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6 JORNAL DA UNICAMP Campinas, 7 a 13 de setembro de 2009 Campinas, 7 a 13 de setembro de 2009 JORNAL DA UNICAMP 7

Das reflexões ciberestéticas ao robô que pede esmola e retribui com poesia
Continuação da página 5
Reprodução Foto: Fernando Laszlo

JU – No Brasil, os concretistas
foram de uma certa forma pioneiros
nesse diálogo. Entretanto, foram – e
ainda são – alvo de críticas de deter-
minados setores. A que o sr. atribui
essas críticas? Elas se estendem tam-
bém ao campo da poesia eletrônica?
Jorge Luiz Antonio – Essas críti-
cas parecem ocorrer quando um estu-
dioso quer a poesia de uma época atual
com os critérios de uma época anterior.
Na poesia eletrônica, há vários
tipos de críticas, que implicam em
determinadas abordagens.
Há estudos que se fixam nos precur-
sores e não chegam à poesia eletrônica
propriamente dita. Há boas contribui-
ções na busca de antecedentes histó-
ricos, mas pouca, ou nenhuma, para a
poesia que se pretende estudar.
Outros enfoques valorizam apenas
procedimentos tecnológicos, o uso de
determinados programas e produzem
uma espécie de malabarismos tecno-
lógicos, pois, em muitos exemplos
apresentados, os tecnólogos têm pouco
conhecimento do fazer poético. Uma das partes de “Le Tombeau de Mallarmé” (1972), de Erthos Albino de Souza:
Críticas e comparações com estéti- Augusto de Campos ao lado de “frame” de animação feito em 2007 com seu filho Cid Campos a partir de fotos do multimídia “Poesia é Risco”; ao fundo, o Mac G5 do poeta primeira poesia computacional brasileira
cas do meio impresso e experiências de
poesia eletrônica às vezes esbarram na cibercultura, como a estuda Eugênio cado editorial seletivo. as quais destaco a criação do robô PaCo
obsolescência da tecnologia empregada, Poema feito por Paulo Leminski em 1978 homenageia Erthos Albino de Souza Trivinho, em seus artigos e livros, não As antologias eletrônicas e os (Poeta Automatico Callejero On Line), SERVIÇO QUEM É
sem o necessário cuidado de datá-la. é democrática, apesar de todo o discur- debates na mídia impressa, e também criado numa parceria entre o escultor Jorge Luiz
Também há abordagens que usam em plataformas híbridas e hiper- digital e me faz lembrar os programas so ideológico que afirme o oposto. na digital, são válidos e merecem ser Carlos Corpa e a engenheira de compu- Antonio,
apenas um vocabulário da tecnologia textuais, como parece ser o caso da simples, de fácil uso, que produziam O meio impresso, com muitos sé- incentivados. tação Ana Maria García-Serrano: <http:// bolsista Fapesp, é
computacional, como se parecesse uma poesia eletrônica, lança luz sobre tipos de poesia, nos anos de 1980, culos de desenvolvimento, oferece um Há coisas boas e outras nem tanto, www.isys.dia.fi.upm.es/PaCo/>. É uma pós-doutorando no
exibição de conhecimento atualizado, essa produção e, consequentemente, quando surgiu o computador pessoal. acesso mais fácil, embora reduzido a mas isso é natural. É desse conjunto de obra de 2004, lembro-me de alguma Instituto de Estudos
mas que se mostra vazio, numa leitura abre novas frentes? Essa produção difusa e de baixa duas dimensões. tentativas é que emergirão obras que referência sobre isso, mas somente agora da Linguagem
mais atenta. Jorge Luiz Antonio – A crise da po- qualidade, como você afirma, me faz O meio digital pressupõe a media- podem se tornar clássicos da literatura pude estabelecer algumas relações entre (IEL) da Unicamp, sob a supervisão do prof.
