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BACIAS HIDROGRÁFICAS

Geomorfologia
(Características fisiográficas)

Bacia Hidrográfica

É uma área de captação natural da água da


precipitação que faz convergir os escoamentos
para um único ponto de saída, seu exutório.

Compõe-se basicamente de um conjunto de


superfícies vertentes e de uma rede de
drenagem formadas por cursos de água que
confluem até resultar num leito único no
exutório.

1
2
Bacia Hidrográfica
 Uma bacia hidrográfica é necessariamente
definida por um divisor de águas que a separa
das bacias adjacentes.

 O divisor de águas segue a linha dos cumes das


formações topográficas em torno da bacia, e
cruza o curso d'água somente na seção de
saída.

3
4
Destacar da rede
de drenagem

Localizar os pontos
mais altos e cotados

5
Junção dos pontos altos

Aprimoramento
do traçado inicial
do divisor

6
As figuras a seguir
representam as quatro
partes em sentido anti-
horário

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8
9
10
11
Rio Xingu

12
Rio Xingu, MT

Bacia Hidrográfica
Importância das Características fisiográficas:

 Comparação entre bacias hidrográficas

 Transferência de dados entre bacias vizinhas

 Projeção do comportamento da bacia no futuro

 Fórmulas empíricas
Ex:

0,77 tc = Tempo de concentração (min)


L
t c = 3,98 0,395 L = Comprimento horizontal do talvegue (km)
I I = Declividade média do talvegue (m/m)

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Algumas Características Físicas

 Área da Bacia
 Forma da Bacia
 Uso e Tipo de Solo
 Declividade dos terrenos
 Declividade dos Cursos D’água
 Ordem dos Cursos D’água
 Densidade de Drenagem

Área da Bacia
Influência nas vazões:

 Mínimas: bacias maiores têm maior vazão específica.

 Médias: pouco efeito

 Máximas: picos de enchente atenuados e tempos de


base maiores

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Área da Bacia
 Medida por planímetro; malha de pontos; Comprimento
de tiras; calculada a partir de imagens digitalizadas;
aproximação por composição de figuras geométricas.

Cálculo da área pelo número de


pontos da grade:

A=Aqx (NI +0,5NL )

em que
Aq - área de uma quadricula
NI - no. de pontos da grade internos
ao perímetro
NL - no. de pontos

Cáculo da área pela coordenada dos vértices de um polígono

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PERÍMETRO E COMPRIMENTOS
Curvímetro, imagens digitalizadas, linha, compasso, borda
de papel

Pelas coordenadas dos vértices de um polígono


(xi+1,yi+1)

Li=[(xi+1-xi)²+(yi+1-yi)²]1/2
(xi,yi)

FORMA DA BACIA

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Forma da Bacia

Influência no escoamento:

 Tempo de concentração

 Vazão máxima do hidrograma de cheia

 Tempo de base do escoamento superficial

Indicadores da forma da Bacia

 Coeficiente de Compacidade ou Indice de Gravelius(Kc) :

Kc = Perímetro da Bacia/ Perímetro do círculo de mesma área

𝐴 𝑃 𝑃
𝐴 = 𝜋𝑟 𝑟= →𝐾 = = 0,28
𝜋 2𝜋𝑟 𝐴

P: perímetro da bacia, em km
A: área da bacia, em km2

Quanto menor o valor de Kc, maior é a capacidade de


produzir picos de cheias

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Indicadores da forma da Bacia
 Fator de forma ou conformação (Kf):

Kf=largura média da bacia/comprimento do talvegue


Lm=Ab/L
Kf=Ab/Lm= Ab/L2

Exercício #5 57,5 km

13,2 km

2,3 km

2 km
10 km
50 km

50 km

10 km

2 km

Determinar o fator de conformação das bacias acima


2  50 2  50
Fc1   18.90 Fc3   0.03
2.302 57.52
10 10
Fc2   0.57
13.22

Quanto mais próximo a um, maior a capacidade de


produzir picos de cheias.

