidade adicional ganha a partir do consumo de


uma unidade adicional de um bem.

Lei da utilidade marginal decrescente – à medida que o consumo de um bem aumenta para
além de um determinado ponto, a utilidade marginal do bem tende a decrescer (ou seja, sobe a
uma taxa decrescente).

Afetar um rendimento fixo a dois bens

Em vez de gastarmos cada vez mais dinheiro na compra de um bem que já consumimos em
grandes quantidades (e cuja utilidade marginal é, portanto, relativamente baixa), geralmente
será mais indicado gastar esse dinheiro noutros bens dos quais não temos muita quantidade e
cuja utilidade marginal será, previsivelmente, mais elevada.

Combinação ótima de bens – a combinação que o nosso orçamento permite e que gera a maior
utilidade total.

Regra da despesa racional

Regra da despesa racional – a despesa deve ser afetada aos bens de forma que a utilidade
marginal por euro seja a mesma para cada bem. Aplica-se quando se pode fracionar as
quantidades dos bens. Decorre diretamente do princípio custo-benefício.

A utilidade total será maximizada quando a seguinte equação simples for satisfeita:

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𝐔𝐦𝐠 𝐗 𝐔𝐦𝐠 𝐘
=
𝐏𝐗 𝐏𝐘

A forma como o rendimento e os preços dos sucedâneos afetam a procura

Rendimentos adicionais estimulam a procura alargando o conjunto de combinações que podem


ser adquiridas, tornando possível comprar uma quantidade de cada bem maior do que antes.

Se o preço de um bem subir, o rácio da Umg atual pelo seu novo preço será mais baixo do que
para outros bens. Os consumidores podem então aumentar a utilidade total dedicando
proporções menores dos seus rendimentos a esse bem, e maiores a outros bens.

Aplicação da regra da despesa racional


Preço real – preço, em euros, de um bem relativamente ao preço médio, em euros, de todos os
outros bens e serviços.

Preço nominal – preço absoluto de um bem em euros.

Se o nível médio de rendimento é o mesmo em duas cidades, então a cidade na qual o


rendimento está distribuído menos equitativamente terá maior procura de bens de luxo.

Curvas de procura individuais e de mercado


Curva de procura do mercado – as quantidades procuradas, para qualquer preço, são iguais à
soma das quantidades individuais procuradas a esse preço (soma horizontal).

Despesa total = Receita total – a quantia, em euros, que os consumidores gastam num produto
é igual à quantia, em euros, que os vendedores recebem.

A lei da procura garante que o preço e a quantidade sofrem sempre movimentações opostas,
mas não permite prever diretamente se a despesa total aumenta ou diminui: quando os preços
sobem, a quantidade desce, sendo que o produto dos dois pode subir ou descer.

Para uma curva de procura linear, a despesa total é máxima quando o preço corresponde ao
ponto médio da curva da procura.

Elasticidade preço da procura (epp)


Elasticidade preço da procura – Medida da capacidade de resposta da quantidade procurada de
um bem a alterações no seu preço. A alteração percentual na quantidade procurada de um bem
que resulta de uma alteração de 1% no seu preço. Sendo o seu valor sempre negativo, por
conveniência podemos falar de elasticidade preço em valor absoluto.

Procura Elástica – epp > 1. Um aumento no preço reduzirá a despesa total, e uma redução no
preço aumentá-la-á.

Procura Rígida ou Inelástica – epp < 1. Um aumento no preço aumentará a despesa total, e uma
redução no preço diminui-la-á.

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Elasticidade Unitária – epp = 1.

Fatores determinantes da epp

Possibilidades de substituição – A epp tenderá a ser mais elevada para produtos para os quais
sucedâneos próximos estejam facilmente disponíveis.

Peso no orçamento – quanto maior for a percentagem no orçamento que um dado artigo
representa, tanto maior é o seu incentivo para procurar sucedâneos quando o preço desse artigo
sobe, isto é, maior será a epp. Daí que os bens de luxo tenham uma epp muito elevada.

Tempo – a substituição de um produto por outro demora tempo, pelo que a epp de qualquer
bem será mais elevada no longo prazo do que no curto prazo.

Aplicações – Quantas mais aplicações um bem tiver, maior será a sua elasticidade.

Cálculo da epp
𝚫𝐐/𝐐 𝐏 𝟏
𝐞𝐩𝐩 = | |=| × |
𝚫𝐏/𝐏 𝐐 𝐝𝐞𝐜𝐥𝐢𝐯𝐞

Alterações da epp ao longo de uma curva de procura linear

A epp diminui constantemente à medida que nos movemos para baixo ao longo da curva da
procura linear.

Existem, no entanto 2 exceções, quando as curvas são paralelas a um dos eixos.

Perfeitamente elástica – a procura de um bem é perfeitamente elástica em relação ao preço se


a epp for infinita. Curva paralela ao eixo dos xx.

Perfeitamente rígida – a procura de um bem é perfeitamente rígida em relação ao preço se a


epp for zero. Curva paralela ao eixo dos yy.

