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A REDE E O CONHECIMENTO

CONHECIMENTO

Plácida L. V. Amorim da Costa Santos


V início Car rilho Mar
Carrilho tine
Martine z
tinez

Resumo
No futuro, com a crescente virtualização
(tecnologia substituindo o espaço público da
prática política), é que se mostrará se a demo-
cracia foi posta em rede (pública) ou se ape-
nas foi “tecnologizada”, tornando-se a imagem
mais cara do conceito, ou seja, “publicidade”.
A articulação da idéia de rede com a experiên-
cia das bibliotecas públicas seria uma possibi-
lidade na realização da interação social e na
construção da cidadania

Palavras-Chave
Democracia; Rede; Informação; Bibliotecas
Públicas.

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Inf.Inf., Londrina, v. 5, n. 2, p. 111-124, jul./dez. 2000 111
A Rede e o Conhecimento Plácida L. V. Amorim da Costa Santos e Vinício Carrilho Martinez
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Não se discute a utilidade da Internet, ções eletrônicas em 96, etc.). Pois, uma vez
mas seus projetos colocada a política no plano virtual, exige-
se dos formuladores das mensagens políti-
Destacamos a idéia de rede como cas e dos participantes do jogo democráti-
sendo a que abrange a formação do conhe- co uma reorientação não apenas para o voto
cimento a partir das relações sociais, como eletrônico deste ano, mas para o dos futu-
uma teia de relações que não se inicia em ros.
uma estrutura linear ou mesmo acadêmica,
a exemplo da apresentada atualmente pela Com isso, ressaltamos um primeiro
escola ou pelas bibliotecas tradicionais. A problema: os instrumentos políticos tradici-
articulação da idéia de rede com a experi- onais estão equipados para abordar a
ência das bibliotecas públicas como o meio cultura provinda dos “meios tecnológi-
mais adequado para a difusão das informa- cos”? No que consiste esta realidade da
ções é fundamental do ponto de vista da prática política virtual?
formação da cidadania, por outro aspecto,
entendemos que, primeiro, sem acesso à O que remete a um problema de fun-
informação o indivíduo-eleitor não passa à do: têm-se em vista as garantias sociais de
condição de cidadão consciente e, segun- que todo cidadão pode participar ativamen-
do, que a raiz da democracia no nível da te da formulação dos conteúdos políticos
informação está na capacidade ampliada da (cidadania ativa) a serem veiculados (em
produção livre e aberta de novas mensa- rede), mas como fazer uso dos meios téc-
gens. Mas, inversamente, não há como fa- nicos como se fazia, por exemplo, com as
lar de produção democrática de novas men- grandes manifestações em praça pública?
sagens sem que haja uma real democrati-
zação dos meios de informação. Do que decorre outra questão: será
possível a efetivação democrática da
É importante frisar que as eleições rede mesmo sob a égide do liberalismo,
eletrônicas de 96 são um marco desta rea- expresso no uso individualista dos equi-
lidade político-tecnológica (um marco cul- pamentos?
tural), ressaltando a necessidade do deba-
te sobre a Educação Política Popular (ple- Daí que as garantias tecnológicas da
biscito, referendo, iniciativa popular, etc.), democracia aparecem na condicional. Por-
para conhecer e melhor praticar os instru- que somente no futuro, com a crescente
mentos políticos disponíveis ao eleitor- virtualização (tecnologia substituindo o es-
governante. Por outro lado, também se ve- paço público da prática política), é que ve-
rifica a necessidade de uma Educação remos se a democracia foi posta em rede
Tecnológica, na medida em que a demo- (pública) ou se apenas foi “tecnologizada”,
cracia passa a ser conectada em rede (elei- tornando a imagem mais cara do que o con-
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ceito (publicidade). evidente (sabe-se que a Internet já foi um


