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CÓLON, RETO E ÂNUS

ANATOMIA
CÓLON
Cólon – 110cm
Partes:
• Ceco
• Cólon ascendente
• Cólon transverso
• Cólon descendente
• Cólon sigmoide

RETO E ÂNUS
• Zona de transição – linha pectínea
• Esfíncter externo e interno
Tem que fazer exame físico e não colher só a história.
Hemorroidas
Diferenciação de tumores que estão acima da linha pectínea e abaixo → tratamento vai
mudar
Esfíncteres externo e interno → contenção do bolo fecal. Incontinência fecal é mt comum em
pessoas que têm doenças neurológicas → trauma raquimedular.

EXAME CLÍNICO
ANAMNESE
• Idade
• Profissão
• Hábitos alimentares
• História familiar
Idade → algumas doenças podem ser mais prevalentes em certas idades; apendicite
é mais comum em pessoas mais jovens → abaixo de 18 anos; câncer de reto e ânus são
mais comuns em pessoas mais idosas → anos de exposição a fatores carcinogênicos. Pela
idade vamos triar determinadas patologias. Obstipação intestinal → Megacólon → crianças
– megacólon congênito; adultos – megacólon chagásico. Sangramento anal → Crianças –
pólipos; adultos jovens – doença hemorroidária; acima de 50 anos pode ser câncer.
Profissão → prostituição, doenças sexualmente transmissíveis, etc; pessoas que
ficam muito tempo sentadas ou em pé têm tendência maior a ter hemorroidas.
Hábitos alimentares → falta de fibras, aumento de pressão gera fragilidade no
intestino, isso causa formação de divertículos. Constipações geram alterações anatômicas.
História familiar → polipose familiar é uma doença genética associada a genes
recessivos, o que pode levar a câncer. O ideal é que acima de 50 anos todo mundo faça
exame detalhado do intestino, mas fazemos mais em pessoas com fatores de risco e história
familiar. Doenças inflamatórias intestinais, como Doença de Crohn, também podem estar
relacionadas.

PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS


• Dor
• Diarreia/disenteria
• Obstipação
• Sangramentos
• Prurido anal
• Distensão abdominal
• Náuseas e vômitos
• Anemia e emagrecimento

EXAME CLÍNICO: DOR


Sintoma mais comum!!!
Abdominal? Perineal? → diferenciar a dor
 Perineal: lesões agudas na região. Tenesmo: sensação de dor no reto e períneo,
acompanhado de desejo imperioso de evacuar. → muito comum
Lesões crônicas em períneo também podem acontecer → em mulheres algumas
doenças que vêm da região vaginal; câncer, que pode também ter agudização do problema
Livro: Um tipo especial de dor localizada no períneo é o tenesmo, que é a sensação
de dor no reto e no períneo, acompanhada do desejo imperioso de defecar. O paciente sente
dor intensa, espasmódica, e tem a impressão de que a defecação será abundante, porém,
elimina apenas pequena quantidade de fezes ou de muco. O tenesmo ocorre nas afecções
do reto, especialmente nos processos inflamatórios agudos e na síndrome disentérica.
 Abdominal: difusa ou localizada?
Aguda ou crônica. Se crônica, costuma ter momentos de acalmia.
Tem que identificar em qual quadrante está a dor. Pedir para pessoa apontar onde
dói, também para saber se é difusa ou localizada.
A ausculta tem que ocorrer antes da palpação, para não alterar a peristalse na hora
da palpação. É o único que altera a ordem do exame físico. Não se vai direto no lugar que
dói, uma vez que o paciente vai ter uma contração voluntária depois toda vez que toca. O
lugar que dói tem que ser examinado por último.
Divisão em quadrantes

Além de dor localizada, pode ter dor irradiada ou referida.


Tem que tomar cuidado de medicar os pacientes com dor e ficar mascarando os
sintomas, isso pode se desenvolver em uma complicação grave. Geralmente um paciente
com dor abdominal que não se sabe o motivo, tem que ficar observando sem dar
medicamentos para dor.

Livro:
Para facilitar o raciocínio diagnóstico, pode-se esquematizar a dor abdominal
originada no intestino grosso da seguinte maneira:
• dor difusa
• dor no quadrante superior direito
• dor no quadrante inferior direito
• dor no quadrante superior esquerdo
• dor no quadrante inferior esquerdo.

