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FRATURAS

MANDIBULARES -
ESTUDO CLÍNICO

Prof. J. G. C. LUZ
FRATURA – Conceito

➢ Soluçãode continuidade do osso,


geralmente de origem traumática
FRATURA PATOLÓGICA

➢ Mandíbula fragilizada por uma


alteração patológica local, como
osteomielite ou tumor, ou sistêmica
FRATURAS DE FACE –
Freqüência
➢ Nariz= mais frequente
➢ Complexo zigomático= frequente
➢ Mandíbula= frequente
➢ Fraturas associadas= menos frequentes
➢ Dento-alveolar= podem ocorrer de modo
associado
➢ A seguir, temos exemplos práticos de
casuísticas
FRATURAS DE FACE –
Freqüência

➢ Nariz= 106 (35.8%)


➢ Complexo zigomático= 66 (22,3%)
➢ Mandíbula= 65 (22,0%)
➢ Fraturas associadas= 17 (5,7%)
➢ Dento-alveolar= 36 (12,2%)
➢ Le Fort= 6 (2,0%)

Palma et al., 1995


Distribuição dos pacientes de acordo com o
diagnóstico Palma et al., 1995
FRATURAS MANDIBULARES –
Gênero

➢ Masculino 3:1 Feminino

➢ 3,6:1 Palma et al., 1995


➢ 3:1 Fridrich et al., 1992
➢ 3,06:1 Olson et al., 1982
➢ 2:1 crianças Thorén et al., 1992
FRATURAS MANDIBULARES-
Casuística

➢ Gênero masculino: 82,4%


➢ Faixa etária: 21-30 anos 39,2%

Camino Jr. et al., 2004


10 (6,8%)
25 (16,9%)
21 (14,2%)
até 20 anos
de 21 a 30 anos
de 31 a 40 anos
de 41 a 50 anos
34 (23,0%) acima de 50 anos
58 (39,2%)

Distribuição das fraturas mandibulares segundo


a faixa etária Camino Jr. et al., 2004
MANDÍBULA
➢ Componente mais
rígido do esqueleto
facial
➢ Requer mais força
que maxila
➢ Freqüência –
proeminente
➢ Impactos laterais >
frontais
ETIOLOGIA - Fatores
predisponentes

➢ Locais: 3º molar retido, desdentado


total, lesões ósseas
➢ Gerais: hiperparatireoidismo,
osteoporose, osteopetrose
ETIOLOGIA – Fatores
eficientes

➢ Trânsito
➢ Agressões
➢ Quedas
➢ Acidentes de trabalho
➢ Esportes
➢ Guerras
FRATURAS MANDIBULARES -
Etiologia

➢ Agressões 47,5%
➢ Trânsito 31,5%
➢ Quedas 7,1%
➢ Esportes 5,4%
➢ Trabalho 3,0%
➢ Outros 5,5%

Fridrich et al., 1992


* Patológico 1 (0,7%)

** Acidente cirúrgico 1 (0,7%)

Esportivo 2 (1,4%)

Trabalhista 3 (2,1%)

Queda 25 (16,9%)

*** Acidentes de Tráfego 46 (31,1%)

**** Violências Interpessoais 70 (47,3%)

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

* Patológico: osteorradionecrose
** Acidente cirúrgico: exodontia de terceiro molar
*** Acidentes de tráfego: automobilístico, motociclístico, atropelamento e ciclístico
**** Violências interpessoais: agressões e ferimentos por arma de fogo (FAF)

Distribuição das fraturas mandibulares segundo as


categorias dos fatores etiológicos Camino Jr. et al., 2004
FRATURAS MANDIBULARES –
Mecanismo

➢ Direta: mesmo local do impacto


➢ Indireta: à distância
Direta
Indireta
FRATURAS MANDIBULARES –
Localização

➢ Sínfise e parassínfise
➢ Corpo
➢ Ângulo
➢ Ramo
➢ Processo condilar
➢ Processo coronóide
➢ Processo alveolar
Localização
FRATURAS MANDIBULARES -
Casuística

➢ Sínfise: 2,9%
➢ Corpo: 33,6%
➢ Ângulo: 17,4%
➢ Ramo: 5,4%
➢ Processo condilar: 33,4%
➢ Processo coronóide: 1,3%
➢ Processo alveolar: 6,7%
Oikarinen e Malmström, 1969
Processo Alveolar 3 (1,5%)

