Você está na página 1de 17

Prof.

João Imbassahy Contabilidade Intermediária

CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA
CAPÍTULO 5 - DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS
(ART. 186)

O artigo 186, da Lei 6.404/76 estabelece:

“Art. 186. A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados discriminará:

I - o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a correção


monetária do saldo inicial;

II - as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;

III - as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada


ao capital e o saldo ao fim do período.

¤ 1o Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes


de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a
determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subseqüentes.

¤ 2o A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar o montante do


dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída na demonstração das
mutações do patrimônio líquido se elaborada e publicada pela companhia. “

CONCEITO

Na Demonstração do Resultado do Exercício são confrontadas as receitas


com os custos e despesas a ela relacionadas de acordo com o regime de competência.
Uma vez apurado lucro ou prejuízo, estes serão transferidos para a conta Lucros ou
Prejuízos Acumulados.

A DLPA tem como objetivo evidenciar os movimentos na conta Lucros ou


Prejuízos Acumulados ocorridos em determinado período contábil, retratando as
destinações dos lucros – distribuído como dividendo aos sócios ou reinvestido na
sociedade através da canalização para as reservas de lucros ou para o aumento do
capital social.

A DLPA pode ser incluída na Demonstração das Mutações do Patrimônio


Líquido. Esta última demonstração é mais abrangente, pois retrata as variações em
todas as contas do PL e não somente na conta Lucros ou Prejuízos Acumulados.

Uma vez apurado o Lucro Líquido do Exercício, este poderá ter as seguintes
destinações:

____________________________________________________________________ 1
Canal dos Concursos - Cursos preparatórios
Avenida Beira Mar, 406, sala 1004 - Centro - Rio de Janeiro - Rj - Cep: 20021-060
contato@canaldosconcursos.com.br
Prof. João Imbassahy Contabilidade Intermediária

LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS

⇐ ⇐ DESTINAÇÕES ⇐ ⇐ INGRESSOS
1. Ajustes (-) Exerc. Anteriores 1. Ajustes (+) Exerc. Anteriores
2. Transf. P/ Reservas de Lucros 2. Reversão de Reservas
3. Dividendos 3. LLE
4.Lucros Incorporados ao CS
5. PLE

As destinações dos Lucros da sociedade estará evidenciada na


Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados a qual estará representado da
seguinte forma:

SALDO NO INÍCIO DO EXERCÍCIO


(+/-) Ajustes de Exercícios Anteriores
Efeitos da Mudança de Critérios Contábeis
Retificação de Erros de Exercícios Anteriores
(+) Reversão de Reservas de Lucros
De Contingências
De Lucros a Realizar
( + ) Lucro Líquido do Exercício
( - ) Transferências para Reservas constituídas no período ( de acordo com a
proposta da administração de destinação dos lucros ou por disposição legal)
Reserva Legal
Reserva Estatutária
Reserva de Lucros a Realizar
Reserva de Retenção de Lucros (ou de Lucros para Expansão)
( - ) Dividendos a Distribuir
Dividendo a distribuir por ação do Capital Social
( - ) Parcela do Lucro Incorporada ao Capital Social
(=) SALDO NO ENCERRAMENTO DO EXERCÍCIO
Nota: Pela nova redação do artigo 202 da Lei 6.404/76, introduzida pela Lei
10.303/2001, subentende-se que não é permitida a manutenção de lucros na conta
Lucros ou Prejuízos Acumulados devendo qualquer parcela remanescente ser
distribuída como dividendos.

Exercício: Efetuar os lançamentos dos seguintes fatos contábeis:


1. Receitas do exercício anterior no valor de R$ 10.000,00 que não foram
contabilizadas;
2. LLE do exercício de R$ 100.000,00;
3. Reversão de Reservas de Lucros do exercício anterior no valor de R$ 30.000,00;
4. Constituição de Reservas de Lucros de R$ 70.000,00;
5. Distribuição de Dividendos de R$ 20.000,00;
6. Aumento do Capital Social em R$ 10.000,00.

____________________________________________________________________ 2
Canal dos Concursos - Cursos preparatórios
Avenida Beira Mar, 406, sala 1004 - Centro - Rio de Janeiro - Rj - Cep: 20021-060
contato@canaldosconcursos.com.br
Prof. João Imbassahy Contabilidade Intermediária

CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA
CAPÍTULO 6 - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCO (Art. 187)

O artigo 187, da Lei 6.404/76, estabelece em seu artigo 187:

“Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:

I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos


e os impostos;

II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços


vendidos e o lucro bruto;

III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas,


as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;

IV - o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;


(Inciso com redação dada pela Lei nº 11.941, de 27/5/2009)

V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o


imposto;

VI - as participações de debêntures, empregados, administradores e partes


beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou
fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como
despesa; (Inciso com redação dada pela Lei nº 11.941, de 27/5/2009)

VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do


capital social.

