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CARNAVAL

O Carnaval é um período de festas regidas pelo ano lunar no Cristianismo da Idade Média. O


período do Carnaval era marcado pelo "adeus à carne" ou "carne vale" dando origem ao termo
"Carnaval". Durante o período do Carnaval havia uma grande concentração de festejos
populares. Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes. O Carnaval
moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX. A cidade
de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. Cidades
como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspirariam no Carnaval parisiense para
implantar suas novas festas carnavalescas. Já o Rio de Janeiro criou e exportou o estilo de fazer
carnaval com desfiles de Escolas de Samba para outras cidades do mundo, como São
Paulo, Tóquio e Helsinque, capital da Finlândia.
O Carnaval do Salvador está no Guinness Book como a maior festa de rua do mundo.
[1]
 Recife, Pernambuco, possui o maior bloco de carnaval do mundo, o Galo da Madrugada.

História e etimologia
Carnaval de Loulé, Portugal - Fevereiro de 2006.
A festa carnavalesca surgiu a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa pela Igreja
Católica, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Esse longo período de privações
acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira
de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma. A palavra "carnaval" está, desse modo, relacionada com
a ideia de deleite dos prazeres da carne marcado pela expressão "carnis valles", que, acabou por
formar a palavra "carnaval", sendo que "carnis" do grego significa carne e "valles" significa
prazeres. Em geral, o Carnaval tem a duração de três dias, os dias que antecedem a Quarta-feira
de Cinzas. Em contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, estes dias são
chamados "gordos", em especial a terça-feira (Terça-feira gorda, também conhecida pelo nome
francêsMardi Gras), último dia antes da Quaresma. Nos Estados Unidos, o termo mardi gras é
sinônimo de Carnaval.
O Carnaval da Antiguidade era marcado por grandes festas, onde se comia, bebia e participava
de alegres celebrações e busca incessante dos prazeres. O Carnaval prolongava-se por sete dias
na ruas, praças e casas da Antiga Roma, de 17 a 23 de dezembro. Todas as actividades e
negócios eram suspensos neste período, os escravos ganhavam liberdade temporária para fazer o
que em quisessem e as restrições morais eram relaxadas. As pessoas trocavam presentes, um rei
era eleito por brincadeira e comandava o cortejo pelas ruas (Saturnalicius princeps) e as
tradicionais fitas de lã que amarravam aos pés da estátua do deus Saturno eram retiradas, como
se a cidade o convidasse para participar da folia.
No período do Renascimento as festas que aconteciam nos dias de carnaval incorporaram
os baile de máscaras, com suas ricas fantasias e os carros alegóricos. Ao caráter de festa popular
e desorganizada juntaram-se outros tipos de comemoração e progressivamente a festa foi
tomando o formato atual.
De acordo com o modo contemporâneo o carnaval ainda é considerado uma forma de festa
bastante tradicional, pois persistiu por vários anos com o mesmo aspecto.

O que é 
O carnaval é considerado uma das festas populares mais animadas e representativas do mundo.
Tem sua origem no entrudo português, onde, no passado, as pessoas jogavam uma nas outras,
água, ovos e farinha. O entrudo acontecia num período anterior a quaresma e, portanto, tinha um
significado ligado à liberdade. Este sentido permanece até os dias de hoje no Carnaval.

História do Carnaval 
O entrudo chegou ao Brasil por volta do século XVII e foi influenciado pelas festas
carnavalescas que aconteciam na Europa. Em países como Itália e França, o carnaval ocorria em
formas de desfiles urbanos, onde os carnavalescos usavam máscaras e fantasias. Personagens
como a colombina, o pierrô e o Rei Momo também foram incorporados ao carnaval brasileiro,
embora sejam de origem européia.
