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TOLEDO – PARANÁ
Setembro/2014
UNIOESTE – UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
TOLEDO – PARANÁ
Setembro/2014
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SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS....................................................................................................................3
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................4
2. DISPOSITIVOS PNEUMÁTICOS.....................................................................................5
2.1. SISTEMA DE TRANSPORTE PNEUMÁTICO...................................................................6
2.1.1.Transporte fase densa ou alta pressão.....................................................................................6
2.1.2.Transporte fase diluída ou baixa pressão..............................................................................16
2.2. TRANSPORTE PNEUMÁTICO A PRESSÃO POSITIVA E NEGATIVA.......................17
2.2.1.Sistemas de pressão positiva.................................................................................................18
2.2.2.Sistemas de pressão negativa (vácuo)...................................................................................19
2.2.3.Sistemas de pressão e vácuo combinados.............................................................................19
3. FATORES PARA SELEÇÃO DO TRANSPORTADOR...............................................20
3.1 CAPACIDADE...................................................................................................................20
3.2 DISTÂNCIA E DESNÍVEL ENTRE CARGA E DESCARGA........................................21
3.3 NATUREZA DO MATERIAL A TRANSPORTAR.........................................................21
3.4 FATORES ECONÔMICOS................................................................................................21
4. DIMENSIONAMENTO DE UM TRANSPORTADOR PNEUMÁTICO....................22
5. VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DO TRANSPORTADOR PNEUMÁTICO..........34
6. LEITO DE JORRO............................................................................................................36
6.1 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO.............................................................................37
6.2 QUEDA DE PRESSÃO......................................................................................................41
6.3 VELOCIDADE DE JORRO MÍNIMO (Vjm)......................................................................42
6.4 EFEITOS DA GEOMETRIA DA COLUNA E DA PARTÍCULA...................................42
6.5 EFEITOS DO FLUXO DE GÁS E ATRITO NO LEITO DE JORRO..............................43
7. UTILIZAÇÃO DO LEITO DE JORRO NA INDÚSTRIA............................................44
8. REFERÊNCIAS..................................................................................................................45
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LISTA DE FIGURAS
1. INTRODUÇÃO
O transporte de materiais dentro de uma indústria pode acontecer por meio de três
maneiras diferentes: transporte de sólidos, bombeamento de líquidos e movimentação de gases
(GOMIDE, 1983).
Fixos: Sua posição permanece fixa durante o tempo embora possa possuir também
partes móveis.
Móveis: São equipamentos que se movimentam com os sólidos, como por
exemplo, as pás carregadoras, vagonetas, empilhadeiras, caminhões, guinchos e
guindastes.
Além do transporte colunas com a base cônica podem ser utilizadas como dispositivos de
secagem, mistura de sólidos, resfriamento, recobrimento e granulação, este tipo de equipamento
é conhecido como Leito de Jorro.
O trabalho a seguir tem como objetivo apresentar uma revisão bibliográfica sobre
transportadores pneumáticos e leito de jorro.
2. DISPOSITIVOS PNEUMÁTICOS
Dependendo das características físicas de cada material, haverá uma ou mais formas de
transportá-lo pneumaticamente.
O transporte pneumático tem sua aplicação industrial destacada desde o início do Século
XX, devido a algumas de suas características principais: os baixos custos de manutenção e
operação; a grande variabilidade de produtos transportados; a alta flexibilidade dos projetos,
podendo haver o transporte vertical e/ou horizontal, além de diversos sistemas de alimentação de
sólidos.
Atualmente o sistema de transporte pneumático, esta dividido em dois: fase densa e fase
diluída.
Caracteriza-se por transportar sólidos em alta pressão, velocidade muito baixa (de 1,5 a
4,0 m/s) e a tubulação de ar com alta concentração de sólidos. Utiliza pressão superior a 1 bar.
Estes sistemas utilizam pressão positiva para impulsionar os materiais através de linhas
de transporte em velocidades relativamente baixas, utilizando uma relação ar/material
transportado baixa. Utilizam, geralmente, compressores de alta pressão como fonte de energia.
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O transporte pneumático em fase densa pode ser o método mais confiável e eficiente para
a manipulação de uma grande variedade de sólidos secos a granel.
A definição de transporte pneumático em fase densa significa uma pequena quantidade de
ar para movimentar uma grande quantidade de sólidos a granel de forma pulsante, em porções
através da linha de transporte, sendo um processo similar à extrusão. A Figura 2 mostra um
sistema de transporte pneumático em fase densa.
limitados a transportar menores lotes de material, além do mais, as grandes quantidades de ar que
devem ser introduzidas nesses sistemas para evitar entupimento levam ao aumento da velocidade
de transporte. Essa velocidade provoca alguns dos muitos problemas que os sistemas em fase
densa foram desenvolvidos para evitar (maior abrasão e/ou degradação do produto).