§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:

a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua


realização em moeda; e

b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes


a essas receitas e rendimentos.

§ 2º (Revogado pela Lei nº 11.638, de 28/12/2007).”

INTRODUÇÃO
A DRE é a demonstração que tem como finalidade apresentar as Receitas
e Rendimentos da companhia confrontados com os Custos, Despesas, Encargos e
Perdas, ocorridos em um período contábil. O objetivo é o de apurar e destacar o
Resultado Líquido do Exercício.
Inicialmente, é necessário frisar os princípios contábeis expressos no Art.
187, par. 1°, da Lei das SA;

“ § 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados :


____________________________________________________________________ 3
Canal dos Concursos - Cursos preparatórios
Avenida Beira Mar, 406, sala 1004 - Centro - Rio de Janeiro - Rj - Cep: 20021-060
contato@canaldosconcursos.com.br
Prof. João Imbassahy Contabilidade Intermediária

A - as receitas e os rendimentos ganhos no período independentemente de sua


realização em moeda, e; (Princípio da Realização das Receitas)

B - os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a


essas receitas e rendimentos.” (Princípio do Confronto com as Despesas)

A união destes dois Princípios forma o Princípio da Competência, no qual


as receitas, custos e despesas são contabilizados no período de ocorrência dos seus
fatos geradores, não sendo necessário para esta contabilização os respectivos
recebimentos e pagamentos em moeda.

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


1. RECEITA OPERACIONAL BRUTA (VENDAS BRUTAS)
( Mercadorias, Produtos e Serviços)
( - ) Cancelamentos e Devoluções de Vendas
( - ) Descontos Incondicionais Concedidos
( - ) Abatimentos sobre Vendas
( - ) Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas
2. RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (VENDAS LÍQUIDAS)
( - ) Custo das Mercadorias Vendidas
( - ) Custo dos Produtos Vendidos
( - ) Custo dos Serviços Prestados
3. RESULTADO OPERACIONAL BRUTO ( LUCRO OU PREJUÍZO BRUTO)
( - ) Despesas Operacionais
• Despesas com Vendas
• Despesas Financeiras
( - ) Receitas Financeiras
• Despesas Administrativas
( - ) Outras Despesas Operacionais
• Variações Monetárias Passivas (podem ser consideradas Despesas
Financeiras)
• Encargos de Depreciação,
• Encargos de Amortização e Exaustão
• Amortização de Ágio de Investimentos
• Resultados Negativos em Participações Societárias
(+) Outras Receitas Operacionais
• Variações Monetárias Ativas (podem ser consideradas Receitas
Financeiras)
• Amortização de Deságio de Investimentos
• Resultado Positivo em Participações Societárias
• Receitas de Dividendos
• Receitas de Aluguéis
4 - RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO
(+/-) Resultado Não Operacional
• Receitas não Operacionais
( - ) Despesas não Operacionais
(+/-) Saldo da Correção Monetária (extinta pela Lei 9249/96)
(+) Saldo Credor ou ( - ) Saldo Devedor
____________________________________________________________________ 4
Canal dos Concursos - Cursos preparatórios
Avenida Beira Mar, 406, sala 1004 - Centro - Rio de Janeiro - Rj - Cep: 20021-060
contato@canaldosconcursos.com.br
Prof. João Imbassahy Contabilidade Intermediária

5 - RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (Antes da CS)


( - ) Despesa com Provisão para a CS
6 - RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (Antes do IR)
( - ) Despesa com Provisão para o IR
7 - RESULTADO DO EXERCÍCIO (Antes das Participações)
(-) Participações
• Debêntures
• Empregados
• Administradores
• Partes Beneficiárias (REVOGADA PELA LEI Nº 11.638/07)*
• Contribuições para Instituições ou Fundos de Assistência e
Previdência
8 - LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO ( OU PREJUÍZO )
• Resultado por Ação ou Quota do Capital Social
RA = RLE : NA ⇒ nº de ações do Capital Social

Nota: A legislação do Imposto de Renda apresenta no Resultado do Exercício as


participações antes das provisões da Contribuição Social e do Imposto de Renda.

9.3 – CONCEITOS
Receita Operacional Bruta - (VB) ⇒ Engloba o total das receitas provenientes de
vendas de mercadorias, produtos e serviços obtidas em um determinado período
contábil. Inclui os impostos incidentes sobre estas vendas, os quais serão deduzidos
em contas específicas.

Nota - De acordo com a legislação fiscal “na receita bruta não se incluem os impostos
não-cumulativos, cobrados do comprador ou contratante e do qual o vendedor dos
bens ou prestador dos serviços seja mero depositário”.

É o caso do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).

Cancelamento de Vendas ⇒ Corresponde à anulação dos valores registrados como


Vendas Brutas no período. (em relação a produtos que não saíram do
estabelecimento do vendedor).

