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ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA lei, mantêm-se em vigor até à publicação dos novos re-
gulamentos.
Lei n.º 157/2015
Artigo 5.º
de 17 de setembro
Disposições transitórias
Segunda alteração ao Estatuto da Ordem dos Engenheiros Téc- 1 — A Ordem dos Engenheiros Técnicos aprova, no
nicos, em conformidade com a Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, prazo de 180 dias a contar da publicação da presente lei,
que estabelece o regime jurídico de criação, organização e os regulamentos previstos no novo Estatuto da Ordem dos
funcionamento das associações públicas profissionais. Engenheiros Técnicos, aprovado no anexo I à presente lei.
A Assembleia da República decreta, nos termos da alí- 2 — A limitação de mandatos dos órgãos consagrada
nea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: no presente Estatuto apenas produz efeitos para os órgãos
eleitos após a entrada em vigor da presente lei.
3 — O disposto na presente lei não afeta a atual
Artigo 1.º
composição dos órgãos da Ordem dos Engenheiros
Objeto Técnicos, os quais desempenham o seu mandato até ao
A presente lei procede à segunda alteração ao Esta- final do mesmo.
tuto da Ordem dos Engenheiros Técnicos, aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 349/99, de 2 de setembro, alterado pela Artigo 6.º
Lei n.º 47/2011, de 27 de junho, em conformidade com a Republicação
Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, que estabelece o regime
jurídico de criação, organização e funcionamento das as- É republicado no anexo II à presente lei e da qual faz
sociações públicas profissionais. parte integrante, o Decreto-Lei n.º 349/99, de 2 de setem-
bro, com a redação atual.
Artigo 2.º
Artigo 7.º
Alteração ao Estatuto da Ordem dos Engenheiros Técnicos
Entrada em vigor
O Estatuto da Ordem dos Engenheiros Técnicos, apro-
vado pelo Decreto-Lei n.º 349/99, de 2 de setembro, al- A presente lei entra em vigor 120 dias após a sua pu-
terado pela Lei n.º 47/2011, de 27 de junho, passa a ter a blicação.
redação constante do anexo I à presente lei e da qual faz Aprovada em 3 de julho de 2015.
parte integrante.
A Presidente da Assembleia da República, Maria da
Artigo 3.º Assunção A. Esteves.
Bacharelatos em engenharia
Promulgada em 28 de agosto de 2015.
funções e aprova os regulamentos previstos na lei e no l) Promover, patrocinar e apoiar a edição de publicações
presente Estatuto. que contribuam para um melhor esclarecimento público
3 — Designa-se engenheiro técnico o profissional sobre as implicações e a relevância da engenharia;
referido no n.º 1, inscrito na Ordem como membro efetivo m) Colaborar com outras entidades, públicas ou pri-
e, que nesta qualidade, é reconhecido como sendo possuidor vadas, nacionais ou estrangeiras, nomeadamente uni-
da competência científica e técnica para se dedicar, ao versidades, institutos politécnicos, faculdades, escolas e
seu nível, à aplicação das ciências e técnicas respeitantes outras instituições congéneres, em iniciativas que visem
aos diferentes ramos da engenharia nas atividades de a formação dos engenheiros técnicos e a melhoria do seu
investigação, conceção, estudo, projeto, fabrico, construção, desempenho profissional;
produção, fiscalização e controlo de qualidade, incluindo n) Prestar serviços aos seus membros no respeitante
a coordenação e gestão dessas atividades e outras com ao exercício profissional, designadamente em relação à
elas relacionadas. informação e à formação ao longo da vida;
4 — Ressalvados os casos previstos na lei, os atos e o) Participar no processo oficial de acreditação e avalia-
regulamentos da Ordem não estão sujeitos a homologação ção dos cursos que dão acesso à profissão de engenheiro
governamental. técnico;
5 — A Ordem dispõe de património próprio e de finanças p) Reconhecer as qualificações profissionais de cida-
próprias, bem como de autonomia orçamental. dãos de Estado membro da União Europeia ou do Espaço
Económico Europeu e, em condições de reciprocidade, dos
Artigo 2.º cidadãos de países terceiros obtidas fora de Portugal, nos
termos da lei, do direito da União Europeia e de convenção
Missão
internacional, incluindo protocolos celebrados pela Ordem
É missão da Ordem exercer, nos termos do presente com entidades congéneres de outros países, nomeadamente
Estatuto, o controlo do acesso e do exercício da atividade da Comunidade de Países de Língua Portuguesa;
profissional de engenheiro técnico, bem como exercer o q) Defender os interesses gerais dos destinatários dos
poder disciplinar sobre os que a exerçam, no quadro de serviços;
um regime disciplinar autónomo. r) Quaisquer outras que lhe sejam conferidas por lei.
2 — O exercício da atividade profissional por conta 3 — O profissional que preste serviços, de forma subor-
de outrem não afeta a autonomia técnica do profissional dinada ou autónoma ou na qualidade de sócio ou que atue
nem dispensa o cumprimento pelo mesmo dos deveres como gerente ou administrador no Estado membro de
deontológicos. origem, no âmbito de organização associativa de profis-
3 — São atos próprios dos que exerçam a atividade de sionais e pretenda exercer a sua atividade profissional em
engenheiro técnico os constantes da Lei n.º 31/2009, de território nacional nessa qualidade, em regime de livre
3 de julho, alterada pela Lei n.º 40/2015, de 1 de julho, prestação de serviços, deve identificar perante a Ordem
e de outras leis e regulamentos que especialmente os a organização associativa, por conta da qual presta servi-
consagrem. ços, na declaração referida no artigo 5.º da Lei n.º 9/2009,
4 — Os trabalhadores dos serviços e organismos da de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de
administração direta e indireta do Estado, das regiões agosto, e 25/2014, de 2 de maio.
autónomas, das autarquias locais e das demais pessoas
coletivas públicas, que pratiquem, no exercício das suas Artigo 9.º
funções, atos próprios da profissão de engenheiro técnico, Comércio eletrónico
e realizem ações de verificação, aprovação, auditoria ou
fiscalização sobre atos anteriores, devem estar validamente Os profissionais legalmente estabelecidos em Estado
inscritos como membros efetivos da Ordem. membro da União Europeia ou do Espaço Económico
Europeu que aí desenvolvam atividades comparáveis à
atividade profissional de engenheiro técnico regulada pelo
Artigo 7.º
presente Estatuto, podem exercê-las, através de comércio
Direito de estabelecimento eletrónico, com destino ao território nacional, observados
que sejam os requisitos aplicáveis no Estado membro de
1 — O reconhecimento das qualificações profissionais
origem, nomeadamente as normas deontológicas aí vigen-
de nacional de Estado membro da União Europeia ou do tes, assim como a disponibilização permanente de infor-
Espaço Económico Europeu obtidas fora de Portugal para a mação prevista no artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 7/2004,
sua inscrição como membro da Ordem é regulado pela Lei de 7 de janeiro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 62/2009, de
n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, 10 de março, e pela Lei n.º 46/2012, de 29 de agosto.
de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio, sem prejuízo de
condições especiais de reciprocidade caso as qualificações Artigo 10.º
em causa tenham sido obtidas fora da União Europeia ou
do Espaço Económico Europeu. Sociedades de engenheiros técnicos
2 — O profissional que pretenda inscrever-se na Ordem 1 — Os engenheiros técnicos estabelecidos em território
nos termos do número anterior e que preste serviços, de nacional podem exercer em grupo a profissão constituindo
forma subordinada ou autónoma ou na qualidade de sócio ou ingressando como sócios em sociedades de engenheiros
ou que atue como gerente ou administrador no Estado técnicos.
membro de origem, no âmbito de organização associa- 2 — Podem ainda ser sócios profissionais de sociedades
tiva de profissionais, observado o disposto no n.º 4 do de engenheiros técnicos:
artigo 37.º da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, deve iden-
tificar a organização em causa no pedido apresentado nos a) Sociedades de engenheiros técnicos previamente
termos do artigo 47.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, constituídas e inscritas como membros da Ordem;
alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, b) Organizações associativas de profissionais equipa-
rados a engenheiros técnicos constituídas noutro Estado
de 2 de maio.
membro da União Europeia ou do Espaço Económico
3 — Caso o facto a comunicar nos termos do número Europeu cujo capital e direitos de voto caibam maiorita-
anterior ocorra após a apresentação do pedido de riamente aos profissionais em causa.
reconhecimento de qualificações, deve a organização
associativa em causa ser identificada perante a Ordem no 3 — O requisito de capital referido na alínea b) do nú-
prazo máximo de 60 dias. mero anterior não é aplicável caso esta não disponha de
capital social.
Artigo 8.º 4 — O juízo de equiparação a que se refere a alínea b)
Livre prestação de serviços
do n.º 2 é regido:
organização de estudos decorrente da aplicação do Decreto- b) O título de conselheiro aos engenheiros técnicos
-Lei n.º 74/2006, de 24 de março, alterado pelos Decretos- que, tendo exercido a sua profissão de forma a dignificar
-Leis n.os 107/2008, de 25 de junho, 230/2009, de 14 de e prestigiar a profissão de engenheiro técnico, sejam con-
setembro, e 115/2013, de 7 de agosto; siderados merecedores de tal distinção.
b) Ser titular de um grau académico superior estrangeiro
num domínio da engenharia a que tenha sido conferida Artigo 29.º
equivalência àquele grau, ou que tenha sido reconhecido
Perda e suspensão da qualidade de membro
com o nível daquele.
