Descrioeinterpretaomacroscpicadasleses 091026213121 Phpapp01

Você também pode gostar

Você está na página 1de 7

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

FACULDADE DE VETERINÁRIA
DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA ANIMAL

www.josie-gepac.blogspot.com

DESCRIÇÃO E INTERPRETAÇÃO MACROSCÓPICA DAS LESÕES

A descrição das lesões deve conter os seguintes aspectos: (1)


distribuição, (2) cor, (3) forma, (4) tamanho, (5) consistência e (6) certos aspectos especiais,
como peso, som, presença de líquido e odor. A interpretação da lesão é o que se
conclui (diagnóstico) desses sete aspectos avaliados. Há várias
maneiras de se comunicar o diagnóstico de uma lesão:
(a) Diagnóstico morfológico: é um resumo da lesão sem especificar a causa
(exemplo: enterite granulomatosa, difusa, acentuada). Nessa
interpretação (diagnóstico morfológico) está implícito que a lesão é
inflamatória, ocorre no intestino, que atinge todo (ou quase todo) o
intestino e que é grave. O nome do órgão sempre deve constar do
diagnóstico morfológico.
(b) Diagnóstico etiológico: restringe-se a indicar apenas duas coisas – o local
e o agente causador da lesão (exemplo: enterite micobacteriana).
(c) Etiologia: indica apenas a causa da doença. Não implica em colocar o
nome do órgão, a distribuição da lesão ou qualquer outro tipo de
informação (exemplo: Mycobacterium paratuberculosis).
(d) Nome da doença/condição: nesse tipo de diagnóstico é necessário que se
coloque o nome de uso comum da doença (exemplo: doença de
Johne).

1. DISTRIBUIÇÃO
Distribuição é o arranjo espacial das lesões. Quanto à distribuição,
as lesões podem ser focais, multifocais (e suas subdivisões), difusas,
segmentares, simétricas ou aleatórias. Cada um desses aspectos deve
ser descrito objetivamente. A técnica para descrevê-los será
apresentada a seguir.
a) Focais: Lesões focais ou multifocais são bem definidas num fundo
normal. Esse tipo de lesão é subdividido em lesões focais, multifocais,
multifocais a coalescentes, miliares e disseminadas. Lesões focais
(apenas uma lesão) são fáceis de distinguir, pois sobressaem num
fundo normal. Lesões multifocais são lesões múltiplas distribuídas pelo
órgão e separadas entre si por tecido não afetado. Quando alguns
focos de lesões multifocais se juntam (coalescem) formando um foco
maior, a lesão é denominada multifocal a coalescente. Uma
apresentação multifocal a coalescente indica que a lesão é mais antiga
que uma multifocal simples. Quando os focos são numerosos e
diminutos, as lesões multifocais são denominadas miliares (pela
analogia com o número e tamanho dos focos com as sementes de
painço (millet em inglês, daí miliar). Quando as lesões multifocais
aparecem em todo um órgão ou sistema são denominadas multifocais
disseminadas.
b) Difusas: Nas lesões difusas tudo (ou quase tudo) no campo de
referência aparece afetado. São, em geral, mais difíceis de detectar
porque não há contraste com tecido normal, como ocorre nas lesões
focais.
c) Simétricas: A distribuição simétrica ocorre quando a lesão se distribui ao
longo de uma subunidade anatômica ou fisiológica. A lesão hepática
centrolobular causada por uma planta de ação hepatotóxica aguda ou
as lesões inflamatórias em ductos biliares são lesões simétricas, pois
seguem um padrão anatômico do centro do lóbulo ou da árvore biliar.
Lesões simétricas bilaterais no encéfalo podem indicar uma alteração
tóxica como na intoxicação por Aeschynomene indica em suínos,
enterotoxemia pela toxina de Clostridium perfringens tipo D em ovinos e
intoxicação por Centaurea spp. em equinos.
d) Segmentares: Lesões segmentares indicam que uma porção bem
definida do órgão está anormal. Na maioria das vezes, a parte afetada é
definida por uma unidade vascular.
e) Aleatórias: Ao contrário das lesões simétricas, as lesões aleatórias não
obedecem a qualquer padrão anatômico e ocorrem sem referência a
qualquer estrutura anatômica específica. Por exemplo, pontos de
necrose distribuídos aleatoriamente no parênquima hepático ou
abscessos em uma pneumonia embólica.