Uma vez que o transportador é carregado, indicado por um controle de nível ou balança,
as válvulas de entrada e respiro fecham e selam. Todo ar necessário para transportar o material,
independentemente da distância, é gradualmente introduzido pelo topo do transportador durante
o ciclo de transporte. Esse ar mistura-se com o material, que é forçado para a linha de transporte
de forma pulsante, em porções, até que o transportador e a tubulação estejam vazios. Um
pressostato monitora a pressão no vaso de transporte, ao atingir determinada pressão, este indica
o final do ciclo e interrompe o fornecimento de ar. O volume de ar residual flui para o final do
sistema, limpando o transportador e a tubulação.
As características principais deste sistema são: fluxo alto de ar no começo e final do ciclo
de transporte e pressão alta na linha.
11
As características deste sistema são: fluxo alto de ar por todo o ciclo de transporte e
pressões mais baixas na linha.
O diafragma, que atua como uma válvula de retenção permite que ar comprimido entre a
linha de transporte evitando que o produto volte para dentro da linha de fornecimento de ar. O
espaço entre um ajustador e outro é completamente dependente da complexidade do material a
ser transportado.
15
Desde que a linha permaneça sempre cheia, não há tempo perdido no enchimento e
descarga da linha de transporte e o consumo de ar comprimido é drasticamente reduzido.
As características deste sistema são: altas pressões na linha de transporte, baixo consumo
de ar e velocidades extremamente baixas durante todo o ciclo.
Eles utilizam tanto pressão positiva, para empurrar, quanto pressão negativa, para puxar
os materiais através da linha de transporte em velocidades relativamente altas. São sistemas de
baixa pressão e alta velocidade, utilizando uma elevada relação ar/ material transportado.
resulta em uma manipulação mais delicada dos sólidos altamente abrasivos que não toleram
degradação de forma semelhante à extrusão. Para muitos materiais frágeis, granulares ou
cristalinos, não existe processo mais adequado (Figura 11).
O sistema usa como alimentador uma válvula rotativa e apresenta elevadas velocidades
de arraste de aproximadamente 10 m/s no inicio aumentando para 25 m/s no final da linha. A
pressão na linha de transporte é abaixo de 1 bar no começo da linha e próxima da pressão
atmosférica na região próxima ao final. Estes sistemas geralmente usam um soprador de ar de
baixa pressão ou um ventilador como fonte de energia.
pressão, devido ao diferencial limitado de pressão. Já os sistemas de fase diluída sob pressão,
podem alcançar um diferencial de pressão elevado mais facilmente. A operação utilizando ambos
os métodos (pressão-vácuo) às vezes é ideal para uma determinada instalação para transporte de
produtos.
Nos sistemas de pressão positiva, o material é lançado numa corrente de gás, a pressão
acima da atmosférica, por meio de um alimentador rotatório, com selo pneumático. A velocidade
da corrente mantém o material em suspensão, até que ele atinja o vaso receptor, onde é separado
ar por um filtro ou por um ciclone. Os sistemas a pressão são usados com material solto, desde
tamanhos de partícula muito pequenos até 1 cm. A vazão de ar pode chegar a 10 ton/h, e a perda
de carga no sistema pode chegar a 50 kPa. Esses sistemas são os preferidos quando uma única
fonte deve abastecer diversos receptores. O ar comprimido provém, em geral, de um soprador de
ação direta.
Uma grande variedade de produtos alimentando podem ser transportados com este tipo de
sistema, de verturis e válvulas rotativas e parafusos que transportam aos silos de recepção. Um
transporte pneumático de baixa pressão positiva típico pode ser visto na Figura 2 (transporte de
açúcar cristal, grão de café, cereais matinais, etc.).
O sistema pode conter inúmeras válvulas de desvio para a alimentação de vários silos de
recebimento que faz a distribuição nas linhas de produção, utilizando arranjos de desvios
conforme as necessidades das linhas produtivas. Embora múltiplo ponto de alimentação dentro
de uma linha de transporte pneumático, o sistema pode encarecer devido a destinos múltiplos
porque cada um tem que ter seu próprio filtro receptor com capacidade de vácuo parcial. A
atenção deve ser dobrada neste tipo de arranjo, com relação ao volume e pressão de ar enviado as
tubulações das linhas de transporte, para não haver variações nos silos receptores de distribuição.
