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DE MERCADO
autor
RICARDO ROSSETTO
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2015
Conselho editorial solange moura; roberto paes; gladis linhares; karen bortoloti;
jessamine thaize sartorello salvini
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2015.
isbn: 978-85-5548-038-6
Prefácio 7
Objetivos 10
1.1 Conceitos e Objetivos de Pesquisa de Marketing 11
1.2 Sistema de Informações de Marketing - SIM 13
1.3 Pesquisa de Marketing 15
1.4 Campos de Aplicabilidade da Pesquisa de Marketing 18
1.5 Etapas do Projeto de Pesquisa. 21
1.6 Uma Visão Geral da Indústria de Pesquisa de Marketing 24
1.6.1 Selecionando o Fornecedor Externo 26
1.6.2 Tecnologia e Pesquisa de Mercado 27
1.7 Iniciando o Planejamento do Projeto de Pesquisa 28
1.7.1 Definição do Problema de Pesquisa. 31
1.7.2 Definição de Objetivo Geral (Primário) e
Específicos (Secundários) 36
1.7.3 Determinação das fontes de dados 40
Atividades 44
Reflexão 45
Referências bibliográficas 46
Objetivos 50
2.1 Estruturando a Pesquisa de Marketing 51
2.2 Concepção e Classificações de Pesquisa 53
2.3 Pesquisa Exploratória 55
2.4 Pesquisa Conclusiva e Descritiva 66
2.5 Métodos da pesquisa descritiva 72
2.6 Métodos de Coleta de Dados Primários 81
2.7 Comparação dos Métodos de Levantamento de Campo e
por Observação 84
Atividades 86
Reflexão 86
Referências bibliográficas 87
Objetivos 90
3.1 Conceito de População e Amostra 91
3.2 Conceito de Senso 92
3.3 Amostras Probabilísticas e Amostras não Probabilísticas 96
3.4 Cálculo Amostral 104
3.5 Tabulação dos Dados 105
3.6 Erros em Pesquisas de Marketing 106
3.7 Medição e Escalonamento 109
3.8 Técnicas de escalonamento comparativo 113
3.9 Técnicas de escalonamento não-comparativo 117
Atividades 124
Reflexão 125
Referências bibliográficas 125
OBJETIVOS 128
4.1 Visão Geral 129
4.2 Instrumentos de Coleta 130
4.3 Processo de Elaboração do Questionário. 135
4.4 Pré-Teste do Questionário 139
4.5 Observação Mecânica 145
Atividades 148
Reflexão 148
Referências bibliográficas 149
5. Tabulação, Análise e
Apresentação de Resultados 151
Objetivos 152
5.1 Processamento de Dados 153
5.2 Preparação do Relatório Final. 157
5.3 Apresentação dos Resultados. 161
Atividades 166
Reflexão 166
Referências bibliográficas 167
Gabarito 168
Prefácio
Prezados(as) alunos(as),
7
É observado, tanto no mercado quanto na academia, o uso de duas deno-
minações para pesquisas relacionadas a marketing, a pesquisa de mercado e a
pesquisa de marketing. Mas, será que existe alguma diferença entre essas pes-
quisas? De acordo com Mattar (2007) a pesquisa de mercado restringe o seu
foco ao mercado da empresa ou de um produto, enquanto a pesquisa de marke-
ting compreende todo tipo de dado que diz respeito à atividade de marketing
da empresa, incluindo os elementos abrangidos pela pesquisa de mercado.
Ou seja a pesquisa de marketing (tecnicamente falando) abrange a pesquisa
de mercado. Então, você pode perceber que a pesquisa de marketing tem maior
abrangência reforçando ainda mais a importância de se conhecer os tipos de pes-
quisa de marketing existentes. De forma coloquial, o aluno encontrará os dois
termos de pesquisa convivendo como sinônimos, independente do nome empre-
gado, o importante é o aluno entender que "aos olhos" da atividade de marketing
é imprescindível pesquisar os diversos aspectos de estratégia (como target, po-
sicionamento, segmentação, mercados etc), táticas (4 Ps - mix de marketing) e
operação (medições de resultados, orientações para ações práticas).
Esperamos que compreenda o conteúdo da disciplina e consiga aplicar no
seu dia a dia os conceitos e práticas aqui abordados. Acreditamos que, ao longo
do estudo, você irá despertar ainda mais o interesse pelo assunto e curiosida-
des em relação ao tema, com certeza surgirão.
Bons estudos!
8
1
Introdução a
Pesquisa de
Marketing e seu
Planejamento
Neste primeiro capítulo, iremos apresentar a você o papel da pesquisa no auxí-
lio à tomada de decisões em marketing. A pesquisa de marketing como um dos
componentes do Sistema de Informações de Marketing (SIM), será apresentada
e um foco especial na função da pesquisa e nas questões que são importantes
para o auxílio no processo de tomada de decisões do profissional de marketing
será dado, para que você saiba quando utilizar esta ferramenta.
OBJETIVOS
Espera-se que, após estudar os conceitos apresentados neste capítulo, você seja capaz de:
10 • capítulo 1
1.1 Conceitos e Objetivos de Pesquisa de
Marketing
Dados: são elementos que servem de base para tomada de decisões; é apenas um
índice, um registro ou fato em sua forma primária, passível de análise. Quando classifi-
cados, armazenados e relacionados entre si transformam-se em informações.
Informação: é o dado trabalhado que permite ao gestor tomar decisões; são os fatos
organizados de forma que adquirem valor adicional além do valor do fato em si.
capítulo 1 • 11
• Possibilidade de redução da incerteza na toma-
©© TOM WANG | DREAMSTIME.COM
12 • capítulo 1
Algumas empresas têm desenvolvido Sistemas de Informações de Marketing
(SIM) que fornecem à administração detalhes importantes e rápidos sobre situ-
ações específicas do mercado em que atuam (KOTLER, 2000).
É importante que a empresa organize o fluxo de informações de marketing
para que o gestor consiga tomar decisões eficazes, desta forma, deve avaliar o
tipo de informação que o gestor necessita, em qual tempo e em qual nível de
profundidade, para que as informações geradas pelo SIM possam ser úteis para
a organização. Um SIM eficiente deve proporcionar a coleta de informações,
processar e usar as informações fornecidas.
Mas, qual a relação da pesquisa de marketing com o Sistema de Informações
de Marketing?
capítulo 1 • 13
Gerência de Sistema de informações de marketing Ambiente de
marketing Desenvolvimento de marketing
informações
Mercados-
Análise Avaliação das
Registro Inteligência alvo
necessidades
interno de marketing
de informação Canal de
Planejamento marketing
Concorrentes
Implementação
Análise de Públicos
Distribuição Pesquisa
apoio às
das de Forças
decisões
Controle informações marketing Macro-
de mkt
ambientais
14 • capítulo 1
identificar quais as possíveis causas da queda de vendas e, deste modo, propor
uma solução para o problema.
capítulo 1 • 15
Grupos de clientes
• Consumidores
• Funcionários
• Acionistas Fatores ambientais
Variáveis de Mkt • Fornecedores não controlavéis
controláveis • Fatores
econômico-sociais
• Produto • Fatores culturais
• Preço Pesquisa de Marketing • Fatores políticos
• Promoção • Concorrência
• Distribuição • Leis e regulamentos
• Tecnologia
Avaliar Prover Tomada de
necessidades informações decisões de
de informações marketing
Gerente de marketing
• Segmentação de mercado
• Seleção do mercodo-alvo
• Programas de marketing
• Desempenho e controle
16 • capítulo 1
7. Quais são os motivos de compra de nossos consumidores?
8. Como podemos avaliar o desempenho do distribuidor?
9. Qual é o canal de distribuição mais eficiente?
10. Quem é a nossa concorrência direta e indireta?
11. Qual é a participação de mercado de nosso produto?
12. Quais são os hábitos e atitudes dos consumidores em relação aos produtos?
13. Em que segmentos podemos atuar?
capítulo 1 • 17
©© MANGOSTOCK | DREAMSTIME.COM
18 • capítulo 1
Pesquisa de marketing
CONEXÃO
Para que você compreenda um pouco mais sobre pesquisa no Brasil, acesse o link:
http://bit.ly/sP4Yzt
capítulo 1 • 19
Importância de preço na seleção da marca
Políticas de fixação de preço
PESQUISA DE FIXAÇÃO DE PREÇO Fixação de preço da linha de produto
Elasticidade de preço da demanda
Iniciação e resposta às mudanças de preços
Aferição do retorno de investimentos em propaganda
Relacionamento das promoções de vendas
Mix de comunicação
PESQUISA DE COMUNICAÇÃO/PROPA- Pré-teste de propaganda (feito com storyboard ou layout)
GANDA Pesquisa de mídia
Pesquisa para insights da campanha publitária
Teste de conceitos
Avaliação da eficácia da propaganda
Determina o tipo de distribuição
Atitudes dos membros dos canais
PESQUISA DE DISTRIBUIÇÃO Intensidade da cobertura atacadista e varejista
Margens dos canais
Localização das lojas varejistas e atacadistas
Você pode observar que são várias as pesquisas para solução de problemas e os
tipos de pesquisa estão relacionados com a segmentação de mercado, ou seja, com
a decisão do mercado-alvo e com os 4P’s do composto de marketing da empresa.
Muitas vezes, esses e outros problemas do gênero são resolvidos com base na
intuição, bom senso e experiência. Sabemos da importância destas qualidades,
mas a tomada de decisão baseada em dados reais pode evitar desastrosos enga-
nos. Especialmente em mercados competitivos que podem requerer grandes so-
mas para se implementar uma decisão e cujos custos do fracasso são altos, as
decisões precisam ser tomadas com base em dados confiáveis, o qual confirma o
importante papel da pesquisa para orientar executivos nas tomadas de decisão.
Você deve estar pensando... A empresa pode desenvolver suaprópria pes-
quisa de marketing ou deve sempre contratar institutos de pesquisa para
desenvolvê-la?
Fazer a própria pesquisa de marketing, de maneira geral, é mais barato
que encomendá-la, especialmente quando não se remunera o tempo do pes-
quisador. Algumas grandes empresas têm internamente o seu departamento
de pesquisa para atender suas demandas, outras preferem contratar institutos
de pesquisas para desenvolverem os seus projetos. Em contrapartida, para as
pequenas empresas o custo de contratar uma empresa de pesquisa pode estar
fora de suas possibilidades financeiras. Neste contexto, algumas empresas po-
dem fazer sua própria pesquisa, o que traz vantagens e desvantagens.
20 • capítulo 1
Veja as vantagens de se fazer a própria pesquisa, segundo Hague e Jackson (1997):
• A pesquisa pode ser delineada de acordo com as necessidades específicas da
empresa, ao invés daquilo que o fornecedor de pesquisa julga ser o que você quer;
• Considerações contratuais podem limitar a flexibilidade de uma pesqui-
sa encomendada;
• A empresa tem mais conhecimento das bases de mercado e de seus bens
ou serviços;
• Os resultados podem ser entendidos mais facilmente, pois os dados fo-
ram coletados pelo próprio usuário
capítulo 1 • 21
Etapa 1 – Formulação do problema de pesquisa
Problema de marketing / Problema de pesquisa
Exploração inicial do tema
Questão(ões) e / ou hipótese(s)
Fontes de dados
Metodologia: Projeto e/ ou
• Tipo(s) de pesquisa(s) proposta de
• Métodos e técnicas de coleta de dados pesquisa
• População, amostra e amostragem
• Planejamento da coleta de dados
• Planejamento do processamento e da análise
Realização do campo:
• Coleta de dados
• Conferência / Crítica / Codificação
• Checagem / Correções
Figura 1.4 – Etapas de um processo de pesquisa de marketing. Fonte: Mattar (2007, p. 5).
22 • capítulo 1
Definição do problema de pesquisa: en-
tender e explicar quais os problemas ou
1º ETAPA oportunidades de marketing geram a
necessidade de informações para a to-
mada de decisão
CONEXÃO
Para que você compreenda um pouco mais sobre aspectos específicos da pesquisa de
marketing, como critérios de classificação Brasil, acesse o site: http://www.abep.org/novo/
- Associação brasileira das empresas de pesquisa .
capítulo 1 • 23
1.6 Uma Visão Geral da Indústria de
Pesquisa de Marketing
Fornecedores
de pesquisa
Internos Externos
24 • capítulo 1
as divisões separadas. E organizações descentralizadas, as divisões podem
ser estruturadas em torno de produtos, clientes, regiões geográficas, com
pessoal de pesquisa de marketing designado ao redor do país. Cada divisão (ou
grupo com base na linha de produto ou na região geográfica) terá sua própria
operação de pesquisa de marketing. Ainda que as empresas possam operar sob
diversas estruturas organizacionais, a tendência recente tem sido em torno
da centralização e enxugamento de equipe interna de pesquisa de marketing
(Malhotra, 2001).
Os fornecedores externos são as empresas independentes contratadas para
realizar serviços de pesquisa de marketing, mesmo empresas com departa-
mentos de marketing como a HP ou Reebok, já citada. Os fornecedores exter-
nos variam em tamanho. A maioria de fornecedores de pesquisa é composta
por pequenos operadores. Muitos fornecedores externos formam alianças es-
tratégicas com outras empresas na indústria de pesquisas de marketing. Essas
alianças, além de permitirem que as empresas participantes tenham acesso
ao know-how e aos recursos umas das outras, são criadas por meio de fusões,
aquisições ou acordo contratuais. Por exemplo, a Burke Inc. tem parcerias com
diversas empresas de pesquisa de marketing em outros países. Essas parcerias
e alianças dão à empresa acesso aos mercados internacionais (Malhotra, 2001).
Os fornecedores externos podem oferecer serviços completos ou limitados.
Os fornecedores de serviços completos oferecem todas as etapas dos serviços
de pesquisa de marketing, desde a definição do problema, desenvolvimento da
abordagem, elaboração do questionário, amostragem, coleta de dados, análise
de dados e interpretação até a preparação e apresentação de relatório. Os servi-
ços prestados por esses fornecedores podem ser serviços padronizados, servi-
ços personalizados e serviços via internet (Malhotra, 2001).
Os serviços padronizados são aqueles realizados por empresas que coletam
e vendem dados criados para atender às necessidades comuns de informação
que são compartilhadas por diversos clientes. Esses dados são coletados origi-
nalmente por meio de levantamentos, painéis de mídia e consumo, escâners e
auditorias. Por exemplo, a Nielsen Television Index fornece informações sobre
a audiência e características demográficas das residência que assistem a pro-
gramas de televisão específicos (http://www.nielsen.com/br/pt.html).
Os serviços personalizados oferecem ampla variedade de serviços adapta-
dos às necessidades do cliente. Cada projeto de pesquisa de marketing é de-
senvolvido para atender às necessidades exclusivas do cliente. Algumas das
capítulo 1 • 25
empresas de pesquisa de marketing que oferecem esses serviços são Synovate,
TNS e a Burke Inc.
Há empresas especializadas em conduzir pesquisas de marketing por meio
de serviços de Internet. Por exemplo, Greenfield Online Research Center inc.
(www.greenfieldonline.com) subsidiária da Greenfield Consulting Group, ofe-
rece ampla gama de pesquisa de marketing on-line qualitativa e quantitativa
para o consumidor, negócio a negócio e mercados profissionais. Utilizando
banco de dados extensos e próprios, os levantamentos são conduzidos dentro
do site protegido da empresa. A Jupiter Reserach (www.jupierreserach.com)
oferece serviços de consultoria e pesquisa focados no comportamento on-line
do consumidor e em tecnologias interativas.
26 • capítulo 1
A empresa teve experiência com projetos similares a este?
A equipe do fornecedor tem perícia técnica e não técnica? Possui Certificado de Pesqui-
sador Profissional, oferecido pela Marketing Research Association(www.mra-net.org) ?
A empresa possui alguma aliança estratégica? A que fontes ela tem acesso?
O termo third wave (terceira onda), extraído do livro de mesmo nome do es-
critor Alvin Toffler, passou a simbolizar a transição de fazer coisas antigas de
novas maneiras por meio do uso da tecnologia. A terceira onda da pesquisa de
marketing dará forma apenas ao meio como a informação é usada, mas tam-
bém ao nosso conceito básico do papel da pesquisa de marketing, no sentido
de auxiliar nas decisões gerenciais (Malhotra, 2001).
Na primeira onda, progredimos das tomadas de decisões por instinto para
as decisões baseadas em dados. A ênfase está em sustentar as decisões de
marketing com dados. À medida que mais dados foram disponibilizados, um
enorme problema surgiu. Os profissionais de marketing estavam logo flutuan-
do sobre um mar de fatos individuais relacionados aos seus produtos e merca-
dos, mas com poucos meios de assimilar estes dados (Malhotra, 2001).
capítulo 1 • 27
Na segunda onda, o progresso foi de decisões fundamentadas em dados
para tomadas de decisões baseadas em informações. Em vez de rever a enor-
midade de fatos individuais, o papel da pesquisa de marketing tornou-se o de
analisar os dados para resumir os padrões básicos. Se pudéssemos entender os
relacionamentos e os padrões existentes nos dados, pela lógica, isto nos levaria
às distinções necessárias para tomar decisões sólidas de marketing.
Com a terceira onda, o marketing está caminhando da tomada de decisões
baseadas em informações para as decisões baseadas em sistemas. A tecnologia
da computação, a principal força motriz por trás da terceira onda, permite uma
adequação melhor das informações de marketing às necessidades de planeja-
mento do mercado. Podemos criar uma troca melhor de informações e de in-
terface entre os pesquisadores de marketing e os gerentes de marketing, resul-
tando em uma base de conhecimento singular que capta a habilidade de cada
grupo. A terceira onda envolve vários desenvolvimentos centrados nos sistemas
de suporte às decisões e sistemas especialistas que colocam o poder das infor-
mações de marketing diretamente nas mãos daqueles que tomam as decisões
não técnicas, permitindo um foco crescente em consumidores específicos, o
que geralmente resulta em um marketing exclusivo (Malhotra, 2001).
O objetivo principal dessa tecnologia melhorada é ligar o consumidor à su-
per-rodovia de informações por meio da Internet, da TV, dos telefones intera-
tivos, dos canais de compra no lar e dos centros integrados de chamadas. Com
base no número do telefone do cliente, esse tipo de sistema sabe quem está
ligando, e pode verificar as informações que este provavelmente precisará. Isso
permite que os pesquisadores saibam, em tempo real, o que está acontecendo
no mercado. No século XXI, o uso do ciberespaço como ferramenta de coleta de
dados, comunicação, pesquisa e gerenciamento competirá pela importância
do telefone à pesquisa de marketing.
28 • capítulo 1
Case “New Coke” – Coca-Cola
capítulo 1 • 29
embora a Coca-Cola ainda fosse a líder do mercado, ela estava lentamente per-
dendo terreno para a Pepsi. Durante anos, a Pepsi construiu, com sucesso, o
“Desafio Pepsi”, uma série de testes transmitidos pela televisão, demonstran-
do que os consumidores preferiam o sabor mais doce da Pepsi. No começo de
1985, embora a Coca ainda fosse a líder do mercado total, a Pepsi detinha a
maior parcela dos supermercados, com uma vantagem de 2%. (Não parece mui-
to, mas 2% do enorme mercado de refrigerantes significam 600 milhões de dó-
lares em vendas a varejo!) A Coca-Cola tinha de fazer alguma coisa para deter o
avanço da concorrente – a solução parecia ser mudar o seu sabor.