1 — Perde a qualidade de membro, o engenheiro téc-
3 — São designados engenheiros técnicos de nível 2 nico que:
e podem praticar todos os atos próprios de engenheiro
técnico os profissionais que reúnam uma das seguintes a) Solicite o cancelamento da sua inscrição na Ordem;
condições: b) Seja punido com a sanção de expulsão da Ordem.
a) Ser titular do grau de mestre numa especialidade do 2 — É suspensa a inscrição e, por consequência, a
domínio da engenharia conferido por uma instituição de qualidade de engenheiro técnico e dos direitos à mesma
ensino superior portuguesa; inerentes ao membro que:
b) Ser titular do grau de licenciado num domínio da
engenharia conferido por uma instituição de ensino supe- a) O requeira;
rior portuguesa no quadro da organização de estudos b) Seja punido com pena disciplinar de suspensão ou
anterior à aplicação do Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de suspensão preventiva.
março, alterado pelos Decretos-Leis n.os 107/2008, de 25 de
junho, 230/2009, de 14 de setembro, e 115/2013, de 7 de 3 — O incumprimento pelo membro do dever de pagar
agosto; quotas pode dar lugar à aplicação de sanção disciplinar de
c) Ser titular de um grau académico superior estran- suspensão, quando se apure que aquele incumprimento é
geiro num domínio da engenharia a que tenha sido con- culposo e se prolongue por período superior a 12 meses.
ferida equivalência a um dos graus referidos nas alíneas
anteriores, ou que tenha sido reconhecido com o nível de Artigo 30.º
um daqueles. Outros títulos profissionais
4 — Os profissionais referidos no n.º 2 passam à condi- 1 — Para além da especialidade profissional reconhe-
ção dos membros inscritos nos termos do número anterior cida ao membro aquando da sua inscrição na Ordem em
logo que adquiram a titularidade do grau de mestre numa determinado colégio de especialidade, de acordo com a sua
especialidade do domínio da engenharia conferido por formação académica, podem ser atribuídos os seguintes
uma instituição de ensino superior portuguesa, ou de um títulos:
grau académico estrangeiro num domínio da engenharia
a que tenha sido conferida equivalência àquele grau, ou a) Engenheiro técnico sénior;
que tenha sido reconhecido com esse nível. b) Engenheiro técnico especialista.
5 — Os membros efetivos inscrevem-se no colégio de
especialidade correspondente ao seu curso, aplicando-se, 2 — O título profissional de engenheiro técnico sénior
consoante o caso, o disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 39.º é conferido aos membros com 15 anos de experiência em
6 — A inscrição dos membros coletivos faz-se na secção engenharia.
regional da respetiva sede social em território nacional. 3 — O título profissional de engenheiro técnico
7 — Uma sociedade de engenheiros técnicos ou especialista é conferido aos membros com 10 anos de
organização associativa referida no artigo 11.º pode experiência em engenharia e curso superior pós-licenciatura
inscrever-se como membro de determinado colégio de de duração mínima de um ano, conferente ou não de
especialidade quando pelo menos um dos seus sócios, grau, na área da engenharia, ou que, não possuindo essas
gerentes, administradores ou colaboradores a tempo inteiro habilitações académicas, sejam aprovados em exame
for membro efetivo desse mesmo colégio. realizado perante a Ordem.
8 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 3 e 4, o regime
jurídico de inscrição das organizações associativas de pro-
fissionais de outros Estados membros consta do regime CAPÍTULO III
jurídico da constituição e funcionamento das sociedades Órgãos
de profissionais que estejam sujeitas a associações públi-
cas profissionais.
SECÇÃO I
Artigo 28.º
Órgãos nacionais
Membros honorários e engenheiros técnicos conselheiros
Podem ser atribuídos, por deliberação da assembleia Artigo 31.º
representativa nacional, sob proposta do conselho diretivo Órgãos nacionais
nacional:
1 — São órgãos nacionais da Ordem:
a) A qualidade de membro honorário às pessoas singula-
res ou coletivas que, tendo exercido atividade de reconhe- a) A assembleia geral nacional;
cido interesse público e ou contribuído para a dignificação b) O bastonário;
e prestígio da profissão de engenheiro técnico, sejam con- c) A assembleia representativa nacional;
sideradas merecedoras de tal distinção; d) O conselho diretivo nacional;
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2 — Compete ao conselho diretivo nacional: 2 — O conselho fiscal nacional integra ainda um Revi-
sor Oficial de Contas.
a) Dirigir a atividade da Ordem; 3 — Compete ao conselho fiscal nacional:
b) Desenvolver as relações internacionais da Ordem;
c) Elaborar o plano de atividades, o orçamento conso- a) Fiscalizar a gestão patrimonial e financeira desen-
lidado, o relatório de atividades e as contas consolidadas volvida pelos órgãos nacionais;
da Ordem; b) Dar parecer sobre o relatório, contas e orçamentos
d) Arrecadar receitas e efetuar despesas; anuais;
e) Aprovar as linhas gerais dos programas da ação dos c) Aprovar o seu regimento.
colégios;
f) Apresentar à assembleia representativa nacional, para 4 — O presidente do conselho fiscal nacional pode
parecer ou deliberação, propostas sobre matérias da com- assistir, sem direito a voto, às reuniões do conselho di-
petência do conselho diretivo nacional, de especial rele- retivo nacional, sempre que julgue conveniente ou este
vância para a Ordem; o solicite.
g) Propor à assembleia representativa nacional a reali- Artigo 37.º
zação de referendos;
Conselho jurisdicional
h) Organizar os referendos e os atos eleitorais, em cola-
boração com os competentes órgãos regionais, e decidir 1 — O conselho jurisdicional é constituído por um pre-
dos recursos interpostos; sidente, dois vice-presidentes e dois vogais, eleitos em
i) Propor à assembleia representativa nacional a altera- lista por sufrágio universal, direto, secreto e periódico, e,
ção do presente Estatuto; em plenário, pelos presidentes dos conselhos disciplinares
j) Propor à assembleia representativa nacional a ins- de secção.
crição de membros honorários e a atribuição do título de 2 — Compete ao conselho jurisdicional:
conselheiro a engenheiros técnicos;
a) Zelar, enquanto órgão de supervisão, pelo cumpri-
k) Atribuir os títulos profissionais de engenheiro técnico mento do presente Estatuto, dos respetivos regulamentos,
sénior e engenheiro técnico especialista; das decisões e deliberações tomadas pelos órgãos compe-
l) Propor à assembleia representativa nacional a aprova- tentes e respetiva legalidade, e exercer poderes de controlo
ção de regulamentos sobre o acesso aos títulos profissionais em matéria disciplinar;
e dar parecer sobre as propostas do conselho da profissão b) Verificar a conformidade legal e estatutária das pro-
nestas matérias; postas de referendo e das propostas de regulamento;
m) Manter atualizada a lista de cursos superiores minis- c) Dar apoio ao conselho diretivo nacional na arbitragem
trados em Portugal que dão acesso à profissão de enge- de conflitos de competência;
nheiro técnico, com indicação do respetivo colégio de d) Exercer o poder disciplinar relativamente a infrações
especialidade de inscrição; cometidas por titulares ou ex-titulares dos órgãos da Ordem
n) Zelar pela conservação e atualização do registo geral e por profissionais em livre prestação de serviços;
de inscrição dos membros e do registo de prestadores em e) Julgar os recursos interpostos das decisões dos con-
livre prestação de serviços; selhos disciplinares de secção;
o) Arbitrar conflitos de competência; f) Aprovar o respetivo regimento.
p) Deliberar sobre a propositura de ações judiciais, con-
fessar, desistir, transigir, alienar ou onerar bens, contrair 3 — O conselho jurisdicional pode ser assessorado por
empréstimos e aceitar doações, heranças e legados; um consultor jurídico.
q) Constituir grupos de trabalho; 4 — O presidente do conselho jurisdicional pode assistir,
r) Constituir o gabinete de apoio ao bastonário; sem direito a voto, às reuniões do conselho diretivo nacio-
s) Deliberar sobre a admissão ou dispensa de funcioná- nal, sempre que julgue conveniente ou este o solicite.
rios da Ordem, sejam eles adstritos aos serviços de apoio
aos órgãos nacionais ou regionais; Artigo 38.º
t) Designar o secretário-geral, a quem cabe, mediante Conselho da profissão
remuneração, apoiar a atividade dos órgãos nacionais e exe-
cutar as políticas definidas pelo conselho diretivo nacional, 1 — O conselho da profissão é constituído por um presi-
de acordo com as diretrizes emanadas do bastonário; dente e dois vice-presidentes, eleitos em lista por sufrágio
u) Nomear o provedor da Ordem; universal, direto, secreto e periódico, e pelos presidentes
v) Aprovar o seu regimento. de direção de cada um dos colégios de especialidade.
2 — O conselho pode ser assessorado por personali-
3 — O conselho diretivo nacional deve ouvir previa- dades de reconhecido mérito científico ou profissional, a
mente o conselho da profissão quando esteja em causa o título permanente ou eventual, e solicitar pareceres a comis-
exercício das competências referidas nas alíneas e) e i) do sões especializadas da Ordem ou a entidades exteriores.
número anterior. 3 — Compete ao conselho da profissão:
Artigo 36.º a) Apresentar propostas ao conselho diretivo nacional
Conselho fiscal nacional
de alteração do presente Estatuto no sentido de instituição
de novas especialidades, colégios de especialidade, novos
1 — O conselho fiscal nacional é constituído por um títulos profissionais e núcleos de especialização, bem como
presidente, dois vice-presidentes e dois vogais, eleitos em os respetivos regulamentos;
lista por sufrágio universal, direto, secreto e periódico, e b) Propor ao conselho diretivo nacional a atribuição
pelos presidentes dos conselhos fiscais de secção, estes dos títulos profissionais de engenheiro técnico sénior e de
sem direito a voto. engenheiro técnico especialista;
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9 — São núcleos de especialização do colégio de espe- 18 — São núcleos de especialização do colégio de es-
cialidade de engenharia geotécnica e minas: pecialidade de engenharia industrial e da qualidade:
a) Núcleo de especialização de transformação de massas a) Núcleo de especialização de segurança;
minerais; b) Núcleo de especialização de auditoria.
b) Núcleo de especialização de geotecnia mineira;
c) Núcleo de especialização de segurança; 19 — Compete ao conselho diretivo nacional, sob pare-
d) Núcleo de especialização de auditoria. cer da direção do conselho da profissão, ouvida a direção
do colégio de especialidade em que a especialização se
10 — São núcleos de especialização do colégio de es- integra, outorgar a integração do membro em determinado
pecialidade de engenharia agrária: núcleo de especialização.