Dor difusa → pode ser peritonite; começa em um local e logo torna-se difusa. A parede
abdominal se torna abdome em tábua. Dor difusa também pode ser colite, obstrução
intestinal e impactação fecal.
Dor em QSD → poucas causas colônicas. Quando ocorre, deve-se pensar em
impactação fecal alta e obstipação intestinal grave. Dor em cólica. Lembrar que a vesícula
biliar também está nessa região → colecistite.
Dor em QID → proximidade do cólon (ceco e início do cólon ascendente) com a
parede abdominal. Várias afecções do cólon podem causar dor nessa região, destacando-
se a apendicite, o câncer do ceco, processos inflamatórios (doença de Crohn, tuberculose
intestinal), invaginação intestinal por lesões benignas ou malignas
Dor em QSE → região de difícil acesso para manobras semióticas, assim como o
QSD, uma vez que o cólon está alojado e protegido pelos arcos costais (só é possível palpar
raramente em lesões muito graves). Como causa de dor nessa área, podem citar-se a
diverticulite, a impactação fecal alta e a obstipação intestinal crônica. A correta interpretação
da dor torna-se difícil devido aos inúmeros órgãos nessa região (estômago, pâncreas, baço,
rim), os quais também podem provocá-la
Dor em QIE → cólon sigmoide normalmente palpável, pode-se definir a origem do
quadro doloroso por manobras palpatórias. A afecção que mais comumente causa dor nessa
região é a doença diverticular do cólon, o qual está sujeito a inflamar-se, dando origem a
diverticulite ou abscesso, às vezes com perfuração em peritônio livre e consequente
peritonite. Nesses casos, inicialmente a dor é bem localizada, mas com a evolução do
processo toma-se difusa. Além da doença diverticular, são capazes de provocar dor nessa
região obstipa- ção intestinal, processos inflamatórios ou irritação da mucosa intestinal -
seguida de espasmos, como no cólon irritável – e neoplasias

EXAME CLÍNICO: DIARREIA/ DISENTERIA


 Disenteria: diarreia acompanhada de cólicas, com fezes mucossanguinolentas, às
vezes com pus. Mucossanguinolenta mostra que é infecciosa.
• Pode apresentar Tenesmo
• Causas: Shigella e Ameba
O CÓLON “DORME” À NOITE!!
• Diarreia aguda / crônica → diarreia baixa é dividida nesses dois grupos
• Diarreia colônica ou não colônica

Muco nas fezes → perguntar se tem uma espécie de “gosma” nas fezes.
E. coli é a mais associada a quadros de diarreia → sepas patogênicas.
Diarreia de intestino delgado e diarreia de intestino grosso. A de delgado é menos
comum e muitas vezes vai ter nas fezes restos de alimentos não digeridos, não para em
certo período do dia. Quando tem diarreia colônica, a noite para porque diminui a peristalse,
uma vez que não tem muitos alimentos no intestino grosso, é mais reabsorção de água.
Nesse caso melhora à noite quando é de intestino grosso.
Crônica → acima de 3 semanas; na terceira semana existe um limbo que pode ser
aguda ou crônica, mas acima disso é crônica. É importante diferenciar aguda e crônica para
definir a etiologia.
A alta ingestão de carboidratos vai fazer “puxar” mais água e pode dar diarreia.
Livro:
Caracteriza-se a diarreia pelo número aumentado de dejeções (mais de três
evacuações por dia), diminuição da consistência fecal e, às vezes, restos alimentares nas
fezes.
Disenteria é uma síndrome na qual, além da diarreia acompanhada de cólicas
intensas, as fezes são mucossanguinolentas. Além disso, ocorre tenesmo ao final de cada
evacuação. Pode ser de origem amebiana ou bacilar (shigellose).
Dentre as causas de diarreia aguda, sobressaem a retocolite ulcerativa inespecífica,
na qual, quase sempre, há fezes amolecidas misturadas com sangue, eventualmente com
muco e pus; as colites e retites actínicas; a doença de Crohn do reto e do cólon. O câncer
do intestino grosso, principalmente quando localizado no cólon direito, provoca diarreia em
alguma fase de sua evolução e, portanto, deve ser sempre cogitado nesses casos.
Praticamente todas essas afecções podem causar diarreia crônica, algumas vezes
por não responderem à terapêutica instituída na fase aguda ou pela própria evolução da
doença. Existem, no entanto, algumas enfermidades que têm como característica clínica a
diarreia crônica desde o início. Entre elas, destaca-se o cólon irritável, o qual costuma
apresentar, na sua evolução, alternância de diarreia e obstipação.