A Coca-Cola começou a maior pesquisa de mercado para um novo produto
já feito na história da empresa. Ela gastou mais de dois anos e quatro milhões
de dólares em pesquisas antes de definir a nova fórmula. Conduziu cerca de
200.000 testes para definir o sabor do refrigerante – 30.000 só para a fórmula
final. Em testes em que não se dizia ao entrevistado o nome dos refrigerantes
oferecidos, 60% dos consumidores preferiram a New Coke em lugar da antiga e
52% consideraram-na melhor que a Pepsi. As pesquisas mostravam que a New
Coke seria uma vencedora. Então, a empresa a lançou no mercado certa do seu
sucesso. Considerando-se tudo isto, o que aconteceu?
Analisando os dados, podemos ver que a pesquisa de mercado da Coca-Cola
foi conduzida de uma maneira errônea. A pesquisa procurava saber, unicamen-
te, a reação das pessoas ao sabor; não se preocupou em explorar os sentimentos
dos consumidores diante da ideia de que eles deveriam abandonar a velha Coca
e substituí-la por uma nova versão. A pesquisa não levou em consideração os
dados intangíveis – o nome da Coca-Cola, sua história, sua embalagem, sua
herança cultural e sua imagem. Para muitas pessoas, a Coca-Cola é um símbolo
americano, tal como o hot-dog, o baseball e a torta de maçã. O significado sim-
bólico da Coca-Cola provou ser mais importante para muitos consumidores do
que o seu sabor. Uma pesquisa de mercado mais completa e minuciosa teria
detectado essas importantes emoções.
Os gerentes da Coca-Cola podem ter feito um julgamento equivocado ao in-
terpretar a pesquisa e planejar suas estratégias de acordo com ela. Por exemplo,
eles consideraram o dado de que 60% dos consumidores preferiram o sabor
da New Coke como um sinal de que o novo produto conquistaria o mercado –
como um político que ganha uma eleição com 60% dos votos.
Mas esse dado também mostrava que 40% ainda preferiam a Coca antiga.
Ao abandoná-la, a empresa ignorou a grande parcela dos consumidores leais
30 • capítulo 1
à Coca-Cola que não queriam uma mudança. A empresa teria feito melhor se
tivesse deixado a Coca antiga em paz e introduzisse a New Coke como uma ex-
tensão da marca, como fez, posteriormente, com sucesso, com a Cherry Coke.
A Coca-Cola tem um dos mais avançados e bem gerenciados departamen-
to de pesquisa de mercado dos EUA. Um bom trabalho de pesquisa manteve a
empresa no topo da roda da fortuna que é o mercado dos refrigerantes durante
décadas. Mas a pesquisa de mercado está longe de ser urna ciência exata. Os
consumidores são cheios de surpresas, e compreendê-los e urna tarefa muito
difícil. Se a Coca-Cola pode cometer um grande erro em suas pesquisas de mer-
cado, qualquer empresa pode. Fonte: STONER e FREEMAN, 1995
A partir do caso exposto, você pôde perceber o quanto é importante analisar
minuciosamente cada detalhe do projeto de pesquisa. Desde a mais simples até
a mais complexa pesquisa de marketing deve ser planejada para evitar falhas de
todos os tipos, que possam prejudicar as escolhas de alternativas no processo
decisório. Neste contexto, a definição do problema de pesquisa, primeira etapa
do projeto de pesquisa, e a correta definição dos objetivos da pesquisa exercem
papel fundamental para o sucesso do projeto. É sobre estes tópicos que iremos
discutir inicialmente.
CONEXÃO
Conheça mais sobre pesquisas de marketing no site do Prof. Fauze Nagib Mattar:
http://www.fauze.com.br/htm/ARTIGOS.aspx
capítulo 1 • 31
portanto, nada mais importante que a definição adequada do problema. Nota-
se então, que as demais etapas do projeto serão decorrência do problema defi-
nido. Entretanto uma má definição do problema poderá gerar objetivos impre-
cisos e inconsistência no resultado do projeto.
Formular o problema de pesquisa significa entender e explicar quais os pro-
blemas ou oportunidades de marketing estão gerando a necessidade de infor-
mação para tomada de decisão. Assim, você deverá desenvolver um texto que
fique claro qual é o problema de pesquisa, quais os objetivos pretendidos e as
possíveis respostas para tal.
32 • capítulo 1
É útil preparar uma lista de tópicos a serem abordados na entrevista, porém, a
ordem como serão discutidos os tópicos deve ser decidida no decorrer da entre-
vista. O objetivo desta entrevista não é chegar a uma solução conclusiva para o
tema pesquisado e sim ajudar a construir o problema de pesquisa.
• Análise de dados secundários que são os dados coletados para uma fina-
lidade diferente do problema em pauta. Já os dados primários são coletados
ou produzidos pelo pesquisador especificamente para resolver o problema de
pesquisa. A análise dos dados secundários é uma etapa essencial no referido
processo, e não se deve coletar dados primários até que dados secundários dis-
poníveis tenham passado por uma análise completa. Os dados secundários in-
cluem informações disponibilizadas por fontes empresariais, governamentais,
empresas de pesquisa e bases de dados computadorizadas. São uma fonte rápi-
da e econômica de informações sobre o histórico do problema
• Pesquisa qualitativa que se torna necessária em alguns casos, e é caracte-
rizada por não ser estruturada, de natureza exploratória e baseada em peque-
nas amostras, utilizando técnicas como entrevistas em grupo, associações de
palavras e entrevistas analíticas, com o objetivo de prover percepções e com-
preensão do problema.
capítulo 1 • 33
As percepções provindas da pesquisa qualitativa, junto às discussões com o
responsável pelas decisões, as entrevistas com especialistas do setor e a análise
de dados secundários, ajudam o pesquisador a compreender o contexto am-
biental do problema.
Certos fatores ambientais essenciais relativos ao problema devem ser ava-
liados pois a compreensão do contexto ambiental facilita a identificação do
problema de decisão gerencial
Segundo Malhotra (2004) os fatores que abrangem o contexto ambiental do
problema incluem:
34 • capítulo 1
a tomarem empréstimos e a gastarem com itens de alto preço, podendo exercer
assim, implicações importantes para os problemas de pesquisa de marketing.
• As qualificações mercadológicas e tecnológicas – a experiência da empre-
sa com cada elemento do composto de marketing influencia na natureza e no
escopo do projeto de pesquisa.
Recursos e limitações
Fatores a serem considerados no
contexto ambiental do problema
Comportamento do consumidor
Ambiente legal
Ambiente econômico
capítulo 1 • 35
A figura 1.5 apresenta um esquema da relação entre o problema gerencial e
o problema de pesquisa.
36 • capítulo 1
Samara e Barros (2002), os objetivos são definidos de forma que tragam infor-
mações que solucionem o problema de pesquisa e exige total coerência com o
problema de pesquisa.
O questionamento básico desta etapa é:
capítulo 1 • 37
O exemplo a seguir ilustrará de maneira prática estas etapas no projeto de
pesquisa.
Na prática:
Caso Fabricante de cosméticos
38 • capítulo 1
• A empresa não tem certeza da aceitação do seu produto por esse tipo de
venda.
• No sistema de vendas domiciliar, geralmente, não há pronta entrega dos
produtos, sendo estes entregues ao consumidor até 48 horas após a compra,
em média, o que não acontece na venda de varejo.
• A empresa não tem controle sobre o atendimento prestado pelas revende-
doras, sendo difícil manter um padrão de qualidade nesse sentido.
• A empresa não dispõe de dados precisos sobre o perfil do seu consumidor
(classe social e faixa etária, por exemplo).
• O sistema de comissionamento da revendedora por produto vendido
pode vir a encarecer o produto para o consumidor final.
Definição do problema:
O mercado de cosméticos e produtos para higiene pessoal vem crescendo
nos últimos anos e observando a evolução de seus principais concorrentes, que
atuam com sistemas de vendas domiciliar, a diretoria da empresa (marca D)
pretende estudar a possível mudança para esse tipo de venda.
A boa aceitação dos produtos A e B – concorrentes diretos e que se presume
dirigidos ao mesmo público da marca D –, vendidos por esse sistema, pode sig-
nificar que há mercado também para os produtos da marca D.
A empresa não tem dados atualizados e precisos sobre o perfil de seu consu-
midor nem certeza da aceitação de seu produto por esse tipo de venda.
Para análise dos fatores expostos, a fim de verificar a viabilidade da mudan-
ça do sistema de vendas e canal de distribuição da empresa, sente-se a necessi-
dade de realizar uma pesquisa de marketing.
Ao analisarmos esse exemplo da empresa de cosméticos, podemos observar
que, a partir da redação das hipóteses que envolvem o problema de pesquisa
(neste caso, verificar a viabilidade de mudança no sistema de vendas e canal de
distribuição da empresa), já delimitamos os principais tópicos que devem ser
objeto de estudo tais como análise da concorrência, perfil do consumidor, mo-
tivos de compra e aceitação do produto por esse sistema de vendas.
Objetivo Primário ou Geral:
capítulo 1 • 39
Objetivos Secundários ou Específicos
PESSOAS
QUE TENHAM Em alguns casos o pesquisado pode ser inacessível, possui
INFORMAÇÕES pouco conhecimento da informação desejada ou ter dificul-
SOBRE O dades de expressar-se.
PESQUISADO
40 • capítulo 1
Dados que já foram coletados, tabulados, analisados. Há
DADOS uma infinidade de dados úteis para o marketing que já fo-
DISPONÍVEIS ram analisados e estão disponíveis aos interessados.
Tipos de dados:
Os dados primários, conforme visto anteriormente, são aqueles não coleta-
dos, estando ainda em posse do pesquisado, enquanto os dados secundários
são aqueles já coletados, tabulados, ordenados. Estes dados podem ser inter-
nos e ou externos.
Na prática:
Caso 2 Abertura de uma padaria
capítulo 1 • 41
perfil do consumidor, necessidades e desejos dos mesmos.
concorrência;
fornecedores;
localização da padaria;
42 • capítulo 1
Público-alvo: concorrentes
Objetivo principais: conhecer os concorrentes, seus pontos fortes e fracos e suas
ações na região
Objetivos secundários:
1. Identificar os principais concorrentes
2. Analisar seus produtos e serviços:
Produtos comercializados, marcas, serviços disponíveis;
Preços: quando acima ou abaixo da média, tipos de promoções.
3. Analisar seus processos de produção:
Capacidade de produção, adaptabilidade, eficiência, qualidade, custos
4. Analisar seu processo de divulgação:
Mensagens, mídia utilizada, tipos de campanhas.
5. Analisar seu pessoal de vendas:
Treinamentos, incentivos, qualidade dos serviços, atendimento, eficiência.
6. Analisar a estrutura:
Iluminação, localização, disposição dos produtos nas prateleiras, pracificação nos
produtos, fachada, horário de funcionamento.
Pesquisa 2 – Concorrência.
Público-alvo: fornecedores
Objetivo principais: conhecer os forncedores, seus clientes e sua política de atuação.
Objetivos secundários:
1. Identificar os principais concorrentes
Quem são, localização, tempo de atuação no mercado, principais clientes e porte;
Tipos de produtos que comercializa e sua qualidade.
2. Analisar políticas de preço:
Preço cobrado, frete;
Prazos de pagamento exigido pelo fornecedor, tempo e forma de entrega;
Condições de pagamento exigidas, tipo de cobrança.
3. Estudar o comportamento de venda:
Lote mínimo exigido, grade de produtos, promoções utilizadas, política de retorno
Pesquisa 3 – Fornecedores.
capítulo 1 • 43
Objetivo geral: definir a localização mais adequada para a padaria.
Objetivos secundários:
1. Avaliar as condições do contrato:
Preço, as condições de pagamento e o prazo do aluguel.
2. Verificar infra-estrutura:
Luz, água, telefone, condições do imóvel, facilidade de acesso, proximidade da
concorrência, visibilidade, volume do tráfego, local para estacionamento, nível de
ruído.
3. Verificar legislação específica para abertura do negócio no ramo de panificação.
ATIVIDADES
Programa de Cursos de Treinamento para Supervisores
O Centro de Educação Executiva (CEE) é um órgão do departamento de Administração
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Sua missão é extender educação
de alta qualidade para pessoas que não são necessariamente estudantes da Universidade. O
CEE realiza programas com a finalidade de proporcionar treinamento e educação continuada
em pelo menos doze áreas de negócios, direcionadas a empresas, governo e organizações
sem fins lucrativos. Um dos programas do CEE é o treinamento para supervisores de 1º nível.
O programa de treinamento de supervisores (PTS) foi projetado para aumentar as habi-
lidades gerenciais e interpessoais (relacionamento humano), a comunicação e a tomada de
decisão de supervisores e trainees de gerentes. Assim, os cursos do PTS cobrem uma ampla
gama de assuntos.
Um declínio contínuo na procura por esses cursos durante os últimos anos tornou-se
um grande problema para os 3 diretores do PTS. Eles não conseguem explicar o porquê,
embora em discussões informais tenham levantado questões para as quais eles não sabem
as respostas.
44 • capítulo 1
Mudaram as razões pelas quais as pessoas frequentavam o programa de treinamento
de supervisão? Quais são suas razões atuais e passadas?
O declínio na demanda foi causado por fatores econômicos?
Talvez por causa do aumento da competição, com novas organizações atuando no mer-
cado de educação executiva continuada?
Foi devido ao conteúdo ou estrutura do programas PTS?
Foi por causa da maneira com que os programas foram promovidos?
PTS está focado no nível certo de supervisão?
02. Elabore o objetivo geral e os objetivos específicos que ajudariam no problema gerencial.
REFLEXÃO
Foram apresentados nesse capítulo, os primeiros estágios do processo de pesquisa de marke-
ting. Você pode compreender como se define um problema de pesquisa e seus objetivos. A de-
finição do problema, como foi visto, é a primeira etapa do projeto de pesquisa e é fundamental
para que o projeto de pesquisa seja bem sucedido. Os objetivos estão interligados ao problema
de pesquisa o qual, para ser definido necessita de uma exploração inicial do tema e definição
de hipóteses de pesquisa. Para que aprofunde ainda mais os seus conhecimentos acerca da
pesquisa de marketing, faça as leituras complementares recomendadas a seguir.
capítulo 1 • 45
LEITURA
Para melhor entendimento do assunto apresentado, acesse os sites e leia sobre mais sobre
o tema.
Texto 1 – Como elaborar uma pesquisa de mercado.
Fonte: https://www.sebraemg.com.br/atendimento/bibliotecadigital/documento/carti-
lha-manual-ou-livro/como-elaborar-uma-pesquisa-de-mercado
Texto 2 – A importância da pesquisa de marketing para a micro e pequena empresa.
Fonte: http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_da_fae/fae_v8_n1/rev_fae_v8_
n1_13_prof_shimoyama.pdf
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, A. R. M. Material de aula da disciplina Administração Mercadológica do Prof. Dr. Ricardo
Almeida, UNIRG, 2008. Disponível em: http://www.ricardoalmeida.adm.br/index.php (SITE)
HAGUE, Paul; JACKSON, Peter. Faça sua própria pesquisa de mercado. São Paulo: Nobel, 1997.
KOTLER, Philip. Administração de marketing: a edição do milênio. 10. ed. São Paulo: Pearson/
Prentice Hall, 2000.
_________, Philip; KELLER, Kevin. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson/
Prentice Hall, 2006.
_________, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson/Prentice
Hall, 2007.
MALHOTRA, N. K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 3. ed. Porto Alegre: Bookman,
2001
MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de Marketing: uma orientação aplicada. 4ª edição, Porto Alegre:
Bookman, 2004.
MATTAR, F. N. Pesquisa de marketing: edição compacta. 4ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2007.
SAMARA, Beatriz S.; BARROS, José Carlos de. Pesquisa de Marketing – conceitos e
metodologia. 3ª. Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2002.
GOMES, I. M. Manual Como Elaborar uma Pesquisa de Mercado. Belo Horizonte: SEBRAE/MG,
2005
MALHOTRA, N. K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 3. ed. Porto Alegre: Bookman,
2001
MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de Marketing: uma orientação aplicada. 4ª edição, Porto Alegre:
Bookman, 2004.
46 • capítulo 1
MATTAR, F. N. Pesquisa de marketing: edição compacta. 4ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2007.
SAMARA, Beatriz S.; BARROS, José Carlos de. Pesquisa de Marketing – conceitos e
metodologia. 3ª. Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2002.
STONER, J. A. F., FREEMAN, R. E. Administração. Rio de Janeiro: PHB, 1995
capítulo 1 • 47
48 • capítulo 1
2
Planejamento do
Projeto de Pesquisa
Neste capítulo, apresentaremos a formulação do projeto da pesquisa de marke-
ting. Serão abordados os diferentes tipos de pesquisa, bem como os procedi-
mentos para coleta de dados e as principais fontes de erro nos tipos de pesqui-
sas específicos.
OBJETIVOS
Espera-se que, após estudar o projeto da pesquisa de marketing, você seja capaz de:
50 • capítulo 2
2.1 Estruturando a Pesquisa de Marketing
No primeiro capítulo, você conheceu os conceitos referentes à definição do pro-
blema e ao desenvolvimento da abordagem e pôde perceber que estas etapas
são fundamentais para os demais passos do projeto de pesquisa.
Você aprendeu que formular o problema de pesquisa significa entender e
explicar quais os problemas ou oportunidades de marketing que estão geran-
do a necessidade de informação para a tomada de decisão. Entretanto, uma
má definição do problema poderá gerar objetivos imprecisos e inconsistência
no resultado do projeto. Após a formulação do problema, os objetivos são de-
finidos de forma que tragam as informações que solucionam o problema de
pesquisa. Definido o problema de pesquisa de marketing e desenvolvida uma
abordagem adequada, o pesquisador deve voltar sua atenção para a concepção
de um projeto de pesquisa, que é uma estrutura para a realização do projeto
de pesquisa de marketing, o qual detalha os procedimentos necessários para a
obtenção das informações que são indispensáveis para reestruturar ou resolver
problemas de pesquisa de marketing.
A partir de agora, você irá conhecer, então, os métodos de pesquisa que po-
derão ser usados para a obtenção de informações.
É importante que você compreenda a diferença entre as pesquisas com
abordagem qualitativa em relação às pesquisas com abordagem quantitativa,
pois, ao definir um projeto de pesquisa, mais especificamente o tema da pes-
quisa, uma decisão que deve tomar é quanto ao método de abordagem, ou seja,
se será quantitativa e ou qualitativa. É usual utilizar primeiramente uma pes-
quisa com abordagem qualitativa e posteriormente desenvolver uma pesquisa
quantitativa com base nas variáveis levantadas na pesquisa qualitativa.