20
O material permanece suspenso na corrente de gás até atingir o vaso receptor, onde é
recolhido por um filtro ou um ciclone. Nos sistemas de pressão reduzida a vazão de gás pode
chegar a 7 ton/h e a distância a 300 m, inferior ao sistema de pressão positiva. O sistema de
pressão reduzida tem uma vantagem de permitir vários pontos de alimentação. São largamente
empregados para materiais finamente divididos. É usado especialmente quando as distâncias são
mais curtas.
Sistemas de pressão negativa são comumente mais utilizados para materiais de vários
formatos que transportam para um único ponto de recepção. Não haverá problemas no transporte
se ocorrer pequenas diferenças de pressão durante o processo. As válvulas rotativas e parafusos
também podem ser utilizadas neste tipo de sistemas e ficam menos caro do que no sistema de
pressão positiva. A diferença é que haverá necessidade de um volume de ar maior e os filtros de
ar devem estar sob vácuo na operação. Ver Figura 11.
o ponto de armazenamento.
3.1 CAPACIDADE
A capacidade do transportador de sólidos é uma tarefa difícil de estimar uma vez que
diversas variáveis influenciam-se mutuamente. Além disso, a capacidade também está
diretamente ligada ao desembarque na fábrica, o armazenamento e a embalagem. Em casos
complexos deve-se fazer um diagrama de blocos acompanhado de uma simulação matemática
(GOMIDE, 1983).
Alguns transportadores são mais indicados para grandes capacidades, enquanto outros são
máquinas pequenas. Entre as variáveis que influenciam a definição da capacidade de um projeto
de transportado podem ser citadas:
Existem dentro das indústrias dispositivos que são utilizados para grandes distâncias e
grandes desníveis, enquanto que alguns só podem ser utilizados no plano.
O custo pode ser influenciado pela qualidade dos rolamentos, pela espessura das chapas,
pelo diâmetro dos roletes e pelas facilidades de manutenção e de reparo. Por isso, é necessário
fazer as comparações de custo, na base de uma investigação particular de cada aplicação
específica do equipamento. Pode-se escolher um determinado transportador pelo menor custo
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inicial, pelo menor custo de energia ou também pela entrega ou montagem rápida
(PERRY,1997).
O critério econômico ideal é o de menor custo global, que inclui todos os equipamentos
que participam da movimentação do material (dispositivos de carga, armazenamento embalagem,
descarga do produto final).
O projeto requer a análise das propriedades do material que deve ser transportado
(tendência ao torreamento, a facilidade de fragmentação das partículas e quaisquer possibilidades
do pó explodir com a mistura com oxigênio) e das condições operacionais, como as pressões,
temperaturas, etc.
Então, é recomendado que o escoamento descendente vertical para curvas horizontas seja
evitado se possível, em sistemas de transporte pneumático em fase diluída.
Onde o subscrito "s" denota superficial e os subscritos "f" e "p" se referem ao fluido e as
partículas respectivamente. A fração da área transversal disponível do tubo para o fluxo de gás
normalmente é assumida ser igual à fração de volume ocupada pelo gás, quer dizer, a porosidade
ou fração de vazios l. A fração da área do tubo disponível para o fluxo de sólidos é, portanto,
(1 - 𝜆).
Qf (1)
U f=
A.λ
Qp (2)
U p=
A . ( 1−λ )
U fS (3)
U f=
λ
U pS (4)
U p=
(1−λ)
É prática comum, quando lidamos com fluidização e com transporte pneumático, usar
simplesmente o símbolo U para denotar a velocidade superficial do fluido. Também, de acordo
com a prática comum, o símbolo G será usado para denotar o fluxo de massa de sólidos, quer
dizer, G = Mp/A, onde Mp é a taxa de fluxo de massa de sólidos.
U rel =U f −U p (5)
Na Carta 1, traça-se uma linha reta da velocidade inicial para o diâmetro do tubo e
prolongue a linha para encontrar a vazão de ar. Para este exemplo, começa-se com um tubo
comum de 4 polegadas de diâmetro.
Q=V . A (6)
Para o sistema, tem-se uma relação de sólidos de cerca de 9,5. Se a relação de sólidos
estiver acima de 15, reinicie os cálculos para um diâmetro de tubulação superior ao escolhido
anteriormente.
Na Carta 3, faz-se, a partir do valor do diâmetro do tubo (4”) para o volume de gás (610
ft3/min) e leia-se o fator de projeto na linha central. Para o sistema descrito, isto dá um fator de
projeto igual a 90.
