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de uso exclusivo de CHESF - CIA HIDRO ELÉTRICA DO SÃO FRANCISCO em 03/07/2012.

NORMA ABNT NBR


BRASILEIRA 7274
Segunda edição
05.01.2012

Válida a partir de
05.02.2012

Interpretação da análise dos gases de


transformadores em serviço
/nterpretation of gas ana/ysis of in service transformers

ICS 29.040.20 ISBN 978-85-07-03219-9

ASSOCIAÇÃO Número de referência


BRASILEIRA ABNT NBR 7274:2012
DE NORMAS
TÉCNICAS 18 páginas

©ABNT 2012
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Sumário Página

Prefácio iv
1 Escopo 1
2 Referências normativas 1
3 Termos, definições e abreviaturas 1
3.1 Termos e definições 1
3.2 Abreviações 3
4 Mecanismo de formação de gases 3
4.1 Decomposição do óleo 3
4.2 Decomposição da isolação celulósica 4
4.3 Outras fontes de gás 4
5 Identificação de defeitos 4
5.1 Composição dos gases dissolvidos 5
5.2 Diagnóstico com base na análise de gases dissolvidos no óleo 5
5.2.1 Evolução de gases em equipamentos em início de operação 5
5.2.2 Importância de uma nova coleta para confirmação de resultados 5
5.2.3 Limitação da metodologia do diagnóstico 6
5.3 Tipos de defeitos 6
5.4 Relações básicas dos gases 7
5.5 Relação C02/CO 8
5.6 Relação 02/N2 8
5.7 Relação C2H21H2 8
5.8 Hidrocarbonetos Ca 9
5.9 Evolução de defeitos 9
5.10 Representação gráfica 9
6 Condições para cálculo das relações 9
6.1 Examinando os valores da análise de gases dissolvidos 9
6.2 Incerteza nas relações de gases 10
7 Aplicação para gases livres em rei és de gases 10
8 Nível de concentração de gás em serviço 12
8.1 Probabilidade de falha em serviço 12
8.1.1 Geral 12
8.1.2 Métodos de cálculo 12
8.2 Valores típicos de concentração 12
8.2.1 Geral 12
8.2.2 Métodos de cálculos 13
8.2.3 Escolha das porcentagens de normalidade 13
8.3 Valores de alarme 13
8.4 Taxa de evolução de gases 13
9 Método recomendado para a interpretação da análise de gases dissolvidos 14
1O Relatório 15
Anexo A (informativo) Figuras 16

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A.1 Avaliação de gás-chave 16


A.2 Representação gráfica das relações de gases 17
Bibliografia 18

Figuras
Figura A.1 - Representação gráfica da relação de gases (Tabela 2) 16
Figura A.2 - Representação gráfica (3D) da relação de gases (Tabela 2) 17

Tabelas
Tabela 1 - Abreviações 6
Tabela 2 - Tabela de interpretação de análise de gases dissolvidos 7
Tabela 3 - Coeficientes de Ostwald para vários gases em óleo mineral isolante 11

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Prefácio

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Foro Nacional de Normalização. As Normas


Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos
de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais (ABNT/CEE), são
elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos,
delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).

Os Documentos Técnicos ABNT são elaborados conforme as regras da Diretiva ABNT, Parte 2.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) chama atenção para a possibilidade de que
alguns dos elementos deste documento podem ser objeto de direito de patente. A ABNT não deve ser
considerada responsável pela identificação de quaisquer direitos de patentes.

A ABNT NBR 7274 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Eletricidade (ABNT/CB-ü3), pela Comissão
de Estudo de Óleos Minerais isolantes (CE-03:01 0.1 O). O Projeto circulou em Consulta Nacional
conforme Edital nº 09, de 09.09.2011 a 07.11.2011, com o número de Projeto ABNT NBR 7274.

Esta segunda edição cancela e substitui a edição anterior (ABNT NBR 7274:1982), a qual foi tecnica-
mente revisada.

O Escopo desta Norma Brasileira em inglês é o seguinte:

Scope
This Standard describes how the concentrations of dissolved gases or free gases may be interpreted
to diagnose the condition of oil-filled electrical equipment in service and suggest future action.

The dissolved gases in the oil samples can be extracted and analyzed in accordance with the ABNT
NBR 7070 or other adequa te technology.

This Standard is applicable to electrical equipment filled with mineral insulating oil and insulated with
cellulosic paper or pressboard-based solid insulation.

In any case, the indications obtained should be viewed only as guidance and any resulting action
should be undertaken only with proper engineering judgment.

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Interpretação da análise dos gases de transformadores em serviço

1 Escopo
Esta Norma descreve como a concentração de gases livres ou dissolvidos pode ser interpretada para
diagnosticar as condições de equipamentos elétricos em serviço e sugerir ações futuras.

Os gases dissolvidos em amostras de óleo mineral isolante podem ser extraídos e analisados de
acordo com a ABNT NBR 7070, ou outra metodologia apropriada.

Esta Norma é aplicável aos equipamentos elétricos preenchidos com óleo mineral isolante e isolados
com papel ou papelão, ambos celulósicos.

Em todos os casos, as indicações obtidas são orientativas e as ações resultantes devem ser estudadas.

2 Referências normativas
Os documentos relacionados a seguir são indispensáveis à aplicação deste documento. Para referên-
cias datadas, aplicam-se somente as edições citadas. Para referências não datadas, aplicam-se as
edições mais recentes do referido documento (incluindo emendas).

ABNT NBR 7070, Amostragem de gases e óleo mineral isolante de equipamentos elétricos e análise
dos gases livres e dissolvidos

ABNT NBR 15349, Óleo mineral isolante - Determinação de 2-furfural e seus derivados

3 Termos, definições e abreviaturas


Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes termos, definições e abreviaturas.

3.1 Termos e definições

3.1.1
defeito
ocorrência não planejada em um equipamento, cujo resultado pode ser uma ou mais falhas em um
equipamento isolado ou em outro equipamento associado

NOTA Em um equipamento elétrico, um defeito pode ou não resultar em danos na isolação e em falha do
equipamento.

