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CAPÍTULO 1 - POLIMANTA® DE PEAD:


GEOMEMBRANA DE POLIETILENO DE ALTA DENSIDADE

1. Introdução
Acompanhando a tendência mundial, a Engepol fabrica suas geomembranas
com a matéria prima que reúne as melhores propriedades para este
geossintético: o PEAD - Polietileno de Alta Densidade, visando atender as mais
variadas aplicações.
Em nível internacional as geomembranas de polietileno tiveram o início do seu
desenvolvimento junto às mineradoras e indústrias metalúrgicas. Nestas
indústrias, produtos químicos extremamente agressivos, solicitações
mecânicas acima do habitual e a impossibilidade de manutenção exigiam o
desenvolvimento de produtos aptos para os diversos desafios, como barreira
impermeabilizante.
O sucesso das geomembranas de PEAD foi notável, difundindo-se daí para as
mais diversas aplicações, algumas já perfeitamente consolidadas e
consagradas e outras sendo desenvolvidas a partir das necessidades que são
apresentadas, em vista do excelente desempenho do PEAD.
Com o aumento da conscientização para a proteção ambiental, uma nova série
de aplicações vem sendo implantada com sucesso, e com custos
surpreendentemente baixos, quando comparado com outros sistemas de
impermeabilização.

2. Principais Aplicações da POLIMANTA® PEAD ENGEPOL


- Lagoas de tratamento de efluentes
- Aterros sanitários
- Aterros de resíduos sólidos industriais
- Reservatórios e lagoas de água potável
- Canais e reservatórios para irrigação
- Lagoas e reservatórios para tratamento de água e de esgotos
- Impermeabilização de reservatórios de concreto
- Diques de contenção em bases e refinarias (contenção secundária)
- Mineração
- Canais de adução de usinas hidrelétricas
- Aqüicultura

3. O Mercado Mundial
Dentre os geossintéticos, as geomembranas representam um dos mercados de
maior crescimento mundial nos últimos 30 anos, atestando-as como uma das
grandes soluções de engenharia da atualidade.

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4. Características da POLIMANTA® PEAD ENGEPOL

4.1. Matéria Prima


A POLIMANTA® PEAD Engepol tem como matéria prima o Polietileno de Alta
Densidade – PEAD, que é produzido pela polimerização do etileno a baixa
pressão, com copolímeros e catalisadores específicos, resultando um
polímero de alto peso molecular e de excelentes propriedades físico-
químicas.
As geomembranas de PEAD possuem aproximadamente 97% de polietileno
virgem, na sua formulação, 2,5 % de negro de fumo e 0,5% de traços de
termoestabilizantes e antioxidantes; nenhum outro tipo de aditivo é usado.
O negro de fumo é responsável pela resistência aos raios ultravioleta e os
termoestabilizantes e antioxidantes aumentam significativamente a
resistência às intempéries, calor e resistência à degradação.
As petroquímicas fornecedoras da resina para a fabricação da POLIMANTA®
possuem rigoroso controle de qualidade, de acordo com normas
internacionais, garantindo as propriedades do polietileno fornecido.

4.2. Apresentação

4.2.1. POLIMANTA® PEAD Lisa


Peso
Espessura Largura Compriment Área Bobina
m o m2
Kg
m
mm mil
0,8 32 5,90 100 590 443

1,0 40 5,90 100 590 554


1,5 60 5,90 50 295 416
2,0 80 5,90 50 295 554
2,5 100 5,90 50 295 693
Nota: Engepol fabrica quaisquer espessuras entre 0,5 e 6,0 mm, sob consulta.

4.2.2. POLIMANTA® PEAD Texturizada


Peso
Espessura Largura Comprimen Área Bobina
m to m2
Kg
m
mm mil
1,0 40 5,90 70 413 458
1,5 60 5,90 50 295 491
2,0 80 5,90 40 236 523
2,5 100 5,90 40 236 654
Nota: Fabricamos outras espessuras sob consulta.

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4.2.3. POLIMANTA® PEAD com Textura A.R.


