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Quais são as estratégias

farmacológicas HPB
Quadro leve
I-PSS < 7; Sem resíduo pós-miccional; Fluxo > 15ml/min
Observação e acompanhamento. Associa-se mudança do estilo vida, com
diminuição da ingesta hídrica à noite, evitar bebidas diuréticas, rever algumas
medicações em uso.

Quadro moderado
8 < I-PSS < 19; Resíduo pós-miccional < 60 ml; 10 ml/min < Fluxo < 15ml/min
Farmacológico:
Bloqueadores alfa-adrenérgicos, essa medicação atua nos receptores
presentes no tecido estroma da glândula que determina sua contração e,
consequente, obstrução da uretra e colo vesical. Há 2 subtipos de receptores,
alfa-1a específicos da próstata e alfa-1b específico de vasos sanguíneos. Logo,
bloqueadores alfa-1a são urosseletivos com poucos efeitos sistêmicos adversos.
Maior exemplo é a tansulosina (0,4 mg). Outro medicamento muito utilizado é a
doxazosina (2-8 mg), ela tem também maior afinidade por receptores alfa-1 e
efeitos colaterais leves.
Inibidores 5-alfarredutase já vimos sua função na produção de DHT. Possui
tipos 1 e 2, sendo o tipo 2 o mais específico da próstata. Um exemplo de
medicação desse grupo é a finasterida (5 mg/dia) mantida por tempo
prolongado, cerca de 6 meses. Essa medicação diminui a necessidade de
realização de cirurgia para HPB e o risco de retenção de urina. Sua administração
precoce pode interromper a história natural da HPB. Atenção que a finasterida
reduz os valores de PSA, portanto, na vigência do tratamento deve-se
considerar duas vezes o valor do PSA para interpretação mais real.
Associação das drogas: Combina-se o benefício do primeiro grupo de aliviar
rapidamente os sintomas e o do segundo grupo que é manter esse alívio por
longo prazo.
Procedimentos: Pode-se pensar na realização de incisão prostática, que é
baseada em 2 incisões posteriores, promovendo melhora dos sintomas mas por
período limitado de 2 anos. Algumas terapias alternativas, como balão dilatador
ou termoterapia foram consideradas inadequadas por sua inconstância em
resultados.
Contraindicações
• Absolutas: IRA pós-renal e/ou resíduo pós-miccional elevado.
• Relativas: doença cerebrovascular, história de síncope, de hipotensão postural, ITU
recorrente, retenção aguda.

Quadro grave
I-PSS > 20; Resíduo pós-miccional > 60 mL; Fluxo < 10 mL/min; Hidronefrose; ITU;
Hematúria; IRA
Ressecção transuretral da próstata: padrão-ouro. Taxa de sucesso elevado +
curva de aprendizado curta + reabilitação rápida do paciente. No entanto, pode
apresentar complicações como síndrome da intoxicação hídrica em que há muita
absorção da solução hipotônica utilizada, cursando com confusão mental,
hiponatremia, náuseas, vômitos, hAS, bradicardia, distúrbios visuais.
Esse quadro apresentou importante redução de prevalência após introdução do
uso de solução fisiológica. Outras complicações: hemorragia, perfuração da
cápsula, retenção urinária pós-operatória, ejaculação retrógrada, estenose do
colo vesical, tamponamento por coágulo, TU, incontinência urinária, disfunção
erétil. As contraindicações para realização da RTU são: alterações na bacia que
não permitem posicionamento ideal e estenose uretral extensa.
Terapia a laser por via endoscópica: procedimento caro porém com menores
taxas de sangramento peroperatório, de evolução para incontinência urinária e
disfunção erétil a longo prazo.

Endoprótese
Prostatectomia é a técnica com melhores taxas de melhora dos sintomas porém
com maior morbimortalidade na tentativa de diminuir o quadro clínico. Realizada
mediante contraindicação à RTU ou por complicações após realização da RTU ou
próstata muito volumosa (100-120 g). Pode-se realizar pela técnica suprapúbica
(cirurgia de fácil aprendizado e melhor abordagem de próstatas volumoses,
porém abre a parede da bexiga com risco de fístula urinária) ou retropúbica (não
precisa abrir a bexiga, porém há prejuízo no acesso à próstata). As demais
complicações possíveis são: hemorragia, perfuração da cápsula, retenção urinária
pós-operatória, ejaculação retrógrada, incontinência urinária, disfunção erétil,
esclerose do colo vesical.

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