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AVALIAÇÃO DO SISTEMA

MÚSCULO-ESQUELÉTICO
Docente: MSc. Manuel Mateus
AVALIAÇÃO DO SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO

No Sistema Músculo-esquelético podemos


avaliar diversos aspectos.
Sempre iniciamos a avaliação pela Anamnese
completa. Além disso, o exame físico completo
(inspecção, palpação e observação).
Lembrem-se:
Avaliar e tratar o corpo como um TODO. Por
isso temos que nos lembrar de todos os sistemas
do corpo humano para a prova.
AVALIAÇÃO DO SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO

Exame físico:
✓ Avaliação da força muscular (miótomos);
✓ Avaliação neuromuscular (testes de equilíbrio, reflexo
tendinoso profundo, sensibilidade de cada dermátomo,
monitorização de pulso e pressão arterial);
✓ Amplitude de movimento (ADM);
✓ Avaliação da dor;
✓ Avaliação postural;
✓ Avaliação da marcha;
✓ Testes especiais e Funcionais (Movimentos específicos).
AVALIAÇÃO DO SISTEMA MÚSCULO-ESQUELÉTICO

Todas as avaliações que não há o toque do


terapeuta no paciente são consideradas
observação e/ou inspecção. Já os que possuem
toque, fazem parte da palpação.
COMPONENTES DA AVALIAÇÃO
✓ Expressão Facial;
✓ Palidez;
EXAME FÍSICO ✓ Marcha;
✓ Aparelhos auxiliares;
✓ Postura;
✓ Qualidade total de
movimentos (observar);
OBSERVAÇÃO E INSPECÇÃO ✓ Cor (vermelhidão e
integridade da pele);
✓ Presença de Deformidades;
✓ Olhos, língua e unhas.
PALPAÇÃO
✓ Sensibilidade;
✓ Edema;
✓ Temperatura;
✓ Textura;
✓ ADM Activa e Passiva; ✓ Pulso;
✓ Testes Musculares Manuais; ✓ Exame Específico.
✓ Testes Especiais.
ESCALA VISUAL ANALÓGICA - EVA

É uma escala que avalia a intensidade da dor no


paciente.
Pode ser aplicada durante o tratamento também
para verificar a evolução do tratamento, se houve
diminuição da percepção de dor do paciente.
Para utilizar a EVA o Fisio deve questionar o
paciente quanto ao seu grau de dor sendo que 0
significa ausência total de dor e 10 o nível de
dor máxima suportável pelo paciente.
ESCALA VISUAL ANALÓGICA - EVA

Qual seu nível de Dor hoje?


SENSIBILIDADE

Para avaliar a função sensitiva é primordial a


determinação do padrão do envolvimento
sensorial (através dos Dermátomos).
Dermátomo designa a área cutânea inervada
por uma raiz dorsal.
Cada raiz dorsal garante a sensibilidade de
regiões previsíveis do corpo humano, dessa
forma é possível criar um mapa corporal.
SENSIBILIDADE

Geralmente, não testamos todos os dermátomos,


apenas os que observamos como uma área de
défice.
Podemos avaliar as funções sensitivas profundas
(proprioceptivas), superficiais (exteroceptivas) e
corticais comuns.
FUNÇÕES SENSITIVAS
FUNÇÕES SENSITIVAS

Para cada teste existe palavras distintas para


mencionar o resultado:
FUNÇÕES SENSITIVAS
MIÓTOMOS

Um Miótomo é o conjunto de músculos que


recebe inervação de um mesmo par de raízes
motoras.
Cada raiz motora tem seu músculo indicador
próprio, de modo que a lesão da raiz pode ser
diagnosticada pela redução da força muscular,
diminuição dos reflexos tendíneos (quando for
possível avaliar) ou pelo exame de
electroneuromiografia.
MIÓTOMOS
NÍVEL MIÓTOMO DO QUADRANTE SUPERIOR
ACÇÃO A SER TESTADA MÚSCULO
C5 ABDUÇÃO DO OMBRO DELTOIDE
C5 – C6 FLEXÃO DO COTOVELO BICÍPITES
C6 EXTENSÃO DO PUNHO EXTENSOR RADIAL CURTO DO CARPO
C7 EXTENSÃO DO COTOVELO TRICÍPITES
C8 DESVIO ULNAR FLEXOR/EXTENSOR ULNAR DO CARPO
T1 ABDUÇÃO/ADUÇÃO DOS DEDOS INTERÓSSEOS

