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Avaliação Neurológica

Simplificada
Tiago Veloso Neves
Definição
• Um procedimento semiológico que visa identificar incapacidades
físicas decorrentes da hanseníase

• Voltada especialmente para incapacidades dos olhos, mãos e


pés
Quando fazer?
• No diagnóstico da doença, a cada 3 meses se não houver
queixas e na alta.

• Quando existir queixa ou episódio reacional hansênico, repetir


mensalmente ou quinzenalmente.
Quem pode/deve fazer?
• Todos os profissionais capacitados (de maneira geral, médico,
enfermeiro, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional...)
Complicações da Hanseníase
• Olhos: lagoftalmo, ectrópio, entrópio, úlcera de córnea, catarata,

• Mãos: atrofia muscular, garra, úlceras, mão caída, fraqueza


muscular, hipoestesia, reabsorções, amputações, contraturas

• Pés: atrofia muscular, garra, úlceras, pé caído (“equino”), fraqueza


muscular, hipoestesia, reabsorções, amputações, contraturas
Face
• Inspecionar os olhos

• Testar a sensibilidade dos olhos com fio dental branco sem sabor
(se o paciente piscar, está OK)

• Testar a força muscular nas pálpebras

• Testar a função visual por meio da escala de Snellen


Membros superiores
• Inspecionar as mãos

• Palpar os nervos ulnar, radial e mediano

• Testar a função motora nos movimentos de abdução do dedo


mínimo (n. ulnar), abdução do polegar (n. mediano) e extensão
do punho (n. radial)

• NOTA DO PROFESSOR: avaliar a força muscular /função motora


em quantidade e qualidade, de forma isotônica, não isométrica
Membros inferiores
• Inspecionar os membros inferiores

• Palpar os nervos fibular comum e tibial posterior

• Testar a função motora dos movimentos de extensão do hálux e


dorsiflexão do tornozelo (n. fibular)

• A integridade do n. tibial pode ser observada no trofismo da


musculatura do pé (mm. Intrínsecos) e ao ficar na ponta dos pés
Membros inferiores
• NOTA DO PROFESSOR: avaliar a força muscular/função motora
em quantidade e qualidade, de forma isotônica, não isométrica
Estesiometria
• Testar as mãos e os pés

• 3 toques com os fios verde e azul, 1 toque com os demais

• A estesiometria é INDISPENSÁVEL na Avaliação Neurológica


Simplificada
Grau de Incapacidade
• Uma medida objetiva

• Limitação terminológica: deficiência/incapacidade

• Varia de 0 a 2

• Maior Grau
Grau de Incapacidade
• Um bom indicador epidemiológico

• Traz luz sobre a precocidade do diagnóstico


Soma/Escore de Olhos, Mãos e Pés (OMP)
• A soma de todos os graus de cada região do corpo, variando de
0 a 12

• É mais sensível do que o Escore OMP

• Não é um bom indicador clínico individual, mas para o coletivo, é

• Também é conhecido como Escore EHF


Referências
• BRANDSMA, JW; VAN BRAKEL, WH. WHO Disability Grading: operational definitions. Lepr Rev 2003, 74: 366-
373.

• BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de Prevenção de Incapacidades. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.

• BRASIL. Portaria nº 149 de 3 de Fevereiro de 2016. Diário Oficial da União, Ministério da Saúde, Brasília, DF, seção
1. p.45.

• EBENSO, J.; EBENSO, B. E. Monitoring impairment in leprosy: choosing the appropriate tool. Lepr Rev 2007; 78:
270–280.

• NEVES, T.V.; et al. GRAU DE INCAPACIDADE FÍSICA E ESCORE OLHOS MÃOS-E-PÉS EM PACIENTES
HANSÊNICOS PÓS-ALTA. Revista de Atencao Primaria a Saude, v. 18, n. 3, 2015.

• VAN BRAKEL, WH; REED, NK; REED, DS. Grading Impairment in Leprosy. Lepr Rev, 1999, 70: 180-188.

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