a) Núcleo de especialização de controlo fitossanitário;
b) Núcleo de especialização de ordenamento e explo- Artigo 41.º
ração cinegética; Direções de colégios de especialidades
c) Núcleo de especialização de avaliação de prédios
rústicos; 1 — A atividade dos colégios de especialidades é diri-
d) Núcleo de especialização de produção cartográfica; gida por direções de colégio.
e) Núcleo de especialização de qualidade alimentar; 2 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, as
f) Núcleo de especialização de segurança; direções de colégios são constituídas por um presidente e
g) Núcleo de especialização de auditoria. dois vice-presidentes, eleitos pelos membros do respetivo
colégio, em lista por sufrágio universal, direto, secreto e
11 — São núcleos de especialização do colégio de es- periódico.
pecialidade de engenharia geográfica/topográfica: 3 — No caso de o colégio agrupar mais de uma
a) Núcleo de especialização de produção cartográfica; especialidade, a direção de colégio deve ainda integrar
b) Núcleo de especialização de segurança; membros das especialidades que o compõem.
c) Núcleo de especialização de auditoria. 4 — Podem participar nas reuniões das direções de
colégios os membros do respetivo colégio que para tal
12 — São núcleos de especialização do colégio de es- sejam convidados.
pecialidade de engenharia do ambiente: 5 — Compete a cada direção de colégio:
a) Núcleo de especialização de certificação energética; a) Discutir e propor planos de ação relativos a questões
b) Núcleo de especialização de segurança; profissionais no âmbito da especialidade do colégio;
c) Núcleo de especialização de auditoria. b) Discutir, dar parecer e propor planos de ação relativos
à formação, atualização e especialização dos engenheiros
13 — São núcleos de especialização do colégio de es- técnicos;
pecialidade de engenharia de segurança: c) Dar parecer sobre matérias da especialização, bem
como as de admissão e de qualificação;
a) Núcleo de especialização de segurança contra in- d) Dar parecer sobre matérias da especialidade do colé-
cêndios; gio, ou outras referentes à Ordem, quando solicitado pelo
b) Núcleo de especialização de segurança; conselho diretivo nacional ou pelo conselho da profis-
c) Núcleo de especialização de auditoria. são;
14 — São núcleos de especialização do colégio de es- e) Apoiar o conselho diretivo nacional no domínio da
pecialidade de engenharia aeronáutica: respetiva especialidade;
f) Participar na atividade geral da Ordem através do
a) Núcleo de especialização de segurança; conselho da profissão.
b) Núcleo de especialização de auditoria.
6 — Os colégios de especialidades têm sede na sec-
15 — São núcleos de especialização do colégio de es-
ção regional a que o presidente do respetivo colégio per-
pecialidade de engenharia de transportes:
tence.
a) Núcleo de especialização de segurança rodoviária; 7 — As despesas dos colégios de especialidades são
b) Núcleo de especialização de segurança; assumidas pelas secções regionais onde os presidentes dos
c) Núcleo de especialização de auditoria. colégios de especialidade se encontram instalados.
16 — São núcleos de especialização do colégio de es-
pecialidade de engenharia de proteção civil: SECÇÃO II
2 — O apuramento final é feito na sede da Ordem no ção de colégio de especialidade, ao conselho fiscal de sec-
prazo de sete dias. ção e ao conselho disciplinar de secção não podem integrar
Artigo 59.º as listas de candidatos a qualquer outro órgão.
Reclamação e recurso 3 — Só podem ser eleitos para órgãos regionais
os profissionais inscritos como membros efetivos na
1 — Os eleitores podem reclamar perante a mesa elei- circunscrição a que o órgão pertence.
toral, com fundamento em irregularidades do ato eleitoral,
até três dias após o fim da votação. Artigo 63.º
2 — A mesa eleitoral deve apreciar a reclamação no
prazo de 48 horas, sendo a decisão comunicada ao recla- Sistema eleitoral
mante por escrito e afixada na sede da Ordem. 1 — As eleições para bastonário e vice-presidentes no
3 — Da decisão da mesa eleitoral cabe recurso para seio do conselho diretivo nacional, mesa da assembleia
o conselho diretivo nacional no prazo de oito dias úteis
contados da data em que for comunicada ao reclamante a geral nacional, conselho fiscal nacional, conselhos dire-
decisão da mesa eleitoral. tivos de secção, mesa das assembleias gerais de secção
4 — O conselho diretivo nacional é convocado para o e conselho fiscal de secção são feitas de acordo com o
efeito nos oito dias seguintes. sistema maioritário a uma volta.
2 — As eleições para os restantes órgãos da Ordem são
Artigo 60.º feitas de acordo com o sistema da representação proporcio-
nal, segundo o método da média mais alta de Hondt.
Divulgação dos resultados Artigo 64.º
1 — Não tendo havido reclamações ou recursos, ou Apresentação de candidaturas
estando decididos os apresentados, é feita a divulgação
dos resultados. 1 — As candidaturas são entregues no conselho diretivo
2 — A divulgação dos resultados das eleições para os nacional, juntamente com um termo de aceitação de cada
órgãos regionais é feita pelas respetivas mesas das assem- membro que as constituem, incluindo os suplentes, e os
bleias gerais de secção. respetivos programas de ação.
3 — A divulgação dos resultados eleitorais para os 2 — As candidaturas, as quais são individualizadas para
órgãos nacionais da Ordem, bem como dos resultados cada órgão, devem ser apresentadas com a antecedência de
dos referendos, é feita pelo conselho diretivo nacional. 60 dias em relação à data designada para as eleições.
4 — Os resultados eleitorais devem ser afixados no sítio 3 — As candidaturas devem ser subscritas por um
eletrónico da Ordem na Internet e afixados na sede nacional mínimo de 100 membros efetivos da Ordem.
da Ordem e em todas as secções regionais e delegações. 4 — Os candidatos são identificados pelo nome
completo, número de membro, idade e residência ou
Artigo 61.º domicílio profissional.
Voto por procuração e por correspondência 5 — Os proponentes das candidaturas são identifica-
dos pelo nome completo legível, assinatura e número de
1 — O voto é pessoal e secreto, não sendo admitido o membro.
voto por procuração. Artigo 65.º
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, é
admitido o voto por correspondência desde que: Período eleitoral
a) O boletim de voto esteja dobrado em quatro e contido 1 — As eleições devem ter lugar no último trimestre do
em sobrescrito fechado; ano do termo do mandato dos órgãos eleitos.
b) Dentro desse mesmo sobrescrito conste igualmente 2 — No caso de perda de quórum, depois de substituídos
uma fotocópia simples do bilhete de identidade ou do car- os membros eleitos para os cargos pelos respetivos
tão de cidadão do membro, devendo na mesma ser aposto o suplentes, ou de dissolução de órgãos eleitos por deliberação
respetivo número de membro, e a sua assinatura conforme da assembleia representativa, por maioria de dois terços, as
a do documento de identificação; eleições devem ter lugar nos três meses seguintes à perda
c) O sobrescrito seja introduzido noutro e endereçado de quórum ou da destituição, salvo se faltar menos de um
à mesa eleitoral, por via postal, e que tenha sido recebido ano para o início de novo mandato.
na Ordem até ao dia da votação, inclusive.
Artigo 66.º
3 — O pagamento de todos os custos associados ao
voto por correspondência é da inteira responsabilidade Suprimento de irregularidades
do membro.
1 — O conselho diretivo nacional deve verificar da
SECÇÃO II regularidade das candidaturas nos cinco dias subsequen-
tes ao encerramento do prazo para entrega das listas de
Eleições candidatura.
Artigo 62.º 2 — Com vista ao suprimento das eventuais
irregularidades encontradas, a documentação é devolvida
Capacidade eleitoral passiva ao primeiro subscritor da lista, o qual deve saná-las no
1 — Só pode ser eleito para os órgãos da Ordem o pro- prazo de três dias úteis.
fissional membro efetivo no pleno gozo dos seus direitos. 3 — Findo o prazo referido no número anterior sem que
2 — Os candidatos ao conselho diretivo nacional, ao se proceda à regularização das candidaturas, deve o con-
conselho fiscal nacional, ao conselho jurisdicional, à dire- selho diretivo nacional rejeitá-las nas 24 horas seguintes.
8174 Diário da República, 1.ª série — N.º 182 — 17 de setembro de 2015
c) Utilizar os serviços oferecidos pela Ordem; c) Abster-se de divulgar ou de utilizar segredos pro-
d) Intervir, sem direito a voto, na assembleia geral nacio- fissionais;
nal e nas assembleias gerais de secção; d) Fixar uma remuneração adequada ao serviço prestado.
e) Utilizar o cartão de identificação de membro da
Ordem. Artigo 80.º
Artigo 75.º Deveres do engenheiro técnico no exercício da profissão
Deveres dos membros estagiários São deveres do engenheiro técnico no exercício da sua
Constituem deveres dos membros estagiários para com profissão:
a Ordem: a) Agir sempre com boa-fé, lealdade, correção e isenção;
a) Cumprir as obrigações do presente Estatuto e dos b) Apenas assinar pareceres, projetos ou outros trabalhos
regulamentos da Ordem; profissionais de que seja autor ou colaborador;
b) Participar na prossecução dos objetivos da Ordem e c) Prosseguir a permanente atualização de conheci-
colaborar nas suas atividades. mentos.
Os membros estudantes gozam dos seguintes direitos: São deveres recíprocos dos engenheiros técnicos:
a) Participar nas atividades da Ordem; a) Evitar qualquer concorrência desleal;
b) Intervir, sem direito a voto, na assembleia geral nacio- b) Prestar aos colegas, desde que solicitada, toda a cola-
nal e nas assembleias gerais de secção. boração possível;
c) Abster-se de prejudicar a reputação ou a atividade
Artigo 77.º profissional de colegas;
d) Quando chamado a substituir um colega na execu-
Deveres dos membros estudantes ção de um trabalho, não o aceitar sem o informar previa-
Os membros estudantes devem participar na prossecu- mente.
ção dos objetivos da Ordem e colaborar nas suas atividades.
