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UNIVERSIDADE TIRADENTES

CURSO DE DIREITO

FILOSOFIA JURÍDICA

ARACAJU
SETEMBRO/2017
UNIVERSIDADE TIRADENTES

RENATO COSTA DOS SANTOS

AS ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO


IUSNATURALISTA: VISÃO ESTOICA, VISÃO MEDIEVAL E VISÃO
MODERNA.

Atividade apresentada ao curso de


Direito da Universidade Tiradentes
referente à primeira unidade da
disciplina de Filosofia jurídica, sob
orientação do professor Claudio
Dionizio Rocha Santos.

ARACAJU
SETEMBRO/2017
AS ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO IUSNATURALISTA:
VISÃO ESTOICA, VISÃO MEDIEVAL E VISÃO MODERNA.

O presente trabalho tem por objetivo fazer uma análise do desenvolvimento


do pensamento Iusnaturalista, perpassando pelas visões estoica, medieval e moderna. O
jus naturalismo compreende uma doutrina que prega um grupo de normas para a
conduta humana, denominado direito natural, o qual sua validade intersubjetiva é
diferente do sistema de normas impostas pelo Estado político, chamadas de direito
positivo.
Começando pelos estóicos, os mesmos criaram a primeira ideia do jus
naturalismo ocidental, ao defenderem que a natureza como um todo é governada por leis
universais.
“Os estóicos conceberam o seguinte ideal do homem sábio: aquele que
venceu todas as suas paixões e se livrou das influências externas. Se
deste modo se obtém o acordo consigo mesmo, ou seja: a liberdade
autêntica. Semelhante ideal – pelos estóicos personificados sobretudo
em Sócrates – deve ser cultivado por cada homem, pois cada um é
imposto pela reta razão. Existe uma lei natural que domina e se reflete
também na consciência individual. O homem, por sua natureza,
participa de uma lei universalmente válida. Eis porque, para os
estóicos, o preceito supremo da ética é o que manda viver segundo a
natureza (omologouménos te phýseizen)”. (Del Vecchio apud
BITTAR, 2005, p.138).

Em relação à visão medieval traz como característica um Jus naturalismo


com vertente teológica: a fundamentação divina do direito natural sustenta a figura do
soberano. Destacam-se nesse período as ideias de Santo Tomás de Aquino, que no
período da renascença medieval, temo o pensamento aristotélico, visando conciliar a fé
e a razão. No tocante a organização social humana, baseando-se na visão comunitária de
Aristóteles, Santo Tomás irá ressaltar a inclinação de sociabilidade do homem e sua
racionalidade.
É sabido que a ideia de um Direito Natural, já poderosamente
afirmada na corrente socrático-aristotélica e na estóica, assim como na
obra de Cícero e de jurisconsultos romanos, adquire um sentido
diverso nas coordenadas da cultura cristã, não somente por tornar-se
uma lei da consciência, uma lei interior, mas também por ser
considerada inscrita no coração do homem por Deus. O Direito
Natural destinava-se a representar a afirmação da nova Lei contra a
Lei velha, a mensagem instauradora de uma nova forma de vida.
Compreende-se, desse modo, que em Santo Tomás de Aquino,
intérprete máximo da cosmovisão medieval, a noção ou chave-mestra
de sua doutrina moral e jurídica seja a de lex. Lei e ordem são dois
conceitos que se completam e se exigem em sua doutrina. Por lei,
entende ele "uma ordenação da razão no sentido do bem comum,
promulgada por quem dirige a comunidade" (quaedam rationis
ordinatio ad bonum commune, ab eo qui curam communitatis
habet promulgata). Esta noção de lei tem valor universal,
porquanto não só se aplica ao mundo humano, como também se
refere à ordem cósmica. O universo é "cosmos", ou seja, uma
ordem, porque o Legislador supremo subordina todas as coisas às
suas normas. (REALE, 2002, p. 637 – 638).

Segundo Eduardo Bittar destaca-se na visão moderna vários nomes,


pensadores, e tendências, dentre os Locke (individualismo-propriedade privada –
sociedade civil como salvaguarda da paz), Hobbes (Estado – soberano – sociedade civil
como prevenção do extermínio de todos contra todos), Rousseau (contratualismo –
direitos naturais – desigualdades entre homens – direitos civis como extensão dos
direitos naturais.
Para os teóricos do Jusnaturalismo Moderno, o Estado de natureza é
abandonado pelos indivíduos, e assim, ressalta-se fortemente o
aspecto subjetivo do direito natural, de forma que os direitos desses
indivíduos estejam garantidos e melhor tutelados como consequência
do surgimento de um Estado politicamente organizado e dotado de
autoridade. O Estado mantém-se legítimo enquanto cumpre esta
função essencial, que lhe foi delegada mediante contrato social, entre
cidadãos e o soberano. (BITTAR, 2008, p.11).

Dessa forma, conseguimos destacar os principais período do


desenvolvimento do jus naturalismo de forma bem sintética, citando os nomes do
principais teóricos de cada período.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BITTAR, Eduardo Carlos Bianca; ALMEIDA, Guilherme Assis de. Curso de


filosofia do direito. 4.ed. São Paulo: Atlas,2005.

BITTAR, Eduardo Carlos Bianca. O Jusnaturalismo e a Filosofia moderna dos


direitos: Reflexão sobre o cenário filosófico da formação dos Direitos Humanos. 
Cidade: Panóptica, 2008.

REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19.ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

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