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As unhas são finas lâminas semitransparentes, duras e resistentes que protegem a

face dorsal da última falange de todos os dedos das mãos e dos pés.
> Funções
> Estrutura e formação
> Roer as unhas: onicofagia
> Unhas deformadas ou descoloridas
FunçõesTopo
Apesar de actualmente lhes ser atribuído um papel basicamente estético, já que têm
sido, desde a Antiguidade, muito cuidadas e enfeitadas, as unhas desempenham um
papel essencial enquanto elementos funcionais da nossa vida quotidiana. De facto,
para além de protegerem as pontas dos dedos de todo o tipo de golpes e agressões,
as unhas servem para esfregar e arranhar, como meio instintivo de defesa perante
uma situação de perigo e para apertar, separar, dobrar e muitas outras acções que
necessitem de alguma precisão. De facto, embora as funções das unhas sejam muito
importantes, costumam passar despercebidas, já que apenas quando, por algum motivo,
as perdemos, é que ficamos a saber toda a sua importância, já que os dedos, sem as
unhas, perdem grande parte da sua funcionalidade.
Por outro lado, as unhas participam, igualmente, no sentido do tacto, constituindo
uma espécie de amplificadores sensoriais, pois aumentam as percepções desse tipo na
ponta dos dedos, já que o mínimo contacto sobre a superfície do corpo da unha ou na
sua extremidade livre proporciona a perfeita percepção do estímulo.
Estrutura e formaçãoTopo
As unhas têm uma estrutura muito semelhante à dos pêlos, pois são essencialmente
constituídas por queratina, a proteína fibrosa elaborada pelas células cutâneas,
embora também sejam compostas por mucopolissacarídeos e determinados minerais. De
facto, as unhas são, à semelhança dos pêlos, produzidas pelas células da epiderme
encarregues da produção de queratina.
Ao longo da face dorsal da falange distal de cada dedo, a epiderme dobra-se sobre
si própria, penetrando na derme, através de uma zona, denominada sulco ungueal,
onde as duas camadas da epiderme se encontram face a face, uma virada para cima,
denominada eponíquio, e outra para baixo, o hiponíquio ou leito ungueal, de modo a
proporcionarem a formação da unha. A partir do exterior, não é possível observar
toda a extensão do leito ungueal, já que existe uma parte, precisamente a que
fabrica a unha, denominada matriz ungueal, que fica oculta por detrás do sulco
ungueal. Embora a epiderme pertencente ao eponíquio se desenvolva normalmente e
forme todas as camadas que lhe são próprias, a epiderme do leito ungueal, não
costuma formar uma camada córnea normal, já que as suas células elaboram uma
queratina muito mais dura que, posteriormente, sai do sulco ungueal e desliza sobre
o leito ungueal, de modo a constituir a lâmina resistente que corresponde à unha
propriamente dita.
A unha é constituída por várias partes. A porção da unha que não é observável a
olho nu, por se encontrar oculta pela dobra da epiderme, denomina-se raiz ungueal.
A porção visível denomina-se corpo ou lâmina ungueal, sendo da sua extremidade
livre que sobressai da ponta do dedo. A zona do corpo da unha próxima à raiz
apresenta um sector, denominado lúnula, especialmente visível no dedo polegar e no
primeiro dedo do pé, com a forma de meia-lua e com uma cor mais clara,
correspondente a uma parte da matriz ungueal, sendo igualmente a parte onde a
lâmina tem uma maior espessura e não deixa transluzir a cor rosada da derme
subjacente. Em condições normais, o resto da unha é translúcida, deixando
transparecer a cor do tecido subjacente, que lhe proporciona a cor rosada, já que
apenas a lúnula e a extremidade livre que sobressai da ponta do dedo são brancas.
Quando se pressiona a unha, constata-se que esta fica mais clara, devido ao facto
de a pressão dificultar a irrigação da derme, mas ao libertar-se imediatamente a
pressão, a unha volta a ganhar a sua cor, sendo esta uma das técnicas utilizadas
para avaliar o funcionamento da circulação.
Relativamente às dobras existentes nas extremidades da unha, à excepção da
extremidade livre, é possível distinguir as dobras ou valas laterais e a cutícula,
que reveste parte da lúnula.
Informações adicionais
Roer as unhas: onicofagiaTopo
Embora seja muito comum que as crianças roam as unhas, caso se mantenha este
hábito, menos frequente entre os adolescentes e os adultos, ao longo dos anos, pode
evoluir para uma doença denominada "onicofagia", que normalmente constitui uma
forma de evidenciar um certo conflito psicológico e emocional. De facto, como
nestes casos não se trata apenas de um "mau hábito", deve-se encontrar a causa do
problema, pois pode corresponder uma via de escape perante qualquer situação de
angústia, uma forma de expressar um sentimento de insegurança, de saudade e
abandono ou de cólera reprimida, ou ser sinal de um estado de ansiedade.

Embora existam inúmeros recursos e remédios caseiros para se proceder à eliminação


deste "hábito" nas crianças, como por exemplo, pintar as unhas com um verniz de
sabor desagradável ou ligar os dedos, aplicar uma série de castigos caso se efectue
o gesto ou, por outro lado, promessas caso se deixe o hábito, os resultados
positivos costumam ser fracos, já que não se procede à eliminação da principal
causa, pois o tratamento deve passar pelos recursos externos, como a análise e
correcção das causas que levam a criança a roer as unhas. Por isso, o mais
conveniente é analisar a situação específica de cada caso e proceder-se ao seu
tratamento adequado, que muitas vezes necessita de psicoterapia individual ou
familiar.

Unhas deformadas ou descoloridasTopo


Existem inúmeros traumatismos e afecções que podem provocar deformações ou
alterações na cor das unhas. Qualquer tipo de lesão ou irritação na matriz ungueal
e o contacto com produtos químicos agressivos pode originar um espessamento da unha
ou a formação de estrias e fissuras. Para além disso, existem algumas doenças, como
a psoríase e as infecções provocadas por fungos, que também podem provocar o mesmo
tipo de efeito. A anemia por carência de ferro e várias doenças cardiopulmonares
que provoquem um défice de oxigenação podem favorecer a produção de unhas em forma
de colher. Existem igualmente inúmeras afecções que podem perturbar pontualmente o
crescimento da unha e originar o aparecimento de uma estria transversal persistente
que se irá deslocar à medida que a unha cresce até alcançar a extremidade livre da
mesma.

Existem várias causas que podem alterar a coloração das unhas. Um traumatismo pode
provocar o aparecimento de uma ou mais zonas esbranquiçadas que se irão deslocar
com a própria unha à medida que esta cresce, uma infecção bacteriana pode fazer com
que a unha adopte uma cor esverdeada, uma infecção por fungos pode proporcionar uma
descoloração, uma afecção hepática pode conferir uma coloração amarelada às
unhas...

Em suma, como existem inúmeras possíveis causas para as deformações e alterações da


cor das unhas, umas banais e outras mais sérias, convém que seja o médico a
detectar a sua origem e a determinar, caso seja necessário, o tratamento mais
adequado para cada caso

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