Mudança do ritmo intestinal → pode ser câncer no intestino grosso. Lembrar que
quando é do lado direito do cólon, geralmente evoluem com diarreia, quase sempre crônica.

EXAME CLÍNICO: OBSTIPAÇÃO INTESTINAL


• Ritmo normal: variável
• Intervalo normal: 8 a 48 horas → Considera-se normal desde três evacuações por dia
até uma evacuação a cada 2 dias
• Obstipação: fezes retidas por um tempo > de 48 horas

Aspecto das fezes:


• Normais: cilíndricas e fragmentadas
• Fezes em cíbalo (“caprino”) → “em bolinhas” → sinal de constipação. Podem ser
apenas duras e ressecadas na constipação também
• Fezes em Fita – estreitamento cólon e reto → muito associado a pessoas que têm
tumor colorretal. Outros sinais desse tipo de câncer: sangramento, emagrecimento,
astenia, hiporexia.

Pessoas constipadas → hemorroidas, fissuras anais, etc. Uma pessoa que tem fissura
anal acaba apertando mais o esfíncter e segura mais as fezes, para não ter que evacuar e
não sentir dor → fica mais constipada. Se não perguntar e não examinar não tem como saber
o que a pessoa tem. Exame inclui toque retal, estudo radiológico e endoscópico do intestino
grosso. Lembrar de doença de Chagas → epidemiologia.
Oito grupos de causas de obstipação:
• Mecânicas
• Neurogênicas
• Metabólico-hormonais
• Psicogênicas
• Medicamentosas
• Relacionadas com alimentação inadequada → dieta pobre em fibra
• Inibição reiterada do reflexo de evacuação
• Hipossensibilidade senil

EXAME CLÍNICO: SANGRAMENTO


• Sangue oculto nas fezes: identificação laboratorial
• Melena (HDA)

Enterorragia (sangue vivo):


• Doença hemorroidária X fissura
• Presença de coágulos: doença diverticular difusas dos cólons → indivíduos acima da
quarta década de vida com episódios de sangramento anal, principalmente se a
hemorragia é grave
• Outras: neoplasias, doenças inflamatórias

Sangue oculto nas fezes é sinal de que tem alguma lesão intestinal, por exemplo
doença de Crohn, hemorroida, tumor, etc. Esse exame mostra coisas que exames de fezes
normais não mostram, então é importante.
Caso haja sangramento em grande intensidade → hemorragia digestiva alta ou
digestiva baixa. Melena → sangue já metabolizado, então o sangramento é mais alto.
Sangue vermelho vivo → mais baixa. Ângulo de Treitz.
Hemorroida, fissura e câncer sangram, por exemplo. Nem tudo que sangra é
hemorroida, mas na maior parte das vezes o sangramento anal é causado por hemorroidas,
porém deve-se investigar.
Presença de coágulo é sinal de que o sangramento é em grande qtde → paciente
mais hipocorado, por perda maior de hemoglobina
Pólipos → maior causa de hemorragia digestiva em crianças; sangram com facilidade.
Em adultos essas lesões podem se tornar adenocarcinomas.
EXAME CLÍNICO: PRURIDO ANAL
• Má higiene anal → uso de papel higiênico é considerado má higienização
• Enterobíase – principal causa em crianças
• Doenças cutâneas anorretais → muito comuns em crianças
o Eczema, dermatites
• Doenças sistêmicas
o Diabetes e hepatopatias crônicas
• Na maior parte das vezes é difícil de definir a causa
Dermatite pode ser por alergia por causa da fralda em criança, por exemplo.
Hepatopatias crônicas causam muita diarreia, o que pode levar a dermatites em adultos.
Diabetes → deixa pessoa mais imunossuprimida, pode ter complicações de infecções
de folículos pilosos e muitas vezes não tem nem sintomas, por causa da neuropatia.