Na tabela 2.1 estão apresentadas as características da pesquisa qualitativa
versus pesquisa quantitativa:
capítulo 2 • 51
PESQUISA QUALITATIVA VERSUS PESQUISA QUANTITATIVA
PESQUISA QUALITATIVA PESQUISA QUANTITATIVA
PRINCIPAIS TIPOS Grupo focal, profundidade Domiciliar e por telefone
EQUIPAMENTOS Gravador áudio Questionários, micros
REPRESENTATIVIDADE ESTATÍSTICA Baixa Elevada
Número pequeno de casos Grande número de casos repre-
AMOSTRA não-representativos sentativos
COLETA DE DADOS Não-estruturada Estruturada
VOLUME DE INFORMAÇÕES Médio ou elevado Baixo ou médio
PROFUNDIDADE Elevada Baixa
ANÁLISE DE DADOS Não-estatística/subjetiva Estatística/objetiva/numérica
Desenvolvem uma compreensão Recomendam uma linha de
RESULTADOS inicial ação final
PRINCIPAIS PROFISSIONAIS Psicólogos, sociólogos Estatísticos, sociólogo
Tabela 2.1 – Pesquisa Qualitativa versus Pesquisa Quantitativa. Fonte: Malhotra (2004,
p. 155); Trujillo (2001)
Dados secundários
Entrevista em profundidade
ABORDAGEM QUALITATIVA Grupos de foco
PESQUISA EXPLORÁTORIA Estudo de casos
Levantamento de experiências
Técnicas projetivas
52 • capítulo 2
2.2 Concepção e Classificações de Pesquisa
Segundo Malhotra (2001), normalmente, um planejamento envolve os seguin-
tes componentes ou tarefas, que serão discutidos detalhadamente nos próxi-
mos capítulos:
1. Definir as informações necessárias (que já foram apresentadas no capí-
tulo 1).
2. Conceber as fases exploratórias, descritivas e/ou causais da pesquisa.
3. Especificar os procedimentos de medição e escalonamento.
4. Construir e pré-testar um questionário ou formulário adequado para a
coleta de dados.
5. Especificar o processo de amostragem e o tamanho da amostra.
6. Desenvolver um plano de análise de dados.
Existem, atualmente, diferentes nomenclaturas para designar os tipos de
pesquisa e os autores as subdividem de acordo com o enfoque principal de in-
formação que será dado ao estudo (IZUNO, 2004). Segundo Samara e Barros
(2002), as metodologias empregadas na realização dos projetos de pesquisa
não diferem basicamente em seu conteúdo e se distinguem de acordo com as
fontes de dados utilizadas, a amplitude do estudo conforme os objetivos, o tipo
de análise que pretendem fazer – quantitativa ou qualitativa – de acordo com o
controle das variáveis em estudo.
Com isso, observa-se a existência de várias classificações utilizadas, tornan-
do possível observar a grande quantidade de métodos e variações de investi-
gação para a realização de pesquisas de marketing (VIEIRA, 2002). Cada uma
delas leva em consideração aspectos diferentes como: natureza das variáveis
pesquisadas, natureza do relacionamento entre as variáveis estudadas, objeti-
vo e grau em que o problema de pesquisa está cristalizado, forma para a coleta
de dados primários, dimensão da pesquisa no tempo, possibilidade de contro-
le sobre as variáveis em estudo, ambiente de pesquisa (MATTAR, 1999, p. 77).
Porém, nesse capítulo, serão abordadas as mais utilizadas, que, de forma am-
pla, podem ser classificadas como pesquisas exploratórias e conclusivas.
Para Malhotra (2001), a concepção de pesquisa pode ser classificada como
exploratória ou conclusiva. O objetivo da pesquisa exploratória é auxiliar na
compreensão do problema enfrentado pelo pesquisador, sendo flexível e não
estruturada, por isso seu desenvolvimento dependerá em muito da criativi-
dade do pesquisador. Neste estágio, as informações são definidas de forma
capítulo 2 • 53
muito ampla, por isso as constatações da pesquisa exploratória devem ser con-
sideradas ensaios, resultados não definitivos ou como dados para pesquisas
posteriores.
Os critérios obtidos com a pesquisa exploratória podem ser verificados ou
quantificados por uma pesquisa conclusiva, em que o objetivo é testar hipóte-
ses específicas e examinar relações específicas. Pesquisa de natureza conclusi-
va, geralmente, é mais formal e estruturada. Ela se baseia em amostras grandes
e representativas e os dados obtidos estão sujeitos a uma análise quantitativa.
As pesquisas conclusivas podem ser descritivas ou causais. A pesquisa des-
critiva, como o próprio nome diz, tem como principal objetivo descrever algo,
normalmente características ou funções de mercado. A pesquisa descritiva, ao
contrário da exploratória, é marcada por um enunciado claro do problema, por
hipóteses específicas e pela necessidade detalhada de informações. A figura 2.1
mostra a classificação dos modelos de pesquisa de marketing.
Modelo de pesquisa
CONEXÃO
Acesse o site indicado e pesquise o caso “Sucos Del Valle”. Você irá conhecer a aplicação
prática do conteúdo estudado. http://www.delvalle.com.br/pt/home/
54 • capítulo 2
2.3 Pesquisa Exploratória
De acordo com Mattar (1999), a pesquisa exploratória visa a proporcionar ao
pesquisador um maior conhecimento sobre o tema ou problema de pesquisa
em perspectiva. Por isso, é apropriada para os primeiros estágios da investiga-
ção quando a familiaridade, o conhecimento e a compreensão do fenômeno
por parte do pesquisador são, geralmente, insuficientes ou inexistentes. Este
esforço tem como meta tornar um problema complexo mais explícito ou mes-
mo construir hipóteses mais adequadas. Para Malhotra (2001), a aplicabilida-
de da pesquisa exploratória se justifica em casos nos quais é necessário definir
o problema com maior precisão e identificar cursos relevantes de ação ou ob-
ter dados adicionais antes que se possa desenvolver uma abordagem. Como o
nome sugere, a pesquisa exploratória procura explorar um problema ou uma
situação para prover critérios e compreensão.
O objetivo da pesquisa exploratória é buscar entender as razões e motiva-
ções subentendidas para determinadas atitudes e comportamentos das pesso-
as. Ela é frequentemente utilizada na geração de hipóteses e na identificação
de variáveis que devem ser incluídas na pesquisa. A pesquisa exploratória pro-
porciona a formação de ideias para o entendimento do conjunto do problema,
enquanto que a pesquisa descritiva procura quantificar os dados colhidos e
analisá-los estatisticamente (MALHOTRA, 2001).
Segundo Vieira (2002), esse tipo de pesquisa utiliza métodos bastante am-
plos e versáteis. Os métodos empregados compreendem: levantamentos em
fontes secundárias (bibliográficas, documentais etc.), levantamentos de ex-
periência, estudos de casos selecionados e observação informal (a olho nu ou
mecânica).
Resumindo, a pesquisa exploratória pode ser usada para os seguintes obje-
tivos (RÉVILLION, 2003):
capítulo 2 • 55
• Verificar se pesquisas semelhantes já foram realizadas, quais os métodos
utilizados e quais os resultados obtidos, determinar tendências, identificar re-
lações potenciais entre variáveis e estabelecer rumos para investigações poste-
riores mais rigorosas.
• Investigar problemas do comportamento humano, identificar conceitos
ou variáveis e sugerir hipóteses verificáveis.
56 • capítulo 2
para obtenção de dados secundários tem sido cada vez maior, assim como a
quantidade de informações disponíveis para o pesquisador. Por outro lado, é
cada vez mais difícil selecionar fontes confiáveis e precisas de dados. Os dados
secundários podem compreender:
capítulo 2 • 57
Pesquisas de potencial de consumo, participação e tendências de mercado,
entre outras, comercializadas por empresas de pesquisa. A SBPM – Sociedade
Brasileira de Pesquisa de Mercado, possui em seu site – www.sbpm.org.br – o
critério de classificação econômica Brasil, cuja função é estimar o poder de
compra das pessoas e famílias urbanas (AZEVEDO, 2004).
A utilidade dos dados secundários para um problema de pesquisa específi-
co pode ser limitada de várias formas, inclusive em termos de relevância e preci-
são das informações. Entre as dificuldades encontradas pelo pesquisador para
utilizar os dados secundários na sua investigação estão (RÉVILLION, 2003):
BENEFÍCIOS LIMITAÇÕES
4. Algumas vezes mais precisos que os 4. Podem não estar apresentados na for-
dados primários ma necessária
58 • capítulo 2
BENEFÍCIOS LIMITAÇÕES
Tabela 2.2 – Benefícios e limitações dos dados secundários. Fonte: Aaker, Kuman e Day
(2001).
capítulo 2 • 59
O levantamento de experiências pelo método qualitativo pode ser feito de
forma direta, através de entrevistas em profundidade ou grupos focais, ou indi-
reta, através de técnicas projetivas, conforme ilustra a figura 2.2.
Grupo de foco
Direito
Entrevistas em
profundidade
Processos
de Pesquisa
Qualitativa
Técnicas
Indireito
projetivas
60 • capítulo 2
Conforme Gordon e Langmaid, citados em Révillion (2003), os grupos fo-
cais constituem-se de sete a nove componentes, selecionados sob critérios esta-
belecidos pelo pesquisador, os quais podem trocar opiniões, atitudes e experi-
ências acerca de determinado produto, sendo conduzidos por um profissional
capacitado.
É importante que os entrevistados, tanto no caso de entrevistas em profun-
didade quanto no caso de grupos focais, sejam dotados de experiência e conhe-
cimento a respeito do tema a ser investigado. Quanto ao número de pessoas,
como se trata de dados qualitativos, o que deve orientar o pesquisador é a qua-
lidade da amostra, e não a quantidade de elementos que a compõe. A homoge-
neidade de respostas obtida das entrevistas é que será determinante para defi-
nir o número de entrevistados. A literatura de marketing costuma recomendar
um número mínimo de 15 entrevistas em profundidade; e cada grupo focal
deve ter, em média, de seis a doze componentes.
Para Révillion (2003), as técnicas de entrevistas em profundidade e grupos
focais apresentam vantagens e desvantagens que devem ser avaliadas pelo pes-
quisador antes de decidir-se por uma delas. Os pontos positivos das entrevistas
em profundidade são os seguintes:
capítulo 2 • 61
Outra desvantagem é a interpretação subjetiva das informações obtidas, po-
dendo variar de um pesquisador para outro.
Considerando-se os grupos focais, um dos principais fatores de sucesso da
técnica está nas livres intervenções e opiniões de seus membros, o que deman-
da habilidade do moderador para fazer com que todos participem da discus-
são, sem que haja nenhum tipo de dependência entre os participantes. Entre os
principais pontos positivos dos grupos focais, encontram-se:
62 • capítulo 2
Finalmente, as técnicas projetivas são maneiras indiretas de questiona-
mento que encorajam os respondentes a projetar suas motivações, crenças, ati-
tudes ou sentimentos subjacentes a respeito do tema em estudo (MALHOTRA,
2001). Segundo Révillion (2003), essas técnicas são utilizadas no intuito de au-
xiliar os consumidores a expressar as diferentes imagens que eles podem ter a
respeito de marcas concorrentes de um determinado produto. Por exemplo, os
consumidores podem se deparar com questões do tipo: “se a marca X fosse um
carro, qual deles ela seria?” ou então “Se a pessoa que compra na loja Y fosse
um animal, qual deles ela seria?”. Outras formas de aplicação das técnicas pro-
jetivas são (RÉVILLION, 2003):
capítulo 2 • 63
Vamos comprar
algumas roupas no
Shopping
Observação informal
Para Kotler (1998), dados importantes podem ser obtidos a partir da observa-
ção de agentes e grupos relevantes ao tema da pesquisa. A observação informal
64 • capítulo 2
em pesquisas exploratórias envolve uma capacidade de observar continuamen-
te objetos, comportamentos e fatos. Por exemplo, pesquisadores contratados
por determinada empresa aérea podem circular em aeroportos, escritórios de
linhas aéreas e agências de viagens para observar e tentar descobrir como os
passageiros veem as diferentes empresas de aviação (RÉVILLION, 2003).
Segundo Mattar (1999), o processo de observação em estudos exploratórios
é chamado de observação informal não dirigida. A percepção e retenção do que
é observado vai depender dos interesses da pesquisa e da capacidade de obser-
vação do pesquisador.
capítulo 2 • 65
Para Révillion (2003), os estudos de caso são particularmente valiosos quan-
do o pesquisador está procurando resolver um problema de pesquisa no qual
existem inter-relações entre os vários fatores envolvidos, e para o qual é difícil
compreender os fatores individualmente sem considerar as relações entre eles.
Conforme esses autores, o modo de análise mais aplicável aos estudos de caso
procura encontrar três classes de fatores:
a) características comuns a todos os casos do grupo selecionado;
b) características comuns a apenas alguns subgrupos;
c) características exclusivas de casos específicos.
A unidade de análise, nos estudos de caso, pode ser composta por indiví-
duos, grupos ou organizações, ou ainda por projetos, sistemas ou situações
específicas. A determinação da unidade de análise deve ser resultante de exa-
me cuidadoso das questões de pesquisa. Quando uma pesquisa é altamente
exploratória, um único caso pode ser útil como estudo piloto. Nesse contexto,
o objetivo pode ser determinar a apropriada unidade de análise e familiarizar o
pesquisador com o fenômeno. Ou seja, é fundamental que o pesquisador deci-
da entre a utilização de caso único ou de múltiplos casos.
Múltiplos casos são desejáveis quando a intenção da pesquisa é a descrição
de fenômeno, a construção ou o teste de teoria, deixando de ser uma pesquisa
de natureza exploratória. Em relação ao local de pesquisa, pode-se considerar
um projeto com múltiplos casos como análogo à replicação realizada com ex-
perimentos tradicionais múltiplos (RÉVILLION, 2003).
Dentre as limitações atribuídas aos estudos de caso está a falta de objetivi-
dade, a qual se traduz na dificuldade de desenvolver métodos formais de obser-
vação e coleta dos dados. Como o método estatístico não é adequado, a análise
é baseada na intuição e na capacidade analítica dos investigadores. Por causa
das amostras pequenas e não representativas (selecionadas por julgamento ou
conveniência), não é possível fazer generalizações dos resultados obtidos para
a população (RÉVILLION, 2003 baseado MATTAR, 1999).
66 • capítulo 2
pesquisas de marketing realizadas são de caráter conclusivo descritivo. Vieira
(2002) nos mostra ainda que esse tipo de pesquisa está voltada para o descobri-
mento e observação de fenômenos, procurando descrevê-los, classificá-los e in-
terpretá-los. Além disso, a pesquisa descritiva pode se interessar pelas relações
entre as variáveis e, desta forma, aproximar-se das pesquisas experimentais. A
pesquisa descritiva expõe as características de determinada população ou de
determinado fenômeno, mas não tem o compromisso de explicar os fenôme-
nos que descreve, embora sirva de base para tal explicação. Normalmente ela
se baseia em amostras grandes e representativas.
Mattar (1999) diz que a pesquisa descritiva, então, é utilizada quando o pro-
pósito for estimar a proporção de elementos numa população específica que
tenha determinadas características ou comportamentos; descrever as carac-
terísticas de determinadas populações ou fenômenos, de grupos (idade, sexo,
procedência etc.), como também a descrição de um processo numa organiza-
ção, o estudo do nível de atendimento de entidades, levantamento de opiniões,
atitudes e crenças de uma população etc.
Também são pesquisas descritivas aquelas que visam a descobrir a existên-
cia de associações entre variáveis, como, por exemplo, as pesquisas eleitorais,
que indicam a relação entre o candidato e a escolaridade dos eleitores.
Esse tipo de pesquisa apresenta uma natureza quantitativa, que é um mé-
todo de pesquisa que trabalha com indicadores numéricos e segue critérios
estatísticos. Como essa pesquisa é apropriada para medir opiniões, atitudes e
preferências, estimar o potencial ou volume de vendas de um negócio e para
medir o tamanho e a importância de segmentos de mercado (GOMES, 2005), o
método quantitativo é adequado por conhecer a extensão – estatisticamente fa-
lando – do objeto de estudo, do ponto de vista do público pesquisado. Ou seja, o
método quantitativo oferece informações de natureza mais objetiva e aparente.
Seus resultados podem refletir as ocorrências do mercado, como um
todo, ou de seus segmentos, de acordo com a amostra com a qual se trabalha
(PEDRINHA, 2001). Para a sua correta aplicação, é necessário que se determine
o perfil do público-alvo a ser pesquisado e o tamanho relativo a esse público.
Após a definição do método de pesquisa a ser realizado, é necessário definir os
seus meios de aplicação.
capítulo 2 • 67
As pesquisas descritivas descrevem situações a partir de dados primários, relacionando
e confirmando as hipóteses levantadas na definição do problema de pesquisa, respon-
dendo, por exemplo, às seguintes relações de consumo: quem compra? Descrição do
consumidor em diferentes critérios, como idade, classe social, sexo, profissão, estilos
de vida. O quê? Identificação de quais produtos ou serviços atendem às necessidades
do consumidor e avaliação da opinião sobre marcas e produtos.
Pesquisa de marketing
Pesquisa Pesquisa
transversal única transversal múltipla
68 • capítulo 2
quando é extraída da população apenas uma amostra de entrevistados, e trans-
versal múltiplo quando são extraídas duas ou mais amostras de entrevistados.
Um tipo de concepção transversal múltipla interessante é a análise de corte,
que consiste na análise de um grupo de entrevistados que experimentam o
mesmo evento no mesmo intervalo de tempo (MALHOTRA, 2001).
Podemos notar que cada um dos estudos tem suas vantagens próprias: o es-
tudo longitudinal detecta as mudanças dos indivíduos estudados, coleta uma
maior quantidade de dados e com maior precisão. Já o estudo transversal traba-
lha com amostragens representativas e evita respostas tendenciosas.
O formato básico de trabalho é o levantamento de campo ou survey (VIEIRA,
2002). Uma de suas características está na utilização de técnicas padronizadas
de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática.
capítulo 2 • 69
A entrevista telefônica consiste em telefonar para um
determinado número de pessoas e entrevistá-las. Essa
pesquisa é realizada por meio de um roteiro chamado
ENTREVISTAS POR script operacional, assim ela se torna mais objetiva e rápi-
TELEFONE da. A entrevista por telefone substitui a entrevista pessoal
quando a relação custo-benefício e tempo apresenta uma
justificativa que a comprove como melhor método
70 • capítulo 2
COMPARATIVO DAS FORMAS DE APLICAR UMA PESQUISA
Rapidez Restrita
Telefone
Flexibilidade Inconveniência
capítulo 2 • 71
NÍVEL DE OCORRÊNCIA DE VIÉS
FONTE DE VIÉS ENTREVISTA POR QUESTIONÁRIO AUTOPRE-
ENTREVISTA PESSOAL
TELEFONE ENCHIDO
Garantia de anonimato Alto Médio Baixo
Questões de entendi-
Baixo Médio Alto
mento difícil
Uniformidade das
Alto Médio Baixo
mensurações
Conhecer todas as
questões antes de Baixo Baixo Alto
responder
Fraude do entrevistador Alto Baixo Baixo
Dificuldade de supervi-
Alto Médio Baixo
são e controle
Controle sobre quem
Baixo Alto Alto
responde
Influência do entrevis-
Alto Alto Baixo
tador
Insinceridade das
Baixo Alto Alto
respostas
Tabela 2.5 – Qualidade dos dados Ocorrência de vieses (erros) conforme o método de co-
municação (MATTAR, 2005).
