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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
2 SEMIOLOGIA ESTÉTICA....................................................................................... 4
2.1 Conhecimentos anatomofisiológicos sobre o tecido tegumentar .......................... 5
2.2 Sistema muscular: aspectos morfofuncionais da face ........................................ 16
3 PRINCÍPIOS BÁSICOS DO PROCESSO DA AVALIAÇÃO CLÍNICA ................. 23
3.1 Anamnese/entrevista formal ............................................................................... 25
3.2 Avaliação da pilosidade da pele.......................................................................... 28
4 FERRAMENTAS AVANÇADAS PARA AVALIAÇÃO CLÍNICA .......................... 30
4.1 Avaliação estética corporal ................................................................................. 33
4.1.1 Avaliação da adiposidade ou gordura localizada ............................................ 40
4.1.2 Avaliação do fibroedema geloide .................................................................... 41
4.1.3 Avaliação da qualidade de vida em pacientes com celulite ............................ 44
4.1.4 Avaliação das disfunções circulatórias sanguíneas e linfáticas ...................... 44
4.1.5 Avaliação de sensibilidade.............................................................................. 45
4.2 Avaliação estética facial ...................................................................................... 46
4.2.1 Avaliação dos graus de acne .......................................................................... 47
4.2.2 Avaliação da flacidez de pele ......................................................................... 49
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 52

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora
que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 SEMIOLOGIA ESTÉTICA

A semiologia é a área responsável pela averiguação e estudo dos sinais e


sintomas exibidos pelo paciente. Basicamente é realizada a inspeção, palpação,
percussão e ausculta, que geralmente respeitam esta ordem de execução e podem
ser finalizados por tecnologias que aperfeiçoem melhor definição de detalhes. Para
análise, o examinador deve ter conhecimentos científicos em anatomia, fisiologia,
fisiopatologia, semiologia entre outras, sem os quais não será capaz de detectar de
forma completa os problemas identificados que requerem a sua intervenção (VARIZI;
BARBOSA; TONIATE et al, 2021).
Conforme o estudo realizado por Varizi; Barbosa; Toniate (2021) a semiologia
é a base da formulação do diagnóstico clínico, é uma análise apoiada pela ciência
clínica com o objetivo de dotar o profissional de métodos e técnicas de exame do
paciente e ao mesmo tempo meios e formas de descobrir os sinais e sintomas. Faça-
os de forma adequada para avaliar com precisão e rapidez o diagnóstico clínico e
intervir efetivamente para ajudar na recuperação/melhora do paciente.
Assim, a semiologia é importante para o diagnóstico relativo a necessidade de
cada paciente, pois é por meio das informações descrita pelo paciente acompanhada
pelo exame clínico que poderá ser realizado a olho nu, ou com o auxílio de algum
equipamento.
Para que seja realizado um bom diagnóstico, é fundamental que o profissional
que irá realizar os exames, tenha bastos conhecimentos de fisiologia (que é o ramo
da biologia que estuda as múltiplas funções moleculares, físicas e mecânicas), uma
vez que é a partir deste conhecimento que a avaliação semiológica poderá ser
realizada com maior segurança.
Além de ter domínio em semiologia, é necessário que o profissional também
conheça a semiotécnica. Ela trata-se da ação que será realizada após o exame.
Assim, pode acontecer que o exame identifique a causa do sintoma, ou que seja um
exame para atender à necessidade do paciente de realizar uma intervenção estética
para corrigir sua estrutura facial. Essa ação seguinte ao diagnóstico é denominada de
semiotécnica.
Faz-se necessário que o profissional trate o paciente com empatia e mostre as
técnicas/procedimentos necessários que serão realizadas visando alcançar o objetivo

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do (a) paciente. Para que haja uma semiologia bem fundamentada é importante
conforme já mencionado o conhecimento anatomofisiológicos sobre o tecido
tegumentar, bem como uma anamnese do (a) paciente conforme iremos verificar nos
próximos tópicos.

2.1 Conhecimentos anatomofisiológicos sobre o tecido tegumentar

Em relação a anatomia e Fisiologia humana aplicada à saúde estética, Oliveira


(2022) esclarece que o estudo deste tema possibilita discutir os aspectos
morfofuncionais da composição e localização das estruturas que compõem os
sistemas tegumentar, muscular e circulatório. Para tal, serão discutidos aspectos da
Anatomia e Fisiologia da pele e seus anexos, neste material de estudo faremos a
análise apenas dos músculos da face. Trata-se de um texto básico e conciso,
ricamente ilustrado e que tem por objetivo resgatar conceitos que darão subsídios
para a compreensão da Anatomia e Fisiologia aplicada à saúde estética.
Iniciaremos o estudo conceituando o sistema tegumentar, que é formado pela
pele (também denominada tegumento ou cútis) e pelos órgãos anexos, os quais
correspondem aos folículos pilosos, unhas e algumas glândulas exócrinas. Por cobrir
toda a superfície corporal, a pele é considerada o maior órgão do nosso corpo. Ela
revela a nossa faixa etária, uma vez que diferentes fases da vida podem apresentar
diferentes sinais: a maciez da pele do bebê, a abundância de elasticidade e hidratação
representam a pele dos jovens. Já a presença de rugas, a diminuição da elasticidade
e espessura da pele, bem como a coloração esbranquiçada dos pelos, representam a
pele envelhecida.
Outro fato relevante em relação à pele é que ela pode revelar o estado
nutricional, visto que deficiências de vitaminas podem alterar não só a aparência da
pele, mas também a das unhas e dos pelos. Além disso, as disfunções corporais
também podem trazer alterações na cor, elasticidade e hidratação da pele ou até
causar erupções cutâneas. O estado emocional também pode ser percebido pela pele:
o rubor da timidez, ou a acentuação das linhas de expressão no estado de raiva, por
exemplo.

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Funções do tegumento

A seguir faremos uma análise, baseada nos estudos de Oliveira (2022), sobre
as funções do tegumento. A proteção, o sebo oleoso proveniente das glândulas
sebáceas protege a pele e os pelos do ressecamento. O cerume proveniente das
glândulas ceruminosas protege a orelha externa contra insetos e forma uma barreira
hídrica. A queratina da epiderme forma uma camada impermeabilizante na pele. Já a
melanina, produzida pelos melanócitos, protege a pele contra os raios ultravioleta
nocivos.
Já a termorregulação podemos identificar como as glândulas sudoríparas
produzem suor, em resposta ao calor, cuja evaporação promove o resfriamento da
superfície da pele, fazendo com que o mecanismo de vasodilatação da pele permita
a perda de calor corporal para o meio externo. Porém em resposta ao frio, além da
não produção do suor, os vasos sanguíneos da pele entram em vasoconstrição, o que
reduz a perda de calor para o meio. Esses mecanismos de vasoconstrição e
vasodilatação são visíveis em indivíduos de pele clara pelo rubor em altas
temperaturas ou palidez em baixas temperaturas.
Quanto a absorção e excreção que se trata da capacidade de absorção da
pele que é bastante limitada, mas ocorre por meio da absorção de alguns gases, como
o oxigênio e o gás carbônico, por meio de algumas vitaminas lipossolúveis, como as
vitaminas A e D, medicamentos esteroides tópicos como o cortisol, e de substâncias
tóxicas como o mercúrio. Já a excreção de substâncias é feita pela eliminação do
suor, o qual é capaz de excretar sais, água e resíduos orgânicos como amônia e ureia.
A síntese de vitamina D, que se dá por meio da absorção dos raios
ultravioletas da luz solar, fazem com que os estratos espinhoso e basal da epiderme
possam sintetizar vitamina D. O fígado converte vitamina D3 em um produto
intermediário utilizado pelos rins para sintetizar o hormônio calcitriol, que estimula a
absorção intestinal de cálcio e fósforo. Sabe-se que a vitamina D sintetizada pela pele
também está presente em alimentos como peixes gordurosos de água fria e profunda
e alguns fungos comestíveis, entre outros alimentos. Além de participar do
metabolismo do cálcio, a vitamina D participa da modulação do sistema imunológico
e da regulação de processos de multiplicação e diferenciação celular.

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Para finalizar, a sensibilidade dos receptores sensoriais para frio, calor, tato,
pressão, vibração e dor estão localizados na pele e serão vistos com maiores detalhes
adiante.

Camadas da pele

Oliveira (2022) explica também que a pele possui duas camadas, a epiderme,
que é a camada mais delgada e subdividida em quatro ou cinco camadas,
dependendo da região do corpo; e derme, que se trata de uma camada mais espessa
e profunda, subdividida em duas camadas. A hipoderme, ou tela subcutânea, não
corresponde a uma das camadas da pele, mas sim a um tecido de conexão com
tecidos subjacentes, como você pode observar na (Figura 1).

Figura 1 – Camadas da pele

Fonte: OLIVEIRA (2022).

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Epiderme

Trata-se da camada mais superficial da pele, formada pelo epitélio estratificado


pavimentoso queratinizado. Do estrato mais profundo para o mais superficial, tem-se
a camada basal, espinhosa, granulosa e córnea. Já a epiderme mais grossa, presente
nas palmas das mãos e planta dos pés, possui cinco camadas, sendo a camada lúcida
presente entre as camadas espinhosa e basal (Figura 2).

Figura 2 - Epiderme

Fonte: OLIVEIRA (2022).

A camada basal, trata-se de uma camada celular única que possui os quatro
tipos celulares citados no (Quadro 1). Com intenso processo de mitose, alguns
queratinócitos dessa camada sofrem divisão celular contínua, sendo essas células
consideradas células-tronco da pele.

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Quadro 1 - Principais tipos de células da epiderme
Queratinócitos
Constituem a maior parte da epiderme e produzem queratina que, com
característica dura e impermeabilizante, protege a pele contra a perda de água e
impede a entrada de micróbios ou outras substâncias estranhas na pele.
Melanócitos
Produzem a melanina, pigmento castanho que contribui para dar coloração à pele
e também é capaz de absorver a radiação ultravioleta prejudicial à saúde. Possui
projeções alongadas capazes de espalhar melanina entre os queratinócitos.
Células de Langerhans
São capazes de reconhecer micróbios que invadem a pele e desencadear resposta
imunológica para a destruição do invasor. Com ação principal na resposta imune,
são células provenientes da medula óssea vermelha.
Células de Merkel
Localizadas nas camadas mais profundas da epiderme, fazem contato com uma
estrutura nervosa sensitiva denominada disco tátil. Esse conjunto é responsável
pela detecção de sensações táteis.
Fonte: Adaptado de OLIVEIRA (2022).

Consoante ao que ensina a autora supracitada a camada espinhosa é


formada por várias camadas de queratinócitos firmemente unidos e com núcleo oval
e centralizado. Células de Langerhans e prolongamentos dos melanócitos também
estão presentes nessa camada. Quando o fragmento de pele é preparado
histologicamente, os queratinócitos dessa camada retraem e ficam com
prolongamentos semelhantes a espinhos, daí o nome.
Quanto a camada granulosa, formada por três a quatro camadas de
queratinócitos achatados, passando pelo processo de apoptose (morte celular
programada), o que torna o núcleo diferente do apresentado na camada espinhosa,
já que passa pelo processo de degeneração nuclear. Grânulos de coloração escura
são vistos nessas células e liberam uma secreção rica em lipídios, a qual preenche as
camadas granulosa, lúcida e córnea e garante a função de barreira hídrica da pele.

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Assim, a camada lúcida, como seu nome, trata-se de uma camada clara,
presente apenas na pele grossa das palmas das mãos e dos pés. Apresenta de três
a cinco camadas de queratinócitos achatados e mortos.
Enquanto que a camada córnea, é formada por 25 a 30 camadas de
queratinócitos achatados e mortos, com aparência semelhante a escamas. Milhares
dessas células se desprendem do corpo diariamente e são substituídas por células
das camadas mais profundas. Uma quantidade excessiva de células queratinizadas
desprendidas da região do couro cabeludo é conhecida como caspa. Já atritos
constantes na pele podem acelerar o processo de cornificação (conhecido como
queratinização) e estimular a formação de um calo.