2. AS CORES DA PATOLOGIA
A cor normal de um tecido é constituída pela sua cor própria
(geralmente branca), acrescida da cor dos pigmentos especiais, por
ex., córtex da adrenal em bovinos e equinos, corpo amarelo e
quantidade de sangue presente. Órgaõs que têm quociente
sangue/tecido alto, como baço, fígado e rim, são mais escuros. Tecidos
que têm um quociente sangue/tecido baixo, como o pulmão e encéfalo,
são claros. Lesões podem assumir a cor vermelha, amarela, preta,
verde, serem translúcidas, brancas ou marrons.
a) Vermelha: Quando uma lesão é vermelha (seja um vermelho vivo ou um
vermelho escuro) é por que há maior quantidade de sangue no tecido.
Condições onde ocorre avermelhamento do tecido incluem hiperemia,
congestão passiva e hemorragia. Um vermelho vinhoso ocorre e
tecidos em conseqüência da embebição por hemoglobina, usualmente,
mas nem sempre, uma alteração pós-morte; em conseqüência da lise
das hemácias a hemoglobina se difunde nos tecidos conferindo essa
cor característica. Embebição por hemoglobina pode ser uma lesão
antemortem em casos de doenças com hemólise acentuada, como
babesiose e hemoglobinúria bacilar em bovinos. Doenças que cursam
com hemoglobinúria (doenças hemolíticas), mioglobinúria (doenças com
degeneração muscular) e hematúria (por ex., em bovinos com lesões
de bexiga na hematúria enzótica ou lesões renais de glomerulonefrite)
são associadas a urina vermelha.
b) Amarela: Lesões amarelas incluem inflamação, icterícia, acúmulo de
gordura, queratina, fibrina e edema. Artefatos como embebição biliar
também são amarelos. O acúmulo de exsudato inflamatório caseoso,
como ocorre na linfadenite caseosa e na tuberculose, é amarelo ou
banco-amarelado. Exsudato purulento (abscessos) pode também ser
amarelo. Icterícia é a coloração amarela generalizada dos tecidos
produzida pela deposição de bilirrubina. Essa é uma alteração da cor
vista principalmente em mucosas e tecidos brancos com grande
conteúdo de elastina, como a íntima das artérias, fáscia de músculos,
meninges e superfícies articulares. A icterícia ocorre por
hiperbilirrubinemia (aumento da concentração de bilirrubina no sangue).
As principais causas de hiperbilirrubinemia e, conseqüentemente, de
icterícia incluem: (i) hemólise (icterícia pré-hepática), com produção excessiva
de bilirrubina não-conjugada; (ii) redução na tomada, conjugação ou
secreção da bilirrubina pelo hepatócito (icterícia hepática ou tóxica), como
conseqüência de lesão hepática difusa grave, aguda ou crônica; e (iii)
retardamento no fluxo da bile ou colestase (icterícia pós-hepática) por
obstrução dos ductos biliares extra-hepáticos (colestase extra-hepática) ou
impedimento do fluxo dentro dos canalículos (colestase intra-hepática). A
icterícia precisa ser diferenciada do amarelo normal da gordura de
bovinos das raças Jersey e Guernsey e de cavalos. Assim, a deposição
de gordura nos hepatócitos do fígado de um bovino (lipidose hepática)
pode dar uma coloração amarelada ao fígado. Queratina, como
aparece, por exemplo, sobre o quadrilátero esofágico do estômago de
suínos ou em carcinomas de células escamosas cornificados é
amarela, assim como a fibrina quando abundantemente infiltrada por
neutrófilos. A fibrina será branca, se não possuir números abundantes
de neutrófilos mortos e degenerados, e será marrom se misturada a
tecido necrótico e sangue. Alguns tipos de edema conferem uma cor
amarela aos tecidos. Isso é particularmente evidente no edema do
sistema nervoso central de equinos, porque esses animais têm um
índice ictérico elevado do soro. Uma coloração amarela ou amarelo-
esverdeada, devida à embebição biliar, ocorre nas porções do fígado e
outros tecidos adjacentes à vesícula biliar.
c) Preta: Lesões (ou estruturas que podem ser confundidas com lesões)
pretas incluem melanose, pseudomelanose, melanoma, sangue
digerido e antracose. Manchas escuras nos tecidos muitas vezes são
depósitos normais de melanina, como ocorre na íntima de grandes
vasos, nas meninges, na mucosa do esôfago, nos pulmões e em outros
tecidos de animais muito pigmentados, com, por exemplo, de ovinos de
raça de cara negra. A pseudomelanose é uma alteração da cor dos
tecidos em contato com os intestinos. Essa alteração resulta da
combinação do sulfeto de hidrogênio (produzido por bactérias da
putrefação no intestino) com o ferro liberado da hemólise pós-mortal de
eritrócitos. O sulfeto de ferro é um pigmento que mancha os tecidos de
azul-acinzentado, verde ou preto. Manchas pretas de significado
patológico ocorrem associadas a tumores de melanócitos (melanomas)
que produzem grande quantidade de melanina, um pigmento preto.
Sangue digerido é preto e linfonodos do hilo pulmonar de cães podem
ser pretos em conseqüência da inalação de carvão da queima de
combustíveis ou de alguma outra origem. Essa alteração não tem
importância clínica e é denominada antracose. Lesões causadas por
infecções por fungos pigmentados podem dar uma cor preta à lesão, o
que fica ainda mais evidente se ocorre em tecidos claros como o
encéfalo.
d) Verde: Como foram referidas acima, manchas verdes podem ocorrer
como parte do processo de pseudomelanose e de exsudato
eosinofílico, principalmente miosite eosinofílica. As áreas de necrose
causadas pela tumefação do músculo supracoracóide em um
compartimento não expansível em frangos e perus são verdes. Isso
impede o suprimento sangüíneo e causa necrose isquêmica.
Dependendo do estágio de metabolismo, o pigmento biliar pode ser
verde. Clorelose (infecções por algas do gênero Chlorella, que produzem
pigmento verde associado à lesão), locais de injeções e deposição de
biuratos de amônia na bexiga causam lesões verdes características.
e) Translúcida: Lesões que consistem de líquidos translúcidos (incolores
ou citrinos, que deixam passar a luz) indicam cistos ou transudatos, isto
é intersticial edema cavitário. Por vezes o edema cavitário é amarelo
citrino, mas translúcido.
f) Branca: Um tecido banco indica ausência de sangue. Em casos de
anemia acentuada, como na hemoncose de ovinos, os tecidos,
principalmente as mucosas, são branca porcelana. Infiltrados de células
inflamatórias podem produzir acúmulos brancos que contrastam com a
coloração normal dos tecidos. Esses infiltrados de células inflamatórias
possam, às vezes, serem difíceis de diferenciar de infiltrados de células
neoplásicas. Áreas de necrose, queratinização e fibrose em tecidos
escuros e áreas de tecido de granulação (cicatricial) aparecem também
com áreas brancas. É interessante notar que o tecido de granulação
mais antigo é branco e o mais recente é róseo avermelhado, pois nesse
último há maior número de capilares e, portanto maior quantidade de
sangue. Dependendo da espécie, o acúmulo de gordura pode ser
branco, como no caso de um lipoma em cães, branco ou amarelo,
como no caso de lipidose hepática em bovinos. A mineralização
também torna o tecido branco. Isso tanto é o caso da mineralização
dos tecidos moles como do osso. Áreas teciduais onde ocorreram
infiltrações celulares, como inflamação granulomatosa ou neoplasma,
podem ser brancas. A fibrina que faz parte do exsudato inflamatório é
branca ou amarela se estiver respectivamente pouco ou muito infiltrada
por neutrófilos.
g) Marrom: Exsudatos purulentos com certa quantidade de sangue e
tecido necrótico são marrons. Isso é particularmente verdadeiro em
relação ao pus de cães, que geralmente têm essa cor.

