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PREFEITURA DE SÃO PAULO

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO - SME


COORDENADORIA DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR - CODAE

INFORMATIVO TÉCNICO SME/CODAE Nº 05/2016


ATUALIZAÇÃO DO ESQUEMA ALIMENTAR INFANTIL
Dirigido para: Ceis Municipais ( gestão direta e mista), CEIs Conveniados, CCIs, CEMEI e Projeto CECI
Assuntos: 1 ) Mudanças no esquema alimentar infantil praticado nos CEIs
2) Alteração na denominação de “Jantar” para “Refeição da Tarde”

Prezado Diretor,

A Organização Mundial de Saúde recomenda que os bebês recebam exclusivamente leite materno
durante os primeiros seis meses de idade. Depois dos seis meses de vida, com o objetivo de suprir
suas necessidades nutricionais, a criança deve começar a receber alimentação complementar segura
e nutricionalmente adequada, juntamente com a amamentação, até os dois anos de idade ou mais.

Contudo, existem situações em que a amamentação exclusiva até os seis meses não é possível. Nesses casos,
faz-se necessária a utilização de substitutos do leite materno, sendo indicado o uso da fórmula láctea infantil.
O Ministério da Saúde, em revisão dos esquemas alimentares para crianças menores de um ano, estabeleceu em
2015 que, tanto para as crianças com aleitamento materno quanto para as alimentadas com fórmula láctea infantil, a
introdução de alimentos complementares deve ocorrer somente a partir do 6º mês de vida. (Cadernos de Atenção
Básica n. 23, 2015).

Considerando esta recomendação, o fato de propiciarmos a oferta de fórmula infantil e também a questão de que
há bebês menores de 6 meses de idade cujas mães já iniciaram a oferta de alimentação complementar, orientamos:
Situação 1) Para os bebês menores de 6 meses que, ao iniciarem o atendimento no CEI, estão sendo alimentados
exclusivamente com leite materno ou fórmula infantil, manter a oferta exclusiva desses alimentos de acordo com o
esquema abaixo:

0 a 3 MESES 4 a 5 MESES
REFEIÇÃO 2ª. a 6. FEIRA REFEIÇÃO 2ª. a 6. FEIRA
DESJEJUM Leite materno DESJEJUM Leite materno
ALMOÇO ou ALMOÇO ou
LANCHE Fórmula Láctea Infantil LANCHE Fórmula Láctea Infantil
1º Semestre 1º Semestre
REFEIÇÃO DA TARDE REFEIÇÃO DA TARDE

Hidratação: Para bebês alimentados com Fórmula Infantil oferecer água filtrada e/ou fervida nos intervalos
entre as refeições.
Situação 2) Para os bebês menores de 6 meses que, ao iniciarem o atendimento no CEI, já receberam alimentação
complementar em casa, seguir o esquema alimentar abaixo:

0 a 3 MESES 4 a 5 MESES
REFEIÇÃO 2ª. a 6. FEIRA REFEIÇÃO 2ª. a 6ª. FEIRA
DESJEJUM Leite materno Leite materno ou Fórmula Láctea Infantil
DESJEJUM
ALMOÇO ou 1º Semestre
LANCHE Fórmula Láctea Infantil ALMOÇO Papa Principal
1º Semestre Papa de fruta + Leite materno ou Fórmula
REFEIÇÃO DA TARDE LANCHE
Láctea Infantil 1º Semestre
Hidratação: Para bebês alimentados com Leite materno ou Fórmula Láctea Infantil
Fórmula Infantil oferecer água filtrada e/ou REFEIÇÃO DA TARDE 1º Semestre
fervida nos intervalos entre as refeições.
Hidratação: Oferecer água filtrada e/ou fervida nos intervalos
entre as refeições.
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Para ambos os casos, a partir do 6º mês, seguir o esquema alimentar abaixo:

6 MESES
REFEIÇÃO 2ª. a 6ª. FEIRA
DESJEJUM Leite materno ou Fórmula Láctea Infantil 2º Semestre
COLAÇÃO Papa de fruta
ALMOÇO Papa principal + Fruta (papa ou suco natural )
LANCHE Leite materno ou Fórmula Láctea Infantil 2º Semestre
REFEIÇÃO DA TARDE Papa de fruta + Leite Materno ou Fórmula Láctea Infantil
2º Semestre

Hidratação: Oferecer água filtrada e/ou fervida nos intervalos entre as refeições.
Consultar o cardápio publicado/composição geral dos cardápios para conhecer os itens que comporão as refeições.
Importante: A alimentação complementar deve ser introduzida gradativamente, sem rigor, respeitando a individualidade
de cada criança.