NÍVEL MIÓTOMO DO QUADRANTE INFERIOR


ACÇÃO A SER TESTADA MÚSCULO
L2 – L3 FLEXÃO DO QUADRIL ILIOPSOAS
L3 – L4 EXTENSÃO DO JOELHO QUADRICÍPITES
DORSIFLEXÃO DO TORNOZELO TIBIAL ANTERIOR
L5 EXTENSÃO DO HÁLUX EXTENSOR LONGO DO HÁLUX
S1 FLEXÃO PLANTAR GASTROCNÉMIO
EDEMA

Dentro da palpação, temos que avaliar se há


presença de edema. É feito com:
Sinal do cacifo ou Sinal de Godet e pela
perimetria.
Edema periférico bilateral pode indicar
insuficiência cardíaca.
EDEMA - TÉCNICA

O edema é examinado quanto ao nível de


afundamento (chanfradura) quando uma pressão
de intensidade moderada é aplicada por
aproximadamente 10 segundos ou pelo menos 5
segundos.
Se após a digitopressão o afundamento não
voltar imediatamente, é dito sinal de cacifo
positivo. Porém temos edema sem o sinal de
cacifo, que é um edema duro, sugestivo de
linfedema ou mixedema.
REFLEXOS

É uma resposta involuntária, previsível e


específica a um estímulo, dependente de um arco
reflexo intacto (receptor sensitivo, neurónio
aferente/eferente e músculo/glândula
responsiva).
A avaliação dos reflexos é extremamente
importante no diagnóstico e localização de lesões
neurológicas. Podemos dividir os reflexos em
superficiais, profundos e primitivos e tónicos.
REFLEXOS

O grau de actividade reflexa é graduado em uma


escala de 0 a 4, testados bilateralmente.
Geralmente, esses
✓Grau 0 sem resposta reflexa; reflexos estão na
✓Grau 1 resposta mínima; síndrome do neurónio
motor superior (AVC) e
✓Grau 2 resposta moderada; na síndrome do neurónio
✓Grau 3 resposta forte, rápida; motor inferior
(compressão de raiz
✓Grau 4 clónus. nervosa, síndrome
cerebelar e doença
muscular).
REFLEXOS TENDINOSOS PROFUNDOS
Resultam da estimulação das vias sensíveis ao
estiramento aferente do fuso neuromuscular,
produzindo contracção muscular através de uma
via monossináptica (apenas uma sinapse).
Os reflexos profundos avaliados normalmente
são:
QUADRANTES NÍVEL DA RAIZ MÚSCULO N. PERIFÉRICO
C5 – C6 BICÍPITES BRAQUIAL MÚSCULOCUTÂNEO
SUPERIOR
C5 – C6 BRAQUIORRADIAL RADIAL
C7 TRICÍPITES RADIAL
INFERIOR L3 – L4 QUADRICÍPITES FEMORAL
S1 GASTROCNÉMIO ISQUIÁTICO/TIBIAL
REFLEXOS CUTÂNEOS SUPERFICIAIS
São obtidos com uma leve batida aplicada na
pele. Incluem:
Reflexo plantar; Reflexo de Chaddock (sinais
confirmatórios dos dedos); Reflexo de
Oppenheim; Reflexos abdominais.
REFLEXOS CUTÂNEOS SUPERFICIAIS
REFLEXOS PRIMITIVOS E TÓNICOS
Esses reflexos estão normalmente presentes
durante a infância.
Em adultos pode ocorrer em casos de lesão
cerebral, afectando o controlo de movimento
voluntário e postura.
AMPLITUDE DE MOVIMENTO
A ADM deve ser avaliada passivamente e
activamente.
A ADM passiva geralmente é um pouco maior
do que a ADM activa, pois as articulações têm
uma pequena quantidade de mobilidade no final
da amplitude que não se acha sob controlo
voluntário.
ADM anormal não inclui apenas diminuição da
ADM, mas também o excesso dela.
AMPLITUDE DE MOVIMENTO
Na ADM passiva é examinada a mobilidade e o
tipo de resistência tissular sentida no final do
movimento (sensação terminal) e o padrão de
limitação.
Essa sensação terminal pode indicar a causa das
restrições aos movimentos, assim como
possibilidades de patologias graves ou agudas na
amplitude dolorosa, incluindo os espasmos e a
sensação de final do movimento vazia.
AMPLITUDE DE MOVIMENTO

TIPO CAUSA
SENSAÇÃO TERMINAL NORMAL
ÓSSEA Produzida pela aproximação entre os ossos.
ELÁSTICA Produzida pela unidade miotendínea, pode ocorrer com
encurtamentos adaptativos.
APROXIMAÇÃO DE TECIDOS Produzida pelo contacto de duas massas musculares de ambos
MOLES os lados de uma articulação em flexão, em que a amplitude da
articulação excede outras restrições.
CAPSULAR Produzida pela cápsula ou por ligamentos.
AMPLITUDE DE MOVIMENTO