No Brasil, no final do século XIX, começam a aparecer os primeiros blocos carnavalescos,
cordões e os famosos "corsos". Estes últimos, tornaram-se mais populares no começo dos
séculos XX. As pessoas se fantasiavam, decoravam seus carros e, em grupos, desfilavam pelas
ruas das cidades. Está ai a origem dos carros alegóricos, típicos das escolas de samba atuais.
No século XX, o carnaval foi crescendo e tornando-se cada vez mais uma festa popular. Esse
crescimento ocorreu com a ajuda das marchinhas carnavalescas. As músicas deixavam o
carnaval cada vez mais animado.
A primeira escola de samba surgiu no Rio de Janeiro e chamava-se Deixa Falar. Foi criada pelo
sambista carioca chamado Ismael Silva. Anos mais tarde a Deixa Falar transformou-se na escola
de samba Estácio de Sá. A partir dai o carnaval de rua começa a ganhar um novo formato.
Começam a surgir novas escolas de samba no Rio de Janeiro e em São Paulo. Organizadas em
Ligas de Escolas de Samba, começam os primeiros campeonatos para verificar qual escola de
samba era mais bonita e animada.
O carnaval de rua manteve suas tradições originais na região Nordeste do Brasil. Em cidades
como Recife e Olinda, as pessoas saem as ruas durante o carnaval no ritmo do frevo e do
maracatu. 
Os desfiles de bonecos gigantes, em Recife, são uma das principais atrações desta cidade durante
o carnaval.
Na cidade de Salvador, existem os trios elétricos, embalados por músicas dançantes de cantores e
grupos típicos da região. Na cidade destacam-se também os blocos negros como o Olodum e o
Ileyaê, além dos blocos de rua e do Afoxé Filhos de Gandhi.

Olhar o site da VEJA : http://veja.abril.com.br/cronologia/carnaval/index.html

O Carnaval de Guaratinguetá
SURGIMENTO E EXPANSÃO
Acompanhando a vocação festeira do povo valeparaibano, Guaratinguetá apresenta rico
calendário; que alterna, por todo o decorrer do ano, festividades, consideradas “profanas” e
religiosas. Podem ser observadas nelas, heranças e tradições européias, miscigenadas pela
riquíssima contribuição do índio e do africano. De todas e tantas festas que alegram e enfeitam a
vida da comunidade, têm destaque o Carnaval.
O Carnaval, com suas danças, fantasias e nortes regados a muita bebida, chegou à Guaratinguetá
ainda como entrudo, que era uma festa até um pouco violenta e com brincadeiras de mau gosto,
sendo trazida pelos portugueses. Na “brincadeira” do entrudo, os portugueses faziam uma guerra
de baldes d’água e lixo.
Isto também aconteceu em Guaratinguetá, onde as “brincadeiras” iam desde o “limão-de-cheiro”,
fabricado pelas próprias famílias, até aos baldes d’água mal cheirosos ou de perfumes suaves que
eram jogados nos transeuntes e nas visitas.
O entrudo chegou a sofrer proibições, mas se manteve firme, até que os limões-de-cheiro e
baldes d’água foram substituídos por confete, serpentina e lança-perfume. Relatos nos passam
que o confete foi introduzido no Brasil por volta de 1892, e que a serpentina nasceu em 1896, em
Paris, com um bailado denominado “A Dança da Serpentina”.
O “lança-perfume” veio da Suíça, fabricado pela “Rodo”, que em 1911 teve uma encomenda tão
extraordinária, que mandou um representante ao Brasil paraver de perto como se gastava tanto
“lança-perfume” em uma só festa. No ano de 1928, se comentava que o “éter” fantasiado de
lança-perfume era servido com “escândalo” no Carnaval. O exagero e desvio em seu uso,
principalmente devido ao efeito, terminaram por determinar sua proibição definitiva, tanto em
ruas como em salões.
