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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3

2 ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE......................................................... 4

3 FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO .............................................................. 6

3.1 Fases da cicatrização ........................................................................... 7

4 FERIDAS .................................................................................................... 9

4.1 Avaliação de feridas ........................................................................... 10

4.2 Feridas complexas ............................................................................. 11

5 TRATAMENTO DE FERIDAS ................................................................... 14

5.1 Limpeza da ferida ............................................................................... 14

5.2 Desbridamento ................................................................................... 15

5.3 Curativo .............................................................................................. 17

6 ÚLCERAS VENOSAS ............................................................................... 19

6.1 Tratamento à úlcera venosa ............................................................... 20

7 ÚLCERAS PÉPTICAS .............................................................................. 22

7.1 Tipos de úlceras pépticas ................................................................... 23

8 OSTOMIAS ............................................................................................... 27

8.1 Tipos de ostomias .............................................................................. 29

8.2 Cuidados com estomias intestinais .................................................... 33

8.3 Equipamentos coletores e adjuvantes ................................................ 34

8.4 Complicações das estomias intestinais .............................................. 36

8.5 Cuidados de enfermagem e o autocuidado em estomaterapia .......... 39

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 42

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora
que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE

Fonte:.dermoecia.com.br

A pele é o maior órgão do corpo humano, respondendo por cerca de 16% do


peso corporal e tem como principal função isolar a estrutura interna do meio externo,
composta por três camadas de epiderme, derme e tecido subcutâneo ou subcutâneo.
A camada externa da pele é a epiderme, avascular, com 75 a 150 mícrons de
espessura e 0,4 a 0,6 mm de espessura nas palmas e solas dos pés, e sua principal
função é resistir a substâncias estranhas. Consiste em epitélio escamoso sobreposto,
revestindo-o de dentro para fora; germinal ou basal, espinhoso, granular, hialino e
corneano (DOMANSKY; BORGES et al., 2012).
Os queratinócitos se multiplicam na camada mais interna, e parte da camada
basal migra para a camada superficial. Esse processo leva cerca de 30 dias, então as
células mudam, e cada vez que passam por uma camada, vão acumulando certa
quantidade de queratina até eles perdem seu núcleo. Ao nível das camadas, as
células chamadas queratinócitos sofrem um processo natural de descamação
(JUNQUEIRA; CARNEIRO et al., 2004).
Existem vários tipos de células que compõem a epiderme: Os queratinócitos
(ceratinócitos) sintetizam a queratina e, quando migram para a superfície, é criado o
estrato córneo. Proteção, permeabilidade e prevenção da desidratação; melancolia,
células responsáveis pela síntese da melanina, pigmento cuja função é proteger
contra os raios UV; células de Langerans, células responsáveis pela ativação do
sistema imunológico, atuando como macrófagos contra partículas estranhas e

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micróbios; e células de Merkel ou discos, que existem entre a epiderme e a derme e
se ligam às terminações nervosas sensoriais que atuam como tato ou barorreceptores
(DOMANSKY; BORGES et al., 2012).
A segunda camada é a derme mais profunda, que é composta por tecido
conjuntivo denso irregular. É a camada de pele que existe entre a epiderme e o tecido
subcutâneo e é rica em fibras de colágeno e elastina. Promove a sustentação da
epiderme e participa dos processos fisiológicos e patológicos dos órgãos da pele.
Pode variar em espessura de 0,6 mm (área mais fina) a 3 mm e, em sua escala
máxima, possui três áreas distintas: a área superficial ou papilar, que permanece em
contato com a epiderme e consiste em tecido conjuntivo frouxo, principalmente é
composto por feixes de fibras colágenas mais espessas e onduladas dispostas
lateralmente, com pequenos vasos linfáticos e sanguíneos, terminações nervosas,
colágeno e elastina, corpúsculos de Meissner, e tem a função de facilitar a nutrição.
A segunda camada é a camada profunda ou reticular, que é composta por
tecido conjuntivo denso amorfo com fibras colágenas mais espessas e dispostas
lateralmente, consistindo na base dos folículos pilosos, glândulas, vasos linfáticos e
sanguíneos, terminações nervosas, colágeno e elastina. As camadas fornecem
oxigênio e nutrientes à pele.
A terceira área é a adventícia, circundada por glândulas pilossebáceas,
glândulas e vasos sanguíneos, composta por finos feixes de colágeno, na derme
existem anexos cutâneos como glândulas sebáceas e sudoríparas, cabelos e unhas
(TASSINARY, 2019; OLIVEIRA, 2011).
A camada final é composta pelo tecido subcutâneo ou tecido subcutâneo,
considerado um órgão endócrino, composto por células de gordura, que têm a função
de armazenar reservas de energia, proteger contrachoques, formar uma manta
térmica e moldar o corpo (TASSINARY, 2019).
O ectoderma e o mesoderma são responsáveis pela composição da pele
humana e seus apêndices. O ectoderma se dobra para formar tubos neuronais, a parte
externa produz epiderme e apêndices cutâneos, e a parte interna do tubo
(neuroectoderma) produz melanócitos, nervos, receptores sensoriais, sistema
nervoso periférico e sistema nervoso central, compartilham as mesmas células
embrionárias, portanto têm uma conexão direta, permitindo a troca constante de

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informações sobre o ambiente externo entre esses sistemas (obs.: comunicação via
neuropeptídeos e mediadores celulares) (DOMANSKY; BORGES et al., 2012).

3 FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO

Fonte: institutomarianealtomare.com.br

A partir da instalação de lesões e feridas, o corpo tende a promover um


processo de reconstrução tecidual denominada cicatrização (BUSANELLO, LARA,
DEUS, BOHLKE, MELLO-CARPES, 2014). A cicatrização de feridas cutâneas é um
processo dinâmico, regulado por mecanismos celulares, humorais e moleculares, que
se inicia após a lesão e pode durar anos, dependendo da extensão do envolvimento
do tecido cutâneo (REINKE, SORG, 2012).
O processo consiste em fases sucessivas, divididas pedagogicamente em
inflamação, proliferação e remodelação. Resumidamente, no primeiro estágio, ocorre
o início da cascata de hemostasia, migração leucocitária e reparo tecidual. O segundo
estágio é caracterizado por fibroproliferação, angiogênese e reepitelização. Na
fibroplasia ocorre migração e proliferação de fibroblastos, acompanhada pela síntese
de novos componentes da matriz extracelular, momento em que se desenvolve o
tecido de granulação. Terceiro, entendido como remodelação tecidual, aumento da
resistência do leito lesado (GARBUIO et al., 2018), que é resultado do encolhimento
tecidual e reorganização das fibras colágenas.
Assim, considera-se que uma ferida cicatrizou quando a continuidade da pele
permite a atividade normal de tensionamento do tecido. No entanto, o processo de

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cicatrização pode ser influenciado por uma variedade de fatores, incluindo fatores
locais, incluindo estresse, ambiente seco, trauma, infecção, necrose; e fatores
sistêmicos, como idade, presença de doenças crônicas e estado de desnutrição
(BUSANELLO, LARA, DEUS, BOHLKE, MELLO-CARPES, 2014).
Por se tratar de um processo multifatorial, não apenas fatores locais, mas
também fatores sistêmicos como etiologia da ferida, estado nutricional e presença de
doença devem ser considerados no processo de avaliação. É uma avaliação
abrangente do indivíduo, não apenas da ferida (CORNELL, MEYR, STEINBERG,
ATTINGER, 2010), onde uma avaliação holística do paciente torna-se essencial, pois
sua condição clínica afetará diretamente o resultado no sucesso desse processo
(GARBUIO et al., 2018).
A avaliação adequada permite ações de intervenção em situações
potencialmente danosas que levam à recuperação total (ABBADE, 2010). Por isso,
além de uma avaliação holística do indivíduo, ressalta-se a importância do uso de
ferramentas que contemplem todos os elementos do processo de cura.
Na literatura, a terminologia utilizada para descrever a avaliação de lesões de
pele é diversa, dificultando o consenso sobre quais parâmetros são mais adequados
para monitorar o processo de avaliação de diferentes tipos de lesões. No entanto,
algumas das ferramentas encontradas são avaliações específicas da etiologia,
enquanto outras realizam avaliações amplas (GARBUIO et al., 2018).
Portanto, conhecer os diferentes instrumentos, os parâmetros que eles avaliam
e sua especificidade em relação a cada etiologia são fundamentais para fazer
escolhas no local de atendimento. Uma avaliação precisa da lesão é parte essencial
do seu tratamento, pois orientará o processo de tomada de decisão quanto ao cuidado
dessa ferida. Portanto, a gestão do cuidado prestado ao paciente é de
responsabilidade dos profissionais enfermeiros, e para uma ótima qualidade do
cuidado, o processo de tomada de decisão deve ser baseado nas melhores evidências
científicas (SOUZA, MACIEL, MÉIER, DANSKI, LACERDA, 2010).

