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Aluno:_____________________________________________________________
Série/ano: 8º Turma:____ Turno: __________ Professor: _____________
Data: ___/___/___
ARTES – 3º Trimestre
O regionalismo na arte
Artistas regionalistas – Arte naïf
A palavra em francês naïf significa ingênuo e é utilizada para designar a arte de
livre possibilidade de expressão, abordando temas artísticos de forma espontânea, sem
estar presa a qualquer tipo de convenção acadêmica. A arte naïf era produzida por
artistas que não tiveram preparação acadêmica, isto é, que não aprenderam técnicas de
pintura, desenho, proporção, perspectiva, noção de estética e todos os cânones (regras)
que estruturam a arte acadêmica. Essa falta de erudição acadêmica não impediu os
artistas de criarem suas obras, procurando sempre novas possibilidades para exprimir
sua arte.
Henri Rousseau (1844-1910).
Suas obras foram alvo de muitas críticas na virada do século XIX, pois o
público não gostou da forma como o artista pintava, ignorando algumas regras básicas
de desenho, composição e perspectiva.
Passeio na floresta (1886), Henri Rousseau. Oléo sobre tela, Museu Kunsthaus,
Zurique, Suíça.
O artista utilizou seu conhecimento de vida, suas experiências e emoções, para
produzir suas obras.
A perspectiva é precária, formando desenhos bidimensionais. Os temas mais
frequentes são o bucolismo, o cotidiano, a alegria, a espontaneidade, as festas populares,
as paisagens rurais e simplistas e a felicidade rotineira.
O moinho d'Afort (1895) retrata o subúrbio de Afort, Paris, ao final do século XIX. Óleo
sobre tela. Acervo do Museu de Arte de Pola, Itokane, Kanagawa, Japão.
Gerardo da Silva
Neto do falecido artista Chico da Silva, teve seus primeiros contatos com a pintura
ainda criança, por intermédio do avô. Desde então, não parou de pintar e é reconhecido
mundialmente. Em 2004, o pintor ganhou o 1º lugar na Bienal Naïf do Brasil. Em 2007,
ele surpreendeu os franceses com sua arte naïf, ao expor suas obras em homenagem aos
100 anos do avô, Chico da Silva, o mais significativo representante do primitivismo no
Brasil e também o principal estímulo para que Gerardo se iniciasse na pintura aos nove
anos de idade. “O primitivismo foi quase imposto pelo meu avô, mas descobri minha
própria identidade com a naïf e comecei a privilegiar elementos de minha infância”,
explica.
Disponível em: <http://www.unicamp. br/unicamp/noticias/gerardo-da- silva-traduz-o-cear%C3%A1-na-
fran%C3%A7a-no- brasil-e-na-unicamp>. Acesso em: mar. 2013. Adaptado.
Em 1995, foi inaugurado o Museu Inter- nacional de arte naïf no Rio de Janeiro.
O museu abrange um acervo de 6.000 obras de diversos artistas do mundo todo, sendo
considerado a maior coleção do gênero.
A arte naïf mostra que mesmo aqueles que não detêm conhecimento específi- co
em arte encontram possibilidades de produzir obras com valores significativos e
importantes para o conhecimento da humanidade.
Guiomar Novaes
Eu sempre toco uma peça de maneira diferente, pois descubro alguma coi- sa nova e me
surpreendo como é que não tinha pensado nisso antes. Arte é a coisa mais sutil que existe. Nem
sem- pre conseguimos compreendê-la. NOVAES, Guiomar. Great Woman & Piano, Time, Nova York, 13
dez. 1954.
Guiomar Novaes foi uma das maiores celebridades da música na Europa e nos Esta- dos
Unidos no século XX e é considerada a maior pianista brasileira. Nascida no interior do estado
de São Paulo, em 1894, com apenas quatro anos já conseguia dedilhar algumas músicas que
ouvia em seu dia a dia. Após alguns anos, tomando aulas com o importante mestre italiano Luigi
Chiaffarelli, Guiomar fez sua primeira apresentação, com apenas oito anos de idade. Assistida
pelo Governo do Estado de São Paulo, em 1909, foi estudar em Paris.
Ao chegar à França, a garota começou sua estada em grande estilo, tocando A grande
fantasia triunfal sobre o Hino Nacional brasileiro, de Louis Gottschalk, para a princesa Isabel. A
princesa ficou emocionada e a música foi tocada diversas vezes, contribuindo para o
reconhecimento do Brasil no exterior.
Na Europa, ainda adolescente, Guio- mar Novaes foi vista como uma das melhores
estudantes, com grandes dotes artísticos, o que contribuiu para que conseguisse uma vaga no
Conservatório de Música de Paris. Teve aulas com Isidore Philipp e ganhou o concurso de
encerramento do curso no conservatório.
Após sua graduação no Conservatório de Paris, Guiomar veio ao Brasil e passou a
apresentar-se no país. Em 1915, fez sua estreia nos Estados Unidos, sendo aclamada e reconhecida
por sua excelência no piano. Em 1922, participou da Semana de Arte Moderna, tocando A dança
dos gnomos, de Lizt. O festival foi bastante conturba- do por causa das inovações propostas, e o
público, inquieto, reagia com vaias e algazarras. A calmaria se fez no evento quando Guiomar
Novaes começou a tocar piano.
Apesar de participar da semana que mudou a arte brasileira, a pianista revelou sua
discordância em relação ao festival e não mostrou vínculo com os propósitos do evento,
porém se familiarizou com as obras de Villa-Lobos, que passaram a fazer parte do seu
repertório nos recitais, o que tornou a pianista grande divulgadora no exterior da obra do
compositor brasileiro.
Guiomar Novaes ganhou diversas homenagens e prêmios nas décadas de 1960 e
1970. Em janeiro de 1979, a pianista sofreu um derrame cerebral, passando a necessitar
de cuidados e, em março daquele mesmo ano, faleceu, aos 85 anos, vítima de infarto. A
artista foi enterrada no Cemitério da Consolação, em São Paulo, ao som da Marcha
fúnebre de Beethoven.