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Prof. Me.

Felipe Ribeiro 6
Doutorando em Fisioterapia
2021
CONTEXTUALIZAÇÃO

ESPONDILOARTRITES

▪ Sociedade Brasileira de Reumatologia:


o As Espondiloartropatias Soronegativas (Espondiloartrites) correspondem a um grupo
de doenças que apresentam as seguintes manifestações clínicas em comum:

artrite, com preferência ao acometimento das articulações sacroilíacas e da coluna vertebral

pesquisa negativa para o fator reumatóide (FR: exame de sangue)

inflamação nos tendões e ligamentos (entesites)

marcador genético semelhante (HLA-B27)


CONTEXTUALIZAÇÃO

ESPONDILOARTRITES

▪ Manifestações comuns:

✓ Comprometimento inflamatório das articulações axiais (coluna vertebral e sacroilíacas)

✓ Oligoartrite das articulações periféricas (<4 articulações) e entesite

✓ Diminuição de mobilidade da coluna (retificação) e extremidades

▪ Doenças:

ESPONDILITE ANQUILOSANTE ARTRITE PSORIÁSICA ARTRITE REATIVA

esqueleto axial interfalangianas origem


das mãos intestinal/genital
O QUE MEU PACIENTE PODE APRESENTAR?

DOR DIMINUIÇÃO DE ADM

INFLAMAÇÃO DIMINUIÇÃO DE FORÇA

ESPONDILOARTRITES

CONTRATURAS MUSCULARES EDEMA

DESVIOS POSTURAIS PERDA DE FUNÇÃO


O QUE MEU PACIENTE PODE APRESENTAR?

▪ Dor em coluna lombar baixa e parte inferior das nádegas, podendo referir para a região

posterior do membro inferior, acompanhada de rigidez após repouso, e que melhora com

exercício

▪ O paciente pode apresentar fases de melhora e de piora do quadro álgico

▪ Existe retificação da lordose fisiológica nas fases avançadas, o que passaria ser uma anquilose

total do segmento (com ausência da cifose lombar na flexão do tronco)


O QUE MEU PACIENTE PODE APRESENTAR?

▪ Também poderão surgir contratura e retração dos músculos espinais e paravertebrais, o

que limitará os movimentos na coluna vertebral

▪ Limitação da expansão torácica e diminuição dos diâmetros anteroposterior e transverso do

tórax e existe também perda de rotações e instalação de uma deformidade em cifose fixa

▪ Os movimentos na coluna cervical serão comprometidos e a deformidade resultante deste

processo será a projeção da cabeça para frente

▪ As articulações sacrolíacas (dor é a manifestação mais comum e costuma ser descrita pelo

paciente como "dor nos quadris", sentida no quadrante externo das nádegas)
AVALIAÇÃO

AVALIAÇÃO DAS MÃOS:

Anamnese História e aparecimento dos sintomas, queixa principal

Dor Localizada ou difusa, uni ou bilateral, contínua ou aguda, presente apenas em


atividades, piora à noite ou com repouso, associada a sintomas sensoriais; e
rigidez articular

Inspeção Alterações das unhas, pele, sinais inflamatórios, dactilite (inflamação – dedo em
salsicha), deformidades, assimetria versus simetria

Função ADM, força muscular (preensão palmar e pinça) e funcionalidade


AVALIAÇÃO

AVALIAÇÃO DOS PÉS

▪ Historia e aparecimento dos sintomas – Queixa principal

▪ Avaliação da dor

▪ Configuração dos pés (plantígrafo e podoscópio)

▪ ADM, força muscular


PODOSCÓPIO

PLANTÍGRAFO
AVALIAÇÃO

AVALIAÇÃO DAS ENTESES

▪ Palpação das entesites

ESTERNOCOSTAL E
TENDÃO DO CALCÂNEO E TROCANTER MAIOR ORIGEM DO ADUTOR DO ESTERNOCLAVICULAR
INSERÇÃO DA FÁSCIA PLANTAR QUADRIL E CRISTA ILÍACA C7/T1