Peso
Espessura Largura Compriment Área Bobina
m o m2
Kg
m
mm mil
1,0 40 5,90 100 590 687
1,5 60 5,90 50 295 515
2,0 80 5,90 50 295 687
2,5 100 5,90 50 295 859
Nota: Fabricamos outras espessuras sob consulta.

5. Propriedades Físicas e Mecânicas

5.1. POLIMANTA® PEAD – Lisa

Propriedades Métodos Ensaio PEAD – Lisa

Espessura nominal (mm) ASTM D 5199 0,8 1,0 1,5 2,0 2,5

Densidade (g/cm3) ASTM 792 ≥ 0,94 ≥ 0,94 ≥ 0,94 ≥ 0,94 ≥ 0,94

Resistência à Tração ASTM D 6693


Tipo IV
• no Escoamento (kN/m) 12 15 22 29 37
• na Ruptura (kN/m) 22 27 40 53 67
• Alongamento no Escoamento (%) 13 13 13 13 13
• Alongamento na Ruptura (%) 700 700 700 700 700
Resistência ao Rasgo (N) ASTM D 1004 100 125 187 249 311

Resistência ao Puncionamento (N) ASTM D 4833 256 320 480 640 800

Conteúdo de Negro de Fumo (%) ASTM D 1603 2-3 2-3 2-3 2-3 2-3

Dispersão de Negro de Fumo ASTM D 5596 Nota 1 Nota 1 Nota 1 Nota 1 Nota 1
Notas: 1. Dispersão de Negro de Fumo para 10 diferentes amostras: 9 deverão cair Categorias 1
ou 2 e 1 na Categoria 3.
2. Os valores contidos nesta tabela poderão ser alterados sem aviso prévio.

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5.2. POLIMANTA® PEAD – Texturizada

Propriedades Métodos Ensaio PEAD – Texturizada

Espessura nominal (mm) ASTM D 5994 1,0 1,5 2,0 2,5

Densidade (g/cm3) ASTM 792 ≥ 0,94 ≥ 0,94 ≥ 0,94 ≥ 0,94

Resistência à Tração ASTM D 6693


Tipo IV
• no Escoamento (kN/m) 15 22 29 37
• na Ruptura (kN/m) 10 16 21 26
• Alongamento no Escoamento (%) 13 13 13 13
• Alongamento na Ruptura (%) 100 100 100 100
Resistência ao Rasgo (N) ASTM D 1004 125 187 249 311

Resistência ao Puncionamento (N) ASTM D 4833 267 400 534 667

Conteúdo de Negro de Fumo (%) ASTM D 1603 2-3 2-3 2-3 2-3

Dispersão de Negro de Fumo ASTM D 5596 Nota 1 Nota 1 Nota 1 Nota 1


Notas: 1. Dispersão de Negro de Fumo para 10 diferentes amostras: 9 deverão cair Categorias 1
ou 2 e 1 na Categoria 3.
2. Os valores contidos nesta tabela poderão ser alterados sem aviso prévio.

5.3. POLIMANTA® PEAD com Textura A.R.

A POLIMANTA® PEAD com textura de alto relevo é uma geomembrana de


polietileno de alta densidade, que proporciona maior atrito na interface com o
solo, concreto e argamassa.
A textura A.R. foi desenvolvida para ser usada em vários tipos de obra: canais de
irrigação, aterros sanitários e industriais, mineração e outras aplicações que
exigem um bom atrito de interface com a geomembrana.
A POLIMANTA® PEAD com textura A.R. pode ser texturizada em uma ou nas duas
faces. Seu processo de fabricação é único, ou seja, a textura é gravada durante
a fabricação da geomembrana.