Pesquisa descritivas
Ocasionais Evolutivos
Painéis
72 • capítulo 2
Note que, quando a profundidade for grande e a amplitude pequena, o pro-
jeto de pesquisa resultado é o estudo de caso que já foi apresentado com um
dos métodos da pesquisa exploratória. Na figura 2.6, é mostrada a diferença
entre os tipos de pesquisa: estudo de casos, estudo de campo e levantamento de
campo segundo a profundidade e amplitude considerada.
1 1. Estudos de casos
2. Estudos de campo
3. Levantamentos de campo
2 3
capítulo 2 • 73
A tabela 2.6 sintetiza as vantagens e as limitações quanto ao uso de levanta-
mentos de dados.
VANTAGENS DESVANTAGENS
Estudos de campo
74 • capítulo 2
A tabela 2.7 sintetiza as vantagens e limitações quanto ao uso de estudos de
dados.
VANTAGENS DESVANTAGENS
capítulo 2 • 75
Segundo Mattar (1999), tanto o levantamento de campo quanto os estudos
de campo podem ser classificados como ocasionais ou evolutivos.
Observação formal
76 • capítulo 2
observador não interroga nem se comunica com as pessoas que estão sendo ob-
servadas. As informações podem ser registradas à medida que os eventos ocor-
rem ou a partir de registros de eventos passados. Os principais métodos são a
observação pessoal e a observação mecânica. A tabela 2.8 mostra as vantagens
e desvantagens do método de observação
VANTAGENS DESVANTAGENS
capítulo 2 • 77
Única causa d Único efeito
X d Y
Variação concomitante: diz respeito à ocorrência de variação conjunta entre uma pos-
sível causa (x) e um efeito (y), segundo o estabelecido por uma hipótese considerada.
Vejamos um exemplo pela tabela 2.9 , da evidência da variação concomitante
78 • capítulo 2
• Ordem de ocorrência das variáveis no tempo: diz-se que um evento só
poderá ser causador de outro se ocorrer antes ou simultaneamente ao efeito
causado.
• Eliminação de outros fatores: o terceiro critério que precisa ser atendido
para que se possa induzir uma relação de causa efeito é a busca e eliminação de
outros possíveis fatores causadores do efeito estudado.
Uma das formas mais utilizadas em marketing para procurar identificar rela-
ções de causa e efeito entre variáveis é a experimentação. A pesquisa experimen-
tal pretende mostrar de que modo ou por que o fenômeno é produzido. Um ex-
perimento é um projeto de pesquisa que envolve a manipulação de uma ou mais
variáveis enquanto outras são mantidas constantes, e a medição dos resultados
(CHURCHILL e PETER, 2000; MALHOTRA, 2001). Os gerentes de marketing to-
mam continuamente decisões baseadas em relações causais presumidas.
Almeida (2008) complementa dizendo tratar-se do momento em que relações
de causa e efeito são identificadas, permitindo desenvolver cenários de resulta-
dos futuros para diferentes esforços de marketing. Qual o efeito de um aumento
de 30% na verba de comunicação sobre as vendas do produto? Quanto percentu-
almente iremos aumentar a experimentação e a adoção, se oferecermos um des-
conto de 5%? E para descontos maiores (10%, 20% etc.)? Quanto, em percentuais,
aumentaremos as vendas, com um aumento de 20% na área de venda nas lojas?
A seguir está a listagem das inúmeras utilizações possíveis de projetos expe-
rimentais em marketing (MATTAR, 1999).
capítulo 2 • 79
• Qual deverá ser o efeito de uma nova campanha de propaganda ou de pro-
moção de vendas, em nível nacional?
• Qual deverá ser o efeito de um novo plano de inventivo à equipe de vendas?
• Qual a relação entre o nível de estocagem de nosso produto nos lares e o
volume de consumo?
CONEXÃO
Conheça mais sobre as tipologias de pesquisa. Acesse o site a seguir para expandir seus
conhecimentos: http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_da_fae/fae_v5_n1/as_
tipologias_variacoes_.pdf
80 • capítulo 2
2.6 Métodos de Coleta de Dados Primários
Os métodos de coleta de dados determinam o modo como os dados serão cole-
tados no projeto. Apresentaremos a seguir os métodos de coleta de dados pri-
mários, segundo Mattar (2007).
Este método consiste no questionamento, verbal ou escrito, dos responden-
tes, para a obtenção dos dados desejados.
Quanto ao grau de estruturação e disfarce, este método pode ser classificado em:
capítulo 2 • 81
Nas entrevistas pessoais, o entrevistador e o entrevistado se encontram pes-
soalmente para obtenção dos dados. Nas entrevistas por telefone os dados são
obtidos por telefone em vez do contato pessoal. As entrevistas não estruturadas
são utilizadas nas pesquisas exploratórias, sem ferramenta
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Técnicas de observação:
82 • capítulo 2
Quanto ao grau de disfarce: a técnica de observação quanto ao grau de dis-
farce pode ser dividida em observação disfarçada e não disfarçada. Na obser-
vação disfarçada o pesquisado não tem conhecimento de que está sendo ob-
servado. Utiliza-se esta técnica quando se pressupõe que o conhecimento, por
parte do pesquisado de que está sendo observado, pode induzi-lo a mudar o
comportamento. Assim, para usar esta técnica o observador deve se ocultar, ou
seja, fazer parte da situação que está sendo observada, ou utilizar instrumentos
eletrônicos e ocultos para registrar as observações e posteriormente interpretar
e analisar as observações coletadas. Já na observação não disfarçada, o pesqui-
sado sabe que está sendo observado. Esta técnica deve ser utilizada quando o
fato não envolver comportamentos ou quando aspectos éticos ou legais impe-
direm a utilização de observação disfarçada (MATTAR, 2007).
capítulo 2 • 83
passados. Em situações em que não é possível observar diretamente os fatos
ou comportamentos, pode-se procurar observar possíveis efeitos deixados e a
partir daí chegar a algumas conclusões.
Segundo Mattar (2005) o método de observação surge como uma natural pro-
pensão do ser humano e observar e analisar os fenômenos que o cercam. Talvez
seja o tipo de pesquisa mais simples de ser feito e muitas vezes é utilizado pelo
empresário se a ciência necessária para um estudo planejado, prejudicando
seu uso na gestão dos negócios.
Já as pesquisa de campo, focam os dados primários com questionamentos ver-
bais ou escrito, dos respondentes para a obtenção do dado necessário, Mattar (2005).
A escolha entre as duas metodologias deve acontecer com uma análise mui-
to próxima dos objetivos especificados no projeto de pesquisa, pois impactarão
na forma da coleta do dado, nos resultados obtidos e as possibilidades analíti-
cas. Ou seja, ambos os métodos podem ser adequados, depende do objetivo da
pesquisa e a necessidade de dados e informações que são esperados. A pesqui-
sa de campo traz maior representatividade da população em estudo e permite
cruzar mais de um dado coletado gerando uma nova informação.
Já a pesquisa por observação pode trazer informações subjetivas, analíti-
cas ou objetivas, quantitativas. Gera uma informação fiel do comportamento
do consumidor, pois o mesmo pode não perceber a observação e assim agir de
84 • capítulo 2
forma natural. Outro ponto interessante da observação é que muitas pessoas
não racionalizam algumas atitudes e ações, em um ponto de venda, por exem-
plo, e dessa forma não poderiam verbalizar essas situações caso fossem inves-
tigados por uma pesquisa de campo, já na observação a captação do dado e a
análise seriam viáveis.
Veja a seguir o quadro comparando a pesquisa de campo e a observação,
quanto as vantagens e desvantagens dos métodos:
capítulo 2 • 85
ATIVIDADES
Uma empresa de informática deseja lançar no mercado um software, gerenciador de bancos
de dados, dirigido a professores. O produto apresenta como principais benefícios: armaze-
namento, seleção e impressão de questões para a elaboração de provas e exercícios como
rapidez e qualidade de apresentação. A empresa não dispõe de dados sobre a demanda
deste tipo de produto, desconhece as características do público-alvo, professores de escolas
particulares e suas preferências com relação às características do produto.
O propósito deste projeto de pesquisa é identificar a oportunidade de mercado para o
produto em questão, avaliando o potencial de mercado e as características de segmentação.
Fonte: SAMARA e BARROS, 2002
02. Mostre, de forma detalhada, como deverá ser feita a pesquisa. Qual(is) o(s) tipo(s) de
pesquisa(s) deverá(ão) ser usado(s) para esse objetivo e os métodos de coleta de dados.
REFLEXÃO
Analise as propagandas de televisão, web e mídias impressas que demonstram ter seus argu-
mentos de vendas e apresentação do produto calcados em informações qualitativas, por expres-
sarem opiniões, valores intangíveis, desejos de consumo, aspectos de atitude e comportamento.
LEITURA
Texto 1 – Pesquisa qualitativa em marketing e suas variações: trilhas para pesquisas
futuras. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rac/v9n2/v9n2a02.pdf>.
Texto 2 – Pesquisa qualitativa versus pesquisa quantitativa: esta é a questão? Dispo-
nível em: <http://www.scielo.br/pdf/ptp/v22n2/a10v22n2.pdf>.
86 • capítulo 2
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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TRUJILLO, V. Pesquisa de mercado qualitativa e quantitativa. São Paulo: Scortecci, 2001
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MATTAR, F. N. Pesquisa de marketing: metodologia, planejamento, execução, análise. 5. ed. São
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Interdisciplinar de Marketing, v. 2, n. 2, p. 21-37, jul./dez. 2003
capítulo 2 • 87
SAMARA, B. S.; BARROS, J. C. Pesquisa de marketing: conceitos e metodologia. São Paulo:
Prentice Hall, 2002.
VIEIRA, V. A. As tipologias, variações e características da pesquisa de marketing. Ver. FAE, Curitiba, v.
5, n. 1, p. 61-70, jan./abr. 2002.
88 • capítulo 2
3
Plano Amostral e
Escalas
O entendimento de amostragem é fundamental para o desenvolvimento dos
projetos de pesquisa com enfoque quantitativo. A amostra significa um peda-
ção do todo que a pesquisa abordará, e esse pedaço deve representar o todo
com maior ou menor força estatística. Assim, trabalhar bem com a amostra-
gem significa aumentar a confiabilidade dos resultados da pesquisa. Neste
capítulo serão abordados os conceitos relacionados à amostra em pesquisa
de mercado e seus desdobramentos. Outro ponto em questão são as escalas,
muito importantes na elaboração do questionário e padronização das análi-
ses. Em resumo as escalas facilitam as respostas que precisam de parâmetros,
por exemplo Joaquim corre 3 e Paulo 100, no entanto o maior corredor entre
esses dois é o Joaquim, pois esse mede suas corridas em quilômetros e Paulo
mede em centímetros.
OBJETIVOS
Espera-se que após estudar a respeito do plano de amostragem e sobre as escalas, você
seja capaz de:
90 • capítulo 3
3.1 Conceito de População e Amostra
Nos capítulos anteriores o aluno já teve um pleno entendimento de uma pes-
quisa de marketing, partindo da análise do contexto do problema para definir
os objetivos e assim favorecer a escolha dos métodos de pesquisa. Nesse capí-
tulo, você continua a evoluir e evoluir no caminho da construção do projeto de
pesquisa somando importantes aliados, como a amostra e o uso de escalas.
De acordo com Samara e Barros (2002) a maioria das pesquisas de marke-
ting é realizada a partir de amostras, que podem ser pessoas, empresas, entida-
des, famílias, lojas, etc; o que significa que os resultados obtidos do estuda da
amostra podem ser estimados para o universo ou população da qual a amostra
foi selecionada, dentro de parâmetros de precisão estimados. É esta a grande
utilidade do estudo junto as amostras de uma determinada população. O con-
ceito de amostragem é comum a todos nós. A amostra é uma parte de um uni-
verso, ou população, com as mesmas características destes (SAMARA; BARROS,
2002).
Ao escolhermos determinado tecido para a confecção de uma peça do vestu-
ário, o fazemos a partir da seleção de amostras dos tecidos disponíveis, e, mes-
mo em uma indústria alimentícia, os padrões de qualidade dos produtos são
efetuados a partir da aferição de amostras dos lotes fabricados.
Para escolher o processo de amostragem, o pesquisador deve levar em conta
o tipo de pesquisa a acessibilidade dos elementos da população, a disponibili-
dade ou não de ter elementos da população, a representatividade desejada ou
necessária, os recursos financeiros, os recursos humanos, dentre outros.
Neste momento é importante definir:
capítulo 3 • 91
• População: universo de uma pesquisa que compreende a totalidade de
elementos do público-alvo (SAMARA; BARROS, 2002).
• Amostra: é qualquer parte de uma população ou universo com as mesmas
características.
• Amostragem: processo de colher amostras de uma população.
• As técnicas amostrais se subdividem em amostras probabilísticas e amos-
tras não probabilísticas.
92 • capítulo 3
é caro de demorado. Em pesquisas que envolvem populações grandes, como
usuários de produtos de consumo, geralmente não é viável realizar um censo.
Portanto, a amostra é a única opção viável. Entretanto, a pesquisa business-
to-business (negócio para negócio), que implica em produtos industriais, em
geral envolve uma população muito menor. Nessas situações, o censo não se
torna somente possível como também desejável (MALHOTRA, 2001).
capítulo 3 • 93
• Se os requisitos do problema em estudo impõem a obtenção de dados es-
pecíficos de cada elemento da população;
• Por imposição legal (exemplo é a realização, a cada dez anos, do recensea-
mento da população brasileira pela IBGE).
Porém, uma das vantagens de se trabalhar com amostras são as grandes di-
ficuldades de se pesquisar todo um universo (se a população é infinita o censo
é impossível); amostras são, em geral, mais atualizadas, sobretudo quando a
pesquisa é demorada; o alto custo que seria envolvido numa pesquisa com o
universo (os custos de examinar uma amostra são menores) e as dificuldades
técnicas/possibilidades de se cometer erros de coleta, processamento e trata-
mento dos dados, uma vez que as amostras são mais precisas que os censos,
pois envolvem menos coletores de informações e, consequentemente, menos
possibilidades de erros (PEDRINHA, 2001).
A tabela 3. 1 mostra, de uma forma resumida, as condições que favorecem o
uso de censo e amostra.
AMOSTRA CENSO
94 • capítulo 3
CONDIÇÕES QUE FAVORECEM O USO DE
AMOSTRA CENSO
Tabela 3.1 – Condições que favorecem o uso de censo e amostra. Fonte: Malhotra et al
(2005).
capítulo 3 • 95
3.3 Amostras Probabilísticas e Amostras não
Probabilísticas
Definir a população
⇓
3. Definição da população
A população-alvo é o conjunto de elementos ou objetos que possuem a in-
formação procurada pelo pesquisador e sobre os quais devem ser feitas infe-
rências. Especificada através da combinação de algumas características, tais
como geográficas, demográficas, uso de produtos/serviços.
96 • capítulo 3
Uma unidade de amostragem pode ser o elemento em si ou uma entidade
mais prontamente disponível que contenha o elemento. Suponha que a em-
presa Revlon pretenda avaliar a resposta do consumidor a uma nova linha de
batons e queira obter uma amostra de mulheres acima de 18 anos. Neste estu-
do, o elemento de amostragem seria mulheres acima de 18 anos e a unidade
de amostragem poderia ser domicílios, entrevistando mulheres acima dos 18
anos de idade.
4. Determinar a estrutura de amostragem
Trata-se de “vaso abstrato” que contenha todos os elementos da população
-alvo. Exemplo: uma lista (telefônica, por exemplo), um mapa, um banco de da-
dos ou conjunto de instruções específicas para se localizar a população-alvo.
5. Escolher uma técnica de amostragem
A seleção de uma técnica de amostragem envolve a amostragem não proba-
bilística ou a probabilística.
A precisão se refere ao nível de incerteza sobre a característica que está sendo medida.
capítulo 3 • 97
na hora certa. Exemplos: uso de alunos, grupos de igrejas e membros de orga-
nizações sociais, entrevistas de abordagem em shoppings realizadas sem qua-
lificar os entrevistados; lojas de departamentos que usam listas de crediários,
entrevistas com pessoas na rua.
b) Amostras não probabilísticas por julgamento: os elementos da amos-
tra são selecionados segundo um critério de julgamento do pesquisador, tendo
como base à crença nas informações que o elemento selecionado possa for-
necer ao estudo. O pesquisador escolhe os elementos da amostragem porque
acredita que representam a população de interesse. Exemplos: mercados de
teste selecionados para determinar o potencial de um novo produto; zonas elei-
torais indicadoras de tendências selecionadas na pesquisa de comportamento
de votação; e lojas de departamentos escolhidas para testar um novo sistema de
display de mercadoria.
c) Amostras não probabilísticas por cota: consiste em uma amostra por
julgamento em dois estágios. Primeiro: desenvolver categorias ou quotas de
controle de elementos da população. Segundo: Selecionam-se elementos da
amostra com base na conveniência ou no julgamento. O pesquisador procu-
ra uma amostra que se identifique, em alguns aspectos, com o universo. Esta
identificação pode estar ligado ao sexo, idade etc., e a quantidade a ser entrevis-
tado é aleatória. Por exemplo: mulheres brancas de 18 a 35 anos podem ser con-
sideradas categoria de controle relevante para um estudo que envolva compra
de cosméticos. O pesquisador, então, estimaria a porporção da população-alvo
que se encaixa nessa categoria com base em experiência passada ou em fontes
de informação secundárias. Cotas são usadas para garantir que a composição
da amostra seja a mesma da composição da população com respeito às carac-
terísticas de interesse.
OBS: é importante ressaltar que as amostras obtidas pelas técnicas não pro-
babilísticas não permitem a inferência sobre o universo, pois nesses casos é
desconhecido o erro cometido na escolhas dos elementos.
Amostras probabilísticas:
98 • capítulo 3
A amostragem probabilística implica um sorteio com regras bem determi-
nadas, cuja realização só será possível se a população for finita e totalmente
acessível (MATTAR, 1999).
A característica de conhecer a probabilidade de cada elemento da popula-
ção fazer parte da amostra garante que a amostra será constituída de elementos
selecionados objetivamente por processos aleatórios, e não pela vontade pes-
quisador, dos entrevistadores de campo ou mesmo do entrevistado. Este fato,
em termos estatísticos, permite calcular em que medida os valores de variáveis
obtidos nas amostras diferem dos valores da população, sendo esta diferença
chamada de erro amostral (PEDRINHA, 2001). Assim, podem ser consideradas
rigorosamente estatísticas, podendo ser submetidas a tratamento estatístico,
que permite compensar erros amostrais.
Exemplo – Numa empresa deseja-se escolher 3 diretores entre seus chefes
executivos. A escolha é aleatória e não depende do prestígio, da capacidade, dos
anos de serviço, etc. Temos uma amostragem probabilística.
O erro amostral advém exclusivamente do fato de estarem sendo tomadas
medidas numa amostra, e não em toda a população.