Derme

Localizada profundamente à epiderme, é mais espessa e está subdividida em


camada papilar e camada reticular (Figura 3). É composta por tecido conjuntivo,
contendo fibras elásticas e colágenas, e há poucas células representadas pelos
fibroblastos, macrófagos e adipócitos na transição da tela subcutânea. Possui ainda
vasos sanguíneos, nervos, folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas
sudoríparas (OLIVEIRA, 2022).

Figura 3 – Derme

Fonte: OLIVEIRA (2022).

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Conforme se observa na imagem, a camada papilar da derme, possui
delgadas fibras elásticas e colágenas, possui numerosas papilas que se estendem em
direção à epiderme e formam as chamadas cristas de fricção (ou cristas epidérmicas)
dos dedos da mão e do pé (Figura 4). Essas papilas dérmicas também são
importantes no aumento da superfície de contato entre a derme e a epiderme; esse
aumento da superfície de contato densa na malha de capilares sanguíneos dérmicos
com a camada basal da derme permite a ampla divisão celular dos queratinócitos.
Em relação à camada reticular da derme, mais profunda e espessa, conforme
explica a autora mencionada anteriormente, ela se caracteriza pela presença de fibras
colágenas mais densas e resistentes e está fixada à tela subcutânea (hipoderme).
Nessa camada encontram-se células adiposas, folículos pilosos e glândulas. Apesar
de flexíveis, se a rede de fibras colágenas e elásticas forem tensionadas em excesso
pode provocar rupturas da derme. O reparo da área distendida deixa uma área branca
ou avermelhada. Popularmente conhecidas como estrias, as marcas de distensão
podem ocorrer em mulheres grávidas ou por excesso de gordura na região, sendo
bem comuns nas coxas, no abdome e nas mamas.
A coloração da pele trata-se de uma combinação de três pigmentos: melanina,
com coloração marrom, produzida pelos melanócitos; caroteno, pigmento amarelo-
alaranjado encontrado em vegetais e frutas, o qual se acumula nas células da camada
córnea e nas áreas gordurosas da derme; por fim, a hemoglobina, pigmento
avermelhado encontrado nas células vermelhas do sangue. A quantidade de
melanócitos é semelhante entre os indivíduos.
Na verdade, as diferentes cores de pele estão relacionadas à quantidade de
pigmento produzido, ou seja, à quantidade de melanina. A incapacidade genética de
um indivíduo produzir melanina é denominada albinismo. Nessa situação, os
melanócitos dos indivíduos são incapazes de sintetizar a enzima tirosinase,
necessária para agir junto ao aminoácido tirosina para a produção da melanina. Já no
vitiligo, áreas irregulares da pele ficam esbranquiçadas devido à perda parcial ou
completa de melanócitos.
Existem, ainda de acordo com Oliveira (2022), as linhas de tensão ou linhas
de clivagem, que são as fibras colágenas da derme e têm a tendência de se orientar
em regiões específicas corporais. O conhecimento do sentido dessas linhas de tensão
é especialmente importante para os cirurgiões, uma vez que incisões cirúrgicas
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realizadas paralelamente às linhas de tensão cicatrizam mais facilmente e criam
menos tecido cicatricial do que as incisões realizadas transversalmente às linhas de
tensão. Cabe salientar que o pregueamento da pele formado pelas rugas e a
acentuação das linhas de expressão com o processo de envelhecimento coincidem
com as linhas de tensão da derme.
Já a vascularização e inervação da pele, trata-se de uma grande reserva de
pele que tem influência na regulação da temperatura corporal e na regulação da
pressão arterial, desse modo a pele atua como reservatório de sangue, sendo que a
rede de vasos sanguíneos que a derme possui transporta cerca de 10% do fluxo
sanguíneo total de um adulto.
Além disso, a derme possui extensa inervação. Impulsos nervosos do sistema
nervoso central chegam à pele por meio de fibras nervosas autônomas para o controle
de músculos eretores dos pelos ou, ainda, de glândulas. Vários receptores sensoriais
estão presentes na pele. Certas áreas do corpo podem conter um maior número
desses órgãos, pois apresentam maior sensibilidade, como os lábios e a polpa dos
dedos (OLIVEIRA, 2022).
Quanto aos pelos, a autora explica ainda que estes, possuem a função de
proteção da pele. Os cabelos das sobrancelhas e do couro cabeludo, por exemplo,
protegem a pele da luz solar. Já os cílios protegem os olhos contra a entrada de
partículas estranhas, o que ocorre também com a função de proteção dos pelos das
narinas e do canal da orelha externa. Outra função dos pelos está na percepção ao
toque, uma vez que receptores táteis junto aos folículos pilosos são ativados sempre
que o pelo é movimentado. Os pelos estão distribuídos em maior quantidade no couro
cabeludo, axilas, sobrancelhas e ao redor das genitálias externas.
Cada pelo possui uma haste (parte visível na superfície da pele) e a raiz, que é
a parte contida no interior do folículo piloso, composto pela bainha externa da raiz,
cuja constituição é de células epidérmicas, e pela bainha interna da raiz, cujas células
são produzidas por uma matriz germinal, a qual é responsável pelo crescimento dos
pelos e também pela substituição de um pelo novo quando o velho cai. A quantidade
e espessura dependem de fatores genéticos e de fatores hormonais, o que explica as
diferenças dos pelos nos homens e nas mulheres (Figura 4).

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Figura 4 - Linhas de tensão ou linhas de clivagem

Fonte: OLIVEIRA (2022).

A base alargada da raiz é denominada bulbo. Cada pelo se desenvolve a partir


das células da papila dérmica no interior do bulbo do pelo, as quais são ricamente
vascularizadas. Em um pelo seccionado transversalmente, observam-se três estratos:
a medula (interna), o córtex envolvendo a medula e uma cutícula de aparência
escamosa que envolve o córtex do pelo. Glândulas sebáceas e um delgado músculo
liso estão associados ao pelo. As glândulas sebáceas lubrificam o pelo e o músculo
liso, denominado músculo eretor do pelo. Este último pode elevar o pelo mediante
estímulos de frio ou outros estímulos fisiológicos, fazendo que a pele fique com
aspecto de “arrepiada” (OLIVEIRA, 2022).
Conforme observa a autora mencionada anteriormente os tipos de pelo são:

 Lanugem: pelo fino presente nos fetos e visíveis somente nos bebês
prematuros.
 Velo: pelo fino e curto que substitui a lanugem e está presente nas crianças e
nas mulheres.
 Pelo terminal: pelo grosso e pigmentado, presente na axila, púbis,
sobrancelhas, membros superiores e inferiores e couro cabeludo.
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A cor do pelo se dá pela quantidade de melanina sintetizada nos melanócitos
da matriz do pelo e que passa para as células da medula e córtex do pelo. O pelo
cinza ou grisalho é consequência da diminuição da melanina, e o pelo branco, da falta
de melanina.
Já as unhas, possuem as funções de proteger os dedos e auxiliar a preensão
de objetos, formadas pela compressão da camada córnea da epiderme, possuem
fibrilas de queratina densa, o que lhes confere dureza. Ela é constituída pelo corpo
(de coloração rosada, devido à vascularização sanguínea adjacente), por uma
margem livre e por uma raiz. A margem livre é a parte mais distal da unha, de
coloração branca por não ter mais contato com a vascularização, e corresponde à
parte da unha que pode ser aparada sem causar ferimentos.
A raiz da unha, mais proximal, está inserida em uma prega da pele. Destaca-
se nessa região mais proximal da unha a lúnula, esbranquiçada devido ao epitélio
mais espesso na região e com forma de meia-lua. Profundamente à margem livre da
unha, encontra-se o hiponíquio ou leito ungueal, responsável por prender a unha ao
dedo. O eponíquio ou cutícula é composto por epiderme que se adere a partir da
margem lateral da unha. A parte proximal do epitélio profundo à raiz da unha
denomina-se matriz, e é o local em que ocorrem intensas mitoses que provocam o
crescimento da unha. O crescimento das unhas das mãos é de aproximadamente 1
mm por semana; já nos dedos dos pés, o crescimento das unhas é mais lento, por
serem mais espessas.
A aparência da unha pode trazer evidências de doenças metabólicas,
deficiências nutricionais, deficiências de oxigenação, aspectos emocionais (nas unhas
corroídas) e até aspectos relacionados à higiene (OLIVEIRA, 2022).
Relativamente as glândulas sebáceas (glândulas oleosas), que são
associadas aos folículos pilosos, desenvolvem-se a partir do epitélio folicular do pelo,
sendo que secretam sebo para a haste do pelo para lubrificá-lo e impermeabilizá-lo,
impedindo que a camada cortical do pelo se torne ressecada e quebradiça. Para a
autora, a hiperatividade e inflamação dessas glândulas podem provocar a acne, a qual
ocorre predominantemente em folículos pilosos colonizados por bactérias.
As glândulas sudoríparas (glândulas do suor), excretam suor sobre a
superfície da pele, desse modo a transpiração não somente provoca o resfriamento

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da pele pela evaporação líquida, mas também participa da excreção de água, sais,
ureia, ácido úrico, glicose e ácido láctico. As glândulas sudoríparas são mais
numerosas nas palmas das mãos e plantas dos pés e podem ser de dois tipos:
glândulas sudoríparas écrinas, amplamente distribuídas no corpo, servem para o
resfriamento por evaporação; e glândulas sudoríparas apócrinas, presentes na axila
e púbis, são funcionantes a partir da puberdade e servem como atrativo sexual. A
terminação do ducto excretor das glândulas écrinas se dá na superfície da epiderme,
enquanto o das glândulas apócrinas se dá no folículo piloso. Além disso, a secreção
das glândulas apócrinas possui os componentes gerais do suor associados a lipídios
e proteínas, o que torna a secreção mais viscosa.
Quanto às glândulas mamárias, a autora explica que se tratam de sudoríparas
modificadas, que secretam leite durante a lactação (Figura 5).

Figura 5 - Glândulas mamárias

Fonte: OLIVEIRA (2022).

As glândulas ceruminosas são encontradas no meato acústico externo e


produzem uma secreção semelhante à cera. As partes secretoras das glândulas
ceruminosas situam-se na tela subcutânea, profundamente às glândulas sebáceas. A
combinação das secreções das glândulas sebáceas e ceruminosas forma o cerume,
que repele água e insetos (OLIVEIRA, 2022).
A hipoderme (tela subcutânea) não corresponde a uma parte da pele, mas
conecta a derme a órgãos subjacentes. É constituída de tecido conjuntivo frouxo e
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adipócitos junto a vasos sanguíneos. Essa camada armazena lipídios e funciona como
isolante térmico e amortecedor de impactos em determinadas regiões do corpo. A
espessura da hipoderme varia com a região do corpo e estado nutricional; além disso,
mulheres costumam ter a hipoderme mais espessa que os homens por questões
hormonais. A hipoderme é o local para injeções subcutâneas ou administração de
medicamentos de liberação lenta, como insulina ou anticoncepcionais administrados
por meio de dispositivos subcutâneos (OLIVEIRA, 2022).