projeto militar antes de chegar às universi-
No entanto, entendemos que a rela- dades2).
ção entre democracia e rede seja possível
porque há princípios intercomunicantes Em sentido amplo, porém, a rede
entre as duas realidades sociais, tais como: Internet, como instrumento que pode con-
a noção de pluralidade, a difusão “radial” tribuir para o fenômeno de integração eco-
das experiências sociais próprias às duas nômica mundial, nos conduz à reflexão so-
dimensões, a profusão de valores centrais bre o papel das bibliotecas públicas dos
à cidadania, etc. países envolvidos em acordos econômicos
e sociais.
A idéia da rede democrática foi
priorizada por dois motivos. Primeiro, por- Tem-se difundido a tese de que a
que são conceitos e práticas que melhor Internet vem-se constituindo um “novo es-
sintetizam as experiências mais globais. E, paço público”. Para alguns, no entanto, a
segundo, porque nem sempre a democra- tese é privatista. Porque, desligando-se
cia é plena (ou está em rede) e nem sem- momentaneamente como usuário do siste-
pre a rede está disposta de forma demo- ma “pretensamente interativo”, o indivíduo
crática1. Um exemplo claro é o acesso às volta-se ao ambiente do escritório ou ao
experiências da rede nem sempre ser de- quarto de dormir. Nesse caso, é oportuno
mocrático, como todos os tipos de serviços relembrar a crítica do chamado
on line que custam caro ao consumidor- “technological fix”, que alimentou o
usuário e com isso restringem sua utiliza- surgimento da Ciência da Informação com
ção — como o caso dos pequenos partidos os conhecimentos tecnológicos da
políticos que não têm acesso à tecnologia. informática, sobretudo no pós - 2ª Guerra,
pela atenção excessiva que era dada à
Por outro lado, a idéia de rede como tecnologia. De acordo com Furnival (1995,
verdadeiro aporte social ou comunitário não p.16), o foco “deve ser mudado para a in-
é nova. Pode-se dizer que a idéia do pes- formação, e não a tecnologia usada para
cador que serve a toda a comunidade, fa- manipulá-la: em outras palavras, o
zendo uso de sua rede, é bíblica. Mas no ‘technological fix’ nem sempre constitui a
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sentido moderno da expressão, em que se 2


Têm-se difundido a tese de que a Internet vem-se
constituindo um “novo espaço público”. Mas, se não
toma a Internet como exemplo mais carac-
houver nenhum anteparo social, já nasceu
terístico, a relação política é ainda mais “privatizado”. Porque, desligando-se momentanea-
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mente como usuário do sistema “pretensamente
1
Tome-se o exemplo da eleição de Fernando Collor interativo”, o indivíduo volta-se ao ambiente do es-
de Melo para presidente, quando o mais importante critório ou ao quarto de dormir. Seria, nesse caso, o
era o show da tecnologia, veiculado em propagan- melhor exemplo de um “novo espaço público” nas-
das políticas gratuitas, e não o debate político sobre cido sob a égide do privado, ou da “colonização do
as forças políticas alí representadas. público pelo privado”.
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melhor solução”. estar apto para apropriar-se das ferramen-


tas tecnológicas disponíveis para aperfei-
As bibliotecas públicas, como espa- çoamento e agilização de processos deci-
ços públicos tradicionais e agentes sivos para o estabelecimento de bibliote-
catalisadores da cultura da comunidade na cas bem gerenciadas e que considerem as
qual estão inseridas precisam ser utiliza- metodologias atuais de administração e
das como instrumentos para a construção gestão de recursos humanos e materiais.
e apropriação coletiva do conhecimento, Essas instituições têm como objetivo de tra-
atuando como um nó em uma rede que pos- balho o usuário, no centro do sistema, e ao
sibilite a interação e integração política, seu redor todos os processos encaminha-
social, tecnológica e mesmo individual, con- dos para resolver sua demanda informati-
tribuindo assim para o desenvolvimento de va e, por sua vez, o estímulo ao surgimento
um amplo plano social. de nova demanda. Como indicam Mercier,
Plassard & Scardigli (1985, p.20),
A instituição biblioteca, como respon-
sável pela preservação, estocagem e dis- “Os chips eletrônicos estão inva-
dindo nossa vida cotidiana, e sua
seminação da produção intelectual do
fecundidade se anuncia fulmi-
homem, constitui-se recurso fundamental nante. Nestes momentos só nos
para o desenvolvimento social, político, surpreendem ou irritam. Porque
cultural e econômico dos povos. Assim, com estão vazios, porque carecem de
sentido. O único problema con-
a rede Internet, bibliotecas deverão
siste em saber que...<alma> lhes
reestruturar suas formas de atuação no
estamos dando” (tradução livre).
sentido de facilitar a aproximação e o aces-
so à informação. O bibliotecário — como
O que Mercier denomina por “alma”
sujeito institucional, neste momento histó-
pode ser chamado de “projeto social” ou até
rico social — deve aproveitar as vantagens
mesmo de “valor de uso político”. De qual-
da chegada da era da informação e esta-
quer forma, vê-se que se trata de uma rea-
belecer-se na gestão moderna das unida-
lidade exterior aos princípios do mero
des de informação, como têm feito muitos
aplicativo da técnica e exige uma discus-
profissionais.
são da própria tecnologia a partir do a priori
político, uma constante em toda relação
Neste ambiente multidisciplinar em
humana, seja ela com outros homens seja
que hoje se desenvolvem as tarefas de in-
com algum equipamento.
formação, o bibliotecário tem a vantagem
intelectual de ser o que melhor conhece a
Nesse sentido, o papel do profissio-
essência dos processos de análise, descri-
nal da informação é essencial, porquanto
ção e armazenamento informacional e
os recentes avanços tecnológicos nas áre-
documentário. Mas tem, entretanto, que
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as de informática e de comunicação estão tervir na formação de suas próprias subje-