Devolução de Vendas ⇒ Corresponde à anulação dos valores registrados como


Vendas Brutas no período (em relação a produtos que saíram do estabelecimento do
vendedor e foram devolvidos).
Nota: Devoluções de vendas realizadas em períodos anteriores são classificadas como
despesas de vendas.

Descontos Incondicionais ⇒ Também chamados de Descontos Comerciais.

São reduções concedidas no preço de venda que não dependem de


condição posterior a ser cumprida pelo comprador.

São valores registrados na Nota Fiscal de Venda.

____________________________________________________________________ 5
Canal dos Concursos - Cursos preparatórios
Avenida Beira Mar, 406, sala 1004 - Centro - Rio de Janeiro - Rj - Cep: 20021-060
contato@canaldosconcursos.com.br
Prof. João Imbassahy Contabilidade Intermediária

Nota: Distinguem-se dos Descontos Financeiros, os quais são concedidos sob


determinada condição, normalmente pelo pagamento antecipado do título ou
duplicata.

Nota: Havendo um desconto incondicional no preço de venda, a base de cálculo do IPI


será o valor bruto (sem computar o desconto) enquanto que a base de cálculo do
ICMS será o valor líquido (computando-se o desconto).

Abatimentos sobre Vendas ⇒ São reduções no preço de venda em função de


defeitos de fabricação, diferença de qualidade ou avaria no transporte nos produtos
vendidos. São concedidos para evitar a devolução das mercadorias.

Impostos Incidentes sobre Vendas ⇒ São os impostos ou contribuições que


guardam proporcionalidade com o preço das vendas realizadas ou dos serviços
prestados.
Exemplo: ICMS, ISS, PIS, COFINS e IE.
Nota: Incluem-se neste item as taxas proporcionais ao preço de venda.

Receita Operacional Líquida ⇒ É o resultado da Receita Operacional Bruta


subtraída dos valores correspondentes às vendas canceladas e devolvidas, aos
descontos incondicionais, aos abatimentos sobre vendas e aos impostos e
contribuições sobre vendas.

Custos das Mercadorias, Produtos e Serviços Vendidos ⇒ Representam os


custos de aquisição (empresas comerciais) ou produção (empresas industriais) das
mercadorias e produtos que foram vendidos no período, assim como os gastos
necessários para a realização dos serviços prestados.
Os custos considerados têm que ser vinculados às receitas obtidas.

Resultado Operacional Bruto ⇒ É o resultado da Receita Operacional Líquida


subtraída do Custo das Mercadorias, Produtos e Serviços Vendidos.

Despesas Operacionais ⇒ São os gastos (não computados como custos), incorridos


no período, necessários às atividades da empresa e a manutenção da respectiva fonte
produtora.

• Despesas c/ Vendas ⇒ Gastos referentes à promoção e distribuição dos


produtos da empresa, tais como marketing e comissões de venda, despesas com
PDD.

• Despesas Financeiras ⇒ Juros incorridos, Descontos financeiros


(condicionais) concedidos, Comissões e Despesas bancárias.

• Receitas Financeiras ⇒ Juros recebidos ou auferidos, Descontos obtidos,


Rendimentos de aplicações financeiras.

• Despesas Administrativas ⇒ Gastos com salários, férias, 13º salário e FGTS


do pessoal da administração, aluguéis, energia elétrica, seguros, impostos e
taxas.
____________________________________________________________________ 6
Canal dos Concursos - Cursos preparatórios
Avenida Beira Mar, 406, sala 1004 - Centro - Rio de Janeiro - Rj - Cep: 20021-060
contato@canaldosconcursos.com.br
Prof. João Imbassahy Contabilidade Intermediária

• Variações Monetárias (ou Cambiais) Passivas ⇒ São as contrapartidas de


atualizações monetárias ou cambiais (financiamentos ou empréstimos em moeda
estrangeira) de obrigações.

• Variações Monetárias (ou Cambiais) Ativas ⇒ Contrapartidas de


atualizações monetárias ou cambiais de direitos.

Exemplo: A empresa ALFA efetua vendas de mercadorias a prazo para a


empresa BETA com cláusula de atualização monetária.

Valor da Venda – R$ 1.000,00


Data da Venda – 01.03.X1
Data do Pagamento – 01.06.X2
Atualização monetária em 31.12.X1 – 20%

Exemplo prático: Efetuar a contabilização das atualizações monetárias em 31.12.X1,


em Alfa e Beta.

Nota: As contrapartidas das variações relativas a empréstimos e vendas a prazo


indexadas em moeda estrangeira são denominadas variações cambiais (ativa ou
passiva, caso se trate de entidade credora ou devedora).
Nota: Pela legislação do imposto de renda as variações monetárias e cambiais devem
ser classificadas como receitas ou despesas financeiras.