A etimologia da palavra Carnaval é incerta. Relatos nos dizem que correspondeao Catalão
“Carnes toltas” ou “Carnes subtraídas”. Indica o período em que era permitido o uso de carne na
alimentação, preparando as interdições da Quaresma, na qual o uso era proibido. Pode-se
concluir, então, que o Carnavalde hoje, sucedeu ao entrudo, constituindo-se no período em que
pobres e ricos, velhos e jovens, brancos e negros, esquecem as diferenças sociais e econômicas
para dedicaram-se somente a ele, colocando num só nível, as antagônicas classes econômicas.
À partir de 1846, uma novidade veio alegrar ainda mais as festas do Carnaval; o “Zé Pereira” ou
“Tocador de Bumbo” (Tambor), sendo sua origem ainda discutida, mas com um toque e músicas
características do Rio de Janeiro:
“Viva o Zé Pereira
que a ninguém faz mal ...
Viva a bebedeira
Nos dias de Carnaval !”
O Carnaval Paulista começou nas sociedades familiares e depois, aos poucos, ganhou o povo.
Em Guaratinguetá, os costumes severos não permitiam a presença de mulheres nas brincadeiras
de rua; e elas, então, se contentavam em assistir os cortejos e brincadeiras das janelas e sacadas.
Cavaleiros em montarias ricamente enfeitadas, ofereciam às sinhazinhas nas janelas, ramalhetes
de flores amarrados na ponta de lanças de madeira.
Os Bailes de Máscaras de Carnaval não eram para senhoras e senhoritas da elite, entretanto, esta
regra não se estendia aos homens desta classe, já que as máscaras serviam para disfarçar; ou
como diziam, “salvar a aparência”.   Os bailes eram anunciados nos jornais locais, com bastante
antecedência, dando tempo para que se buscassem máscaras e fantasias na Corte. Isto porque, em
uma cidade pequena como Guaratinguetá, naquela época, seria fácil identificar a pessoa pelo
material adquirido nas lojas locais.
As Sociedades Carnavalescas eram organizadas, cantando com sócios que pagavam mensalidade,
e delas participavam pessoas de prestígio da cidade.  O Entrudo está registrado nos jornais de
Guaratinguetá, entrando em decadência por volta de 1881, conforme notícia publicada em “O
Liberal” e que descreve “... O brinquedo do Entrudo não esteve forte. Já vai aos poucos caindo
em desuso”.
O “Clube Literário e Recreativo Guaratinguetaense” foi fundado em Janeiro de 1882, segundo
rezam os seus Estatutos, pelo Sr. Batista de França Rangel. Não tinha, no início, sua Sede Social
em prédio próprio, vivendo em casa alugada. Foi a Diretoria do Comendador Pereira que lhe deu
edifício próprio, no qual funcionou até que a Diretoria do Professor Virgílio Alves da Rocha, o
pôs àbaixo, para que, em seu lugar, construir um prédio novo, que era luxuoso e confortável.
Os bailes começavam às 20 horas. Formava-se uma comissão de recepção de escolhidos rapazes,
à entrada do “Clube”. Estes recebiam as famílias, davam o braço às moças e senhoras e as
conduziam até à porta do “toilette”. Todos dançavam.
No ano de 1909, Guaratinguetá teve um Carnaval brilhante e magnífico. Momo foi alvo das
maiores ovações por parte de seus admiradores, recebendo grandes demonstrações de entusiasmo
e alegria.
O “Clube Literário Guaratinguetaense” teve a luminosa idéia de organizar, neste ano, os mais
esplêndidos festejos do Carnaval. Uma comissão bem escolhida, ativa, seleta, composta dos
distintos cavalheiros: Dr. Homero Ottoni, Antenor Soares, Júlio Antunes, Virgílio Guimarães,
Dr. Anfúsio Gouveia e Francisco Rabelo, reaizaram os maiores esforços para o brilhantismo da
festa.
Num sábado, dia 20 de Fevereiro de 1909, o Clube Literário ofereceu uma festa dançante que foi
concorridíssima, se prolongando às mais adiantadas horas da noite, não deixando nada a desejar.