3.1.2
defeito sem danos
defeito que não envolve reparos ou ações de troca no local do defeito

NOTA Exemplos típicos são arcos autoextinguíveis em disjuntores ou aquecimento sem carbonização do
papel.

3.1.3
defeito com dano
defeito que envolve reparos ou ações de troca no local do defeito

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3.1.4
ocorrência
evento relacionado como falha interna temporária ou permanente, com o equipamento operando
normalmente. Podem ser citados como exemplo atuação do alarme de gás ou vazamento

3.1.5
falha
evento resultante de um defeito com danos ou incidente externo, exigindo retirada, reparo ou troca do
equipamento como, por exemplo, a ocorrência de um arco interno, ruptura do tanque, fogo ou explosão

3.1.6
defeito elétrico
descarga ou disrupção através da isolação

3.1.7
descarga parcial
descarga que somente atravessa parcialmente a isolação entre condutores. Ela pode ocorrer dentro
da isolação ou adjacentemente a um condutor

3.1.8
corona
forma de descarga parcial que ocorre em um meio gasoso ao redor de um condutor. Esse termo não
pode ser usado, de forma geral, para todos os tipos de descarga parcial

3.1.9
cera X
material sólido formado a partir do óleo mineral isolante, como resultado de descargas elétricas.
Consiste em fragmentos polimerizados de moléculas do líquido original. Produtos semelhantes podem
ser formados em outros líquidos sob condições similares

3.1.10
centelhamento de baixa energia
devido a metais ou potenciais flutuantes (por exemplo), pode ser descrito como descargas parciais,
mas deve ser considerado como descargas de baixa energia

3.1.11
descarga disruptiva
descarga que se verifica quando um meio isolante é submetido a um gradiente de potencial maior do
que sua rigidez dielétrica. É também descrita como arco, disrupção ou curto-circuito

NOTA Dependendo da quantidade de energia envolvida na descarga, ela é descrita como de alta ou de
baixa energia, com base na extensão do dano causado ao equipamento.

3.1.12
falha térmica
elevação excessiva da temperatura na isolação, que pode ser causada por refrigeração deficiente,
corrente excessiva de circulação nas adjacências de partes metálicas (como resultado de mau contato,
correntes parasitas ou de circulação), correntes excessivas circulando através da isolação (como
resultado de altas perdas dielétricas), levando à falha térmica, sobreaquecimento de enrolamento
interno ou no "Iead' de conexão da bucha

3.1.13
valores típicos de concentração de gás
concentração de gases normalmente encontrados em equipamentos em serviço, sem sintomas de falhas

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NOTA Os valores típicos podem diferir em diferentes tipos de equipamentos e em diferentes sistemas,
dependendo das práticas de operação (níveis de carregamento, clima etc.)

3.2 Abreviações

AGO - Análise de gases dissolvidos

COC - Comutador de derivação em carga

CIGRE - Conferência internacional dos grandes sistemas elétricos

NO - Não detectado

S - Limite de detecção analítico

Tap - ponto de conexão ao longo de um enrolamento do transformador, que permite que um


determinado número de espiras seja selecionado.

4 Mecanismo de formação de gases

4.1 Decomposição do óleo

Óleos minerais isolantes são feitos de uma mistura de diferentes hidrocarbonetos contendo CH3, CH2
e grupos CH mantidos unidos pelas ligações moleculares carbono-carbono. A cisão de algumas das
ligações C-H e C-C pode ocorrer como um resultado de falhas térmicas ou elétricas, com a formação
de pequenos fragmentos instáveis, na forma iônica ou de radicais, como H, CH3, CH2, CH ou C (entre
muitas outras formas mais complexas), que se recombinam rapidamente, em moléculas gasosas como
hidrogênio (H-H), metano (CH3-H), etano (CH3-CH3), etileno (CH2=CH2) ou acetileno (CH=CH).
Hidrocarbonetos gasosos C3 e C4, bem como partículas sólidas de carbono e hidrocarbonetos
poliméricos (cera X) são outras possíveis recombinações. Os gases formados dissolvidos em óleo
ou acumulados como gases livres (se produzidos rapidamente em grandes quantidades) podem ser
analisados de acordo com a ABNT NBR 7070 ou outra metodologia apropriada.

Falhas de baixa energia, como as descargas parciais de tipo plasma frio (efeito corona), favorecem
uma cisão da ligação C-H (338 kJ/mol) através das reações de ionização e o acúmulo de hidrogênio
como a principal recombinação gasosa. Uma maior quantidade de energia e/ou alta temperatura é
necessária para a cisão das ligações C-C e sua combinação em gases com ligação simples C-C
(607 kJ/mol), ligações duplas C=C (720 kJ/mol) ou ligações triplas C=C (960 kJ/mol), segundo
processos similares àqueles encontrados na indústria de craqueamento de petróleo.

A formação de etileno é mais favorecida do que etano e metano em temperaturas acima de 500°C
(embora ainda presentes em pequenas quantidades). Acetileno requer temperaturas de 800 °c a
1 200°C e um rápido decréscimo a temperaturas mais baixas, de forma a permanecer como um
produto de recombinação estável. Acetileno é formado em quantidades significativas, principalmente
na ocorrência de arco elétrico, quando um canal condutivo ionizado está a milhares de graus Celsius
e a interface com o óleo ao redor necessariamente abaixo de 400°C (na qual o óleo vaporiza
completamente), com uma camada de vapor de óleo/gases de decomposição entre elas. Acetileno
pode ainda ser formado em temperaturas mais baixas « 800°C), mas em muito menor quantidade.
Partículas de carbono formam-se de 500 °C a 800°C e são observadas após um arco no óleo ou ao
redor de pontos quentes.

O óleo pode se oxidar com a formação de pequenas quantidades de CO e C02, que só atingem
valores significativos se acumulados por grandes períodos de tempo.