CAPÍTULO VIII
SECÇÃO II
Responsabilidade disciplinar
Deveres profissionais
SECÇÃO I
Artigo 78.º
Deveres do engenheiro técnico para com a comunidade
Disposições gerais
3 — Sem prejuízo do disposto na lei de processo penal 2 — A sanção de advertência é aplicada a infrações leves
acerca do segredo de justiça, o Ministério Público e os no exercício da profissão dos membros.
órgãos de polícia criminal remetem à Ordem certidão das 3 — A sanção de repreensão registada é aplicável a
denúncias, participações ou queixas apresentadas contra infrações graves no exercício da profissão dos membros
membros da Ordem e que possam consubstanciar factos às quais, em razão da culpa do arguido, não caiba mera
suscetíveis de constituir infração disciplinar. advertência.
4 — A sanção de suspensão é aplicável quando, tendo
Artigo 89.º em conta a natureza da profissão, a infração disciplinar
Desistência da participação
seja grave e tenha posto em causa a vida, a integridade
física das pessoas ou seja gravemente lesiva da honra ou
A desistência da participação disciplinar pelo interes- do património alheios ou de valores equivalentes.
sado extingue o processo disciplinar, salvo se a infração 5 — A sanção de expulsão é aplicável a infrações muito
imputada afetar a dignidade do membro visado e, neste graves que afetem de tal forma a dignidade e o prestígio
caso, este manifeste intenção de que o processo prossiga, profissionais, que inviabilizam definitivamente o exercício
ou o prestígio da Ordem ou da profissão, em qualquer uma da atividade profissional de engenheiro técnico.
das suas especialidades. 6 — O incumprimento do dever de pagar quotas pode
dar lugar à aplicação de sanção disciplinar de suspensão,
Artigo 90.º nos termos do presente Estatuto, quando se apure que
Instauração do processo disciplinar aquele incumprimento é culposo e se prolongue por período
superior a 12 meses.
1 — Qualquer órgão da Ordem, oficiosamente ou tendo 7 — No caso de profissionais em regime de livre presta-
por base queixa, denúncia ou participação apresentada por ção de serviços em território nacional, as sanções previstas
pessoa devidamente identificada, contendo factos sus- nos n.os 5 e 6 assumem, respetivamente, a forma de inter-
cetíveis de integrarem infração disciplinar do membro, dição definitiva ou temporária do exercício da atividade
comunica, de imediato, os factos ao órgão competente profissional neste território.
para a instauração de processo disciplinar. 8 — A aplicação de sanção mais grave do que a de
2 — Quando se conclua que a participação é infundada, repreensão registada a membro que exerça algum cargo
dela se dá conhecimento ao membro visado e são emitidas nos órgãos da Ordem determina a imediata e automática
as certidões que o mesmo entenda necessárias para a tutela destituição desse cargo, sem dependência de deliberação
dos seus direitos e interesses legítimos. da assembleia representativa nesse sentido.
3 — O processo disciplinar contra o bastonário ou 9 — A tentativa é punível com a sanção aplicável à
contra qualquer membro do conselho jurisdicional infração consumada, especialmente atenuada.
em efetividade de funções só pode ser instaurado por 10 — Sempre que a infração resulte da violação de um
deliberação da assembleia representativa, aprovada por dever por omissão, o cumprimento das sanções aplicadas
maioria absoluta. não dispensam o arguido do cumprimento daquele, se tal
Artigo 91.º ainda for possível.
Legitimidade processual 11 — A prática de infração é considerada reincidente
quando repita o comportamento ilícito antes de decorrido o
As pessoas com interesse direto, pessoal e legítimo rela- prazo de cinco anos após o dia em que se tornar definitiva
tivamente aos factos participados podem solicitar à Ordem a condenação por cometimento da infração anterior.
a sua intervenção no processo, requerendo e alegando o
que tiverem por conveniente. Artigo 94.º
Artigo 92.º Graduação
d) A acumulação de infrações, sempre que duas ou mais designadamente praticando os atos necessários à efetiva
infrações sejam cometidas no mesmo momento ou quando suspensão ou ao cancelamento da inscrição dos membros
outra seja cometida antes de ter sido punida a anterior; a quem sejam aplicadas as sanções de suspensão e de
e) O facto de a infração ou infrações serem cometidas expulsão, respetivamente.
durante o cumprimento de sanção disciplinar ou no decurso 2 — A aplicação de sanção de suspensão ou de expulsão
do período de suspensão de sanção disciplinar; implica a proibição temporária ou definitiva, respetiva-
f) A produção de prejuízos de valor considerável, enten- mente, da prática de qualquer ato profissional e a entrega da
dendo-se como tal sempre que exceda o valor de metade cédula profissional na sede da Ordem ou na secção regional
da alçada dos tribunais da relação; onde o arguido tenha o seu domicílio profissional.
g) A lesão dos interesses da Ordem.
Artigo 100.º
Artigo 95.º
Início de produção de efeitos das sanções disciplinares
Aplicação de sanções acessórias
1 — As sanções disciplinares iniciam a produção dos
1 — Cumulativamente com a aplicação das sanções seus efeitos no dia seguinte àquele em que a decisão se
disciplinares, podem ser aplicadas, a título de sanções torne definitiva.
acessórias: 2 — Se na data em que a decisão se torna definitiva
a) Frequência obrigatória de ações de formação suple- estiver suspensa a inscrição do arguido, o cumprimento da
mentares às ações de formação obrigatórias; sanção disciplinar de suspensão tem início no dia seguinte
b) Restituição de quantias, documentos ou objetos; ao do levantamento da suspensão.
c) Perda, total ou parcial, de honorários e do custeio
de despesas; Artigo 101.º
d) Perda do produto do benefício obtido pelo arguido;
e) Inelegibilidade para órgãos da Ordem por um período Comunicação e publicidade
máximo de 15 anos. 1 — A aplicação das sanções referidas nas alíneas b)
2 — As sanções acessórias podem ser cumuladas entre si. a d) do n.º 1 do artigo 93.º é comunicada pelo conselho
3 — Na aplicação das sanções acessórias deve aten- diretivo nacional:
der-se aos critérios previstos no n.º 1 do artigo anterior. a) À sociedade de profissionais ou organização associa-
4 — O resultado da aplicação das sanções acessórias tiva por conta da qual o arguido prestava serviços à data
previstas nas alíneas c) e d) do n.º 1, consideram-se per- dos factos e à data da condenação pela prática da infração
didas a favor da Ordem. disciplinar; e
b) À autoridade competente noutro Estado membro da
Artigo 96.º União Europeia ou do Espaço Económico Europeu para o
Unidade e acumulação de infrações controlo da atividade do arguido estabelecido nesse mesmo
Estado membro.
Sem prejuízo da aplicação das sanções acessórias re-
feridas no artigo anterior, não pode aplicar-se ao mesmo 2 — Quando a sanção aplicada for de suspensão ou
membro mais do que uma sanção disciplinar por cada de expulsão, é-lhe dada publicidade através do sítio na
facto punível. Internet da Ordem e em locais considerados idóneos para
Artigo 97.º o cumprimento das finalidades de prevenção geral do sis-
Suspensão das sanções tema jurídico.
1 — Tendo em consideração o grau de culpa, o com- 3 — Se for decidida a suspensão preventiva ou apli-
portamento do arguido e as circunstâncias que rodearam cada sanção de suspensão ou de expulsão, o conselho
a prática da infração, as sanções disciplinares inferiores à diretivo nacional deve inserir a correspondente anotação
expulsão podem ser suspensas por um período compreen- nas listas permanentes de membros divulgada por meios
dido entre um e cinco anos. informáticos.
2 — Cessa a suspensão da sanção sempre que, relati- 4 — A publicidade das sanções disciplinares e sanções
vamente ao membro punido, seja proferida decisão final acessórias, promovida pelo órgão disciplinarmente com-
de acusação em novo processo disciplinar. petente, é feita a expensas do arguido.
5 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a
Artigo 98.º Ordem restitui o montante pago pelo arguido para dar
Aplicação das sanções de suspensão e expulsão
publicidade à sua suspensão preventiva sempre que este
não venha a ser condenado no âmbito do respetivo proce-
As sanções de suspensão por período superior a dois dimento disciplinar.
anos ou de expulsão só podem ser aplicadas por delibe-
ração que reúna a maioria qualificada de dois terços dos Artigo 102.º
membros do órgão disciplinarmente competente, após
audiência pública. Prescrição das sanções disciplinares
Artigo 99.º As sanções disciplinares prescrevem nos seguintes prazos:
Execução das sanções
a) As de advertência e repreensão registada, em dois
1 — Compete ao conselho diretivo nacional dar execu- anos;
ção às decisões proferidas em sede de processo disciplinar, b) As de suspensão e expulsão, em cinco anos.
Diário da República, 1.ª série — N.º 182 — 17 de setembro de 2015 8179
4 — São ainda aplicáveis aos procedimentos referidos as medidas necessárias para cooperar eficazmente, nomea-
no presente artigo o disposto nas alíneas d) e e) do artigo 5.º damente através do Sistema de Informação do Mercado
e no n.º 1 do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 92/2010, de Interno, no âmbito dos procedimentos relativos a prestado-
26 de julho. res de serviços já estabelecidos noutro Estado membro, nos
Artigo 117.º termos do capítulo VI do Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de
Informação na Internet
julho, do n.º 2 do artigo 51.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de
março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto,
Para além das informações referidas no artigo 23.º da e 25/2014, de 2 de maio, e dos n.os 2 e 3 do artigo 19.º da
Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, no n.º 3 do artigo 6.º do Diretiva n.º 2000/31/CE, do Parlamento Europeu e do
Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, e no n.º 4 do Conselho, de 8 de junho de 2000, relativa a certos aspetos
artigo 19.º da Diretiva n.º 2000/31/CE, do Parlamento legais dos serviços da sociedade de informação, em espe-
Europeu e do Conselho, de 8 de junho de 2000, relativa a cial do comércio eletrónico.
certos aspetos legais dos serviços da sociedade de infor-
mação, em especial do comércio eletrónico, no mercado
interno, a Ordem deve disponibilizar ao público em geral, CAPÍTULO X
através do seu sítio eletrónico na Internet, as seguintes Revisão do Estatuto
informações:
a) Regime de acesso e exercício da profissão; Artigo 119.º
b) Princípios e regras deontológicos e normas técnicas Revisão
aplicáveis aos seus membros;
c) Procedimento de apresentação de queixa ou reclama- 1 — Todas as iniciativas de revisão do presente Estatuto
ções pelos destinatários relativamente aos serviços presta- devem ser divulgadas pela classe para pronúncia durante
dos pelos profissionais no âmbito da sua atividade; o período mínimo de 30 dias.
d) Ofertas de emprego na Ordem; 2 — A assembleia representativa deve apresentar pro-
e) Registo atualizado dos membros com: posta à tutela sempre que o presente Estatuto deva ser
revisto.
i) O nome, o domicílio profissional e o número de car-
teira ou cédula profissionais; ANEXO II
ii) A designação do título e das especialidades profis-
sionais; (a que se refere o artigo 6.º)
iii) A situação de suspensão ou interdição temporária Republicação do Decreto-Lei n.º 349/99,
do exercício da atividade, se for caso disso; de 2 de setembro
Artigo 4.º n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012,
Âmbito e sede
de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio, sem prejuízo de
condições especiais de reciprocidade caso as qualificações
1 — A Ordem tem âmbito nacional e sede em Lisboa. em causa tenham sido obtidas fora da União Europeia ou
2 — A Ordem compreende as secções regionais do do Espaço Económico Europeu.