transformando o mundo e agregando valor tividades. Seu sucesso, porém, depende de
à informação disponibilizada de forma uni- sua adequação ao novo paradigma de co-
versalmente acessível. municação e às novas necessidades de
seus usuários.
Durante séculos o conceito de biblio-
teca prendeu-se à imagem de um organis- As bibliotecas públicas, fazendo uso
mo estático, destinado à conservação do- das novas tecnologias e de modo especial
cumental e seus objetivos fundamentais da rede Internet, poderão contribuir para a
centravam-se apenas em reunir, selecionar, efetiva integração mundial, visto que so-
catalogar, classificar e colocar à disposição mente a queda de barreiras alfandegárias
dos leitores os materiais fisicamente dispo- não será suficiente para a integração dos
níveis. povos.

Entretanto, apesar do rastro estereo- À biblioteca pública compete encarar


tipado deixado pela biblioteca pública, é ela de frente os desafios da globalização, uma
a instituição social capaz de proporcionar vez que é esta a instituição que possui como
a todos o livre acesso aos registros do co- peculiaridade a internacionalidade da dis-
nhecimento e das idéias do homem. Em seminação do conhecimento, por meio da
suma: as expressões de sua imaginação cooperação e intercâmbio da informação.
criadora. É ela que oferece a oportunidade Como instituições sociais, estas bibliotecas,
da democratização da vida cultural, por servindo-se das novas tecnologias em in-
meio do acesso aos bens culturais, através formação e da utilização de ferramentas
da disponibilização do conhecimento regis- como a rede Internet, poderão desempe-
trado. Sua condição de provedora de infor- nhar ações decisivas para a efetivação da
mação permite ao homem o acesso aos di- integração social. Grover (1995, p. 7) des-
versos discursos sociais, propiciando a par- creve com muita propriedade as necessi-
ticipação ativa de cada sujeito psicossocial dades das sociedades e dos sujeitos na
no desenvolvimento sócio-político-cultural. atualidade,

A condição atual impõe à instituição “quando um sistema de coope-


ração é estabelecido, devemos
biblioteca pública problemas e desafios
abandonar o tradicional modo de
bastante concretos e ela não pode ficar à pensar de um bibliotecário e per-
margem das questões contemporâneas por ceber que o usuário não está
suas implicações com a disseminação do procurando um livro ou artigo,
conhecimento registrado, pois as bibliote- mas sim informação.”
cas são instituições sociais que favorecem
a ampliação da capacidade humana de in- Ao citarmos Grover, queremos desta-
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car que a intenção de um projeto de coope- fortes desequilíbrios. Não se tra-