7 MESES
REFEIÇÃO 2ª. a 6ª. FEIRA
DESJEJUM Leite materno ou Fórmula Láctea Infantil 2º Semestre
COLAÇÃO Papa de fruta
ALMOÇO Papa principal + Fruta (papa ou suco natural)
LANCHE Leite materno ou Fórmula Láctea Infantil 2º Semestre
REFEIÇÃO DA TARDE Papa principal + Papa de fruta

Hidratação: Oferecer água filtrada e/ou fervida nos intervalos entre as refeições.
Consultar o cardápio publicado/composição geral dos cardápios para conhecer os itens que comporão as refeições.

8 a 11 MESES
REFEIÇÃO 2ª. a 6ª. FEIRA
DESJEJUM Leite materno ou Fórmula Láctea Infantil 2º Semestre
Pão/biscoito
COLAÇÃO Fruta
ALMOÇO Refeição + Fruta (ou suco natural)
LANCHE Leite materno ou Fórmula Láctea Infantil 2º Semestre
REFEIÇÃO DA TARDE Sopa + Fruta

Hidratação: Oferecer água filtrada e/ou fervida nos intervalos entre as refeições.
Consultar o cardápio publicado/composição geral dos cardápios para conhecer os itens que comporão as refeições.
Introdução de: Pães /Biscoitos. Nesta faixa etária o biscoito oferecido deverá ser prioritariamente o biscoito salgado.

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1 ANO A 1 ANO E 11 MESES
REFEIÇÃO 2ª. a 6ª. FEIRA
Leite Integral
DESJEJUM
Pão/biscoito/bolinho
COLAÇÃO Fruta
ALMOÇO Refeição + Fruta (ou suco natural)
LANCHE Leite Integral
REFEIÇÃO DA TARDE Sopa + Fruta

Hidratação: Oferecer água filtrada e/ou fervida nos intervalos entre as refeições.
Consultar o cardápio publicado/composição geral dos cardápios para conhecer os itens que comporão as refeições.
Introdução de: leite integral em substituição à Fórmula Láctea 2/ Enriquecedores de pão/ Versão integral de pães,
biscoitos e bolinhos.

2 A 6 ANOS
REFEIÇÃO 2ª. a 6ª. FEIRA
Composto Lácteo
DESJEJUM
Pão/Biscoito/Bolinho
COLAÇÃO Fruta
ALMOÇO Refeição + Fruta (ou suco natural)
LANCHE Composto Lácteo
REFEIÇÃO DA TARDE Sopa + Fruta

Hidratação: Oferecer água filtrada e/ou fervida nos intervalos entre as refeições.
Consultar o cardápio publicado/composição geral dos cardápios para conhecer os itens que comporão as refeições.
Introdução de: Leite integral com sabores (compostos lácteos).

IMPORTANTE: Para os bebês que são amamentados, a CODAE incentiva para que
os CEIs acolham as mães no “Cantinho da amamentação” e/ou incentive-as a trazer o leite
materno adequadamente acondicionado e conservado, conforme orientações, para que
possa ser oferecido na unidade, de forma a aproveitar o máximo dos benefícios deste
precioso alimento.

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ALTERAÇÃO DA DENOMINAÇÃO “JANTAR” PARA “REFEIÇÃO DA TARDE”

Considerando a jornada diária de 10 horas e a oferta da última refeição no CEI acontecer, de modo geral, por volta das
15h30—16horas, entendemos não ser adequada a denominação “JANTAR”, uma vez que este, na tradição brasileira ocorre
mais ao final da tarde, início da noite.