SEM DOR DESCONFORTO DOR DEFINIDA RETIRADA


APRESENTAÇÃO

CIRTOMETRIA

▪ Axilar, xifoidiana e umbilical: diferença entre a inspiração e expiração, abaixo de 5 cm sugere


diminuição da expansibilidade torácica
APRESENTAÇÃO

SINAL DE SETA

▪ Mede a distância occipito-parede, com o indivíduo em pé


e os calcanhares encostados na parede

FLEXIBILIDADE

▪ Distância terceiro dedo – chão


▪ Distância lateral terceiro dedo - chão
▪ Banco de Wells
AVALIAÇÃO

TESTE DE SCHOBER E STIBOR

▪ Marcação inicial: intersecção da crista ilíaca póstero-superior

Teste 2ª marcação Alteração normal


Schoeber Marcação 10 cm ≥5 cm (< = limitação de
acima L5 FLEXÃO coluna lombar)
DE
Stibor Medida de S1 a C7 TRONCO ≥10 cm (< = limitação de
coluna toracolombar)
AVALIAÇÃO

TESTES PARA SACROILEÍTE (PATRICK, THRUST, GAENSLEN)

Teste de Patrick Thrust na coxa Teste de Gaenslen


Dor: Dor: Dor:
Região inguinal = coxofemoral Região posterior = sacro ilíaca Região posterior = sacro ilíaca
Região posterior = sacro ilíaca *cuidado com dores relacionadas a
alongamento de quadríceps*
AVALIAÇÃO

POSTURA
AVALIAÇÃO

MARCHA

1. Velocidade
2. Ritmo
3. Dissociação de cinturas
4. Transferência de peso TESTE DE CAMINHADA DE 10 METROS
5. Comprimento do passo
6. Base de sustentação
AVALIAÇÃO

FUNCIONAL

TUG TESTE SENTAR E


LEVANTAR
AVALIAÇÃO

FUNCIONAL: (HAQ-S)
AVALIAÇÃO

FUNCIONAL: (BASFI –ÍNDICE DE FUNCIONALIDADE DA ESPONDILITE ANQUILOSANTE)

RESULTADO: média
AVALIAÇÃO

FUNCIONAL: (BASDAI –ÍNDICE DE MEDIÇÃO DA ATIVIDADE DA DOENÇA EA)

PONTUAÇÃO:

Soma dos valores das questões 1, 2, 3, 4 e a


média dos valores da 5 e 6, dividindo este
total por 5
AVALIAÇÃO

FUNCIONAL: (ASQoL: ÍNDICE DE QUALIDADE DE VIDA EM ESPONDILITE)


▪ Cada item “sim” recebe pontuação de um, podendo chegar a um total de 18 pontos
▪ Quanto maior a pontuação, pior é a qualidade de vida
AVALIAÇÃO

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE RESPIRATÓRIA

▪ Espirômetro: respiração forçada para medir o volume de ar a cada respiração


▪ Peak-Flow: medidor de fluxo manual

Avaliam a elasticidade/rigidez dos pulmões e da caixa torácica e força


dos músculos respiratórios
AVALIAÇÃO

AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA

Aferir PA, FC, SpO2


TESTE DE CAMINHADA DE 6 MINUTOS
Observar sinais e sintomas ou
intolerância do indivíduo
FISIOTERAPIA
FISIOTERAPIA

1) Promover analgesia
2) Melhorar ADM
3) Melhorar força e resistência muscular
4) Melhorar mobilidade e funcionalidade
5) Melhorar marcha e postura (devido ao comprometimento dos pés)
6) Melhorar padrão respiratório (forma espondilítica)
7) Melhorar condicionamento cardiorrespiratório
FISIOTERAPIA

EXERCÍCIO PARA TRATAMENTO DAS MÃOS

1- Com a mão espalmada sobre a 2- Movimente o punho para cima e


mesa, retire os dedos, um de cada vez. para baixo. Repita 10 vezes.
Repita 5 vezes
FISIOTERAPIA

EXERCÍCIO PARA TRATAMENTO DAS MÃOS

3- Gire a palma da mão para cima e 4- Flexione somente a ponta do polegar. Repita
para baixo. Repita 10 vezes. 10 vezes. Faça o mesmo movimento com os
demais dedos.
FISIOTERAPIA