3.1 Fases da cicatrização

A ferida tem os seguintes estágios de cicatrização:

Inflamatória
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Começa após o trauma, levando ao reparo e substituição de células mortas e
danificadas por células saudáveis.
Sinais típicos de inflamação, como edema, congestão, febre moderada e dor.
Duração: 4 a 5 dias (DEALEY, 2012).

Proliferativa ou de reconstrução
Processos de produção de colágeno, angiogênese, formação de tecido de
granulação, retração e reepitelização de feridas.
O halo pode ser palpado do dia 5 ao dia 9 após a lesão. A duração desta fase
é em média de 12 a 14 dias.

Epitelização
O estágio em que as células epiteliais cobrem a ferida. A presença de tecido
de granulação. Tem duração variável. Pode iniciar no 2º dia nas feridas por primeira
intenção ou somente após o preenchimento da cavidade através de uma ferida com
segunda intenção de curar.

Remodelação ou maturação
Na fase final do processo de cicatrização, ocorre a reorganização do colágeno.
Esse processo pode começar por volta da terceira semana após o trauma e
continuar por vários meses ou até mais de um ano (SOCIEDADE BRASILEIRA PARA
ESTUDO DA DOR, 2022).

Fatores que interferem no processo de cicatrização


Os principais fatores que afetam o processo de cicatrização são (AFONSO,
AZEVEDO; ALVES, 2014):
 Perfusão tecidual ou Irrigação sanguínea - Alterações no suprimento
sanguíneo periférico podem reduzir a perfusão tecidual, afetando a oxigenação local
e o fornecimento de outros nutrientes. A isquemia prejudica a cicatrização e aumenta
o risco de infecção da ferida.
 Alguns desequilíbrios nutricionais podem afetar o processo de cicatrização.
Deficiências de proteínas, calorias, vitaminas A e E, zinco, arginina e glutamina
prejudicam a cicatrização, bem como desnutrição e obesidade.
 Desidratação - A epitelização, o encolhimento e a granulação das feridas
ocorrem mais rapidamente em um ambiente úmido do que em um ambiente seco.

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 Flutuações da temperatura - Temperaturas extremas podem causar danos
aos tecidos.
 Patologias associadas/comorbidades - Diabetes, distúrbios imunológicos,
câncer, insuficiência vascular, etc. podem interferir no processo de cicatrização.
 Câncer e tratamento oncológico - Desnutrição e hipoalbuminemia são
comuns em pacientes com câncer. A quimioterapia e a radioterapia também inibem a
proliferação celular.
 Medicação associada - Os corticosteróides têm efeitos anti-inflamatórios,
antimitóticos, reduzem a síntese de componentes do estroma e retardam a
epitelização. Os esteróides também interferem no processo de cicatrização ao inibir a
proliferação de fibroblastos, e também interferem na estrutura e entrelaçamento do
colágeno, fragilizando o tecido que cobre a ferida.
 Dor e estresse - Aumenta a produção de glicocorticóides, que levam ao
aumento de açúcar no sangue. Eles também dificultam a migração de granulócitos e
macrófagos, suprimindo o sistema imunológico e as respostas inflamatórias (DEALEY,
2012).
 Idade - Com a idade, a taxa de metabolismo celular diminui. Eles estão em
maior risco de desnutrição devido à má absorção.
 Tabagismo - Por reduzir a síntese de colágeno, levando à vasoconstrição e
diminuição da oxigenação tecidual, está associado ao aumento da incidência de
complicações (DEALEY, 2012).
 Infecção - Além de prolongar a fase inflamatória e retardar a síntese e a
epitelização do colágeno, retarda o processo de cicatrização ao competir com a ferida
por nutrientes (AMANTELN, GIRONDI, MAIAARCR; NASCIMENTO, KNIHS, 2016)
 Tecido inviável (necrose) - Previne a migração de epitélio e nutrientes para
o leito da ferida. Além disso, promove a proliferação de bactérias.

4 FERIDAS

Uma ferida é uma alteração na pele causada por: trauma, inflamação,


degeneração, processos circulatórios, distúrbios metabólicos ou deficiências de
treinamento. É uma ruptura da estrutura e função das estruturas anatômicas normais,

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causada por processos patológicos que se iniciam dentro ou fora dos órgãos
associados (BERTOLINI et al., 2018).

4.1 Avaliação de feridas

Quanto à profundidade
 Feridas superficiais: quando atingem as camadas da pele (epiderme e
derme);
 Feridas simples: quando não é necessário tratamento médico ou
diferenciado;
 Feridas complexas: quando há necessidade de medicação ou tratamento
diferenciado;
 Feridas profundas: quando atingem abaixo da camada da pele.

De acordo com o agente causador da ferida


 Ferida puntiforme: causados por instrumentos perfurocortantes (objetos
pontiagudos; por exemplo, espinhos, pregos, agulhas);
 Ferida incisa: causados por lâminas (facas, lâminas de barbear, etc.);
 Ferida corto-contusa: reúne as propriedades de objetos cortantes, enquanto
corta e bate em objetos que causam danos (machados, foices, tijolos);
 Ferida pérfuro-contusa: combina as características de objetos perfuro
cortantes e contundentes (bala);
 Ferida pérfuro-incisa: coletar as características de objetos perfurantes e
cortantes (punhais).

Classificação das feridas


 De acordo com o modo de produção (cirurgia, trauma e úlceras);
 De acordo com o grau de contaminação (limpo, contaminação limpa,
contaminação, infecção);
 Dependendo do envolvimento tecidual (Fases I, II, III e IV) (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2006).

De acordo com a maneira como foram produzidas

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Cirúrgicas: Para fins terapêuticos, as causadas por instrumentos cirúrgicos
podem ser:
A. Incisivos: Perda mínima de tecido;
B. Excisivo: A área da pele é removida.

Traumáticas: Causado acidentalmente por:


A. Maquinário: pregos, espinhos, percussão;
B. Física: temperatura, pressão, eletricidade;
C. Produtos químicos: ácido, soda cáustica;
D. Biológica: Em contato com animais, parasitas invadem.

Ulcerativa: lesões localizadas escavadas, variando em profundidade, desde a


pele superficial até o músculo (BERTOLINI et al., 2018).

4.2 Feridas complexas

O termo "ferida crônica", embora frequentemente utilizado, significa que a ferida


demora mais para cicatrizar, mas não representa a complexidade do problema da
ferida em si. Por exemplo, podemos ter uma ferida pós-operatória que não é
classificada como crônica devido a uma deiscência iniciada há 10 dias, mas sim
classificada como aguda, porém requer uma avaliação mais cuidadosa e
acompanhamento por um profissional de saúde. Em alemão, foi proposto o termo
“schwierige wunde” para classificar essas feridas, tendo sua tradução literal para o
português como “feridas difíceis”, porém o termo “ferida complexa” foi escolhido em
Português por caracterizar melhor essas feridas. Utilizam-se os termos “complex
wounds” em Inglês e “heridas complejas” em Espanhol (PEREIRA, 2018).
O National Institute for Health Research (NIHR), órgão de pesquisa vinculado
ao National Health System (NHS) do Reino Unido, define “feridas complexas” como
as feridas que têm perda parcial ou total da espessura da pele e que estão cicatrizando
por segunda intenção. E aponta que as feridas que cicatrizam por segunda intenção
são aquelas que ficam abertas para granular e que os tecidos crescem de baixo para
cima, diferentemente de quando se faz uso de formas de aproximação das bordas
(suturas, colas ou clips) (CULLUM, BUCKLEY, DUMVILLE, HALL, LAMB, MADDEN,
et al., 2016).