TIPO CAUSA
SENSAÇÃO TERMINAL ANORMAL
ELÁSTICA (TIPO MOLA) Produzido por um rebote das superfícies articulares
proveniente do disco ou do menisco intra-articular. Tem-se a
impressão de que, se forçado um pouco mais, entrará em
colapso.
PASTOSA Presença de líquido viscoso (sangue) dentro da articulação.
Espasmódica Produzidas por contracções musculares reflexas e reactivas,
em resposta a irritações do nociceptor, com predominância
nas estruturas articulares e nos músculos. Tem-se a impressão
que nada irá ceder se forçar um pouco mais.
Vazia Produzida unicamente pela dor. Frequentemente causada por
patologias graves que não afectam as articulações ou os
músculos, não produzindo espasmos. Qualquer esforço a mais
aumenta a dor a níveis insuportáveis.
AMPLITUDE DE MOVIMENTO
A ADM activa e passiva é medida com o auxílio
do goniómetro. Ele é um instrumento de medida
graduada em 180º ou 360º.
Todos os tipos de goniómetros têm um corpo e
dois braços: um móvel e o outro fixo.
O braço fixo é alinhado com o segmento
corporal fixo, e o braço móvel, com o segmento
corporal móvel.
No corpo do goniómetro estão as escalas.
AMPLITUDE DE MOVIMENTO

A posição inicial para se medir a ADM


(activa/passiva) de todas as articulações, com
excepção dos movimentos de rotação, é a
posição anatómica.
AMPLITUDE DE MOVIMENTO
Medidas aprovadas pela American Medical
Association (AMA).
ARTICULAÇÃO MOVIMENTO ADM ACTIVO NORMAL
Flexão 50º
Extensão 60º
Cervical
Flexão lateral 45º
Rotação 80º
Flexão 45º
Extensão 5º
Torácica
Flexão lateral 45º
Rotação 30º
Flexão 60º
Lombar Extensão 25º
Flexão lateral 25º
AMPLITUDE DE MOVIMENTO

MEMBROS SUPERIORES
Flexão 0 - 180º
Extensão 0-40º
Ombro
Abdução 0-180º
Rotação externa 0-90º
Rotação interna 0-80º
Flexão 0-150º
Cotovelo Extensão 0º
Pronação 0-80º
Antebraço Supinação 0-80º
Flexão 0-60º
Extensão 0-60º
Punho
Desvio Ulnar 0-30º
Desvio Radial 0-20º
AMPLITUDE DE MOVIMENTO