E existem os apocalípticos, lamen- esia significa que os processos criativos lembrar O elogio da mediocridade, de ção de máquinas, de um conhecimento eletrônica. Poesia Digital e Inteligência Artificial. O Paulo Franchetti. Doutorado e mestrado
tando a frieza que a tecnologia compu- existentes estão sendo questionados e Amadeu Amaral. O texto “Carta a um O poema concreto (B)ABEL (1965), de Pedro Xisto, que deu origem tecnológico e um poder aquisitivo. Essas antologias indicam, na robô pede esmola e, em agradecimento, em Comunicação e Semiótica (PUC-SP),
tacional trouxe à literatura. novos procedimentos estão sendo gera- crítico”, que dá o título ao livro, afirma a trabalho computacional mostrado em festival no Canadá, em 1968 Mas a poesia, de um modo geral, maioria das vezes, quantidade e pouca fala um poema e depois o imprime. Especialização (lato sensu) em Literatura
Os cinquenta anos de existência da dos, sob as mais diversas motivações. que o crítico, “que ferozmente agride também é restritiva à falta de conhe- qualidade, mas são espaços virtuais Neste caso, a atualização no blog (PUC-SP/COGEAE), Graduação em
poesia eletrônica não significam exatos Uma das características da ciber- as pessoas medíocres, procede como o ficar e sobreviverá à obsolescência 1989 (criação da WWW); e o momen- cimento e técnica para entendê-la e ao que preparam futuros poetas, digitais vai ser muito boa. Vou pedir alguns Biologia e Letras. Autor de Poesia eletrônica:
cinquenta anos de reflexão e produção cultura é o excesso de informações. sujeito que pretendesse deitar abaixo o da tecnologia, ao “desaparecimento” to do computador em rede, a partir de desenvolvimento de uma sensibilidade ou não, e futuros escritores, em seus ciberpoemas de PaCo e vou conversar negociações com os processos digitais (2008),
ininterrupta, mesmo em alguns países, Há mais quantidade do que qualidade, pavimento inferior de uma casa de vá- de trabalhos devido à desativação de 1990 até os dias de hoje. aprendida para apreciá-la. Sob esse momentos de aprendizagem. com a professora Ana Maria, a respei- Ciência, arte e metáfora na poesia de Augusto
como a Alemanha e os EUA. Por isso, to- mas isso é um fenômeno que está rios andares, para só conservar o resto”. sítios gratuitos, como o IG, ou devido Há menos produções desse tipo de ângulo, a restrição pode ser dupla. to de sua concepção de poesia. dos Anjos (2004), Um ser humano chamado
dos os silêncios, críticas e enfoques incor- ligado à cibercultura, mas também Há autores que produzem muito, à falta de emuladores e conversores de poesia no primeiro tempo do que no JU – A propósito, o sr. criou um Durante as pesquisas de pós- David Daniels / A Human Beeing Called David
Título:
retos estão contribuindo para a produção existia anteriormente, especialmente a mas divulgam pouco, como se fizes- arquivos e programas. Até um certo segundo. Era difícil obter uma parceria JU – Os blogs e sites voltados à blog para a atualização/complemen- doutorado, estou reunindo material – Poesia eletrônica: negociações David (em parceria com Regina Célia Pinto,
e aprimoramento da poesia eletrônica. partir da “geração mimeógrafo” e das sem uma seleção de suas próprias modismo de escrever na rede pode ser com um programador ou engenheiro produção literária ganharam a rede tação da obra impressa e do cd-rom. livros, periódicos e documentos – para com os processos digitais 2004), Cores, forma, luz, movimento: a poesia
Mesmo os poetas eletrônicos, com todas editoras alternativas que proliferaram obras. Há outros que publicam tudo o que passe a ser repensado. de computação e, quando ocorria, e vêm, nos últimos anos, gerando Quais são os caminhos futuros de fazer um arquivo de poesia digital. Ao Autor: de Cesário Verde (2002), Lago Mar Algo Barco
as suas tecnologias computacionais, são a produção literária. que fazem e, por isso, apresentam uma o custo era bem alto. Melo e Castro antologias e debates na mídia im- seus estudos na área? relatar minha intenção ao meu super- Jorge Luiz Antonio Chuva (em parceria com Regina Célia Pinto,
