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Apresentação da reclamação

Boa tarde, sra. Directora e demais membros:

Eu tenho duas reclamações. Uma é em relação ao dever de informação, transparência e


proximidade do CFJJ para com os formandos. A outra questão tem que ver com as
avaliações dos formadores de direitos humanos e sociologia judiciária.

1. O primeiro ponto tem que ver com a forma com que a Direcção do CFJJ tem-se
relacionado connosco relativamente aos subsídios. É verdade que o Estado
debate-se com problemas relacionados com o Orçamento e é do conhecimento
geral. Mas isto não impede com que este dê cara aos seus administrados e
informe a respeito da real situação. A mera presunção decorrente de factos
notórios, públicos não desonera o CFJJ de vir prestar-nos informação. Atente-se
ao facto de ser uma imposição constitucional, senão estatutária. O que quero
com isto dizer ou onde quero chegar? Simples: O CFJJ deve prestar-nos
informação a respeito da disponibilidade ou não dos subsídios, das prováveis
datas em que este irá proceder com os pagamentos, pois temos planificado
nossas vidas contando, ainda que em miragem, com estes subsídios. Foi-nos
onerado que nos despojássemos de tudo que fosse meio de subsistência (com o
nobre propósito de nos afastar de tudo que fosse ser empecilho à dedicação
exclusiva a um curso profissionalizante que demanda muita atenção e com isso
disponibilidade) para que pudéssemos cumprir com os requisitos e assim
procedemos. A maior parte de nós depende deste subsídio para fazer face as
nossas despesas; por exemplo, eu mesmo, não tenho outra fonte de renda, estou
dependente de pessoas de boa vontade, o que de longe nem devia acontecer.
Estou longe de casa e da minha família, minha mãe é uma pessoa idosa, depende
de mim também mas nem posso ajudá-la neste momento. A quem posso
recorrer? Somente à misericórdia divina. Era para ser assim mesmo?
2. O CFJJ não nos aliviou, pelo menos, com o alojamento logo no início da
formação. E para piorar, nem subsídios são dados com alguma constância,
gerando uma insegurança permanente, o que coloca, inevitavelmente, nossa
saúde mental em permanente estado decadência, devido ao choque, susto, sem
esquecer das constantes crises de ansiedade com reflexos na qualidade de sono
e, obviamente, na qualidade da saúde em geral, implicando isto, tarde ou cedo,
no aproveitamento pedagógico de cada um de nós. É uma questão de tempo para
isto revelar-se no nosso desempenho, não só aqui na formação (aliás,
individualmente isto já se revela, a gente conversa e expõe nossas lutas diárias!),
como no âmbito profissional se não esforçarmo-nos a reverter esta situação.
Torna-se necessário que o CFJJ seja mais enérgico, participativo e encorajador.
Estamos a morrer aos poucos; terminaremos a formação e eventualmente
teremos que gastar nossos salários com psicólogos, curandeiros, medicamentos
por causa dos problemas que estão a ser gerados hoje e podem ser evitáveis. A
nossa saúde mental é uma prioridade que deve ser salvaguardada.
3. O segundo aspecto tem que ver com as avaliações. Todas as jurisdições, com
excepção de DHC, Sociologia Judiciária e Penal, já deram avaliações, dentre as
quais, no mínimo, uma avaliação por escrito de perguntas e outra (s) de
pesquisa. Entretanto, o formador de Sociologia Judiciária deu dois trabalhos
como avaliações. Acredito que não é esta a metodologia avaliativa que é regra e
que se encoraja. Torna-se inseguro saber o desempenho de cada um de nós que
efectuou os competentes trabalhos. Rogamos que a direcção interceda por nós e
signifique ao formador que nos dê uma avaliação escrita como já o fizeram
formadores de Jurisdições Civil, de Trabalho, Ética, Direito Constitucional,
Família e Menores, caso a turma concorde. A outra reclamação, com maior
afinco, vai para os formadores de DHC que nos deram um trabalho em grupo
como 1ª avaliação, o trabalho de pesquisa. E seguidamente, deram-nos como 2ª
avaliação, a individual, a crítica que deve ser feita aos trabalhos em grupo. Qual
é a objectividade que se imprime com este tipo de avaliações mesmo? Não quero
aqui desmerecer os nobres formadores mas é suspeito este tipo de avaliações.
Numa formação prática, objectiva como esta em que se pretende avaliar a
aquisição de conhecimentos teóricos, torna-me difícil conceber até que medida
este tipo de avaliação alcança os seus objectivos. Por isso, novamente, rogo às
vossas excias que intercedam por nós, a parte débil, quais pobres ovelhas a
caminho de matadouro que nem sabem que vão ao abate.
4. É TUDO! MUITO OBRIGADO!

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