3. CONSISTÊNCIA
Consistência é característica de um tecido encarada do ponto de
vista da homogeneidade, coerência, firmeza, compacidade, aderência entre as suas partes
(resistência), densidade, viscosidade etc. A organização (ou falta de) de um
tecido é mais bem apreciada na superfície de corte. Se na superfície de
corte a lesão é amorfa, não tem organização, isto é, suas partes se
soltam ao serem manuseadas ou o tecido é semisolido ou líquido espesso,
provavelmente se trata de um tecido morto ou de um exsudato. Há uma
comparação usada por vários patologistas: se dá para passar o tecido
com uma faca sobre um pão como se fosse manteiga ou patê, trata-se
de um exsudato não-organizado. Se o tecido possui organização, isto é,
aderência entre suas células, provavelmente trata-se de tecido de
granulação, fibroplasia, inflamação granulomatosa ou neoplasma. A
consistência de uma lesão pode ser líquida, como no caso de
hemorragia, edema, ascite ou exsudato em uma pleurite purulenta;
macia, como no caso de um linfossarcoma; firme, como no caso de um
carcinoma de células escamosas cirroso; e dura, como no caso de uma
lesão de actinomicose na mandíbula. Há outra comparação usada por
vários patologistas: macia é a consistência do lobo da orelha de uma
pessoa, firme é a consistência da cartilagem da orelha ou da ponta do
nariz e dura é a consistência da testa.