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Assim, as feridas complexas, podendo ser agudas ou crônicas, apresentam
difícil resolução e associam-se a perda cutânea extensa, infecções importantes,
comprometimento da viabilidade dos tecidos (com isquemia e/ou necrose de tecidos)
e/ou associação com doenças sistêmicas que prejudicam os processos normais de
cicatrização (COLTRO, FERREIRA, BATISTA, NAKAMOTO, MILCHESKI, TUMA
JÚNIOR, 2011), inadequado dos recursos disponíveis, seja por não documentação
adequada e prejuízo da continuidade do cuidado, seja por intervenções profissionais
não baseadas em evidências, os prejuízos financeiros e humanos são ainda maiores.
Considerando as mudanças no perfil demográfico em todo o mundo, com
tendência a envelhecimento da população, a presidente da European Wound
Management Association (EWMA) (SEPPÄNEN, 2014) aponta que o número de
pessoas com feridas e a procura por serviços de saúde continuará a crescer devido
ao crescente envelhecimento da população e também ao aumento de pessoas com
doenças crônicas, sendo um grande desafio para os sistemas de saúde. Chega a ser
extrema ao dizer que os sistemas de saúde irão falir caso não pensem em estratégias
para reduzir custos. Como formas de resolver estas questões, ressalta a importância
de investimentos em educação e treinamentos, desenvolvimento de estratégias para
melhoria do processo de comunicação em saúde, destacando a telemedicina, as
intervenções baseadas em evidências no manejo de feridas, a atuação
multiprofissional e aumento do autocuidado. E destaca que ainda estamos diante do
desafio de disponibilizar dados relevantes para todos os envolvidos no cuidado
(SEPPÄNEN, 2014).
Na prática clínica, é importante avaliar as feridas e documentar a avaliação, de
forma a viabilizar a continuidade do cuidado por outros profissionais e permitir a
correta tomada de decisão sobre as medidas a serem implementadas ou mantidas,
conforme os resultados apresentados. O adequado registro sobre o paciente e o
tratamento em uso é apontado como um desafio no acompanhamento das feridas
(SEPPÄNEN, 2014).
A avaliação do paciente com feridas e a documentação desta avaliação, devem
incluir:
a) História e exame subjetivo;
b) Dados objetivos: condições gerais, exames laboratoriais, doenças
associadas;

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c) Avaliação do risco;
d) Avaliação completa da lesão: localização, tempo de evolução, mensuração,
descrição dos tecidos do leito, bordas e ao redor da ferida, características do
exsudato;
e) Diagnóstico do tipo de ferida, suas necessidades e o planejamento de ações
(PEREIRA, 2018).
O sistema de classificação Red/Yellow/Black – RYB, proposto por Cuzzel
(1988) em 1988, é amplamente utilizado na avaliação de feridas e classifica-as de
acordo com a coloração, que reflete o balanço entre tecidos novos e necrosados.
Mandelbaum et al., (2003 apud, PEREIRA, 2018) descreveram o sistema RYB:

“- As vermelhas [red/R] incluem sítios doadores de enxertos, feridas


pósdesbridamento, feridas crônicas em cicatrização, em que predomina o
tecido de granulação e novo epitélio. (...)
- As amarelas [yellow/Y] normalmente apresentam exsudato fibroso e seus
tecidos são moles, desvitalizados; elas podem estar colonizadas, o que
favorece a instalação de infecção. (...)
- As pretas [black/B] apresentam necrose tecidual, com desnaturação e
aumento de fibras colágenas, e conseqüente formação de escara espessa,
cuja coloração pode variar entre castanho, marrom e preto. [...]”
(MANDELBAUM, DI SANTIS, MANDELBAUM, 2003 apud, PEREIRA, 2018)

Uma crítica ao sistema RYB é que este orienta para que cada ferida seja
classificada em uma cor (vermelha, amarela ou preta), enquanto na prática,
encontramos combinações dessas cores em grande parte das feridas. O mais
apropriado seria avaliar o leito da ferida conforme a quantidade de cada tecido,
estabelecendo porcentagens de cada tecido.
Considerando os tecidos que podem ser encontrados nas feridas, o tratamento
consiste em remover os tecidos inviáveis (necrose e tecido fibrinóide), promovendo
aumento do tecido de granulação (tecido viável) (PEREIRA, 2018).

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5 TRATAMENTO DE FERIDAS

Fonte: i.ytimg.com

5.1 Limpeza da ferida

A técnica de limpeza ideal para a ferida é aquela que respeita o tecido de


granulação, preserva o potencial de recuperação, minimiza o risco de trauma e/ou
infecção (BRASIL, 2006).
A lavagem a jato é usada apenas para tecido de granulação. A solução de
salmoura deve estar morna, cerca de 37º. Se o equipamento de controle de
temperatura adequado não estiver disponível, é aconselhável testar a parte inferior do
antebraço e sentir a temperatura do calor. Limpar a ferida com água salgada fria pode
retardar a cicatrização. Recomenda-se o uso de técnica asséptica na UBS e a limpeza
em casa. Para aquecimento por micro-ondas, recomenda-se (AMANTE, GIRONDI,
MAIA; NASCIMENTO & KNIHS, 2016):
1) Considerar a temperatura externa da garrafa, pois reflete a temperatura
interna da embalagem.
2) Agitar o frasco vigorosamente após o aquecimento para homogeneizar a
solução na mesma temperatura.

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5.2 Desbridamento

Entende-se por desbridamento o processo de remoção do tecido morto,


inviável/desvitalizado, infectado, hiperqueratose, corpos estranhos, microorganismos
ou qualquer outra carga biológica presente na ferida e/ou área perilesional (AMANTE,
GIRONDI, MAIA; NASCIMENTO & KNIHS, 2016).
A presença de tecido desativado/necrótico no leito da ferida constitui uma
barreira mecânica ao processo de cicatrização, pois facilita o crescimento bacteriano,
aumenta o risco de infecção e mascara o tamanho real da ferida e sua posterior
avaliação (AFONSO, AZEVEDO, ALVES, 2014).

Tipos de desbridamento (AMANTE, GIRONDI, MAIA; NASCIMENTO & KNIHS,


2016):

AUTOLÍTICO
Trata-se de um método seletivo e atraumático, porém, pode ser mais
prolongado.

Indicação: Feridas com tecido necrótico.

Contraindicações: Úlceras fúngicas e isquêmicas.

Procedimento
1) Limpeza do leito da ferida com soro fisiológico 0,9% morno, em jato;
2) Para potencializar a ação, é útil fazer "cortes" paralelos em tecido necrótico
seco e duro com bisturi;
3) pele intacta circundante e aplique uma cobertura para um bom ambiente.
* A aplicação de um hidrogel (composto de 70% a 90% de água) potencializa
o processo fisiológico de desbridamento.

ENZIMÁTICO (QUÍMICO)
As enzimas são aplicadas topicamente para remover o tecido inativado através
da degradação do colágeno.

Indicações: Feridas com tecido necrótico, independente de suas


características.

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Contraindicações: Úlceras isquêmicas, fúngicas e neoplásicas; pacientes com
distúrbios de coagulação.

Procedimento
1) Limpe o leito da ferida pulverizando com solução salina 0,9% morna.
2) Seque a pele intacta circundante e aplique uma fina camada do produto
especificado no leito da ferida. Mais comumente usados: Colagenase (pode destruir
tecido vivo) e papaína (não destrói tecido vivo) 1 - Não padronizado. Dado o risco de
maceração, a pele ao redor das lesões deve ser protegida com produtos de barreira.
3) Bloqueie a lesão3) Ocluir a lesão

INSTRUMENTAL
Técnica estéril. Mais rápido e barato. Empregase tesouras, lâminas de bisturi e
outros instrumentais.

Indicações: úlcera estágio III.

Contraindicações: pacientes com coagulopatias, uso de anticoagulantes,


agitação, feridas isquêmicas ou quando não se pode identificar claramente a interface
entre o tecido viável e o inviável. Úlceras fúngicas e neoplásicas, com exposição de
tendão.

Procedimento
1) Limpeza do leito da ferida com soro fisiológico 0,9% morno, em jato. Para o
desbridamento instrumental, pode-se utilizar as seguintes técnicas:
Slice - Remoção da necrose é feita com auxílio de tesoura ou bisturi. Pinçar o
tecido necrótico na borda, com a pinça de dissecção; dissecar o tecido necrótico em
finas lâminas, em um único sentido, utilizando a lâmina de bisturi;
Square – Com a lamina de bisturi realizar pequenos quadradinhos (de 2 mm a
0,5 cm) no tecido necrótico que posteriormente podem ser delicadamente removidos
da ferida um a um, sem risco de comprometimento tecidual mais profundo. Esta
técnica também pode ser utilizada para facilitar a penetração de substâncias
desbridantes no tecido necrótico.

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Cover - a necrose é removida em forma de tampa, as bordas do tecido
necrótico são deslocadas, assim, é possível visualizar e retirar o tecido comprometido
do íntegro. O enfermeiro devidamente habilitado poderá realizar o desbridamento
instrumental, conforme protocolo instituído.
Interromper o procedimento antes do aparecimento do tecido viável, em caso
de sangramento, queixa de dor, cansaço (do cliente/paciente ou do profissional),
tempo prolongado e insegurança do profissional.

MECÂNICO
Remoção do tecido morto usando força física: fricção, hidroterapia, irrigação,
entre outros. Pode prejudicar o tecido de granulação.
Indicação: lesões agudas com sujidade
Contraindicação: lesão crônica.

