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Gabriella Silva dos Reis – 19414 – 4° CN

Prof° Elizabeth Vicentina de Gennari – Direito Processual Civil III

Relatório – Palestra sobre Fraude à Execução

Prof° Palestrante Gilberto Bruschi

Primeiramente o Professor Gilberto Brushci aborda sobre o principio da


responsabilidade patrimonial (art. 789, CPC), e trás o questionamento sobre o que são
bens presentes e bens futuros com uma explicação mais aprofundada, explicando que
o bens presentes são aqueles determinados no momento em que a dívida foi
contraída.

Posteriormente , é citado o artigo 790, do Código de Processo Civil, e sua


existência é devida ao fenômeno “schuld e haftug” (obrigação e responsabilidade), que
consiste em terceiros podem vir a ser responsabilizados pela obrigação , mesmo sem
ter sua participação no ato que a contraiu, quando preenchida as hipóteses do artigo.
Cita como exemplo o inciso IV, onde, independentemente do regime de bens, um
cônjuge poderá responder com seus próprios bens em decorrência de obrigação
contraída, em nome do bem estar da família, pelo outro.

Um Agravo Regimental do Estado do Paraná foi exposto pelo professor, onde


cita a necessidade de interposição de embargos de terceiro, caso o outro cônjuge
queira demonstrar que a dívida contraída não teve como finalidade beneficiar a
família, pois a inversão do ônus da prova fica a cargo do mesmo (artigo 674, §2, I, do
Código Processual Civil). A questão da meação do bem penhorado para satisfazer a
obrigação se resume na realização de um leilão, onde a parte monetária do cônjuge
não credor fica protegida, quando comprovada a inexistência da hipótese do inciso IV,
respeitando a porcentagem estabelecida em lei ou pelo juiz, quando houver a
necessidade de um segundo leilão.

Prosseguindo, o inciso V, do artigo 790 é abordado, o Professor Gilberto expõe


que tal dispositivo remete ao artigo 792, o qual propriamente aborda sobre a fraude a
execução, onde seus primeiros três incisos expõem hipóteses de presunção absoluta
de fraude, que diz respeito a situação onde não é admitida prova me contrário. O
inciso IV por sua vez trata sobre qualquer ação que possa virar execução
posteriormente, ademais o professor aponta ainda um recurso repetitivo do STJ, que
diz respeito sobre na hipótese de restar inequívoca a ciência do ajuizamento da ação,
embora o réu ainda não tenha sido citado, restará configurado fraude a execução,
resumindo, será fraude a execução sobre “prisma do vendedor”, todavia é ressaltado
pelo professor que precisamos prestar atenção no terceiro adquirente.

A Súmula 375 é citada, a mesma aborda sobre a boa-fé do adquirente na fraude


à execução, remetendo-se ao inciso IV, onde verificada a má-fé do credor, esta deverá
ser comprovada por quem adquiriu o bem. Como é realizada tal comprovação?
Trazendo “indícios robustos” dessa fraude (II Jornada de Direito Processual Cível do
Conselho da Justiça Federal). O professor cita que o adquirente deve verificar se não
há nada averbado em nome do credor (através de certidão de matricula) e solicitar
certidões dos feitos cíveis nos tribunais (na palestra foram indicados o Tribunal de
Justiça de São Paulo, TRT e TRF).

Por fim, o Professor comenta uma sentença de embargos de terceiro do


processo n° 1080850-54.2019.8.26.0100, na qual temos como entendimento que se o
adquirente de boa-fé não agiu “diligentemente”, “na capacidade de um homem
médio, não há muito que se fazer”, pois no caso consta na escritura “o adquirente
dispensou apresentação as certidões dos feitos ajuizados” e inexiste certidões para
apresentar, deste modo, o juiz julgou improcedente os embargos de terceiros.

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