2.2 Sistema muscular: aspectos morfofuncionais da face

Oliveira (2022) conceitua os músculos como os órgãos que possuem a


capacidade de contração ao serem estimulados. Uma vez que os ossos que compõem
o esqueleto são estruturas passivas do movimento, e as articulações, uniões entre as
peças ósseas que moderam os nossos movimentos, os músculos são as estruturas
ativas para o movimento.
Cabe esclarecer ainda que existem três tipos musculares no corpo: o músculo
estriado esquelético, o músculo estriado cardíaco e o músculo liso. O músculo
estriado esquelético, ou simplesmente músculo esquelético, tem como característica
a presença de estrias quando observado ao microscópio, daí o termo “estriado”. Além
disso, os músculos esqueléticos estão presos aos ossos do esqueleto e possuem as
contrações voluntárias, ou seja, sob o controle consciente do indivíduo.
Já o músculo estriado cardíaco, ou simplesmente miocárdio, também possui a
presença de estrias e está presente na constituição do coração. Involuntário, é
controlado pela parte autônoma do sistema nervoso. Finalmente, o músculo liso não
possui estrias e está presente na parede das vísceras ocas, como vasos sanguíneos,
estômago, intestinos, bexiga urinária, dentre outros. Os músculos lisos também são
involuntários. A seguir, abordaremos apenas as características dos músculos
esqueléticos.
Músculo esquelético: envoltórios, ao seccionar transversalmente o músculo
esquelético, é possível verificar que ele é composto por numerosas células ou fibras
musculares. Cada fibra muscular é envolvida por uma camada de tecido conjuntivo,
denominada endomísio. Já o conjunto de fibras musculares que forma o fascículo
muscular é envolvido por um epimísio. O tecido conjuntivo que envolve o músculo todo

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externamente é conhecido como perimísio (Figura 6). A função dos envoltórios
musculares está na organização estrutural muscular e, principalmente, na contenção
estrutural, uma vez que essa contenção permite o deslizamento adequado das
miofibrilas no interior da fibra muscular, das fibras musculares no interior dos
fascículos e dos fascículos musculares no interior do músculo (OLIVEIRA, 2022).

Figura 6 - Componentes anatômicos do músculo esquelético

Fonte: OLIVEIRA (2022).

Oliveira (2022) traz a explicação de como seria cada um desses componentes


anatômicos que estão presentes no músculo esquelético:

Ventre muscular: parte “carnosa”, avermelhada do músculo, formada pelas fibras


musculares.
Tendão: parte de coloração esbranquiçada, formada de tecido conjuntivo denso, que
geralmente une o ventre muscular ao osso.
Bainha sinovial dos tendões: trata-se de uma bolsa que possui líquido sinovial no
seu interior e constitui proteção aos tendões quando passam por verdadeiros “túneis”

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fibrosos, de maneira a reduzir o atrito. Daí a presença das bainhas nos tendões do
punho e tornozelos, por exemplo.
Retináculo: faixa de tecido conjuntivo presente nos punhos e tornozelos, capazes de
realizar uma contenção nessas regiões de numerosos tendões, de maneira a melhorar
a eficiência mecânica deles durante as contrações musculares.
Bolsas sinoviais: são bolsas contendo líquido sinovial no seu interior; no entanto, ao
invés de revestir os tendões como as bolsas sinoviais dos tendões, estão localizadas
entre músculos ou entre tendões e o osso, a fim de amortecer atritos.
Aponeurose: uma espécie de tendão achatado ou em forma de lâmina, importante
ponto de fixação muscular.
Fáscia: tecido conjuntivo que recobre o músculo todo (OLIVEIRA, 2022).

Mecânica muscular

Esclarece Oliveira (2022) que quando contraído, o músculo esquelético é capaz


de encurtar seu comprimento, gerando movimento entre os pontos em que se fixa. A
fixação geralmente proximal de um músculo é denominada origem ou inserção
proximal. Já a fixação em geral distal de um músculo é denominada simplesmente de
inserção ou inserção distal. Apesar de ser comum os músculos esqueléticos se
inserirem aos ossos do esqueleto, eventualmente se inserem também em fáscias,
aponeuroses ou até na pele, sendo esse último exemplo o caso dos músculos da
mímica facial.
Quanto aos músculos da mastigação, a autora esclarece que correspondem
a quatro pares de músculos responsáveis pelos movimentos da mandíbula. Os
músculos temporal e masseter fecham a mandíbula. Já os músculos pterigóideo
medial e pterigóideo lateral promovem a abertura e a lateralidade da mandíbula. Tais
músculos são inervados pelo ramo mandibular do nervo trigêmeo (ou V par de nervo
craniano).

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Figura 7 - Músculos da mastigação

(A) masseter; (B) temporal; (C) pterigóideo medial; (D) pterigóideo lateral.
Fonte: OLIVEIRA (2022).

Quanto aos músculos da mímica facial, também denominados músculos


cutâneos, porque se inserem internamente à pele da face, de forma que quando se
contraem, são capazes de promover movimentos na pele da face, daí a denominação
de músculos da mímica facial. Tais músculos são inervados pelo nervo facial (ou VII
par de nervo craniano).
Os músculos da mímica estão distribuídos nos seguintes grupos (Quadros 2):

 Músculos da fronte e da orelha;


 Músculos do grupo orbital,
 Músculos do grupo nasal, e
 Músculos do grupo oral.

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Quadro 2 - Músculos da face
Músculos da fronte e da orelha

Franze a
fronte,
eleva as
sobrancelh
as e
traciona o
couro
cabeludo

Músculos do grupo orbital


A parte orbital fecha a pálpebra
Músculo delicadamente e a palpebral, de
orbicular do maneira forçada.
olho

 Parte
orbital
 Parte
palpebral

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Músculo Puxa as sobrancelhas para
corrugador medial e para baixo.
do
supercílio

Traciona para baixo a parte


Traciona o medial das sobrancelhas, de
nariz para maneira a criar rugas transversais
baixo. na raiz do nariz.

Músculos do grupo oral

Comprime as bochechas contra


Músculo os dentes.
bucinador

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Músculo Ambos elevam o lábio superior.
levantador Já o último também eleva a asa
do lábio do nariz.
superior e
músculo
levantador
do lábio
superior e
da asa do
nariz.
Músculo Eleva o ângulo da boca e acentua
levantador o sulco nasolabial.
do ângulo
da boca.

Fonte: Adaptado de OLIVEIRA (2022).

A autora traz ainda a organização celular do músculo esquelético, o qual é


composto por tecido conjuntivo (envoltórios), nervos, vasos sanguíneos e fibras
musculares. Estas últimas possuem múltiplos núcleos, sarcoplasma (correspondente
ao citoplasma) e sarcolema (correspondente à membrana plasmática celular). Túbulos
transversais, ou simplesmente túbulos T, correspondem a uma extensão do
sarcolema.
No interior do sarcoplasma celular encontram-se abundantes grânulos de
glicogênio para o fornecimento de energia, mitocôndrias para a respiração celular e
retículo sarcoplasmático, o qual está funcionalmente ligado aos túbulos T, e finalmente
as miofibrilas. Estas últimas são constituídas por proteínas miofibrilares (OLIVEIRA,
2022).
Os filamentos finos, filamentos grossos, titina e nebulina estão organizados no
interior do sarcômero, que é formado pelo segmento entre dois discos Z e os
filamentos encontrados entre eles. Durante a contração muscular, com o deslizamento
entre os filamentos finos e os filamentos grossos, o sarcômero diminui a sua largura.
22
Já a junção neuromuscular e a propagação do potencial de ação na fibra
muscular para que ocorra a contração muscular, assim, a transmissão dos
impulsos nervosos do neurônio motor para a fibra muscular se dá por meio da junção
neuromuscular. Nela a fibra nervosa se ramifica e forma terminações nervosas que se
invaginam para a fibra muscular, e o potencial de ação transmitido pelo neurônio motor
provoca mudanças na permeabilidade celular a íons (OLIVEIRA, 2022).
A autora explica ainda que com a liberação da acetilcolina na junção
neuromuscular, há fixação da acetilcolina ao receptor nicotínico e geração do
potencial de ação na junção neuromuscular e também nas fibras musculares. A
propagação do potencial de ação no interior das fibras musculares provoca a
despolarização dos túbulos T e liberação do Ca2+ pelas cisternas do retículo
sarcoplasmático, seguido pela sua difusão para os filamentos finos e filamentos
grossos. A fixação do Ca2+ à troponina C expõe o sítio de fixação da miosina na actina
e ocorre o deslizamento dos filamentos finos sobre os grossos, ou seja, a contração
muscular por meio do mecanismo das pontes cruzadas.
Assim, a toxina botulínica, ou simplesmente botox, é amplamente utilizada em
tratamentos médicos e estéticos. Neste último caso, atenua rugas e linhas de
expressão por meio da paralisação muscular, a qual se deve ao bloqueio da liberação
de acetilcolina na junção neuromuscular provocado pela toxina quando injetada em
pequenas quantidades nos músculos.

3 PRINCÍPIOS BÁSICOS DO PROCESSO DA AVALIAÇÃO CLÍNICA

Para Andrade (2018), a história clínica facial visa compreender melhor o


cotidiano do paciente, questionando-o sobre os produtos que utiliza na pele, história
alérgica, uso de medicamentos, história médica, operações, hábitos alimentares,
lentes de contato, qualidade do sono, entre outros. Tudo para garantir o melhor
tratamento e reduzir maiores danos, o exame físico é realizado pelo profissional,
biótipo, produção de sebo, escama, cicatrizes e etc.
Desse modo, tudo deve ser analisado e observado de perto para preenchê-lo
da maneira que melhor se adapta ao cliente. Posteriormente, a parte final da
anamnese é realizada pelo profissional após a finalização do procedimento, onde é
fornecida a descrição do procedimento para melhor acompanhamento.

23
Modena (2022), explica que a avaliação clínica na estética, desde o básico ao
avançado, se dá por meio da “anamnese”, termo vindo do grego: ana (trazer de novo)
e mnesis (memória), ou seja, trazer memória ou trazer da mente. Juntos esses sufixos
formam o conceito da anamnese, que consiste no interrogatório de pacientes em que
o profissional de saúde os auxilia a recordar memórias e fatos antigos e recentes
relacionados a suas queixas de saúde física, mental e social.
Embora seja um método antigo, apenas no século XIX se passou a recomendar
seu uso para descobertas de possíveis diagnósticos de alterações na saúde. Até essa
ocasião, os diagnósticos eram completamente empíricos e baseados nas crenças
gregas. Assim se consolidou a anamnese, que quando bem conduzida pode ser
responsável por até 85% do diagnóstico clínico realizado pelo profissional de saúde.
No entanto, para muitas conclusões de diagnóstico se faz necessário o exame ou
inspeção física, e para isso o conhecimento da anatomia humana é indispensável.
Vários fatos marcantes contribuíram para a complementação da anamnese,
que atualmente compõe a avaliação clínica que o profissional de saúde deve fazer em
seu primeiro contato com o paciente, sendo considerada padrão-ouro para o sucesso
na elaboração da conduta e do tratamento clínico.
Na área da estética, a avaliação clínica é indispensável, e, independentemente
da queixa principal do paciente, o profissional deve ter conhecimento da anatomia e
fisiologia em situações normais e patológicas, para ser capaz de realizar um
diagnóstico preciso e traçar o melhor plano de tratamento, a fim de prevenir, melhorar
e até mesmo reverter o quadro da disfunção do tecido tegumentar, garantindo sempre
a qualidade de vida do paciente.
O profissional que trabalha na área da estética tem na pele o seu principal órgão
de ação, composta pela epiderme, derme e seus anexos epidérmicos, estruturas onde
ocorre a maioria das disfunções do tecido tegumentar. Tais disfunções podem estar
associadas a distúrbios nos sistemas metabólicos, endócrinos, sanguíneos, linfáticos,
dermatológicos, osteomioarticulares e neurológicos, tanto clínicos quanto cirúrgicos,
sendo a “pele” apenas um refletor externo dessas alterações dos sistemas do corpo
humano. Por isso, o profissional deve conhecer todos os sistemas que interagem com
o maior órgão do corpo humano; a partir daí uma boa avaliação clínica o conduzirá
para a obtenção do diagnóstico preciso e seguro e a elaboração da melhor conduta
terapêutica.