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RETÂNGULO EQUIVALENTE

L1

L1  L2  AB
L2
2( L1  L2 )  PB

AB AB
L2  2 L1  2  PB
L1 L1

 P  PB2  16 AB
 L1  B
 4
2 L21  2 AB  PB L1  0  
 PB  PB2  16 AB
 L2 
 4

RETÂNGULO EQUIVALENTE

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CURVA HIPSOMÉTRICA

Uso e Tipo de Solo

20
Uso e Tipo do Solo
Influência:
• Na infiltração
• Na velocidade do escoamento

Áreas de Florestas: Folhas e galhos retardam o


escoamento
Áreas Urbanas: Pouca infiltração + grande velocidade do
escoamento (revestimentos e galerias) = grandes picos de
cheias

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DECLIVIDADE DOS TERRENOS

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Declividade dos Terrenos

Influência:
• Na velocidade do escoamento
• Tempo de concentração
• Picos das cheias
Determinação:
•Método de Horton
•Levantamento de declividades em pontos regularmente
distribuídos - Aplicativos de SIG

Método de Horton
Era utilizado quando as cotas eram levantadas diretamente no mapa
Será deixado aqui para quem quiser analisar....

L
110 b1= B/8
100
b2= 3B/8
90
b3= B/4
ii  D.Lcn
80 i / Ai b4= B/4
70
n
I   ( D.Lcni / Ai ).( Ai / A)
i 1
n
I  D / A. Lcni I  D / A.Lcn
i 1

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Método de Horton
D altura entre cotas
ii  D / bi bi distância média entre linhas

bi  Ai / Lcni

ii  D.Lcni / Ai

L
110
n b1= B/8 i1=10/(B/8)

I  D / A. Lcni
100
b2= 3B/8 i2=10/(3B/8)

I  D / A.Lcn
90
b3= B/4 i3=10/(B/4)
i 1
80 i4=10/(B/4)
b4= B/4
70

Método de Horton
ii  D / bi

bi  Ai / Lcni
Ai - Área abcd
ii  D.Lcni /Lcn
Aii – curva
comprimento da
de nível

L
110 b1= B/8 i1=10/(B/8) b1=A1/L1
100

I  D / A.Lcn
b2= 3B/8 i2=10/(3B/8)

I  D / A.Lcn
90
b3= B/4 i3=10/(B/4)

80 i4=10/(B/4)
b4= B/4
70

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Método de Horton
ii  D / bi

bi  Ai / Lcni

ii  D.Lcni / Ai
n
I   ( D.Lcni / Ai ).( Ai / A)
i 1 L
110
n b1= B/8 i1=10/(B/8) b1=A1/L1

I  D / A. Lcni
100

I  D / A.Lcn
b2= 3B/8 i2=10/(3B/8)

I  D / A.Lcn
90
b3= B/4 i3=10/(B/4)
i 1
80 i4=10/(B/4)
b4= B/4
70

Método de Horton
ii  D / bi

bi  Ai / Lcni

ii  D.Lcni / Ai
n
 D.Lcni  Ai
I   
i 1  Ai  A L b1=A1/L1
n
110 Ai
b1= B/8 i1=10/b1 =10/(A1/L1 ) I   ii

I I DD/ A
100

/ .ALcn
b2= 3B/8 i2=10/b2 =10/(A2/L2 ) i 1 A
90 .Lcn
I  D / A.Lcn
b3= B/4 i3=10/b3 =10/(A3/L3 ) n
10 Ai
80 i4=10/b4 =10/(A4/L4 ) I 
b4= B/4 i 1 Ai / Li A
70

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Método de Horton
ii  D / bi
bi  Ai / Lcni
ii  D.Lcni / Ai
n
I   ( D.Lcni / Ai ).( Ai / A)
i 1

L b1=A1/L1
D n
I   Lcni
n
110 Ai
100
b1= B/8 i1=10/b1 =10/(A1/L1 ) I   ii
A
A i 1 I DD/ A
b2= 3B/8 i2=10/b2 =10/(A2/L2 ) i 1

/ ALcn
.Lcn
II  D / A..Lcn
90
b3= B/4 i3=10/b3 =10/(A3/L3 ) n
10 Ai
80 i4=10/b4 =10/(A4/L4 ) I 
b4= B/4 i 1 Ai / Li A
70 10 n
I   Li
A i 1

