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Trabalho em altura

Prevenção de acidentes
Os acidentes de trabalho são
eventos que, em princípio, podem ser
evitados com o controle dos ambientes e
das condições de trabalho. Desta forma,
qualquer nível de sua ocorrência deveria
ser considerado como prioritário para a
prevenção.

Porque uma Norma Regulamenta-


dora(NR- 35) sobre trabalho em altura
foi publicada em março de 2012?

O trabalho em altura é hoje


vice-recordista de óbitos nas estatísticas
de acidentes laborais.
Cerca de 30% dos acidentes de trabalho
ocorridos ao ano são decorrentes de
quedas, de acordo com o Ministério do
Trabalho e Emprego.

Tanto quanto o seu impacto financeiro, o custo humano


destes acidentes não é aceitável. As quedas provocam acidentes
mortais e uma vasta gama de lesões graves, desde, em certos casos,
a perda total da mobilidade (tetraplegia) a toda uma série de
limitações e incapacidades parciais, que limitam a reintegração dos
trabalhadores com esses problemas no mundo laboral e acarretam
uma perda substancial de rendimentos. (COMISSÃO EUROPÉIA,
2008, p.3)
Estudos oficiais americanos mostram
que empregados com mais de seis meses de
ausência ao serviço por problemas de coluna só
têm 50% de probabilidade de voltar ao
rendimento completo anterior. Depois de um ano esse percentual cai
para 25% e depois de dois anos, é quase nulo (Wood, P.H.N.; Bdley
B.M. Back pain in the community. Clin. Rheum. Dis. 6:3,1980). A
conclusão destes estudos pode ser extrapolada para trabalhadores
afastados por outros motivos como os decorrentes de um acidente de
trabalho em altura.

Normas e regulamentos aplicáveis


ao trabalho em altura
O treinamento dos trabalhadores sob o risco de queda de
altura deve incluir, além dos dispositivos aplicáveis na NR 35, os
demais aplicáveis de outras Normas Regulamentadoras ou normas
técnicas que possam ter interferência com o trabalho em altura, como
a Recomendação Técnica de Procedimentos da Fundacentro: Medi-
das de Proteção Contra Quedas de Altura. Devem também ser con-
siderados os procedimentos internos da empresa para trabalho em
altura.
Análise de Risco e
condições impeditivas
A Análise de Risco é uma
ferramenta de segurança, cuja finalidade é o
planejamento da tarefa que será executada,
tendo como principal foco a identificação de
riscos e modo de como reduzi-lo ou eliminá-lo.
Todo trabalho em altura deve ser prece-
dido de Análise de Risco, não estabelecendo a
modalidade empregada(HAZOP, APR, FMEA,
ART etc).
O trabalhador deve ser treinado a conhecer e
interpretar as análises de risco, podendo con-
tribuir para o aprimoramento das mesmas,
assim como identificar as possíveis condições
impeditivas à realização dos serviços durante a
execução do trabalho em altura.

São consideradas condições impeditivas as situações que


impeçam a realização ou continuidade do serviço que possam colo-
car em risco a saúde ou a integridade física do trabalhador.
Riscos potenciais inerentes ao trabalho
em altura e medidas de prevenção e controle;

Trabalho em altura é qualquer


trabalho executado com diferença de
nível superior a 2,00m (dois metros) da
superfície de referência e que ofereça
risco de queda. As atividades de acesso e
a saída do trabalhador deste local
também deverão respeitar e atender aos
requisitos da Norma Regulamentado 35
(NR 35).

Abaixo estão listadas algumas medidas de prevenção a


serem observadas por todo o trabalhador que executa atividade
sob o risco de queda:
Usar sempre o cinto de segurança, afixado acima da altura
da cabeça e preferencialmente em ponto independente
Inspecionar escadas e usar somente as que estiverem em
bom estado
Somente subir na escada com alguém segurando
Amarrar a escada ao trabalhar sobre ela
Procurar usar a escada como meio de acesso e não como
plataforma de trabalho
Manter inclinação da escada a uma distância de 1/4 de
altura, da parede ao pé da escada
Não esticar o corpo fora do centro da escada
Não usar os dois últimos degraus da escada
Usar as duas mãos para subir a escada
Usar o cinto sobre escada em altura superior a 1,50 m,
afixando em estrutura independente e testar o alcance do cinto
Manter abertura de piso protegidas e com pranchões trava-
dos
Manter abertura de laje e piso devidamente protegido e
sinalizado
Providenciar guarda-corpo provisório, com resistência em
toda plataforma de trabalho
Confirmar qualidade da solda
Colocar cabo guia para afixar cinto de segurança

Sistemas, equipamentos e procedimentos de


proteção coletiva;
Medidas de proteção coletiva devem, obrigatoriamente, se
antecipar a todas as demais medidas de proteção possíveis de
adoção na situação considerada.
A instalação de sistema de guarda corpo e corrimãos são
exemplos de medidas de proteção coletiva utilizadas na impossibili-
dade de realização do trabalho de outra forma.
Equipamentos de Proteção Individual (EPI)
para trabalho em altura: seleção, inspeção,
conservação e limitação de uso;

O cinto de segurança é um EPI composto de:

Cinturão de coro ou nylon ou outro material reforçado ou


suspensórios ou tiras de assento (tipo para-quedista ):
argolas
fivela
mosquetão
talabarte, corda ou tira de nylon

A finalidade do cinto de segurança tipo para-quedista é parar


a queda em seu início. Deve ser usado com talabarte de nylon de 13
mm ou equivalente (fixado as costas), tendo um comprimento
máximo de queda de 1.80 m. O ponto de amarração do cinto
para-quedista deve ser preferencialmente acima da altura da cabeça,
não sendo possível esta posição, deve ser pelo menos, acima da
cintura e com a corda afixada mais curta ao corpo.
Todas as partes do cinto devem estar bem ajustadas ao corpo (om-
bros, cintura e coxas). O cinto de segurança deve ser afixado sempre
em uma estrutura firme e independente. Os soldadores devem usar
cintos com talabarte de material resistente ao fogo.
Trava-quedas – dispositivo automático de travamento
destinado a fazer a ligação do cinto de segurança á linha de vida.

