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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................1
2. A LEI VIGENTE E A NECESSIDADE DE ATUALIZAÇÃO....................................2
3. O PAPEL DA FAMÍLIA...........................................................................................3
4. PROPOSTA............................................................................................................4
5. FONTES.................................................................................................................6
1. INTRODUÇÃO
“Ensina a criança no caminho em que se deve andar e ainda quando for
velho, não se desviará dele”. Provébios 22:6
O Rei Salomão, um dos homens mais sábios que já pisou nessa terra,
disse isso há cerca de 3000 anos atrás. Mas por que um rei deixaria um registro
sobre a criação de uma criança, num livro tido como um livro de sabedoria? Muito
provavelmente ele estava ensinando aos pais de sua época (e também os de hoje),
a importância de se criar a criança num caminho correto, digno. O mais interessante
é que ele mostra a importância da educação dos pais através do exemplo. Pois ele
fala para ensinar a criança “no caminho”. Dá para enxergar perfeitamente a criança
sendo ensinada, observando os passos de seus pais. Agora uma questão
interessante é: “Mas por que Salomão deixou esse ensinamento?”.
Não há dúvidas que uma criança bem ensinada, com princípios fortes de
honra, de convívio social, de respeito, de regras pré-estabelecidas, vai fazer toda a
diferença às pessoas à sua volta.
Infelizmente, vemos hoje, pais negligenciando essa responsabilidade de
criação de seus próprios filhos e, como consequência, gerações sendo formadas
totalmente sem princípios básicos de boa convivência e respeito ao próximo.
Muitas dessas “crianças” são exatamente as transgressoras da lei e da
ordem num futuro próximo. São os jovens adolescentes que entram na vida
criminosa primeiramente pelo fato de não ter tido uma boa inserção de valores, no
momento correto de sua criação. Princípios básicos como “não pode pegar isso do
coleguinha”, “não pode xingar”, “não pode bater no cachorro”, “não pode destratar os
mais velhos”... são lições não ensinadas que fazem com que a criança cresça sem
regras de uma boa convivência e, infelizmente, um dos momentos mais importantes
da formação do caráter de uma pessoa é deixado de lado. Possivelmente, por um
capricho dos pais em não em não se indispor com o filho.
Uma coisa é certa de se afirmar é que uma criação assim não produzirá
bons frutos. Não preparará um cidadão normal para se viver em sociedade. Prova
disso é o enorme número de jovens na vida de crimes.
Muito se discute em relação à redução da maioridade penal, afinal, vemos
crianças e adolescentes, cada vez mais jovens, fazendo parte dessa hoste criminosa
que tanto abala o nosso país. Tem se tornado cada vez mais difícil aceitar que “a
criança” de 17 anos, 11 meses e 29 dias não tem noção de seu ato e, portanto, não
pode ser responsabilizada por ele. Cabendo apenas uma medida sócio-educativa
que poderá durar, no máximo, três anos. Após esse período, sua ficha volta a ser
limpa, como se nunca tivesse cometido infração alguma.
O fato é que chegamos no exato momento, onde temos que parar para
rever algumas situações pré estabelecidas pelo Código Penal Brasileiro e também
pela Constituição Federal de 1988.
A meta com esse trabalho é exatamente essa: expor a atual situação e
levantar pontos que apoiem a redução da maioridade penal.