30
Na Carta 4, faz-se uma linha a partir do comprimento equivalente do sistema para o fator
de projeto e estende-se esta linha para a linha no centro do quadro. Em seguida, conecta-se o
ponto de interseção entre a primeira linha e a linha do centro com a relação de sólidos no
extremo direito.
Leia-se a perda de pressão do sistema no ponto de interseção com esta linha. Para o
sistema tomado como exemplo, é aproximadamente 12,5 psi (86 kPa). Se a perda de pressão for
maior que 12 psi para sistemas de pressão diluída ou densa ou 5 psi para sistemas de vácuo,
reinicie os cálculos com outro valor de diâmetro. Embora o sistema proposto ter uma queda de
pressão que provavelmente é muito alta, continuar-se-á para a Etapa 7.
32
90 9,5
250ft
86
2
3 ρf D U f −U p (10)
f p=
8 ρp x
CD
Up [ ]
A análise assume que as partículas perdem impulso por colisão com as paredes da
tubulação. A perda de pressão devido a fricção material sólido e parede é a perda de pressão do
ar como resultado do início da aceleração dos materiais na tubulação. Assim a força de arraste
em uma única partícula de material é determinada por:
2
π x2 ( U F −U P ) (11)
FD= ρf C D
4 2
Se a fração de vazios é e então o número de partículas por unidade de volume do tubo NP
será:
( 1−ε ) (12)
NV = 3
πx
6
Desse modo a força exercida pelo ar sobre as partículas por unidade de volume do tubo
FV, será:
( 1−ε ) (13)
F V =F D
π x3
6
Portanto, finalmente temos a relação da queda de pressão na tubulação:
3 L (14)
F pwL= ρ p C D ( 1−ε ) ( U F −U P )2
4 x
86
610
Neste caso, basta que o material seja densamente deslocado através da linha de
transporte. Quanto mais denso o material na linha de transporte, menos espaço para mover-se e
segregar-se. Como exemplo de materiais transportados, podemos citar: achocolatado, capuccino,
pré-mistura parabolo, argamassa e tintas em pó.
Alguns materiais como o zircônio, pós-metálicos, enxofre, óxido de titânio, caulim, etc.,
tendem a de provocar entupimentos nas linhas de processo,utilizando sistemas de alta velocidade
e dosagem eficiente de produto, utilizando válvula rotativa, esse problema pode ser resolvido.
Sistemas pneumáticos que utilizam baixas quantidades de ar comprimido permitem que qualquer
tratamento (secagem, purificação, retenção de bactérias, etc), indispensável para não prejudicar a
qualidade destes materiais, seja feito de forma simples e econômica. Além disso, por se tratar de
sistema hermético, em contato apenas com o ar tratado, pode-se garantir a total não
contaminação do material transportado. Exemplo: sal, barrilha, sulfato de sódio, açúcar refinado,
farinhas, leite em pó, café solúvel, etc.
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6. LEITO DE JORRO
O leito de jorro é uma operação unitária que tem por finalidade promover o contato entre
um fluido e partículas relativamente grandes, conhecidas por sua fluidização de baixa qualidade.
Por possuir a capacidade de promover altas taxas de transferência de massa e calor e um elevado
reciclo de sólidos, ele é utilizado em técnicas de secagem de materiais granulares, pastas e
suspensões, à granulação e ao recobrimento de partículas.
Ele é caracterizado pela divisão do escoamento das partículas em três regiões distintas
(Figura 17). Sendo elas: o jorro (região de alta porosidade e de movimento ascendente das
partículas); o ânulo (região de menor porosidade e de movimento descendente das partículas) e a
fonte (região acima da superfície do leito onde há movimento ascendente das partículas)
(MATHUR e EPSTEIN, 1974).
Figura 17. Leito de jorro apresentando as três regiões distintas: o jorro (spout area), ânulo
(annulus area) e fonte (fountain area).
Apesar das limitações, o leito de jorro pode operar de forma contínua, intermitente ou
batelada.
Figura 18. Cruva característica da queda de pressão. MADONNA et al. (1961). Material: trigo.