Elasticidade cruzada da procura (ecp)

Elasticidade cruzada – medida da capacidade de resposta da quantidade procurada de um bem


a alterações no preço de outro bem.
𝚫𝐐𝐢/𝐐𝐢
𝐞𝐜𝐩 = | |
𝚫𝐏𝐣/𝐏𝐣
Quando ecp > 0, então os bens são sucedâneos; quando ecp < 0, então os bens são
complementares.

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Escolhas individuais
A Economia parte do princípio de que cada consumidor tem as suas preferências e de que
“gostos não se discutem”.

As preferências
O consumo de bens proporciona a quem os consome uma certa “utilidade”, sendo esta tanto
maior quanto maior for o consumo do bem. A ideia de que se obtivermos mais uma unidade do
bem a utilidade do consumidor aumenta implica também que não atingimos o ponto de
saciedade. Após este ponto ter sido atingido, é obviamente possível que ter uma maior
quantidade de um produto seja um mal, pelo menos se existirem custos de o deitar fora.

Curvas de indiferença

A representação gráfica das preferências dos consumidores é normalmente feita com recurso a
curvas de indiferença, a qual tem nos seus eixos as quantidades dos dois bens considerados (X
e Y) e a curva corresponde às diferentes combinações dos bens X e Y que proporcionam ao
consumidor um determinado nível de utilidade (U).

A forma da curva ilustra o princípio da substituibilidade. Ela une os diversos cabazes que têm o
mesmo nível de utilidade e reflete o facto de ser possível manter o mesmo nível de utilidade
substituindo parcialmente o bem Y pelo bem X.

A forma convexa relativamente à origem das curvas de indiferença


traduz o facto de que, se o consumo de um bem aumenta num
determinado montante, a redução do consumo do outro bem que
o consumidor tolerará para manter o nível de utilidade inicial é
tanto maior quanto maior for o nível de consumo desse bem.

Em geral, quanto mais perto da origem estiver a curva, menor será o nível de utilidade a que
corresponde.

O mapa de curvas de indiferença tem duas características importantes. Em primeiro lugar, entre
cada uma das curvas representadas existe um número infinito de curvas, de forma que todo o
espaço está preenchido.

Em segundo lugar, cada cabaz corresponde a um único nível de utilidade. Isto significa que as
curvas de indiferença não se intersetam, uma vez que, se o fizessem, um mesmo cabaz teria
simultaneamente dois níveis diferentes de utilidade.

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Substitutos perfeitos

Em alguns casos pode ser indiferente ao consumidor consumir um ou


outro produto. Por exemplo, pode ser indiferente para alguns
consumidores comprar fósforos de uma marca ou de outra.

Complementos perfeitos

Noutros casos os produtos podem ter que ser usados numa proporção
fixa. Nestas condições, o aumento da quantidade de um dos produtos
não tem efeito absolutamente nenhum sobre a utilidade se a
quantidade do outro produto permanecer constante. Nestas situações,
não há qualquer utilidade que se possa retirar do consumo de um sem
o consumo do outro. Se tais bens existissem, seria aliás bem provável
que fossem vendidos em conjunto, como o caso dos sapatos (são
vendidos aos pares).

O preço dos bens


A restrição orçamental

A quantidade de bens que o consumidor pode comprar em cada período está limitada pela
quantidade de dinheiro que tem para gastar nesses bens. A restrição pode escrever-se:
𝑶 𝒑𝑿
𝑶 = 𝒑𝑿 ∙ 𝑿 + 𝒑𝒀 ∙ 𝒀 ⟺ 𝒀 = − 𝑿
𝒑𝒀 𝒑𝒀
A reta corresponde aos pontos que esgotam o orçamento e delimita os
cabazes que o consumidor pode comprar daqueles que não pode: pontos
abaixo da reta são pontos em que a despesa é inferior ao orçamento e
cuja aquisição é portanto possível. Pontos acima da reta correspondem
a cabazes que o orçamento disponível não permite adquirir.

A relação entre os preços dos bens pX/pY determina o declive da reta.

Alterações no rendimento e nos preços dos bens

Alteração do rendimento

Se o orçamento disponível para a compra dos bens se alterar, a restrição orçamental desloca-
se. A nova restrição orçamental será uma reta paralela à original uma vez que, se os preços
relativos dos bens não se alterarem, o declive da reta manter-se-á constante. Se o orçamento
aumentar, a restrição orçamental afasta-se da origem.

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Alteração nos preços dos bens

A alteração dos preços dos bens afeta também a restrição orçamental uma vez que, com preços
diferentes, as quantidades dos bens que é possível comprar se alteram.

As escolhas
Dados os preços a que se podem comprar os bens X e Y e o
orçamento que o consumidor tem disponível, qual a quantidade
que ele irá comprar de cada um dos bens, de forma a obter o
maior nível de satisfação possível? A resposta é dada pela procura
do nível de utilidade mais elevado que é compatível com a
restrição orçamental, ou seja, pela busca da curva de indiferença
mais distante da origem que respeita a restrição orçamental. O
máximo de utilidade encontra-se, pois, no ponto de tangência
entre a restrição orçamental e uma curva de indiferença.