24
Para facilitar a compreensão do processo de avaliação, dividimos o conteúdo
referente a ela em três tópicos, onde serão abordadas técnicas básicas e avançadas
que fazem parte de uma avaliação minuciosa tanto para anamnese corporal como
facial, e, ainda as especificidades da avaliação de cada uma dessas regiões corporais.

3.1 Anamnese/entrevista formal

A autora supracitada menciona que anamnese é o primeiro passo da avaliação


clínica, realizada por meio da entrevista formal privada, em que a identificação do
paciente será o princípio para o relacionamento profissional versus paciente. Durante
a avaliação, o profissional da estética deve apresentar linguagem clara e objetiva,
passando confiança e segurança a seu paciente, conduzindo-o para a expressão de
sua queixa principal e história dos fatos e/ou disfunções ou patologias de forma
cronológica.
Assim o profissional irá iniciar o estudo do paciente, a partir da história da
queixa atual e pregressa, o conhecimento do estado de saúde atual e pregresso de
seu paciente se faz necessário mesmo sendo de condições que não estejam
relacionadas com sua queixa atual, pois podem estar diretamente relacionadas com
sua queixa principal refletida no tecido tegumentar. Dessa forma, é importante saber
seu estado de saúde, indagando o paciente sobre seu histórico, como de câncer,
problemas cardíacos ou renais, hipertensão arterial, alterações vasculares,
hormonais, problemas de pele, alergias e cirurgias já realizadas, visto que vários
recursos eletromédicos e terapêuticos manuais possuem algumas contraindicações
perante algum tipo de doença ou alteração de sistemas do corpo humano.
Faz-se necessário também um estudo dos hábitos de vida ou história social,
conhecer o dia a dia do seu paciente faz toda a diferença na realização de um
diagnóstico preciso e na elaboração da sua conduta terapêutica. Nesse
questionamento, é importante deter informações sobre a ocupação, residência, prática
de atividade física (frequência), ingestão de água (quantidade), alimentação, período
de sono (qualidade), hábitos recreativos, consumo de drogas lícitas e ilícitas, uso de
medicamentos e/ou suplementos, estado de saúde mental, entre outros dados
pertinentes à área de atuação. O registro da anamnese deve ser anotado junto ao
prontuário do paciente e estar disponível para consulta futura.

25
Nos próximos tópicos, serão abordadas técnicas de avaliação que segundo
Modena (2022), podem ser utilizadas em diferentes regiões do nosso corpo, sejam
elas do básico ao avançado:

Exame físico funcional: é imprescindível para o diagnóstico e a elaboração da


conduta terapêutica. Dessa forma, utilizar métodos e ferramentas padronizados e
validados cientificamente é a melhor maneira de fazê-lo. Além da análise dos dados
da entrevista e do exame e inspeção visual, a padronização e os registros fotográficos
são bons elementos que demostram o resultado visual e o sucesso de seu tratamento.
Mensuração dos dados vitais/sinais vitais: devem ser avaliados com o paciente
em repouso, sendo coletados os dados de frequência cardíaca (FC), cuja faixa aceita
se estende de 60 a 100 batimentos por minuto, valores altos correspondem a
taquicardia; pressão arterial (PA), considerada normal quando apresenta valores de
pressão sistólica (mmHg) < 130 e pressão diastólica (mmHg) < 85, valores altos
correspondem a quadros de hipertensão; dados de frequência respiratória (FR),
temperatura (Tº) e saturação de oxigênio (SpO2) são pertinentes, porém são
opcionais a cada profissional.
Inspeção do estado geral da pele e suas alterações: a mistura de etnias leva a
uma mudança na demografia mundial à medida que continuamos a evoluir e
diversificar; assim, estamos desenvolvendo novos tipos de pele a cada evolução.
Segundo Baumann (2006), em 1990 tínhamos seis raças com 23 subtipos raciais, e
10 anos depois as estatísticas mostraram as mesmas seis categorias de tipos de pele,
com 67 subtipos. Logo, a avaliação da pele na estética é imprescindível, visto que
cada tipo de pele apresenta resposta distinta a determinados tipos de tratamentos que
podem causar efeitos adversos.

O primeiro passo da avaliação da pele baseia-se na inspeção visual, seja na


área facial ou corporal, com o objetivo de identificar as alterações visíveis na
epiderme, mesmo que estas não estejam relacionadas à queixa principal do seu
paciente. Elas podem demonstrar desequilíbrios em outros sistemas do corpo humano
que interagem com o sistema tegumentar. No Quadro 3, encontram-se as principais
alterações da pele que podem ser encontradas na prática clínica.

26
Quadro 3 - Alterações mais comuns presentes na epiderme
Nevus (pintas), verrugas, hidradenomas.
Melasma, efélides, acromias, discromias, acantose nigricans.
Rosácea, couperose.
Acne, lesões, úlceras, cicatrizes.
Milium, xantelasmas.
Equimoses, hematomas, contusões, edema, seroma, linfedema.
Micoses, dermatites, psoríase, eczema.
Tricose, alopecia, seborreia, foliculites.
Varizes, telangiectasias.
Rugas, flacidez, estrias, fibroedema geloide, gordura localizada.
Fonte: Adaptado de MODENA (2022).

Características dos tipos de pele: em 1910, a Dra. Helena Rubinstein sugeriu uma
classificação primária dos tipos de pele, em normal, seca, oleosa e mista que se
encontra descrita no Quadro 4.

Quadro 4 - Classificação dos tipos de pele de Rubinstein


Apresenta textura saudável e aveludada, sem lesões
Pele eudérmica ou visíveis, com harmonia entre vitalidade, elasticidade e
normal pigmentação.
Apresenta poros poucos visíveis, pele áspera com
baixa luminosidade, com quadros de descamação e
Pele seca ou elíptica
vermelhidão frequentes.
Muito comum em adolescentes e adultos jovens, há
um excesso na produção de sebo, em que a pele
Pele lipídica ou oleosa
encontra-se brilhante e com poros dilatados.
Tipo de pele mais frequente, representado pelo
aspecto oleoso e poros dilatados na “zona T” (testa,
Pele mista nariz e queixo) e aspecto seco nas bochechas e
extremidades.
Fonte: Adaptado de MODENA (2022).

27
Embora essas categorias de tipos de pele ainda sejam amplamente utilizadas
na prática clínica e na indústria de cuidados com a pele, a falta de descrições mais
sofisticadas de condições da pele, como pigmentação ou rugas, e as discrepâncias
entre avaliações subjetivas e objetivas levantaram a necessidade do desenvolvimento
de outras categorias de tipos de pele subespecializadas, elaborados no questionário
Baumann skin type (BST) (tipo de pele de Baumann), proposto em 2006.
Baumann skin type (BST): representado por um questionário que incluiu quatro
itens: hidratação, sensibilidade, pigmentação e tendência à formação de rugas, e um
total de 63 questões. Após o preenchimento do questionário, que pode ser
autoaplicado, uma combinação dos resultados dos quatro itens deve ser usada para
atribuir uma classificação do tipo de pele específico a cada paciente.
Essas duas formas de classificação da pele são consideradas análises
subjetivas, ou seja, seus resultados podem ser alterados de acordo com a avaliação
de cada profissional, tornando seus resultados terapeutas-dependentes.
Classificação dos fototipos de pele: desenvolvida em 1975, a escala de referência
Fitzpatrick oferece um método útil de classificação dos fototipos de pele, avaliando a
capacidade da pele para queimar ou bronzear em resposta à sua exposição à radiação
ultravioleta (UV). Inicialmente foi estabelecida como uma escala de quatro pontos e,
em 1988, modificada para incluir tons de pele mais escuros (tipos V e VI).
Escala de hiperpigmentação de Roberts: desenvolvida em 2008, a escala de
hiperpigmentação de Roberts é um sistema de sete pontos que mede a história da
pigmentação pós-inflamatória e a probabilidade de incorrer uma alteração na
pigmentação, após algum tipo de procedimento ou lesão na pele. A escala auxilia ao
profissional na elaboração da melhor conduta de terapêutica, de acordo com a
classificação do tipo e tempo de hiperpigmentação (MODENA, 2022).

3.2 Avaliação da pilosidade da pele

Para Modena (2022), as anomalias dos pelos podem representar um sinal


cutâneo de doença sistêmica, por isso sua inspeção é necessária para o diagnóstico
de possíveis disfunções, como:

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Hirsutismo: crescimento indesejado de pelos com padrão masculino no rosto, no
peito e nas costas de uma mulher, resultante de alterações dos hormônios
andrógenos, genéticas ou medicamentosas.
Hipertricose: representa simplesmente o crescimento aumentado de pelos em
qualquer área do corpo, podendo ser localizada ou generalizada.
Alopecia: caracterizada pela queda do fio capilar e pela sua origem de alopecias
cicatriciais que incluem algumas doenças sistêmicas e distúrbios cutâneos primários,
como metástases cutâneas, sarcoidose e lúpus eritematoso. As alopecias não
cicatriciais subdividem-se em distúrbios cutâneos primários, como eflúvio telógeno,
alopecia areata e traumática.
Foliculite: causada quando há inflamação aguda ou crônica dos folículos pilosos que
acometem frequentemente face, couro cabeludo, axilas, coxas, nádegas e virilha. É
mais propensa em pessoas negras, asiáticas, obesas ou com baixa imunidade e, em
condições mais graves, podem causar hiperpigmentação pós-inflamatória e cicatrizes
permanentes.
Outros dados referentes à pilosidade que também são importantes avaliar
incluem a coloração, espessura e quantidade e/ou densidade do pelo, pois são
importantes para a parametrização das doses utilizadas em recursos de fotoepilação.
Avaliação das cicatrizes: as cicatrizes devem ser consideradas independentemente
de ser avaliação facial ou corporal. O uso de escalas avaliativas favorece para explicar
ao paciente sobre o seu caso e o seu prognóstico, além de serem úteis para
demonstrar a evolução do tratamento.
Escala de cicatrizes de Roberts: a escala de cicatrizes de Roberts é uma escala de
seis pontos que classifica os padrões morfológicos de cicatrização. A pontuação do
indivíduo na escala de cicatrizes ajuda a determinar os efeitos em curto e longo prazo
de inúmeros tratamentos e procedimentos médicos.
Escala de cicatrizes de Vancouver: em 1990, foi desenvolvida a escala de cicatrizes
de Vancouver, análise validada e reprodutível mais utilizada para avaliar de forma
objetiva o processo de cicatrização. É composta por quatro itens: pigmentação
(coloração da cicatriz), vascularização (ausência ou alteração), flexibilidade
(maleabilidade) e altura (espessura da cicatriz), com pontuação final que varia de 0 a
13.

29
Tipos de cicatrizes: as cicatrizes devem ser avaliadas tanto em pacientes com
afecções faciais como corporais e podem ser classificadas, com relação ao seu
trofismo, em normal, alargada, atrófica, hipertrófica e queloides,14,15.