EXAME CLÍNICO: DISTENSÃO ABDOMINAL


Aumento do volume do ventre.
• Ascite
• Fecaloma → pode ser causado por megacólon chagásico
• Neoplasias → oclusão do lúmen
Ascite → líquido na cavidade abdominal. Parasitoses, linfoma, diminuição da pressão
oncótica → perda de proteína nas fezes, desnutrição, síndrome nefrótica.
Fecaloma → fezes ressecadas que estão obstruindo o intestino. Muito comum em
pessoas que já têm alterações anatômicas, como por exemplo pessoas com megacólon
devido ao chagas. Formando o fecaloma, o trânsito intestinal para e as fezes começam a
retornar → distensão abdominal. Pessoas que têm maior distensão → obstrução mais baixa;
pessoas que têm menor distensão e vômitos → obstrução mais alta.
Caracterizar o vômito é importante em pessoas com obstrução, por exemplo →
vômitos frequentes, vômitos biliares e depois vômitos fecaloides → piora progressiva.
Cólon sigmoide é uma parte móvel do intestino → se tiver dilatação e essa parte girar
em torno do próprio eixo → vólvulo do sigmoide. Isquemia, que pode gerar necrose →
perfuração do intestino → peritonite. É uma complicação grave do megacólon chagásico.
Intussuscepção → peristalse imatura e a alça pode entrar dentro dela mesma, mais
comum em crianças recém-nascidas
Aderências → todo paciente com distensão abdominal e que já fez cirurgia que entre
dentro da cavidade abdominal, durante o processo da cicatrização uma alça pode ser
cicatrizada e obstruída e o paciente ter distensão abdominal e dor. Pode acontecer em
qualquer parte do intestino.
• NÁUSEAS E VÔMITOS
• EMAGRECIMENTO
• ANEMIAS
Náuseas e vômitos não são frequentes nas afecções de intestino grosso → vômitos
podem se tornar fecaloides. Emagrecimento é mais comum no tumor.
Qualquer doença intestinal pode gerar anemia, uma vez que a absorção de
compostos para produção de hemácias acontece no intestino. No duodeno → anemias por
falta de ferro e ácido fólico → comum em pessoas com hemorragia no duodeno. Lesão
intestinal a nível de íleo terminal → anemia por deficiência de B12 → anemia
megaloblástica.
Livro → anemia:
As doenças consuntivas (câncer do cólon, por exemplo) causam anemia e
emagrecimento que podem chegar à caquexia.
São as lesões blastomatosas do cólon direito as que mais comumentemente
costumam evoluir com anemia, isto porque, no cólon direito, há também reabsorção de ferro.
As lesões aí localizadas alteram a fisiologia da mucosa intestinal, ocasionando déficit desse
elemento.
Os pacientes com megacólon chagásico apresentam, com frequência, alterações no
esôfago (megaesôfago chagásico), as quais podem causar dificuldade para deglutir,
causando emagrecimento e até caquexia.
A doença diverticular difusa dos cólons pode causar grandes hemorragias que levam
à anemia aguda, porém o mais comum é a perda crônica de pequenas quantidades de
sangue, imperceptíveis a olho nu, que também ocasiona anemia.
Em alguns pacientes com doença hemorroidária ou prolapso retal, as repetidas
perdas de sangue podem causar anemia de certa intensidade, responsável por parte dos
sintomas que estes relatam.

EXAME FÍSICO
SEMIOTÉCNICA
• Boa iluminação, silêncio
• Posição do paciente e do examinador → médico do lado direito
• Exame do abdome: inspeção, ausculta, palpação e percussão
• Exame proctológico: inspeção e toque real
Um ruído hidroaéreo a cada 5 a 10 segundos é normal. Maior → diarreia; ausência ou
menor → constipação. Íleo paralítico → silêncio abdominal.
Sinal na palpação, quando se palpa um fecaloma no sigmoide, sente desfazer as
fezes → sinal de Gersuny. Fecaloma → na percussão, submaciço (fezes com gases) ou
maciço. O normal é timpânico. Hipertimpânico → gases.
Abdome → inspeção, palpação, percussão e ausculta.
Palpação do ceco é melhor feita com o paciente fazendo ligeira flexão da coxa direita
sobre o abdome para diminuir a contratura da parede abdominal. É mais possível em
pessoas magras. Deve-se pesquisar o “sinal de gargarejo” → ruído típico causado pela
compressão e descompressão brusca do órgão, sua presença traduz a existência de líquido
no ceco, o que costuma acontecer em casos de diarreia. Pouca importância clínica.
Cólon ascendente e descendente → difíceis de serem palpados. Cólon transverso
não tem posição fixa. Ângulos não são possíveis de serem palpados. Cólon sigmoide →
analisado com maior facilidade por estar próximo à parede abdominal.
Livro → fecaloma:
No fecaloma existe um sinal, descrito por Gersuny, que é característico: consiste em
fazer uma palpação profunda com a mão espalmada sobre a massa tumoral (fecaloma) até
que haja contato com a mesma. Em seguida, solta-se a mão com suavidade, voltando a
comprimi-la ritmicamente. Pode-se perceber, então, um crepitar típico, provocado pela
passagem de ar entre a parede do cólon e a massa fecal.