(+/ -) Outros Resultados Operacionais


• Resultados em Participações Societárias ⇒ São as contrapartidas dos
aumentos (lucros) ou reduções (prejuízos) auferidos em investimentos em
outras sociedades.
Nota - As participações permanentes em outras sociedades são avaliadas pelos
métodos do custo de aquisição ou de equivalência patrimonial.

• Encargos de Depreciação⇒ Representam a contrapartida do lançamento da


depreciação acumulada de bens do ativo permanente. É deduzida no Resultado
por representar uma redução do Patrimônio Líquido em função do desgaste do
bem.

• Encargos de Amortização ⇒ (1) Representam a recuperação do capital


aplicado na aquisição de bens intangíveis tais como; patentes, direitos autorais,
fundos de comércio.
(2) Representam também a recuperação de recursos aplicados em despesas
que contribuem para a formação do resultado de mais de um exercício social
(contas representativas do Ativo Permanente Diferido).

Exemplo: Amortização de Gastos Pré-Operacionais ou Pré-Industriais, ou de


Gastos com Pesquisa e desenvolvimento de produtos.

Resultado Operacional Líquido ⇒ É o resultado das atividades principais e


acessórias da sociedade. Corresponde ao resultado decorrente do Lucro Operacional
Bruto subtraído das Despesas Operacionais.
____________________________________________________________________ 7
Canal dos Concursos - Cursos preparatórios
Avenida Beira Mar, 406, sala 1004 - Centro - Rio de Janeiro - Rj - Cep: 20021-060
contato@canaldosconcursos.com.br
Prof. João Imbassahy Contabilidade Intermediária

Outras Receitas (antigas Receitas Não Operacionais) ⇒ Representam os valores


provenientes de transações não usuais da companhia.
Exemplo: Produto da alienação de bens e direitos do ativo não circulante.
Outras Despesas (antigas Despesas Não Operacionais) ⇒ São contrapartidas
das baixas de bens ou direitos do ativo não circulante.

Despesas com Provisão para a Contribuição Social sobre o Lucro ⇒ A base de


cálculo desta contribuição dependerá da sistemática de apuração do imposto de renda
adotado pela sociedade – Lucro Real, Presumido ou Arbitrado.

Despesa com Provisão para o Imposto de Renda ⇒ A legislação fiscal estabelece


critérios para a apuração da Provisão para o IR. O valor do IR devido será calculado
em função da sistemática adotada pelo contribuinte – Lucro Real (períodos trimestrais
ou por estimativas mensais), Presumido ou Arbitrado.

Participações ⇒ As participações são destinações do Lucro Líquido do Exercício aos


Debenturistas, Empregados e Administradores. São calculadas separadamente da DRE
da seguinte forma:

Partindo-se do resultado, antes das participações e da dedução das


Despesas das Provisões para a Contribuição Social e Imposto de Renda, computam-se
subtrativamente os Prejuízos Acumulados (quando existentes), definindo-se assim o
valor sobre o qual serão calculadas as participações.

Tais participações no Resultado são determinadas sucessivamente, com


base nos lucros que remanescerem depois de deduzida a participação anteriormente
calculada, obedecendo-se a ordem determinada na Lei 6.404/76.

ƒ Resultado por Ação ou Quota do Capital Social ⇒ Corresponde ao Lucro


Líquido do Exercício dividido pelo número de ações do Capital Social.

Quadro: DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


FATURAMENTO BRUTO
(-) IPI
RECEITA DE VENDAS BRUTAS
Produto da Venda de Bens (Mercadorias e Produtos) e Serviços
(-) Vendas Devolvidas ou Canceladas ⇒ Devoluções ou cancelamentos
relativos a vendas efetuadas no mesmo período.
(-) Descontos Incondicionais (=) Descontos Comerciais
Constantes na Nota Fiscal
Não confundir com os Descontos Financeiros que são Descontos
Condicionais.
(-) Abatimentos s/ Vendas ⇒ Concedidos em decorrência de avarias ou
defeitos de fabricação
para evitar a devolução dos produtos vendidos.

____________________________________________________________________ 8
Canal dos Concursos - Cursos preparatórios
Avenida Beira Mar, 406, sala 1004 - Centro - Rio de Janeiro - Rj - Cep: 20021-060
contato@canaldosconcursos.com.br
Prof. João Imbassahy Contabilidade Intermediária

(-) Impostos Incidentes s/ Vendas ⇒ Guardam proporcionalidade


com o preço de venda.
Impostos ⇒ ICMS, ISS, IE
Contribuições ⇒ COFINS, PIS
Taxas ⇒ Proporcionais ao preço de venda.
RECEITA LÍQUIDA
(-) CMV ⇒ Empresas Comerciais