As técnicas de amostragem probabilística variam em termos de eficiência
de amostragem. Elas podem ser (PEDRINHA, 2001; MALHOTRA et al. 2005):
a) Amostras probabilísticas simples: a amostragem probabilística (ou
aleatória) simples caracteriza-se pelo fato de cada elemento da população ser
escolhido por meio de sorteio. É a escolha aleatória dos elementos que farão
parte da amostra. A amostragem aleatória simples (AAS) é a maneira mais fácil
para selecionarmos uma amostra probabilística de uma população. Podemos
começar o conceito de AA de uma população finita, para a qual temos uma lis-
tagem de todas as unidades elementares. Podemos obter uma amostra nessas
condições, escrevendo cada elemento num cartão, misturando-os numa urna e
sorteando tantos cartões quantos desejarmos na amostra. Esse procedimento
torna-se inviável quando a população é muito grande. Nesse caso, usa-se um
processo alternativo, no qual os elementos são numerados e, em seguida, sor-
teados por meio de uma tabela de números aleatórios.
Utilizando-se um procedimento aleatório, sorteia-se um elemento da popula-
ção, sendo que todos os elementos têm a mesma probabilidade de ser seleciona-
dos. Repete-se o procedimento até que sejam sorteadas as unidades da amostra.
Podemos ter uma AAS com reposição, se for permitido que uma unidade
possa ser sorteada mais de uma vez, e sem reposição, se a unidade sorteada for
removida da população.
capítulo 3 • 99
Do ponto de vista da quantidade de informação contida na amostra, amos-
trar sem reposição é mais adequado. Contudo, a amostragem com reposição
conduz a um tratamento teórico mais simples, pois ela implica que tenhamos
independência entre as unidades selecionadas. Essa independência facilita o
desenvolvimento das propriedades dos estimadores que serão considerados.
Se a população for infinita , então as retiradas com e sem reposição serão
equivalentes, isto é, se a população for infinita (ou então muito grande), o fato
de se recolocar o elemento retirado de volta na população não vai afetar em
nada a probabilidade de extração do elemento seguinte.
Se, no entanto, a população for finita (e pequena) , será necessário fazer uma
distinção entre os dois procedimentos, pois na extração com reposição as diver-
sas retiradas serão independentes, mas no processo sem reposição haverá de-
pendência entre as retiradas, isto é, o fato de não recolocar o elemento retirado
afeta a probabilidade do elemento seguinte ser retirado. A amostragem sem re-
posição é mais eficiente que a amostragem com reposição e reduz a variabilida-
de, uma vez que não é possível retirar elementos extremos mais do que uma vez.
b) Amostras probabilísticas estratificadas: são aplicadas quando há uma
necessidade de subdividir a população em extratos homogêneos, como, por exem-
plo: classe social, idade, sexo etc. Nesta modalidade amostral, os pesos de cada
variável considerada na formação do extrato deverão ser fielmente refletidos na
amostra, veja o exemplo a seguir. Estruturar uma amostra estratificada por sexo e
idade, composta de 800 entrevistas, tomando por base as seguintes informações:
Homens 48,69%
Mulheres 51,31%
Total 100%
16 – 19 anos 15,62%
20 – 29 anos 29,69%
30 – 39 anos 23,64%
40 – 49 anos 13,90%
50 – 59 anos 8,57%
60 anos ou mais 8,59%
Total 100,00%
100 • capítulo 3
DISTRIBUIÇÃO ESTRATIFICADA DA AMOSTRA – POR SEXO E IDADE
HOMENS MULHERES TOTAL
16 – 19 anos 61 (15,62%) 64 (15,62%) 125 (15,62%)
20 – 29 anos 116 (29,69%) 122 (29,69%) 238 (29,69%)
30 – 39 anos 92 (23,64%) 97 (23,64%) 189 (23,64%)
40 – 49 anos 54 (13,90%) 57 (13,90%) 111 (13,90%)
50 – 59 anos 33 (8,57%) 35 (8,57%) 69 (8,57%)
60 anos ou mais 33 (8,59%) 35 (8,59%) 69 (8,59%)
Total 390 (100%) 411 (100%) 800 (100%)
capítulo 3 • 101
CONEXÃO
Conheça mais sobre as tendências do mercado brasileiro em relação a ferramentas promo-
cionais de marketing. Acesse o site da Associação de Marketing Promocional e navegue
pelas informações. http://ampro.com.br/pesquisas#
Tabela 3.3 – Pontos fortes e fracos das técnicas de amostragem. Fonte: Malhotra et al.
(2005).
102 • capítulo 3
A escolha entre amostras não probabilísticas e probabilísticas, segundo
Malhotra (2001) é baseada em considerações como a natureza da pesquisa,
a contribuição do erro pelo processo de amostragem em relação ao erro de
não-amostragem, a variabilidade da população e as considerações estatísti-
cas e operacionais. Por exemplo, na pesquisa exploratória, os resultados são
tratados como preliminares, e o uso da amostragem probabilística pode não
ser justificado. Por outro lado, na pesquisa conclusiva, em que o pesquisador
deseja generalizar os resultados para a população-alvo, como na estimativa de
participação de mercado, a amostragem probabilística é a preferida. As amos-
tras probabilísticas permitem uma projeção estatística dos resultados para a
população-alvo.
Quando são exigidos altos níveis de precisão de amostragem, como no caso
em que são tomadas estimativas características da população, a amostragem
probabilística é preferida. Nessas situações, o pesquisador precisa eliminar o
viés da seleção e calcular o efeito do erro de amostragem. Para fazer isso, é ne-
cessária a amostragem probabilística. Mesmo com essa precisão adicional de
amostragem, a amostragem probabilística nem sempre resultará em resulta-
dos mais precisos. Por exemplo, o erro de não amostragem pode não ser con-
trolado com a amostragem probabilística. Se esse erro de não amostragem vier
a ser um problema, então as técnicas de amostragem não probabilística, como
amostras de julgamento, podem ser preferíveis, permitindo maior controle do
processo de amostragem (MALHOTRA, 2001).
Quando puder escolher entre as técnicas de amostragem, o pesquisador
também precisa considerar a similaridade ou homogeneidade da população
com respeito às características de interesse. Por exemplo, a amostragem proba-
bilística é a mais apropriada em populações altamente heterogêneas, nas quais
se torna importante extrair uma amostra representativa. A amostragem proba-
bilística também é preferível do ponto de vista estatístico, uma vez que é a base
para técnicas mais comuns (MALHOTRA, 2001).
Embora a amostragem probabilística tenha muitas vantagens, ela é sofistica-
da e exige pesquisadores treinados em estatística. Geralmente custa mais e leva
mais tempo que a amostragem não probabilística. Em vários projetos de pesqui-
sa de marketing, é difícil justificar o tempo e a despesa adicional. Portanto, na
prática, os objetivos do estudo, exercem uma influência dominante na qual o mé-
todo de amostragem será usado (MALHOTRA, 2001).
capítulo 3 • 103
3.4 Cálculo Amostral
O tamanho da amostra está relacionado com o universo a ser pesquisado; quan-
to maior for a população, maior será o tamanho da amostra. Por isso, é muito
importante definir bem o público-alvo.
Para que uma amostra represente com fidedignidade às características do
universo, deve levar em consideração a extensão do universo, os recursos exis-
tentes, o nível de confiança estabelecido. O erro máximo permitido e a percen-
tagem com a qual o fenômeno se verifica.
Não há dúvida de que uma amostra não representa perfeitamente uma
população. Ou seja, a utilização de uma amostra implica na aceitação de uma
margem de erro que denominaremos erro amostral.
Erro amostral é a diferença entre um resultado amostral e o verdadeiro re-
sultado populacional; tais erros resultam de flutuações amostrais aleatórias.
Segundo Gomes (2005), um erro amostral de 5% indica que os percentuais de
respostas obtidas podem variar para mais 5% ou menos 5%.
Esse percentual depende muito do tipo de produto ou negócio; se o produto
a ser pesquisado no mercado for um medicamento para o combate de alguma
doença, com certeza será adotado o menor erro amostral possível.
Outro conceito relacionado com a definição do tamanho da amostra é o ní-
vel de confiança. Segundo Malhotra et al. (2005), nível de confiança é a proba-
bilidade de que um intervalo de confiança incluirá o parâmetro da população.
Em outras palavras, Gomes (2005) mostra que é uma medida estatística que
indica a probabilidade de repetição dos resultados obtidos caso a mesma pes-
quisa seja realizada novamente.
Numa curva normal, a área compreendida por um desvio-padrão, um à di-
reita e um à esquerda da média corresponde a aproximadamente 68% de seu
total. Verifique a curva:
–3 –2 –1 +1 +2 +3
104 • capítulo 3
Não é objetivo dessa disciplina detalhar abordagens estatísticas para cálcu-
lo de média e proporção em uma população. Para facilitar a sua pesquisa quan-
titativa, disponibilizamos uma tabela representativa que você poderá utilizar
para definir a sua amostra, segundo o universo a ser pesquisado.
Tabela 3.5 – Amostras casuais simples para proporção. Fonte: Pedrinha (2001).
capítulo 3 • 105
É importante que todas as tabelas estejam indexadas, em ordem decrescen-
te, exceto as que contenham perguntas em escala, de forma a permitir melho-
res interpretações dos resultados apresentados.
Neste momento, o analista toma ciência dos números envolvidos no rela-
tório e pode iniciar a construção dos cruzamentos (cruzar informações entre
tabelas – ex: sexo x idade; freqüência de consumo x volume de compras, etc.) ou
estratos (segmentação do relatório geral em partes específicas que comportam
todas as tabelas do estudo – ex: estrato de consumidores satisfeitos, estratos do
sexo masculino, etc.)
Para facilitar a compreensão dos dados, existem algumas ferramentas esta-
tísticas básicas que devem ser utilizadas:
106 • capítulo 3
cometidos durante o processo de pesquisa de marketing que não sejam oriun-
dos do tamanho e do processo de seleção da amostra (MATTAR, 2007). Os erros
não amostrais não são mensuráveis como os amostrais, porém, geram vieses
nos resultados da pesquisa.
capítulo 3 • 107
Erros na amostragem
Erros de não-resposta
108 • capítulo 3
3.7 Medição e Escalonamento
A medição pode ser entendida como sendo a atribuição de números e outros
símbolos a características de objetos de acordo com regras predefinidas (MA-
LHOTRA, 2004). Note-se que não se mede o objeto propriamente dito, mas al-
guma de suas características. Assim, não se medem os consumidores – apenas
suas percepções, atitudes, preferências, ou outras características importantes.
O aspecto mais importante da medição é a especificação de regras para atribuir
números às características, devendo ser padronizadas e uniformes.
©© DTVPHOTO | DREAMSTIME.COM
capítulo 3 • 109
Principais escalas de medição
110 • capítulo 3
A figura 3.1 mostra o exemplo prático dessas escalas de medição.
Escala
Figura 3.1 – Exemplo de aplicação das escalas de medição. Fonte: Malhotra (2004).
Tabela 3.6 – Comparação entre as escalas primárias de medição. Fonte: Malhotra (2004).
capítulo 3 • 111
O autor alerta para o fato de que esses quatro tipos principais de escalas
não esgotam a categoria de níveis de medida. As escalas comparativa e não-
comparativa ampliam a quantidade de técnica de escalonamento disponíveis
ao pesquisador (MALHOTRA, 2004).
A figura 3.2 mostra os tipos de técnicas existentes de acordo com a sua clas-
sificação. Vejamos, com mais detalhes, os tipos de técnicas de escalonamento
comparativas e não-comparativas nos itens à frente.
112 • capítulo 3
Técnicas de Escalonamento
capítulo 3 • 113
Transitividade de Preferência
Implica que, se a marca A é preferida à marca B, e a marca B é preferida à C, então a
marca A é preferida à C. Para chegar a uma ordem de postos, o pesquisador determina
o número de vezes que cada marca é preferida somando os valores das colunas.
Instruções
Vamos apresentar dez pares de marcas de shampoo. Para cada par, indique qual das
marcas de xampu no par você preferiria para uso pessoal.
Forma de registro:
*1 em um box específico significa que a marca nessa coluna teve preferência sobre a
marca na fileira correspondente do entrevistado. Um 0 significa que a marca da fileira
teve preferência sobre a marca da coluna
**O número de vezes que uma marca teve preferência é obtido somando o 1 de cada coluna.
Tabela 3.7 – Preferências de xampu obtidas com o uso de comparações por pares.
Fonte: Elaborado pela autora com base em Malhotra (2004).
114 • capítulo 3
Trata-se de uma abordagem comparativa em que são apresentados, simulta-
neamente, vários objetos aos entrevistados, que devem ordená-los ou atribuir-
lhes postos de acordo com algum critério.
Normalmente, é utilizado para avaliar preferências não só por marcas como
também por atributos. Os dados dispostos em ordem de posto são obtidos, fre-
quentemente, de entrevistados em análise conjunta, pois o escalonamento por
ordem de posto força o entrevistado a discriminar entre os objetos de estímulo.
Instruções
Classifique as várias marcas de creme dental em ordem de preferência. Comece esco-
lhendo a marca que você mais gosta e atribua a ela o número 1. Em seguida, encontre
sua segunda marca preferida e atribua a ela o número 2. Continue com esse proce-
dimento até que tenha classificado todas as marcas de creme dental em ordem de
preferência. A marca menos preferida deve receber uma classificação 10.
Duas marcas não devem receber o mesmo número de classificação.
Os critérios de preferência são totalmente seus. Não existe resposta certa ou errada.
Apenas tente ser consistente.
1. Prevent ______________________________________
2. Oral B ______________________________________
3. Colgate ______________________________________
4. Close-up ______________________________________
5. Sorriso ______________________________________
6. Kolynos ______________________________________
7. Condor ______________________________________
8. Sensodyne ______________________________________
9. Aquafresh ______________________________________
10. Crest ______________________________________
Tabela 3.8 – Preferências por marcas de creme dental utilizando escalonamento por ordem
de posto. Fonte: Elaborado pela autora com base em Malhotra (2004).
capítulo 3 • 115
Escalonamento de Soma Constante
Instruções
A seguir estão oito atributos de um sabonete. Reparta 100 pontos entre os atributos,
de modo que sua divisão reflita a importância relativa que você confere a cada atributo.
Quanto mais pontos um atributo receber, mais importante será. Se um atributo não for
importante, não lhe dê nunhum ponto. Se um atributo for duas vezes mais importtante
que outro, ele deverá receber duas vezes mais pontos.
Forma
Média de resposta dos três segmentos
Atributo Segmento I Segmento II Segmento III
1. Suavidade 8 2 4
2. Espuma 2 4 17
3. Redução 3 9 7
4. Preço 53 17 9
5. Fragância 9 0 19
6. Embalagem 7 5 9
7. Hidradante 5 3 20
8. Poder de limpeza 13 60 15
Soma 100 100 100
Tabela 3.9 – Importância dos atributos de um sabonete segundo uma escala de soma cons-
tante. Fonte: Malhotra (2004).
116 • capítulo 3
3.9 Técnicas de escalonamento não-
comparativo
Escala de classificação
não-comparativas
Diferencial
Stapel Likert
semântico
CONEXÃO
Visite o site de um instituto de pesquisa, com maior foco na metodologia quantitativa. Veja a
pesquisa sobre lembrança de propaganda (recall), onde pela 3ª vez no ano (pesquisado), o
verejista Casas Bahia tem a propaganda mais lembrada da TV
Baixe esta pesquisa, onde foram realizadas 603 entrevistas na cidade de São Paulo. Margem
de erro de 4 pontos percentuais para mais ou para menos, dentro de um nível de nível de
confiança de 95%.
Lembre-se ao ler essa pesquisa, você estará analisando dados secundários.
http://datafolha.folha.uol.com.br/mercado/2014/07/1487575-pela-3-vez-no-ano-casas
-bahia-tem-propaganda-mais-lembrada-da-tv.shtml
capítulo 3 • 117
Escala de Classificação Contínua ou classificação gráfica
Escala contínua também chamada de escala gráfica, solicita aos entrevistados que
classifiquem os objetos fazendo uma marca no local que julgue adequado em uma linha
que vai de um extremo ao outro da variável critério.
Provavel-
Provavelmente a
mente a
pior
melhor
0 25 50 75 100
CONEXÃO
Conheça mais sobre pesquisas no Brasil. Acesse o site da Nielsen pelo link:
http://br.nielsen.com/site/index.shtml
118 • capítulo 3
Exemplo: Com relação ao grau de satisfação com seu atual plano de saúde,
você afirmaria que está:
( ) Totalmente satisfeito
( ) Parcialmente satisfeito
( ) Parcialmente insatisfeito
( ) Totalmente insatisfeito
capítulo 3 • 119
A tabela 3.10 ilustra a pergunta formulada com escala de Likert.
Tabela 3.10 – Exemplo de uma pergunta utilizando escala de Likert. Fonte: elaborado com
base em Samara e Barros (2002).
120 • capítulo 3
COM RELAÇÃO AO IOGURTE MARCA “P” COM POLPA DE FRUTAS,
QUAL SUA OPINIÃO?
7; 6; 5; 4; 3; 2;1
Tabela 3.11 – Exemplo de uma pergunta utilizando escala de diferencial semântico. Fonte:
Samara e Barros (2002).
capítulo 3 • 121
As escalas Stapel são uma modificação das escalas de diferencial semân-
tico. Para Mattar (2007), a diferença consiste na utilização de uma escala de
pontuação verbal unipolar de 10 pontos, que medem simultaneamente a força
e a direção da atitude. Os resultados da utilização desta escala e a análise dos
dados obtidos seguem os mesmos padrões aos obtidos pela escala de diferen-
cial semântico.
Vantagens: não exige um pré-teste dos adjetivos ou frases para assegurar
verdadeira bipolaridade e pode ser aplicada pelo telefone. Ela é uma escala uni-
polar de 10 pontos sem um ponto neutro (zero).
Desvantagens: alguns pesquisadores acham a escala de Stapel confusa e de
difícil aplicação.
Tanto a escala Likert como a Stapel são recomendadas para medidas de ati-
tudes e percepções. Porém, dentre as três escalas de escalonamento citadas, a
escala de Stapel é a menos utilizada (MALHOTRA, 2004).
Exemplo: Queira indicar o grau de precisão com que cada palavra ou frase
descreve cada uma das lojas de departamentos. Escolha um número com sinal
(+) para as frases que acha que descrevem a loja com precisão; quanto maior
o grau de precisão, maior o número com o sinal (+). Escolha um número com
sinal (–) para as frases que acha que não descrevem a loja com precisão; quanto
menor o grau de precisão, maior o número com o sinal (–). Escolha qualquer
número, de +5, para frases muito precisas, a –5, para frases muito imprecisas
(MALHOTRA, 2004). Veja o exemplo a seguir:
Sears
+5 +5
+4 +4
+3 +3
+2 +2
+1 +1
Alta qualidade Serviço Fraco
–1 –1
–2 –2
–3 –3
–4 –4
–5 –5
122 • capítulo 3
A tabela 3.12 mostra, de forma resumida, uma análise comparativa entre os
tipos de escala não-comparativas.