4 FERRAMENTAS AVANÇADAS PARA AVALIAÇÃO CLÍNICA

Modena (2022) pondera ainda que a maioria das ferramentas avaliativas


citadas neste tópico apresenta caráter subjetivo, ou seja, estão relacionadas à
experiência clínica do avaliador, são usuais na prática clínica diária de atendimentos,
no entanto, para a pesquisa clínica de alto nível, podem gerar grandes vieses,
comprometendo os resultados e a qualidade da evidência.
Porém, não há muitas ferramentas fidedignas e validadas cientificamente na
estética para avaliação de todos os tipos de disfunções do tecido tegumentar, e as
disponíveis geralmente apresentam alto custo, e são utilizadas somente para o
desenvolvimento de pesquisas clínicas de alto nível. Sendo assim, para avaliação do
tecido tegumentar, poucos são os dispositivos disponíveis, e a seguir vamos discorrer
sobre os mais comuns.
O analisador digital da pele, é um dispositivo Skin Analyser Digital®, fabricado
pela empresa SkinUp Beauty Devices®. O dispositivo é portátil e de fácil manuseio, e
com ele é possível avaliar o nível de umidade, oleosidade e elasticidade da pele. Além
do fato de que utiliza a tecnologia de impedância bioelétrica, onde seus resultados
são apresentados em percentuais e cores (vermelho, verde ou amarelo) para umidade
e oleosidade e ícones que sinalizam se a pele está “boa” ou “ruim” em relação ao nível
de elasticidade.
Todavia, esse método de avaliação não possui evidências científicas que
garantem sua análise e eficácia, e para isso novas pesquisas devem ser realizadas.
Dessa forma, é recomendado que a avaliação seja embasada também com o uso de
métodos de avaliação subjetivos ou científicos para fidedignidade dos resultados
(Quadro 5).

30
Quadro 5 - Classificação dos tipos de cicatrizes
Classificação Aspecto visual
Cicatrizes normais se formam após 2 a 3 semanas, inicialmente
aparecendo rosadas ou avermelhadas e elevadas e, em seguida,
Normal
achatando para uma linha branca linear.
São cicatrizes esticadas que normalmente ocorrem em locais de
Alargadas
maior tensão (por exemplo, costas).
Acne vulgar, infecção por varicela e locais de imunização podem
Atróficas deixar cicatrizes atróficas: abaulamentos na derme ocorrem à
medida que a cicatriz se contrai ao redor das lesões císticas.
São crescimentos excessivos de tecido cicatricial fibroso que
Hipertróficas permanecem dentro dos limites da ferida original e em alguns
casos tendem a regredir espontaneamente.
Produzem crescimento lateral do tecido cicatricial na pele
Queloides circundante normal e permanecem por um longo período e não
regridem espontaneamente.
Fonte: Adaptado de MODENA (2022).

Já o cutometer®: é um dispositivo já validado cientificamente e utilizado como


padrão ouro para a avaliação da viscoelasticidade da pele. O dispositivo é fabricado
pela empresa alemã Courage + Khazaka electronic GmbH, e junto a ele há o software,
Modular Skin Testing System (Sistema Modular de Teste Cutâneo), composto de
vários tipos de análises que podem ser obtidas através de sondas distintas específicas
para cada objetivo da avaliação.
As sondas são vendidas separadamente, assim o profissional pode adquirir a
mais usual dentro de sua prática clínica. O princípio de medição é baseado no método
de sucção, em que a pressão negativa deforma mecanicamente a pele. A pressão é
criada no aparelho e puxa a pele para dentro da abertura da sonda; após um tempo
definido, a pele é liberada novamente.
Essa sonda é responsável pela avaliação das propriedades viscoelásticas da
pele, ou seja, análise fidedigna da flacidez de pele. Tal recurso é conhecido
globalmente como o dispositivo padrão para medir as propriedades viscoelásticas da
pele. Com medida coletada pelo elastômetro, o software integrado realiza a análise, e

31
são obtidos os dados gráficos e numéricos dos componentes elásticos, viscoelásticos
de cada ciclo (curva) de sucção.
Em pesquisas clínicas, alguns resultados entre R0 e R8 são considerados
cientificamente mais relevantes e representam claramente as propriedades
viscoelásticas da pele. R0 indica firmeza e flexibilidade da pele; R2 indica
viscoelasticidade como elasticidade bruta; R6 indica uma porção da viscoelasticidade;
e R7 indica elasticidade imediata da pele após sucção (MODENA, 2022).
A autora traz ainda o corneometer®: essa sonda também faz parte do
dispositivo de cutometer®, utilizada para medir o conteúdo aquoso do estrato córneo,
ou seja, a hidratação da pele. A medição é baseada na capacitância de um meio
dielétrico, do estrato córneo, a camada mais superior da pele. Com o aumento da
hidratação, suas propriedades dielétricas mudam, e o resultado é baseado no fato de
que a água tem uma constante dielétrica mais alta do que a maioria das outras
substâncias.
Já o sebumeter®: faz a medida da quantificação total de lipídios superficial da
pele, ou seja, avaliação da oleosidade da pele. Baseia-se no princípio da fotometria
da mancha de gordura. No cabeçote da sonda, é colocada uma fita fosca em contato
com a pele ou o cabelo, que se torna transparente de acordo com a quantidade de
sebo na superfície da área de medição. Em seguida, a fita é inserida na abertura do
dispositivo, e a transparência é medida por uma fotocélula. A transmissão de luz
representa o conteúdo de sebo.
Relativo a mexameter®: a sonda mede os dois componentes principais
responsáveis pela cor da pele: melanina e hemoglobina (eritema), pelo mecanismo de
refletância. Um receptor mede a luz refletida pela pele. Como a quantidade de luz
emitida é definida, a quantidade de luz absorvida pela pele pode ser calculada. A
melanina é medida por dois comprimentos de onda específicos (vermelho: 660 nm e
infravermelho próximo: 880 nm), escolhidos para corresponder a diferentes taxas de
absorção pelos pigmentos. Para a medição do eritema, são utilizados dois
comprimentos de onda específicos (verde: 568 nm e vermelho: 660 nm),
correspondendo ao pico de absorção espectral da hemoglobina e para evitar outras
influências de cor (por exemplo, bilirrubina).

32
Quanto a Skin-Thermometer ST 500: a sonda mede a temperatura da pele,
indicador da microcirculação da pele. A medição é baseada na temperatura
infravermelha relativa.
Para finalizar a câmera 3D para análise da pele: desenvolvida por uma
empresa irlandesa, Miravex®, a câmera de análise de pele, conhecida como Antera
3D, atua no princípio de captação e análise das imagens em formato 3D, associada a
um software. As imagens são processadas e reconstruídas de acordo com o filtro
escolhido pelo avaliador, sendo disponíveis as análises de rugosidade, textura, poros
e volume da pele. Os dados são avaliados, e um relatório é emitido automaticamente
com a descrição e porcentagem de acometimento do tecido (MODENA, 2022).

4.1 Avaliação estética corporal

Em relação a avaliação estética corporal Modena (2020), trouxe estatísticas


anuais fornecidas pela International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS)
relativas ao número de procedimentos estéticos e cosméticos em todo o mundo, onde
em sua última análise estatística, verificou-se que em 2020, 2.565.675 milhões de
procedimentos não invasivos foram realizados no Brasil, 985.564 foram
procedimentos corporais, como redução da gordura localizada e remoção de pelos.
Seguindo esses dados, vemos a importância do conhecimento, do cuidado e
da prática baseada em evidência dos profissionais que atuam com tratamentos
estéticos corporais, sendo nítido que, para ter bons resultados, deve ser seguida como
padrão-ouro uma adequada avaliação clínica, para diagnóstico assertivo e elaboração
da conduta terapêutica.
Assim, abordaremos os conceitos e as ferramentas subjetivas e científicas
possíveis para uso na avaliação correta do tecido adiposo subcutâneo, do tecido
tegumentar e das disfunções estéticas que os acometem.
A princípio iremos analisar o exame físico funcional/antropometria, a autora
supracitada explica que a palavra “antropometria” vem do grego anthropos, com o
significado de “homem”, e metrom, que significa “medida”. O método estuda as
medidas e proporções do corpo humano, incluindo dados de peso, altura, índice de
massa corpórea (IMC), índices avaliativos e mensuração da composição corporal.
Peso (kg) e altura (m2): são medidos em balança antropométrica e estadiômetro,

33
com a paciente vestindo o mínimo de roupas e estando descalça ou com calçado
baixo e leve.
IMC: utilizado pela Organização Mundial da Saúde – OMS (2018) para considerar se
o paciente possui ou não quadros de obesidade. O dado é obtido calculando-se o
peso em quilos dividido pelo quadrado da altura em metros, e a classificação dos seus
resultados encontra-se no (Quadro 6).

Quadro 6 - Classificação de sobrepeso e obesidade e grau de morbimortalidade


Faixa de IMC (kg/m2) Denominação Risco de complicações
18,5-24,9 Normal 0
25-29,9 Sobrepeso Baixo
(préobesidade)
30-34,9 Obesidade I Moderado
35-39,9 Obesidade II Alto
≥ 40 Obesidade III ou mórbida Altíssimo
Fonte: Adaptado de MODENA (2022).

Consoante aos ensinos da autora supracitada o IMC atua como ferramenta de


triagem individual e pode ser utilizado para a determinar fatores de risco, pois
conforme se sabe este é proporcional à gordura corporal, dessa forma está
diretamente associado ao desenvolvimento de doenças e disfunções estéticas.
Apesar de ser a única ferramenta indicada pela OMS (2018) para avaliar o
desenvolvimento do ganho de peso, o IMC não é o indicador mais fidedigno, pois não
avalia a distribuição de gordura e massa magra; porém, na estética, nos traz dados
importantes, pois indivíduos com obesidade apresentam disfunções do tecido
tegumentar que afetam o processo de reparo e regeneração e a qualidade da pele. A
conduta deve também associar uma equipe multidisciplinar para maior sucesso no
tratamento.
Quanto à perimetria/circunferência, a autora explica que entre as medidas
antropométricas, temos a perimetria, conjunto de medidas de circunferência,
realizadas nos membros superiores, membros inferiores e diferentes pontos do tronco.
Para a sua realização é necessária uma fita métrica, que preferencialmente deve ser
metálica, por apresentar maior estabilidade durante seu posicionamento no local

34
correto da medida. Para determinar as medidas reais, todas devem ser realizadas
sem compressão da fita sobre a pele e em triplicata, considerando o cálculo da média
dos resultados, devendo todos os registros serem feitos com precisão de 0,1 cm. Para
uma avaliação fidedigna, é necessário padronizar essa mensuração.
Diante disso, detalharemos de forma descrita a padronização para a
mensuração de diferentes regiões corporais. Para medir a circunferência do braço,
é necessário que o paciente esteja em pé, ombros relaxados, ligeiramente estendidos,
cotovelo flexionado a 90° e a palma da mão em supinação, o profissional faz a
marcação do local exato da medida, que deve estar entre o processo acromial da
escápula e o olecrano. Após a demarcação do local exato da medida, solicita-se ao
paciente que realize a extensão do cotovelo e deixe a palma da mão voltada para a
coxa. A fita métrica deve ser posicionada perpendicularmente ao eixo longo do braço,
contornando-o no local demarcado no mesmo plano, em toda a sua extensão
(MODENA, 2022).
Já para fazer a medição da circunferência da coxa, a autora explica que ser
medida em três circunferências: proximal (na linha inguinal), distal (acima da patela)
e medial (entre o proximal e o distal). Devendo o paciente estar em pé para
demarcação do local correto onde será efetuada a medida, com quadril e joelho
flexionados a 90°, visando facilitar, o pé direito ou esquerdo pode estar sobre um
apoio, assim se faz a demarcação, o peso deve estar igualmente em ambos os pés,
que deverão estar separados em aproximadamente 10 cm.
Proximal: o avaliador deve se posicionar lateralmente ao paciente e posicionar a fita
horizontalmente ao redor da coxa, abaixo da curvatura glútea. Nota-se que em alguns
indivíduos esta não será a maior medida de circunferência da coxa.
Medial: o avaliador deve se posicionar anteriormente ao paciente e posicionar a fita
horizontalmente ao redor da coxa, ao nível do ponto médio entre a linha inguinal e a
borda proximal da patela.
Distal: o avaliador deve se posicionar anteriormente ao paciente e posicionar a fita
horizontalmente ao redor da coxa, próximo ao epicôndilo femoral e imediatamente
acima da borda superior da patela (MODENA, 2022).
Para medir a circunferência da cintura, com o paciente em pé, o músculo
abdominal relaxado, os braços ao lado do tronco e os pés unidos, o avaliador
posiciona uma fita métrica ao redor do tronco do paciente, onde se encontra a menor