À porta do Clube, uma comissão delicadíssima fazia a recepção do estilo, cativando os
convidados. Às nove horas da noite, mais ou menos, deu a entrada no Clube, a Corporação
Musical da “Sociedade União Beneficente”, que ia honrar com sua presença, os festejos do
Clube, à convite da Diretoria. Fizeram-se apresentar também muitas associações locais, dentre as
quais, a “União e Trabalho”, “Destemidos Carnavalescos” e “Empregados no Comércio”.
Às nove horas, foi servido profuso copo de cerveja acompanhado de sanduíches, aos convidados.
Durante o baile, reinou naquele centro literário, a maior satisfação, a mais comunicativa e íntima
alegria.
O “Domingo Gordo” foi uma surpresa em relação aos outros anos. Um grupo carnavalesco pelas
principais ruas da cidade, comunicando alegria a todos.
Fizeram-se representar neste grupo, o “Clube Literário e Recreativo”, o “Clube Aliança”, a
“Associação dos Empregados no Comércio”, associados do “Clube Familiar” e as corporações
musicais “União Beneficente” e “Mafra”. Todos os grupos traziam carros alegóricos e
estandartes.
Na segunda-feira, não houve nada, somente à noite, um pouco de máscaras, água e confete. Na
terça-feira, desfilaram pelas ruas centrais, os mesmos grupos do domingo, com pequenas
modificações.
Com o abandono do Entrudo e com o toque lançado pelo “Zé Pereira”, começaram a surgir em
Guaratinguetá, os primeiros grupos, blocos e cordões, neste mesmo ano de 1909.
As músicas que movimentavam o Carnaval eram valsas, as polcas, os lundus, as quadrilhas e os
“tanguinhos”. Caminhando assim até 1908, quando apareceram as marchinhas; e; em 1917,
quando começou a pontilhar o samba.
Houve um autor, conhecido como Donga, que chegou a transformar o seu famoso tango “Pelo
Telefone”, em samba (1º samba da história), como provam as partituras existentes no Museu Frei
Galvão, em Guaratinguetá.
As marchinhas eram de ritmos ligeiros, divertidos e, muitas vezes; críticos dos acontecimentos
do ano anterior. Por volta de 1920, todos pensavam que o samba servia para denominar qualquer
música carnavalesca. A batucada, que a princípio devia ser só de samba, passou a ser usada
também na marcha.
Muitas marchinhas se perderam no tempo. Outras tornaram-se eternas, pelo tema e musicalidade.
É o caso da “Cachaça”, de autoria de M. Pinheiro, L. de Castro e H. Lobato.
O nome lembra a bebida mais conhecida do Brasil, vinda da época dos engenhos, que fizeram
parte da história econômica de Guaratinguetá:
Você pensa que cachaça é água ...
Cachaça não é água não !   (B I S)
Cachaça vem do alambique,
E água vem do ribeirão !
Pode me faltar tudo na vida ...
Arroz, feijão e pão.
Pode me faltar manteiga,
E tudo mais não faz falta não.
Pode me faltar o amor ...
Isso até acho graça.
Só não quero que me falte,
A gostosa da cachaça !
Marchinhas de autores de Guaratinguetá ainda podem ser lembradas, como a “Paraquedista” e a
“Lulu”, de Paulo Teixeira – o Paulo Alfaiate, um dos fundadores do Bloco dos Tesouras,
composto só de alfaiates, criado em 1925 e existindo a alguns anos como “Velha Guarda”.
Variantes das marchinhas, foram as “Marchas-Ranchos”, de ritmo um pouco mais lento, como a
“Recordando”, de José Catharina Filho, também de Guaratinguetá.
Durante esta transformação musical e carnavalesca surgiram novos blocos, sendo alguns de curta
duração.