sensíveis e atentos às reflexões. Outra é a disponibilidade de publi- obra de valor desigual. JU – O fato de a poesia eletrônica conta que, em 1965, foi à IBM, em Lis- pressa. Que avaliação o sr. faz dessa Jorge Luiz Antonio – A criação visor, professor Paulo Franchetti, que Editoras: 2001), E-m[ag]inero (em parceria com Fatima
car livremente, sem nenhum critério O mesmo acontece na poesia
Fapesp; Itu, SP: Autor; BH, MG: Lasay, 2001), Brazilian Digital Art and Poetry
existir no espaço simbólico do com- boa, mas não foi bem recebido. Daniel tendência. A qualidade vem na mes- de um blog permite um diálogo com tem sido um constante incentivador Veredas e Cenários on the Web (2000), Almeida Júnior através
JU – Não são poucos os que estético, por exemplo. Isso parece se eletrônica. Parece sempre haver um putador, como você mesmo diz, não Santiago relatou-me sobre a dificulda- ma proporção da quantidade? o leitor. Meu tema é atual e eu preciso dos meus projetos, ele me sugeriu Páginas: dos tempos (1983), além de artigos em livros
dizem que a poesia está em crise, a tornar uma falsa democracia. Todas embate entre uma tecnologia de alto pode ser restritivo à sua difusão? Ou de que teve para fazer com o progra- Jorge Luiz Antonio – Os blogs estar sempre ampliando. Por exemplo, encaminhar uma proposta ao Centro 198 + CD-rom e revistas nos meios impressos e eletrônicos
começar da dificuldade de se mape- as pessoas podem publicar num sítio, nível com um trabalho vocabular poé­ se dá exatamente o contrário? mador fizesse o “Soneto só prá vê”. e sites me fazem lembrar o tempo da dias atrás, um poeta e teórico da Espanha de Documentação Alexandre Eulalio Preço: R$ 20
no Brasil e no exterior. Vai lançar, ainda neste
ar a produção contemporânea, tida gratuitamente ou não. Todos podem ter tico de mesmo valor. Jorge Luiz Antonio – Há duas O computador em rede facilitou o produção em mimeógrafo e em xerox. encomendou meu livro cd-rom e me (Cedae/IEL). O prof. Jefferson Cano, Pedidos:
ano, o livro Poesia eletrônica no Brasil: teoria,
como difusa e de baixa qualidade. um blog. Isso funciona como uma for- De todo esse volume de textos épocas para considerar na resposta: os acesso a um maior número de pessoas, Muita coisa boa ficou dessa produção informou seu texto teórico. Ao lê-lo, des- que me recebeu muito bem, acatou a jlantonio@uol.com.br
história e antologia.
Em que medida a produção poética ma de divulgação e valorização da rede na rede, alguma coisa especial vai primeiros tempos do computador até mas continua sendo restritivo, pois a teimosa, contra a imposição do mer- cobri informações interessantes, dentre ideia, que está se concretizando.

Cronologia da poesia eletrônica no Brasil


por curiosidade. gráficas computadorizadas de Augusto de �  Segundo semestre - “Moebius”, primei-
1997 Sorocaba. �  Novembro – Brazilian Digital Art and Rodrigues e Guilherme Ranoya, SP. �  7 abril - Nóisgrande Revista-Objeto

1964
Campos, em colaboração com Arnaldo ro poema digital feito por Alckmar Luiz dos Poetry on the Web, coordenação de Jorge �  Artéria 8, revista editada por Omar Digital, concepção e organização de Fábio
1984 1999
e, depois, pintados. �  “Clip-Poemas”, instalação com 16 ani-
Antunes, para o livro Rimbaud livre. Santos e Gilbertto Prado. Outras criações Luiz Antonio. Khouri e Fabio Oliveira Nunes, faz releitu- Oliveira Nunes.
�  Décio Pignatari relata duas experiênci­
as, em parceria com Luiz Angelo Pinto, a
1974 �  Início do uso do computador Macintosh
por Augusto de Campos.
�  Janeiro de 1992 a maio de 1994 -
Trabalho desenvolvido no LSI - Laboratório
foram surgindo e formaram o sítio Poemas
em computador.
mações digitais de Augusto de Campos,
na exposição Arte Suporte Computador, na
�  Início de Acarambola, obra de aLe
(Alexandre Venera dos Santos), poesia di- 2001
ras digitais de poesia visual. �  21 de junho - Folha Online publica a sé-
respeito de análise estatística do estilo lite-
rário por meio do computador.