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4.2 Decomposição da isolação celulósica

As cadeias poliméricas da isolação sólida celulósica (papel, papelão prensado, blocos de madeira)
contêm um grande número de anéis de glucose anidra e frágeis ligações C-O e ligações glicosídicas
que são termicamente menos estáveis que as ligações hidrocarbônicas do óleo e, portanto, se decom-
põem a temperaturas mais baixas. Uma taxa significativa de cisão das cadeias poliméricas ocorre a
temperaturas superiores a 105 °c, com a completa decomposição e carbonização acima de 300 oCo
Uma quantidade maior de CO e C02, bem como água, é formada à mesma temperatura que os com-
postos provenientes da oxidação do óleo, junto com quantidades menores de gases hidrocarbônicos
e compostos furânicos. Estes últimos podem ser analisados conforme a ABNT NBR 15349, usados
como complemento na interpretação da AGD e podem confirmar se a isolação celulósica está ou não
envolvida na falha. A formação de CO e C02 aumenta não somente com a temperatura mas também
com o teor de oxigênio no óleo e o teor de umidade no papel.

4.3 Outras fontes de gás

Gases podem ser gerados, em alguns casos, não como um resultado de um defeito no equipamento,
mas através de oxidação ou outra reação química envolvendo aço, superfícies não pintadas ou reves-
timentos de proteção.

Hidrogênio pode ser produzido pela reação do aço com água enquanto o oxigênio está disponível no
óleo. Grandes quantidades de hidrogênio têm sido reportadas em alguns transformadores que não
haviam ainda sido energizados. Hidrogênio pode também ser formado pela reação da água livre com
revestimentos especiais de superfícies metálicas, como galvanizadas, ou por reação catalítica de
alguns tipos de aço inox com óleo, em particular óleo contendo oxigênio dissolvido em elevadas tem-
peraturas. Hidrogênio também pode ser formado em aços inox novos, absorvido durante o processo
de manufatura, ou produzido por solda e liberado lentamente no óleo.

Hidrogênio também pode ser formado pela decomposição de um fino filme de óleo entre duas lâminas
do núcleo superaquecidas a 140 °C ou mais.

Gases podem ser produzidos por exposição do óleo à luz solar ou formado durante o reparo do equi-
pamento.

Pintura interna de transformadores, como as de resinas alquídicas, epóxi monocomponente e poliure-


tanos modificados contendo ácidos graxos em sua formulação, pode também gerar gases.

Mesmo considerando a utilização de esquemas de pintura adequados, a cura ou secagem incompleta


pode gerar quantidades significativas de hidrogênio, monóxido e dióxido de carbono no início de ope-
ração do equipamento.

Estas ocorrências, entretanto, não são muito usuais e podem ser detectadas em equipamentos novos
ainda não energizados e em ensaios de compatibilidade de materiais. A presença de hidrogênio na
total ausência de hidrocarbonetos gasosos, por exemplo, pode ser uma indicação de problema seme-
lhante.

5 Identificação de defeitos
Qualquer formação de gases em serviço, mesmo mínima, resulta em estresse de alguma forma,
mesmo que suave, como o envelhecimento devido à temperatura de operação. De qualquer forma,
enquanto a formação de gases estiver abaixo dos valores típicos, isto não pode ser considerado

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como uma indicação de defeito, mas preferencialmente uma "formação de gás típica" (ver Figura A.1).
A observação por comparação dos níveis de geração de gases de equipamentos com mesmo projeto,
fabricante e construídos com materiais de mesma época de fabricação também fornece indicações
de defeitos.

5.1 Composição dos gases dissolvidos

Ainda que a formação de alguns gases seja favorecida, dependendo da temperatura e da energia
contida no defeito (ver 4.1), na prática misturas de gases são quase sempre obtidas. Uma razão é
termodinâmica, embora minimizada. Há a formação de gases secundários, apesar de em menores
quantidades. Modelos termodinâmicos existentes, derivados da indústria de petróleo, entretanto, não
podem predizer precisamente a composição dos gases formados, porque eles não correspondem ao
equilíbrio gás/temperatura ideal, o qual não existe na região do defeito. Grandes gradientes de tempe-
ratura, na prática, podem ocorrer como resultado do fluxo de óleo ou vaporização em contato com uma
superfície aquecida, particularmente no caso de arco de potência, que transfere grande quantidade de
calor para o vapor de óleo e o gás de decomposição na camada entre o arco e o óleo, provavelmente
explicando o aumento da formação de etileno observado em adição ao acetileno formado. Além disso,
modelos termodinâmicos não se aplicam ao papel que inevitavelmente gera carbono acima dos 300 oCo
Gases podem ser formados em regiões distintas dentro do equipamento, originados por defeitos dis-
tintos, e podem influenciar o diagnóstico final.

5.2 Diagnóstico com base na análise de gases dissolvidos no óleo

5.2.1 Evolução de gases em equipamentos em início de operação

Um equipamento novo que se encontra operando dentro dos seus primeiros dois anos de operação,
normalmente apresenta taxas de crescimento mensais dos gases combustíveis (TGC) maiores,
se comparado a outro equipamento similar exposto ao mesmo regime operacional e com mais de dois
anos de operação. Após este período observa-se que, em média, estas taxas voltam a ser mais com-
patíveis. Este aspecto deve ser considerado quando comparado com as análises cromatográficas de
equipamentos de uma mesma família, sendo gerados valores-limites e gráficos com as evoluções nas
concentrações de cada gás combustível (curvas típicas por família de equipamento e por período de
operação). Equipamentos desgaseificados ou com carga de óleo substituída por outra desgaseificada
apresentam perfil de gases dissolvidos similar aos dos equipamentos novos energizados durante os
seus dois primeiros anos de operação, devendo ser reamostrados para análises cromatográficas com
periodicidade inferior ao normalmente adotado para os demais equipamentos, pelo menos durante os
primeiros 12 meses. Além disso, periodicidades menores para coletas de amostras cromatográficas de
equipamentos devem ser adotadas quando, por exemplo, tiver sobrecarga, ocorrências de sobreten-
sões, curtos-circuitos ou outras condições impostas pelo sistema, equipamentos durante o período de
garantia (novos ou reparados), suspeitas de problemas internos no equipamento e outras condições
de menor incidência.