(-) CPV ⇒ Empresas Industriais

(-) CSV ⇒ Empresas Prestadoras de Serviços

RESULTADO OPERACIONAL BRUTO


(-) Despesas de Vendas ⇒ Salários e Comissões do Pessoal da área de
vendas, Marketing, Publicidade, Despesa com PDD, Devolução de Vendas
de Períodos Anteriores.
(-) Despesas Gerais e Administrativas ⇒ Despesas com Pessoal (
Salários, 13° Salário, Férias, Encargos Trabalhistas, Gratificações, Aluguéis
de Escritório, Materiais de Escritório, Impostos (IPVA, IPTU, ITR) e Taxas.
(-) Despesas Financeiras⇒ Juros Passivos, Descontos Condicionais
Concedidos ...
(+) Receitas Financeiras ⇒ Juros Ativos, Descontos Condicionais
Obtidos, Atualizações Monetárias Pré-Fixadas de Direitos, Rendimentos de
Investimentos Temporários
(Letras de Câmbio, Depósito a Prazo Fixo).
(-) Variações Monetárias (ou Cambiais) Passivas ⇒ Contrapartidas de
Atualizações Monetárias ou Cambiais de Obrigações.
(+) Variações Monetárias Ativas ⇒ Contrapartidas de Atualizações
Monetárias ou Cambiais de Direitos.
(-) Encargos de Depreciação ⇒ Apropriação ao Resultado do desgaste
de bens tangíveis do Ativo Permanente, proporcionalmente ao período
contábil.
(-) Encargos de Amortização ⇒ Apropriação ao Resultado da
Recuperação do Capital aplicado em bens intangíveis e Despesas que
contribuam para mais de um Exercício Social.
(-) Encargos de Exaustão ⇒ Corresponde à perda de valor decorrente da
exploração de recursos minerais ou florestais ou de bens aplicados nesta
exploração.
(+) Resultados Positivos de Participações Societárias Permanentes
ƒ Ganhos por Equivalência Patrimonial
ƒ Dividendos e Rendimentos de Participações avaliadas pelo
Custo de Aquisição.
(-) Resultados Negativos de Participações Societárias ⇒ Resultados
Negativos por
Equivalência Patrimonial
RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO
(+) Receitas Não-Operacionais ⇒ Produto da Alienação de
Investimentos e Bens do
____________________________________________________________________ 9
Canal dos Concursos - Cursos preparatórios
Avenida Beira Mar, 406, sala 1004 - Centro - Rio de Janeiro - Rj - Cep: 20021-060
contato@canaldosconcursos.com.br
Prof. João Imbassahy Contabilidade Intermediária

Imobilizado.
(-) Despesas Não-Operacionais ⇒ Contrapartida da Baixa do Valor
Líquido de Investimento e do Valor Contábil de Bens do Imobilizado,
Despesas com Provisões para Perdas Prováveis na Alienação de
Investimentos.

(+) Saldo Credor de Correção Monetária, ou


(-) Saldo Devedor de Correção Monetária ⇒ Correção Monetária foi
extinta pela Lei 9.249/95
RESULTADO DO EXERCÍCIO (antes da CSSL)
(-) Despesa com Provisão p/ CSLL
RESULTADO DO EXERCÍCIO (antes da Provisão p/ IR)
(-) Despesa com Provisão p/ IR
RESULTADO DO EXERCÍCIO (Antes das Participações)
(-) Participação de Debenturistas
(-) Participação de Empregados
(-) Participação de Administradores

LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO ( OU PREJUÍZO )


• Resultado por Ação ou Quota do Capital Social
RA = RLE : NA ⇒ nº de ações do Capital Social

* Subentende-se que a Participação de Partes Beneficiárias foi revogada pela


Lei nº 11.638/07.

Exemplo do Cálculo de Participações: Supondo que em determinada


sociedade tenha sido apurado o Resultado de R$ 1.100.000 após a Provisão p/ o
IR. As participações definidas no estatuto são de:
Debenturistas - 10%
Empregados - 10%
Administradores - 10%

Existiam prejuízos acumulados de R$ 100.000,00.

Calcular as Participações e o Lucro Líquido do Exercício.

____________________________________________________________________ 10
Canal dos Concursos - Cursos preparatórios
Avenida Beira Mar, 406, sala 1004 - Centro - Rio de Janeiro - Rj - Cep: 20021-060
contato@canaldosconcursos.com.br
Prof. João Imbassahy Contabilidade Intermediária

CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA
CAPÍTULO 7 - OPERAÇÕES COM MERCADORIAS (PARTE 2)

IMPOSTOS NÃO-CUMULATIVOS INCIDENTES SOBRE COMPRAS E VENDAS

Os impostos não-cumulativos incidem tanto nas operações de compra


quanto de venda de mercadorias e produtos. A não-cumulatividade representa o
direito da sociedade de compensar os valores devidos com os recolhidos nas
aquisições.