Ramo 3 (1,5%)

Processo Coronóide 7 (3,5%)

Sínfise 18 (9,0%)

Parassínfise 31 (15,6%)

Processo Condilar 33 (16,6%)

Ângulo 47 (23,6%)

Corpo 57 (28,6%)

0 10 20 30 40 50 60 70

Distribuição das fraturas mandibulares segundo as


localizações anatômicas Camino Jr. Et al., 2004
FRATURAS MANDIBULARES –
Classificação

➢ Número de traços
➢ Relação ao meio exterior
➢ Tipo de traço
➢ Tendência ao desvio
TIPO DE TRAÇO

➢ Total:completa
➢ Parcial: somente uma parte da estrutura
➢ Incompleta: traço não concluído
Total Parcial

Incompleta
NÚMERO DE TRAÇOS

➢ Simples: único traço


➢ Múltipla: 2 ou mais traços
➢ Cominutiva: inúmeros pequenos
fragmentos
Simples

Cominutiva

Múltipla
RELAÇÃO AO MEIO
EXTERIOR

➢ Fechada: cotos protegidos pelos


tecidos moles
➢ Exposta: cotos expostos por ruptura
dos tecidos moles
Fraturas expostas
TENDÊNCIA AO DESVIO

Em relação ao tratamento:
➢ Favorável: sem desvio
➢ Desfavorável: tende ao desvio
Favorável Desfavorável
Fratura desfavorável em corpo E
FRATURAS DE MANDÍBULA –
Sintomas

➢ Dor ao movimento
➢ Parestesia
➢ Disfunção
FRATURAS DE MANDÍBULA –
Sinais

➢ Deformidade facial
➢ Edema
➢ Equimose/Hematoma
➢ Mobilidade anormal
➢ Crepitação
➢ Limitação de movimento
➢ Alterações oclusais
➢ Sangue na saliva
Fratura de mandíbula

Edema região
jugal E e
desoclusão lado E
Fratura de mandíbula

Degrau oclusal significativo e avulsão do 41


Fratura de mandíbula

Escoriações faciais e
equimose no assoalho
bucal
Fratura de mandíbula

Edema região ATM D e


limitação da abertura da
boca
DIAGNÓSTICO

➢ Conduta de urgência
➢ Anamnese
➢ Exame físico
➢ Exame radiográfico
CONDUTA DE URGÊNCIA

➢ Lesões associadas: TCE,


cervical, politrauma
➢ Lesões de tecidos moles
Necessidade de conduta de urgência

Devido à uma fratura anterior da mandíbula bilateral que apresente


queda pode ocorrer glossoptose e obstrução de vias aéreas
EXAME FÍSICO

➢ Limpeza
➢ Inspeção:extra-oral e intra-oral
➢ Palpação bimanual
EXAMES DE IMAGEM

➢ Radiografiasextra-bucais, principalmente,
ou intra-bucais no atendimento inicial na
pesquisa de fraturas

➢ Tomografiacomputadorizada no
refinamento do diagnóstico e
planejamento do tratamento
EXAME RADIOGRÁFICO

➢ Duas incidências, perpendiculares


entre si

➢ Póstero-anterior (PA) de mandíbula


➢ Lateral oblíqua de mandíbula
➢ Oclusal
➢ Ântero-posterior (Towne)
➢ Panorâmica
PA de mandíbula
Lateral oblíqua da mandíbula
Oclusal da mandíbula
Ântero-posterior (Towne)
RX Panorâmica
Radiografia panorâmica: fratura nas regiões de ângulo lado
direito e parassínfise lado esquerdo.
TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA

➢ Cortesaxiais
➢ Reformatações coronais e sagitais
➢ Reconstrução tridimensional
TC: Cortes axiais. Fratura de sínfise
Paciente M, 21a, vítima de agressão –
Fratura bilateral de mandíbula

Perda de contato oclusal à D e


afastamento entre 33 e 34
Fratura bilateral de mandíbula, 21a

Cortes axiais: fratura de


corpo E com desvio e
fratura de ângulo D
Fratura bilateral de mandíbula, 21a

Reformatação coronal:
Fratura de corpo E com
desvio
Fratura bilateral de mandíbula, 21a

Reformatação coronal:
Fratura de ângulo D
Fratura bilateral de mandíbula, 21a

Reconstrução 3D

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