Decisão de compra face ao rendimento

A primeira alteração que vamos considerar é um aumento do


rendimento disponível, que se traduz por um afastamento
relativamente à origem da restrição orçamental.

O rendimento aumenta, permitindo a aquisição de uma maior


quantidade de bens e proporcionando o atingir de uma curva de
indiferença mais elevada. Trata-se de um bem normal.

Casos há, porém, em que com o aumento do rendimento os


consumidores passam a comprar menor quantidade de um bem. Isto
acontece, normalmente, porque os consumidores substituem esse bem
por outro que preenche o mesmo tipo de necessidade, mas que tem
uma qualidade superior. Bens com este padrão de variação dizem-se
bens inferiores. O bem X do gráfico abaixo é inferior.

Entre os bens normais, a variação proporcional do consumo não é sempre a mesma. Com o
aumento de rendimento, é normal observar que os gastos das famílias em alimentação
aumentem. Porém, não é comum observar que a quota dos bens alimentares no orçamento das
famílias aumente com o aumento do rendimento. Ou seja, os gastos em alimentação aumentam
menos que proporcionalmente ao aumento do rendimento. Pelo contrário, as despesas em
turismo e lazer – e genericamente as despesas com bens de luxo – aumentam normalmente
mais do que o aumento do rendimento.

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Elasticidade rendimento da procura

Para medir a magnitude da resposta da procura a variações do rendimento usa-se normalmente


uma elasticidade – a elasticidade rendimento da procura (𝜂𝑅 ).
𝚫𝑸/𝑸 𝚫𝑸 𝐑
𝜼𝑹 = = ∙
𝚫𝑹/𝑹 𝚫𝑹 𝐐
Ao contrário do que acontece com a elasticidade preço, esta expressão nunca se escreve em
módulo.

Alterações de preços

Com a redução do preço, a quantidade comprada de X aumenta.


Este é um resultado que não é inesperado, uma vez que é
consistente com a inclinação negativa das curvas de procura.

É fácil perceber que curvas de indiferença diferentes tanto podem


levar a um aumento como a uma redução (ou mesmo
manutenção) da quantidade de Y em resultado da alteração de
preços.

Efeito substituição e efeito rendimento

A alteração de preços produz dois efeitos: por um lado, alteram-se os preços relativos entre X e
Y, o que leva a que os consumidores queiram substituir o consumo do bem cujo preço ficou
relativamente mais elevado pelo que viu o seu preço reduzido. Por outro lado, dado que o preço
de um dos bens é agora mais baixo, os consumidores podem comprar maior quantidade dos
bens, tal como aconteceria se o seu rendimento tivesse aumentado.

Efeito substituição

Imagine-se que se reduz o preço de X e não se altera o de Y. O comprador consumiria maior


quantidade do bem X e menor quantidade de Y (ficou mais caro em termos relativos). Em geral,
o aumento do preço de um bem leva à diminuição do consumo desse bem e ao aumento do
consumo do outro.

A magnitude do efeito substituição depende do grau de substituibilidade dos produtos. Se os


produtos forem substitutos próximos uma dada variação de preços terá um muito maior efeito
substituição do que no caso em que os bens não são substitutos tão próximos. No caso limite
dos produtos que são complementos perfeitos o efeito substituição é nulo.

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Efeito rendimento

O aumento de rendimento leva a um aumento do consumo das quantidades dos dois bens. O
bem cujo preço se reduziu vê ampliado o efeito positivo provocado pelo efeito substituição. Por
seu lado, o efeito negativo do efeito substituição sobre o bem cujo preço relativo aumentou é
parcial ou totalmente compensado.

A magnitude do efeito rendimento depende essencialmente do peso que o bem tem no


orçamento do consumidor. Se o preço dos lápis aumentar, é possível que alguns consumidores
passem a usar mais esferográficas, mas não é crível que alguém fique significativamente mais
pobre por causa deste aumento e que venha a reduzir o consumo de outros bens por causa
deste aumento de preços.

Já se aumentarem as rendas de casa, não só é provável que se assista a um aumento da procura


de casa própria, como não é de excluir que algumas famílias venham a ter o seu consumo de
outros bens afetado por uma menor disponibilidade orçamental.

Bens de Giffen

Se o efeito rendimento for de magnitude suficientemente elevada, ele pode mais do que
compensar o efeito substituição e pode observar-se que os consumidores passam a comprar
mais quantidades de um produto que viu o seu preço aumentar.

O caso dos bens de Giffen é um caso extremo. Para que se verifique, é necessário que estejam
reunidas três condições: i) o bem tem que ser um bem inferior; ii) não pode haver substitutos
próximos; e iii) o bem em causa deve ser responsável por uma percentagem substancial dos
gastos totais dos consumidores.

Taxa marginal de substituição (TMgS)


Relação entre a poupança que a empresa pode realizar na quantidade empregue de um fator se
aumentar a quantidade empregue de outro, de forma a manter a quantidade produzida
constante.
∆𝐗 𝐔𝐌𝐠 𝐘
𝐓𝐌𝐠𝐒𝐗,𝐘 = | |=| |
∆𝐘 𝐔𝐌𝐠 𝐗

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