5.2.2 Importância de uma nova coleta para confirmação de resultados

Não é recomendado emitir um parecer conclusivo do estado operacional de um equipamento com


base apenas em uma única amostra, pois a prática revela vários casos de erros do tipo e deficiência
no processo de coleta da amostra de óleo, por exemplo, falta de limpeza do ponto de amostragem, com
geração elevada de hidrogênio (com diagnóstico representativo apenas para o óleo retido no ponto
de amostragem), retirada da amostra do próprio comutador e não do tanque principal do equipamento
associado, contaminações no processo de análise no laboratório etc.

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5.2.3 Limitação da metodologia do diagnóstico

De forma geral, observa-se maior eficiência da cromatografia quando ocorrem problemas internos no
equipamento com evoluções relativamente lentas, por exemplo, ponto quente ou sobreaquecimento de
conexão ou outros cuja evolução não cause um risco iminente de falha do equipamento, por exemplo,
corrente de circulação do núcleo para a carcaça ou descargas de pontos da ferragem para a carcaça.
Defeitos com evoluções rápidas e com graves repercussões para o equipamento (por exemplo, curto-
circuito entre espiras ou outras falhas associadas a solicitações feitas pelo sistema acima do nível de
suportabilidade do equipamento, danificando a isolação entre enrolamentos) ou deles para a carcaça
não são normalmente diagnosticados preditivamente pela cromatografia, por que normalmente estão
associados a fatores externos.

5.3 Tipos de defeitos

Inspeções internas de equipamentos avariados frequentemente levam às seguintes classes de falhas


detectáveis visualmente, (ver Tabela 1):

descargas parciais (DP) do tipo plasma frio (corona), resultando em possível cera X depositada
no isolamento celulósico ou do tipo centelhamento, induzindo perfurações carbonizadas no papel,
que podem não ser facilmente visualizadas;

centelhamento (C1) ocorre entre partes metálicas na forma de ruptura dielétrica de alta densidade
de ionização;

descargas de baixa energia (D1), em óleo e/ou papel, evidenciada pela larga carbonização
perfurante através do papel, carbonização da superfície do papel (trilha) ou partículas de carvão
no óleo (como na operação de mudança de tap do comutador);

descargas de alta energia (D2), em óleo e/ou papel, com potência evidenciada pela extensiva
destruição e carbonização do papel, fusão do metal, extensiva carbonização do óleo e, em alguns
casos, atuação da proteção do equipamento, confirmando a alta corrente;

sobreaquecimento, no óleo e/ou papel, abaixo de 300 DC, o papel torna-se escurecido (T1); acima
de 300 DC, o papel apresenta-se carbonizado (T2);

sobreaquecimento de temperatura acima de 700 DC (T3), há evidência de carbonização do óleo,


coloração do metal (800 De) ou fusão do metal (> 1 000 DC).

Tabela 1 - Abreviações

DP
C1
D1
D2
T1
T2

T3

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5.4 Relações básicas dos gases

Cada uma das sete classes de defeitos conduz para uma característica-padrão da composição de
hidrocarbonetos gasosos, a qual pode ser traduzida para uma tabela de interpretação de análise de
gases dissolvidos, como a recomendada na Tabela 2 e baseada no uso de três relações básicas de
gases:

Tabela 2 - Tabela de interpretação de análise de gases dissolvidos

Caso Falha característica C2 H2 CH4 C2 H4


-- -- --
C2 H4 H2 C2 H6

DP Descargas parciais NS < 0,1 < 0,2


C1 Centelhamento 0-0,6 0,1 - 1 <1
D1 Descargas de baixa energia >1 0,1 - 0,5 >1
D2 Descargas de alta energia 0,6 - 2,5 0,1 - 1 >2
T1 Sobreaquecimento t < 300°C < 0,01 >1 <1
T2 Sobreaquecimento 300°C < t < 700°C < 0,1 >1 1- 4
T3 Sobreaquecimento t > 700°C < 0,2* >1 >4
NOTA 1 As relações acima são significativas e convém que sejam calculadas se pelo menos
um dos gases estiver presente em concentração e taxa de evolução acima de valores típicos de
um mesmo projeto ou se apresentarem acima das concentrações de nível médio.
NOTA 2 O padrão de decomposição de gases similar às descargas parciais tem sido reportado
como um resultado da decomposição de um fino filme de óleo entre lâminas sobreaquecidas do
núcleo na temperatura de 140°C e acima (ver 4.3).
NOTA 3 Além da caracterização da falha, convém que seja considerada a concentração total
dos gases combustíveis, bem como as taxas de evolução de cada gás. Os valores e critérios
destas concentrações, recomendados para uma melhor avaliação da situação do equipamentos
são os seguintes:

0- 400 ppm Concentração de gases combustíveis baixa.

400 - 900 ppm Concentração de gases combustíveis médios.

900 - 1 500 ppm Concentração de gases combustíveis significativa.

1500 - 2 500 ppm Concentração de gases combustíveis alta.

Acima 2 500 ppm Concentração de gases combustíveis muito alta.


NOTA 4 No caso de obtenção de diagnósticos idênticos, considerar o de maior gravidade.

NS = O valor esperado de acetileno deve ser abaixo do limite de detecção do método utilizado.
*Um incremento do valor da quantidade de C2H2 pode indicar que a temperatura do ponto quente
é maior que 1 000 oCo

A Tabela 2 aplica-se a todos os tipos de equipamentos, com poucas diferenças nos limites das taxas
de gás, dependendo do tipo específico de equipamento.

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Alguma superposição entre defeitos 01 e 02 é visível na Tabela 2, significando que uma dupla
interpretação de 01 ou 02 deve ser dada em alguns casos dos resultados de análise de gases
dissolvidos. No caso de superposição de 01 e 02, considerar o diagnóstico de maior gravidade.

NOTA Combinações de relações de gases que não se enquadrem nos valores indicados na Tabela 2
podem ser consideradas uma combinação de defeitos, ou um novo defeito combinado com um histórico
de nível de gases elevado (ver 6.1). Em tais casos, a Tabela 2 pode não fornecer um diagnóstico, mas a
representação gráfica dada na Figura A.2 pode ser usada para visualizar qual defeito característico da Tabela
2 é mais próximo do caso.