Procedimento
Fricção:
1) Limpeza do leito da ferida com soro fisiológico 0,9% morno, em jato;
2) Esfregar a gaze ou esponja embebida com solução salina no leito da lesão
em um único sentido;
3) Arrancar, num movimento único, a gaze do leito da lesão após 24h da
aplicação desta embebida em soro fisiológico 0,9%.

CIRÚRGICO
Consiste na ressecção da necrose e parte do tecido viável, tornando a ferida
crônica em aguda.
Método rápido para a retirada de tecido desvitalizado, no entanto tem custo
elevado, risco anestésico, sangramentos e infecção.

Procedimento
Procedimento médico.

5.3 Curativo

Recomendações gerais:
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1. A seleção do curativo é baseada nas características da ferida: tipo de tecido
no leito da ferida, quantidade/tipo de exsudatos, profundidade, a condição da pele ao
redor do leito da ferida.
2. Manter um leito limpo úmido é o objetivo, pois isso promove a granulação,
cicatrização e fechamento.
3. Avalie a ferida a cada troca de curativo para verificar a resposta ao
tratamento e escolha do curativo em uso.
4. Siga as recomendações do fabricante, especialmente relacionadas à
frequência de trocas de curativos
5. O plano de cuidados deve orientar os tempos usuais de uso do curativo e
dar um plano para as mudanças conforme necessário devido à sujidade, etc.
6. Se a ferida não cicatrizar em duas semanas, considere o excesso de
colonização e reavalie a seleção do curativo.

A escolha do curativo
 A seleção dos curativos é apenas um componente do tratamento de feridas;
 Não existe mágica em nenhum tratamento de lesões. Cada tratamento é
uma sequência de ações, orientações e cuidados;
 Cada ferida e cada paciente devem ser vistos de forma única e individual;
 Nem todos os produtos são apropriados para todas as feridas e suas fases
de cicatrização. Cada qual tem sua fase específica;
 Para que a equipe tenha sucesso no tratamento da ferida, o profissional deve
criar um plano de cuidados personalizado para cada paciente, dentro do protocolo
 Os princípios básicos de tratamento de feridas devem sempre nortear todo
o tratamento.

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6 ÚLCERAS VENOSAS

Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com

As úlceras venosas (UVs), também conhecidas como úlceras varicosas, são


lesões que se desenvolvem nas extremidades inferiores, principalmente na região do
maléolo medial ou lateral. Dentre as muitas possíveis causas dessa condição, a
insuficiência venosa crônica (IVC) é a principal causa, pois causa estase sanguínea e
hipertensão venosa que impede os processos metabólicos celulares e causa lesões.
Os principais sinais e sintomas observados em indivíduos com úlcera são
edema de pé e tornozelo, alterações na pigmentação da pele e dor intensa (CRUZ,
CALIRI, BERNARDES, 2018; HINKLE, CHEEVER, 2020), exceto em pacientes com
neuropatia. Assim como o diabetes, isso os impede de sentir dor (HINKLE, CHEEVER,
2020). O aparecimento da UV pode ocorrer de forma espontânea ou incidental devido
a traumas na área. Esse tipo de lesão cicatriza lentamente e tem alto risco de
recorrência (TAVARES, PEREIRA, SÁ, 2016; GRASSE et al., 2018). Os idosos são
mais suscetíveis a esta doença devido a doenças crônicas, como doenças venosas,
hipertensão arterial e diabetes (TAVARES, PEREIRA; SÁ, 2016).
As úlceras nos membros inferiores (MMII) são lesões frequentes
devido a complicações no sistema circulatório ou em decorrência de acidentes,
e ocasionam ferimentos que não cicatrizam dentro do tempo esperado. Devido
a problemas na cascata de cicatrização, as feridas tornam-se maiores com a
presença de tecido necrótico, líquido exsudato, infecção bacteriana e dor

19
variável, geralmente relacionada ao tamanho da lesão (ABBADE, 2006; OLIVEIRA et
al., 2012).
O severo aumento da lesão causa um comprometimento das capacidades do
indivíduo, gerando desconforto e dependência de terceiros para a realização das
atividades básicas, provocando grande impacto socioeconômico. O processo de
restauração do tecido epitelial necessita da ativação sistêmica da cascata de
cicatrização, que apresenta 3 fases: a inflamatória, a proliferativa e a de
maturação/reparo. A primeira fase promove a ativação das defesas do organismo,
enquanto a segunda gera a proliferação celular e a produção intensa de colágeno,
e a última promove a remodelação tecidual e a recuperação da coloração e
elasticidade da pele.
As falhas mais críticas do sistema de reparo tendem a ocorrer nas fases
iniciais do processo de cicatrização, e podem ser acentuadas pela presença de
diabetes, idade avançada do paciente, tabagismo, uso de medicamentos, dentre
outros fatores. Geralmente, essas falhas se manifestam sob a forma de acentuação
do edema, redução da proliferação vascular e baixa de migração das células de
defesa para o local da lesão (PALAGI et al., 2015).
A presença de UV pode causar sofrimento físico, emocional e psicológico ao
paciente, pois acarreta mudanças no estilo de vida e na qualidade de vida (AGUIAR
et al., 2016; NERI, FELIS, SANDIM, 2020). Além da dor considerada o sintoma mais
comum em pacientes com úlcera venosa, a redução da capacidade funcional do
membro acometido pode interferir na realização das atividades diárias (AGUIAR et al.,
2016).
A UV é considerada um problema de saúde pública (GRASSE et al., 2018;
NERI, FELIS, SANDIM, 2020) devido ao custo do tratamento de lesões e afastamento
temporário ou aposentadoria por invalidez. Além disso, enquanto algumas pessoas
recebem auxílio-doença, outras precisam deixar de trabalhar para receber esse
benefício, o que reduz significativamente sua renda mensal (SILVA et al., 2019).

6.1 Tratamento à úlcera venosa

Segundo Campoi et al., (2019), o tratamento das úlceras venosas deve ser
sustentado por três abordagens: tratamento da estase venosa, utilizando o repouso e

20
a terapia compressiva; terapia tópica, com escolha de coberturas locais, que
mantenha úmido e limpo o leito da ferida, e sejam capazes de absorver o exsudato e
a prevenção de recidivas.
Para Macedo et al., (2018),

[...] a terapia compressiva (TC) é usada para diminuir a hipertensão e seus


efeitos na macro e micro circulação do membro acometido. Na primeira
aumenta o retorno venoso profundo, diminuindo o refluxo patológico. Na
segunda diminuem a saída de líquidos e moléculas dos capilares e vênulas.

A terapia compressiva (TC) é apresentada como o principal cuidado a ser


apontado para pacientes com úlcera venosa, tanto para promover a cicatrização,
como para a prevenção de reincidentes, destacam ainda que a terapia compressiva é
realizada através da aplicação da bota de unna, que constitui uma forma de terapia
compressiva inelástica, atuando com a função de aumentar a compressão e favorecer
a drenagem e o suporte venoso, favorecendo, assim, a cicatrização da úlcera.
Essas bandagens inelásticas criam altas pressões e contrações musculares ao
caminhar e baixas pressões ao descansar. Os tratamentos tópicos devem ser
definidos pelo enfermeiro com base no tipo de tecido encontrado no leito da ferida, e
hoje existem diversos tipos de produtos no mercado, entre eles: AGEs (ácidos graxos
essenciais), colagenase, hidrogéis, alginato de cálcio, entre outros (RODRIGUES;
CAMACHO, 2015).
Segundo Fonseca e Soares (2019), os AGEs (ácidos graxos essenciais) são
usados para úlceras com tecido de granulação no leito da ferida, colagenase é usada
quando o leito da úlcera apresenta esfacelo, o uso de hidrogéis aumenta a umidade
do leito da ferida e o alginato de cálcio é indicado para Lesões com tecido de
granulação e hiperexsudato.
Belckzak et al. (2011), afirmaram que a terapia tópica deve ser associada à
terapia compressiva, pois a combinação das duas pode promover o processo de
cicatrização. Os autores também mostraram que o tamanho das lesões diminuiu em
média 30% durante o tratamento combinado de duas semanas e depois cicatrizou.
Para a prevenção de recaídas, é importante que os pacientes tenham conhecimento,
habilidades e apoio para tomar medidas satisfatórias de autocuidado.
As recomendações para prevenir a recorrência da úlcera venosa incluem
terapia compressiva, cirurgia e, em casos extremos, medicação e atividades
educativas. Destacando-se: a colocação das meias de compressão antes de sair da
21
cama; trocar as meias regularmente, de 3 a 6 meses; usar meias que correspondam
ao diâmetro e comprimento das pernas, medidas por profissional ou pessoa treinada;
adotar alimentação saudável e controle de peso; não fumar; evitar lesões nas pernas;
elevar as extremidades inferiores acima do nível do coração várias vezes ao dia
(OLIVEIRA; NOGUEIRA; ABREU, 2012).
Benevides, Coutinho e Pascoal (2016) reconhecem que esses fatos
demonstram a importância de os enfermeiros adotarem uma abordagem integrada
para ajudar os pacientes a melhorar os resultados do tratamento, construir confiança
e, assim, garantir sua reintegração à sociedade. Portanto, percebe-se que os
enfermeiros são os profissionais mais relacionados ao cuidado ao paciente com úlcera
venosa, pois fazem parte de uma equipe multiprofissional de saúde, líderes de equipe
assistencial e administradores do cuidado. O enfermeiro é responsável por tomar
decisões que o capacitem a escolher a melhor prática de enfermagem para o paciente
com úlcera venosa e buscar sempre uma assistência de qualidade (CRUZ;
CARVALHO; MELO, 2017).
Nóbrega e Cruz (2017) mostraram que a falta de profissionais capacitados, a
falta de materiais necessários e estruturas adequadas para o atendimento ao paciente
com úlcera venosa são fatores que dificultam e interferem na qualidade da assistência
prestada, podendo levar a lesões crônicas. O enfermeiro também desempenha um
papel importante na enfermagem, pois é o profissional mais próximo do paciente em
todas as etapas do cuidado, desde o diagnóstico até o tratamento. É importante que
tenham o conhecimento técnico e científico para prestar serviços de qualidade e
eficientes (NOBREGA; CRUZ 2017).