EXAME PROCTOLÓGICO
“Explique ao paciente com clareza a importância e necessidade do exame.”
Usa-se para avaliar a parte final do intestino → para homens e mulheres. Para
homens é usado para avaliação da próstata e existe um tabu ainda maior. Falar que o exame
é para evitar câncer, o exame de sangue não substitui o toque retal, a associação dos dois
exames aumenta a sensibilidade.
Livro: O exame proctológico compreende quatro etapas: inspeção da região
anossacrococcígea, toque retal, anuscopia e retossigmoidoscopia, sendo este último um
exame complementar que exige equipamento e preparo especiais.

PREPARO E POSIÇÃO
Posição de Sims → flexão da coxa, extensão da outra perna e paciente de lado. Mais
confortável para o paciente, mais difícil para o médico.
Genu peitoral → também chamado de prece maometana. É mais desconfortável para
o paciente, mas é mais fácil para o médico.
Livro:
Duas são as posições usadas no exame proctológico: posição lateral de Sims e
genupeitoral.
A posição lateral de Sims consiste no decúbito lateral direito ou esquerdo com as
pernas fletidas sobre o abdome. O examinador fica sentado em um banco ao lado da mesa
proctológica ou do leito hospitalar.
Na posição genupeitoral, também chamada de posição de prece maometana, o
paciente ajoelha-se na extremidade da mesa de exame, flexiona o tórax de modo a apoiá-lo
na mesa, faz uma torção do rosto para a direita ou para a esquerda e estende os braços.
Esta posição pode ser ligeiramente modificada, a fim de dar maior comodidade ao paciente,
orientando-o a apoiar o ombro direito ou esquerdo na mesa, em vez de fazê-lo com o tórax.
Nos pacientes muito idosos, cardíacos descompensados ou com problemas
articulares, não há outra maneira de fazer o exame a não ser na posição de Sims.

INSPEÇÃO
Estática → abertura da região anal e avaliação de lesões perianais.
Dinâmica → Quando se abre as nádegas, o esfíncter relaxa e depois contrai. Pessoas com
lesões esfincterianas e incontinência fecal → o esfíncter abre e não fecha. Lesões e tumores
no reto podem causar acometimento do esfíncter.
Foco de luz para a visualização ficar mais fácil. Não demorar, é claro.

TOQUE RETAL
Só tem inspeção e palpação. Avaliação interna → canal anal, reto. Importante a boa
postura do médico.
Colocar luvas; lubrificante e/ou xilocaína. Normalmente a ampola retar fica vazia o
tempo todo e quando se enche de fezes geralmente tem vontade de evacuar. Paciente
obstruído → ampola cheia de fezes. Normal → ampola cheia de ar.
Geralmente se faz com indicador. Faz-se massagem próxima ao esfíncter para ir
relaxando. O esfíncter vai tendo um pouco de relaxamento e vai introduzindo aos poucos.
Primeiramente, deve-se tocar a face anterior do canal anal, onde se localiza a loja prostática
no homem e o relevo vaginal da mulher. Aumento do tamanho da próstata é facilmente
detectado. Em homens, quando introduz já chega na região posterior da próstata. Tem que
girar o dedo e procurar → movimentos rotatórios identificam a presença de alterações no
relevo. Não é normal encontrar nada endurecido na mucosa, consegue ver muito bem onde
tem a lesão, região retal facilmente palpável. Depois avaliar a luva → não é normal ter
sangue após o toque retal, ver também se tem muco. Se sair fezes a ampola tinha fezes e
pode ser obstrução por fezes. Se não sair nada é normal.
Qualquer massa que seja tocada obriga o médico a aprofundar a avaliação
semiológica por meio da anuscopia, terceira etapa do exame proctológico

ANUSCOPIA
Se achar lesão muitas vezes se usa a anuscopia. É como se fosse um espéculo o
anuscópio. Como é transparente se consegue ver toda a parede retal. Dificilmente passa
despercebida alguma lesão retal na anuscopia. Só vê a porção inicial do reto na anuscopia.
Se não achar nada e não vê na anuscopia, mas raramente não vê se existir. Então faz-se
exames complementares.
O anuscópio pode lesar a mucosa e pessoas mesmo sem nada podem começar a
sangrar depois do anuscópio por trauma. Tem que fazer o toque primeiro para ver se tem
lesão suspeita e depois vai aprofundando a investigação.
Livro: A visão é direta e dificilmente passarão despercebidas lesões no canal anal. A
mais comum é a doença hemorroidária. Além dessa, podem-se visualizar papilas
hipertróficas, criptites e pólipos localizados nesse segmento. Diante de lesões suspeitas,
indica-se a retirada de fragmentos por intermédio de uma pinça de biopsia, para exame
histopatológico.