35
circunferência, que deverá estar entre a última costela e a crista ilíaca no plano
horizontal. A medida deve ser coletada de maneira que a fita métrica seja mantida em
frente à caixa torácica e que uma de suas extremidades esteja abaixo do restante
dela. Deve ser tomada ao final de uma expiração normal.
A medição da circunferência do abdome, segue o mesmo padrão postural do
paciente e avaliador, utilizado na medida de circunferência da cintura. No entanto,
nesse caso, a fita métrica deve ser posicionada na maior circunferência ao nível do
abdome, que na maioria das vezes está ao nível da cicatriz umbilical. A medida deve
ser coletada de maneira que a fita métrica seja mantida em frente à caixa torácica e
que uma de suas extremidades esteja abaixo do restante dela. Deve ser tomada ao
final de uma expiração normal. Já a circunferência do quadril, segue o mesmo
padrão postural do paciente, utilizado na medida de circunferência da cintura e
abdome. No entanto, nesse caso o avaliador se posiciona lateralmente ao paciente,
onde deve posicionar a fita métrica na região de maior circunferência ao nível do
músculo glúteo máximo.
Após reunir os dados da antropometria, podem-se calcular alguns índices que
avaliam a distribuição e proporcionalidade corporal, assim é possível prever o estado
de saúde e o risco de desenvolvimento de doenças.
De forma que os índices avaliativos, determinam o biotipo, de acordo com a
distribuição de gordura corporal, que pode ser do tipo androide (maçã) ou ginoide
(pera). Outros índices corporais são constituídos pela relação matemática entre duas
ou mais dimensões antropométricas observadas no mesmo paciente e que
estabelecem valores de referência, ajustados por sexo, idade ou outras condições
específicas, assim como o IMC.
Onde, por meio do indicador da relação cintura-quadril (RCQ), se divide a
medida da circunferência da cintura (cm) com a medida da circunferência do quadril
(cm). E a medida da circunferência da cintura (cm), por meio do indicador da
circunferência de cintura (CC) (Quadro 7).

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Quadro 7 - Risco de desenvolvimento de doenças metabólicas de acordo com os
índices antropométricos da medida de cintura e a relação cintura-quadril
Perimetria Feminino Masculino
Elevado Muito elevado Elevado Muito elevado
Medida da
> 80 cm ≥ 88 cm ≥ 94 cm ≥ 102 cm
cintura
Relação
0,75-0,85 ≥ 0,85 0,9-100 ≥1
cintura-quadril
Fonte: Adaptado de MODENA (2022).

Para a autora supracitada, todos esses dados são importantes para o


conhecimento do estado de saúde de seu paciente, em conjunto com uma melhor
orientação e avaliação da necessidade de tratamento multidisciplinar, bem como suas
mensurações da composição corporal. Diante disso ela traz três métodos para
avaliação da composição corporal:
Direto: faz a pesagem de cada um dos componentes corporais, como na dissecação
de cadáveres.
Método Indireto: não há a manipulação dos componentes separadamente, mas a
partir de princípios químicos e físicos, que visam à extrapolação das quantidades de
gordura e massa magra, como pletismografia, tomografia computadorizada,
ressonância magnética e ultrassom.
Duplamente indiretos: baseados nas medidas antropométricas de perimetria e
adipometria e na bioimpedância elétrica, pois resultam de equações ou normogramas
derivados dos métodos indiretos (MODENA, 2022).
A adipometria, trata-se de um método de medição das pregas cutâneas de
espessura da pele e do tecido adiposo subcutâneo em determinadas regiões do corpo,
para a estimativa de gordura corporal de forma localizada e de forma conjunta, quando
utilizado mais de um resultado dessas medidas em determinada equação para a
estimativa da composição corporal. A técnica é simples, rápida e de baixo custo, e
seus resultados são terapeuta-dependentes. É preciso usar um adipômetro
(plicômetro) e seguir corretamente a padronização.
Consoante o Comitê de Antropometria do Grupo de Alimento e Nutrição do
Conselho Nacional de Pesquisa (USA) e do Comitê Internacional para a Padronização

37
dos Testes de Aptidão Física, todas as medidas de dobras cutâneas devem ser feitas
do lado direito do corpo (MODENA, 2022).
Devendo, primeiramente, demarcar o local da dobra cutânea. Orienta-se
marcar duas linhas paralelas distanciadas por cerca de 3 a 4 cm, mais ou menos a
largura de dois dedos, para mensurar o local exato da medida.
A dobra cutânea deve ser pinçada (tomada por uma pegada), levantando a pele
e o tecido gorduroso do tecido subjacente segurando os tecidos entre o polegar e o
indicador; em seguida, aplica-se o adipômetro a 1 cm distalmente do polegar e do
indicador, a meio caminho entre o ápice e a base da dobra; continua-se a segurar a
dobra com o polegar e o indicador durante a medida; depois de aplicar o adipômetro
por 2 a 3 segundos, lê-se a medida da dobra com precisão de 0,5 mm e somente se
solta a pegada depois de retirado o adipômetro do local da dobra. Realizam-se as
medidas em triplicata até que as leituras se estabilizem com precisão de ± 1,0 mm e
calcula-se a média dos resultados.
A dobra cutânea abdominal, deve ser realizada com o paciente em pé e o
peso corporal igualmente distribuído, devendo o profissional solicitar que ele
mantenha a musculatura da parede abdominal relaxada e a respiração normal durante
o procedimento. Deve-se realizar a prega a 3 cm laterais à cicatriz umbilical e 1 cm
inferior a ela.
Já para realizar dobra cutânea suprailíaca, com o paciente em pé e o peso
corporal igualmente distribuído, o profissional deve solicitar que ele mantenha a
musculatura da parede abdominal relaxada e a respiração normal durante o
procedimento. Deve-se realizar a prega obliquamente seguindo a linha axilar média,
imediatamente superior ao topo da crista ilíaca.
Para a dobra cutânea da coxa medial, deve o profissional solicitar que o
paciente permaneça em pé, e que mantenha o membro avaliado com uma leve flexão
de quadril e joelho e o pé apoiado no chão. Deve-se realizar a prega seguindo o ponto
proximal de referência na dobra inguinal a meio caminho do longo eixo da coxa e o
ponto distal de referência localizado na linha média do joelho.
Relativamente a bioimpedância elétrica, a autora faz a observação de que se
trata de um método rápido, não invasivo e relativamente de baixo custo, quando
comparado aos métodos indiretos. Com essa ferramenta é possível mensurar os
parâmetros da composição corporal, como massa de tecido adiposo, massa muscular,

38
massa óssea, água corporal total e água extracelular, entre outros dados, os quais
fornecem informações importantes sobre a eficácia das intervenções clínicas.
Desse modo o princípio de análise é a análise vetorial de resistência e
reatância, dada pela resistência que os tecidos apresentam quando uma corrente
elétrica é transmitida sobre eles. A água corporal rica em eletrólitos é altamente
condutora, portanto, os músculos, com maior teor de água, terão resistência menor
do que os tecidos relativamente anidros, como a gordura. Por outro lado, a reatância
aumenta proporcionalmente ao número de células e sua integridade, devido à
capacitância da membrana.
Os dispositivos de bioimpedância elétrica podem apresentar características de
frequência única (SF-BIA), geralmente de 50 kHz para medir a impedância, onde a
corrente é geralmente passada entre os eletrodos de superfície colocados nos
eletrodos mão a pé, pé a pé ou mão a mão. No entanto, as correntes de baixa
frequência não penetrarão nas membranas celulares, portanto medirão apenas a
impedância da água extracelular. A água corporal total é então estimada por meio de
equações proporcionais. Já os dispositivos BIA de multifrequência (MF-BIA) fornecem
um retrato mais direto dos compartimentos de água, tornando-os mais confiáveis em
caso de estado de hidratação alterado ou desequilíbrios eletrolíticos, sendo
considerados a melhor forma de mensurar a composição corporal.
Para avaliação com a BIA, o paciente deve ser orientado a seguir
procedimentos prévios (orientados geralmente pela fabricante da ferramenta), antes
da realização das mensurações, pois o não cumprimento das ações pode
comprometer o resultado da avaliação.
Para avaliar a flacidez de pele ou flacidez muscular, o que se observa
segundo Modena (2022), a maioria dos métodos de avaliação da flacidez de pele é
subjetiva, ou seja, terapeuta-dependente. Dessa forma, é importante que o terapeuta
saiba reconhecer quando há flacidez cutânea, relacionada ou não à flacidez muscular.
Para diferenciar os tipos de flacidez, preconiza-se que toda a avaliação seja feita na
posição ortostática na flacidez corporal e na posição sentada na flacidez facial.
Durante a avaliação, deve ser solicitada uma contração muscular ativa do paciente na
área sobre avaliação, e, na análise facial, solicita-se a expressão facial.
Quando o paciente faz a contração muscular e não se observa mudança no
tônus cutâneos, esse é um indicativo de que há tanto flacidez cutânea quanto flacidez

39
muscular; quando é feita a contração, observa-se uma redução dos tônus da pele, e
a flacidez é cutânea. A flacidez de pele ainda pode ser considerada segundo as fases:
Elástica: quando o tecido for submetido a uma tensão, ele volta a seu estado normal,
pois apresenta uma resistência à formação: lei de Hooke.
Flutuação: há leve deformação tecidual, com dificuldade da pele de retornar ao seu
estado basal.
Plástica: gestação/obesidade, há deformação permanente no tecido, pois ele atingiu
seu limite de elasticidade, e já existe a flacidez de pele com queda.
Ponto de ruptura: estiramento total das fibras e estrias.
Análise das estrias: a estria é uma condição dermatológica permanente,
caracterizada pela cicatrização da derme, que resulta em faixas lineares que
geralmente aparecem no abdome, seios, coxas e nádegas. Embora não implique risco
médico, a disfunção pode causar problemas estéticos nos pacientes afetados e muitas
vezes se apresenta com coceira e queimação. As causas para o desenvolvimento das
estrias são multifatoriais, como desenvolvimento insuficiente da pele (especialmente
fibras elásticas e colágenas), estiramento mecânico repentino na pele e desequilíbrio
endócrino. As estrias são classificadas como rubras ou atróficas.
Estrias rubras ou vermelhas: caracterizadas como lesões iniciais eritematosas,
vermelhas e estiradas, planas, que se alinham perpendicularmente à direção da
tensão da pele e podem ser sintomáticas. Nessa fase as fibras de colágeno tornam-
se mais espessas, mais densamente acondicionadas, dispostas em padrão paralelo,
com redução das fibras elásticas.
Estrias brancas atróficas: são descritas como lesões dérmicas maduras e
achatadas ou esticadas, caracterizadas por lesões enrugadas, hipopigmentadas e
semelhantes a cicatrizes atróficas. Têm menos vascularização e tendem a ter cor
pálida (MODENA, 2022).