7 ÚLCERAS PÉPTICAS

O revestimento do estômago é protegido por determinados mecanismos de


defesa. As células que revestem o estômago secretam muco e bicarbonato. O muco
reveste o interior do estômago para protegê-lo de lesões por ácido e enzimas
digestivas. O bicarbonato, no muco ajuda a neutralizar o ácido gástrico.
Úlceras pépticas são áreas erosadas que se estendem até a muscular da
mucosa do trato gastrointestinal. Neste trabalho, dentre o grupo das úlceras pépticas,

22
serão abordadas apenas as úlceras gástricas e as duodenais. (SONNENBERG, 2011,
apud, BERNARDO, 2017).
Quando esses mecanismos de defesa são perturbados, por exemplo, pela
bactéria Helicobacter pylori ou por aspirina, as pessoas podem desenvolver a úlcera
péptica. De acordo com CARVALHO (2013), a úlcera péptica é uma doença do trato
gastrointestinal caracterizada por lesão da mucosa na presença de ácido e pepsina,
como consequência da ação corrosiva resultante da hipersecreção de ácido gástrico
na mucosa, causada por um desequilíbrio entre o sistema protetor da mucosa e
fatores agressores.

7.1 Tipos de úlceras pépticas

ÚLCERAS ESOFÁGICAS

Fonte: image/jpeg

Uma úlcera esofágica é um buraco na parede do esôfago que é erodido pelos


sucos digestivos ácidos secretados pelas células do estômago. Esta úlcera
geralmente está localizada na parte inferior do esôfago. Frequentemente está
associada à Doença do Refluxo Gastroesofágico Crônico (DRGE).
Não muito tempo atrás, acreditava-se amplamente que as úlceras pépticas
eram o resultado do estilo de vida. Sabe-se agora que infecções bacterianas ou certos
medicamentos são a causa da maioria das úlceras no estômago e na parte superior
do intestino delgado (duodenal). Pode ser resultado de refluxo gastroesofágico,
principalmente associado à hérnia de hiato.
Sinais e sintomas: Alguns sintomas incluem azia, sangramento leve pode
ocorrer, fezes com sangue e vômito com sangue. Se o sangramento do esôfago for

23
rápido, as secreções sanguinolentas nas fezes ficarão vermelhas. Outros sintomas
podem incluir náuseas, indigestão abdominal e cólicas abdominais. Essa dor
abdominal pode acordar à noite e pode ser aliviada com antiácidos ou leite. A dor pode
ser sentida cerca de 2 a 3 horas depois de comer.
Diagnóstico
Endoscopia digestiva alta: É um teste no qual um tubo fino com uma câmera
na ponta é inserido na boca e no trato gastrointestinal para ver o estômago e o
intestino delgado. Durante a endoscopia, seu médico também pode realizar uma
biópsia do revestimento do estômago para testar a presença de Helicobacter pylori.
Outros exames de imagem, como a radiografia, também podem ser realizados com a
mesma finalidade. Para diagnosticar a causa subjacente de uma úlcera péptica,
alguns testes podem ser necessários, como testar a presença da bactéria
Helicobacter pylori, que causa a úlcera. Os exames utilizados neste caso são: Exames
de sangue e fezes.

ÚLCERAS GÁSTRICAS

Fonte: mdsaude.com

É uma ferida no estômago que piora quando os fluidos gástricos entram em


contato com a ferida, pois esse fluido é ácido, causando mais irritação e inflamação
na área afetada. A principal causa de úlceras estomacais é a presença de Helicobacter
pylori no estômago, mas esse problema também pode surgir de estresse ou má
alimentação.
24
Causas: Helicobacter pylori: Este microrganismo pode atacar o revestimento
do estômago em pessoas propensas à doença. As úlceras tendem a desaparecer
quando a infecção é erradicada, aspirina e anti-inflamatórios: o uso continuado desses
medicamentos pode levar ao aparecimento de úlceras;
Estresse: o estresse, entre outros efeitos nocivos, estimula a produção de
ácidos que atacam o revestimento do estômago e do duodeno. (CARVALHO, 2013).
Diagnóstico: O principal exame para o diagnóstico de úlceras é a endoscopia,
que é um exame realizado sob sedação que permite a observação direta do esôfago,
estômago e duodeno. Raios-X e análise de ácido gástrico são métodos úteis em
alguns casos, mas não estão em uso atualmente.

Sinais e Sintomas:
 Dor e/ou sensação de queimação na área entre o esterno e o umbigo,
especialmente com o estômago vazio, pois não há comida para digerir e o ácido pode
irritar a ferida;
 Dor que acorda o paciente à noite e passa com alimentos ou antiácidos;
 Características dolorosas de úlceras duodenais que desaparecem com a
comida e depois reaparecem (dor-comer-dor-comer-dor).
 Vômitos com sangue;
 Fezes escuras ou vermelhas, indicando a presença de sangue.

ÚLCERAS DUODENAIS

As úlceras duodenais consistem em erosões da mucosa que recobre o interior


do duodeno causadas pela ação corrosiva dos sucos gástricos. É uma doença crônica
e, embora se cure em poucas semanas, ela volta várias vezes. Segundo CARVALHO
(2013), as úlceras duodenais acometem principalmente indivíduos entre 55 e 65 anos,
enquanto as úlceras gástricas acometem em média homens de 25 anos e mulheres
de 45 anos.
A formação de úlcera depende da ação corrosiva dos sucos gástricos que
passam pelo duodeno. Em condições normais, a quantidade certa de ácido produzido
no estômago chega ao duodeno, onde se mistura com os alimentos e é neutralizado
por secreções alcalinas nos intestinos.

25
Fonte: felipegastro.com.br

A úlcera duodenal deve-se principalmente ao aumento da secreção de suco


gástrico, que supera os fatores defensivos e eventualmente corrói a parede duodenal.
Os fatores associados incluem todos os fatores que determinam o aumento das
secreções gástricas, principalmente estresse, tabagismo e uso regular de
medicamentos como ácido acetilsalicílico (aspirina) e outros anti-inflamatórios.

A prevalência de úlceras pépticas diminuiu significativamente nas últimas


décadas, mas continuam sendo um importante problema de saúde pública
devido às enormes perdas econômicas e custos médicos associados. A
diminuição da produtividade do trabalhador, atividade restrita, afastamento
do trabalho, consultas médicas e internações são os principais reflexos da
alta incidência de úlceras pépticas (ABNER et al., 2021).

Sinais e Sintomas: O principal sintoma é a dor localizada na parte média


superior do abdome, geralmente se estendendo para o lado direito. Os sinais e
sintomas variam de pessoa para pessoa: alguns se queixam de dor intensa, alguns
se queixam de uma leve sensação de queimação e, em alguns casos, foi descrita
como uma fome dolorosa. A intensidade também varia de condição para condição, de
leve desconforto a dor que parece passar do abdômen para as costas.
A mais constante é sua incidência, geralmente associada às refeições: a dor
desaparece apenas quando algum alimento é ingerido ou uma substância alcalina é
ingerida, reaparece depois de um tempo e aumenta gradativamente de intensidade
26
até a próxima refeição. A dor geralmente ocorre à noite e é tão intensa que o paciente
acorda e só é aliviado pela ingestão de algum alimento, um copo de leite ou outros
produtos alcalinos. Outras apresentações comuns incluem náusea, que pode ser
acompanhada de vômito e regurgitação ácida. Esses sintomas aparecem em quase
metade dos casos, embora a intensidade varie. O vômito de uma pequena quantidade
de suco gástrico pela manhã com o estômago vazio é comum.
Diagnóstico: O exame mais confiável para o diagnóstico é a endoscopia
digestiva alta, e as úlceras raramente são malignas. Com a endoscopia, uma biópsia
pode ser feita para determinar a presença de malignidade.