5.5 Relação C02/CO

A formação de C02 e CO originada da isolação de papel impregnada com óleo aumenta rapidamente
com a temperatura. Incrementos da relação C02/CO menores que três são geralmente considerados
uma indicação de provável defeito envolvendo papel, com algum grau de carbonização.

Relações de C02/CO no equipamento podem ser influenciadas pela concentração de oxigênio dissolvido
no óleo mineral isolante ou pela própria oxidação do óleo.

Para transformadores fabricados com papel kraft comum, quando se suspeita de excessiva degradação
do papel (C02/CO < 3), é recomendável uma análise de compostos furânicos ou uma medida de grau
de polimerização de amostra de papel, quando possível.

Quando a relação C02/CO > 11, isto indica a probabilidade de evolução de defeito térmico envolvendo
o isolamento sólido.

02 e N2 dissolvidos no óleo são decorrentes do contato com ar atmosférico. Em situações normais de


operação, a solubilidade relativa de 02 e N2 e a relação 02/N2 em óleo refletem a composição do ar.

Em serviço, essa relação pode decrescer como um resultado da oxidação do óleo e/ou envelhecimento
do papel, se 02 for consumido mais rapidamente ao que é reposto por difusão. Fatores como carga
e sistema de preservação podem ser usados também para afetar a taxa, mas taxas menores que 0,3
são geralmente consideradas para indicar excessivo consumo de oxigênio.

Em transformadores de potência, a operação de mudança de tap nos comutadores produz gases


correspondentes a descargas de baixa energia 01 . Se alguma comunicação de óleo ou gás for possível
entre o tanque do COC e o tanque principal, ou entre os respectivos conservadores, esses gases
podem contaminar o óleo no tanque principal e levar a diagnóstico errado. O padrão da decomposição
de gases no COC, no entanto, é muito específico e diferente do diagnóstico 01 no tanque principal.

Relações C2H2/H2 maiores que 2 no tanque principal são indícios de contaminação do comutador.
Isto pode ser confirmado pela comparação dos resultados de cromatografia no tanque principal, no
comutador e no conservador. O valor da taxa de gás e da concentração de acetileno depende do
número de operações do comutador e do modo da ocorrência da contaminação (através do óleo ou gás).

NOTA Se houver suspeita de que a contaminação por gases tem origem no comutador, convém que a
interpretação dos resultados da cromatografia no tanque principal seja considerada não confiável, registrada
e acompanhada.

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5.8 Hidrocarbonetos C3
A interpretação do método de análise de gases dissolvidos indicados acima leva em conta somente
hidrocarbonetos C1 e C2. Alguns métodos práticos de interpretação também usam a concentração
do hidrocarboneto C3' e seus autores acreditam que eles são responsáveis por trazer informações
complementares que sejam úteis para fazer um diagnóstico mais preciso, porque os hidrocarbonetos
C3 são muito solúveis no óleo e suas concentrações praticamente não são afetadas pela possível
difusão do ar ambiente. Por outro lado, justamente pelo fato de serem muitos solúveis, são difíceis de
extrair do óleo e o resultado da análise pode grandemente depender do método de extração usado.
Além disso, a experiência tem mostrado que, na maioria dos casos, um diagnóstico satisfatório pode
ser feito sem levar em conta esses hidrocarbonetos e, para efeito de simplificação, eles têm sido
omitidos da interpretação dos métodos indicados acima.

5.9 Evolução de defeitos


Defeitos frequentemente começam de modo incipiente, com baixa energia, podendo evoluir para situ-
ações mais sérias de alta energia, conduzindo para possível alarme de gás, ruptura dielétrica e falha.

Quando um defeito é detectado em um estágio inicial, isto pode indicar não somente o aumento da
concentração do gás, como também a possível evolução com o tempo para um defeito de alta ener-
gia, mais perigoso no final do processo.

Por exemplo, alguns transformadores de corrente têm operado satisfatoriamente por um longo período
de tempo com níveis muito altos de hidrogênio produzido por descargas parciais. No entanto, descargas
parciais podem também causar a formação da cera X. Quando a cera X é produzida em quantidade
suficiente para aumentar as perdas por dissipação na isolação papel-óleo, pode ocorrer uma falha
térmica, eventualmente levando a uma falha grave.

Em outras ocorrências, no entanto, o instante final da ruptura do dielétrico pode ocorrer sem aviso.

5.10 Representação gráfica


Representações gráficas dos gases são convenientes para acompanhar os defeitos. Podem ser usadas
planilhas eletrônicas para melhor representar graficamente estes defeitos.

6 Condições para cálculo das relações

6.1 Examinando os valores da análise de gases dissolvidos


A amostragem e a análise dos gases dissolvidos devem ser feitas de acordo com a ABNT NBR 7070.

a) Valores de O (zero) llUL no relatório de cromatografia devem ser reportados pela expressão "não
detectado ou NO". Valores abaixo do limite de detecção S do método utilizado devem ser reporta-
dos pelo valor absoluto do limite de detecção do método utilizado precedido do sinal "<" (menor que).

b) Se sucessivas análises cromatográficas tiverem sido realizadas em um período relativamente


curto de tempo (dias ou semanas), variações inconsistentes (por exemplo, decréscimo acentuado
da concentração) podem ser consideradas uma indicação de um problema de amostragem ou
análise.

c) Relações de gases são significativas e devem ser calculadas somente se no mínimo um valor de
concentração de gás for acima do valor típico e acima da taxa típica de aumento do gás (ver Nota
1 da Tabela 2).

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d) Tratamentos efetuados no óleo mineral isolante interferem na concentração dos gases dissolvidos,
portanto este fato deve ser considerado na relação dos gases e no respectivo diagnóstico.

NOTA Para transformadores de potência não selados, ocorrem perdas com o tempo por difusão através
do conservador ou como resultado dos ciclos de temperatura do óleo. Neste caso, a concentração dos gases
medidos é menor que o nível de gases geralmente formados no transformador.