Método de Horton
ii  D / bi
bi  Ai / Lcni
ii  D.Lcni / Ai
n
I   ( D.Lcni / Ai ).( Ai / A)
i 1 n
I  D / A. Lcni
i 1
L b1=A1/L1
n
110 Ai
100
b1= B/8 i1=10/b1 =10/(A1/L1 ) I   ii
A
DLcn I  D / A.Lcn
b2= 3B/8 i2=10/b2 =10/(A2/L2 ) i 1

I 90


I  DD/ A
I / .ALcn
.Lcn
b3= B/4 i3=10/b3 =10/(A3/L3 ) n
10 Ai
I 
A 80

70
b4= B/4
i4=10/b4 =10/(A4/L4 )

10 n
i 1

10
Ai / Li A

I   Li
A i 1
I 
A
4L

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•Levantamento de declividades em pontos regularmente distribuídos
- Aplicativos de SIG

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v OCORRÊNCIAS DECLIVIDADES (m/m) OCORRÊNCIAS
0,000 - 0,020 97 0,220 - 0,240 109
0,020 - 0,040 132 0,240 - 0,260 78
0,040 - 0,060 184 0,260 - 0,280 129
0,060 - 0,080 174 0,280 - 0,300 45
0,080 - 0,100 187 0,300 - 0,320 12
0,100 - 0,120 152 0,320 - 0,340 0
0,120 - 0,140 110 0,340 - 0,360 0
0,140 - 0,160 91 0,360 - 0,380 71
0,160 - 0,180 35 0,380 - 0,400 95
0,180 - 0,200 64 0,400 - 0,420 15
0,200 - 0,220 82

Declividade dos Rios

 St – Declividade total

 Smc – Declividade média constante

 Sec – Declividade equivalente constante

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Declividade dos Rios
A partir da planta topográfica, mede-se o comprimento do rio entre cotas

C COMPRIMENTO (km) COTAS COMPRIMENTO (km)


(m)
625 - 630 5,00 750 - 760 10,00
630 - 640 15,00 760 - 770 5,00
640 - 650 25,00 770 - 790 5,00
650 - 660 15,00 790 - 820 5,00
660 - 670 5,00 820 - 830 5,00
670 - 675 5,00 830 - 880 5,00
675 - 715 10,00 880 - 920 5,00
715 - 720 15,00 920 - 940 5,00
720 - 733 22,50 940 - 970 5,00
733 - 740 12,50 970 - 1100 5,00
740 - 750 10,00
Altitude (m)

31
Altitude (m)

Declividade total – é determinada a partir da cota máxima e da cota mínima do rio


Altitude (m)

Declividade média constante – A área sob a reta de declividade é igual à área sob o perfil
do rio

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A= área sob o perfil do rio
Declividades
Perfil do rio
Declividade total
Declividade média constante
Declividade equivalente constante
1100

1000

900
Altitude (m)

800

700

600

0 40 80 120 160 200


Comprimento do rio (km)

Declividades
Perfil do rio
Declividade total
Declividade média constante
Declividade equivalente constante
1100

1000

900
Altitude (m)

800

700

600

0 40 80 120 160 200


Comprimento do rio (km)

33
Altitude (m)

Declividade equivalente constante – A declividade é tal que a água em um rio com essa
declividade constante, percorreria a extensão do rio no mesmo tempo que no rio real
(considerando a velocidade calculada pela fórmula de Chezy)

 Supondo:

t  L /V V  c. R.S
t  t1  t2  ...  t n
n
L Li
t 
c. R.S ec i 1 ci . Ri .S i

 Assumindo:
C1=C2=...=Cn=C (rugosidade cte.)
R1=R2=...=Rn=R (seção cte.)

n
L L
 i
S ec i 1 S i

34
 Supondo:

t  L /V V  c. R.S
t  t1  t2  ...  t n
n
L Li
t 
c. R.S ec i 1 ci . Ri .S i

 Assumindo:
C1=C2=...=Cn=C (rugosidade cte.)
R1=R2=...=Rn=R (seção cte.)

n
L L
 i
S ec i 1 S i

 Supondo:

t  L /V V  c. R.S
t  t1  t 2  ...  t n
n
L Li
t 
c. R.S ec i 1 ci . Ri .S i

 Assumindo:
C1=C2=...=Cn=C (rugosidade cte.)
R1=R2=...=Rn=R (seção cte.)