8 OSTOMIAS

O termo ostomia deriva da palavra grega estoma, que se refere à abertura de


uma nova boca construída por meio cirúrgico com o objetivo de exteriorizar vísceras
ocas do corpo humano. Em termos de epidemiologia, dados de 2009 indicam que no
Brasil, anualmente são realizados 1,4 milhões de procedimentos cirúrgicos que
resultam em estomias (LENZA, 2011), cuja prevalência está relacionada aos tratos
gastrointestinais e genitourinários, exercendo primordialmente as funções de desvio
ou descompressão (SILVA, SILVA, CUNHA, 2012).
Em relação aos procedimentos no cólon,

[...] os desvios são usados principalmente para procedimentos traumáticos e


eletivos no reto distal para proteger a anastomose intestinal de contaminação
fecal e complicações subsequentes. A descompressão colônica é usada para
restaurar o fluxo fecal em tumores obstrutivos e volvo de sigmóide (WAHL,
HASSDENTEUFEL, HOFER, JUNGINGER, 1997 apud, OLIVEIRA, SILVA,
SILVA, FREITAS, RODRIGUES, CALDEIRA, 2018).

Em uma ostomia, uma colostomia pode ser realizada em nível eletivo ou de


emergência, ou pode ser classificada como uma ostomia temporária ou permanente,
dependendo do motivo e da finalidade para a qual o dispositivo foi construído
cirurgicamente. (ZAFAR, CHANGOOR, WILLIAMS, ACOSTA, GREENE, FULLUM, et
al., 2016).
As principais indicações para seu uso atual são proteção de anastomose
ileosigmóide, volvo de sigmóide, câncer colorretal, diverticulite, doença inflamatória
intestinal e trauma. Os principais tipos cirúrgicos de colostomia são Hartmann

27
(terminal), anel, tubo duplo e colostomia de Paul-Mikulicz. A indicação, a experiência
do cirurgião, o estado geral do paciente e a localização do intestino onde é realizada
a colostomia são determinantes do tipo de escolha. A ostomia, especialmente a
colostomia, é bastante consistente no tratamento da doença colorretal, mas tal
procedimento pode levar a uma variedade de complicações. Estes apresentam alta
morbimortalidade, o que leva a uma diminuição da qualidade de vida dos estomizados
(HENDREN, HAMMOND, GLASGOW, PERRY, BUIE, et al., 2015).
As complicações podem ser classificadas como recentes ou tardias, resultando
em internações hospitalares mais longas, taxas de readmissão mais altas e custos
hospitalares mais elevados (MESSARIS, SEHGAL, DEILING, KOLTUN, STEWART,
MCKENNA, et al., 2012).
As complicações a curto prazo incluem principalmente local inadequado,
esfoliação da pele, retração ou necrose do estoma, desidratação e extravasamento
do conteúdo do cólon, etc., causando danos à pele. O estágio tardio é principalmente
hérnia paraestomal, prolapso de estoma, estenose, fístula, dermatite ou abscesso
periostoma. Complicações sistêmicas também podem ocorrer, principalmente
relacionadas a distúrbios hidroeletrolíticos em estomas de alto deslocamento, anemia,
pneumonia e sepse (SHABBIR, BRITTON, 2010).
A atenção à saúde do colostomizado é regulamentada e garantida pelo Decreto
nº 400, de 16 de novembro de 2009, que assegura o atendimento das necessidades
do colostomizado nas unidades básicas de saúde e serviços profissionais, incluindo a
promoção do autocuidado, promoção do cuidado à saúde, prevenção de
complicações, fornecimento de coletores e dispositivos assistivos e treinamento de
profissionais de saúde (BRASIL, 2009).
O atendimento e o acompanhamento desses pacientes devem ser realizados
por profissionais tecnicamente especializados e qualificados, visando reduzir o
número de complicações e proporcionar aos pacientes um atendimento
multiespecializado e personalizado, o que tem demonstrado auxiliar na recuperação
e estimular o autocuidado (MIRANDA, LUZ, SONOBE, ANDRADE, MOURA, 2016). A
orientação sobre os cuidados e prevenção de complicações relacionadas à estomia
deve ser complementada por suporte emocional dedicado, que pode ser fornecido em
sessões de aconselhamento individual ou em grupo para minimizar o impacto
psicológico e social (SPIERS, SMITH, SIMPSON, NICHOLLS, 2016).

28
A estomia ainda é um fenômeno que produz múltiplos efeitos psicossociais que
afetam diretamente a qualidade de vida dos pacientes após a cirurgia. Compreender
que a perda do controle voluntário sobre a excreção fisiológica e a convivência diária
com uma bolsa presa ao abdômen podem levar à perda da autoestima, sintomas
depressivos, isolamento social, imagem corporal preconceituosa, ruptura das relações
conjugais e privação da liberdade humana (WU, BOUSHEY, POTTER, STACEY,
2014).

8.1 Tipos de ostomias

As estomias intestinais são feitas em alças com mobilidade e comprimento


adequados, que facilitem sua exteriorização através da parede abdominal. Dessa
maneira os segmentos mais apropriados para a confecção de uma estomia intestinal
são o íleo, o cólon transverso e o sigmoide, podendo ser temporárias ou definitivas,
terminais ou em alça (ROCHA, 2011).
Normalmente as temporárias possuem duas bocas e são realizadas em alça,
possibilitando o restabelecimento do trânsito intestinal com fechamento da estomia
sem necessitar de laparotomia. As definitivas geralmente são realizadas com
frequência após amputação do reto ou sigmoide, não existindo a possibilidade de
restabelecer o trânsito intestinal. As estomias do segmento distal do intestino delgado
(íleo) são denominadas ileostomias e as do intestino grosso são as colostomias
(ROCHA, 2011).

Ileostomia

29
Fonte: felipegastro.com.br

A ileostomia é confeccionada na parede do íleo distal e exteriorizada através


do quadrante inferior direito da parede abdominal anterior, com objetivo de desviar o
efluente para o meio exterior. O ideal é que seja com protrusão de cerca de 3
centímetros e aspecto mamilar, para melhor adaptação do equipamento, devido
característica irritante do efluente que oferece risco de lesão da pele periestomia.
Torna-se funcionante em dois a três dias após a realização da cirurgia, necessitando
a utilização de equipamento coletor para contê-lo (PAULA; SPERANZINI, 2014;
ROCHA, 2011; SANTOS; CESARETTI, 2015).
As mais comuns são a terminal e a ileostomia em alça. A ileostomia terminal é
indicada na colectomia total que exige a retirada parcial do íleo e não há como
restabelecer o trânsito intestinal. (PAULA; SPERANZINI, 2014). A confecção de uma
ileostomia em alça é indicada nos casos de obstrução do cólon, e no caso de proteção
de anastomoses colônicas de risco e derivação em casos de sepse perianal ou de
fístula retovaginal (PAULA; SPERANZINI, 2014; HABR-GAMA; SCANAVINI NETO;
ARAÚJO, 2015).

Colostomia

Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com

A colostomia é confeccionada a partir de uma abertura realizada na parede do


intestino grosso, com exteriorização da alça intestinal no abdome anterior para desviar
o efluente para o meio exterior. Normalmente é confeccionada para tratamento de
pacientes com obstrução intestinal devido a neoplasias (PAULA; SPERANZINI, 2014).