�  Mallarmé, tradução e estudos de
Augusto de Campos, Décio Pignatari e �  Eduardo Kac inaugura o projeto de Sistemas Integráveis da Escola
Politécnica da USP, São Paulo, com o título
�  Novembro – Philadelpho Menezes coor-
dena na web o “Verso Universal”, um proje-
Casa das Rosas (SP).
�  Março a julho – Curso de Infopoesia e
gital. �  A poética de Philadelpho Menezes / 2004 rie E-Poemas Inéditos.
�  Novembro - Kinopoems, de Sylvio Back,
Haroldo de Campos. Além do texto de Un “Eletropoesia” no Centro Cultural Cândido �  29 de junho - Rodrigo de Almeida Philadelpho Menezes´s Poetics, filme di- �  Gabriela Marcondes inicia a produção ebook.
de “Vídeo Poesia - Poesia Visual”. Seis po- Poesia Sonora, na PUC SP, por E. M. de
1966 Coup de Dés, em francês, numa separata, Mendes, RJ, no qual integra o display de to de poema infinito que usa a potenciali- Siqueira cria o sítio Projeto Poesia, uma rigido por Jurandir Müller e Kiko Goifman, de videopoesia a partir do aprendizado com
emas, que foram originalmente pensados dade de expansão comunicativa das redes Melo e Castro. �  Dezembro - lançamento de 6X, em
o livro contém dez variações do poema “Le eletrotela, o circuito interno de rádio e dois obra poética coletiva e colaborativa, à se- realização da Rede Cultura. o Macintosh, usando o programa LiveType.
na bidimensionalidade do papel e em pre- informacionais. O poema se desenvolve �  18 a 25 de junho - Exposição de uma formato cd-rom e na rede, coletânea de
�  Erthos Albino de Souza usa o computa- Tombeau de Mallarmé”, datado de 1972, monitores de vídeo. melhança do henka japonês, um poema de �  Outubro – II Mostra Interpoesia – �  Sérgio Monteiro de Almeida, passou a
to e branco, fizeram parte desse projeto: com a contribuição da cadeia de poetas de seção de Infopoesias na Biblioteca Central poesias hipermidiáticas colaborativas e in-
dor para levantar o vocabulário de autores de Erthos Albino de Souza. �  22 de novembro a 2 de dezembro – versos alternados entre diversos composi- Universidade Presbiteriana Mackenzie, usar processos digitais para criação e divul-
“Bomba” e “SOS”, Augusto de Campos; da PUC SP, sob a curadoria geral de Ana terativas organizada por Juliana Teodoro e
co­mo Gregório de Mattos, Pedro Kilkerry e “Pulsar”, primeiro videopoema brasileiro, diferentes países, em diferentes línguas. tores. Campus SP, organizada por Wilton gação de poesia a partir de 2000, cria uma
Cláudia Mei Alves de Oliveira, e coordena-
Carlos Drummond de Andrade.
Pedro Xisto, Erthos Albino de Souza
1978 de Augusto de Campos, com música de
Caetano Veloso, é apresentado na mostra
“Parafísica”, Haroldo de Campos; “Femme”,
Décio Pignatari; “Dentro”, Arnaldo Antunes; 1995/1996 ção de E. M. de Melo e Castro.
�  Setembro – Lançamento do sítio ofi-
cial de Augusto de Campos na Universo
Azevedo, Priscila Arantes e Jorge Luiz
Antonio.
série de poesias digitais com o PowerPoint.
�  5 a 29 de agosto - Marcelo Mota faz
Alexandre Venera, em Blumenau.