CARACTERÍSTICAS
ESCALA EXEMPLOS VANTAGENS DESVANTAGENS
BÁSICAS
Colocar uma mar- Reação à propa- Facil de construir A pontuação pode
Escala de classifi- ca em uma linha ganda na TV ser trabalhosa a
cação contínua contínua não ser que se use
um computador
Escalas por itens
Grau de concor- Medição de Facil de construir Consome mais
dância em uma atitudes aplicar e compre- tempo
Escala de Likert escala de 1 (dis- ender
cordo muito) a 5
(concordo muito)
Escala de 7 pon- Imagens de marca, Versatil Dificil de encontrar
Diferencial semân-
tos com rótulos produto e empresa adjetivos opostos
tico
opostos apropriados
Escala unipolar de Medição de atitu- Facil de construi, Confusa e difícil
10 pontos, – 5 a + des e imagens aplicada pelo de aplicar
Escala de Stapel
5, sem um ponto telefone
neutri (zero)
capítulo 3 • 123
Se for possível uma resposta de escala
neutra ou indiferente pelo menos para
3. Número ímpar ou par de categorias
alguns dos entrevistados, um número
ímpar de categorias deve ser usado.
ATIVIDADES
01. Qual a principal diferença entre amostra e censo?
124 • capítulo 3
REFLEXÃO
Foram apresentados, neste último capítulo, os conceitos relativos a amostra e censo. Você
pôde compreender a diferença entre estas duas técnicas e identificar situações em que se
usa cada uma delas. O processo de amostragem foi apresentado, e você aprendeu que há
etapas que devem ser seguidas para definição do plano de amostragem. Estas técnicas se
diferenciam entre si e são adequadas para cada situação específica do projeto de pesquisa.
Assim, foram apresentadas algumas considerações acerca do relatório de pesquisa para que
compreenda a importância de uma boa análise e apresentação dos resultados e sugestões
a partir das informações descobertas na pesquisa de marketing.
LEITURA
Texto 1 – Estudo do plano amostral na pesquisa de mercado e a busca de novas
tecnologias que facilitem o trabalho de campo. Disponível em: http://www.pdfooz.ne-
t/k-6709619.html
Texto 2 – Plano amostral: pesquisa de emprego e desemprego. Disponível em: <http://
www.scielo.br/pdf/spp/v17n3-4/a13v1734.pdf>.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, A. R. M. Material de aula da disciplina Administração Mercadológica do Prof. Dr.
Ricardo Almeida, UNIRG, 2008. Disponível em: <http://www.ricardoalmeida.adm.br/index.php>.
GOMES, I. M. Manual – Como elaborar uma pesquisa de mercado. Belo Horizonte: Sebrae/MG,
2005.
MALHOTRA, N. K. Introdução à pesquisa de marketing. São Paulo: Prentice Hall, 2005.
MATTAR, F. N. Pesquisa de marketing: metodologia, planejamento, execução, análise. 5. ed. São
Paulo: Atlas, 2 volumes, 1999.
PEDRINHA, E. Pesquisa de mercado. Univila, 2001. Disponível em: <http://www.univila.br/
professores/epedrinha/Apostila%20%20Pesquisa%20de%20Mercado.pdf>
MALHOTRA, N. K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 4. ed. Porto Alegre: Bookman,
2004
capítulo 3 • 125
MALHOTRA, N. K. Introdução à pesquisa de marketing. São Paulo: Prentice Hall, 2005.
MATTAR, F. N. Pesquisa de marketing: edição compacta. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2007.
SAMARA, B. S.; BARROS, J. C. Pesquisa de Marketing: conceitos e metodologia. São Paulo:
Prentice Hall, 2002.
126 • capítulo 3
4
Instrumento de
Coleta de Dados
Neste capítulo apresentaremos os aspectos relacionados à elaboração do ins-
trumento de coleta de dados. Serão abordados os tópicos mais importantes a
serem considerados ao elaborar o instrumento que será usado para coletar os
dados de interesse para o alcance dos objetivos da pesquisa.
OBJETIVOS
Espera-se que, após estudar a respeito elaboração de instrumentos de coleta de dados, você
seja capaz de:
128 • capítulo 4
4.1 Visão Geral
Agora chegou o momento de direcionar sua atenção às diretrizes para a cons-
trução do instrumento de coleta de dados, ou seja, é o momento de entrarmos
na etapa de execução da pesquisa. Esta etapa envolve a preparação do campo,
a realização do campo, o processamento, a análise, a interpretação e conclusão
da pesquisa.
A construção do instrumento de coleta de dados é a primeira atividade que
se faz nesta etapa e tem grande importância para o alcance dos objetivos da
pesquisa. Construir questionários não é, contudo, uma tarefa fácil, mas aplicar
algum tempo e esforço na sua construção
pode ser um fator favorável ao “crescimen-
capítulo 4 • 129
4.2 Instrumentos de Coleta
Instrumento para observação.
OBSERVAÇÃO
130 • capítulo 4
OBSERVAÇÃO
Tabela 4.1 – Projeto de pesquisa por observação – Loja de departamentos. Fonte: Malhotra
(2004).
O roteiro de entrevistas para pesquisa qualitativa também deve ser elaborado a partir
dos objetivos determinados e deve conter tópicos subdivididos em blocos de assuntos.
Como a técnica exige gravação das entrevistas, o roteiro não contém espaços para
repostas, como acontece no questionário
capítulo 4 • 131
Para onde viaja e qual a frequência
Como decide as localidades e por quanto tempo
fica/viaja
HÁBITOS DE VIAGENS Para quais destinos/localidade prefere viajar/
épocas do ano
Como toma conhecimento dos destinos/locidades
Com quem costuma viaja
Hábito de procurar agências e motivações
Quem indica a agência/como toma conhecimento
Melhores e piores agências – razões
A COMPRA DE PACOTES TURÍSTICOS Vantagens percebidas de utilizar serviços de
agências de viagens
Desvantagens percebidas de utilizar agências
A agência ideal - que serviços espera/expectativas
Como escolhe os Hotéis
Principais atributos procurados
HOSPEDAGEM Características que rejeitam
Critérios para decisão de escolha dos hotéis
Que tipo de atividades / atrações prefere –
passeio/trilhas/esportes/ recreações/música/
AS ATRAÇÕES TURÍSTICAS restaurantes/lojas/jogos/ etc...
Polos turísticos que conhece no Brasil – princi-
pais atrativos de cada.
Conhecimento da Pousada do Rio Quente e
fontes de informações utilizadas
Imagem da Pousada do Rio Quente
Quais atrativos são associados
Que tipo de pessoa frequenta a Pousada
Como é o ambiente da Pousada
Personificação da Pousada do Rio Quente se a
A POUSADA DO RIO QUENTE – IMAGEM E GRAU DE P. R. Q fosse uma pessoa como seria (aspectos
INTERESSE físicos, de personalidade, valores e atitudes).
Apresentação do conceito e fotos da Pousada do
Rio Quente
Interesse em conhecer a Pousada – razões de
interesse / desinteresse
Como seria o pacote ideal para uma viagem para
a Pousada do Rio Quente – quantos dias / ativi-
dades que gostaria de fazer / quanto pagaria.
Tabela 4.2 – Exemplo de roteiro para pesquisa qualitativa. Fonte: Samara e Barros (2002).
132 • capítulo 4
CONEXÃO
Conheça um pouco mais sobre o IBGE e dados sobre a população brasileira. Navegue no
site e conheça os questionários eletrônicos. Acesse o link: http://www.ibge.gov.br/home/
Questionário - quantitativo
O questionário, ainda segundo o autor, pode ser definido como uma “téc-
nica estruturada para coleta de dados que consiste em uma série de perguntas,
escritas ou orais, que um entrevistado deve responder”. As perguntas dos ques-
tionários devem ser claras e objetivas com termos simples.
!
ATENÇÃO
capítulo 4 • 133
A elaboração de um questionário de pesquisa é a atividade que exige maior
atenção em todo o processo, pois trará do mercado as informações essenciais
para o sucesso da empresa (AZEVEDO, 2004). Não há um modelo ideal de ques-
tionário em relação ao conteúdo ou ao número de perguntas. Cada projeto exi-
ge criatividade e formas adequadas de formulação de perguntas cujas respos-
tas atendam a todos os objetivos propostos (PEDRINHA, 2001). Porém, Mattar
(2007) destaca que o questionário geralmente é formado de cinco partes:
1. Dados de identificação
2. Solicitação para cooperação,
3. Instruções para sua utilização
4. Perguntas, questões e formas de registrar as respostas
5. Dados para classificar socioeconomicamente os pesquisados.
Erros não amostrais são cometidos durante o processo de pesquisa de marketing que
não sejam oriundos do tamanho e do processo de seleção da amostra. Exemplo: as
perguntas podem estar redigidas de forma que as respostas sejam viesadas, as opções
de respostas podem não estar completas, não há orientação adequada de como pro-
ceder para responder, localização errada da pergunta, a resposta a uma pergunta pode
interferir nas respostas de outras.
134 • capítulo 4
4.3 Processo de Elaboração do Questionário.
À medida que o processo de pesquisa avança, a informação procurada se define
cada vez com maior clareza, sendo, portanto, conveniente rever os componen-
tes do problema e a abordagem, especialmente as questões de pesquisa, as hi-
póteses e as características que influenciam o plano de pesquisa.
Além disso, é importante ter uma ideia clara da população-alvo, uma vez
que as características do grupo entrevistado têm grande influência na elabora-
ção do questionário (MALHOTRA, 2004). Mattar (2007) afirma que o projeto e a
construção de um instrumento de coleta de dados, no caso de um instrumento
estruturado e não disfarçado, que é o mais completo de todos, compreende os
seguintes passos:
1. Determinação dos dados a coletar, o qual depende de uma boa definição do pro-
blema e dos objetivos do projeto
2. Determinação do instrumento, segundo o método de administração
3. Redação da primeira versão do instrumento
4. Revisões e pré-testes
5. Redação final.
capítulo 4 • 135
• Não utilizar, em hipótese alguma, pergunta que induza à resposta;
• Fornecer instruções para os entrevistadores;
• Preparar, treinar o entrevistador;
• Testar o questionário em uma pequena amostra e fazer os ajustes antes de
aplicá-lo em um grande número de pessoas;
Quanto à decisão da estrutura das questões, essa pode ser classificada se-
gundo Malhotra (2004), em:
136 • capítulo 4
Uma questão com apenas duas alternativas de resposta (“sim”
ou “não”; “concordo/discordo”; maior/menor). Apresentam
algumas vantagens: são fáceis e rápidas para aplicar, processar
e analisar; os respondentes consideram essas perguntas
QUESTÃO DICOTÔMICA rápidas e fáceis de responder; apresentam pouca possibilidade
de erro. Algumas desvantagens são: podem apresentar erro
de medição se o tema apresenta diversas nuanças entre as
opções de respostas.
Proporciona intensidade ou sensibilidade a resposta. Já
ESCALONADA foram discutidas no capítulo anterior.
capítulo 4 • 137
A disposição das perguntas no questionário também é uma decisão impor-
tante. Elas podem ser encadeadas, aumentando gradativamente o grau de com-
plexidade e seguindo uma ordem cronológica ou lógica. Porém, vale lembrar
que as perguntas mais difíceis ou embaraçosas devem ser deixadas para o final
do questionário. Quando houver a possibilidade de o entrevistado não respon-
der a todas as perguntas com sinceridade, é necessário fazer testes de consis-
tência, repetindo perguntas de formas diferentes (AZEVEDO, 2004)
138 • capítulo 4
Observe na tabela4.3 alguns exemplos de perguntas:
Pergunta fechada
Em que bairro o sr.( a ) mora?
( ) Higienópolis ( ) Sumaré ( ) Pacaembu ( ) Mooca ( ) outros_________
Pergunta aberta
Qual a sua opinião sobre o bairro onde mora?______________________________
_____________________________________________________________________
Pergunta semi-aberta
Em que bairro o sr.( a ) mora?
( ) Higienópolis ( ) Sumaré ( ) Pacaembu ( ) Mooca ( ) outros_________
Por que? _____________________________________________________________
Perguntas encadeadas
A segunda pergunta depende da resposta da primeira.
O sr.( a ) mora em casa própria financiada?
( ) Sim ( ) Não
Caso a resposta seja afirmativa, qual a entidade financiadora?
( ) BNH ( ) CEF ( ) Construtora ( ) Banco particular ( ) Outros _______
capítulo 4 • 139
O pré-teste é o teste do questionário com uma pequena amostra de entrevistados que
tenham o perfil da amostra desejada, com o objetivo de identificar e eliminar problemas
potenciais.
CONEXÃO
Conheça mais sobre as pesquisas do Ibope. Visite o site e navegue pelas informações das
pesquisas.
http://www.ibope.com.br/pt-br/solucoes/Paginas/Default.aspx
140 • capítulo 4
Exemplos:
A partir da definição das informações necessárias para a sua pesquisa, o Sr.
Manoel, que pretende abrir uma padaria, criou questionários para pesquisar seus
clientes. Na pesquisa de concorrentes criou um formulário de avaliação e para a
pesquisa de fornecedores elaborou um roteiro de entrevista. Veja os exemplos:
Questionário
Público-Alvo: Clientes potenciais – Moradores da região
Pesquisa: Quantitativa
Meio/Técnica de aplicação: Entrevista Pessoal
Tamanho da amostra: 61 pessoas
Informações necessárias (objetivos secundários):
Identificar os hábitos de consumo desses clientes;
Identificar fatores que motivam a compra;
Identificar as características dos clientes que frequentariam a padaria.
PERGUNTAS RESPOSTAS
Em aberto: _______________________________
1. QUAL PADARIA COSTUMA FREQUENTAR? _________________________
A. ( ) Próxima à residência
B. ( ) Próxima ao trabalho
2. POR QUE FREQUENTA ESTA PADARIA? (MARCAR C. ( ) Qualidade dos produtos
APENAS UMA ALTERNATIVA) D. ( ) Preço
E. ( ) Outros_____________________
A. ( ) Pães
3. QUE TIPOS DE PRODUTOS COSTUMA COMPRAR? B. ( ) Roscas e bolos
(MAQUE ATÉ TRÊS ALTERNATIVAS) C. ( ) Laticínios
D. ( ) Outros_____________________
A. ( ) 2 vezes ao dia
B. ( ) 1 vez ao dia
4. QUAL A FREQUÊNCIA EM QUE VAI À PADARIA C. ( ) 2 a vezes ao dia
(MARCAR APENAS UMA ALTERNATIVA) D. ( ) Mais de trêz vezes por semana
E. ( ) De vez em quando
A. ( ) Até R$ 3,50
5. QUANTO COSTUMA GASTAR NA PADARIA? (MAR- B. ( ) R$ 3,50 a R$ 5,00
CAR APENAS UMA ALTERNATIVA) C. ( ) Acima de R$ 5,00
A. ( ) Você mesmo
6. QUEM GERALMENTE FAZ AS COMPRAS NA PADA- B. ( ) Empregada
RIA? (MARCAR APENAS UMA ALTERNATIVA C. ( ) Familiares
7. EM QUAL(IS) PERÍDO(S) SÃO FEITAS AS COM- A. ( ) Manhã
PRAS? (MARCAR QUANTAS ALTERNATIVAS FOREM B. ( ) À tarde
NECESSÁRIAS C. ( ) À noite
capítulo 4 • 141
PERGUNTAS RESPOSTAS
A. ( ) Qualidade dos produtos
B. ( ) Variedade dos produtos
8. QUAIS OS PONTOS MAIS INSATISFATÓRIOS EM C. ( ) Dias de funcionamento
RELAÇÃO À PADARIA QUE COSTUMA FREQUENTAR? D. ( ) Preço
(MARCAR ATÉ TRÊS ALTERNATIVAS) E. ( ) Atendimento
F. ( ) Outros ____________________
A. ( ) Localzação
B. ( ) Qualidade dos produtos
9. E OS PONTOS MAIS FAVORÁVEIS? (MARCAR ATÉ C. ( ) Variedade dos produtos
TRÊS ALTERNATIVAS) D. ( ) Preço
E. ( ) Atendimento
F. ( ) Outros
A. ( ) Até 25 anos
B. ( ) De 25 a 35 anos
10. FAIXA ETÁRIA C. ( ) De 36 a 45 anos
D. ( ) Acima de 45 anos
A. ( ) Solteiro(a)
B. ( ) Casado(a)
11. ESTADO CIVIL C. ( ) Separado(a)
D. ( ) Viúvo(a)
A. ( ) Até R$ 500,00
B. ( ) De R$ 500,00 a R$ 1.500,00
12. RENDA C. ( ) De R$ 1.600,00 a R$ 2.500,00
D. ( ) De R$ 2.600,00 a R$ 5.000,00
E. ( ) Acima de R$ 5.000,00
13. PROFISSÃO Em aberto _______________________
A. ( ) Trabalha na regão
14. O(A) SR(A) B. ( ) Reside na região
C. ( ) Ambos
OBS: RELATAR AO ENTREVISTADO APENAS AS RESPOSTAS DAS PERGUNTAS: 10, 11, 12 E 14
Roteiro de Entrevista
Público-alvo: Fornecedores
Pesquisa: Qualitativa
Meio/Técnica de aplicações: Entrevista Pessoal
Tamanho da amostra: 9 Fornecedores
Informações necessárias (objetivos secundários):
Identificar fornecedores;
Analisar políticas de preço;
Estudar as condições de fornecimento
142 • capítulo 4
Roteiro de Entrevista
1. Nome da empresa:
2. Endereço:
3. Telefone:
4. Home Page:
5. Tempo de atuação:
6. Entrevistado:
7. Cargo
8. E-mail:
9. Produtos que comercializa:
( ) Laticínios
( ) Frios
( ) Bebidas alcoólicas
( ) Bebidas não alcoólicas
( ) Matéria-prima para confecção de doces, biscoitos, roscas, bolos, pães.
( ) Outros ______________________________________________________
10. Porte:
( ) Pequeno
( ) Médio
( ) Grande
11. Principais clientes:
( ) Supermercados
( ) Sacolões
( ) Mercearias
( ) Padarias
( ) Outros
12. Prazo de entrega:
13. Condições de compra:
14. Condições de pagamento:
15. Relação de preços dos produtos que comercializa por volume mínimo de compra:
capítulo 4 • 143
Formulário de Avaliação da Concorrência (cliente oculto)
Publico-alvo: Concorrentes
Pesquisa: Qualitativa
Meio/Técnica de aplicação: Cliente oculto – visita a concorrente
Tamanho da amostra: 4 concorrentes
Informações necessáras (objetivos secundários):
Identificar os principais concorrentes;
Analisar seu produtos e seus serviços;
Analisar seus processos de produção;
Analisar suas ações de divulgação;
Analisar seu pessoal de vendas;
Analisar sua estrutura.