30
O local em que será confeccionada a estomia depende da doença, da urgência
do procedimento e das condições clínicas do paciente, sendo feita geralmente onde
há mobilidade do cólon, como ceco, cólon transverso e sigmoide, podendo ser
classificadas de acordo com o modo e o local em que são confeccionadas, como a
colostomia em alça, colostomia terminal, colostomia úmida e a colostomia perineal
(PAULA; SPERANZINI, 2014).
Colostomia é identificada através da porção do intestino grosso que é
exteriorizada, sendo que a consistência da evacuação varia de acordo com a região
em que o intestino sofreu interrupção. São basicamente quatro tipos de colostomia:
colostomia ascendente, colostomia transversa, colostomia descendente e colostomia
sigmoide.
Usualmente a colostomia em alça é realizada em caráter temporário, podendo
ser confeccionada no cólon transverso (quadrante superior direito ou esquerdo do
abdome) ou sigmoide. Escolhido o segmento que será exteriorizado, uma laparotomia
ou uma incisão direta no quadrante onde ficará localizada são as técnicas de escolha
para confecção da estomia. Um cateter de polietileno é utilizado para sustentação da
alça exteriorizada e para evitar a retração da mesma, sendo removido em torno de
dez dias (PAULA; SPERANZINI, 2014).
No caso da colostomia ser terminal, geralmente é confeccionada no quadrante
inferior esquerdo do abdome, devendo a alça ser exteriorizada sem tensão excessiva
e com suprimento sanguíneo adequado, com abertura que permita a passagem de
dois dedos a fim de não “angustiar” o segmento e permitir que o procedimento de
irrigação da colostomia seja realizado futuramente pelo paciente. A protrusão da
colostomia terminal varia de 1 a 1,5 centímetros (PAULA; SPERANZINI, 2014). Com
boca proximal funcionante e a distal sepultada, conhecida como “Hartmann”.

31
Foto: image/jpeg

Outro procedimento também realizado é a colostomia úmida, que está indicada


nos casos em que é necessário o desvio concomitante das vias fecal e urinária, sendo
então confeccionada uma estomia em alça com dupla boca para esta finalidade,
permitindo a drenagem de urina, na porção distal, sem contato com o efluente
intestinal que é drenado na porção proximal. Uma válvula antirrefluxo é realizada na
anastomose dos ureteres com o conduto urinário para evitar o refluxo de urina; um
bastão de sustentação é mantido para evitar a retração do estoma e um cateter do
tipo pig tailé introduzido na porção distal (derivação urinária), sendo mantido por
quinze dias (PAULA; SPERANZINI, 2014; BANDEIRA; GUIMARÃES, 2015).
As fezes ou efluentes apresentam características variadas dependendo da
localização anatômica em que foi confeccionada a colostomia. Os efluentes da
colostomia em alça ascendente, exteriorizada no quadrante inferior direito, têm
consistência que varia de líquida à pastosa; na colostomia em alça transversa,
exteriorizada no quadrante ou superior direito ou esquerdo do abdome, as fezes têm
uma consistência que variam de pastosa à semiforçada; na colostomia descendente,
exteriorizada no quadrante inferior esquerdo, as fezes têm uma consistência variando
de semissólida à formada e a estomia realizada no cólon sigmoide, neste caso, as
fezes são mais consistentes e/ou sólidas (SANTOS; CESARETTI, 2015).

32
8.2 Cuidados com estomias intestinais

O enfoque do cuidado com o paciente estomizado é em sua reabilitação, tendo


em vista o autocuidado nessa nova fase da vida. É necessário desenvolver formas de
abranger o indivíduo na sua totalidade e personalidade, de modo que promova e
facilite sua adaptação. Além das condições gerais, normalmente desencadeadas
nessa etapa, deve-se destacar a avaliação do estado nutricional, do padrão prévio de
eliminação intestinal para analisar a existência e característica de alergias, as
condições da parede abdominal e as deficiências físicas que interfiram nas destrezas
e nas habilidades do autocuidado. É importante que haja a demarcação prévia do local
do futuro estoma, de modo a facilitar e promover o autocuidado e beneficiar a
qualidade de vida do paciente (SCHWARTZ et al., 2012).
A Associação Brasileira de Estomaterapia (SOBEST) disponibilizou em seu site
uma cartilha de cuidados as pessoas estomizados, elaborada pelo Ministério da
Saúde vinculado ao Instituo Nacional do Câncer (INCA). A cartilha aborda os cuidados
a serem tomados com relação à bolsa coletora, estoma, a pele ao redor do estoma,
alimentação, tipos de roupas a serem usadas, entre outras informações (BRASIL,
2003).
O paciente estomizado necessita tomar alguns cuidados para prevenir
possíveis complicações, sendo assim, é importante saber qual o melhor tipo de coletor
a ser usado, de uma ou duas partes, estar atento ao tamanho do coletor, que deve
ser o tamanho do estoma, é importante saber quando o esvaziar e quando trocá-lo
também. Além disso, é de suma importância estar atento ao aspecto do estoma,
quanto a sua cor, brilho, umidade, tamanho e forma. O estoma deve ser limpo de
forma que não agrida sua integridade, além disso, é importante que qualquer alteração
seja comunicada ao profissional de saúde. A pele ao redor do estoma deve ser limpa
com água e sabão, evitando o uso de produtos adicionais que possam causar irritação,
também é importante expô-la ao sol da manhã por um período de 10 a 15 minutos,
protegendo o estoma com uma gaze (BRASIL, 2003).

A – Ileostomia; B – Colostomia.

33
Fonte: CONVATEC (2018)

8.3 Equipamentos coletores e adjuvantes

Os equipamentos coletores para estomia de eliminação intestinal e urinária são


basicamente as bolsas de sistemas únicos ou compostos, descartáveis, que se fixam
à pele, ao redor do estoma, e que tem como propósito coletar os efluentes (ESPÍRITO
SANTO, 2017). Já os equipamentos adjuvantes de proteção e segurança são as
barreiras protetoras de pele os insumos de auxílio na fixação da placa. Esses materiais
devem ser fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pelos planos de saúde
privados de forma adequada, para isso é imprescindível que se avalie as qualidades
essenciais, sendo elas o ajustamento adequado ao estoma que garante a integridade
da pele periestoma, o fácil manuseio e a longa duração de sua adesão a pele a fim de
economizar, o coletor não deve evitar o vazamento do efluente e prevenir a irritação
da pele (HEY; NASCIMENTO, 2017).
Equipamentos coletores.

A – Sistema de 1 peça;

34
Fonte: Pedroza (2015).

B – Sistema de 2 peças;

Fonte: Pedroza (2015).

C – Bolsa drenável;

35
Fonte: Pedroza (2015).

D – Sistema fechado

Fonte: Pedroza (2015).

8.4 Complicações das estomias intestinais

Um estoma saudável é protuso, úmido, brilhante, de coloração róseo-


avermelhada e livre de lesões. A realização inadequada de cuidados pode ocasionar
diversas complicações ao estoma e pele periestoma, como por exemplo: lesões de

36
pele em vários níveis, hérnias, infecção, estenose, prolapso, retração, entre outras
(AGUIAR et al., 2011).
As complicações são classificadas em imediatas, precoces e tardias, podem
estar relacionadas à falta de demarcação pré-operatória, à técnica cirúrgica e aos
cuidados pósoperatórios. Entre as complicações imediatas podem ocorrer
hemorragias, isquemia, necrose e edema; já em complicações precoces há retração,
descolamento mucocutâneo, evisceração periestomia e fístula periestomia; nas
complicações tardias também podem ocorrer retração, estenose, prolapso e hérnia
paraestomia. Entre as complicações da pele periestomia há a dermatite de contato ou
irritativa, alérgica, por trauma mecânico e foliculite (PAULA; MATOS, 2015).
 Sangramento: considerado pouco frequente, caracterizado pela perda
sanguínea na linha de sutura mucocutânea, por hemostasia inadequada de vasos
situados no tecido subcutâneo ou submucoso. Pode levar a hematomas na parede
abdominal ou no mesentério e se não tratadas adequadamente, podem comprometer
a vascularização do segmento exteriorizado (PAULA; MATOS, 2015).
 Isquemia e necrose: podem ocorrer quando há redução do suprimento
sanguíneo no local, alterando a coloração do estoma, é mais comum nos primeiros
cinco dias após a realização da cirurgia. O estoma perde sua coloração normal ficando
descorado, pode acontecer em sua totalidade ou apenas uma parte dele. A necrose é
a consequência da progressão da isquemia (PAULA; MATOS, 2015).
 Edema: ocorre com frequência, pode ser considerada uma resposta
fisiológica ao trauma cirúrgico. É de extrema importância que o manuseio da alça
intestinal que será exteriorizada pela equipe cirúrgica seja realizado com cuidado
(PAULA; MATOS, 2015).
 Retração: pode ser completo ou incompleto, acontece devido à redução do
estoma, ficando inferior à superfície da pele. Acarreta como consequência a não
aderência da bolsa coletora que causa um escoamento de fezes e dermatite de
contato ou irritativa (PAULA; MATOS, 2015).
 Descolamento mucocutâneo: caracterizada pela deiscência parcial ou total
da linha de sutura entre a borda do segmento intestinal exteriorizado e a pele do
orifício cutâneo da parede abdominal, pouco frequente. Comumente precedida por
infecção com supuração ou celulite e edema (PAULA; MATOS, 2015).