dp=0.36 cm, Dc=0.152 m, Di=1,27x10-2m, α=60°
Inicialmente, para pequenas vazões de gás, as partículas do leito de jorro não são
perturbadas, o gás apenas circula e o sistema se comporta como um leito fixo. Aumentando-se a
vazão, as partículas próximas ao orifício de entrada do gás se deslocam, formando uma cavidade
circundada por uma camada sólida compacta, mais resistente à passagem do gás, o que acarreta
uma maior queda de pressão no leito. À medida que a vazão de gás cresce, a cavidade vai se
alongando formando então o jorro interno, a queda de pressão devido a área de ânulo continua a
aumentar até atingir um valor máximo (ΔPmáx), ponto B. A partir deste ponto, o efeito do jorro
interno passa a ser maior que a camada sólida que limita a cavidade, assim a queda de pressão
começa a diminuir. No ponto C, a quantidade de partículas deslocadas do núcleo central já é
suficiente para promover uma expansão do leito. Essa expansão pode ser acompanhada por
expansões e contrações alternadas do jorro interno, resultando instabilidade e flutuações na
queda de pressão, formação de bolhas e fluidização de partículas na região adjacente ao jorro
interno. Um pequeno aumento da vazão além do ponto C, corresponde ao jorro incipiente e faz
com que a queda de pressão caia até o ponto D, onde o jorro aflora à superfície. Neste ponto a
queda de pressão (ΔPjes) torna-se constante e um aumento na vazão do gás provoca apenas
elevação da fonte.
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No entanto, devido a instabilidade gerada pela ação da ruptura do jato através do leito, os
pontos C e D, vazões de jorro incipiente e de início de jorro estável respectivamente, não são
exatamente reprodutíveis, então preferencialmente trabalha-se com o processo inverso,
diminuindo-se o fluxo de gás até o ponto E, onde tem-se a menor velocidade (V jm) com a qual
pode-se obter um jorro estável. Prossegue-se então a redução de vazão, há o aumento da queda
de pressão, que atinge seu ponto máximo em F, bem abaixo do ponto B, já que no processo
inverso a perda de carga acontece devido à interação gás-sólido. A partir de F a queda de pressão
decai com a vazão.
A obtenção do jorro estável está relacionada com a altura máxima do leito (H máx), onde
ainda é possível se obter um sistema estável, sem ocorrência de fluidização heterogênea ou
movimento empistonado. Assim, pode-se afirmar que o sistema é limitado pela altura da carga de
sólidos, sofrendo ainda influência de parâmetros geométricos da coluna (ângulo do cone, relação
entre os diâmetros do jorro e do orifício de entrada) e das propriedades e dimensões das
partículas envolvidas.
O que é visto é que a queda de pressão depende dos diâmetros do jorro, e do orifício de
entrada do gás, do diâmetro e características da partícula (densidade, porosidade, esferecidade)
no jorro, da altura do leito, inclinação das bases cônicas, velocidade do gás, dentre outras
propriedades.
BECKER (1961)
MANURUNG (1964)
GELPERIN (1960)
MUKHLENOV E
GORSHTEIN (1965)
43
MATHUR E GISHLER
(1955)
ABDELRAZEK (1969)
Para um determinado leito de jorro, a altura máxima (H máx) para obtenção de condições
estáveis de operação tende a decrescer com o aumento do diâmetro do orifício de entrada do
fluido (Di). Com base em dados empíricos, BECKER (1961) sugeriu um valor crítico para
obtenção do jorro estável: Di/Dc=0,35.
O formato cônico na parte inferior da coluna facilita o fluxo dos sólidos da região anular
para a região de injeção do gás. O limite do ângulo do cone depende da fricção interna
característica dos sólidos, sendo que, para a maioria dos sólidos, a inclinação satisfatória é de
40°.
O leito de jorro é bem flexível quanto a partículas de densidades diferentes, tanto que
amplas faixas de densidades têm sido usadas em leitos de jorro sem qualquer indicação de
limitações (MATHUR e EPSTEIN, 1974).
Em leitos rasos, um aumento no fluxo de gás muito superior ao requerido para o jorro
mínimo causa a perda de sua forma definida acima da superfície do leito. O movimento de
sólidos na região superior do leito torna-se caótico, enquanto o de sólidos na região anular
permanece nulo. Em leitos profundos, os sólidos movimentam-se no leito, que é rompido a altas
vazões de gás. No caso de partículas grossas, esse rompimento leva a formação do fracionamento
do leito.
Com o passar do tempo, devivo ao atrito entre as partículas no leito de jorro, a fase sólida
pode sofrer um desgaste, ocorrendo quebra de partículas. O movimento ascendente das partículas
provoca colisões de umas contra as outras no interior do jorro, na região anular e na parede do
leito. Materiais como plásticos granulares, grãos e outros, têm algum grau de elasticidade sendo
capazes de resistir às condições de atrito sem haver rupturas, o que não ocorre com sólidos mais
frágeis.
Porém, é possível exercer um controle do atrito para cada material através da escolha dos
parâmetros do projeto, alterando-se o diâmetro de entrada de ar e, consequentemente, a
velocidade de ar na entrada do leito (MATHUR E EPSTEIN, 1974).
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8. REFERÊNCIAS