Norte, do Centro, do Sul, dos Açores e da Madeira. 2 — O profissional que pretenda inscrever-se na Ordem
3 — A secção regional do Norte compreende os distritos nos termos do número anterior e que preste serviços, de
de Braga, Bragança, Porto, Viana do Castelo e Vila Real. forma subordinada ou autónoma ou na qualidade de sócio
4 — A secção regional do Centro compreende os ou que atue como gerente ou administrador no Estado mem-
distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, bro de origem, no âmbito de organização associativa de
Leiria e Viseu. profissionais, observado o disposto no n.º 4 do artigo 37.º
5 — A secção regional do Sul compreende os distritos da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, deve identificar a orga-
de Beja, Évora, Faro, Lisboa, Portalegre, Santarém e nização em causa no pedido apresentado nos termos do
Setúbal. artigo 47.º da Lei n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas
6 — As secções regionais dos Açores e da Madeira Leis n.os 41/2012, de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio.
compreendem, respetivamente, as Regiões Autónomas 3 — Caso o facto a comunicar nos termos do número
dos Açores e da Madeira. anterior ocorra após a apresentação do pedido de reco-
nhecimento de qualificações, deve a organização associa-
Artigo 5.º tiva em causa ser identificada perante a Ordem no prazo
Tutela administrativa máximo de 60 dias.
Os poderes de tutela administrativa a que se refere o Artigo 8.º
artigo 45.º da Lei n.º 2/2013, de 10 de janeiro, são exer-
Livre prestação de serviços
cidos pelo membro do Governo responsável pela área da
construção. 1 — Os profissionais legalmente estabelecidos noutro
Estado membro da União Europeia ou do Espaço Eco-
nómico Europeu e que aí desenvolvam atividades com-
CAPÍTULO II paráveis à atividade profissional de engenheiro técnico
Membros regulada pelo presente Estatuto, podem exercê-las, de
forma ocasional e esporádica, em território nacional, em
Artigo 6.º regime de livre prestação de serviços, nos termos da Lei
n.º 9/2009, de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012,
Inscrição e atos próprios
de 28 de agosto, e 25/2014, de 2 de maio.
1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 8.º, a atribuição 2 — Os profissionais referidos no número anterior são
do título de engenheiro técnico, o seu uso e o exercício da equiparados a engenheiro técnico para todos os efeitos
profissão de engenheiro técnico em território nacional, seja legais em que tal qualificação profissional seja exigida para
de forma liberal ou por conta de outrem, e independente- o exercício de uma determinada atividade, exceto quando
mente do setor, público, privado, cooperativo ou social, o contrário resulte das disposições em causa.
em que a atividade seja exercida, dependem de inscrição 3 — O profissional que preste serviços, de forma subor-
como membro efetivo da Ordem. dinada ou autónoma ou na qualidade de sócio ou que atue
2 — O exercício da atividade profissional por conta como gerente ou administrador no Estado membro de
de outrem não afeta a autonomia técnica do profissional origem, no âmbito de organização associativa de profis-
nem dispensa o cumprimento pelo mesmo dos deveres sionais e pretenda exercer a sua atividade profissional em
deontológicos. território nacional nessa qualidade, em regime de livre
3 — São atos próprios dos que exerçam a atividade de prestação de serviços, deve identificar perante a Ordem
engenheiro técnico os constantes da Lei n.º 31/2009, de a organização associativa, por conta da qual presta servi-
3 de julho, alterada pela Lei n.º 40/2015, de 1 de julho, ços, na declaração referida no artigo 5.º da Lei n.º 9/2009,
e de outras leis e regulamentos que especialmente os de 4 de março, alterada pelas Leis n.os 41/2012, de 28 de
consagrem. agosto, e 25/2014, de 2 de maio.
4 — Os trabalhadores dos serviços e organismos da
administração direta e indireta do Estado, das regiões Artigo 9.º
autónomas, das autarquias locais e das demais pessoas Comércio eletrónico
coletivas públicas, que pratiquem, no exercício das suas
funções, atos próprios da profissão de engenheiro técnico, Os profissionais legalmente estabelecidos em Estado
e realizem ações de verificação, aprovação, auditoria ou membro da União Europeia ou do Espaço Económico
fiscalização sobre atos anteriores, devem estar validamente Europeu que aí desenvolvam atividades comparáveis à
inscritos como membros efetivos da Ordem. atividade profissional de engenheiro técnico regulada pelo
presente Estatuto, podem exercê-las, através de comércio
Artigo 7.º eletrónico, com destino ao território nacional, observados
que sejam os requisitos aplicáveis no Estado membro de
Direito de estabelecimento
origem, nomeadamente as normas deontológicas aí vigen-
1 — O reconhecimento das qualificações profissionais tes, assim como a disponibilização permanente de infor-
de nacional de Estado membro da União Europeia ou do mação prevista no artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 7/2004,
Espaço Económico Europeu obtidas fora de Portugal para a de 7 de janeiro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 62/2009, de
sua inscrição como membro da Ordem é regulado pela Lei 10 de março, e pela Lei n.º 46/2012, de 29 de agosto.
8184 Diário da República, 1.ª série — N.º 182 — 17 de setembro de 2015
Estatuto, podem ser admitidos na qualidade de membros 3 — A inscrição na Ordem faz-se na secção regional do
estudantes. domicílio profissional do estagiário.
Artigo 15.º
Artigo 19.º
Membros estagiários
Duração máxima
1 — A admissão como membro estagiário da Ordem
de profissional cujas qualificações tenham sido obtidas O estágio tem a duração máxima de:
em Portugal depende da apresentação e aprovação de um
projeto de estágio. a) 18 meses, contados a partir da data da inscrição, para
2 — O estágio referido no número anterior é oferecido os membros estagiários que, na mesma data, sejam titu-
e organizado pela Ordem, e acompanhado por um patrono lares de licenciatura posterior à aplicação do Decreto-Lei
de estágio, nos termos do presente Estatuto e de regula- n.º 74/2006, de 24 de março, alterado pelos Decretos-Leis
mento aprovado pela assembleia representativa nacional, n.os 107/2008, de 25 de junho, 230/2009, de 14 de setembro,
homologado pelo membro do Governo responsável pela e 115/2013, de 7 de agosto;
área das infraestruturas. b) Seis meses, contados a partir da data da inscrição,
3 — Os profissionais nacionais de Estados membros da para os membros estagiários que, na mesma data, sejam
União Europeia ou do Espaço Económico Europeu cujas titulares de mestrado em curso de engenharia, ou licen-
qualificações tenham sido obtidas fora de Portugal e pre- ciatura em curso de engenharia anterior à aplicação do
tendam realizar o estágio em território nacional podem Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de março, alterado pelos
inscrever-se como membros estagiários da Ordem. Decretos-Leis n.os 107/2008, de 25 de junho, 230/2009, de
14 de setembro, e 115/2013, de 7 de agosto.
Artigo 16.º
Artigo 20.º
Objetivo do estágio
Suspensão do estágio
O estágio tem como objetivo o aperfeiçoamento da
habilitação profissional do estagiário, implicando não só A pedido fundamentado do membro estagiário, o estágio
a integração dos conhecimentos adquiridos na formação pode ser suspenso.
académica e a experiência da sua aplicação prática, mas Artigo 21.º
também a perceção das condicionantes de natureza deon- Ações de formação
tológica, legal, económica, ambiental, de recursos huma-
nos, de segurança e de gestão em geral que caracterizam 1 — Os estágios incluem ações de formação obrigatória
o exercício da profissão, de modo a que os engenheiros sobre ética e deontologia profissional.
técnicos possam desempenhar a profissão de forma com- 2 — Durante a realização do estágio pode o estagiário
petente e responsável. frequentar ações de formação técnica.
formação académica, podem ser atribuídos os seguintes 4 — Compete à assembleia geral nacional:
títulos:
a) O debate aberto sobre as questões que interessem aos
a) Engenheiro técnico sénior; engenheiros técnicos e à Ordem;
b) Engenheiro técnico especialista. b) Emitir pareceres sobre os assuntos que lhe sejam
submetidos pela assembleia representativa nacional e pelo
2 — O título profissional de engenheiro técnico sénior conselho diretivo nacional;
é conferido aos membros com 15 anos de experiência em c) Emitir pareceres e recomendações aos demais órgãos
engenharia. da Ordem.
3 — O título profissional de engenheiro técnico espe-
cialista é conferido aos membros com 10 anos de expe- 5 — Compete ao presidente da mesa da assembleia geral
riência em engenharia e curso superior pós-licenciatura de nacional dar posse aos membros eleitos para os órgãos
duração mínima de um ano, conferente ou não de grau, na nacionais e regionais, bem como apreciar os seus pedidos
área da engenharia, ou que, não possuindo essas habili- de exoneração.
tações académicas, sejam aprovados em exame realizado 6 — O presidente da mesa da assembleia geral nacional
perante a Ordem. pode assistir, sem direito a voto, às reuniões do conselho
diretivo nacional, sempre que o julgue conveniente ou este
CAPÍTULO III órgão o solicite.