EXERCÍCIO PARA TRATAMENTO DAS MÃOS

5- Com o dorso da mão apoiado na 6- Com a palma da mão apoiada sobre a mesa, mova
mesa, abra e feche a mão. Repita 10 a mão para a direita e esquerda, sem mexer o braço.
vezes. Repita 10 vezes
FISIOTERAPIA

EXERCÍCIO PARA TRATAMENTO DAS MÃOS

8- Com o elástico entre os dedos, abra e feche


7- Prenda o elástico na maçaneta da porta devagar 10 vezes. Repita 3 vezes.
e puxe fazendo uma pinça, conte até 5 e
solte. Faça com todos os dedos, repetindo
3 vezes com cada dedo.
FISIOTERAPIA

EXERCÍCIO PARA TRATAMENTO DAS MÃOS

10- Role a massinha sobre a mesa, para


9- Feche a mão e aperte a massinha,
frente e para trás, sem tirar a mão da mesa,
conte até 5 e solte. Repita 5 vezes
movendo somente os dedos.
FISIOTERAPIA

EXERCÍCIOS PARA TORNOZELO E PÉ

▪ Crioterapia e criomassagem

▪ Exercícios ativos e ativo-assistidos


FISIOTERAPIA

EXERCÍCIOS PARA TORNOZELO E PÉ

▪ Liberação miofascial (pressão manual e deslizamentos)

▪ Recursos: massagem profunda

▪ Tala noturna (manter dorsiflexão e extensão dos dedos)


FISIOTERAPIA

EXERCÍCIOS PARA TORNOZELO E PÉ

▪ Alongamentos

✓ O alongamento é uma das formas mais eficazes para prevenir e tratar a fascite plantar pois a
causa mais comum da doença é a tensão da musculatura, principalmente tríceps sural e da
fáscia plantar
FISIOTERAPIA

EXERCÍCIOS PARA TORNOZELO E PÉ

Fortalecimento dos Fortalecimento dos Fortalecimento dos


músculos flexores músculos músculos eversores
plantares dorsiflexores
FISIOTERAPIA

EXERCÍCIOS PARA COLUNA LOMBAR E SACROILÍACA

▪ Aguda: mobilização articular | exercícios ativos e ativo assistidos | TENS


▪ Crônica: calor | mobilização articular | exercícios ativos e ativo assistidos | TENS

Anteversão e retroversão pélvica Dissociação de cinturas


FISIOTERAPIA

EXERCÍCIOS PARA COLUNA LOMBAR E SACROILÍACA

Hidroterapia na FASE 1: dor é a principal queixa

▪ Diminuição da dor e do espasmo muscular


▪ Manutenção da mobilidade articular
▪ Aumento da expansibilidade torácica
▪ Relaxamento
FISIOTERAPIA

EXERCÍCIOS PARA COLUNA LOMBAR E SACROILÍACA

Hidroterapia na FASE 2: quando a dor e o espasmo muscular tiverem diminuido:

▪ Condicionamento físico e cardiovascular (p. ex., aeróbio)


▪ Fortalecimento
▪ Mobilidade da coluna
▪ Correção da postura
▪ Melhora do equilíbrio e da função respiratória
FISIOTERAPIA

EXERCÍCIOS PARA MOBILIDADE DA COLUNA

Tempo Objetivo Conduta


Curto prazo Manter ADM Exercícios passivos, ativo-assistidos e ativos no
limite da dor
Mobilização intra-articular

Médio/longo prazo Aumentar ADM Alongamento


Mobilização intra-articular
Fortalecimento se houver fraqueza muscular
FISIOTERAPIA

EXERCÍCIOS PARA MOBILIDADE DA COLUNA


FISIOTERAPIA

EXERCÍCIOS PARA MOBILIDADE DA COLUNA


FISIOTERAPIA

EXERCÍCIO PARA MOBILIDADE DA COLUNA E ALINHAMENTO POSTURAL

▪ Alongamentos cervicais

▪ Alongamentos de peitorais
FISIOTERAPIA

EXERCÍCIO PARA MOBILIDADE DA COLUNA E ALINHAMENTO POSTURAL

▪ Exercícios para alinhamento postural


▪ Exercícios de consciência corporal
FISIOTERAPIA

EXERCÍCIO PARA ALINHAMENTO POSTURAL E FORTALECIMENTO MUSCULAR

Exercícios para alinhamento postural


FISIOTERAPIA

EXERCÍCIO PARA ALINHAMENTO POSTURAL E FORTALECIMENTO MUSCULAR

▪ Contração dos flexores profundos


▪ Exercícios de fortalecimento de extensores cervicais, de tronco e abdominais
FISIOTERAPIA