Blocos que existiram em Guaratinguetá durante os anos de 1922 à 1971:
FUNDAÇÃO .................... NOME
1922.................... Aperta o Parafuso
1923.................... Oito Turunas 
1925.................... Os Tesoiras / Alegria e Nada Mais / Velha-Guarda
1928.................... Vai Quebrar 
1934.................... Anjos do Abacaxi
1939.................... O Sol Nasceu pra Todos 
1944.................... Embaixada do Morro (1ª Agremiação Oficial)
1945.................... Flor da Avenida
1946.................... Desgraça Pouca é Bobagem 
1948.................... Estudantes / Vai à Zóio
1961.................... Quirinos
1962.................... Embaixada do Visconde
1966.................... O Pouca Roupa / Tamandaré 
1969.................... Pra Frente
* Nossa Amizade
* Quer Moleza ... Senta no Pudim
* Flor do Sertão
* Flor de Guará 
* Flor de Abacate
* Tem que Valer 
* Foliões de Guará
* Se a Pinga Acabar 
* Bambas da Idade 
* Bloco Tangará
* Estrela D’Alva
* Embaixada dos Quirinos
* Moleques do Samba
* Quem Fala de Nós tem Paixão
* Na pesquisa que foi realizada, não se encontrou o ano de fundação.
 
DOS "BANHOS À FANTASIA"
ATÉ AS ESCOLAS DE SAMBA
Também ficaram famosos os “Banhos à Fantasia”, que aconteciam anualmente, à margem do
Rio Paraíba, realizados às vésperas do Carnaval.  Os foliões se preparavam para o banho, com
fantasias de papel, e não se esqueciam de registrar o fato em boas fotografias, que podem ser
encontradas no Museu Frei Galvão, em Guaratinguetá.
No ano de 1957, quando esmorecia o Carnaval de Rua de Guaratinguetá, e a população sentia
que aquilo poderia ser um final melancólico para uma festa de tradição, surgiu um grupo de
rapazes e moças do Bairro do Campinho, que sem pretender concorrer com o “Alegria”, “Flor da
Avenida” e outros blocos carnavalescos, iniciaram uma nova etapa do Carnaval de
Guaratinguetá. *1
O grupo era encabeçado por Chico da Júlia, Toninho da Tininha, Normando, Avelino, José
Lopes e muitos outros, conseguindo instrumentos feitos de carbureto, latas e qualquer coisa que
emitisse um som, vestindo fantasias que cada um criou para aquela oportunidade, descendo
para Praça Conselheiro Rodrigues Alves e pela 1ª vez apresentando-se para o nosso povo.
Nem bem havia passado o Carnaval, concluíram que poderiam com muito esforço, desfilar no
ano seguinte como uma entidade denominada “Escola de Samba”. O seu 1º Presidente, muitos
não chegaram a conhecer, pois foi vítima de um acidente na Via Dutra. Seu nome: “Chico da
Júlia”.
Faltava um nome para a Escola de Samba, e encontraram uma música que levava o nome de
“Boneca Cobiçada”, ficando então formada, à partir daquele instante, a Escola de Samba
“Bonecos Cobiçados”. Em 1972, criou-se o emblema oficial.

DOS "BANHOS À FANTASIA"


ATÉ AS ESCOLAS DE SAMBA
Também ficaram famosos os “Banhos à Fantasia”, que aconteciam anualmente, à margem do
Rio Paraíba, realizados às vésperas doCarnaval.  Os foliões se preparavam para o banho, com
fantasias de papel, e não se esqueciam de registrar o fato em boas fotografias, que podem ser
encontradas no Museu Frei Galvão, em Guaratinguetá.