Órgãos Artigo 33.º
Bastonário
SECÇÃO I
1 — O bastonário e os quatro vice-presidentes da Ordem
Órgãos nacionais são eleitos em lista para o conselho diretivo nacional, por
sufrágio universal, direto, secreto e periódico.
Artigo 31.º 2 — Compete ao bastonário:
Órgãos nacionais a) Representar a Ordem, em juízo e fora dele;
1 — São órgãos nacionais da Ordem: b) Presidir, com voto de qualidade, ao conselho dire-
tivo nacional;
a) A assembleia geral nacional; c) Pedir a convocação da assembleia representativa
b) O bastonário; nacional ao seu presidente;
c) A assembleia representativa nacional; d) Despachar o expediente corrente do conselho dire-
d) O conselho diretivo nacional; tivo nacional;
e) O conselho fiscal nacional; e) Propor, ao conselho diretivo nacional, a personalidade
f) O conselho jurisdicional; para ocupar o cargo de provedor da Ordem.
g) O conselho da profissão;
h) As direções dos colégios de especialidade. 3 — O bastonário é coadjuvado pelos quatro vice-
-presidentes, que o substituem nas suas ausências e im-
2 — Os mandatos dos membros dos órgãos da Ordem pedimentos.
têm a duração de quatro anos. 4 — O bastonário pode delegar competências nos vice-
3 — É permitida a reeleição, mas o cargo não pode -presidentes.
ser desempenhado, consecutivamente, por mais de dois
mandatos. Artigo 34.º
4 — O desempenho de funções executivas e em perma- Assembleia representativa nacional
nência dos titulares dos órgãos nacionais pode ser remu-
nerado, nos termos a definir em regulamento específico. 1 — A assembleia representativa nacional é constituída
5 — Só pode ser eleito para o cargo de bastonário o por:
membro efetivo que detiver o período mínimo de cinco a) 45 membros eleitos em lista por sufrágio universal,
anos de inscrição na Ordem. direto, secreto e periódico;
b) Os presidentes das assembleias gerais de secção.
Artigo 32.º
Assembleia geral nacional 2 — A mesa da assembleia representativa nacional é
formada pelo presidente, pelo vice-presidente e pelo se-
1 — A assembleia geral nacional é composta pela totali- cretário, eleitos em lista, por sufrágio universal, direto,
dade dos membros efetivos no pleno gozo dos seus direitos secreto e periódico.
e reúne ordinariamente uma vez por ano e extraordinaria- 3 — Compete à assembleia representativa nacional:
mente sempre que convocada, nos termos do n.º 3.
2 — A mesa da assembleia geral nacional é formada a) Deliberar sobre os assuntos que o conselho diretivo
pelo presidente, pelo vice-presidente e secretário, eleitos nacional entenda submeter-lhe;
em lista, por sufrágio universal, direto, secreto e periódico. b) Deliberar sobre o relatório de atividades e contas
3 — A assembleia geral nacional reúne extraordinaria- consolidadas da Ordem, aprovadas pelo conselho diretivo
mente, mediante convocação do respetivo presidente da nacional relativo ao ano civil transato, tendo em conta o
mesa, sempre que o conselho diretivo nacional, a assem- parecer do conselho fiscal nacional;
bleia representativa nacional, os conselhos diretivos de c) Deliberar sobre o plano de atividades e orçamento
secção ou, pelo menos, 300 membros efetivos o requeiram, consolidado, tendo em conta o parecer do conselho fiscal
juntando a proposta de ordem de trabalhos. nacional;
8188 Diário da República, 1.ª série — N.º 182 — 17 de setembro de 2015
d) Deliberar sobre a apresentação de projetos de alte- n) Zelar pela conservação e atualização do registo geral
ração do presente Estatuto; de inscrição dos membros e do registo de prestadores em
e) Aprovar regulamentos, incluindo os respeitantes livre prestação de serviços;
aos órgãos nacionais e regionais e relativos à inscrição o) Arbitrar conflitos de competência;
na Ordem e ao acesso aos vários títulos profissionais de p) Deliberar sobre a propositura de ações judiciais, con-
engenheiro técnico; fessar, desistir, transigir, alienar ou onerar bens, contrair
f) Aprovar quotas e taxas a cobrar aos membros, bem empréstimos e aceitar doações, heranças e legados;
como a percentagem destas receitas destinadas às secções q) Constituir grupos de trabalho;
regionais; r) Constituir o gabinete de apoio ao bastonário;
g) Deliberar sobre a realização de referendos, por sua s) Deliberar sobre a admissão ou dispensa de funcioná-
iniciativa, ou mediante proposta do conselho diretivo rios da Ordem, sejam eles adstritos aos serviços de apoio
nacional; aos órgãos nacionais ou regionais;
h) Aprovar o seu regimento; t) Designar o secretário-geral, a quem cabe, mediante
i) Deliberar sobre quaisquer questões que não estejam remuneração, apoiar a atividade dos órgãos nacionais e exe-
atribuídas a outros órgãos. cutar as políticas definidas pelo conselho diretivo nacional,
de acordo com as diretrizes emanadas do bastonário;
4 — A assembleia representativa nacional, convocada u) Nomear o provedor da Ordem;
pelo seu presidente, por sua iniciativa ou a pedido do bas- v) Aprovar o seu regimento.
tonário, reúne ordinariamente até 15 de abril e até 30 de 3 — O conselho diretivo nacional deve ouvir previa-
novembro de cada ano para os fins previstos nas alíneas b) mente o conselho da profissão quando esteja em causa o
e c) do número anterior, respetivamente, e extraordinaria- exercício das competências referidas nas alíneas e) e i) do
mente sempre que o seu presidente o repute necessário, ou número anterior.
a pedido de um terço dos seus membros.
Artigo 36.º
Artigo 35.º Conselho fiscal nacional
Conselho diretivo nacional 1 — O conselho fiscal nacional é constituído por um
1 — O conselho diretivo nacional é constituído e presi- presidente, dois vice-presidentes e dois vogais, eleitos em
dido pelo bastonário da Ordem, que tem voto de qualidade lista por sufrágio universal, direto, secreto e periódico, e
em caso de empate, pelos quatro vice-presidentes e pelos pelos presidentes dos conselhos fiscais de secção, estes
presidentes e vice-presidentes dos conselhos diretivos das sem direito a voto.
secções. 2 — O conselho fiscal nacional integra ainda um Revi-
2 — Compete ao conselho diretivo nacional: sor Oficial de Contas.
3 — Compete ao conselho fiscal nacional:
a) Dirigir a atividade da Ordem;
b) Desenvolver as relações internacionais da Ordem; a) Fiscalizar a gestão patrimonial e financeira desen-
c) Elaborar o plano de atividades, o orçamento conso- volvida pelos órgãos nacionais;
lidado, o relatório de atividades e as contas consolidadas b) Dar parecer sobre o relatório, contas e orçamentos
da Ordem; anuais;
d) Arrecadar receitas e efetuar despesas; c) Aprovar o seu regimento.
e) Aprovar as linhas gerais dos programas da ação dos 4 — O presidente do conselho fiscal nacional pode
colégios; assistir, sem direito a voto, às reuniões do conselho di-
f) Apresentar à assembleia representativa nacional, para retivo nacional, sempre que julgue conveniente ou este
parecer ou deliberação, propostas sobre matérias da com- o solicite.
petência do conselho diretivo nacional, de especial rele-
vância para a Ordem; Artigo 37.º
g) Propor à assembleia representativa nacional a reali- Conselho jurisdicional
zação de referendos;
h) Organizar os referendos e os atos eleitorais, em cola- 1 — O conselho jurisdicional é constituído por um pre-
boração com os competentes órgãos regionais, e decidir sidente, dois vice-presidentes e dois vogais, eleitos em
dos recursos interpostos; lista por sufrágio universal, direto, secreto e periódico, e,
i) Propor à assembleia representativa nacional a altera- em plenário, pelos presidentes dos conselhos disciplinares
ção do presente Estatuto; de secção.
j) Propor à assembleia representativa nacional a ins- 2 — Compete ao conselho jurisdicional:
crição de membros honorários e a atribuição do título de a) Zelar, enquanto órgão de supervisão, pelo cumpri-
conselheiro a engenheiros técnicos; mento do presente Estatuto, dos respetivos regulamentos,
k) Atribuir os títulos profissionais de engenheiro técnico das decisões e deliberações tomadas pelos órgãos compe-
sénior e engenheiro técnico especialista; tentes e respetiva legalidade, e exercer poderes de controlo
l) Propor à assembleia representativa nacional a aprova- em matéria disciplinar;
ção de regulamentos sobre o acesso aos títulos profissionais b) Verificar a conformidade legal e estatutária das pro-
e dar parecer sobre as propostas do conselho da profissão postas de referendo e das propostas de regulamento;
nestas matérias; c) Dar apoio ao conselho diretivo nacional na arbitragem
m) Manter atualizada a lista de cursos superiores minis- de conflitos de competência;
trados em Portugal que dão acesso à profissão de enge- d) Exercer o poder disciplinar relativamente a infrações
nheiro técnico, com indicação do respetivo colégio de cometidas por titulares ou ex-titulares dos órgãos da Ordem
especialidade de inscrição; e por profissionais em livre prestação de serviços;
Diário da República, 1.ª série — N.º 182 — 17 de setembro de 2015 8189
b) Discutir, dar parecer e propor planos de ação relativos de secção ou sempre que um número mínimo de 5 % ou de
à formação, atualização e especialização dos engenheiros 100 membros efetivos inscritos na respetiva secção regio-
técnicos; nal no pleno gozo dos seus direitos o requeira à mesa.
c) Dar parecer sobre matérias da especialização, bem
como as de admissão e de qualificação; Artigo 44.º
d) Dar parecer sobre matérias da especialidade do colé-
Conselhos diretivos de secção
gio, ou outras referentes à Ordem, quando solicitado pelo
conselho diretivo nacional ou pelo conselho da profissão; 1 — Os conselhos diretivos de secção são constituídos
e) Apoiar o conselho diretivo nacional no domínio da por um presidente, um vice-presidente, um secretário, um
respetiva especialidade; tesoureiro e um vogal, eleitos em lista por sufrágio uni-
f) Participar na atividade geral da Ordem através do versal, direto, secreto e periódico dos membros efetivos
conselho da profissão. no pleno gozo dos seus direitos, inscritos nas respetivas
secções regionais.