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Propriedades Método de PEAD – Texturizada


Ensaio A.R.
Espessura nominal (mm) ASTM D 5994 0,8 1,0 1,5 2,0 2,5

Densidade (g/cm3) ASTM D 792 ≥ 0,94 ≥ 0,94 ≥ 0,94 ≥ 0,94 ≥ 0,94

Resistência à Tração ASTM D 6693


Tipo IV
• no Escoamento (kN/m) 12 15 22 29 37

• na Ruptura (kN/m) 13 17 25 34 42

• Alongamento no Escoamento 13 13 13 13 13
(%)
• Alongamento na Ruptura (%) 400 400 400 400 400

Resistência ao Rasgo (N) ASTM D 1004 100 125 187 249 311

Resistência ao Puncionamento ASTM D 4833 256 320 480 640 800


(N)
Conteúdo de Negro de Fumo (%) ASTM D 1603 2-3 2-3 2-3 2-3 2-3

Dispersão de Negro de Fumo ASTM D 5596 Nota 1 Nota 1 Nota 1 Nota 1 Nota 1
Notas: 1. Dispersão de Negro de Fumo para 10 diferentes amostras: 9 deverão cair Categorias 1
ou 2 e 1 na Categoria 3.
2. Os valores contidos nesta tabela poderão ser alterados sem aviso prévio.

6. Propriedades Químicas
Estrutura Molecular - (CH2-CH2)n
A POLIMANTA® de PEAD Engepol possui excelentes propriedades químicas.
O PEAD é insolúvel em todos os solventes orgânicos e inorgânicos sendo
atacado somente à temperatura ambiente, após longo período, por oxidantes
muito fortes (HNO3 ≥ 50%, água régia).
Os halogênios em estado livre (cloro, bromo, etc.) formam à temperatura
ambiente polietileno halogenado. A estrutura da geomembrana não é
destruída, mas ocorrem modificações nas suas propriedades físicas e
químicas.
Deve-se evitar também armazenar, em contato direto com a geomembrana,
produtos em alta concentração, como o Tetracloreto de Carbono, Dissulfeto de
Carbono, Clorofórmio, Flúor, Trióxidos Enxofre, Tolueno, Xileno,
Tricloroetileno.
Em combustão, a POLIMANTA® PEAD desprende CO, CO2 e H2O, porém
nenhum gás tóxico ou corrosivo.

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7. Principais Vantagens da POLIMANTA® Engepol


- Fácil instalação
- Excelente resistência a produtos químicos
- Alta resistência a ataques biológicos
- Excelente resistência aos raios solares
- Baixa incrustação
- Atóxica
- Alta resistência ao impacto
- Alta resistência à abrasão
- Excelente resistência mecânica

A POLIMANTA® PEAD Engepol é especificada para as mais severas condições


climáticas e de agressividade química. Tem um excelente comportamento entre
o
-40 e +60 C.
É fabricada a partir de matéria prima especial para geomembranas, com a
garantia das petroquímicas, o que com a formulação adequada assegura um
excelente produto. O processo de extrusão e laminação contínua em matriz
plana, proporciona características absolutamente homogêneas e regularidade de
espessura. As espessuras disponíveis propiciam uma série de novas utilizações e
soluçõe, que até pouco tempo atrás eram inviáveis ou impossíveis para outros
materiais existentes. A geomembrana de PEAD pode ser fabricada também em
matriz circular, empregando a tecnologia da coextrusão, dependendo da
aplicação, das exigências e necessidades da obra.

A largura de 5.90 m facilita a instalação, diminui o número de soldas e aumenta


a confiabilidade do revestimento.
A soldabilidade do PEAD é notória e imbatível entre os termoplásticos. A
soldagem é executada a quente em linha dupla, por termofusão, resultando em
soldas extremamente seguras. Não se consegue soldar o PEAD com solventes ou
colas, devido a sua alta resistência química. Sua apolaridade molecular e grande
estabilidade química, além da ótima processabilidade, oferecem um baixíssimo
efeito de incrustação.

As altas as resistências química e mecânica são características intrínsecas do


PEAD. Na formulação da geomembrana de PEAD não entram plastificantes e
outros aditivos que tendem a emigrar com o tempo, tornando os materiais
frágeis e quebradiços. Atualmente, as resinas de PEAD usadas na fabricação das
geomembranas, possuem alta resistência ao tenso-fissuramento (stress
cracking), devido ao avanço de tecnologias recentes, suportando bem a ação de
agentes tensoativos.
O PEAD é absolutamente atóxico e não sofre ataque de microorganismos,
bactérias, cupins e roedores. O negro de fumo incorporado ao produto
proporciona uma grande resistência aos raios ultravioletas, os quais são
extremamente nocivos aos materiais plásticos em geral.