Formulário de avaliação da concorrência (cliente oculto)
Nome da padaria:
Data da pesquisa:
Endereço:
Funcionário: Comprador:
Horário em que entrou na loja: Horário em que saiu da loja:
1. Atendimento
Tempo em que permaneceu esperando o atendente: minutos:
( ) Sim ( ) Não – Cumprimentou o cliente com um sorriso
( ) Sim ( ) Não – Se prontificou em ajudá-lo
( ) Sim ( ) Não – Fez no mínimo uma pergunta adicional para ajudar o cliente
( ) Sim ( ) Não – Mostrou ao cliente alternativas de produtos
( ) Sim ( ) Não – Mostrou ao cliente produtos adicionais
( ) Sim ( ) Não – Foi cortês até o fim
( ) Sim ( ) Não – Tinha boa aparência
Comentários:
2. Produtos e Serviços
( ) Sim ( ) Não – Variedade de produtos
( ) Sim ( ) Não – Qualidade de produtos
( ) Sim ( ) Não – Apresentação dos produtos
( ) Sim ( ) Não – Serviços adicionais (entrega, lanches rápidos, encomendas, etc)
Comentários:
144 • capítulo 4
3. Preço
( ) Sim ( ) Não – Trabalham com cartão de crédito e débito
( ) Sim ( ) Não – Preço competitivo
( ) Sim ( ) Não – Existência de promoções e descontos
Comentários
4. Ações de divulgação
( ) Sim ( ) Não – Degustação
( ) Sim ( ) Não – Jornal de promoções
( ) Sim ( ) Não – Promove campanhas de divulgação
( ) Sim ( ) Não – Utiliza mídia para divulgação
Comentários:
5. Estrutura
( ) Sim ( ) Não – A padaria dispõe de boa apresentação
( ) Sim ( ) Não – Os produtos estão dispostos nas prateleiras de maneira orga-
nizada
( ) Sim ( ) Não – Possui estacionamento
( ) Sim ( ) Não – Possui fachada atrativa
( ) Sim ( ) Não – Possui boa iluminação
( ) Sim ( ) Não – Boa localização
Comentários:
6. Pontos fortes e fracos observados:
capítulo 4 • 145
sintonizado, mas também quem está assistindo. A Arbitron desenvolveu um
audímetro manual, que pode ser usado como um dispositivo que mede a pro-
gramação de televisão e do rádio, quando uma pessoa assiste ou escuta durante
suas horas livres. O Pre Testing Company (www.pretesting.com) usa o People
Reader (medidor de leitura), que discretamente registra o material lido e os mo-
vimentos oculares do leitor para determinar o hábito, assim como o poder que
a marca lembra quando associada a diferentes tamanhos (Malhotra, 2001).
Outros exemplos comuns de observação mecânica indireta incluem catra-
cas que registram o número de pessoas que entram e saem de um prédio e con-
tadores de tráfego colocados em ruas para indicar o número de veículos que
passam por certos locais. Câmeras (de fotos, filmes ou vídeos) vêm sendo cada
vez mais usadas por varejistas para avaliar o impacto de desenhos de embala-
gens, de espaço na gôndola, de mostruários no piso e de padrões de fluxo de
tráfego. O código de barras teve forte impacto sobre a observação mecânica.
Para aqueles varejistas equipados com scanners ópticos, o sistema de código
de barras permite a coleta automática de informações de compras do consu-
midor, classificando-as por categoria de produto, marca, tipo de loja, preço e
quantidade. Dados de escaneamento da P&G (Procter & Gamble) revelaram que
uma típica família fiel à marca gasta US$ 725 por ano com produtos P&G. Em
comparação, uma família que compra produtos similares gasta menos de US$
500 com marcas próprias ou mais baratas (Malhotra, 2001).
A Internet pode ser uma boa fonte de observação e fornecer informações
valiosas. As observações podem ser feitas de maneiras variadas. As observações
primárias podem ser feitas pelo número de vezes que uma página é visitada.
O tempo gasto na página também pode ser medido através de técnicas mais
avançadas, como cronômetro, que começa quando uma pessoa visita a página
e clica num certo ícone, e então quando a pessoa clica em outro ícone. Além
disso, diversos outros links podem ser fornecidos pelo pesquisador na página
da Web, e as pesquisas podem observar quais links são acessados com mais
frequência. Isto fornecerá ao pesquisador informações importantes sobre as
necessidades das pessoas e também os interesses do segmento-alvo. A análi-
se dos links que direciona uma pessoa para o site de uma empresa fornece ao
pesquisador de marketing informações importantes a respeito dos interesses
relacionados ao consumidor e uma análise detalhada dos locais de ligação for-
necerá informações sobre publicidade, concorrentes, consumidores, demogra-
fia e psicografia do mercado-alvo (Malhotra, 2001).
146 • capítulo 4
O rastreamento dos usuários via Internet é uma técnica eletrônica excitante
e controversa. Os navegadores possuem cookies. O cookie é um grupo de le-
tras e números armazenados no navegador que identifica o usuário. É um meto
sofisticado pelo qual o site pode coletar informações dos visitantes. Frequen-
temente este processo acontece sem o conhecimento do navegador. As compa-
nhias e indivíduos que hospedam sites usam cookies para coletar informações
da pesquisa de marketing dos visitantes. Os cookies seguem o navegador atra-
vés do site e registram as páginas acessadas pelo visitante e quantos minutos
gastou em cada página. O nome do usuário, endereço, telefone e acesso ao site
podem ser coletados pelo cookie e salvo em um banco de dados se o visitante co-
locar qualquer informação adicional. Durante o acompanhamento da visita, os
cookies coletam dados do usuário durante cada visita do usuário. A propagan-
da on line da companhia DobleClick (www.doubleclick.com) usa informações
obtidas dos cookies para propaganda-alvo. Por exemplo, se um usuário visitar
um site de uma companhia aérea e o site de um hotel, aquela pessoa será alvo
de propaganda da Delta Airlines e da Marriott. Tais práticas são controversas,
uma vez que levam a questões de privacidade do consumidor (Malhotra, 2001).
Quando e criada para desenvolver novos produtos, algumas companhias
competentes como HP, Motorola e Steelcase, estão observando seus consumi-
dores em vez de apenas escutar o que eles dizem. A pesquisa tradicional, que
conta exclusivamente com o questionamento, pode fornecer produtos desinte-
ressantes. A Nw Coke foi muito bem nos testes de mercado, porém foi um enor-
me fracasso. As pessoas dizem que procuram hambúrgueres de baixa caloria,
mas não comprariam um McDonald’s McLean. O filme Junior teve boa audiên-
cia, porém arrecadou somente US$ 36 milhões. Este é o motivo mais importan-
te em combinar o questionamento com métodos observacionais e por isso a
observação mecânica está ganhando terreno (Malhotra, 2001).
Os dispositivos de observação mecânica exigem envolvimento direto dos
participantes. As respostas físicas para a visão, sons, cheiros ou quaisquer es-
tímulos sensoriais são uma importante área de pesquisa de observação. A pu-
blicidade ou outras mudanças de promoção, como vendas especiais, podem
provocar uma resposta física aos consumidores que não podem ser observados
apenas olhando para elas. O equipamento especializado concebido para moni-
torar frequência cardíaca e de respiração, temperatura da pela e outras mudan-
ças fisiológicas é usado nestas situações. Pois essas medidas custam mais que
os relatos verbais de reação do entrevistado, que são usados apenas quando é
capítulo 4 • 147
assumido que o entrevistado não pode ou não quis responder com precisão à
entrevista. Todos os dispositivos de medição fisiológicos operam na suposição
de que as respostas cognitivas e emocionais aos estímulos provocam diferen-
ças previsíveis na resposta física. No entanto, essa hipótese ainda não foi clara-
mente demonstrada (Malhotra, 2001).
A principal vantagem da observação mecânica é a baixa tendenciosidade na
observação, uma vez que o comportamento é registrado mecanicamente e não
por um observador. Da mesma forma, os dados são analisados de acordo com
normas e diretrizes pré-especificadas, resultando em baixa tendenciosidade na
análise. As principais desvantagens são que alguns destes métodos podem ser
intrusivos ou muito caros e não apropriados em ambientes naturais, como o
mercado (Malhotra, 2001).
ATIVIDADES
01. Quais os objetivos do pré-teste? Qual a importânciaem se fazer o pré-teste do instru-
mento de coleta de dados? Justifique sua resposta.
02. Explique as características dos tipos de perguntas a seguir e cite exemplo de cada: 1–
Pergunta Fechada; 2– Pergunta Aberta; 3– Pergunta Semi-aberta; 4– Pergunta Dicotômica;
5– Perguntas Encadeadas; 6– Perguntas com escala. Cite um exemplo de cada.
REFLEXÃO
Foram apresentadas neste capítulo as diretrizes para se desenvolver o instrumento de coleta
de dados, bem como, foram apresentados exemplos de instrumentos de coleta de dados
para serem usados tanto em pesquisa qualitativa quanto quantitativa. Você percebeu o quan-
to é importante desenvolver um instrumento de coleta de dados que esteja adequado aos
objetivos e ao problema de pesquisa para que o projeto seja bem sucedido. A importância
do pré-teste também foi ressaltada, finalizando então, as orientações acerca do instrumento
de coleta de dados.
Considere também o quanto de informações e análises foram tomadas antes deste ca-
pítulo, mostrando todo o caminho que é necessário para, somente após isso, iniciar a elabo-
ração do questionário. Vale a pena refletir sobre uma errada prática de mercado, realizada
por executivos sem conhecimento de pesquisa, que ao perceberem a necessidade de uma
148 • capítulo 4
pesquisa (ao se confrontarem com uma dúvida gerencial), quase que de imediato o questio-
nário começa a ser elaborado, sem nem ao menos saber se um questionário é instrumento
mais adequado. Que bom que você, aluno, já tem condições de discernir e estruturar um bom
projeto de pesquisa. Sem esquecer, das próximas informações nos capítulos seguintes.
LEITURA
Texto 1: O uso da internet para pesquisas de marketing.
Disponível http://www.ufrgs.br/gianti/files/artigos/2004/2004_147_ANEP.pdf
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZEVEDO, G. C. I. Pesquisa de Mercado. Série Saiba Mais, SEBRAE, 2004.
GOMES, I. M. Manual Como Elaborar uma Pesquisa de Mercado. Belo Horizonte: SEBRAE/MG,
2005
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12 ed São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2006
MALHOTRA, N. K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 4. ed. Porto Alegre: Bookman,
2004
MATTAR, F. N. Pesquisa de marketing: edição compacta. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2007.
PEDRINHA, E. Pesquisa de Mercado. Univila, 2001. Disponível em http://www.univila.br/
professores/epedrinha/Apostila%20%20Pesquisa%20de%20Mercado.pdf (SITE)
SAMARA, B. S.; BARROS, J. C. Pesquisa de Marketing: conceitos e metodologia. São Paulo:
Prentice Hall, 2002.
capítulo 4 • 149
150 • capítulo 4
5
Tabulação, Análise
e Apresentação de
Resultados
Parabéns você chegou onde todo executivo, gestor, investidor ou empresário
deseja estar, que é ter em mãos uma boa informação, bem analisada e claro,
bem coletada/produzida. Assim, o mais importante é que esta informação,
fruto de um projeto de pesquisa que percorreu com excelência os conceitos
já vistos neste livro, ajudará enormemente na tomada de uma decisão consis-
tente com as estratégias e alinhada com o mercado. Você deve se lembrar de
que o principal propósito para o uso da pesquisa de marketing é gerar infor-
mações para subsidiar decisões.
Neste capítulo o aluno tem contato com aspectos relacionados ao trabalho
de coleta e análise dos dados do projeto de pesquisa. Serão abordados alguns
pontos que você deve observar em relação à formação da equipe, conferência
dos dados coletados e intepretação dos resultados.
OBJETIVOS
Espera-se que, após estudar este capítulo, você seja capaz de:
• Entender os pontos chaves no uso dos dados e transformação para gerar as informações
análises;
• Reconhecer a importância de selecionar bem e treinar os profissionais de campo;
• Considerar os cuidados na análise de dados e geração de informações;
• Perceber que toda atenção nas etapas anteriores é que proporciona uma boa qualidade na
etapa deste capítulo, que é a análise da informação;
• Entender como montar um relatório final;
• Desenvolver uma apresentação oral e escrita sobre os resultados e análises da pesquisa
de mercado.
152 • capítulo 5
5.1 Processamento de Dados
Transcrição
capítulo 5 • 153
O censo de 2000 norte-americano utilizou códigos de barra para identificar mo-
radores. Empresas como UPS e FedEx usam código de barra em etiquetas para
remessas expressas.
Muitas outras tecnologias podem também ser utilizadas para transcrever
dados. Os sistemas de reconhecimento de voz e de resposta de voz podem tra-
duzir respostas de voz gravadas em arquivos de dados. Por exemplo, o software
Microsoft XP inclui funções avançadas de reconhecimento de voz que podem
transcrevê-lo em dados. Novas tecnologias mais recentes estão sendo desen-
volvidas, e, no momento, é possível integrar imagens visuais, cenas de vídeo e
dados de áudio que podem ser bem utilizados para registrar um grupo foco ou
uma entrevista de levantamento (MALHOTRA, 2001).
Quando o Cati, o Capi ou os métodos eletrônicos são utilizados, os dados
são verificados à medida que são coletados. Em caso de respostas inaceitáveis,
o computador avisará o entrevistador ou o entrevistado. E em caso de respostas
aceitáveis, o entrevistador ou o entrevistado podem visualizar a resposta regis-
trada na tela e confirma-la antes de prosseguir.
A seleção de um método de transcrição de dados é orientada pelo tipo de
método de entrevista e a disponibilidade do equipamento. Caso o Cati, o Capi
ou os métodos eletrônicos sejam utilizados, os dados são inseridos diretamen-
te no computador. O método de cartão de leitura perfurado é o mais frequente-
mente utilizado nos Estados unidos para entrevistas por telefone comum, nas
residências, abordagem em shopping e por correio. Entretanto, o uso de tec-
nologia digital em entrevistas pessoais está aumentando com o uso crescente
de computadores portáteis. O escaneamento óptico pode ser utilizado em le-
vantamentos estruturados e repetitivos; o reconhecimento óptico de marcas é
empregado em casos especiais; e os códigos de barra são utilizados para coletar
dados de escaneamento em muitas outras aplicações (MALHOTRA, 2001).
154 • capítulo 5
A função da fase crítica é impor um padrão mínimo de qualidade aos dados
brutos para que diminua a ambiguidade e alcance a máxima precisão, assim,
todos os questionários devem ser inspecionados e caso seja necessário, devem
ser corrigidos.
A checagem visa avaliar a qualidade e a veracidade do trabalho de campo.
Assim, entra-se em contato com uma amostra dos entrevistados (10 a 20%) e
pode-se checar confirmando os dados coletados e corrigir dados que foram co-
letados de maneira errônea.
Na codificação os dados são categorizados, ou seja, são transformados em
símbolos, necessariamente numéricos quando o processamento eletrônico for
utilizado, para que sejam contados e tabulados. Inicie pela primeira pergunta
do questionário computando a quantidade de respostas para cada alternativa
apresentada e assim, sucessivamente. Posteriormente, devemos padronizar e
codificar as respostas de uma pesquisa, assim, conseguimos identificar os re-
sultados para que a análise seja feita de forma mais simples. A digitação con-
siste em transcrever os dados codificados dos instrumentos de coleta de dados
para o arquivo eletrônico, no caso de realizar a tabulação eletrônica.
A tabulação permite que os dados coletados sejam reunidos e agrupados.
Os resultados, geralmente, são apresentados na forma de tabelas, gráficos, co-
mentários, destacando-se as informações mais relevantes, facilitando a inter-
pretação (GOMES, 2005).
Para tabular os dados da pesquisa você poderá utilizar sistemas que facili-
tem essa tabulação: o Excel é um exemplo de software de fácil manuseio para a
tabulação dos dados.
Atualmente a tabulação dos dados é feita de forma rápida e precisa devido
aos programas estatísticos. É importante que todas as tabelas estejam indexa-
das, em ordem decrescente, exceto as que contenham perguntas em escala, de
forma a permitir melhores interpretações dos resultados apresentados.
A tabulação pode ser feita por meio do uso do software SPSS (Statistical Package for
the Social Sciences) que é um pacote estatístico de apoio a tomada de decisão que
inclui aplicação analítica, data mining, text mining e estatística que transformam os da-
dos em informações importantes que proporcionam redução de custos e aumento da
lucratividade. Este software é um importante aliado da pesquisa de mercado.
capítulo 5 • 155
Neste momento, o analista toma ciência dos números envolvidos no relató-
rio e pode iniciar a construção dos cruzamentos (cruzar informações entre ta-
belas – ex: sexo x idade; frequência de consumo x volume de compras, etc.) ou
estratos (segmentação do relatório geral em partes específicas que comportam
todas as tabelas do estudo – ex: estrato de consumidores satisfeitos, estratos
do sexo masculino, etc.)
Para facilitar a compreensão dos dados, existem algumas ferramentas es-
tatísticas básicas que devem ser utilizadas, sendo:
156 • capítulo 5
CONEXÃO
Saiba mais sobre tabulação e análise de dados. Acesse o site do instituto de pesquisa Data
Popular, que se especializou nas análises sobre o segmento de renda baixa e média no Bra-
sil. Veja alguns relatórios disponíveis, analise a tabulação e também o instrumento de coleta
e metodologias aplicadas em cada estudo. Você também passa a conhecer uma fonte de
dados secundários interessante para diversos projetos.
http://www.datapopular.com.br/l
capítulo 5 • 157
A análise o ajudará no planejamento e na implementação de ações que con-
tribuirão com o seu negócio. A decisão deve se basear na reunião e cruzamento
de todos os dados obtidos e não apenas em informações verificadas isolada-
mente. Só o ato, por exemplo, do Censo mostrar que o nível de obesidade no
Brasil aumentou, não quer dizer que a abertura de um centro de estética e ema-
grecimento é algo garantido. É preciso avaliar os hábitos do público, a concor-
rência e a dinâmica do mercado.
Um relatório bem feito representa o esforço da pesquisa, por isso, ele deve
conter os dados levantados e apresentados por meio de tabelas, gráficos e aná-
lises (GOMES, 2005). Mattar (2007) sugere que o relatório escrito da pesquisa
seja composto pelas seguintes partes:
158 • capítulo 5
Plano de amostragem
Definição da população: “agregado de todos os casos que se enquadram
num conjunto de especificações previamente estabelecidas” - para realização
desta pesquisa a população será os alunos do curso de Gestão em Marketing...
Elemento de pesquisa: “é a unidade sobre a qual se procura obter os dados”
mais comum são pessoas. P.ex.: Alunos do curso de Gestão em Marketing.
Unidade amostral: “é o elemento ou são os elementos disponíveis para
seleção...”.
Abrangência: “Local” – Polo Lafaiete – Ribeirão Preto
Método de seleção da amostra: probabilística, ou não probabilística.
Tamanho da amostra: por ser a amostragem não probabilística, não foram
utilizados métodos estatísticos.
Especificação do plano de amostragem: abordagem, crachá, esclarecimen-
to do objetivo da pesquisa, vínculo, filtro, agradecimento.
Formulário para coleta de dados – O exemplo de formulário utilizado na
pesquisa deve ser colocado como ANEXO.
Pesquisa de campo:
Pré-teste: foi feito com uma amostra em X alunos no período de tal a tal...
Aplicação: “de tal dia a tal dia” explicar a forma.
4.4 Resultados: compõem a maior parte do relatório. Algumas
recomendações:
4.5 Análise Geral: é um resumo dos principais dados descritos nas tabelas
e deve ser um texto que responda às principais dúvidas do cliente, relatadas na
definição do problema de pesquisa, sem, no entanto, ser extenso e complicado
em detalhes que podem ser examinados nas tabelas em anexo. É de extrema
importância pois, os clientes não devem ser sobrecarregados com relatórios
compostos apenas de tabelas e gráficos.
capítulo 5 • 159
10. Conclusões, Recomendações e Limitações
5.1 Conclusões: escrever uma conclusão para cada objetivo.
5.2 Recomendações: pode sugerir pesquisas mais específicas, fazer ressal-
vas, sugerir novos negócios, produtos; dependerá do objetivo da pesquisa.