6.2 Incerteza nas relações de gases

Por causa da precisão dos valores na análise de gases dissolvidos, há também uma incerteza nas
relações dos gases que pode ser calculada usando a precisão dos valores da análise dos gases
dissolvidos descritos na ABNT NBR 7070.

Acima de 10 x S, a precisão é aproximadamente 5 % nos valores da análise de gases dissolvidos


e acima de 10 % na relação de gases. Abaixo de 10 x S, a precisão da análise de gases dissolvidos
decresce rapidamente, para tipicamente 20 % a 5 x S e até 40 % na relação do gás.

Precauções devem ser tomadas quando os cálculos das relações de gases estão abaixo de 10 x S,
levando-se em conta a possível variação dos resultados devido à precisão reduzida. Isto é válido para
transformadores de instrumento e buchas, onde valores das concentrações dos gases podem ser
abaixo de 10 x S.

7 Aplicação para gases livres em relés de gases


Durante o defeito, a velocidade de geração dos gases está ligada à velocidade de liberação de energia.
Então, uma baixa velocidade de liberação de energia como em descargas parciais, ou em pontos
quentes de baixa temperatura, causará lenta evolução de gases, e existe a probabilidade de que todo
o gás produzido se dissolva no óleo.

Um aumento na velocidade de liberação de energia em um defeito com núcleo superaquecido, por


exemplo, pode causar uma evolução de gases em velocidade alta o suficiente para formar bolhas.
Estas normalmente se dissolvem parcialmente no óleo, podendo alcançar o relé de gás e se aproximar
do equilíbrio com os gases que estão dissolvidos no óleo.

As altíssimas velocidades de liberação de energia, associadas aos defeitos com arco, causam uma
rápida e substancial evolução de gás, onde bolhas grandes chegam ao relé alterando a composição
do óleo do relé em relação ao óleo do tanque.

A princípio, a análise de gases livres do relé pode ser avaliada da mesma forma que os gases
dissolvidos no óleo. Quando da ocorrência de defeito onde sejam geradas quantidades substanciais
de gases livres, deve ser feita análise destes para identificar o defeito. O alarme do relé de Buchholz
também pode atuar pelo acúmulo de ar, devido a uma sequência de dias quentes seguidos por quedas
bruscas de temperatura à noite.

Além da coleta do gás do relé, é importante a coleta do óleo, incluindo o óleo do tanque principal.

Onde o gás tem sido acumulado lentamente, a análise dos gases dissolvidos no óleo é mais informativo
do que dos gases livres; esta análise de gás é fundamental para determinar a taxa de geração de
gases e então checar onde este defeito está evoluindo, que é o mais importante a se investigar.
Quando a análise dos gases livres é feita, é necessário converter a concentração dos vários gases dos
seus estados livres nas concentrações equivalentes quando dissolvidos, usando a Tabela 3, antes de
aplicar o método da relação de gases da Tabela 2 e compará-Ias com as concentrações encontradas
no óleo do relé e no óleo do tanque principal.

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Aplicando os princípios dados acima, a comparação da concentração no óleo com a equivalente


concentração de gases livres pode dar valiosa informação sobre quão distante as bolhas podem ter
difundido através do óleo e sobre a taxa de evolução (crescimento) dos gases.

No cálculo da concentração equivalente de gás dissolvido, a concentração de gás livre é feita aplicando-
se o coeficiente de Ostwald, separadamente para cada gás. Para um dado gás, o coeficiente de
Ostwald é definido como a seguir:

k = [concentração de gás na fase líquida]


[concentração de gás na fase gasosa 1

onde

As concentrações dos gases são expressas em microlitros/litro.

K representa os coeficientes de Ostwald para vários gases em óleo mineral isolante a 20 DC e 50 DC.

o coeficiente de Ostwald independe da pressão parcial real do gás em questão.


Para efeitos práticos, assume-se que as fases líquida e gasosa estejam a mesma temperatura. O erro
introduzido por qualquer diferença de temperatura não invalidaria os resultados obtidos.

Tabela 3 - Coeficientes de Ostwald para vários gases em óleo mineral isolante

Gás k a 20 DC k a 50 DC

N2 0.09 0.09

02 0.17 0.17

H2 0.05 0.05
CO 0.12 0.12

CH4 1.08 1.00

C02 0.43 0.40

C2 H4 2.40 1.80

C2 H6 1.70 1.40

C2 H2 1.20 0.90
NOTA Os valores apresentados nesta tabela representam os valores
médios obtidos de óleos de transformadores. Os valores reais normalmente
podem diferir dos dados acima. Entretanto, os dados acima podem ser usados
sem influenciar conclusões tiradas de ensaios recalculados.

O coeficiente de Ostwald independe da pressão parcial real do gás em questão.

Para efeitos práticos, assume-se que as fases líquida e gasosa estejam a mesma temperatura. O erro
introduzido por qualquer diferença de temperatura não invalidaria os resultados obtidos.

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8 Nível de concentração de gás em serviço

8.1 Probabilidade de falha em serviço

8.1.1 Geral

A probabilidade ou risco de ocorrer um incidente ou falha em serviço está relacionada aos níveis de
concentração de gás.

Abaixo de certos níveis (classificados como típicos ou normais), a probabilidade de ocorrer uma falha
é baixa. O equipamento é então considerado em boas condições, embora como regra geral uma falha
não pode ser totalmente descartada mesmo com baixos níveis. Uma primeira avaliação entre uma
análise que indique uma condição normal e uma suspeita pode ser constatada pelos cálculos dos
valores para o equipamento, quando comparado aos valores dos equipamentos de mesmo projeto
construtivo (família). A probabilidade de existir uma falha pode aumentar significativamente tanto para
valores muito acima dos níveis normais de concentração para o projeto construtivo como para os
valores definidos como aceitáveis durante a operação do equipamento. A situação é então considerada
crítica, mesmo que a falha possa nunca ocorrer com esses altos níveis de concentração: o risco é alto.

Tais falhas podem ser divididas em duas categorias:

falhas que se desenvolvem rapidamente, que são impossíveis de serem detectadas pela
amostragem e análise laboratorial, mas apenas por detectores de monitoramento contínuo;

falhas que se desenvolvem lentamente. Apenas esta segunda categoria pode ser detectada pela
análise de gases dissolvidos.