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Barreira, revestimento, isolamento, resistência química, resistência mecânica,


boa soldabilidade e longa vida útil são os principais desafios que a POLIMANTA®
PEAD Engepol pode superar, formando um conjunto de características de grande
destaque em relação aos outros tipos de geomembrana.

8. Comparação entre as Propriedades do PEAD e do PVC

POLIMANTA®
Propriedades Métodos de Geomembrana de
Engepol
Ensaio PVC

Espessura (mm) ASTM D 5199 0.80* 1.0*

Densidade (g/cm3) ASTM D 792 0.94 1.2 – 1.4

Resistência à Tração (MPa) ASTM D 638 19* 17*

Resistência ao Rasgo (N) ASTM 1004 127* 50*

Resistência ao Puncionamento (N) ASTM D 4833 389* 266*

Intervalo de Temperatura -40 a +60 -10 a +40


Admissível (ºC)
Método de Soldagem - Extrusão / Fusão Solda Química / Fusão

Resistência UV - Excelente Baixa


* Valores médios extraídos da Tabela 13-6, página 353 do Manual Brasileiro de Geossintéticos,
2004.

8.1. Comparação da Resistência Química PEAD e PVC

Produto Químico POLIMANTA® Engepol Geomembrana de PVC


Temperatura de 20 a 60o C PEAD

Hidrocarbonetos Alifáticos •

Hidrocarbonetos aromáticos •

Solventes Oxigenados •

Produtos de Petróleo •

Álcoois • •

Ácidos • •

Bases • •

Metais Pesados • •

Sais • •

• = boa resistência

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9. Controle de Qualidade
O controle de qualidade da POLIMANTA® Engepol é realizado segundo as
recomendações do GRI (Geosynthetic Research Institute). A GM 13 é a
recomendação usada no controle de qualidade de fabricação das
geomembranas lisas e texturizadas de PEAD (Polietileno de Alta Densidade), a
qual estabelece especificações padrão com indicação dos tipos de ensaios para
a determinação das propriedades das geomembranas e a freqüência com que
os ensaios deverão ser realizados durante a fabricação.
As especificações do GRI recomendam as propriedades físicas, mecânicas e
químicas mínimas que a geomembrana que está sendo fabricada deve possuir.

9.1. Matéria Prima


A petroquímica que fornece a resina utilizada na fabricação da
geomembrana, envia o certificado de qualidade para cada fornecimento, no
qual constam a densidade e o índice de fluidez da resina.

9.2. Verificação da Qualidade no Laboratório


O laboratório da Engepol possui a certificação GAI-LAP do GSI –
Geosynthetic Institute da Drexel University – USA, a qual garante que este
laboratório realiza os ensaios de controle de qualidade de fabricação
rigorosamente dentro dos padrões exigidos internacionalmente. As
propriedades que são determinadas e a freqüência com que os ensaios são
realizados estão listadas abaixo e seguem as recomendações do GRI –
Geosynthetic Research Institute, pertencente ao GSI.

Propriedades Métodos Freqüência dos


de Ensaio Ensaios
Espessura (geomembrana lisa) ASTM D
Cada bobina
Espessura (geomembrana texturizada) 5199
ASTM D
5994
Altura da textura (somente para geomembrana
GRI GM 12 Cada duas bobinas
texturizada)
Para textura nas duas faces as medidas dos lados são
alternadas
ASTM D
Densidade 90.000 kg
792/ 1505
Resistência à Tração

no Escoamento
na Ruptura ASTM D 9.000 kg
Alongamento no Escoamento 6693
Alongamento na Ruptura
Resistência ao Rasgo ASTM D 20.000 kg
1004
Resistência ao Puncionamento ASTM D 20.000 kg
4833
ASTM D De acordo com a
Resistência ao Tenso-fissuramento
5397 GRI GM 10

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(appendix)