�  Dezembro - Condomínio Poético, orga-
�  �  Paulo Leminski publica “Poesia”, reu- “O arco-íris no ar curvo”, Julio Plaza. O re- �  Agosto a dezembro - Curso de
Level 5, realizada no MASP e organizada Poemas animados em Macintosh por OnLine, contendo biografia, poemas, sons, uma exposição de dez poesias digitais no nizado por Joesér Alvarez, projeto aberto de
e Bernardo C. Kamergorodski publicam o
2001/2002
�  Ciberpoéticas de Transformação e de
nindo conceitos poéticos variados, entre os por José Wagner Garcia e Mário Ramiro. sultado final foi uma edição em fita Betacam textos, links e clip-poemas. Centro Cultural Carlos Fernandes de Paiva, intervenção urbana / site specific que utiliza
“Vogaláxia”, utilizando linguagem de progra- Augusto de Campos. Movimento – PUC SP - E. M. de Melo e
quais um que homenageia Erthos Albino de todos os poemas. em Bauru.
2000
A Fundação Cultural de Curitiba promo- poemas em grande formato, apropriando-
1986 Castro. � 
1995-1997
mação para a produção de poesia. Esse mes- de Souza.
mo livro-poema foi transformado em espetácu- 1993 �  11 a 18 de agosto – Exposição dos ve, em 2001 e 2002, o Concurso Nacional
2005 se da linguagem publicitária e propondo
lo de multimídia na Universidade de Buffalo em
março de 1968, no Festival de Primavera.
1980 �  Outubro – Participação de Augusto de
Campos com o poema CODIGO no even- �  Arnaldo Antunes, Célia Catunda, Zaba
�  Elaboração de .Gif poems: coletânea
eletrônica de poemas visuais digitais, de
alunos do Curso de Infopoesia e Poesia
Sonora (1º sem. 1997), PUC SP.
�  Hugo Pontes, autor do poema visual
“Nós”, de 1978, em parceria com Victor
de Clipoemas, idealizado por Décio
Pignatari, com assessoria de Rosana �  Quando assim termino o nunca, video-
uma poesia não só para ler, mas também
para olhar.
�  Silvio Roberto de Oliveira inicia suas to “Sky Art Conference”, organizado por Moreau e Kiko Mistrorigo publicam Nome, Elson Fróes, publicado em cd-rom em Hugo Manata Pontes, apresenta a versão Albuquerque e equipe. poesias de Wilton Azevedo em DVD.
1968 experimentações poéticas com o compu-
tador, primeiro com um CP-200 e, depois,
Wagner Garcia, durante o qual mensagens
artísticas via satélite foram enviadas entre
projeto que envolve vídeo de animações
computadorizadas, cd e livro.
1996. O kit de acesso STI (ao sistema BBS,
na época em uso no Brasil) foi publicado
1997-1998 digital do poema para download.
�  Única Coisa, de Amarildo Anzolin, vi- 2002
�  Outubro - Projeto Di(per)Versões
Eletrônicas (Brasi), de Patrícia Ferreira da
2007
�  Waldemar Cordeiro cria o “Beabá”, uma com um SHARP Hotbit. �  Neide Dias de Sá, uma das fundadoras �  Cd-rom Interpoesia Poesia Hipermídia deocassete, cd e livro, com apresentação Silva Martins, Frederico Assunção Martins e �  Videopoesia “A$$alariado” - Goulart
São Paulo e os EUA (MAC-USP e CAVS- em cd-rom em 1997. �  Carlos Vogt publica Ilhas Brasil, seu
experiência artística e computacional com �  Albertus Marques começa a trabalhar do Poema-Processo, dá continuidade ao Interativa, de Philadelpho Menezes e Wilton de Ricardo Corona, direção de vídeo de Wilton Cardoso Meira, poesia e computador, Gomes.
MIT), utilizando o sistema “slow scan”. sexto livro de poesias, contendo um CD-
Azevedo.
1996
letras, em parceria com o físico Giorgio com um micro da IBM e a linguagem Basic, Dezembro - Holograma RISCO (projeto projeto Poemãos, iniciado anos anos 70 e Marcelo Borges, direção musical de Lúcio 44 colagens digitais, apresentação pública, �  Guto Lacaz cria RG enigmático, a partir
Muscati, da USP.