8.1.2 Métodos de cálculo

O uso de extensa base de dados de análises de gases dissolvidos e de manutenções em equipamentos


permite estimar a probabilidade de falha de um dado tipo de equipamento em serviço para dado nível
de concentração de gás. O conhecimento do comportamento do perfil de gases e o acompanhamento
de percentuais gerados no projeto construtivo ajudam na identificação da falha e instante da retirada
do equipamento de operação.

É necessário um grande número de análises para se terem valores aplicáveis para determinar a
probabilidade de ocorrer falha. Conhecer estes valores, entretanto, é útil para a escolha da porcentagem
de normalidade mais apropriada para o trabalho de um dado tipo de equipamento (ver 8.2.3).

8.2 Valores típicos de concentração

8.2.1 Geral

Valores típicos de concentração são as quantidades aceitáveis abaixo das quais a experiência no
campo não mostrou ocorrência de defeitos detectáveis, ou incipientes, os quais ultrapassam apenas
uma pequena porcentagem do número total de amostras de gás analisadas (em torno de 10 %).
Valores típicos de concentração para cada gás são considerados quando 90 % do número total de
análises está igualou menor que os limites definidos para cada realidade (equipamento, tipo de rede
de transmissão, método construtivo, projeto, material empregado etc.).

Entretanto, valores típicos de concentração são preferencialmente considerados como um guia para
a tomada de decisão, quando não são disponíveis outros dados. Eles não podem ser usados para
determinar quando um defeito existe ou não no equipamento. Eles devem ser vistos como valores
acima dos quais a taxa de geração dos gases pode permitir a detecção de um provável defeito.

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Os valores típicos de concentração são afetados por inúmeros fatores, começando pelo tempo de
operação desde o comissionamento, o tipo de equipamento e a natureza do defeito (elétrico ou térmico).
Para transformadores de potência, o tipo de conservação do óleo, o carregamento e o modo de ope-
ração são outros fatores de influência.

Os valores típicos de concentração podem ser calculados como em 8.2.3 e devem ser obtidos pelos
usuários especificamente para seus equipamentos.

8.2.2 Métodos de cálculos

O método mais simples de cálculo consiste em tabular todos os resultados das análises de gases
dissolvidos com respeito a um tipo específico de equipamento. Para cada gás característico considerado,
soma-se o número de análises de gases dissolvidos onde a concentração de gases está abaixo de um
dado valor (escolhido), então plota-se uma função da concentração do gás. Usando a curva plotada
considera-se como a concentração típica daquele gás a que corresponda a uma porcentagem do
número total acumulado de análises, por exemplo 90 % dos resultados estão até um valor para o gás
considerado. Este é então o valor típico para o gás e tipo de equipamento em questão.

8.2.3 Escolha das porcentagens de normalidade

Se uma porcentagem de normalidade escolhida (por exemplo, 90 %, 95 % ou outra) for muito baixa,
muitos equipamentos serão colocados sob suspeita, com perda da credibilidade no diagnóstico
e recomendações com aumento nos custos de manutenções. Se a porcentagem de normalidade
escolhida for muito alta, pode ocorrer uma falha sem aviso, também envolvendo consideráveis custos.

A escolha de uma porcentagem de normalidade é frequentemente considerada uma estimativa de


cálculo, servindo de experiência para o usuário de equipamento similar. A escolha da porcentagem de
normalidade também pode ser obtida considerando-se a probabilidade de ocorrência de falha e pela
velocidade de progressão da falha do equipamento em serviço. Na ausência de tais informações ou
experiência, os usuários devem escolher porcentagens mais conservadoras de normalidade, como
90 %, como uma aproximação inicial. Se bases de dados não estiverem disponíveis para o cálculo de
valores típicos, os usuários podem adotar, a princípio, valores observados em regimes de trabalhos
similares. Tem-se observado valores que, em geral, para transformadores de instrumentos e buchas
normalmente são mais baixos que em transformadores de potência (força), especialmente aqueles
com comunicação com o comutador sob carga (COC).

8.3 Valores de alarme


Valores de alarme são aqueles acima dos quais as probabilidades de ocorrência de um incidente são
altas, requerendo decisões e/ou ações urgentes.

Estes valores devem ser definidos pelos usuários, fabricantes ou especialistas independentes, com
base em experiências prévias com equipamentos de características similares (classe de tensão, tipo,
fabricante, carregamento, idade etc.).

8.4 Taxa de evolução de gases


Se não houver aumento na concentração de gases sobre a última análise, as chances são de que
a falha desapareça (ou que seja muito pequena, no caso de equipamento com tanque de expansão,
compensada por perdas pela difusão através do conservador, ver 6.1).

O que deve ser considerado como taxa de evolução típica de alarme de gás depende muito do tipo do
equipamento, idade, falhas já identificadas, sistema de preservação do óleo, carregamento e volume
da isolação. Finalmente a taxa de crescimento deve ser decidida pelo usuário do equipamento, fabri-
cante e/ou outros especialistas.

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Um aumento na concentração de gás maior que 10 % ao mês acima dos valores normalmente
encontrados para o equipamento é considerado um pré-requisito para se admitir que uma falha está
ativa. Altas taxas de evolução de gás, como 50 % por semana, e/ou envolvendo falha de alta densidade
de energia (por exemplo D2 ou T3), são geralmente consideradas muito sérias, especialmente se
excederem os valores de alarme. No caso de transformadores de potência, também são reportadas
taxas de evolução de gás em litros por dia (ver equação da taxa de geração TG). Atenção especial
deve ser dada para casos onde há aceleração na taxa de evolução de gás.

NOTA No caso de óxidos de carbono, as taxas de evolução são dependentes da relação óleo/papel, que
pode ser diferentes, de acordo com o projeto do equipamento considerado.