n
L L
 i
S ec i 1 S i

35
 Supondo:

t  L /V V  c. R.S
t  t1  t 2  ...  t n
n
L Li
t 
c. R.S ec i 1 ci . Ri .Si

 Assumindo:
C1=C2=...=Cn=C (rugosidade cte.)
R1=R2=...=Rn=R (seção cte.)

n
L L
 i
S ec i 1 S i

 Supondo:

t  L /V V  c. R.S
t  t1  t 2  ...  t n
n
L Li
t 
c. R.S ec i 1 ci . Ri .Si

 Assumindo:
C1=C2=...=Cn=C (rugosidade cte.)
R1=R2=...=Rn=R (seção cte.)

n
L L
 i
S ec i 1 S i

36
 Supondo:

t  L /V V  c. R.S
t  t1  t 2  ...  t n
n
L Li
t 
c. R.S ec i 1 ci . Ri .Si

 Assumindo:
C1=C2=...=Cn=C (rugosidade cte.)
R1=R2=...=Rn=R (seção cte.)

n
L L
 i
S ec i 1 S i

n
L L
 i
S ec i 1 Si
n
L   Li
i 1

L
S ec  [ n
]2
Li

i 1 Si

37
n
L L
 i
S ec i 1 Si
n
L   Li
i 1

L
S ec  [ n
]2
Li

i 1 Si

n
L L
 i
S ec i 1 Si
n
L   Li
i 1
2
 
 
L
Sec   n 
 Li 
  
 i 1 Si 

38
Declividades
Perfil do rio
Declividade total
Declividade média constante
Declividade equivalente constante
1100

1000

900
Altitude (m)

800

700

600

0 40 80 120 160 200


Comprimento do rio (km)

DENSIDADE DE DRENAGEM

1,9 < Dd < 2,5 km/km²


5,0 < Dd < 9,9 km/km²

12 < Dd < 19 km/km² 124 < Dd < 250 km/km²

39
Densidade de Drenagem
Topografia
• Plana: Rios longos e escassos
• Acidentada: Rios pequenos e numerosos

Influência no Escoamento
Quanto maior a densidade verifica-se:
• Menor tempo de concentração
• Maior Vazão de pico de cheia

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Densidade de Cursos
D’Água:
DS=N/A
N: no. de cursos d’água
A:área da bacia

EXERCÍCIO
Calcular a densidade de cursos d’água
para a bacia da figura, supondo área
de 40 km2.

Ds=7/40=0,175 km-2

Densidade de Cursos
D’Água:
DS=N/A 40 km2
N: no. de cursos d’água 4
3
2
A:área da bacia
1 5

EXERCÍCIO 6

Calcular a densidade de cursos d’água


para a bacia da figura, supondo área 7
de 40 km2.

Ds=7/40=0,175 km-2

41
Densidade de Drenagem:
Dd=L/A
L: comprimento total de cursos d’água
A: área da bacia

EXERCÍCIO
Determinar a densidade de drenagem da bacia da figura.

Dd=L/A=(35+9+15+6)/800=0,081 km/km2

2
800 km

L Total = 65 km 35 km 9 km 15 km 6 km

Extensão média do escoamento superficial:


Distância média que a água da chuva teria que
percorrer em linha reta até atingir um curso d´água

A l
A  4l   li  l  Todos os rios
4 li 4l

∑li

42
Ordem dos Cursos D’Água

Classificação de Strahler
1 1
1
1 2
2 1
2 1
3 1
2

Identificar a ordem dos rios apresentados nos slides 10 e 14

Ottobacias (Adotado pela ANA)


Classificação dos cursos de água e sub-bacias

Identificar o rio principal – segue aquele de maior área


Identificar as quatro maiores bacias ao longo do rio principal
- código 2, 4, 6 e 8, de jusante para montante.
As interbacias e são divididas em cinco regiões e recebem
números ímpares 1, 3, 5,7 e 9, de jusante para montante.
O zero é utilizado para o caso de haver bacias fechadas,
denominadas intrabacias

Todas as bacias identificadas podem ser subdivididas,


acrescendo o número a direita do código já estabelecido. Pode-se subdividir mais uma vez,
destacando-as e atribuindo um código de jusante para montante do rio principal, sendo que
desta vez os códigos serão antecedidos do código referente à bacia principal na qual estão
inseridos

43
FIM

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