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26/09/2018

Intervenção Nutricional no
DM

Contagem de Um dos aspectos


mais “desafiadores”
Carboidratos Terapia Nutricional do tratamento do
DM

Helem de Sena Ribeiro


Nutricionista
Mestre em Ciência de Alimentos - Faculdade de Farmácia - UFMG
Doutora em Ciência Aplicadas à Cirurgia - Faculdade de Medicina - UFMG

Paladar Contagem de carboidratos


Convívio
social Preferências

Alimentação

Limites e
Emoções restrições

Prazer

Contagem de Carboidratos Contagem de Carboidratos


Estratégia nutricional
Permite maior flexibilidade na alimentação, de
acordo com estilo de vida
 Contabilizar a quantidade de carboidratos
consumidos em cada refeição
 Relacionando-os à medicação, glicemias e 2001 2016
atividade física
American Diabetes Association.Diabetes Care.1994;17:519-522
SBD

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Por que contar carboidratos?

Manual Contagem de Carboidratos, SBD, 2016

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Contagem de Carboidratos Gerenciador do tratamento


Objetivos

– Maior flexibilidade e individualização


– Melhor controle glicêmico
– Manutenção do peso saudável
– Princípios da alimentação saudável

Contagem de Carboidratos Contagem de Carboidratos


Pré-requisitos Pré-requisitos

-Contar os carboidratos -Equipe motivada e especializada na terapia de


-Realizar monitoração glicêmica contagem de carboidratos

-Seguir orientações e anotar informações


-A adesão à terapia nutricional depende da
seleção correta dos pacientes

Para quem é recomendado a Contagem de Carboidratos -


Contagem de Carboidratos? Indicação

Pacientes com todos os tipos de diabetes podem


usar a terapia de contagem de carboidratos

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DM1 e Contagem de DM1 e Contagem de


Carboidratos Carboidratos
 Necessidade de insulina
continuamente
Possibilidade de
 Normalmente magros ou flexibilizar mais a
peso normal alimentação
 Sem outras comorbidades
ao diagnóstico

DM1 e Contagem de DM2 e Contagem de


Carboidratos Carboidratos
Tratamento Convencional  Idade, hábitos, desmotivação para cálculos
Uso de poucas aplicações diárias de insulina de para alimentar
forma fixa
 Sobrepeso/Obesidade
Tratamento intensivo –basal-bolus Hipertensão Arterial
Uso de múltiplas aplicações diárias de insulina, Dislipidemia
de forma fixa ou flexível ou bomba de insulina Resistência à insulina

DM2 e Contagem de DM2 e Contagem de


Carboidratos Carboidratos
 Tratamentos
 Prioridade
MEV –Dieta e atividade física
↓ calorias diárias
↓ gorduras totais, AGS, trans e colesterol Hipoglicemiantes orais
↓ sódio Insulina convencional
↑ vitamina e minerais Tratamento conjugado (Hipoglicemiante + insulina)
Tratamento intensivo com insulina
 Estabelecer metas de CHO sem esquecer calorias

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 Preferencialmente sim

Mas é possível fazer contagem de CHO com


insulina Regular (início da ação 30 a 45 min)

 desde que se faça previsão da ingestão de CHO e


a aplicação seja feita 30 minutos antes da refeição

Contagem de Carboidratos Método de substituições


 Não requer uso de insulina.
Métodos de  Pode ser usado por qualquer diabético.
contagem de CHO  Valoriza os grupos de alimentos.
 Trabalha com equivalentes de carboidratos.
 Requer meta de carboidratos por refeição.
Substituições Gramas  Tem menor flexibilidade.
 Mantem um valor calórico médio.
 Paciente gerenciador de suas escolhas de qualidade, mas não de
quantidade de CHO.

Método gramas Método de substituições


 Requer uso de insulina.
 O paciente precisa estar em tratamento intensivo.
 Maior flexibilidade.
 Ajuste de doses de insulina conforme alimentação.
 O paciente precisa ter capacidade de cálculos.
 Requer motivação.
 Paciente gerenciador do tratamento insulínico.
 Paciente gerenciador de suas escolhas de quantidade e
qualidade de CHO.

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Método de substituições Substituições de CHO

Substituições saudáveis

Fonte x Quantidade Carboidratos x Calorias


O mais importante é a quantidade de
carboidratos e não a fonte

E as calorias? E a composição de gorduras e


outros nutrientes?

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Carboidratos x Calorias

Planejamento Planejamento
1.Realizar avaliação nutricional Estabelecer metas de CHO diários em gramas
Dividir em 5 ou 6 refeições de acordo com hábitos
alimentares, medicação e alimentação saudável
2.Calcular necessidades nutricionais
~ 20% desjejum/almoço/jantar
3.Avaliar o consumo alimentar habitual ~ 15% lanche e ceia
~ 10% colação
4.Elaborar o plano alimentar saudável Treinamento da Contagem de Carboidratos e substituições

Caso clínico Caso clínico


J.S.R., 52anos, 71kg, 1,58m Prescrição dietética
DM2 há 8 anos, HAS, em uso de sinvastatina
Em uso de Metformina e Repaglinida no almoço e jantar VCT = 1.420kcal (20kcal/kg para perda de peso)
IMC: 28,4kg/m2 = sobrepeso (peso ideal: 52kg a 65kg) 50% de Carboidratos = 177g/dia
Queixa de plano alimentar monótono Divididos em 6
20% de Proteínas = 71g/dia
refeições diárias
Tem vontade de comer doces eventualmente 30% de Lipídeos = 47g/dia

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Metas de carboidratos Metas de carboidratos