Após a saída dos CEIs, as crianças normalmente recebem alimentação em seus lares e, a alimentação partilhada com a
família deve ser incentivada, a bem das inúmeras vantagens que traz. Deste modo, a denominação da última refeição
oferecida nos CEIs passará a ser “REFEIÇÃO DA TARDE”, que tem por objetivo ser um reforço alimentar para que a criança
possa aguardar o momento do jantar com a família.

Nesta oportunidade, destacamos alguns estudos acerca da comensalidade, tema muito enfatizado no Guia Alimentar
para a População Brasileira e em diversos trabalhos. “Comensalidade deriva do latim "mensa" que significa conviver à mesa e
isto envolve não somente o padrão alimentar ou o quê se come mas, principalmente, como se come.”¹

Refeições compartilhadas feitas no ambiente da casa são momentos preciosos para cultivar e fortalecer laços entre
pessoas que se gostam. Para todas as idades, propiciam o importante exercício da convivência e da partilha.³

As famílias que partilham refeições conseguem melhor lidar com a ansiedade provocada pela agitação pós-moderna,
através das possibilidades de encontro, pertencimento e partilha.²

No momento em que, no mundo inteiro, culturas alimentares tradicionais, baseadas no consumo de alimentos in
natura ou minimamente processados, em preparações culinárias e em refeições compartilhadas, vêm perdendo espaço e
valor, torna-se cada vez mais importante que nossas melhores tradições sejam preservadas. Em casa, ainda melhor do que
apenas comer em companhia, é compartilhar parte ou todas as atividades que precedem e sucedem o consumo das refeições,
incluindo o planejamento do que se irá comer, a aquisição dos alimentos, a preparação das refeições e as atividades de
limpeza necessárias para que as próximas refeições possam ser preparadas, servidas e apreciadas.³

ATO SOCIAL X SAÚDE : Atualmente vários estudos interdisciplinares têm identificado que a refeição em família contribui para
o bom estado nutricional, relacional e para melhor qualidade de vida, principalmente entre jovens. Em estudo sobre o tema,
foi proposto como escala da comensalidade familiar a frequência de refeições que os estudantes realizavam junto com toda a
família, comparando qualidade e atratividade da comida, apetite dos estudantes e o membro da família que cozinhou. Assim,
o grau de comensalidade da família foi positivamente relacionado à interação dos pais na tomada de decisão, percepção do
quanto se é amado, desempenho do papel familiar e notas do estudante na escola. Os resultados obtidos sugerem que
elementos da percepção dos adolescentes do horário das refeições com a família explicam o desempenho escolar e o
sentimento positivo sobre os papéis na família.¹

A refeição realizada e preparada em casa agrega aos membros do grupo familiar elementos como a intimidade,
investimentos afetivos, simbólicos, estéticos, econômicos e socioculturais. Sob o ponto de vista nutricional, fazer as refeições
com a família está associado à prática de hábitos alimentares mais saudáveis, com um maior consumo de frutas e vegetais,
sendo assim fundamental na prevenção de doenças cardiovasculares, obesidade e sobrepeso.²

Atualmente, a disponibilidade de tempo para cozinhar depende de para quem se destina a preparação, mais valorizada
quando feita para a família e menos importante quando o consumo é apenas para si mesmo.¹

Temos relatos de pessoas que passaram a cuidar melhor da alimentação da família quando se tornaram pais.

Referências bibliográficas:
1. Moreira, S.A. Alimentação e comensalidade: aspectos históricos e antropológicos. Cienc. Cult. vol.62 no.4 São Paulo, 2010.
2. Becker, D e cols. Compartilhar refeições em família: um estudo qualitativo sobre cognições, sentimentos e aspectos socioculturais dessa prática.
XII Salão de Iniciação Científica PUCRS, 2011.
3. Ministério da Saúde. Guia Alimentar para a População Brasileira, MS:2014

BOM TRABALHO A TODOS!

Helena Mª Novaretti Claudia Lopes Macedo


Diretora da Divisão de Nutrição Escolar Coordenadora de Alimentação Escolar
SME/CODAE/DINUTRE SME/CODAE

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