Conteúdo de Negro de Fumo ASTM D 9.000 kg


1603
Dispersão de Negro de Fumo ASTM D 20.000 kg
5596
Tempo de Oxidação Indutiva
ASTM D 90.000 kg
OIT Padrão
3895
Envelhecimento no forno a 85o C ASTM D
Para cada
OIT Padrão 5721
formulação
ASTM D
3895
Resistência UV GRI GM 11
Para cada
OIT a Alta Pressão ASTM D
formulação
5885

9.3. Certificado de Qualidade


A Engepol apresenta o certificado de qualidade para cada carregamento de
geomembrana que sai da fábrica, acompanhado do romaneio, como mostra
a tabela anexa. O certificado de qualidade apresenta os resultados dos
ensaios, de acordo com as freqüências recomendadas pelas GM 13, para:
espessura, densidade, resistência à tração na ruptura e no escoamento,
resistência ao rasgo, resistência ao puncionamento, conteúdo de negro de
fumo, dispersão de negro de fumo e altura da textura para geomembranas
texturizadas.

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Certificado de Qualidade para Geomembrana de Polietileno de Alta Densidade
POLIMANTA ®
Cliente: Local de Entrega:
Tipo de Geomembrana: Número da Nota Fiscal: Certificado nº:

Negro de Fumo
no Escoamento

Teor de Negro
Resitência ao
Alongamento

Alongamento
Resistência à

Resistência à

Dispersão de
Escoamento

Resitência à
na Ruptura

Perfuração
Densidade
Espessura

Tração no

Tração na

Altura da
Aspereza
de Fumo
Ruptura

Rasgo
Descrição dos
Testes

Método do
Teste Interno D 792 D 6693 D 6693 D 6693 D 6693 D 1004 D 4833 D 5596 D 1603 GM 12
Freqüência Bobina 9000Kg 9000Kg 9000Kg 9000Kg 9000Kg 9000Kg 9000Kg 9000Kg 9000Kg 9000Kg
Unidade mm g\cm3 KN/m KN/m % % N N Categoria % mm
Especificado
(Média)
Bobina Lote Interno Externo

Data: Técnico Responsável:


Romaneio Página: 1/1

Destino: Tipo:
Largura (m): Peso Total (Kg): Data:
Área (m2): Nota Fiscal: Quantidade:

Bobina Comp. Peso Espessura Bobina Comp. Peso Espessura


nº (m) (Kg) Nominal nº (m) (Kg) Nominal
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10. Métodos de Emenda da Polimanta® PEAD Engepol


As emendas dos painéis da POLIMANTA® PEAD Engepol são realizadas por
termofusão, através de linha dupla de solda. O tipo de máquina empregada
para a solda depende da espessura da geomembrana e do tipo e tamanho da
obra. Além da escolha do equipamento adequado, é muito importante a
experiência do soldador, para que sejam atendidos os requerimentos
necessários a uma boa soldagem.

10.1. Solda por termofusão


É realizada através de máquina autopropulsora dotada de cunha e/ou de
sistema gerador de ar quente. Possui controle automático de velocidade e
temperatura, os quais podem ser ajustados de 0,5 a 3,5 m/min e de 20 a
650º C, respectivamente. A pressão de soldagem é constante e pode ser
ajustada linearmente, de acordo com o tipo do polímero da geomembrana
que está sendo soldada.
A solda é de linha dupla com um canal central, através do qual se faz o
ensaio não destrutivo de pressurização, para verificar a sua estanqueidade.

Solda por Termofusão

10.2. Solda por Extrusão ou por Deposição de Material


A solda por deposição de material, também chamada solda por extrusão, pode
ser executada manualmente através de aporte (espaguete, monofilamento ou
cordão de solda de PEAD ou PE Linear) plastificado por ar quente, ou através
de máquina extrusora portátil. Na extrusora portátil o material pode ser
alimentado na forma de PEAD granulado ou de aportes (cordão de solda ou
monofilamento).