Nas compras, tais impostos são contabilizados como contas do ativo,


tendo em vista que representam direitos da sociedade a serem recuperados no futuro.
Nas vendas, tais impostos são lançados como despesas em contrapartida a obrigações
(impostos a recolher). No final de cada período contábil, os valores devidos são
compensados com os registrados nas compras, recolhendo a sociedade apenas a
diferença. Caso os valores dos créditos sejam superiores aos dos débitos, a sociedade
nada recolherá, transferindo seu saldo a compensar para o período subseqüente.

Aquisição de Mercadorias (R$1.000)⇒SOCIEDADE ⇒ Venda de Mercadorias (R$ 3.000)


Imposto a ser compensado ⇒ R$ 200 Imposto devido ⇒ R$ 600
Imposto a ser Recolhido na venda ⇒ R$ 400 (R$ 600 – R$ 200)
Os principais são o ICMS e o IPI.

10.1.1 - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte


Intermunicipal e Interestadual e de Comunicação – ICMS

Nas Compras, o ICMS está incluído (cálculo por dentro) no preço pago ou
devido pelo comprador, ou seja, faz parte de sua própria Base de Cálculo.

Nas Vendas, o montante devido, embora esteja incluído no valor da receita


ganha, é contabilizado separadamente.

No final do período, são confrontadas as contas ICMS a Recolher com


ICMS a Recuperar. A conta que tiver saldo menor será encerrada em contrapartida à
conta de saldo maior. Caso o saldo da conta ICMS a Recuperar seja inferior ao da
conta ICMS a Recolher, o saldo da primeira será transferido para a segunda. A
diferença (saldo credor) representa o valor a ser recolhido. Caso o saldo da conta
ICMS a Recolher seja inferior, o seu saldo será transferido para a conta ICMS a
Recuperar. A diferença (saldo devedor) representará um direito da sociedade para
períodos de apuração futuros.

Exemplo: Inventário Permanente - Compra de 100 unidades a R$ 10, cada,


considerando a incidência de ICMS a 20%. Venda das 100 unidades a R$ 30, cada.
Efetuar os lançamentos e apurar o ICMS a ser recolhido, considerando terem sido
estas as únicas operações no período de apuração.

____________________________________________________________________ 11
Canal dos Concursos - Cursos preparatórios
Avenida Beira Mar, 406, sala 1004 - Centro - Rio de Janeiro - Rj - Cep: 20021-060
contato@canaldosconcursos.com.br
Prof. João Imbassahy Contabilidade Intermediária

Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI


São contribuintes do IPI as sociedades industriais e as equiparadas a
industriais, tais como sociedades cujo objeto social seja a importação de produtos
industrializados, entre outras.

A legislação do imposto de renda estabelece que: “O IPI é um imposto não


cumulativo, cobrado do comprador ou contratante do qual o vendedor ou prestador do
serviço é mero depositário.” ⇒

O IPI NÃO INTEGRA A RECEITA BRUTA

Assim, para ajustar a legislação comercial à legislação fiscal criou-se o conceito de


Faturamento Bruto, o qual abrange o valor total recebido pelo vendedor do produto
sujeito à incidência do IPI, ou seja, a Receita Bruta mais o IPI.

Nota - As contas ICMS a Recuperar (direito) e ICMS a Recolher (obrigação) podem


ser substituída por uma única conta denominada Conta-Corrente ICMS. Neste caso,
quando se tratar do valor do imposto a ser recuperado nas operações de compras de
mercadorias, esta conta será debitada.

O lançamento do ICMS a ser recolhido nas operações de vendas será


efetuado creditando-se Conta-Corrente ICMS.

Nota: A não-cumulatividade do ICMS e do IPI está prevista na Constituição


Federal.

As não-cumulatividades para os Programas de Integração Social (PIS) e de Formação


do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) foram instituídas pela Lei nº 10.637/2002 e
a para a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) foi
instituída pela Lei nº 10.833/2003.

EXEMPLO PRÁTICO SOBRE OPERAÇÕES COM MERCADORIAS E PRODUTOS


(SEM CONSIDERAR O PIS E A COFINS NÃO-CUMULATIVOS)

DADOS
Compra de Mercadorias (valor bruto) = R$ 1.000,00
Receita de Venda = R$ 3.000,00
ICMS = 20%
IPI = 10%
Máquina = R$ 1.000,00
Observações: Não existem estoques iniciais e todo o estoque foi vendido.

1. Efetuar os lançamentos das operações de compras e vendas na Empresa Comercial


2 nas seguintes situações:
a) Empresa Comercial 2 adquire mercadorias da Empresa Comercial 1 e efetua
vendas para a Empresa Comercial 3.
b) Empresa Comercial 2 adquire produtos de Empresa Industrial e revende as
mercadorias para a Empresa Comercial 3.