� 
�  Primeiros videopoemas de Amarildo Rom, com desenho e composição visual
e a criar poemas em que as palavras for- de Augusto de Campos, com arte-final de que não se esgotou até os dias atuais, com Machado e projeto gráfico de Amarildo de João Baptista da Costa Aguiar e pre- com alguns computadores, na Faculdade de do poema “Tatuagem enigmática”, de Duda
�  Dezembro - E. M. de Melo e Castro, po- mam sentidos múltiplos em aparições ale- o auxílio do computador. Nos anos 90, ela �  Goulart Gomes - Fractais - primeiro livro Anzolin, que foram reunidos em Única Anzolin e Renato Larini. São 33 videopo- Letras da Universidade Federal de Goiás. Machado, para a exposição Viagens de
Julio Plaza e Omar Guedes, realização ho- paração da versão digital dos poemas, em
eta português que atua com freqüência no atórias programadas. participa, com um grupo de seis artistas, virtual de poetrix, que se encontra atualmen- Coisa (2000). esias / poesias verbais no meio impresso / 4 a 18 de novembro – Mostra
lográfica de Moysés Baumstein), na expo- programa Flash, de Evelina Azeredo Rios. �  Identidades, na Casa das Rosas, SP.
Brasil, cria a videopoesia “Roda Lume”, em te acompanhado de Trix, Poemetos Tropi-
preto e branco, nos estúdios da RTP. 1982
sição TRILUZ, inaugurada em 2/12/86 no
Museu da Imagem e do Som (SP).
da discussão sobre as possibilidades do
uso das imagens digitais na arte. Foi uma kais, 27 poemas Powerpoint, de 1999.
Elson Fróes inicia a distribuição dos gif
1998 poesias sonoras.
�  Sígnica: um Balaio da Era Pós-Verso
�  Panorama de arte e tecnologia no
Brasil, pesquisa de Arlindo Machado, Silvia
Internacional de Poesia Visual e Eletrônica,
curadoria de Hugo Pontes, Jorge Luiz
�  Maio - Cânone, de Amarildo Anzolin, po-
esia verbal e videopoesia.
�  Maria Inês Simões cria seu primeiro po-
1969 troca de 180 imagens, que foram enviadas �  (Apesar do Verso), revista eletrônica ela- Antonio e Roberto Keppler.
“Não”, primeiro poema digital (eletropoesia Laurentiz e Fernando Iazzetta, na qual � 8 de maio – Ana Aly faz uma home-
1987
�  poems na BBS nº 1 e em cd-rom.
por CD-Rom e pela internet. Quando a tro- ema - “C@lice Cibernético”. borada pelos alunos da disciplina Poética �  3 de novembro, a palestra-performance
ou poesia em videotexto) de Eduardo Kac. Junho – Blocos on Line: Portal de consta o capítulo “Poesia e novas tecnolo- nagem ao Dia do Artista Plástico, apre-
�  Gilberto Gil cria a letra da música ca de imagens foi finalizada, uma exposição �  �  Museu imagINário em eTERNo rETorno e Criação de Textos, do Instituto de Artes I´m not a book no 2.0, de Lucio Agra, no
� 5 de novembro - Daniel Lima Santiago, �  Primeiras experiências de Luís Dohlnikoff Literatura e Cultura, coordenado por Leila gías”. – “E-poemas”, de Ferreira Gullar, por sentando, em versão animada de Felipe
“Cérebro eletrônico”. aconteceu no SESC de Copacabana. - Julio Plaza. da Unesp, Campus de São Paulo, do Prof. Museu da Energia, Núcleo de Itu, uma
poeta, artista e performer, inicia suas ex- com poesia digital, usando um Macintosh, Míccolis e Urhacy Faustino, um ciberespa- volta de 2002, animações digitais de cinco Machado, o seu poema visual “Soma”,
Primeiras poesias digitais de Fred
1972
�  Omar Khouri. Foi idealizada em 1998 e das atividades da Mostra Internacional de
1995
perimentações poéticas com o compu- nas primeiras versões de PageMaker. ço de divulgação e um arquivo de diferen- poemas, escritos e publicados em 1958.
Girauta, que foram reunidas no sítio lançada em 2000, sob a edição de Omar Poesia Visual e Eletrônica. como tributo à poética de Philadelpho
tador, produzindo o “Soneto Só Pra Vê”, �  1987/1988 - “Quando? / When?”, pri- tes tipos de poesia. �  16 de maio - Sítio da Imaginação, de
�  “Le Tombeau de Mallarmé”, de Erthos Lucio Agra inicia a produção de poesia Palavrórios, a partir de 2001. Khouri e Fábio Oliveira Nunes. Menezes (1960-2000) e a Julio Plaza
2006
elaborado com o auxílio do programador meiro holopoema digital de Eduardo Kac. �  Outubro - EPE - Estúdio de Poesia Álvaro Andrade Garcia.