Detectores de monitoramento contínuo, incluindo aqueles já disponíveis para hidrogênio, podem ser
particularmente eficientes para acompanhar a taxa de evolução de gás não típica, como expressa
em minutos, horas ou semanas, o que não é geralmente possível na rotina de amostragem feita
mensalmente ou anualmente. Entretanto, quando é verificado aumento pelo detector de gás, análises
completas de gases dissolvidos devem ser feitas no laboratório para confirmar as leituras do detector,
avaliar a taxa de evolução e também determinar o tipo de defeito ativo.

Taxas de geração de gases (TG) que levam em consideração o volume de óleo dos equipamentos
calculados a partir de períodos curtos de tempo podem indicar falha ativa no equipamento. Taxas de
geração para a soma de todos os gases combustíveis maiores que 3 L por dia podem indicar defeitos
ativos e devem ser calculadas do seguinte modo:

TG = (Rs - Rp) x V x 10-6


T

onde

TG é a taxa de geração, expressa em litros por dia (Udia);

Rs é o resultado da segunda amostra, expresso em parte por milhão (ppm);

Rp é o resultado da primeira amostra, expresso em parte por milhão (ppm);

V é o volume de óleo do equipamento, expresso em litros (L);

T é o tempo entre a primeira e segunda amostra, expresso em dias.

9 Método recomendado para a interpretação da análise de gases dissolvidos


a) Rejeitar ou corrigir valores incorretos de análises de gases dissolvidos (ver 6.1). Calcular a taxa
de evolução de gases desde a última análise, levando-se em conta a precisão do método de
análise de gases dissolvidos e o sistema de preservação do equipamento.

Se todas as concentrações de gases estiverem abaixo dos valores-limite e também as taxas de


evolução, reportar como equipamento em condições normais.

Se pelo menos um gás estiver acima do valor normal de concentração e também a taxa de evolu-
ção de gases, calcular as relações dos gases e identificar o defeito usando a Tabela 2 (ver 5.3).

Checar a possibilidade de diagnósticos errôneos (ver 4.3). Caso necessário, subtrair os últimos
valores dos atuais antes de calcular as relações, particularmente no caso do CO e C02 (ver 6.1).

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Se os valores da análise de gases dissolvidos estiverem acima dos valores normais, mas abaixo
de 10 vezes o limite de detecção, ver 6.2.

b) Verificar se a concentração de gás e a taxa de evolução estão acima dos valores de alarme.
Verificar se o defeito está no estagio final (ver 5.8). Determinar se o papel está envolvido (ver 4.2
e 5.4).
c) Escolher a ação apropriada de acordo com a avaliação de especialistas. Recomenda-se seu uso
para:

1) Aumentar a frequência de amostragens (quinzenal, mensal ou outras) quando as concentrações


de gases e suas taxas de evolução excederem os valores típicos.

2) Considerar ação imediata quando as concentrações de gases e suas taxas de crescimento


excederem os valores de alarme.

10 Relatório
o relatório deve ser adaptado para cada equipamento considerado.
A interpretação das análises de gases dissolvidos deve incluir o seguinte, quando disponível:

a) relatório de análises de gases dissolvidos, incluindo os valores do limite de detecção, método de


análise e data da análise.

NOTA Valores de O (zero) microlitro/dia no relatório de análises de gases dissolvidos ou abaixo dos
valores de sensibilidade devem ser expressos como "não detectado".

b) informações específicas sobre o equipamento, como:

configurações especiais (por exemplo, transformadores selados ou com tanque de expansão,


com comutador sob carga);

volume de óleo;

data da amostragem do óleo ou gás;

ponto de amostragem do óleo ou gás;

c) operações especiais ou incidentes ocorridos imediatamente antes e após a amostragem de óleo


ou gás, como desligamento, alarme de gás, desgaseificação ou reparos;

d) indicação dos valores típicos para este equipamento, se forem conhecidos;

e) no caso de "com defeito" identificado usando a Tabela 2 (ver 5.3), com valores calculados para as
relações dos gases indicados;

f) indicação do envolvimento ou não da relação C02/CO;

g) ações recomendadas:

nova frequência de amostragem de óleo;

análise de compostos de furano, se a relação C02/CO for menor que três;

outros ensaios.

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Anexo A
(informativo)

Figuras

A.1 Avaliação de gás-chave


Conforme Figura A.1

2 2

4 4
01 01

2,5 - 2.5 -
01/02 01/02
1,0 -
02
1,0 -
02
0,6 - 0.6

0,2 - 0,2 - r--


T3
0,1 - 0,1 -
C1
C1
T3
T2
T2

0,01 - r-- 0,01


OP T1 DPfT1/C11 T1/C1
I I I I I I
0,1 0,5 1 0,1 0,2 0,5 1

Legenda

PD Descargas parciais
C1 Centelhamento
01 Descargas de baixa energia
02 Descargas de alta energia
T1 Sobreaquecimento, t < 300°C
T2 Sobreaquecimento 300°C < t < 700°C
T3 Sobreaquecimento t > 700 C 0

NOTA 1 A seta indica incremento de temperatura.

NOTA 2 Os eixos são limitados a valores de 10 para clareza de apresentação, mas na realidade se estendem
a valores ilimitados. As coordenadas de cada zona são as mesmas da Tabela 2.

Figura A.1 - Representação gráfica da relação de gases (Tabela 2)

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A.2 Representação gráfica das relações de gases


Conforme Figura A.2.

0,1
0,1 1,0
10
1,0

10

1,0

1,0

0,6

0,1

0,1

10

Legenda

PD Descargas parciais
C1 Centelhamento
01 Descargas de baixa energia
02 Descargas de alta energia
T1 Sobreaquecimento, t < 300°C
T2 Sobreaquecimento 300°C < t < 700°C
T3 Sobreaquecimento t > 700°C
NOTA 1 Cada um dos casos definidos na Tabela 2 é representado por um volume ou caixa no gráfico 3-D.

NOTA 2 As coordenadas de cada caixa são as mesmas da Figura A.1 e da Tabela 2. É mais conveniente
utilizar esta representação com o apoio de um programa de computador.

Figura A.2 - Representação gráfica (3D) da relação de gases (Tabela 2)

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Bibliografia

[1] ABNT NBR 5456, Eletricidade Geral- Terminologia

[2] ABNT NBR 5458, Transformador de potência - Terminologia

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