____________________________________________________________________ 12
Canal dos Concursos - Cursos preparatórios
Avenida Beira Mar, 406, sala 1004 - Centro - Rio de Janeiro - Rj - Cep: 20021-060
contato@canaldosconcursos.com.br
Prof. João Imbassahy Contabilidade Intermediária

c) Empresa Comercial 2 adquire uma Máquina para integrar ao seu ativo


permanente de Empresa Industrial.
2. A sociedade Alfa adquire Mercadorias, a prazo, no valor de R$ 1.000,00 de Empresa
Importadora, arcando com Fretes e Seguros no valore de R$ 300,00.
ICMS = 20%
IPI = 10%
Operação interestadual
Efetuar os cálculos e lançamentos referentes à operação.

3. Efetuar os lançamentos das operações de compra e venda na Empresa Industrial 2


na seguinte situação:
a) Empresa Industrial adquire matérias-primas já submetidas a processo de
industrialização da Empresa Industrial 1. Após a conclusão do processo produtivo,
efetua a venda dos produtos industrializados a Empresa Comercial. O custo total de
produção foi de R$ 1.600,00.

EXEMPLO PRÁTICO DE OPERAÇÕES COM MERCADORIAS E PRODUTOS


(CONSIDERANDO O PIS E COFINS NÃO-CUMULATIVOS)
Exemplo 1:
Em X1, a Cia. Comercial Beta adquire mercadorias a prazo da Cia. Comercial Alfa pelo
valor de R$ 1.000,00. Na operação incidiram ICMS de 20%, PIS de 1,65% e COFINS
de 7,6%.
Em X2, a Cia. Beta efetua a venda a prazo das aludidas mercadorias para a Cia
Comercial Delta pelo valor de R$ 3.000,00. Na operação incidiram ICMS, PIS e
COFINS com as mesmas alíquotas.
Em Beta
1. Registrar o lançamento nas compras.
2. Registrar os lançamentos nas vendas.

____________________________________________________________________ 13
Canal dos Concursos - Cursos preparatórios
Avenida Beira Mar, 406, sala 1004 - Centro - Rio de Janeiro - Rj - Cep: 20021-060
contato@canaldosconcursos.com.br
Prof. João Imbassahy Contabilidade Intermediária

CONTABILIDADE INTERMEDIÁRIA
CAPÍTULO 8 – PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE

PRINCÍPIOS E NORMAS CONTÁBEIS

Os PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADE (PFC) encontram-


se consolidados na RESOLUÇÃO CFC NO 750, de 29 de dezembro de 1993.

A supramencionada norma torna obrigatória a observância dos PFC no


exercício da profissão de auditor independente e constitui condição de legitimidade
das Normas Brasileiras de contabilidade (NBC).

Estabelece o artigo 2o da RESOLUÇÃO CFC NO 750/93 que “os Princípios


Fundamentais de Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos
universos científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no
seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades.

O artigo 1º da citada norma determina que a Essência das transações


deve prevalecer sobre a Forma.

Desta forma, a referida norma estabelece:

Art. 3o São Princípios Fundamentais de Contabilidade:


I – o da ENTIDADE;
II – o da CONTINUIDADE;
III – o da OPORTUNIDADE;
IV – o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;
V – o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA;
VI – o da COMPETÊNCIA e
VII – o da PRUDÊNCIA.

Seção I
O PRINCÍPIO DA ENTIDADE
Art. 4o O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto
da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da
diferenciação de um Patrimônio particular no universo de patrimônios existentes,
independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma
sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins
lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde com
aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.

Parágrafo único. O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca


não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta
em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil

(Grifamos)

____________________________________________________________________ 14
Canal dos Concursos - Cursos preparatórios
Avenida Beira Mar, 406, sala 1004 - Centro - Rio de Janeiro - Rj - Cep: 20021-060
contato@canaldosconcursos.com.br
Prof. João Imbassahy Contabilidade Intermediária

Seção II
O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
Art. 5o . A Continuidade ou não da Entidade, bem como sua vida definida
ou provável, deve ser considerada quando da classificação e avaliação das mutações
patrimoniais Quantitativas e qualitativas.
Par.1o. A Continuidade influencia o valor econômico dos ativos e, em
muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, especialmente quando a
extinção da Entidade tem prazo determinado, previsto ou previsível.
Par. 2º .A observância do Princípio da CONTINUIDADE é indispensável à
correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA, por efeito de se relacionar
diretamente à quantificação dos componentes patrimoniais e à formação do resultado,
e de constituir dado importante para aferir a capacidade futura de geração de
resultado.

Seção III
O PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE

Art. 6o O Princípio da OPORTUNIDADE refere-se, simultaneamente, à


tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações,
determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta,
independentemente das causas que as originaram.