No ano de 1957, quando esmorecia o Carnaval de Rua de Guaratinguetá, e a população sentia
que aquilo poderia ser um final melancólico para uma festa de tradição, surgiu um grupo de
rapazes e moças do Bairro do Campinho, que sem pretender concorrer com o “Alegria”, “Flor da
Avenida” e outros blocos carnavalescos, iniciaram uma nova etapa do Carnaval de
Guaratinguetá. *1
O grupo era encabeçado por Chico da Júlia, Toninho da Tininha, Normando, Avelino, José
Lopes e muitos outros, conseguindo instrumentos feitos de carbureto, latas e qualquer coisa que
emitisse um som, vestindo fantasias que cada um criou para aquela oportunidade, descendo
para a Praça Conselheiro Rodrigues Alves e pela 1ª vez apresentando-se para o nosso povo.
Nem bem havia passado o Carnaval, concluíram que poderiam com muito esforço, desfilar no
ano seguinte como uma entidade denominada “Escola de Samba”. O seu 1º Presidente, muitos
não chegaram a conhecer, pois foi vítima de um acidente na Via Dutra. Seu nome: “Chico da
Júlia”.
Faltava um nome para a Escola de Samba, e encontraram uma música que levava o nome de
“Boneca Cobiçada”, ficando então formada, àpartir daquele instante, a Escola de Samba
“Bonecos Cobiçados”. Em 1972, criou-se o emblema oficial.
Somente em 1973, aconteceu a fundação oficial da Escola de Samba, quando elaborraram-se os
estatutos e a Escola foi registrada na “Associação das Escolas de Samba de Guaratinguetá” e
Prefeitura Municipal, com as cores “Verde e Rosa”. Foi reconhecida como utilidade pública no
mesmo período.
À partir de então, começaram a surgir as primeiras Escolas de Samba, ligadas algumas delas, a
antigas agremiações carnavalescas, e se espelhando nas já famosas Escolas de Samba do Rio de
Janeiro. O fato fez com que, em 1970,  os desfiles carnavalescos se transferissem do centro da
cidade para a Avenida Presidente Vargas, além do Rio Paraíba, onde permanece até hoje.
Na década de 60, o mundo parece estar em ebulição, as descobertas científicas e as relações
sociais mudam numa velocidade até então inédita.  As mulheres protagonizam a chamada
“Revolução Social”. O homem preparava-se para pisar na Lua e mudar o curso da história. O
Brasil vai descobrindo a sua identidade e o Carnaval brasileiro conquista o mundo.
É neste contexto, que um grupo de amigos, integrantes de um pequeno time de futebol da
Tamandaré, e por foliões vindos do Bloco “Pouca Roupa”, como: Zé do Bar, Lê, Chico Abrange,
Nino, Homero e Geraldinho Moreira, fundam em 1967, o “Bloco Carnavalesco da Rua da
Tamandaré”. O Bloco seria o embrião da Escola de Samba Unidos da Tamandaré, que desfilaria
pela 1ª vez no Carnaval de 1970, ficando com troféu no “Conjunto Fantasia”. Mas, somente em
1974, com suas idéias singulares e a paixão pelo que fazia, que um jovem carnavalesco chamado
“José Moacyr”, iria mudar para sempre a história da Escola e do próprio Carnaval de
Guaratinguetá.
Um início inimaginável. Um grupo de amigos. Um cursílio religioso. Um curso para redescobrir
a fé. Um bate-papo informal durante ointervalo.”Por que não fundamos o nosso próprio bloco,
composto por estudantes, normalistas, e por quem mais vir ?”
Os amigos eram Carlos Faro, José Prudente, Zoza e João Alckmin...
Em janeiro de 1970, como um foco de resistência, depois da fusão do “Bloco dos Estudantes”
com “Bloco Beira-Rio”, surgia a “Escola de Samba Beira-Rio dos Estudantes”, saindo pela
primeira vez em 1971, com as cores vermelha, azul e branca.
Seus ensaios eram realizados no antigo D.A. – “Diretório Acadêmico da Faculdade de
Engenharia de Guaratinguetá”, passando mais tarde para a Sede Piscina (Vila Paraíba) do Clube
Literário e Recreativo Guaratinguetaense.