4.1.1 Avaliação da adiposidade ou gordura localizada

Modena (2022) elucida em relação ao tecido adiposo que é representado por


tecido conjuntivo frouxo, que dá suporte às estruturas e coesão aos órgãos ou
sistemas. É composto de adipócitos, pré-adipócitos, células endoteliais, fibroblastos e
leucócitos. Sua principal função é o armazenamento de energia e regulação da
homeostasia energética do metabolismo. Caracteriza-se como uma condição de

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aumento da espessura e da consistência do tecido adiposo em determinadas partes
do corpo, sendo subdividido em três tipos:
Adiposidade visceral: apresenta morfologia irregular e menos organizada e
adipócitos maiores. Está localizada ao redor dos órgãos da cavidade abdominal e
possui importante papel no desenvolvimento de doenças, como a síndrome
metabólica e doenças cardiovasculares.
Adiposidade subcutânea: seus adipócitos são menores e dispostos de forma
organizada e regular, estando presentes logo abaixo da derme. Esse tipo de gordura
não afeta o metabolismo, no entanto causa alterações estéticas e doenças de pele.
Adiposidade intramuscular: são adipócitos presentes entre as fibras musculares.
Alguns estudos os correlacionam com risco maior para o desenvolvimento de doenças
metabólicas.
O profissional esteta deve atuar somente na adiposidade subcutânea, visto que
seus agentes eletrofísicos possuem limitação de segurança em suas profundidades
de atuação e as terapias manuais, não sendo capazes de alterar a fisiologia do tecido
adiposo. Para sua avaliação, podem-se usar os métodos subjetivos de perimetria e
adipometria (descritos anteriormente) e científico, e o diagnóstico de sua espessura é
feito por meio do exame de ultrassonografia indicado. A adiposidade localizada causa
alterações que são refletidas no tecido tegumentar, sendo a mais comum aquela
conhecida como fibroedema geloide (FEG).

4.1.2 Avaliação do fibroedema geloide

O FEG é uma síndrome lipodistrófica, caracterizado pelo aumento do tecido


adiposo localizado e líquido intersticial associado ao espessamento não inflamatório
das camadas subepidérmicas e aumento do tecido fibroso. Anatomicamente as
mulheres apresentam septos adipocitários verticalizados e, toda a tensão ofertada
pelo processo fisiopatológico, traciona esses septos continuamente criando
ondulações e depressões na superfície da pele, característica do FEG. Para a
avaliação inicial do FEG e o acompanhamento dos resultados de seu tratamento, as
avaliações antropométricas (peso, altura, IMC), perimetria, análises de espessura do
tecido subcutâneo com adipometria e, se possível, ultrassonografia, além de
avaliações de disfunções circulatórias e de sensibilidades, são essenciais junto aos
dados coletados dos testes clínicos que a autora supracitada indica a seguir.

41
Teste da pinça ou “casca de laranja”: o teste foi descrito pela primeira vez em 1982,
no livro de Wolf Ulrich, “A celulite é curável”. Segundo o autor, o teste é fundamental
para o diagnóstico do FEG e consiste em pressionar o tecido adiposo com os dedos
polegar e indicador ou entre as palmas das mãos e verificar o aspecto da pele. Em
casos positivos para FEG, a pele apresentará uma aparência de “casca de laranja”.
Teste de preensão: no mesmo livro, Ulrich (1982) relatou o teste de preensão, no
qual, além de se pressionar a pele e o tecido adiposo, deve-se realizar uma tração
vertical. O objetivo é avaliar a sensação dolorosa local. Em caso de queixa de dor no
momento do teste, infere-se que o FEG esteja em um grau mais avançado. Para maior
eficácia, sugere-se repetir o teste em pequenos intervalos do segmento a ser avaliado,
a fim de determinar a extensão da alteração. Em 1994 o teste foi atualizado como
sensibilidade dolorosa, quantificada em: sem dor, dor fraca, dor desconfortável, dor
angustiante e dor torturante.
Classificação quanto à consistência do tecido adiposo: segundo Modena (2022),
a primeira tentativa de classificação do FEG em relação à consistência do tecido
tegumentar foi proposta pelo médico italiano Binazzi, em 1978. Em seguida, em 1987,
o médico Bartoletti utilizou a mesma classificação e adicionou mais uma categoria de
FEG. Assim a classificação se mantém até os dias atuais, segmentada em quatro
tipos.
Classificação dos graus do fibroedema geloide: além da classificação da
consistência do tecido adiposo relacionado ao FEG, há a classificação dos graus ou
estado evolutivo da doença, dado importante para a elaboração da conduta
terapêutica, visto que casos graves necessitam de acompanhamento multidisciplinar
(Quadro 8).

Quadro 8 - Classificação do fibroedema geloide, de Bartoletti


Tipo Análise visual e palpatória
FEG compacto A pele apresenta aspecto mais espesso com deformação regular
e uniforme, porém sem mobilidade entre os tecidos. Caracteriza-
se como o FEG aderente ao plano profundo do tecido subcutâneo.
Presente em jovens magros que possuem musculatura definida.
FEG flácido A pele apresenta aspecto flácido que se deforma de acordo com
sua posição, como nódulos inconsistentes, irregulares e

42
moldáveis. Geralmente há déficit circulatório e varizes.
Caracteriza-se como o FEG presente no plano superficial do tecido
subcutâneo. Presente em indivíduos após a terceira década de
vida, sedentários e com pouca massa muscular.
FEG A pele apresenta aspecto edematoso flácido, com nítida disfunção
edematoso circulatória sanguínea e linfática, e nódulos e placas rígidos e
doloridos. Presente em indivíduos que possuem disfunções
circulatórias.
FEG misto A pele apresenta diferentes aspectos, englobando em algumas
áreas do corpo o FEG compacto e, em outras, o FEG flácido ou
edematoso.
Fonte: Adaptado de Modena (2022).

Modena (2022) trouxe ainda a escala de Nürnberger-Müller, desenvolvida em


1978, é a mais conhecida e utilizada na prática clínica e no desenvolvimento de
pesquisa clínica de alto nível. Foi classificada de 0 a 3 graus, correlacionados com a
gravidade de seu aparecimento em diferentes posições. Para a realização da
avaliação, preconiza-se que os pacientes estejam com os músculos da área avaliada
em estado de relaxamento. No entanto, se não apresentarem depressões evidentes,
deve-se solicitar contração, ou o profissional pode fazer o teste de pinça para
diferenciar entre as pontuações.
Eescala de severidade – cellulite severity scale: a escala de severidade do
FEG, conhecida como CSS, segundo Modena (2022) foi desenvolvida pela
dermatologista brasileira Doris Hexsel et al, em 2013. Segundo a pesquisadora, a
avaliação de Nürnberger e Müller é interessante e de extrema importância, porém
insuficiente para avaliar as características morfológicas da afecção estética. Em sua
escala, a pesquisadora mantém a avaliação de Nürnberger e Müller e adiciona mais
características avaliativas, levando em consideração aspectos morfológicos do FEG.
Sua avaliação é feita visualmente ou por fotos e dividida sempre em quadrantes, ou
seja, primeiramente se devem separar os locais da avaliação, como glúteo esquerdo,
glúteo direito, coxa posterior esquerda e coxa posterior direita. Cada área é
examinada individualmente, e ao final de cada avaliação se faz o somatório dos pontos
de cada item. O resultado classifica o grau de FEG.

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A avaliação CSS é a mais completa da atualidade e está validada
cientificamente. Pode auxiliar na análise do tratamento, a fim de verificar se ele está
obtendo os resultados esperados, e, de certa forma, auxilia também o profissional a
realizar o tratamento com mais ênfase na região de maior acometimento do FEG.
Assim, o profissional consegue estabelecer condutas diferentes para cada região de
tratamento (MODENA, 2022).

4.1.3 Avaliação da qualidade de vida em pacientes com celulite

O Celluqol® é um questionário que avalia a qualidade de vida de pacientes com


celulite, desenvolvido pela dermatologista brasileira Doris Hexsel et al. em 2013. O
questionário é composto por 22 questões que devem ser respondidas pelo paciente.
Assim, Modena (2022) explica que primeiramente, o profissional deve explicar cada
questão, deixando-as mais claras ao indivíduo, e após, ao final, se faz o somatório
dos pontos e se avalia qual é a pontuação para “Como o fato de ter celulite afeta sua
qualidade de vida? ”. Cada pergunta é pontuada em 1 ponto (quando o indivíduo não
se sente incomodado pelo fato de ter celulite) até 5 (quando o fato de ter celulite
incomoda o indivíduo o tempo todo). O resultado do Celluqol® advém da soma dos
pontos de cada pergunta. Quanto maior a pontuação, pior a qualidade de vida do
indivíduo.

4.1.4 Avaliação das disfunções circulatórias sanguíneas e linfáticas

Quanto a avaliação das disfunções circulatórias Modena (2022) explica que são
provenientes de uma anormalidade no funcionamento do sistema venoso e/ou
linfático, causada por ordem congênita ou adquirida. Na dermatofuncional, é de suma
importância a verificação dessas disfunções, pois devem ser tratadas de maneira
correta, antes ou em conjunto ao tratamento, seja ele estético ou funcional. A
avaliação é feita de forma subjetiva e visual pelo profissional, visto que algumas
disfunções necessitam de diagnóstico e médico.
Por meio do sinal de cacifo ou sinal de Godet, teste esse que consoante ao
que esclarece a autora citada no parágrafo anterior, pode ser usado no auxílio ao
diagnóstico de edema. É feito por meio de pressão digital sobre a pele, por pelo menos
5 segundos, a fim de evidenciar o edema, sendo considerado positivo quando o tecido
pressionado não retorna à sua posição inicial imediatamente.

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Já a termografia, que também é uma ferramenta que pode auxiliar no
diagnóstico de distúrbios circulatórios, e tem o objetivo de avaliar a temperatura
superficial da pele e é usada para avaliar o comprometimento vascular associado ao
FEG. O método pode ser feito por meio da termografia de contato, composta de
cristais termossensíveis. Para o teste, é necessário que o paciente esteja em repouso
de 15 minutos numa temperatura ambiente entre 20 e 24 °C. Em seguida, a placa
deve ser posicionada sobre o local acometido, e após alguns segundos a cor da placa
sofrerá alterações de acordo com a temperatura da pele. Para avaliar o resultado,
consideram-se as características da imagem apresentada: a ausência de manchas
coloridas representa um tecido normal; manchas esfumaçadas representam sinal de
edema com menos irrigação sanguínea (FEG edematoso); manchas de pele de
leopardo, com marcas hipertérmicas pequenas englobadas por manchas azuladas,
representam acometimento edematoso e circulatório moderado (FEG misto);
manchas negras ou marrons representam quadro severo de disfunção circulatória
(FEG severo/grave) (MODENA, 2022).
A autora menciona ainda que com o avanço tecnológico e pesquisas na área
da termografia, a câmera de termografia passou a ser uma ferramenta mais
aprimorada na prática da avaliação de temperatura superficial da pele. Sua atuação
consiste em captar a luz infravermelha emitida pelo corpo do paciente e transformá-la
em um mapa de cores, por onde também informa os dados numéricos da temperatura
do local avaliado. Assim, o profissional pode salvar a imagem e acompanhar a
evolução de seu tratamento sobre a disfunção.