ta de reinventar a roda, mas de
ração entre bibliotecas públicas via Internet
ter em conta que a efetiva ade-
reside no desencadear de um processo de quação ao mundo moderno exi-
relações institucionais, tecno-científicas e ge a difusão de conhecimentos
pessoais. Diante da nova ordem mundial, e a participação na produção de
bens que incorporam tecnolo-
muitos estudiosos afirmam que a distinção
gias, portanto de alto valor agre-
entre os níveis de desenvolvimento será em gado. A inteligência é a merca-
direção de países que possuam ou não in- doria melhor remunerada, po-
formação e, nesse sentido, o ato de abolir dendo elevar a qualidade de vida
barreiras para a troca seria apenas uma das dos povos”
formas de cooperação internacional em
busca de uma melhor qualidade de vida. O desenvolvimento de estratégias
para otimizar reformas regionais e ações
Todavia, não podemos perder de vis- mais efetivas das unidades e sujeitos pro-
ta as peculiaridades do grupo social que vedores de informação, no sentido de am-
forma a América Latina. É característica das pliar e fortalecer o mercado de informação,
nações latino-americanas a instabilidade aprofunda o conceito de desenvolvimento.
política crônica, prejudicando a sedimenta-
ção da cultura democrática e dificultando Também por aí caminha a oposição
as reformas sociais. Não basta o bom uso entre cidadão e usuário. O cidadão ativo,
das novas tecnologias, um progresso ex- educado para a tecnologia e para a políti-
traordinário mas insuficiente, necessita-se ca, tem que participar da proposição dos
do domínio da tecnologia para definir qual projetos políticos e tecnológicos, para não
a sua utilização como instrumento de uma sucumbir aos delírios e à satisfação virtual
integração efetiva, quer no plano das rela- e momentânea que o “avanço” das novas
ções sociais e econômicas quer como lia- tecnologias lhe propicia (o “demasiado vir-
me de uma hegemonia política. A importân- tual”). Esta participação, evidentemente,
cia do domínio da tecnologia na globaliza- tem um custo, na medida em que lhe é atri-
ção é destacada por Vigevanni (1997, p.63), buído um valor, ou melhor, representa o “va-
lor de uso político” inerente às novas
“Trata-se, porém, de ter clara a tecnologias3. Machado (1997, p. 11) ressalta
importância do domínio da a perspectiva do valor que se encontra em
tecnologia, pois apenas através _____________________________________________________________
dele é possível capacitar-se ao 3 Para Adam Schaff (em A sociedade informática),
desenvolvimento de produtos a ação que combine conhecimento, tecnologia, po-
necessários para os grupos so- lítica, etc., deve ser orientada pela prática e pela
ciais, as regiões e os países que metodologia da Educação Permanente. Segundo
Schaff, a Revolução Tecno-científica (engenharia
permanecem tributários de mer- genética, microeletrônica e revolução energética)
cadorias necessárias à reprodu- gera a necessidade de rever os “conteúdos” e as
ção de capital, o que consolida formas tradicionais de produção do conhecimento.
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qualquer projeto, seja político seja Uma verdadeira gestão social que
tecnológico: “De fato, a construção de pro- permita o desenvolvimento sustentável do
jetos não pode prescindir do exame de uma bem-estar, a que tem direito o cidadão, é
idéia complexa como é a noção de valor. uma meta idealizada por todos os países,
Dissociada de preocupações com valores, mas tem prevalecido a aplicação de políti-
a capacidade de projetar pode conduzir a cas de ajustes econômicos, muitas vezes
desvios indesejáveis, ou a becos sem saí- em detrimento de políticas sociais. Na ver-
da”. dade, um lugar, em outro tempo histórico,
em que a todo momento muitos falassem
Convênios efetivados entre países sobre a necessidade de desenvolvimento
signatários e instituições poderão ter um e aplicação de políticas sociais com o obje-
conteúdo mais orgânico, que atenda aos tivo de permitir que as pessoas vivessem
reais interesses e demandas das partes melhor, democratizando-se o acesso aos
acordadas, uma vez que a instituição bibli- bens culturais, econômicos e sociais. A
oteca possui condições de contribuir para idéia de rede estaria neste “lugar”.
a melhor distribuição de direitos e vanta-
gens entre os sujeitos sociais, com a efeti- Lojkine, em A revolução informacional
va ação de transferência de conhecimen- (1995, p.17), analisa a produção do conhe-
tos. Um homem só é realmente homem cimento veiculado e diz que:
quando pode exercer sua faculdade de jul-
gar e realizar escolhas éticas, tanto com “A invenção científica moderna,
com efeito, não pode vir à luz e
relação a seus próprios atos quanto em re-
se desenvolver senão por um tra-
lação à comunidade em que vive. E assim balho de equipe e mediante for-
a cidadania é compreendida como dimen- mas de cooperação que nada
são pública da participação dos homens na têm a ver com a troca de merca-
dorias entre proprietários priva-
vida social e política.
dos. A informação assim criada,
assentada num trabalho cada
A informação é um direito de todos que vez mais coletivo, não pode ser
pode e deve atuar como fator de integração, conservada e, menos ainda, ser
enriquecida se for apropriada
democratização, igualdade e dignidade
privadamente: ela perde seu “va-
pessoal. Não há exercício de cidadania sem lor” (de uso), seguindo, nisto, a
o acesso à informação, isso porque, até lei da entropia, se for simples-
para cumprir seus deveres e reivindicar mente acumulada, estocada
como uma mercadoria”.
seus direitos, sejam eles civis, políticos ou
sociais, o sujeito social precisa conhecer e
É nesse contexto que se abrem im-
reconhecê-los, e isso só é possível quando
portantes tarefas para as bibliotecas públi-
tem acesso à informação.
cas, que sem dúvida alguma devem aban-
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donar seu papel de passividade histórica cracia semidireta contribuem