4. FORMA
Aqui se devem considerar os aspectos ou características
geométricas da lesão. A lesão poderá ser elevada e saliente, plana ou
deprimida. A forma da lesão pode ser irregular ou geométrica.
a) Elevada ou saliente: Lesões elevadas ou salientes indicam que alguma
coisa foi acrescentada ao tecido. Isso inclui edema, tumores,
hematomas ou granulomas.
b) Plana: Uma lesão plana, que mantém a mesma altura que o tecido
adjacente, indica uma lesão recente, isto é, não houve ainda tempo
para alterar o tecido. Por exemplo, numa área de necrose recente
como necrose de coagulação ou necrose recente do córtex
telencefálico, como observado em casos de malacia na meningocefalite
por herpesvírus bovino no lobo frontal.
c) Deprimida: A lesão deprimida indica que alguma coisa foi retirada do
tecido. Isso ocorre em casos mais crônicos de necrose onde há tempo
para a dissolução e retirada do tecido necrótico. Mantendo os dois
exemplos acima, com o tempo o tecido necrosado do infarto renal e da
necrose cerebrocortical será retirado do local, deixando áreas
deprimidas. É claro que uma lesão deprimida indica um processo mais
crônico que a lesão plana.
d) Formas geométricas bem demarcadas: Correspondem geralmente a lesões
produzidas por alterações que obstruíram uma unidade vascular; são,
portanto, em geral, lesões segmentares. Isso pode ser bem
exemplificado no caso da erisipela suína e no caso dos infartos renais
(áreas de necrose de coagulação causadas por isquemia). Infartos
renais que foram produzidos pela obstrução da artéria interlobular têm
uma forma de cunha (triangular quando vista nas duas dimensões de
uma superfície de corte) com o vértice voltado para interface córtex-
medular. Infartos resultantes da obstrução da artéria arciforme são
localizados na cortical do rim e têm forma retangular, enquanto infartos
resultantes de obstrução da artéria interlobar têm também forma de
cunha (triangular quando vista nas duas dimensões de uma superfície
de corte), mas seu vértice localiza-se na zona medular do rim. Um
conhecimento da unidade vascular do lobo renal permite entender
perfeitamente esse fenômeno.