MEMBROS INFERIORES
Flexão 0-100º
Extensão 0-30º
Quadril Abdução 0-40º
Adução 0-20º
Rotação interna 0-40º
Rotação externa 0-50º
Flexão 0-150º
Joelho Extensão 0º
Tornozelo Flexão plantar 0-40º
(Talocrural) Flexão dorsal 0-20º
Tornozelo Inversão 0-30º
(Subtalar) Eversão 0-20º
AMPLITUDE DE MOVIMENTO
Há diferentes formas de realizar, assim como
diferentes ângulos considerados normais.
AMPLITUDE DE MOVIMENTO – TÉCNICA MMSS
AMPLITUDE DE MOVIMENTO – TÉCNICAS MMII
TESTES MUSCULARES MANUAIS
São níveis de medição ordinais, com
confiabilidade intra e inter-avaliadores. Sempre
avaliados bilateralmente.
TESTES ESPECIAIS NO OMBRO
Teste de Neer
Elevação passiva do MS, no
plano da escápula e com o
ombro em rotação neutra. Por
meio dessa manobra avaliamos
a presença de dor que indica
teste positivo pois houve
impacto do tubérculo maior
contra o acrómio afectando o
supraespinhal (e assim o
manguito rotador).
TESTES ESPECIAIS NO OMBRO
Teste do Impacto de Yocum
O paciente coloca sua mão no
ombro oposto e eleva o
cotovelo de forma activa.
Positivo se há dor (o
mecanismo é semelhante ao
teste de Neer). Avaliamos o
impacto sobre o supraespinhal
(e assim o manguito rotador).
TESTES ESPECIAIS NO OMBRO
Teste do Impacto de
Hawkins-Kennedy
O paciente coloca o MS em
elevação com o cotovelo
flectido e o avaliador roda
internamente o MS (o
mecanismo é semelhante ao
teste de Neer). Avaliamos o
impacto sobre o supraespinhal
(e assim o manguito rotador).
TESTES ESPECIAIS NO OMBRO
Teste de Jobe
Elevação activa do ombro
contra resistência, com o MS
no plano da escápula e em
rotação medial. Avaliamos o
tendão supraespinhal e ter
resultados desde dor com
diminuição de força até mesmo
incapacidade de elevar o
membro indicando ruptura
completa.
TESTES ESPECIAIS NO OMBRO
Teste de Patte
Elevação passiva do MS, no
plano da escápula e com o
ombro em rotação neutra.
Avaliamos o tendão
infraespinhal. A incapacidade
em realizar a rotação externa
indica uma ruptura completa
do tendão.
TESTES ESPECIAIS NO OMBRO
Teste de Gerber
Após o paciente colocar a mão
no dorso no nível da coluna
lombar baixa, solicitamos que
a afaste das costas. Avaliamos
o tendão subescapular e é
positiva quando há
incapacidade de afastar ou
manter o afastamento do
membro em relação ao corpo.
TESTES ESPECIAIS MÃOS E PUNHOS
Teste de Finkelstein
Paciente com polegar
flexionado na palma o
examinador promove desvio
ulnar do punho. Esse sinal é
patognomónico da
tenossinovite de Quervain, e
positivo quando dor.
TESTES ESPECIAIS MÃOS E PUNHOS
Teste de Tinel
Realizamos a percussão
sobre o nervo mediano,
rumo ao túnel do carpo.
Positivo se sensação de
choque por parte do
paciente.
Teste de Phalen
Realizamos flexão activa máxima do punho por um
minuto. Positivo se a parestesia e o formigamento
aparecem como sintomas.
TESTES ESPECIAIS MÃOS E PUNHOS
Teste de Benediction
Solicitamos que o paciente encoste a ponta do dedo
indicador e do dedo médio e avaliamos: a perda de
flexão activa da falange distal do polegar, do
segundo e do terceiro quirodáctilos indicam
positividade do teste.
TESTES ESPECIAIS NO JOELHO
Teste de Lanchman
Paciente deitado com joelho flectido, o examinador
faz um movimento antagónico com uma das mão
para frente e a outra para trás ocasionando o
deslizamento de uma superfície articular sobre a
outra. O sinal é positivo quando há o deslocamento
anterior da tíbia.
TESTES ESPECIAIS NO JOELHO
Teste da Gaveta Anterior
Paciente deitado com joelho flectido, o examinador
senta sobre seu pé para dar apoio e faz uma tracção
para frente com as mãos na região superior da tíbia.
O teste é positivo quando o membro vem para
frente como uma gaveta.
TESTES ESPECIAIS NO JOELHO
Jerk-Test e Pivot Shift
Paciente deitado com o membro a ser examinado
flectido e quadril também flectido, o examinador
com uma das mãos segura o pé em rotação interna e
com a outra pressiona o terço superior externo da
perna fazendo ao mesmo tempo a extensão e
forçando um valgo. Se houver um ressalto e
subluxação ântero-lateral da tíbia, o teste é positivo.
TESTES ESPECIAIS NO JOELHO
Teste de Estresse em Varo e Valgo
Com paciente deitado o examinador com uma das
mãos apoiadas na face medial do joelho sobre o
côndilo femoral e a outra segurando o pé ou
tornozelo realiza movimentos que simulam um varo
e um valgo. Avaliamos os ligamentos colaterais
medial, colateral, lateral e o ligamento cruzado
anterior.
TESTES ESPECIAIS NO JOELHO
Teste de Apley
Paciente em decúbito ventral realizamos flexão do
joelho e rotação interna e externa segurando pelo
pé. A dor medial ou lateral na articulação do joelho
indica lesão do lado oposto.
TESTES ESPECIAIS NO JOELHO
Teste de McMurray
Paciente em posição supina com quadril e os
joelhos flectidos. Palpamos com uma das mãos a
interlinha articular e com a outra promovemos
rotações internas e externas. A presença de dor em
algum dos lados da articulação indica acometimento
do lado semelhante.
TESTES ESPECIAIS NA LOMBAR
Teste de Lasègue
Elevamos o membro inferior a fim de pressionar o
nervo ciático, o aparecimento de sintomas durante a
elevação indica positividade do teste e irritação da
raiz nervosa ciática.
TESTES ESPECIAIS NA LOMBAR
Teste de Patrick-Fabere
Paciente em posição supina deverá flexionar o
joelho posicionando o pé no membro oposto que
não será examinado. Ou seja, o quadril está flectido,
abduzido e em rotação externa (FABERE).
Promovemos força sobre o joelho para verificar se
desencadeia dor (positivo).

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