EXERCÍCIOS DE FLEXIBILIDADE E ALONGAMENTO

▪ Curto prazo: manter flexibilidade com


exercícios passivos, ativo-assistidos e
ativos de flexão/extensão de joelhos,
flexão/extensão de quadril

▪ Médio/longo prazo: melhorar a


flexibilidade com alongamento de
extensores e inclinadores de coluna, de
iliopsoas, reto femoral e isquiotibiais
FISIOTERAPIA

MARCHA

▪ Comprometimento do esqueleto axial: alterações posturais e diminuição da mobilidade da


coluna vertebral

▪ Deformidades:

PÉS METATARSOFALÂNGICAS INTERFALÂNGICAS

Prejudica fase de Prejudica fase de Prejudica fase de


apoio impulsão equilíbrio
FISIOTERAPIA

EXERCÍCIOS PARA MELHORA DA MARCHA

✓ Fragmentação dos movimentos da marcha:


✓ Exercícios para dorsiflexão/flexão plantar com descarga de peso (em pé)
✓ Progressão: resistência do terapeuta no quadril
FISIOTERAPIA

EXERCÍCIOS PARA MELHORA DA MARCHA

✓ Aumento do comprimento do passo com pista visual


✓ Treinar todas as fases da marcha
✓ Esteira ergométrica
FISIOTERAPIA

EXERCÍCIOS PARA EXPANSIBILIDADE DA CAIXA TORÁCICA

▪ Exercícios de mobilidade torácica (respiração diafragmática + MMSS)

▪ Exercícios de fortalecimento muscular


FISIOTERAPIA

MELHORA DA FUNCIONALIDADE

▪ A melhora da funcionalidade ocorre com treino específico


▪ Entretanto a redução da dor, melhora de aspectos físicos (ADM, função muscular, propriocepção
articular) podem ser necessários para que o treino funcional ocorra de forma adequada
FISIOTERAPIA

MELHORAR A RESISTÊNCIA E CONDICIONAMENTO CARDIORRESPIRATÓRIO

▪ Exercício aeróbico sistematizado (frequência e intensidade apropriadas)


FISIOTERAPIA

ESTABILIZADORES

▪ Repouso da articulação Evitar movimentos excessivos

▪ Estabilização/proteção Reduzir estresse mecânico

▪ Evitar e/ou corrigir deformidades

▪ Aliviar a dor

▪ Melhorar a função
INFOS

NSAIDs = nonsteroidal antiinflammatory drugs; SSZ = sulfasalazine; TNFi = tumor necrosis factor inhibitors; IBD = inflammatory bowel disease; GC = glucocorticoid;
CRP = C-reactive protein; ESR = erythrocyte sedimentation rate.
INFOS

NSAIDs = nonsteroidal antiinflammatory drugs; SSZ = sulfasalazine; TNFi = tumor necrosis factor inhibitors; IBD = inflammatory bowel disease; GC = glucocorticoid;
CRP = C-reactive protein; ESR = erythrocyte sedimentation rate.
INFOS
INSFOS
INFOS

A expansão dos programas tradicionais de exercícios para incluir componentes


aeróbicos, exercícios cardiorrespiratórios e programas educacionais pode melhorar os
resultados clínicos, embora o protocolo de exercício mais eficaz ainda não esteja claro
INFOS

✓ Os resultados desta revisão sugerem que um programa de exercício individual ou


supervisionado é melhor do que nenhuma intervenção

✓ Que a fisioterapia em grupo supervisionada é melhor do que exercícios domésticos


CARTILHA

https://www.reumatologia.org.br/download/espondiloartrites-a4/
Prof. Me. Felipe Ribeiro 5
felipe.ribeiro1@unesp.br

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