Em 1978, saiu pela primeira vez como “Beira Rio dos Estudantes”. No ano seguinte, escolheu o
Bairro da Nova Guará e adjacências como seu reduto carnavalesco. Passou a se chamar “G.R.C.
Escola de Samba Beira-Rio da Nova Guará”.
Para o orgulho de seus eternos presidentes, “José Roberto Amaral Pasin” e “Leonardo Casella”,
a agremiação mudou as cores para “verde e branco”. A trajetória do Beira-Rio, durante muitos
anos, foi a trajetória dos próprios estudantes de Guará. Jovens da cidade, ligados ao centro
estudantil, foram para a Avenida pela primeira vez naquele momento. E nunca mais conseguiram
ficar longe dela.
A “Associação Recreativa Cultural Escola de Samba Mocidade Alegre” do Bairro do
Pedregulho, fundada no dia 17 de novembro de 1974 e oficializada em 21 de abril de 1977,
começou pequena em uma Sede Provisória no Teci-Guará Futebol Clube.
Com muita dificuldade, mas com muita garra, foi crescendo a cada ano e hoje possui uma ótima
sede à Rua Professor Virgílio Vieira dos Santos, nº 300, no Bairro do Pedregulho.
A Escola de Samba Mocidade Alegre tem como origem um dos mais antigos blocos
carnavalescos da margem esquerda do Paraíba, o “Florda Avenida”, defende as cores “vermelho,
azul e branco”; acrescentando, posteriormente, o dourado, às cores tradicionais.
Orestes Batista, Jorge Batista, André Francisco, Hugo do Prado e Urbano do Prado. Amigos que
idealizaram e fundaram a Escola vermelha, azul e branca ... No imaginário coletivo desses
homens e de todos os componentes da Escola, a imagem recorrente é a vitória da Escola em
1992. Uma vitória carnavalesca e jurídica, inesquecível para a Mocidade, dividindo o título com
a “Escola de Samba Acadêmicos do Campo do Galvão”.
Também no ano de 1974, no Bar do Beni, no Campo do Galvão, um grupo de amigos
conversavam sobre o Carnaval em plena quarta-feira de Cinzas. Em meio à constatação de que a
maioria dos bairros da cidade já participavam do Carnaval, surgiu a idéia “Por que não fundar
uma Escola de Samba representando o bairro ?”
Alguns alegaram que aquilo era “Ressaca de Carnaval”. Mas o grupo conseguiu mobilizar a
todos e marcar um churrasco para o domingo seguinte, onde tentariam concretizar o sonho
coletivo. Durante o churrasco, descobriram que a solidariedade e a identificação com o projeto
era total. Dentre os fundadores, que formariam a primeira diretoria, estavam, Luiz do
Nascimento e Darcy Galvão, que decidiram como seria o nome da Escola. Unidos do Campo
do Galvão ? Império do Campo do Galvão ? Não. ”Acadêmicos do Campo do
Galvão”... sendofundada em 31 de Março de 1974 e reconhecida de utilidade pública em 26 de
Dezembro de 1974.
Sua primeira apresentação para o Carnaval de Guaratinguetá, deu-se no ano de 1975, com o
enredo “Saudação à Bahia”, do carnavalesco Wagner de Castro Rodrigues, com samba-enredo de
autoria de José Luiz Castro e Júlio Ricarte, que ficou em segundo lugar no Festival da Escola de
Samba Embaixada do Morro e foi “acolhido” pela comunidade do Campo do Galvão.
Quanto às cores da Escola, ficaram sendo oficiais: azul, branco e vermelho, pois com relação às
cores do time de futebol eram: azul, branco e preto, resultando assim, a troca para o vermelho.