para a educação política do povo
para assumir um papel transformador, apro-
(...) Finalmente é bom lembrar
veitando a tendência mundial de aplicações que a educação política através
de políticas sociais e o papel que a infor- da participação em processos
mação passou a ter valor como um recurso decisórios, de interesse público
— como em referendos, plebis-
econômico e social. Percebemos na atuali-
citos e iniciativas populares —,
dade mudanças nas relações de produção, é importante em si, independen-
na natureza do Estado, no desenvolvimen- temente do resultado do proces-
to de novas tecnologias como fator de mu- so. As campanhas que prece-
dem às consultas populares têm
dança nas formas de comunicação, no sis-
uma função informativa e
tema de informação e no processo de educativa, de valor inegável, tan-
globalização. to para os participantes do lado
‘do povo’, quanto para os própri-
os dirigentes e lideranças políti-
Daí que realçamos a necessidade de
cas” (grifos nossos).
pontuarmos o “controle social”, as “comu-
nidades políticas”, a “interação social”, o
O uso de tecnologias passa por aqui-
“domínio público” e os “projetos coletivos”,
lo que se pode chamar de “valor político”, e
em busca da “democracia eletrônica”
com isso a utilização da rede Internet por
(tecnodemocracia), superando a mera “de-
bibliotecas públicas, como propagadora da
mocratização eletrônica” (em termos de
informação, desencadeia uma ação de prin-
acesso e consumo), quando da verificação
cípios globalizantes, porquanto as transfor-
da interação social e da relação de interface
mações informacionais não se reduzem às
com a tecnologia, quando os conteúdos vei-
potencialidades sociais da microeletrônica,
culados, impressos ou virtuais, são de do-
mas manifestam-se no conjunto de novas
mínio público e elaborados de forma demo-
formas de informação, mobilizadas numa
crática. Porque é este sentido propriamen-
relação plural, “radial”, que cada vez mais
te político observado na cidadania ativa,
se observa entre os vários segmentos so-
resultante da participação popular e coleti-
ciais e na produção material da vida. E aqui,
va, que se depreende da análise de
portanto, retomamos a importância das bi-
Benevides (1991, p. 196-8), quando
bliotecas como provedoras da informação
visualiza o cidadão somente no pleno exer-
no momento atual, visto que, se o saber é
cício da política,
uma das forças produtivas mais importan-
tes, também o é uma fonte de poder e, por
“Se assim é, a questão, a meu
ver, não se esgota em entender isso, só pode ser visto dentro da idéia de
o ‘fracasso’ — seja técnico, seja rede e não como se fora uma “rua de mão
político — mas em tentar argu- única”.
mentar pelo lado contrário, ou
seja, que os institutos de demo-
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Neste período, denominado por mui- (apesar daqueles que alardeiam que não
tos de pós-modernidade, temos como ca- devem ser adjetivados) nas melhores tradi-
racterísticas o desenvolvimento de novas ções democráticas e nos conteúdos dispos-
formas de tecnologia e informação, a am- tos em rede.
pliação da difusão da informação e uma
mudança nos paradigmas da produção do Do ponto de vista dos clássicos,
conhecimento. As transformações com as Weber e Marx, a ciência e a tecnologia são
quais estamos convivendo na realidade tidos como libertadores. Para Weber, trata-
contemporânea são evidentes. As ativida- se do “desencantamento do mundo”, do fim
des e serviços oferecidos mediante o mer- das explicações mágicas a respeito da di-
cado de informações são como alavancas nâmica natural da vida e, para Marx, é o
propulsoras da competência e do incentivo ensino tecnológico que é libertador. O que
para a ampliação ao acesso à informação, nos permite concluir, sob esta ótica, que a
nos mais diversos formatos de apresenta- idéia de rede também é democrática — se