5. TAMANHO
O tamanho de uma lesão deverá ser relatado em unidades do
sistema métrico. Por ex., “na cortical há um cisto de 0,5 cm de
diâmetroÓ. Alterações do tamanho dos órgãos são difíceis de avaliar
quando pouco acentuadas. Em órgãos pares essa avaliação é facilitada
pelo termo de comparação; mesmo assim, pode ocorrer a dúvida de se
a diferença de tamanho é pelo aumento de volume do órgão esquerdo
ou por diminuição de volume do órgão direito ou ambos.
Aumento de volume considerável de órgãos únicos, como é o
caso de um baço com hemangiossarcoma, são mais fáceis de avaliar.
Um controle, isto é, um órgão de um animal de mesma espécie,
tamanho e idade, ajuda decidir por possíveis variações no volume do
órgão. Órgãos ficam maiores por tumefação celular, por hipertrofia de
suas células, por proliferação benigna de suas células (hiperplasia ou
neoplasmas benignos), por proliferação maligna dessas células
(neoplasmas malignos), infiltração de células malignas de outros
neoplasmas (metástases) ou por proliferação da matriz extracelular,
como no caso da endocardiose. A assimetria de um órgão indica a
alteração de volume de uma de suas partes. Por exemplo, a assimetria
do telencéfalo indica que houve aumento (alguma coisa acrescentada)
ou diminuição (alguma coisa retirada) de um dos hemisférios. Alguns
órgãos são fisiologicamente dinâmicos, isto é, podem alterar seu
tamanho por razões funcionais. Alguns são rapidamente dinâmicos
(segundos a minutos), como o pulmão e a bexiga, e outros são
lentamente dinâmicos, como o baço e o trato gastrintestinal.

6. ASPECTOS ESPECIAIS
A avaliação de alguns aspectos especiais dos órgãos na
necropsia ajuda na interpretação das lesões. O peso indica se houve
perda (alguma coisa retirada) ou ganho (alguma coisa acrescentada)
de massa tecidual. O som é um aspecto que fornece informações
limitadas, mas o som crepitante do músculo esquelético em um bovino
indica miosite com produção de gás (provavelmente carbúnculo
sintomático, infecção por Clostridium chauvoei). Odor é um parâmetro difícil de
definir, mas o odor de fossa séptica no intestino de equinos indica
salmonelose. Em cães, enterite hemorrágica tem um cheiro suis generis. Na
intoxicação por Senecio spp. há um odor agridoce característico na pele
de bovinos.

7. SIGNIFICADO CLÍNICO
Aspectos importantes que influem no significado de uma lesão
incluem extensão, reversibilidade da lesão, vulnerabilidade e localização.
a) Extensão: É importante que a extensão (porcentagem do tecido
envolvido na lesão) seja observada e relatada: “30% da região
cranioventral do pulmão está consolidadaÓ. É necessário que 80% do
parênquima sejam comprometidos por uma lesão para que ocorra
insuficiência hepática; assim, uma lesão focal, como um abscesso tem
um significado diferente do que uma lesão hepática difusa, como
cirrose.
b) Reversibilidade: O potencial de reversibilidade de uma lesão é
determinado pelo diagnóstico morfológico. Por exemplo, um
diagnóstico de dermatofitose num bovino indica um processo reversível
enquanto o diagnóstico de carcinoma de células escamosas na vulva
de uma vaca indica um processo irreversível.
c) Vulnerabilidade do tecido: A vulnerabilidade de um tecido está relacionada
à redundância de suas unidades anatômicas, de sua reserva funcional e
de sua capacidade de regeneração. Por exemplo, o fígado é formado
de unidades redundantes (ácinos hepáticos) que se repetem aos
milhares. A perda de algumas dessas unidades não trará qualquer
prejuízo ao funcionamento do órgão. No entanto, poucas estruturas se
repetem no encéfalo e a perda dessas estruturas redunda em dano
permanente na função do órgão. A reserva funcional está relacionada a
estruturas redundantes que não são utilizadas normalmente e que
podem entrar em funcionamento em caso de lesão. O poder de
regeneração diminui a vulnerabilidade de um órgão. O fígado pode
regenerar até 70% de seu parênquima em caso de lesão, o que não
ocorre com o tecido do sistema nervoso central.

Pelotas, outubro de 2009.

Você também pode gostar