Outras duas Escolas de Samba desfilaram no Carnaval da cidade, mas tiveram vida curta. São
elas: Império do Sol, do Bairro do Pedregulho, fundada em   30 de janeiro de 1984 e realizando
seu último desfile em 1988. E a inesquecível  Escola “Democratas do Samba”, do Bairro Santa
Rita, fundada em 1992. Nenhuma das duas Escolas obtiveram títulos.
Um dia anterior ao Desfile das Escolas de Samba, acontece em Guaratinguetá, a disputa das
agremiações filiadas à L.E.S.A.G., que é a 2ª Divisão competitiva do Carnaval. Dentre estes,
existiram emGuaratinguetá :
DENOMINAÇÃO - FUNDAÇÃO
Lelé da Cuíca - 10/01/1973 (o mais vitorioso – 12 títulos)
Universidade da Pingalogia - 03/02/1971
Alegria da Vida - 1978
Bons da Bola - 1978
Imperador do Samba - 27/02/1982
Mocidade Ind. Jd. Tamandaré - 26/02/1982
Unidos da Princesa Isabel - 11/10/1981
Caçulas do Samba - 19/09/1982
Império do Girassol - 1984
Unidos do Parque - 1984
Unidos do Jardim Modelo - 1987
Águia de Ouro - 1987
Bloco do Fegão - 1988
Bloco da Lata - 1988
Verde e Rosa - 1991
Unidos do São Dimas - 1991
Unidos da Pires Barbosa - 1991
Climério Galvão - 1995 (Último Tri-Campeão)
Princesa do Vale - 1999
A disputa pelo título de Escola de Samba campeã da cidade, começou logo com as primeiras
Escolas que surgiram no final das décadas de 1950 e 1960 (G.R.C.E.S. Bonecos Cobiçados e
G.R.C.E.S. Embaixada do Morro), onde o “título” era dado à Escola através de “voto popular”,
sendo assim, até 1969.
À partir de 1970, com a transferência do Desfile Oficial para a Avenida Presidente Vargas; no
Bairro Vila Paraíba, as Escolas de Samba passaram a ser avaliadas por uma comissão julgadora
(jurados), que avaliam e dão nota para um total de nove quesitos da Escola. São eles: comissão
de frente, mestre-sala e porta-bandeira, alegoria e adereços, fantasias, harmonia, evolução,
enredo, samba-enredo, e bateria. São três notas para cada quesito; das três, a menor é descartada.
Valem os décimos de nota.
Cada quesito ainda recebe um troféu à parte, chamado “Estandarte de Ouro”. A Escola também
tem que tomar cuidado com o tempo de desfile, não podendo passar do tempo oficial; ou como é
mais comum falar, “estourar o tempo”. Cada escola tem 1 hora e 10 minutos para desfilar (65
minutos + 5 minutos de tolerância). Passando deste tempo, a agremiação começa a perder
pontos; mais precisamente, 01 por minuto.
Depois de tudo isto avaliado e as notas somadas, o título vai para a Escola que tiver a maior nota
final. Todo o Carnaval possui o seu Rei Momo. O mais famoso Rei Momo da cidade foi “Gordo
Cavalca”, que simbolizava a grandeza do Carnaval. O Rei Momo é escolhido anualmente, junto
com as Rainhas (adulta e infantil) e Princesas (adulta e infantil) do Carnaval.
Um Bloco que não pode ser esquecido é o da “Banda Mole”, que faz a abertura oficial
do Carnaval de Guaratinguetá. Os foliões se reúnem defronte à Catedral de Santo Antônio; a
maioria deles se vestem com roupas de mulher, e ao final da missa, os foliões saem percorrendo
as velhas ruas da cidade, sempre acompanhado pelo povo, dançando e cantando com a letra
nova, de críticos e fatos do ano anterior, no ritmo de músicas de antigos carnavais. Na ocasião,  o
Prefeito Municipal entrega a chave da cidade ao Rei Momo, que deverá governá-la durante os
três dias que precedem a “Quaresma”.

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