6 — Os colégios de especialidades têm sede na secção 2 — Compete aos conselhos diretivos de secção:
regional a que o presidente do respetivo colégio pertence.
7 — As despesas dos colégios de especialidades são a) Promover ações tendentes à realização dos objetivos
assumidas pelas secções regionais onde os presidentes dos da Ordem, de acordo com as linhas de atuação definidas
colégios de especialidade se encontram instalados. pelo conselho diretivo nacional;
b) Representar a respetiva secção regional, em juízo e
fora dele;
SECÇÃO II c) Gerir as atividades das respetivas secções regionais
Órgãos regionais nos termos do presente Estatuto e dos regulamentos e
administrar os bens que lhes são confiados;
Artigo 42.º d) Requerer a convocação de assembleias gerais de
secção;
Órgãos regionais
e) Elaborar e apresentar aos respetivos conselhos fiscais,
São órgãos regionais da Ordem: com a antecedência mínima de 30 dias relativamente às
datas das sessões ordinárias anuais das assembleias gerais
a) As assembleias gerais de secção; de secção, referidas no n.º 4 do artigo anterior, o relatório
b) Os conselhos diretivos de secção; e contas do ano civil anterior;
c) Os conselhos fiscais de secção;
f) Submeter à aprovação e votação das respetivas assem-
d) Os conselhos disciplinares de secção.
bleias gerais de secção o relatório e contas do ano civil
anterior;
Artigo 43.º
g) Submeter à aprovação e votação das respetivas assem-
Assembleias gerais de secção bleias gerais de secção o plano de atividades e o orçamento
1 — As assembleias gerais de secção são constituídas anual para o ano civil em curso;
por todos os membros efetivos no pleno gozo dos seus h) Arrecadar receitas, transferir verbas arrecadadas por
direitos, inscritos nas respetivas secções regionais. conta de outrem e satisfazer despesas;
2 — Compete às assembleias gerais de secção: i) Colaborar com o conselho diretivo nacional na orga-
nização e realização dos atos eleitorais;
a) O debate aberto sobre as questões que interessem aos j) Colaborar com o conselho diretivo nacional na orga-
engenheiros técnicos e à Ordem, em especial no âmbito nização e realização de referendos;
territorial das secções; k) Convocar reuniões de esclarecimento e debate rela-
b) Emitirem pareceres sobre os assuntos que lhes sejam tivas a referendos a realizar;
submetidos pelo conselho diretivo de secção; l) Receber e instruir os pedidos de inscrição e promover
c) Emitirem pareceres e recomendações aos demais o registo dos membros;
órgãos da secção; m) Aprovar o seu regimento.
d) Deliberar sobre os assuntos que o conselho diretivo
de secção entenda submeter-lhe; Artigo 45.º
e) Aprovar o relatório e contas do conselho diretivo de
secção, atento o parecer do conselho fiscal de secção; Conselhos fiscais de secção
f) Apreciar e deliberar sobre o plano de atividades e 1 — Os conselhos fiscais de secção são constituídos por
orçamento anual proposto pelo conselho diretivo de secção; um presidente e dois vogais, eleitos em lista por sufrágio
g) Aprovar o respetivo regimento. universal, direto, secreto e periódico dos membros efetivos
no pleno gozo dos seus direitos, inscritos nas respetivas
3 — As assembleias gerais de secção são dirigidas por secções regionais, acrescido do presidente do conselho
uma mesa, constituída por um presidente e dois secretários, fiscal nacional, este sem direito a voto.
eleitos em lista por sufrágio direto, secreto e periódico dos 2 — Compete aos conselhos fiscais de secção:
membros efetivos no pleno gozo dos seus direitos, inscritos
nas respetivas secções regionais. a) Examinar, pelo menos trimestralmente, a gestão fi-
4 — As assembleias gerais de secção, convocadas pelos nanceira da competência dos respetivos conselhos diretivos
seus presidentes, reúnem ordinariamente uma vez por ano de secção;
e extraordinariamente nos termos do número seguinte. b) Dar parecer sobre o relatório e contas apresentados
5 — As assembleias gerais de secção reúnem extraordi- pelos respetivos conselhos diretivos de secção, bem como
nariamente por iniciativa dos respetivos conselhos diretivos sobre o orçamento;
8192 Diário da República, 1.ª série — N.º 182 — 17 de setembro de 2015
c) Participar, sempre que o julguem conveniente e sem c) Organizar os cadernos eleitorais e apreciar as respe-
direito a voto, nas reuniões dos respetivos conselhos dire- tivas reclamações;
tivos de secção. d) Verificar a regularidade das candidaturas.
Artigo 46.º
Conselhos disciplinares de secção
2 — A comissão eleitoral é presidida pelo bastonário,
que pode delegar essa competência.
1 — Os conselhos disciplinares de secção são consti-
tuídos por um presidente e dois vogais, eleitos em lista por Artigo 50.º
sufrágio universal, direto, secreto e periódico dos membros
Comissões de fiscalização
efetivos no pleno gozo dos seus direitos, inscritos nas
respetivas secções regionais. 1 — É constituída em cada secção uma comissão de
2 — Compete aos conselhos disciplinares de secção fiscalização, composta pelo presidente da respetiva mesa da
instruir e julgar os processos disciplinares que digam assembleia geral de secção e por um representante de cada
respeito aos membros da Ordem, sem prejuízo dos que são uma das listas concorrentes, a qual inicia as suas funções
da competência do conselho jurisdicional. no dia seguinte ao da apresentação das candidaturas ou da
3 — Das decisões dos conselhos disciplinares de secção abertura do processo de referendo.
cabe recurso para o conselho jurisdicional. 2 — Os representantes de cada lista concorrente devem
ser indicados conjuntamente com a apresentação das can-
Artigo 47.º didaturas.
Delegados distritais e de ilha
3 — Se o presidente da mesa da assembleia geral for
candidato nas eleições a realizar, é substituído na comissão
1 — O conselho diretivo de secção pode dispor de de- de fiscalização por um dos secretários ou por um membro
legados nomeados pelo conselho diretivo nacional em da Ordem designado pela respetiva mesa.
cada um dos distritos do continente e em cada uma das 4 — Compete às comissões de fiscalização:
ilhas das regiões autónomas, sob proposta dos conselhos
diretivos de secção. a) Fiscalizar o processo eleitoral ou de referendo;
2 — O delegado é coadjuvado por dois subdelegados, b) Elaborar relatórios sobre eventuais irregularidades, a
que o substituem nas suas ausências e impedimentos. entregar às correspondentes mesas das assembleias gerais
de secção.
Artigo 51.º
CAPÍTULO IV Sufrágio
Congresso 1 — O sufrágio é universal, direto, periódico e secreto.
2 — Têm direito a voto os membros efetivos da Ordem
Artigo 48.º que se encontrem no pleno gozo dos seus direitos.
Congresso
Artigo 52.º
1 — A Ordem realiza, com frequência não inferior a
dois anos, um congresso de índole técnica, científica e Publicidade
profissional. A convocação das eleições e dos referendos é feita por
2 — O congresso tem lugar, alternadamente, em cada meio de anúncios convocatórios afixados na sede nacional
uma das secções regionais. e nas sedes regionais e publicados no sítio eletrónico da
3 — A organização do congresso cabe ao conselho Ordem na Internet e num jornal de divulgação nacional
diretivo nacional, com a colaboração do conselho diretivo com a antecedência mínima de 60 dias.
da secção regional onde se realiza o congresso.
4 — As despesas com a realização dos congressos Artigo 53.º
podem ser comparticipadas pelos órgãos nacionais.
Cadernos eleitorais
7 — Após cada período de interrupção começa a correr 3 — O processo disciplinar contra o bastonário ou
novo prazo de prescrição. contra qualquer membro do conselho jurisdicional em
8 — O prazo de prescrição do processo disciplinar efetividade de funções só pode ser instaurado por delibe-
suspende-se durante o tempo em que: ração da assembleia representativa, aprovada por maioria
a) O processo disciplinar estiver suspenso, a aguardar absoluta.
despacho de acusação ou de pronúncia em processo penal; Artigo 91.º
b) A decisão final do processo disciplinar não puder ser Legitimidade processual
notificada ao arguido, por motivo que lhe seja imputável.
As pessoas com interesse direto, pessoal e legítimo rela-
9 — A suspensão, quando resulte da situação prevista tivamente aos factos participados podem solicitar à Ordem
na alínea b) do número anterior, não pode ultrapassar o a sua intervenção no processo, requerendo e alegando o
prazo de dois anos. que tiverem por conveniente.
10 — O prazo de prescrição volta a correr a partir do
dia em que cessar a causa da suspensão. Artigo 92.º
Direito subsidiário
SECÇÃO II
Sem prejuízo do disposto no presente Estatuto, o pro-
Do exercício da ação disciplinar cesso disciplinar rege-se por regulamento disciplinar, sendo
subsidiariamente aplicáveis as normas procedimentais
Artigo 88.º previstas na Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas,
Exercício da ação disciplinar
aprovada pela Lei n.º 35/2014, de 20 de junho.
destituição desse cargo, sem dependência de deliberação 4 — O resultado da aplicação das sanções acessórias
da assembleia representativa nesse sentido. previstas nas alíneas c) e d) do n.º 1, consideram-se per-
9 — A tentativa é punível com a sanção aplicável à didas a favor da Ordem.
infração consumada, especialmente atenuada.