Calcular a meta de CHO por refeição Calcular a meta de CHO por refeição
Refeição Gramas
Café da manhã 40
Calcular as possibilidades de substituições 177g/ dia Colação 15
utilizando a tabela de contagem de carboidratos Almoço 40
~ 20% desjejum/almoço/jantar = 35,4 g Lanche 30
~ 15% lanche e ceia = 26,5 g Jantar 40
Ceia 12
~ 10% colação = 17,7 g Total 177

Substituições Desjejum

Colação

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Almoço Almoço

Lanche da tarde Jantar

Ceia Atividades
CEIA

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Opções Merenda Escolar

Merenda
escolar • 30 g CHO
DM1 • 2 substituições

Método gramas Conceitos


Insulina basal
Corresponde a 40-50% da dose total diária
(DTD) de insulina
– NPH
– Glargina
– Detemir
– Bomba de Insulina

Conceitos Conceitos
Bolus de Alimentação
Insulina em bolus
É a quantidade de insulina rápida ou ultrarrápida
que o organismo necessita para “utilizar” a
Bolus de alimentação quantidade de carboidratos consumidos em uma
 Contagem de carboidratos/ Doses fixas refeição
Deve compor de 50-60% da dose total diária
Bolus de correção
–Regular -Asparte
 Algoritmos de correção/ Uso de fórmulas
–Lispro -Glulisina

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Razão Insulina/ Carboidrato Razão Insulina/ Carboidrato


REGRA GERAL

1 unidade de insulina rápida ou ultrarrápida


cobre 15 gramas de CHO

Conceitos Fator de sensibilidade


Bolus de correção É quanto 1U de insulina rápida ou ultrarrápida
É a quantidade de insulina rápida ou reduz a glicemia
ultrarrápida necessária para a correção da
hiperglicemia antes das refeições FS = 1800 (usar 1500 se for insulina regular)
dose total diária (DTD)
BC = glicemia medida – meta de glicemia
fator de sensibilidade (FS)

Fator Sensibilidade Bolus de correção


Exemplo: Exemplo: glicemia jejum = 240 mg/dL
Glargina = 20 UI Meta glicêmica = 100 - 180 mg/dL
Asparte: 4 UI no café, 3 UI no almoço e 3 UI no FS = 60
jantar
DTD = 30 unidades BC = glicemia medida – meta de glicemia
fator de sensibilidade (FS)
BC: 240 – 180 = 1 unidade
FS= 1800/DTD = 1800/30 = 60
FS = 60 (1 UI ↓ 60 mg/dL) 60

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Planejamento
Contagem de Carboidratos
Método gramas
1. Realizar avaliação nutricional

Estratégia nutricional na qual a pessoa com 2. Calcular necessidades nutricionais


diabetes é treinada a contabilizar os gramas de
carboidratos consumido em cada refeição e 3. Avaliar o consumo alimentar habitual
ajustar as doses de insulina ultrarrápida
conforme ingestão alimentar e glicemias
4. Elaborar o plano alimentar saudável

Planejamento Refeições x bolus alimentar


5. Receituário médico com:
 As refeições desjejum, almoço e jantar
 Relação CHO g / 1UI (rápida ou ultrarrápida) habitualmente recebem bolus alimentar devido
 Fator Sensibilidade e meta glicêmica à alta concentração de carboidratos

6. Propor metas de carboidratos/refeição  As demais refeições que não recebem o bolus


alimentar devem ter uma meta de
7. Diário alimentar e glicêmico carboidratos/refeição

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Contagem de Carboidratos Contagem de Carboidratos


IMPORTANTE

Não confundir gramas de CHO com o peso do


alimento

Quantificar vegetais

Quantificar a partir de 4
colheres de sopa

Caso clínico Caso clínico


C. P. O., 27anos, 57kg, 1,65m Insulina Glargina 32 UI/dia
DM1 há 19 anos, sedentária Insulina Asparte 6 + 8 + 6 + correções
IMC = 20,94 Kg/m2 = eutrófica DTD = 52 UI/dia
Relata que não excede na alimentação, mas tem HbA1c = 9,2% (glicemia média = 216 mg/dL)
descontrole glicêmico em vários horários
Monitorização glicêmica 2x/dia

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Intervenção Nutricional Prescrição médica


 Plano alimentar individualizado  Prescrição médica individual – metas de
glicemia
 Conceitos de alimentação saudável
 120mg/dl para jejum e pré-prandial

 Conceitos de contagem de carboidratos


 140mg/dl para pós-prandial

 Diário alimentar e MGD (mín. 6x/dia)

Fator Sensibilidade Razão insulina/ Carboidratos


Bolus alimentar = Razão insulina / carboidrato

Café = 1:10
Almoço = 1:10
Jantar = 1:10

BC = 170 (glicemia medida) – 120 (meta pré)/ 30 (FS) = 1,6

Total CHO consumido: 34g


BA = 34 (total CHO)/ 10 (razão insulina/CHO) = 3,4

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Desvantagens: Contagem de
Vantagens: Contagem de Carboidratos CHO
 Útil para diabéticos que encontram dificuldade  Necessidade de medidas regulares de glicemia
no controle glicêmico antes e após as refeições
 Permite > consumo de CHOs mediante ajuste
na quantidade de insulina, de acordo com  Deve-se anotar a ingestão alimentar, glicemias
orientação da equipe de saúde e doses de medicação discriminando
 Permite diversificação e escolha de alimentos quantidade e horário

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Desvantagens: Contagem de
CHO Comparação dos métodos
 Condição econômica, nível sócio-cultural e Grama: mais preciso, porém mais trabalhoso
independência do indivíduo (tabelas, pesar, contar...)
 Não se aplica à padronizações, há necessidade
de individualização Substituições: mais simples, porém menos
 Acompanhamento e avaliação da equipe preciso
multidisciplinar

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