ções, como, por exemplo: sons, imagens, pensarmos nos clássicos e na era das no-
textos, metodologias multimídia. O que fa- vas tecnologias.
cilita a construção e a aplicação do conhe-
cimento nos mais diversos setores sociais Aliás, nesse sentido, a utopia de cons-
e culturais. truir uma sociedade socialista no futuro está
pautada pela reapropriação coletiva da
É nesse sentido que se pergunta por tecnologia pelos produtores livres. O que
que a rede é democrática, ou se é demo- demonstra o caráter político que Marx e
crática. Sem recair na análise maniqueísta Engels atribuíram à tecnologia, quando sua
de que há boas e más tecnologias, dize- reapropriação fosse responsável em gran-
mos que a tecnologia é política, tem um “va- de parte pela reestruturação da vida soci-
lor de uso político”, e que, por isso, a rede, al. Este aspecto é ressaltado por Nogueira
no sentido plural da propagação de infor- (1993, p.172),
mações e formulação de seus próprios con-
teúdos (nesse caso, parece-nos que edu- “Além disso, no futuro, quando
os trabalhadores se apoderas-
cação e comunicação caminham paralela-
sem da tecnologia, mudanças
mente) é democrática, ao menos do ponto profundas deveriam ocorrer no
de vista da pluralidade e de seus princípios âmbito da produção (se não no
globalizantes. Outros elementos consubs- próprio conteúdo das técnicas,
ao menos em seu modo de em-
tanciais à democracia — como o respeito
prego e na organização do tra-
pelas minorias, rotatividade entre os mem- balho), o que haveria de acarre-
bros formuladores, aceitação das decisões tar a necessidade de se modifi-
majoritárias e acatamento das “regras do car a relação com o saber e com
as instituições encarregadas de
jogo” — ainda esperam ser substantivados
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transmiti-lo. E essa evolução de- faz parte da relação política4, a ponto de se
veria se dar no sentido do reco-
poder escolher entre uma relação política
nhecimento do valor formador do
trabalho produtivo, e do estabe- de princípios ou a política de objetivos, de
lecimento de vínculos estreitos “resultados”.
entre a instrução e os problemas
da produção”.
A informação é um recurso econômi-
co, mas com efeito multiplicador muito su-
Porém, se a questão tecnológica era
perior aos outros recursos. É um produto
enfrentada por Marx e Engels como condi-
que não se gasta com o uso e pode ser
ção básica para a futura transformação ra-
duplicado e transmitido a qualquer parte
dical das sociedades, ela própria fazia par-
com custo relativamente baixo, ou seja, um
te de um amplo projeto social e político. O
recurso ideal para ser compartilhado.
que, em nosso entender, reforça ainda mais
a íntima relação entre tecnologia e política.
Verificamos assim a relação estreita
Pois, em última instância, ao nível das trans-
entre tecnologia e política e confirmamos
formações sociais, a apropriação política
que o acesso à tecnologia é um grande
dos conteúdos tecnológicos, por parte dos
passo, mas não o suficiente. Porque, ne-
produtores livres ou das classes trabalha-
cessita-se da capacitação para a
doras, resultará na reapropriação dos ob-
tecnologia, para a busca de informações
jetivos e fins anteriormente traçados pelo
necessárias com capacidade de análise
conjunto limitado de tecnólogos e especia-
simbólica em um ambiente em construção.
listas — o que, por fim, fará com que aflore
o conteúdo democrático e progressista que
A Internet estourou os limites da ca-
há na condição técnica, quando ela é en-
pacidade humana de assimilar os conheci-
carada na perspectiva plural, social, radial,
mentos e os acontecimentos mundiais e, ao
etc. De acordo com Nogueira, em Marx, o
mesmo tempo, transformou os sujeitos so-
acesso à tecnologia é necessário, mas não
ciais em sujeitos globalizados inseridos em
suficiente (idem, p. 173).
uma “aldeia global”.