Parágrafo único. Como resultado da observância do Princípio da


OPORTUNIDADE:
I – desde que tecnicamente estimável, o registro das variações
patrimoniais deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável certeza de
sua ocorrência;
II – o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos,
contemplando os aspectos físicos e monetários;
III- o registro deve ensejar o reconhecimento universal das variações
ocorridas no patrimônio da ENTIDADE, em um período de tempo determinado, base
necessária para gerar informações úteis ao processo decisório da gestão.

Seção IV
O PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL
Art. 7o . Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos
valores originais das transações com o mundo exterior, expressos a valor
presente na moeda do País, que serão mantidos na avaliação das variações
patrimoniais posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições
no interior da Entidade.
Par. único. Do Princípio do Registro pelo Valor Original resulta:
I – a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base
nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com
os agentes externos ou da imposição destes;
II – uma vez integrado no patrimônio, o bem, direito ou obrigação não
poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão somente, sua
____________________________________________________________________ 15
Canal dos Concursos - Cursos preparatórios
Avenida Beira Mar, 406, sala 1004 - Centro - Rio de Janeiro - Rj - Cep: 20021-060
contato@canaldosconcursos.com.br
Prof. João Imbassahy Contabilidade Intermediária

decomposição em elementos e ou sua agregação, parcial ou integral, a outros


elementos patrimoniais.
III- o valor original será mantido enquanto o componente permanecer
como parte do patrimônio, inclusive quando da saída deste;
IV – os Princípios da Atualização Monetária e do Registro pelo Valor
Original são compatíveis entre si e complementares, dado que o primeiro apenas
atualiza e mantém atualizado o valor de entrada;
V – o uso da moeda do País na tradição do valor dos componentes
patrimoniais constitui imperativo de homogeneização dos mesmos.

Seção V
O princípio da atualização monetária
Art. 8o. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional
devem ser reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão
formal dos valores dos componentes patrimoniais.
Par. único. São resultantes da adoção do Princípio da Atualização
Monetária:
I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não
representa unidade constante em termos de poder aquisitivo;
II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das
transações originais (art. 7o ), é necessário atualizar sua expressão formal em moeda
nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos
componentes patrimoniais e, por consequência, o do patrimônio líquido.
III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão-
somente, o ajustamento dos valores originais para cada determinada data, mediante a
aplicação de indexadores, ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder
aquisitivo da moeda nacional em um dado período.

Seção VI
O PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA
Art. 9o . As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do
resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se
correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.
Par. 1o . O Princípio da Competência determina quando as alterações no
ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido,
estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da
observância do Princípio da Oportunidade.
Par. 2o . O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando
correlatas, é consequência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração.
Par. 3o . As receitas consideram-se realizadas:
I- nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento
ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade
de bens anteriormente pertencentes à Entidade, quer pela fruição de serviços por esta
prestados;
II – Quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que
seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou
maior.
____________________________________________________________________ 16
Canal dos Concursos - Cursos preparatórios
Avenida Beira Mar, 406, sala 1004 - Centro - Rio de Janeiro - Rj - Cep: 20021-060
contato@canaldosconcursos.com.br
Prof. João Imbassahy Contabilidade Intermediária

III – pela geração natural de novos ativos independentemente da


intervenção de terceiros;
IV – no recebimento efetivo de doações e subvenções.
Par. 4o . Consideram-se incorridas as despesas:
I – Quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por
transferência de sua propriedade para Terceiro;
II – pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;
III – pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo;

Seção VII
O PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA
Art. 10 . O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os
componentes do ativo e do maior para os do Passivo, sempre que se apresentarem
alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que
alterem o patrimônio líquido.
Par. 1o . O Princípio da Prudência impõe a escolha da hipótese de que resulte menor
patrimônio líquido, Quando se apresentarem opções igualmente aceitáveis diante dos
demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.
Par. 2o . Observado o disposto no artigo 7o , o Princípio da Prudência somente se aplica
às mudanças posteriores, constituindo-se ordenamento indispensável à correta
aplicação do Princípio da Compet6encia.
Par. 3o . A aplicação do Princípio da Prudência ganha ênfase quando, para definição dos
valores relativos às variações patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem
incertezas de grau variável.

Art. 11. A inobservância dos Princípios Fundamentais de Contabilidade constitui


infração às alíneas c, d, e e do artigo 27 do Decreto-lei no 9.295, de 27 de maio de
1946 e, quando aplicável, ao Código de Ética Profissional do Contabilista.

Art. 12. Revogada a Resolução CFC no 530/81, esta Resolução entra em vigor a partir
de 1o de janeiro de 1994.

____________________________________________________________________ 17
Canal dos Concursos - Cursos preparatórios
Avenida Beira Mar, 406, sala 1004 - Centro - Rio de Janeiro - Rj - Cep: 20021-060
contato@canaldosconcursos.com.br

Você também pode gostar