4.1.5 Avaliação de sensibilidade

A avaliação de sensibilidade como explica a autora visa verificar as alterações


da sensibilidade superficial da pele e é necessária em casos nos quais o paciente
relata alterações da sensibilidade local, após procedimentos cirúrgicos, lesões,
quadros graves de FEG, doenças associadas, úlceras e outros fatores. Tal informação
é relevante porque muitos agentes eletrofísicos da fisioterapia utilizam princípios de
calor e frio, em que é necessária a percepção da temperatura local, a fim de evitar
eventos adversos, e para o próprio processo de reabilitação funcional do tecido
tegumentar.
Na avaliação da sensibilidade superficial, o paciente deve manter os olhos
fechados, sendo iniciado o teste no membro ou local com sensibilidade normal e,
45
posteriormente, no local onde há possível comprometimento, seguindo sempre os
dermátomos correspondentes a cada nível neurológico.
O primeiro teste deve ser o de sensibilidade térmica, podendo ser utilizadas
bolsas ou algodão embebecido com água fria ou morna, após, faz-se o teste de
sensibilidade dolorosa, em que pode ser utilizado um objeto pontiagudo, como agulha
de insulina estéril, por último, deve ser realizado o teste de sensibilidade tátil, que
pode ser feito com estesiômetro de monofilamentos de Semmes-Weinstein ou ponta
da caneta. Durante todos os testes, é necessário solicitar que o paciente compare os
estímulos.
Ao final da avaliação, a região testada pode ser classificada em normoestesia
(sensibilidade sem alteração), hipoestesia (diminuição da sensibilidade), anestesia
(sensibilidade abolida) ou hiperestesia (aumento da sensibilidade) (MODENA, 2022).

4.2 Avaliação estética facial

Modena (2022) expõe que quando se trata de atendimento facial, destacam-se


diversas afecções, como acne, discromias, flacidez e máscara de expressão, mas os
procedimentos mais procurados são aqueles relacionados ao rejuvenescimento facial.
Para o tratamento dessa afecção, existem muitas tecnologias dispostas, desde não
invasivas, minimamente invasivas a aquelas que destroem toda a camada superficial
da pele, como laser de alto potencial ablativo. Para conseguir optar pela melhor opção
de tratamento aos pacientes, é preciso uma avaliação minuciosa.
Sabe-se que a face é a nossa primeira imagem ao mundo, então qualquer
procedimento que a restaure trará melhora da autoestima e qualidade de vida, da
mesma forma que qualquer procedimento que cause complicações interferirá
diretamente no estado emocional do paciente. Pensando em prevenir e evitar as
complicações, a pele da face deve ser avaliada de forma criteriosa, para um
diagnóstico inteligente, e a busca de tratamentos deve ser sempre baseada em sua
avaliação, sua prática clínica e principalmente na evidência científica da sua
indicação. Abordaremos a seguir algumas ferramentas avaliativas específicas para
diagnósticos de disfunções de pele facial, existem outras ferramentas que também
devem e podem ser utilizadas na face, de forma a contribuir para a avaliação facial de
forma mais fidedigna.

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4.2.1 Avaliação dos graus de acne

Para Modena (2022) a Global Acne Assessment Scale (GEA), escala global de
avaliação de acne, foi desenvolvida e validada por Dréno et al., em 2011, para ser
utilizada na diferenciação de diferentes lesões e graus de acne, tanto em pesquisa
clínica quanto em consultório.
Por meio da avaliação das discromias, assim, a autora demonstra que o
termo “discromias” refere-se a alterações de pigmentação cutânea, podendo ser uma
redução da pigmentação (hipocromia) ou um aumento local de pigmentação
(hipercromia). Sendo necessário, para a avaliação das discromias, o uso da lâmpada
de Wood, desenvolvida em 1903 pelo físico americano Robert Wood, que se trata de
uma fonte de luz ultravioleta que, quando em contato com a pele, reflete as suas
alterações ou sujidades, representadas por cores distintas. O ambiente deve estar
escuro, e a análise deve ser realizada a uma distância de 10 a 15 cm da pele. Para a
padronização dessa análise, é preciso que o terapeuta cumpra os seguintes passos
(Figura 8):

Figura 8 - Escala global de avaliação da acne

Fonte: MODENA (2022).

A figura anterior traz o conjunto de quatro métodos de avaliação da pele


originais que geralmente são utilizados de forma isolada. No entanto, de acordo com
Roberts (2008), a utilização dos métodos em conjunto, que avaliam a classificação
dos fototipos de pele, a escala de hiperpigmentação de Roberts e a escala de

47
cicatrizes de Roberts, além do fotoenvelhecimento com a escala de Glogau, pode ser
mais promissora para auxiliar o profissional a determinar o curso do tratamento,
esclarecer as expectativas pós-procedimento e otimizar os resultados. A escala de
Glogau é responsável por avaliar o fotoenvelhecimento e está descrita a seguir.
Desse modo a escala de Glogau desenvolvida em 1994, que serve para
classificar o grau de fotoenvelhecimento facial, a partir da categorização da
quantidade de rugas. Embora seja inegavelmente útil, apresenta uma lacuna, pois não
aborda os sinais de fotoenvelhecimento em tipos de pele de mestiços étnico-raciais,
como pode ser visto no (Quadro 9).

Quadro 9 - Análise das discromias pela lâmpada de Wood


Classificação Análise visual
Pele normal Representada pela cor azul.
Representada por pontos amarelos ou alaranjados (comedões e
Pele oleosa
acnes).
Representada por manchas ou pontos roxos florescentes; já a
Pele seca
cor roxo-escura é representada pela maquiagem ou filtro solar.
Representado pelo contraste da cor marrom ou preta, indicando
Pigmento
que a deposição da melanina está na base suprabasal da
epidérmico
camada da epiderme.
Representado pela cor sem contraste, como um tom acinzentado
Pigmento
ou marrom-claro, indica que a melanina está depositada na
dérmico
camada perivascular da derme superficial e média.
Representada pela cor castanho-escura, sempre em contraste
Mista com as demais discromias da pele; a deposição da melanina está
tanto na epiderme quanto na derme.
Células mortas, seborreia e fiapos de panos, representados pela
Sujidades
cor branca e geralmente mais brilhantes.
A lâmpada de Wood não apresenta diferenças de tons de coloração em pacientes
com fototipos V e VI.
Fonte: Adaptado de Modena (2022).

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A análise deve ser feita em conjunto com os quatro métodos de avaliação/
classificação dos fototipos de pele, escala de hiperpigmentação de Roberts, escala de
cicatrizes de Roberts e fotoenvelhecimento com a escala de Glogau, assim é
preconizado o sistema de classificação de pele de Roberts. A soma dos resultados
tem o impacto de prever a resposta da pele a lesões e danos de procedimentos
cosméticos e identificar a propensão de sequelas de doenças inflamatórias da pele,
podendo ser um preditor de uma complicação iminente, como hiperpigmentação e
cicatrizes, que podem ser evitadas. O sistema atribui a cada método uma
“característica” numérica, de acordo com as escalas estabelecidas e originais
(MODENA, 2022).

4.2.2 Avaliação da flacidez de pele

Outro fator que deve ser levado em consideração em relação a pele, é que ela
sofre constantemente com alterações biomoleculares e estruturais decorrentes do
envelhecimento cronológico, fotoenvelhecimento ou alterações substanciais nas
dimensões corporais durante a gravidez, períodos de obesidade e após perda
excessiva de peso. Tais alterações geram danos nas fibras de colágeno e elastina,
causando flacidez da pele, rugosidades e estrias. Na prática clínica, a avaliação da
flacidez dérmica é realizada por meio de alguns testes subjetivos.
Por meio do teste de frouxidão, o profissional faz uma pinça com os dedos
polegar e indicador sobre a pele e a aperta e estica por três segundos e em seguida
à solta; se a pele voltar ao normal rapidamente e manter-se esticada, não há flacidez
dérmica. Mas, se demorar a normalizar, a flacidez está presente. O teste é subjetivo
e não estabelece informações fidedignas sobre o real estado da pele frouxa, sendo
considerado um método que gera vieses nos resultados de pesquisas clínicas de alto
nível (MODENA, 2022).
A autora supracitada traz ainda a análise fotográfica – escala do nível de
envelhecimento da face, que é considerado um método de avaliação da flacidez
dérmica, é mais utilizado para avaliação dos quadros de flacidez na face. Tsukahara
et al (2000) desenvolveram a escala do nível de envelhecimento da face, baseada na
utilização de fotografias padronizadas (distância, iluminação e ângulo) da região facial,
principalmente da região da bochecha. A escala classificou cinco níveis de flacidez da

49
face, a partir da visualização da alteração morfológica e consequente queda dos
tônus.
Assim, a denominada análise das rugosidades, junto à flacidez de pele há o
aparecimento das rugosidades. Tais alterações morfológicas são utilizadas para a
determinação do grau de envelhecimento do tecido. As rugas podem ser dinâmicas
(presentes somente quando se realiza contração muscular) ou estáticas/permanentes
(visíveis durante o relaxamento muscular) e podem ser analisadas pela escala de
Glogau e pelas avaliações subjetivas de Tsuji e Lapière e Piérard, além da escala de
linhas de marionete e escala de linhas do orbicular dos olhos, é o que explica Modena
(2022).
Quanto a escala de Lapière e Piérard, que são médicos e pesquisadores da
Universidade de Liège, na Bélgica, que investigam as possíveis alterações do sistema
tegumentar causadas pelo processo de envelhecimento ou desenvolvimento de
doenças. Juntos desenvolveram a escala de Lapière e Piérard, cuja avaliação
representa uma análise subjetiva visual, que classifica os possíveis graus de
rugosidade na face e as alterações morfológicas da junção dermoepidérmica que
refletem na epiderme (MODENA, 2022).
Já a classificação de Tsuji, um médico pesquisador dermatologista da
Universidade de Nagoya, no Japão, que classificou em 1987 as rugas como sendo
profundas, relacionadas aos danos causados pela radiação ultravioleta; e rugas
superficiais, causadas pelo envelhecimento cronológico.
E ainda a escala de classificação para linhas de marionete a avaliação das
linhas de marionete foi publicada em 2008, por Alastair Carruthers e colaboradores da
University of British, Canadá. O objetivo dos pesquisadores foi desenvolver uma
escala de classificação quantitativa e objetiva para avaliar a gravidade das linhas de
marionete e monitoramento da resposta ao tratamento, visto que o tratamento
conservador dessas linhas é considerado mais difícil, sendo necessários
procedimentos menos invasivos, como preenchedores, ou formas mais invasivas,
como cirurgias de ritidoplastia ou lifting facial. A escala foi desenvolvida por meio de
fotografias de pessoas reais e validadas por alterações em um software, que
modificou a acentuação das linhas de marionete no modelo fotográfico, classificando-
as de 0 a 4 com alterações morfológicas distintas.

50
Para finalizar a escala de classificação para rugas em orbicular dos olhos
(“pés de galinha”), também foi desenvolvida em 2008, por Alastair Carruthers e
colaboradores da University of British, Canadá. Os pesquisadores enfatizam que a
área periorbital é um dos primeiros lugares da face que demostram sinais de
envelhecimento, na forma de linhas cantais laterais ou “pés de galinha”. Isso por conta
da contração dos músculos orbiculares dos olhos que controlam as expressões faciais
e o fechamento das pálpebras, associados a exposição à luz predominantemente
ultravioleta.
Assim como a avaliação das linhas de marionete, as linhas da região orbicular
dos olhos não possuíam um padrão validado para quantificar a gravidade das rugas
no cenário clínico. Dessa forma, a escala foi desenvolvida seguindo a metodologia da
escala de linhas de marionete, embora para este caso tenham sido feitas análises
fotográficas com e sem expressões faciais.
Encerramos aqui o estudo sobre a semiologia estética, porém, vale lembrar a
necessidade de um aperfeiçoamento constante a partir da busca por conhecimentos
específicos relativos a estética para que haja uma boa semiologia por parte de
profissional da área, visando atingir o objetivo do paciente.

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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Educacionais Integradas. 2018.

HEXSEL, D et al. Variação dos níveis de melanina da pele em áreas expostas e


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MODENA, Débora Aparecida Oliveira. Avaliação clínica na estética: do básico ao


avançado. In: RENNÓ, Ana Cláudia Muniz; MARTIGNAGO, Cintia Cristina Santi.
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de cosmetologia e estética: do básico ao avançado - 1. ed. - Santana de Parnaíba
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Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade São Judas Tadeu, São
Paulo, 2021.

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