Também o valor de uso político, sob


A informação tornou-se base essen-
esta análise, é ético, na medida em que
cial para o progresso da civilização e da
sempre se colocam “opções” variáveis e ______________________________________________________________

possibilidades de escolha quando há uma 4


Nesse sentido, a crítica de Arendt à fragilidade da
relação de princípios democráticos com a pseudociência manifesta na mentalidade
tecnocrática é muito interessante, porque:
tecnologia. Por isso, entendemos que o “O problema não é que eles tenham sangue-frio
mesmo núcleo ético das “opções” tecnoló- suficiente para ‘pensar o impensável’, mas o que
eles não pensam” (Arendt, 1994, p. 15). É como se
gicas está presente na própria relação de- a opção possível, inerente ao uso atual da tecnologia,
mocrática e, no sentido mais geral, também fosse pensar sobre seu “valor político” ou simples-
mente se calar diante da “comodidade tecnológica”.
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sociedade, é considerada uma matéria-pri- tagem a sua característica de compartilha-


ma para o desenvolvimento e pode ser con- mento de recursos, sistema este que
ceituada como parte da produção de bens, alavancado pela rede das redes pode tra-
de serviços e de cultura. A ausência de in- zer grandes vantagens para as bibliotecas
formação e de meios eficazes para o inter- e comunidades participantes em um gran-
câmbio e a disseminação do conhecimento de programa de cooperação.
são fatores que limitam o desenvolvimento
econômico e social. Vigevanni (1997, p. 64) A utilização da rede Internet é extre-
afirma que, mamente atraente em razão do volume e
variedade de informações que disponibiliza,
“Conceituar a informação como colocando em prática a idéia de aldeia glo-
parte constitutiva da produção de bal apresentada por Marshall McLuhan, e
bens, de serviços e de cultura
vincula-se diretamente ao tema lembrada por Baran (1995, p.41),
da globalização, a qual implica
uma nova forma de organização “quando Marshall McLuhan, um
da produção. A globalização tra- dos grandes teóricos da comu-
duz-se em melhoria da qualida- nicação de massa dos anos 70,
de dos produtos, rebaixamento formulou o conceito de “aldeia
dos seus custos e, ao mesmo global” ele, com certeza, não ti-
tempo, sua rápida obsoles- nha a menor noção do alcance
cência. A reprodução do capital futuro desse conceito e sua
exige prazos cada vez menores, abrangência. Duas décadas de-
o que torna a informação instan- pois, o mundo tem a sua aldeia
tânea um requisito básico da pro- global eletrônica onde é possí-
dução e da circulação de valor.” vel interagir e conversar com
pessoas localizadas fisicamente
em outros continentes ou buscar
Também se observa uma demanda e recuperar informações situa-
potencial para a informação, tão volumosa das em locais geograficamente
e diversificada que é necessário ampliar os opostos. Este é o resultado da
mecanismos de transação que permitam explosão da Internet.”
atender a demanda e a oferta.
A falta de recursos sempre presente
nas bibliotecas públicas, a possibilidade de
O uso da rede mundial Internet é uma
compartilhamento de recursos através da
possibilidade que vai além da integração
rede Internet e a necessidade de acesso à
regional, é uma possibilidade de integração
informação, como sendo a expressão ma-
mundial. E em se tratando de países em
terial do conhecimento para que seja utili-
desenvolvimento a necessidade de
zado como um instrumento essencial para
integração é questão da própria sobrevivên-
o desenvolvimento sustentável, é o que nos
cia, pois a utilização da rede como instru-
leva a idealizar um programa de coopera-
mento de integração tem como grande van-
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ção entre as bibliotecas públicas com a uti- deparamos com inovações tecnológicas de
lização da rede mundial de telecomunica- informação e comunicação que permitem a
ções Internet. O projeto, no entanto, deve construção de sistemas estruturados em
estar estruturado de maneira a concretizar realidade virtual, e como uma forma de fa-
a idéia de Rede dos Cidadãos (Santos e cilitar o acesso à informação, permitindo um
Martinez, 1997), em que se conjugue de grande avanço na realização e nos benefí-
forma similar a comunicação, a educação cios dos serviços oferecidos.
e a interação, num sentido que por ora de-
nominamos de “transdisciplinar” (com con- Com a evolução de uma economia glo-
ceitos embasados nas três áreas e não sim- bal, embasada no conhecimento, é neces-
plesmente emprestados e amalgamados sário que seja fortalecida a competência e
por áreas “afins, a exemplo de: rede a autoridade profissional e institucional dos
(tecnologia), politecnia (ensino de pressu- provedores de informação, a fim de cami-
postos) e cidadania (resultado da experi- nharmos por estágios evolutivos. Um pri-
ência política democrática). O sentido plu- meiro estágio seria o das perturbações cau-
ral é claro em relação às três áreas e aos sadas pelas tecnologias da informação e
três conceitos, e podem, portanto, ser con- da comunicação que exigem mudanças e
jugados em paralelo, sem prejuízo de um reestruturações organizacionais. E, o se-
em favor do outro, revelando situações e gundo, o das transformações que implicam
experiências plurais próprias. Mas ao mes- a exploração intensa dos espaços de atua-
mo tempo semelhantes, se levarmos em ção tradicionais e principalmente a tentati-
conta a experiência da pluralidade que está va de colonizar novas áreas, a exemplo da
presente nas três indicações. exploração da rede das redes, em uma pro-
posta de biblioteca cooperativa virtual para
Este programa é pautado em um con- o Mercosul.
junto de ações integrativas em que serão
reconhecidas as diferenças e sedimentados Ressaltamos que o apelo em favor da
os interesses e tarefas comuns e solidári- cooperação internacional não deve ser en-
as, possibilitando compreender que, além carado como uma coisa utópica, muito me-
de globalizada, a sociedade hoje convive nos a possibilidade de implantação de uma
com sujeitos cosmopolitas, cidadãos inte- biblioteca virtual cooperativa. As condições
grados e participativos, uma época de no- tecnológicas prévias que permitem a
vas oportunidades, novas expectativas, interação de localidades e instituições já
novos negócios, um novo mercado mais existem, o que possibilita mudanças estru-
expansivo. turais.