2. A LEI VIGENTE E A NECESSIDADE DE ATUALIZAÇÃO


De acordo com a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 228: “São
penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da
legislação especial” e o Código Penal, em seu artigo 27: “Os menores de 18
(dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas
estabelecidas na legislação especial”.
Percebe-se pela exposição dos trechos acima que algo precisa revisto
urgentemente. Essas leis precisam ser repensadas, discutidas com base em
relatórios, estudos. Não há como continuarmos dessa forma, principalmente pelo
fato de não termos a menor condição de compararmos os jovens contemporâneos
com os da década de 80 e, que dirá, os da década de 40, quando da formulação do
Código Penal. É fato que a criação de filhos dessas épocas era muito diferente e
preocupada com os valores éticos do cidadão. Não há como se comparar um jovem
da década de 40, 80... com o jovem do século XXI, que tem “o acesso à informação,
a liberdade de impressa, a ausência de censura prévia, a liberação sexual, dentre
outros fatores” e que, como consequência têm sua capacidade de discernimento
para “entender o caráter delituoso” e, por isso, capazes de serem responsabilizados
criminalmente. O Legislador, não tinha como prever, ou mesmo imaginar que
adolescentes de 12 a 17 anos de idade optariam por uma vida no crime; e muito
provavelmente por esse motivo, não se atentou para isso, à época.
Porém, com a atual realidade brasileira, onde jovens são aliciados
principalmente pelo tráfico, justamente por serem inimputáveis, vemos que algo
precisa ser feito em relação à matéria.
3. O PAPEL DA FAMÍLIA
Como a própria Constituição Federal, de 1988 deixa claro, a família é a
base da sociedade. Conforme mencionado no início desse trabalho, a família é um
dos fatores mais importantes no concernente à preparação desses jovens
adolescentes, futuros adultos, para a sociedade. Uma criação com princípios fortes,
com exemplos, com regras bem estabelecidas... Vai fazer toda a diferença à vida da
criança, quando chegar à fase adulta. E por que não citar as bases do militarismo:
“Hierarquia e Disciplina”? O respeito aos mais velhos, às suas origens, a definição
de regras de boa convivência e respeito ao próximo são valores que têm se perdido
a cada dia mais.
Infelizmente vemos muitos pais despreparados para a criação de seus
filhos. Muitas vezes, sequer aprenderam isso no seio do lar e acabam por oferecer
ainda menos para a próxima geração. A instituição família tem um papel muito
importante na determinação e organização da personalidade, além de influenciar
significativamente o comportamento individual através de ações e medidas
educativas adotadas no âmbito familiar.
Pode-se dizer que esta instituição é responsável pelo processo de
socialização primária das crianças e dos adolescentes e tem como finalidade
estabelecer normas e limites para as relações estabelecidas entre as gerações mais
novas e mais velhas, propiciando a adaptação dos indivíduos às exigências do
conviver em sociedade.
Uma criança que não é criada num ambiente saudável de crescimento
intelectual e pessoal não tem a definição do que é uma conduta errada, delituosa,
simplesmente não têm o menor respeito pelo outro.
É possível compreender o quanto à ausência de bases familiares sólidas
pode ser considerado fator de risco para os adolescentes. Quando estes se
percebem sem referências ou alguém que lhe sirva como regulador moral em um
mundo repleto de novos estímulos e influências, são facilmente atraídos e levados a
cometer práticas não aceitas socialmente. Neste sentido, percebe-se o quanto a vida
destes indivíduos pode ser afetada pela ausência de relações familiares saudáveis.
A questão da redução da maioridade penal está diretamente ligada a esse
problema que tem como alvo final a sociedade.
4. PROPOSTA
Vivemos em um mundo muito diferente do que vivíamos há poucos anos
atrás. Um mundo onde situações que antes tinham um maior peso social, acabaram
tornando-se banais. Como exemplos: o valor da vida, do bem alheio, da liberdade,
da segurança... Notadamente vemos que um assunto tão polêmico quanto à
redução da maioridade penal é algo que vai de encontro com uma cláusula pétrea
da Constituição Federal, conforme previsto no artigo 228. Sabemos que o Direito é
uma ciência e que, como tal, sofre mudanças e faz-se necessário adaptar-se
constantemente à realidade de uma nova sociedade.

Em 1993 o ex-deputado Benedito Domingos, do PP/DF, apresentou uma


PEC 171/1993 que, para grande surpresa, foi aprovada na Câmara dos Deputados,
com folga, à época. Sim! Por mais incrível que pareça, essa matéria já passou e foi
aprovada na Câmara e, de lá para cá, não foi pautada no Senado. Tempo para isso
teve. O que faltou?

Obviamente há quem defenda que jovens infratores têm o Estatuto da


Criança e do Adolescente (ECA) para punir seus atos, porém é insuficiente. À luz
desse Estatuto, mesmo aqueles que tenham cometido crimes hediondos, recebem
punição máxima de três anos. A falta de uma punição mais severa para esses casos
gera uma grande indignação para grande parte da população que, conforme
pesquisa feita pelo Data Folha, apoia a redução da maioridade penal. Os menores
infratores chegam aos 18 anos sem sequer serem considerados reincidentes, já que
não podem ser condenados como os adultos e, consequentemente, ficam com a
ficha limpa, quando atingirem a maioridade penal. Com toda certeza essa situação é
vista como uma falha em nosso Sistema.

Atualmente, como são inimputáveis, muitos desses menores são


engodados e recrutados para o mundo do tráfico para fazer serviços e cometerem
delitos, a partir do comando de criminosos. Com a redução da maioridade penal
esse aliciamento de menores perde completamente o sentido. A certeza da
imputabilidade faria com que um dos grandes argumentos caísse por terra. Afinal, a
consciência de que não podem ser presos, faz com que esses jovens sintam maior
liberdade para cometer crimes. Em matéria divulgada pelo portal R7, em 2014, um
jovem, na véspera de seu aniversário de 18 anos, matou sua namorada, filmou e
exibiu o vídeo para seus amigos. O mesmo fato aconteceria com a redução da
maioridade penal? Muito provavelmente não! Certamente crimes como esse teriam
maior chance de serem evitados.

Vários são os fatos que levam esses jovens optarem por essa “carreira”.
A impunidade, como já citada aqui é um dos fatos mais preponderantes que possam
existir em relação a tudo isso.

Temos em nosso país, leis e cominações muito brandas em relação aos


crimes e, infelizmente o que acaba ocorrendo é conscientização errada de valores
fundamentais para o convívio em sociedade, levando-se em consideração apenas o
desejo egoísta de uma criança “má criada”, sem ter sido dado a devida importância
ao trabalho de incutir valores mais sólidos, para a formação de sua visão de mundo.

Precisamos sim de políticas públicas bastantes sérias, para que


possamos tratar de um assunto social tão importante!

Quem deve temer a redução da maioridade penal? Obviamente menores


infratores que, atualmente são inimputáveis, ou melhor “favorecidos” pelo Estatuto
da Criança e Adolescente, através de medidas sócio-educativas.

Até quando nós, como sociedade, cidadãos desse mundo, como


brasileiros iremos fechar os olhos a um problema tão grande como esse? É
necessário que façamos algo a esse respeito e cobremos dos políticos que lá estão,
no Legislativo, nos representando!
5. FONTES
Disponível em: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/
2015/06/22/87-e-a-favor-da-reducao-da-maioridade-penal-no-brasil-diz-
datafolha.htm

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