Talabarte – dispositivo em corda, cinta de fibra sintética ou


corrente de aço com alta resistência. Possuem mosquetões de aço
forjado e o comprimento máximo é 1,80 m. A finalidade do talabarte
é fixar o cinto de segurança à estrutura e/ou ao trava-quedas. O tala-
barte de cabo de aço deve ser utilizado para serviços de soldagem.
Existem os de fibra sintética à prova de fogo, para serem utilizados
principalmente por eletricistas em linhas energizadas, pois são
isolantes elétricos e resistem ao calor do arco voltaico.

Cinto de segurança abdominal tipo eletricista – é fixado


em volta da cintura e deve ser usado somente em serviço de eletrici-
dade onde haja limitação de movimento.

Mosquetão – é um conector com um corpo e fecho seguro, o


qual pode ser aberto para receber um objeto e, quando se solta, ele
fecha automaticamente para prender objeto. Os mosquetões são
utilizados para unir as peças de um sistema individual de proteção
contra quedas.

Absorvedor de energia – dispositivo acoplado ao talabarte


que reduz o risco de dano durante a retenção de uma queda, dissi-
pando a energia e limitando a força de desaceleração que impõe uma
queda ao corpo. Estes dispositivos têm limitação de altura.
Acidentes típicos em trabalhos em altura

Acidentes fatais por queda de atura ocorrem principalmente em:


Obras da construção civil;
Serviços de manutenção e limpeza em fachadas;
Serviços de manutenção em telhados;
Montagem de estruturas diversas;
Serviços em ônibus e caminhões e logistica;
Depósitos de materiais;
Serviços em linha de transmissão e postes elétricos;
Trabalhos de manutenção em torres;
Serviços diversos em locais com aberturas em pisos e paredes
sem proteção.

Condutas em situações de emergência, incluindo noções


de técnicas de resgate e de primeiros socorros

A queda não é o único perigo no trabalho em altura. Ficar


pendurado pelo cinturão de segurança é também perigoso.
Ficar pendurado pelo cinto de segurança gera a ¨suspensão
inerte¨, quando a parte inferior do cinto de segurança, que se prende
às pernas, impede a circulação do sangue e este se acumula nelas. Se
estas não se movem, o sangue fica lá e o coração não consegue
bombear o sangue para a cabeça provocando a ¨intolerância
ortostática¨ que se caracteriza por atordoamento, tremor, fadiga, dor
de cabeça, fraqueza e desmaios.
Suspensão prolongada causada por sistemas de detecção
de quedas pode causar a intolerância ortostática que, por sua vez,
pode resultar em perda de consciência seguida por morte em
menos de 30 minutos.
Para reduzir os riscos relacionados à suspensão inerte,
provocada por cintos de segurança, o empregador deve implantar
planos de emergência para impedir a suspensão prolongada iden-
tificando os sinais e sintomas da intolerância ortostática e reali-
zando o resgate e tratamento o mais rápido possível.
Quanto mais tempo a
vítima ficar suspensa, sem se
mover, maiores serão os riscos
para sua saúde.
Vale lembrar que após o
resgate as vítimas não devem ser
deitadas na posição horizontal em
nenhum momento, seja durante o
resgate ou quando chegarem ao
solo. A manobra correta é deixar
a vítima na posição sentada, por
pelo menos 20 minutos, mesmo
se estiver inconsciente. Deixar de
seguir estes procedimentos pós
resgate pode causar danos à
vítima e, às vezes, levar até a
morte.
Elaboração e Responsabilidade
Técnica pelas informações:
Larissa Ferreira Romualdo
CRM MG: 58690
Marque V para verdadeiro ou F para falso
após a leitura das afirmativas abaixo:

( ) Os acidentes de trabalho são eventos que não podem ser evit-


ados e, por isso, sua ocorrência é tão freqüente.
( ) O trabalho em altura é hoje a segunda maior causa de óbitos
nas estatísticas de acidentes laborais.
( ) A Norma Regulamentadora 35 sobre trabalho em altura foi
lançada há mais de 30 anos.
( ) O trabalhador deve ser treinado a conhecer e interpretar as
Análises de Risco, contudo, ele não pode contribuir para o aprimo-
ramento das mesmas
( ) Trabalho em altura é qualquer trabalho executado com
diferença de nível superior a 20m (vinte metros) da superfície de
referência.
( ) Deve-se usar preferencialmente os dois últimos degraus da
escada.
( ) O ponto de amarração do cinto para-quedista deve ser prefer-
encialmente acima da altura da cabeça.
( ) Quando a parte inferior do cinto de segurança, que se prende
às pernas, impede a circulação do sangue e este se acumula nelas,
temos a “ suspensão inerte”.
( ) O absorvedor de energia é dispositivo acoplado ao talabarte
que reduz o risco de dano durante a retenção de uma queda, dissi-
pando a energia e limitando a força de desaceleração que impõe
uma queda ao corpo
Comprovante de Treinamento

Eu, , declaro que nesta


data recebi a cartilha e participei do treinamento sobre Trabalho em
Altura e Prevenção de Acidentes.

Data:

Assinatura:

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