Faz-se necessária a concretização de Afinal, temos que considerar que


programas dessa natureza, porque hoje nos numa era de globalização em que não há
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espaço para o protecionismo à moda anti- GROVER, M. Proposta para uma política
de formação de acervos cooperativos.
ga, os custos de pesquisa e desenvolvimen-
Cadernos da F. F. C., Marília, v. 4, n. 1,
to freqüentemente ultrapassam a capacida- 1995.
de dos países, individualmente, e que a
disponibilização de modernos mecanismos LOJKINE, J. A revolução informacional. São
Paulo : Cortez, 1995.
de transação de informação poderão per-
mitir a interligação da capacidade tecnoló- MACHADO, N.J. Ensaios transversais: ci-
gica, informacional e documentária dos pa- dadania e educação. São Paulo : Escri-
íses e das instituições de pesquisa, forman- turas, 1997.
do uma rede de cooperação que poderá tra-
MARTINEZ, V. C. O cidadão de silício.
zer prosperidade e segurança para a cons- Marília- SP : UNESP - Faculdade de Fi-
trução de um projeto de intercâmbio biblio- losofia e Ciências, 1997.
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Resumen
En el futuro, con la creciente virtualización (
________________________________________________________ tecnología sustituyendo el espacio público de
la práctica política ), es donde se mostrará si
Plácida L. V. Amorim da Costa Santos la democracia fue puesta en red ( pública) o si
Professora do Departamento de simplemente fue “tecnologizada”,
Biblioteconomia e Documentação da convirtiéndose en la imagen más cara del
concepto, o sea , “publicidad”. La articulación
UNESP/Marília;
de la idea de red con la experiencia de las bi-
Coordenadora do Grupo de Pesquisa “No-
bliotecas públicas sería una posibilidad en la
vas Tecnologias em Informação”; realización de la interacción social y en la
Doutora em Semiótica e Lingüística Geral construcción de la ciudadanía.
pela USP.
e-mail: gpnti@mii.zaz.com.br Palabras-Clave
Democracia; Red; Información; Bibliotecas Pú-
Vinício Carrilho Martinez blicas.
Doutorando pela Faculdade de Educação
da Universidade de São Paulo (FEUSP);
Mestre em Educação pela UNESP-Marília;
Bacharel em Direito e Ciências Sociais. __________________________________________________________________
e-mail: gpnti@mii.zaz.com.br
Artigo recebido em: 30/04/98
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Title
The Net and the Knowledge

Abstract
In the future, with the increasing virtualization
(technology replacing the public space in the
political practice), it shall be known if democracy
has been put on the (public) net or if it has only
been “technologized” having become the most
expensive image of the concept, namely,
“publicity”. The articulation of the idea of net
with the experience of public libraries would be
a possibility in the carrying out of social
interaction as well as in the building of
citizenship.

Keywords
Democracy; Net; Information; Public Libraries.

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Titulo
La Red y el Conocimiento

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