5.3 Limitações: descreva brevemente todas as limitações ou até deficiências
que o projeto teve, de ordem temporal, espacial, metodológica ou operacional.
160 • capítulo 5
CONEXÃO
Conheça mais sobre os resultados de pesquisas desenvolvidas pelo IBGE. Acesse o site e
navegue em vários assuntos importantes.
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/pesquisas.php
©© MARK | DREAMSTIME.COM
muito importantes para auxiliar na compreensão
do relatório da pesquisa. Mattar (2007) afirma
que a forma de apresentação pode variar desde
uma simples reunião de esclarecimento com o
principal usuário do contratante da pesquisa
até apresentações mais formais para um grande
número de interessados. Este momento é impor-
tante, pois, permite que os usuários da pesquisa
façam perguntas e solicitem esclarecimentos de
pontos que tiveram dúvidas. Ainda segundo o au-
tor, recomenda-se que a apresentação oral seja
efetuada após os usuários da pesquisa terem tido
contato com os resultados contidos no relatório, devendo ser marcada para
cinco a dez dias após a sua entrega.
CONEXÃO
Visite o site de empresas especializadas em apresentações corporativas (não necessaria-
mente de pesquisas, analise os recursos utilizados, formatos e importância dada aos ele-
mentos da apresentação. Reflita se algo desse universo pode colaborar para o desenvolvi-
mento de uma excelente apresentação de resultados de pesquisa.
http://www.pptking.com.br
http://www.casulo.com.br/
capítulo 5 • 161
Algumas recomendações gerais para que se consiga fazer uma boa apresen-
tação são fornecidas por Mattar (2007)
Ética em Pesquisa.
162 • capítulo 5
pesquisa. Isto sempre causará prejuízos aos processos e à integridade da pro-
fissão (Malhotra, 2001).
As questões éticas podem surgir a cada etapa do processo de pesquisa de
marketing.
A importância de falarmos sobre ética em pesquisa de marketing se dá
especialmente pela proximidade de interação do pesquisador e pesquisado.
Durante um processo de pesquisa, o pesquisador requer dados que fazem par-
te da privacidade do pesquisado para que se possa levantar dados importantes
para alcançar os objetivos da pesquisa. Neste sentido, torna-se fundamental
que haja respeito que se traduz na conduta ética, a qual deve ser adotada ao
longo de todo o processo.
Do ponto de vista de marketing, segundo Malhotra (2001) a ética procura
definir se determinada ação ou atitude é correta ou errada, boa ou má. De todos
os aspectos do negócio, o marketing é o que está mais próximo das vistas do
público e, consequentemente, está sujeito a considerável análise da sociedade.
Isso criou uma percepção de que, como atividade empresarial, o marketing é a
área mais vulnerável a práticas antiéticas.
As questões éticas em pesquisa de marketing, de acordo com Malhotra
(2004) envolvem quatro segmentos: o pesquisador de marketing, o cliente, o
entrevistado e o público. Esses interessados têm certas responsabilidades uns
com os outros e com relação ao projeto de pesquisa, porém, surgem questões
éticas quando os interesses desses segmentos estão em conflito ou quando um
ou mais deles não cumprem suas responsabilidades. Isso pode ocorrer, por
exemplo, se o pesquisador não segue os procedimentos adequados de pesquisa
de marketing, ou se o cliente deturpa os resultados da pesquisa.
A preparação e a apresentação dos resultados envolvem muitos aspectos re-
lacionados à integridade da pesquisa e à postura ética: a definição do tipo de in-
vestigação para adaptar-se aos objetivos não declarados; o mau uso deliberado
de estatísticas; a falsificação de dados; a alteração de resultados; a interpreta-
ção errônea de resultados com o objetivo de apoiar um ponto de vista pessoal; a
retenção de informações. Neste sentido, é importante seguir as orientações do
código de ética em pesquisa.
A seguir, apresentaremos algumas questões éticas em pesquisa sintetiza-
das, por Almeida (2008):
capítulo 5 • 163
O entrevistado tem direito de saber quem patrocina (paga) a
IDENTIFICAÇÃO pesquisa, como suas respostas serão usadas, qual a sua du-
COMO ração, que tarefas deverá desempenhar, ser informado sobre
PESQUISADOR situações ou perguntas embaraçosas etc.
164 • capítulo 5
É lícito o uso da pesquisa e seus resultados em contextos políticos
USO DE e eleitorais, desde que respeitados os critérios éticos anteriores.
PESQUISA EM A pesquisa não deve ser conduzida, por meio de perguntas ten-
POLÍTICA denciosas, para tentar levar o respondente a apresentar posição
favorável a candidatos ou políticos.
Mas, para desenvolver uma pesquisa de marketing, você deve seguir várias
etapas ordenadas e interdependentes para que o projeto de pesquisa alcance
um nível satisfatório de qualidade. As etapas para o desenvolvimento do proje-
to de pesquisa, segundo Mattar (2007) são: formulação do problema de pesqui-
sa, planejamento da pesquisa, execução da pesquisa e comunicação dos resul-
tados conforme apresentados.
CONEXÃO
No link, a seguir, o aluno encontra conteúdos altamente relevantes e interessantes:
http://www.abep.org/codigosCondutas.aspx
capítulo 5 • 165
GUIA DE BOAS PRÁTICAS SUGESTÃO PARA DIVULGAÇÃO DE PESQUISAS.
GUIA DE BOAS PRÁTICAS DE INCENTIVO AOS RESPONDENTES DE PESQUISA
DE MERCADO E OPINIÃO.
DIRETRIZES ESOMAR. Série de Guias da Esomar com diretrizes específicas para di-
versos tipos de pesquisa.
CRITÉRIO DE CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA BRASIL 2015.
PADRÕES DE QUALIDADE ABEP 2009.
GUIA ABEP: COMO SELECIONAR UMA EMPRESA DE PESQUISA.
GUIA ABEP: PESQUISA - O QUE É E PARA QUE SERVE.
ATIVIDADES
01. Descreva as etapas do projeto de pesquisa de marketing.
02. Comente sobre a importância da divulgação (interna e/ou externa) dos resultados de
pesquisa.
03. Impreterivelmente quais são departamentos, das empresas, que devem sempre receber
informações de pesquisas de mercado?
REFLEXÃO
Você se lembra da notícia abaixo?
“O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicou nota hoje em que faz uma er-
rata à pesquisa “Tolerância social à violência contra as mulheres”, que causou polêmica na
semana passada. O número de maior repercussão mostrava que 65% dos brasileiros con-
cordavam com a afirmação "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser
atacadas". Na verdade, o número é 26%.”
“O erro, por exemplo, afetou a imagem do Brasil no exterior: jornais e revistas das maio-
res economias do planeta repercutiram a informação, que ficou tachada como símbolo do
grande machismo da sociedade brasileira.”
166 • capítulo 5
Agora reflita sobre a divulgação desses resultados que foram espalhados pelo mundo
e o problema gerado com um erro de metodologia, rigor, análise e montagem do relatório
final da pesquisa. Considere o quanto é problemático disseminar ou tomar decisões com
uma informação errada. Ao chegar ao relatório final os envolvidos no projeto de pesquisa
podem estar cansados e visando a finalização, mas o recomendado é que se olhe para essa
momento como sendo a entrega propriamente dita, esse é o trabalho em si, toda a energia
deve estar nesse momento.
Fonte: Portal Exame. Ed. Abril. Acessado em: 26/02/2015 http://exame.abril.com.br/
brasil/noticias/ipea-reconhece-erro-em-pesquisa-de-estupro-65-era-26
LEITURA
ANÁLISE QUALITATIVA DE DADOS DE ENTREVISTA: UMA PROPOSTA.
http://www.revistas.usp.br/paideia/article/viewFile/46422/50178
Zélia Mana Mendes Biasoli Alves - Professora Assistente Doutora do Departamento de Psi-
cologia e Educação da Fac. Fil., Ciências e Letras de Ribeirão Preto — USP .
Maria Helena G. F. Dias da Silva - Professora Assistente do Departamento de Didática da
UNESP de Araraquara.
ANÁLISE DE DADOS:
http://pt.wikipedia.org/wiki/An%C3%A1lise_de_dados
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, A. R. M. Material de aula da disciplina Administração Mercadológica do Prof. Dr. Ricardo
Almeida, UNIRG, 2008. Disponível no site: http://www.ricardoalmeida.adm.br/index.php SITE
GOMES, I. M. Manual como Elaborar uma Pesquisa de Mercado. Belo Horizonte: SEBRAE/MG,
2005
MALHOTRA, N. K. Introdução à pesquisa de marketing. São Paulo: Prentice Hall, 2005.
MATTAR, F. N. Pesquisa de marketing: metodologia, planejamento, execução, análise. 5. Ed. São Paulo:
Atlas, 2 volumes, 1999.
capítulo 5 • 167
PEDRINHA, E. Pesquisa de Mercado. Univila, 2001. Disponível em http://docs.google.com/
viewer?ahttp://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:a5SkhMdzuMgJ:ftp://ftp.unilins.edu.br/
leonides/Aulas/Pesquisa%2520de%2520Mercado/Apostila%2520-%2520Pesquisa%2520de%25
20Mercado%2520-%2520Univila%2520-%2520Pedrinha+apostila+de+pesquisa+de+mercado+pe
drinha&hl=pt-BR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEEShAQkAPpKOcdxbdv7u-6H5IpQzItwGRHOwIEfw_6iN
fxXK53q87xkov9-Gel72C8beTzSJkeAUj0PxEGPZZHzh7_2ralko_3bgvnPie7Tzx3Z5OdixVVSS9l8iCiU
TEm6G7y6Et&sig=AHIEtbSBcC57caFx_cO2Nl-MoSpHuIAaiw&pli=1
ALMEIDA, A. R. M. Material de aula da disciplina Administração Mercadológica do Prof. Dr. Ricardo
Almeida, UNIRG, 2008. Disponível em: http://www.ricardoalmeida.adm.br/index.php (SITE)
HAGUE, Paul; JACKSON, Peter. Faça sua própria pesquisa de mercado. São Paulo: Nobel, 1997.
KOTLER, Philip. Administração de marketing: a edição do milênio. 10. ed. São Paulo: Pearson/
Prentice Hall, 2000.
_________, Philip; KELLER, Kevin. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson/
Prentice Hall, 2006.
_________, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson/Prentice
Hall, 2007.
MALHOTRA, N. K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 3. ed. Porto Alegre: Bookman,
2001
MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de Marketing: uma orientação aplicada. 4ª edição, Porto Alegre:
Bookman, 2004.
MATTAR, F. N. Pesquisa de marketing: edição compacta. 4ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2007.
SAMARA, Beatriz S.; BARROS, José Carlos de. Pesquisa de Marketing – conceitos e
metodologia. 3ª. Ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2002.
GABARITO
Capítulo 1
01. O problema gerencial é redução na procura pelos cursos do CEE e ausência de informa-
ção fidedigna sobre os motivos que geram essa redução.
02. Objetivo geral: Identificar os motivos diretos ou indiretos, no público alvo, que levam a
não procura por cursos oferecidos pelo CEE.
168 • capítulo 5
Objetivos específicos:
• Analisar e identificar fatores do Ambiente de Marketing que possam afetar a busca pelos
cursos do CEE (como: economia-renda, otimismo da população e do empresariado; política
local e nacional; novas tecnologias que substituam os cursos CEE; mudança nos aspectos
demográfico e social; concorrências e consumos substitutos).
• Investigar ex-alunos do CEE para saber a satisfação, aplicabilidade, recomendação e inte-
resse por novos cursos do CEE.
• Discutir com os professores do CEE sobre possíveis causas da baixa procura pelos cursos.
• Identificar as expectativas, pré-conceitos, rejeições e necessidades com relação à aprimo-
ramento profissional e cursos do CEE junto a potenciais consumidores. Analisando aspectos
como: tema, aplicabilidade, horário, integração do curso com outras atividades profissionais
e de lazer do target, custos etc.
• Analisar junto aos gestores de empresas, com potencial para indicar ou contratar os cursos
CEE, sobre suas expectativas, pré-conceitos, rejeições e necessidades com relação à apri-
moramento profissional e cursos do CEE.
• Investigar se o público alvo tem conhecimento sobre os cursos do CEE.
Capítulo 2
01. Se o foco é saber se há demanda (ou seja, professores ou escolas que queiram comprar
ao preço estipulado e no volume necessário) o ideal é pensar em quantidade. Até por que
precisamos projetar e identificar se o volume de possíveis clientes justifica lançar o software.
Releia o caso e veja que além de identificarmos o potencial de mercado também é solicitado
que sejam identificadas características segmentação, ou seja, o perfil dos grupos com maior
interesse no produto e disposição a comprar.
Se a empresa de informática precisasse de informações para desenvolver o produto, saber
se há rejeições, tipos de usos, necessidades, pré-conceitos, identificar o melhor apelo para
posicionar (valor proposta nos pontos de contatos) etc, aí poderíamos pensar em metodolo-
gias qualitativas.
Feita essa introdução, vamos à resposta da pergunta:
Objetivo geral:
• Identificar, para o produto em questão, o potencial de mercado e perfil dos segmentos alvo.
capítulo 5 • 169
Objetivos específicos:
Observação:
Veja bem, vale uma reflexão, os autores Samara e Barros (2002) propuseram esse exercício
no ano de 2002, ou seja, havia poucos sistemas com essas características no mercado e
também ainda não hábito dos profissionais de ensino a lidarem com software, plataforma
web e interação digital com os alunos. Esse contexto de mercado pode prejudicar os re-
sultados da pesquisa de mercado (ou preponderar na escolha da metodologia, pois será
necessário explicar ao entrevistado sobre o produto, que não é muito conhecido e não há
uma categoria de mercado que o represente).
Esse fato, de haver pouco conhecimento do produto e de usos correlatos, também pode
atrapalhar lançamento com relação às estratégias do mix marketing (produto, preço, praça e
promoção), pense com cuidado sobre esses aspectos. Há uma teoria em marketing chamada
de “tipo da demanda de mercado” que trata sobre esses contextos de mercado.
02.
Metodologia exploratória
a) Analisar artigos científicos.
b) Analisar artigos jornalísticos.
c) Buscar concorrentes diretos e indiretos.
d) Buscar por teses, dissertações ou pesquisa já realizadas nesse tema.
e) Conversar com professores (usuários ou não de ferramentas e idades diferentes).
f) Conversar com especialistas da área.
170 • capítulo 5
Metodologia qualitativa
a) Entrevista pessoal ou preferencialmente grupo de discussão, com professores em geral
(talvez separado os grupos por: usuários ou não de ferramentas, idades diferentes, rejeitam
ou não esse tipo de produto). A intenção é entender melhor como esse público lida com o
assunto, analisar as hipóteses e aspectos levantados nos objetivos do projeto de pesquisa e
definir quais são as melhores questões para ser quantificadas.
Metodologia quantitativa
a) Entrevistar com questionário estruturado, utilizando escalas, certo número de professo-
res calculados estatisticamente, pelas técnicas amostrais.
Metodologia qualitativa
a) Através do estudo anterior foram identificados os grupos de potenciais clientes que
tenham maior poder e predisposição a compra. Com isso, é interessante conhecer mais
sobre esse público. Veja que já foi feita uma pesquisa qualitativa, mas utilizando outra seg-
mentação.
b) Pode até acontecer de ao longo do projeto de pesquisa haver uma concordância entre
as partes para descartar essa etapa 4, no entanto a justificativa apresentada é coerente e
trará maior consistência para as ações de posicionamento, diferenciação, definição de pro-
posta de valor, desenvolvimento de produto, preço, praça e comunicação.
Capítulo 3
01. e 02 . têm a mesma resposta: o aluno deve reler o tema das questões, neste livro. O
objetivo é suscitar no aluno uma nova leitura, reforçando assim a importância desse apren-
dizado.
Capítulo 4
O aluno deve reler o tema das questões, neste livro. O objetivo é suscitar no aluno uma nova
leitura, reforçando assim a importância desse aprendizado..
01. Uma análise sobre o pré-teste é importante ser feita. Também é recomendado analisar
no teste se a pesquisa aborda todos os objetivos, simular uma tabulação e análise para veri-
ficar se haverá informação relevante ao final do projeto ou se algum ajuste se faz necessário.
Dessa forma além de verificar, no pré-teste, questões de forma, linguagem entre outros,
também será considerado o aspecto estratégico do projeto de pesquisa e sua contribuição
para a tomada de decisão.
capítulo 5 • 171
02. Lembre-se, o formato da questão depende muito do contexto do problema, caracterís-
ticas do público alvo e ambiente de aplicação. E fique atento na sua leitura para observar
que alguns formatos permitem maior aprofundamento na análise dos dados levantados no
campo.
Capítulo 5
O aluno deve reler o tema das questões, neste livro. O objetivo é suscitar no aluno uma nova
leitura, reforçando assim a importância desse aprendizado.
01. Analise com cuidado cada etapa do projeto de pesquisa, todas são fundamentais. Ao
longo do processo o entrevistador vai aumentando seu conhecimento sobre o fenômeno
estudado e principalmente vai sobrepondo seus pré-conceitos às informações de mercado
Respeite Considere também o quanto de informações e análises foram tomadas antes deste
capítulo, mostrando todo o caminho que é necessário para, somente após isso, iniciar a ela-
boração do questionário. Vale a pena refletir sobre uma errada prática de mercado, realizada
por executivos sem conhecimento de pesquisa, que ao perceberem a necessidade de uma
pesquisa (ao se confrontarem com uma dúvida gerencial), quase que de imediato o questio-
nário começa a ser elaborado, sem nem ao menos saber se um questionário é instrumento
mais adequado. Que bom que você, aluno, já tem condições de discernir e estruturar um bom
projeto de pesquisa. Sem esquecer, das próximas informações nos capítulos seguintes.
02. / 03. Em certa ocasião, em um caso real de mercado, uma equipe de pesquisa aplicou
o método qualitativo, com enfoque comportamental que utilizou a metodologia de coleta por
grupo de discussão (focus group – precedida de exploratória e dados secundários quantita-
tivos), onde entre os objetivos estavam identificar qual o valor que o consumidor percebia na
empresa e quais eram as características (atitude e comportamento) entre o consumidores
típicos de cada concorrente. A apresentação dos resultados foi feita utilizando Datashow,
vídeo e grandes painéis impressos, com a participação da presidente da empresa que contra-
tou a pesquisa e seus diretores de vendas, marketing e sac (serviços ao cliente).
O curioso foi que ao iniciar a reunião a presidente pediu chamar outros 30 funcionários de
diversas áreas e durante a apresentação já começou a distribuir tarefas em função dos dados
e informações da pesquisa. Ou seja, efetivamente a pesquisa foi utilizada, o maior número de
funcionários tomou contato com as informações sobre os consumidores e também os dados
e análise cumpriram a tarefa de embasar as decisões corporativa.
Os resultados da pesquisa devem ser apresentados para departamentos como: (RH , vendas,
branding, marketing, comunicação, Pesquisa e Desenvolvimento
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ANOTAÇÕES
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ANOTAÇÕES
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ANOTAÇÕES
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ANOTAÇÕES
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