OUTROS EXAMES COMPLEMENTARES


RETOSSIGMOIDOSCOPIA RÍGIDA → aí sim consegue visualizar o sigmoide
Pode ocorrer complicações → como infecções e lesões.
O colonoscópio não visualiza o reto e o sigmoide por causa da técnica. Em suspeita de
acometimento de reto e/ou sigmoide não se faz colonoscopia e sim retossigmoidoscopia.
COLONOSCOPIA
Vai até o ceco. Lesões do sigmoide para cima.

DOENÇAS DO CÓLON, RETO E ÂNUS


As principais doenças do cólon, reto e ânus são a síndrome do intestino irritável, as
colites, a doença diverticular, o megacólon chagásico, as neoplasias, a doença
hemorroidária, as fissuras anais, os abscessos e fístulas anorretais e o prolapso retal.
Complementarmente foi incluído o estudo da apendicite.

CÓLON
COLITES
Mais comuns → doença de Crohn e retocolite ulcerativa. A doença de Crohn pega
várias partes do intestino e a retocolite pega só a parte do intestino grosso. Colite também
pode ser por causas infecciosas, como por fúngica → geralmente em imunossuprimidos.
Sangue e muco.

DIVERTICULOSE E DIVERTICULITE
Diverticulose e doença diverticular → mesma coisa. Pressão aumentada e algumas
partes do intestino começam a dilatar → crateras na parede da mucosa.
Diverticulite é diferente → é quando o divertículo está inflamado.
Paciente com diverticulose pode fazer colonoscopia. Se tiver diverticulite não pode
fazer colonoscopia → pressão maior em alça inflamada pode romper. Em caso de
diverticulite se usa tomografia.

MEGACÓLON CHAGÁSICO
Fecaloma → sinal de Gersuny, distensão abdominal

NEOPLASIAS

ÂNUS
HEMORROIDAS → podem ser internas e externas. A internas podem fazer prolapso
e voltar. Pode causar trombo dentro e a pessoa sente muita dor.
FISSURA ANAL → constipação cada vez maior porque a pessoa segura e vai
machucar cada vez mais quando vai evacuar. Plicoma sentinela → pele que mostra
cicatrização de fissura, cicatriz em cima de uma lesão.
ABSCESSO PERIANAL → pode ser por causa de depilação. Pode drenar para fora
ou para dentro do abdome (se drenar para dentro é problemático). Sempre tem que fazer
drenagem e dar antibiótico.
PROLAPSO RETAL → Fragilidade da porção perineal. Quando faz força vai para
fora. Tratamento cirúrgico.

APENDICITE
• Dor à palpação → no ponto de McBurney
• Sinal de Blumberg → descompressão dolorosa → peritonite. Blumberg positivo no
ponto de McBurney mostra que a inflamação já está afetando o peritônio (supuração)
• Sinal de Rowsing → traz o ar do sigmoide para o ceco → rolamento do ar →
distensão do ceco, que está inflamado, e o paciente sente dor com essa distensão do
ceco por causa do ar
• Lenander → temperatura retal e axilar. Toda vez que tiver um aumento maior que
1°C retal tem Lenander positivo. Não é específico. Em caso de apendicite isso
acontece.
• Laseg → elavação da perna, se doer em fossa ilíaca direita é sinal positivo para
apendicite. Lapinski → elevação da perna e compressão.
História clássica → dor em região periumbilical, irradia para fossa ilíaca direita (ponto
de McBurney ou apendicular). Descompressão rápida dolorosa. Muita hiporexia associada,
desconforto gastrointestinal que logo vai para região de fossa ilíaca. Pessoas mais jovens.
Punho-percussão do calcâneo causando dor em fossa ilíaca direita →
apendicite
Lembrar que existem variações anatômicas e o apêndice também é móvel. As dores
podem acontecer em locais diferentes na apendicite em caso de variações anatômicas e
pode se confundir com outras patologias pela dor não característica.

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