Solda por Extrusão

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11. Controle e Verificação das Soldas


Antes de iniciar a soldagem dos painéis de geomembrana na obra, os
parâmetros de solda devem ser definidos através de ensaios de cisalhamento
e descolamento (ASTM D 6392 e GM 19 - GRI), onde a tensão de ruptura da
solda deve atender os valores relacionados na GM 19, de acordo com a
espessura e o tipo de polímero da geomembrana. As soldas executadas
devem ser submetidas à inspeção visual e aos ensaios destrutivos e não
destrutivos.

O escopo dos ensaios, a freqüência e a amostragem durante a sua realização


devem ser definidos pelo projetista, antes do início dos trabalhos de
instalação, de acordo com o tipo, com a responsabilidade da obra e
condições locais.

Os ensaios destrutivos, para verificação e ajuste do equipamento de solda,


devem ser realizados no início de cada jornada de trabalho ou sempre que o
equipamento ficar desligado por um tempo tal, que esfrie. Para obras com
mais de 10.000 metros lineares de solda, a GM 14 do GRI (Geosynthetic
Research Institute) sugere uma metodologia de aferição usando um número
menor de amostras. A finalidade destes ensaios é avaliar a resistência das
soldas ensaiando corpos de prova obtidos a partir de amostras de 2,5 cm
de largura e 30 cm de comprimento, com a solda centrada ao longo do
comprimento. Os ensaios deverão ser realizados em cinco corpos de prova,
no tensiômetro na obra ou em laboratório independente. Os ensaios
destrutivos devem ser em número mínimo possível, para preservar a
integridade da barreira que compõe o revestimento. A USEPA recomenda a
retirada de amostras a cada 150 m de comprimento de solda, o que pode ser
seguido na falta de recomendação de projeto. Há uma discussão a nível
internacional sobre a validade de cortar a amostra no final da linha de solda.
Os ensaios destrutivos deverão ser realizados de acordo com as
recomendações das normas ASTM D 6392, GM 19 (GRI) e ASTM D 6693, e
deverão atender duas propriedades básicas:
• Resistência ao Cisalhamento
• Descolamento
A descrição dos ensaios destrutivos pode ser encontrada na IGSBR GM
01/03.

Os ensaios não destrutivos aplicados para a verificação da estanqueidade das


soldas são os seguintes:
• Pressurização
Aplica-se às soldas duplas, com canal central, realizadas por máquina
automática a ar quente e/ou cunha quente. Para a realização deste ensaio,
são soldadas ponteiras nas extremidades do canal para sua vedação e
pressurização. Com uma bomba manual ou um pequeno compressor, aplica-
se uma pressão no canal de 140 a 205 kPa (1,43 a 2,09 kg/cm2),
dependendo do tipo de polímero e da espessura da geomembrana. Durante
um intervalo de 5 minutos a pressão deve permanecer ou ter uma queda

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máxima de 14 a 35 kPa (0,14 a 0,36 kg/cm2), dependendo do tipo e da


espessura da geomembrana;

• Ensaio de Vácuo
Campânula de vácuo ou câmara de vácuo: É utilizado somente em
superfícies planas, para verificação da estanqueidade das soldas por
extrusão. Neste ensaio, uma campânula transparente, com vedação de
neoprene no contato com a geomembrana, acoplada a uma bomba de vácuo
é deslocada ao longo de toda a solda e através de algum tipo de espumante
(pode ser água com sabão) detecta-se falhas na solda pela geração de
bolhas.

• “Spark Test” ou Faísca Elétrica


O equipamento utilizado emite uma corrente muito baixa, porém de alta
tensão sobre a área da solda. Estando o aparelho aterrado, haverá a
formação de um arco-voltaico visível, e a emissão de um som, em pontos
falhos ou de descontinuidade da solda, pelo fechamento do circuito elétrico
com a terra ou substrato.

As instruções da IGSBR GM 01/03 – Instalação de Geomembranas


Termoplásticas em Obras Geotécnicas e de Saneamento Ambiental –
Recomendações para Projeto, da IGS Brasil – Associação Brasileira de
Geossintéticos - são muito úteis para se tomar conhecimento das etapas,
procedimentos e controle de qualidade da instalação da geomembrana.