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 Evisceração periestomia: complicação grave e rara, pode ocorrer no pós-
operatório imediato, havendo exteriorização de vísceras pela abertura na parede
abdominal onde foi exteriorizada a estomia (PAULA; MATOS, 2015).
 Fístula periestomia: caracterizada pela comunicação irregular do estoma e
a pele periestoma, sendo um fator predisponente a doença de Chron, ou pela técnica
realizada na intervenção cirúrgica e os cuidados realizados após a intervenção
(OLIVEIRA, 2014).
 Estenose: redução da abertura do estoma, tornando difícil o escoamento do
efluente, podendo levar à obstrução intestinal. Comumente causado pela doença de
Chron quando possui inflamação no estoma ou na pele periestoma e hiperplasia
(OLIVEIRA, 2014).
 Prolapso: ocorre quando há exteriorização de segmento da alça intestinal,
em extensão variável, através do orifício da estomia, podendo acontecer devido à
elevação da pressão abdominal após o procedimento, aumento de peso, quando o
intestino é suturado de maneira errônea na parede do abdômen, ou quando acontece
uma ampla fissura na parede abdominal no instante da sutura do estoma (OLIVEIRA,
2014).
 Hérnia paraestomia: caracterizada pela protuberância de vísceras
abdominais através do trajeto da estomia e contidas pela pele. Ocorrência comum,
sem medidas reais para evitá-la (PAULA; MATOS, 2015).
 Dermatite de contato ou irritativa: acarretada pela forma errada de aderir
a bolsa coletora à pele deixando espaços, o que leva ao contato das fezes com a pele,
lesionando-a. Seu meio de prevenção se dá por limpeza adequada da pele periestoma
com água e sabão, além da colocação da bolsa de maneira adequada, podendo ser
tratada com pomadas específicas para estomas. Esse tipo de dermatite é a mais
comum da pele periestoma, normalmente são molhadas, com eritema e dolorosas
(DINIZ et al., 2013).
 Dermatite alérgica: contraída através dos materiais utilizados, tanto a bolsa
coletora quanto por outros produtos usados na pele periestoma (OLIVEIRA, 2014).
 Dermatite por trauma mecânico: quando a remoção da bolsa é realizada
de forma errônea provocando traumas, lesionando a pele periestoma e também pela
higiene exagerada, deixando a pele sensível, além de ser decorrente de excesso de
trocas da bolsa coletora (OLIVEIRA, 2014).

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 Foliculite: advém da raiz dos pelos, é formada por uma infecção provocada
por um vírus, bactérias ou fungos, na maioria das vezes ocasionada pela bactéria
Staphylococcus aureus. Apresenta-se pela pele minúsculas espinhas, rubor e
inflamação. Recomenda-se higienização com água limpa e sabão neutro, secar
suavemente sem friccionar a área afetada, evitando lesões, realizar compressa morna
para minimizar a algia e prurido. Tem-se como fatores predisponentes a dermatite de
contato ou irritativa, sobrepeso e exposição longa de roupas que seguram o calor
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA, 2017).

8.5 Cuidados de enfermagem e o autocuidado em estomaterapia

O primeiro curso oficial de Estomaterapia do mundo data de 1961, que teve


como primeiros alunos os próprios estomizados e algumas enfermeiras. A partir de
então, o tema ganhou crescente interesse, visibilidade e aperfeiçoamento, o que
culminou posteriormente no entendimento da especialidade como uma formação
profissional da área de Enfermagem, surgindo então as organizações profissionais,
associações de pacientes, eventos científicos na área. A partir de 1980, o World
Council of Enterostomal Therapists (WCET) estabeleceu a Estomaterapia como
especialidade em Enfermagem (SANTOS; CESARETTI, 2015).
No Brasil, o primeiro curso de especialização em Estomaterapia foi ofertado
pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, em 1990,
perceptivelmente recente. Em 1992 foi fundada a Sociedade Brasileira de
Estomaterapia (Sobest), denominada atualmente de Associação Brasileira de
Estomaterapia, um importante marco para a história brasileira na área (SANTOS;
CESARETTI, 2015).
O enfermeiro estomaterapeuta é referência em apoiar e reintroduzir o paciente
com ostomia na coletividade, orientando para o cuidado próprio, possibilitando uma
condição de vida melhor, visto que, em razão das modificações experimentadas com
sua atual situação, como mudanças de sua aparência física, transformação na
maneira de eliminar produtos vesicais e intestinais, há dificuldade na assistência
ofertada pelos trabalhadores de saúde (PACZEK, 2020).
A assistência e orientação adequada à pessoa com estomia são fundamentais
para que elas tenham confiança em seu cuidado. Além do mais, acompanhar o

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paciente é essencial, tanto para a instrução a respeito ao reconhecimento precoce de
problemas no corpo periestoma, quanto para a sua reabilitação correta
(BAVARESCO, 2019).
Destaca-se, em alguns estudos, que o enfermeiro, em atividades de
estomaterapia, comumente não está ligado apenas ao cuidado direto, mas também a
tarefas administrativas de planejamento da necessidade do suporte, a atribuições
gerenciais e na coordenação dos materiais (PACZEK, 2020).
Alguns profissionais de enfermagem remetem-se à ostomia como sendo
estritamente um orifício no intestino que se inteira com o espaço exterior e tem como
finalidade a expulsão de fezes. Outros a apontam como a porta de um órgão para a
parte externa do corpo. Essa análise não está totalmente incorreta, porém os
trabalhadores não possuem o entendimento básico primordial para a assistência
(OLIVEIRA, LOPES E DECESARO, 2017).
Frente à indicação quanto à orientação do indivíduo com ostomia, pesquisas
exibem a inserção de serviços educativos, como o conteúdo de recuperação
aprimorada no pós-cirúrgico, um avanço perioperatório categorizado com instrução
longa em relação à ostomia, envolvem diminuição no período de internação e redução
da quantidade de complicações referentes à ostomia (BAVARESCO, 2019).
Nota-se que existe deficiência de multidisciplinaridade e troca de saberes
profissional. A atividade em conjunto viabiliza um contato maior entre enfermeiros e
demais profissionais de saúde, e suas práticas criadas para cuidar do paciente com
ostomia colaboram para o desenvolvimento do trabalho de saúde e para as mudanças
nas intervenções que influenciam na saúde coletividade (OLIVEIRA, LOPES E
DECESARO, 2017).
Nota-se que, além da preocupação dos trabalhadores em adquirir a aptidão na
sua área, é, também, dever da empresa incentivar as pessoas na procura pela
aprendizagem, oferecendo inovações contínuas para retribuir às perspectivas
comercial e viabilizando uma melhora na assistência aos pacientes (OLIVEIRA, 2019).
Na fase pós-operatória, o enfermeiro resgatará a orientação do autocuidado
com a ostomia e sua ação, tal como sua serventia, manuseio e substituição de
materiais coletores e utilização de adjuvantes, oferecimento de indicações práticas
para ajustar às circunstâncias sanitárias, recursos domiciliares destes indivíduos e

40
imprescindibilidade de adaptações no seu cotidiano, assim como explicação de dúvida
(ALENCAR, 2018).
A assistência de enfermagem é competente na ascensão do bem-estar e do
autocuidado ao indivíduo ostomizado. O atendimento de enfermagem junto aos
encontros em grupo amplia o cuidado satisfatório, proporciona cuidado à família e
ampara o paciente ostomizado a dar novo significado a vida, refazer a própria imagem
e resgatar a sua autoestima (MONTEIRO et al., 2016).
Para o progresso de práticas que assegurem o autocuidado, é imprescindível
que o profissional apoie suas condutas no saber científico, a começar das melhores
comprovações e de alusivos teóricos da área, encaminhando os propósitos, as
atitudes e as variadas maneiras de assistir (BAVARESCO et al., 2019).
Nas práticas educativas no ambiente ambulatorial têm de conceber lugares
para a atuação do paciente e percepção sobre os seus conhecimentos e ações visto
que, a conduta do profissional contribui para que o indivíduo experimente a situação
de sujeito autossuficiente e independente (MONTEIRO et al., 2016). Ao prestar o
cuidado, paciente e trabalhador partilham conhecimentos e estabelecem juntos
quanto à aceitabilidade de determinada ação e as táticas utilizadas para a eficiência
da assistência devem resultar principalmente do usuário que experimenta o cuidado
(MONTEIRO et al., 2016).
Assim, a oferta de qualificações através da educação continuada e permanente
poderia contribuir para os enfermeiros no cuidado integral, na promoção de saúde, no
domínio de patologias de base, o auxílio às complicações resultantes e a sua
preparação, aperfeiçoando a particularidade de vida dos pacientes, com redução de
internações por causas evitáveis e, por consequência, os consumos públicos,
considerando a assistência holística aos indivíduos ostomizados (OLIVEIRA, LOPES
E DECESARO, 2017).

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