Albino de Souza (1932-2000), gráfico, po- digital, com obras como Mais ou menos
�  �  Entrelinhas, de Vera Mayra (Ierecê Rego �  Maio - I Mostra Interpoesia – (1938-2003).
Luciano Moreira, no Sistema Cobra 400/II,
eta, engenheiro e editor da revista Código,
que circulou de 1974 a 1989/1990, com
em Recife (PE). 1990 (1995-2001), poemas em disquete 3 ¼,
depois em cd-rom, e o uso do Microsoft
Experimental – PUC-SP - coordenado
por Philadelpho Menezes. Pesquisadores
Beltrão).
�  Abril – “Do impresso ao sonoro e ao digi-
Universidade Presbiteriana Mackenzie,
São Paulo.
2003 � Faixa compartilhada, A preferência é � 4 de dezembro - Trajetória Infopoética:
Poeta Experimental E. M. de Melo e
I´m not book no! 2.0, palestra-perfor- do Poeta, de Regina Célia Pinto, minili-
1983
doze números. É considerada como a pri- �  André Vallias cria o poema “Nous n’avon participantes: Alessandra Vilela, Ana Aly, tal”, curadoria de Philaldelpho Menezes, SP, � 
Powerpoint. A partir de de Explosão sem �  Setembro – Criação da revista eletrô- mance de Lucio Agra, com uso de tecnolo- Castro, Academia de Ensino Superior, ex-
pas compris Descartes”. Carolina Tenório, Marcus Bastos, Sabrina Paço das Artes. Foi apresentado o cd-rom vro eletrônico de artista, em que poesia e
meira poesia computacional brasileira. som (1995-2002), buscou tornar sistemá- nica Arte on Line, no Rio de Janeiro, edi- posição organizada por Maria Virgilia Frota
�  “Holo/olho”, primeira holopoesia de �  Arnaldo Antunes começa a usar o compu- Rosa e Wilton Azevedo. Trata-se de um ar- Interpoesia: poesia hipermediática interativa, gias computacionais, na Casa da Palavra, imagens se tornam um trabalho hipermi-
tada inicialmente por Regina Célia Pinto,
1973/1974 Eduardo Kac. O termo “holopoesia” foi tica a pesquisa com meios digitais, impon- quivo de poesias visuais, sonoras e digitais em Santo André. Guariglia, com exposição de infopoemas
tador para fazer um trabalho gráfico com poe- de Wilton Azevedo e Philadelpho Menezes. Marcelo Frazão e Paulo Villela, que depois diático.
cunhado pelo autor nesse mesmo ano. do-a como exercício o uso de software que e de videopoesia. �  Novíssima Canção do Exílio - do homenageado, da organizadora e de
� Erthos Albino de Souza publica “Cidade/ sia, o que resultou no livro Tudos (1993). �  5 a 29 de maio - Exposição de Infopoesia da quinta edição (2002), se chamou Museu �  Início de Estúdio U.N.D.E.R.L.A.B., de
�  Início das atividades de João Fernando não fossem originalmente destinados à au- Gilberto Gil cria a música e letra “Pela Virtualidade Sabiá, de Regina Célia Pinto. alunos.
�  e Animações Infográficas - Salão Vermelho Wilton Azevedo.
1992
City/Cité” na revista Código. Trata-se de um toria, particularmente o Power Point. Seu do Essencial e do Além Disso, edição de Novembro - Cortex Revista de Poesia
de Oliveira Coelho, quando se aproximou Internet”. do Campus Trujillo da Universidade de � 
poema visual feito com cartões perfurados sítio Agrarik tem início em 2002. Regina Célia Pinto. Digital, edição de Lucio Agra, Thiago
do computador e dos manuais de BASIC, Agosto - Realização de ilustrações
� 
Fonte: Jorge Luiz Antonio

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