10 — Sempre que a infração resulte da violação de um Artigo 96.º
dever por omissão, o cumprimento das sanções aplicadas
Unidade e acumulação de infrações
não dispensam o arguido do cumprimento daquele, se tal
ainda for possível. Sem prejuízo da aplicação das sanções acessórias re-
11 — A prática de infração é considerada reincidente feridas no artigo anterior, não pode aplicar-se ao mesmo
quando repita o comportamento ilícito antes de decorrido o membro mais do que uma sanção disciplinar por cada
prazo de cinco anos após o dia em que se tornar definitiva facto punível.
a condenação por cometimento da infração anterior. Artigo 97.º
Artigo 94.º Suspensão das sanções
Graduação
1 — Tendo em consideração o grau de culpa, o com-
portamento do arguido e as circunstâncias que rodearam
1 — Na aplicação das sanções deve atender-se aos ante- a prática da infração, as sanções disciplinares inferiores à
cedentes profissionais e disciplinares do arguido, ao grau expulsão podem ser suspensas por um período compreen-
de culpa, à gravidade e às consequências da infração, à dido entre um e cinco anos.
situação económica do arguido e a todas as demais cir- 2 — Cessa a suspensão da sanção sempre que, relati-
cunstâncias agravantes ou atenuantes. vamente ao membro punido, seja proferida decisão final
2 — São circunstâncias atenuantes: de acusação em novo processo disciplinar.
a) O exercício efetivo da profissão de engenheiro téc-
nico por um período superior a cinco anos, seguidos ou Artigo 98.º
interpolados, sem qualquer sanção disciplinar; Aplicação das sanções de suspensão e expulsão
b) A confissão espontânea da infração ou das infrações;
c) A colaboração do arguido para a descoberta da ver- As sanções de suspensão por período superior a dois
dade; anos ou de expulsão só podem ser aplicadas por delibe-
d) A reparação dos danos causados pela conduta lesiva. ração que reúna a maioria qualificada de dois terços dos
membros do órgão disciplinarmente competente, após
3 — São circunstâncias agravantes: audiência pública.
a) A premeditação, considerando-se como tal a vontade Artigo 99.º
manifestada num período igual ou superior a dois dias antes Execução das sanções
da prática da infração;
b) O conluio; 1 — Compete ao conselho diretivo nacional dar execu-
c) A reincidência; ção às decisões proferidas em sede de processo disciplinar,
d) A acumulação de infrações, sempre que duas ou mais designadamente praticando os atos necessários à efetiva
infrações sejam cometidas no mesmo momento ou quando suspensão ou ao cancelamento da inscrição dos membros
outra seja cometida antes de ter sido punida a anterior; a quem sejam aplicadas as sanções de suspensão e de
e) O facto de a infração ou infrações serem cometidas expulsão, respetivamente.
durante o cumprimento de sanção disciplinar ou no decurso 2 — A aplicação de sanção de suspensão ou de expulsão
do período de suspensão de sanção disciplinar; implica a proibição temporária ou definitiva, respetiva-
f) A produção de prejuízos de valor considerável, enten- mente, da prática de qualquer ato profissional e a entrega da
dendo-se como tal sempre que exceda o valor de metade cédula profissional na sede da Ordem ou na secção regional
da alçada dos tribunais da relação; onde o arguido tenha o seu domicílio profissional.
g) A lesão dos interesses da Ordem.
Artigo 100.º
Artigo 95.º Início de produção de efeitos das sanções disciplinares
Aplicação de sanções acessórias 1 — As sanções disciplinares iniciam a produção dos
1 — Cumulativamente com a aplicação das sanções seus efeitos no dia seguinte àquele em que a decisão se
disciplinares, podem ser aplicadas, a título de sanções torne definitiva.
acessórias: 2 — Se na data em que a decisão se torna definitiva
estiver suspensa a inscrição do arguido, o cumprimento da
a) Frequência obrigatória de ações de formação suple- sanção disciplinar de suspensão tem início no dia seguinte
mentares às ações de formação obrigatórias; ao do levantamento da suspensão.
b) Restituição de quantias, documentos ou objetos;
c) Perda, total ou parcial, de honorários e do custeio Artigo 101.º
de despesas;
d) Perda do produto do benefício obtido pelo arguido; Comunicação e publicidade
e) Inelegibilidade para órgãos da Ordem por um período 1 — A aplicação das sanções referidas nas alíneas b)
máximo de 15 anos. a d) do n.º 1 do artigo 93.º é comunicada pelo conselho
diretivo nacional:
2 — As sanções acessórias podem ser cumuladas entre si.
3 — Na aplicação das sanções acessórias deve aten- a) À sociedade de profissionais ou organização associa-
der-se aos critérios previstos no n.º 1 do artigo anterior. tiva por conta da qual o arguido prestava serviços à data
Diário da República, 1.ª série — N.º 182 — 17 de setembro de 2015 8199
Artigo 106.º
SECÇÃO IV
Processo disciplinar
Do processo
1 — O processo disciplinar é regulado pelo presente
Artigo 104.º Estatuto e pelo regulamento disciplinar.
2 — O processo disciplinar é composto pelas seguintes
Obrigatoriedade fases:
A aplicação de uma sanção disciplinar é sempre pre- a) Instrução;
cedida do apuramento dos factos e da responsabilidade b) Defesa do arguido;
disciplinar em processo próprio, nos termos previstos no c) Decisão;
presente Estatuto e no regulamento disciplinar. d) Execução.
8200 Diário da República, 1.ª série — N.º 182 — 17 de setembro de 2015
3 — Em todas as fases do processo disciplinar são asse- c) Os factos que serviram de fundamento à decisão
guradas ao arguido todas as garantias de defesa nos termos condenatória forem inconciliáveis com os que forem dados
gerais de direito. como provados noutra decisão definitiva e da oposição
resultarem graves dúvidas sobre a justiça da condenação;
Artigo 107.º d) Se tenham descoberto novos factos ou meios de prova
que, por si ou cominados com os que foram apreciados
Suspensão preventiva
no processo, suscitem graves dúvidas sobre a justiça da
1 — Após a audição do arguido, ou se este, notificado, decisão condenatória proferida.
não comparecer para ser ouvido, pode ser ordenada a sua
suspensão preventiva, mediante deliberação tomada por 2 — A simples alegação de ilegalidade, formal ou subs-
maioria qualificada de dois terços dos membros em efeti- tancial, do processo e decisão disciplinares não constitui
vidade de funções do órgão competente da Ordem. fundamento para a revisão.
2 — A suspensão a que se refere o número anterior só 3 — A revisão é admissível ainda que o processo se
pode ser decretada nos casos em que haja indícios da prá- encontre extinto ou a sanção prescrita ou cumprida.
tica de infração disciplinar à qual corresponda uma das 4 — O exercício do direito de revisão é regulado pelas
sanções previstas nas alíneas c) e d) do n.º 1 do artigo 93.º disposições aplicáveis do regulamento disciplinar.
3 — A suspensão preventiva não pode exceder três me-
ses e é sempre descontada na sanção de suspensão. Artigo 111.º
Reabilitação
Artigo 108.º
Caso seja deferida a reabilitação, o membro reabilitado
Natureza secreta do processo recupera plenamente os seus direitos e é dada a publicidade
1 — O processo é de natureza secreta até ao despacho devida, nos termos dos n.os 2 a 4 do artigo 101.º, com as
de acusação ou arquivamento. necessárias adaptações.
2 — O relator pode, todavia, autorizar a consulta do
processo pelo arguido, pelo participante, pelo Ministério CAPÍTULO IX
Público, pelos órgãos de polícia criminal ou pelos
interessados, quando daí não resulte inconveniente para Receitas e despesas
a instrução e sob condição de não ser divulgado o que
dele conste. Artigo 112.º
3 — O arguido ou o interessado, quando membro da Receitas dos órgãos nacionais
Ordem, que não respeite a natureza secreta do processo
incorre em responsabilidade disciplinar. Constituem receitas dos órgãos nacionais da Ordem:
a) A percentagem que lhes couber das receitas previstas
SECÇÃO V na alínea f) do n.º 3 do artigo 34.º;
b) O produto da venda de publicações editadas;
Das garantias c) Os resultados de outras atividades;
d) As heranças, os legados e as doações;
Artigo 109.º e) Os rendimentos dos bens que lhes estejam afetos;
Decisões recorríveis f) Os juros de contas de depósitos.
1 — Das decisões tomadas em matéria disciplinar cabe Artigo 113.º
recurso para o plenário do conselho jurisdicional, e para o
conselho jurisdicional, nos casos previstos nas alíneas d) Receitas dos órgãos regionais
e e) do n.º 2 do artigo 37.º, respetivamente. Constituem receitas dos órgãos regionais da Ordem:
2 — As decisões de mero expediente ou referentes à
disciplina dos trabalhos não são passíveis de recurso nos a) A percentagem que lhes couber das receitas previstas
termos do número anterior. na alínea f) do n.º 3 do artigo 34.º;
3 — O exercício do direito de recurso é regulado pelas b) O produto de outras atividades levadas a efeito por
disposições aplicáveis do regulamento disciplinar. sua iniciativa;
c) As heranças, os legados e as doações destinadas a
Artigo 110.º utilização nas respetivas áreas territoriais de jurisdição;
d) Os rendimentos dos bens que lhes estejam afetos;
Revisão e) Os juros de conta de depósitos.
1 — É admissível a revisão de decisão definitiva profe-
rida pelos órgãos da Ordem com competência disciplinar Artigo 114.º
sempre que: Despesas
a) Uma decisão judicial transitada em julgado declarar 1 — As despesas de deslocação dos titulares dos órgãos
falsos quaisquer elementos ou meios de prova que tenham nacionais, no exercício das suas funções, são suportadas
sido determinantes para a decisão revidenda; pelo conselho diretivo nacional.
b) Uma decisão judicial transitada em julgado tiver dado 2 — As despesas de deslocação dos titulares dos órgãos
como provado crime cometido por membro ou membros das secções regionais, no exercício das suas funções,
do órgão que proferiu a decisão revidenda e relacionado são suportadas pelos respetivos conselhos diretivos de
com o exercício das suas funções no processo; secção.
Diário da República, 1.ª série — N.º 182 — 17 de setembro de 2015 8201