12. Conexão da Polimanta® PEAD com estrutura de concreto através do


perfil (inserto) de PEAD “Engelock”

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13. Modulação
A modulação é um item muito importante na instalação de geomembranas e
deve fazer parte do projeto executivo. Há algumas sugestões de modulação dos
cantos, que são áreas que exigem maior cuidado, no capítulo 3 deste Manual:
Instalação de Geomembranas.

14. Dimensionamento da POLIMANTA® PEAD Engepol


O projeto da POLIMANTA® PEAD Engepol deve ser função dos fatores abaixo
mencionados, mais os específicos para obra em questão:
- Tensões resultantes da ancoragem, inclinação e altura dos taludes e forma
de deposição dos resíduos, no caso de valas.
- Tipo do produto / material que estará em contato com a geomembrana.
A espessura da geomembrana deverá ser escolhida em função dos fatores
acima citados e de acordo com os graus de danos de instalação e de
transporte, que poderão ocorrer.
A deformação que a geomembrana poderá ter durante a vida útil da obra,
função da resistência do substrato de apoio, também deve ser levado em
conta no projeto. Tais deformações poderão ocorrer de várias formas: como
recalques diferenciais localizados aleatoriamente no solo de apoio, por
recalques de aterros sob a geomembrana, por recalques de áreas de solo
mole, localizados sob a geomembrana e por qualquer tipo de situação anormal
que ocorra e tensione a geomembrana. É importante lembrar que a
geomembrana de PEAD é uma barreira impermeabilizante e não tem função
estrutural; poderá suportar recalques dentro das faixas de alongamento no
escoamento até aproximadamente 17% e de alongamento na ruptura até
cerca 700%, cabendo ao projetista definir adequadamente estes limites. No
caso de recalques acentuados é recomendável o uso da geomembrana de PE
Linear (PEBDL), tratada no Capítulo 2.

15. Aplicações da POLIMANTA® PEAD ENGEPOL

As principais aplicações da POLIMANTA® de PEAD Engepol são para


revestimento e proteção do solo e de estruturas de concreto, onde é
necessário agregar resistências química, mecânica e aos raios ultravioleta.

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15.1. Canal de Irrigação

15.2. Aterro Sanitário

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15.3. Lagoa de Chorume

15.4. Vala para Resíduos Sólidos


Lagoa para Tratamento de Efluentes

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15.5. Base de Pilhas de Lixiviação com recolhimento das Soluções


Lixiviadas

15.6. Reservatório de Água para Irrigação e Distribuição Doméstica

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15.7. Dique de Contenção em Bases de Distribuição de Combustíveis

15.8. Cobertura de Valas de Resíduos e Reservatórios de Água

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16. Referências Bibliográficas


16.1. ABINT (2004). “Manual Brasileiro de Geossintéticos” – Editora Edgard
Blücher.
16.2. ASTM D 6392 – 99 – “Standard Test Method for Determining the
Integrity of Nonreinforced Geomembrane Seams Produced Using
Thermo-Fusion Methods”.
16.3. GRI – Geosynthetic Research Institute (2006). “GRI Test Method GM
13” – Standard Specification for “Test Properties, Testing Frequency
and Recommended Warranty for High Density Polyethylene (HDPE)
Smooth and Textured Geomembranes” - Drexel University – PA – USA,
Revision 7.
16.4. GRI – Geosynthetic Research Institute (2005). “GRI Test Method GM
19” – Seam Strength and Related Properties of Thermally Bonded
Polyolefin Geomembranes” - Drexel University – PA – USA, Revision 2.
16.5. GRI – Geosynthetic Research Institute (1998). “GRI Test Method GM
14” – “Selecting Variable Intervals for taking Geomembrane
Destructive Seam Samples using the Method of Attributes” - Drexel
University – PA – USA.
16.6. IGSBR GM 01/03 (2003). “Instalação de Geomembranas
Termoplásticas em Obras Geotécnicas e de Saneamento Ambiental –
Recomendações para Projeto” – IGSBrasil – Associação Brasileira de
Geossintéticos.

Manual de Geossintéticos – 3ª edição

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