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República de Angola

Universidade Independente de Angola


Faculdade de Direito

Trabalho de Direito Penal

TEMA:
CRIMES
CONTRA O
CASAMEN
Docento Adelino Yange

TO Luanda aos 31 de Março de 2021

República de Angola

BIGAMIA Universidade Independente de Angola

Faculdade de Direito

Folha de Rosto
Avaliação do docente

_____________________________________

Decano do Curso

____________________________________

Critico Metodolostico

________________________________

Classificação final do Trabalho_______

Terceiro ano

Curso: Direito

Turma: A2

Grupo: A
Nº Nome Apresentação Defesa Nota final

181896 Dulce Nunda

182289 Edson Duarte

182243 Elisa Puela

180243 Hermenegildo
Camolacongue

Docento Adelino Yange

Luanda aos 31 de Março de 2021

Dedicatória

Dedicamos o presente trabalho ao corpo docente que nos incumbiu a


tarefa de fazê-lo, Dedicamos também aos nossos progenitores pelo voto de
confiança por invistirem em nossa formação em uma instituição credível.
Epígrafe

“Não se pode viver verdadeiramente se


Desistir-mos do que da
propósito a uma vida inteira”
Adolfo Hitler

Sumário
Abstract........................................................................................................................................8
Introdução....................................................................................................................................9
ARTIGO 238.º Casamento fraudulento......................................................................................10
Bigamia:.....................................................................................................................................10
Consumação e tentativa..............................................................................................................11
Tipo Objectivo adequação típica................................................................................................11
Tipo Subjectivo adequação típica...............................................................................................12
Liberdade condicional................................................................................................................12
Prescrição do Procedimento Criminal........................................................................................12
Prescrição da Pena......................................................................................................................13
Iniciativa processual...................................................................................................................13
Acção e omissão.........................................................................................................................13
Classificação doutrinária............................................................................................................13
Importância da positivação da proibição da Bigamia em Angola...............................................14
O crime de bigamia dá lugar aos segintes crimes.......................................................................15
Conclusão...................................................................................................................................15
Referências.................................................................................................................................16

Resumo

Este trabalho nos traz uma visão geral sobre o delito de bigamia
possibilitando adentrar, na actual conjuntura, em suas especificidades; o que
diz a lei, sobre o facto de pessoa casada contrair novo casamento “Bigamia”.

 Palavras chaves: bigamia; família; casamento; bens jurídicos; constituição;


Poligamia.
Abstract
This work provides us with an overview of the crime of bigamy, making it
possible to enter, in the current situation, its specificities; what the law says,
about the fact that a married person remarries “Bigamy”.

Key words: bigamy; family; wedding; legal assets; constitution; Polygamy.


Introdução
O casamento é uma pratica celebrada em diferentes culturas do mundo.
Em Angola esta pratica é milenar, recebendo nome de Alambamento
“casamento Tradicional”.

Para os diferentes grupos Étnicos que habitam em território nacional, é


bem normal contrair o alambamento mais de uma vez com diferentes esposas.
Fruto da herança Colonial, com a celebração do casamento Religioso e
incorpurado nas regras Civil, em que uma pessoa só pode contrair núpcias
uma vez e para contrair de novo precisa que de forma legal o casamento
anterior seja dissolvido, para não incorrer a Bigamia.

O presente Trabalho busca elucidar as normas que constam no novo


Código Penal correspondentes aos crimes contra família, especificamente os
do Capítulo I.
ARTIGO 238.º Casamento fraudulento
1. Quem, sendo casado, contrair novo casamento ou quem contrair
casamento com uma pessoa, sabendo que ela é casada, é punido com pena de
prisão de 6 meses a 2 anos ou com a de multa de 60 a 240 dias.

2. Na mesma pena incorre quem, tendo para tanto competência, realizar


ou autorizar a realização de casamento nas condições referidas no número
anterior.

3. O disposto nos números anteriores é igualmente aplicável à união de


facto reconhecida por mútuo acordo.
Bigamia1:
Este é um Crime que ocorre quando alguém, sendo casado ou casada,
contrai novo casamento, ou quem cantrair casamento com outra pessoa
sebendo que esta já é casada ou casado, de acordo ou nº1 do 238º do CP,
sendo estes válidos para união de facto de acordo o nº3 do mesmo artigo.

 Este tipo de crime tem a moudura Penal de 6 meses a 2. Nos


termos do artº 238ºC.P.

 Com uma multa de 60 a 240 dias. Nos termos do artigo 238 do


c.P.

No caso de quem tendo a competência, de realizar autorizar o casamento,


nas condições do artigo 238º, no nº 2 do referido artigo. Incorre a mesma
pena, podendo ser considerados como cúmplices, nos termos do artigo 25º.

Sujeito activo: quem praticar a acção “o Homem casado ou mulher


casada, que sem dissolver o primeiro casamento contrair outro, também
é sujeito Activo pessoa solteira sabendo disso casar com pessoa já
casada sem que esta se dissolvesse o primeiro”; Nos termos do artigo
24º C.P, é considerado Autor: quem executar o casamento por sí
mesmo; quem usar outras pessoas para executar;

Passivo Primário: é o Estado, no entanto, pode-se adoptar a linha de


que sujeitos passivos são quem contrai matrimónio com pessoa que
desconhece ser casada.

Sendo o casamento um acto Público e Solene nos termos do artigo 32 nº1,


do C.F.

O bem jurídico: em causa é a formação da Família, visto que a Família


é a instituição que forma o estado, tendo esta protecção legal, (Lei nº
1/88, de 20 de Fevereiro) e Contitucional, nos termos do artigo 35 da
C.R. A;

A ação penal é pública, porque não só o cônjuge enganado pode


interpor a queixa, mas qualquer pessoa que devidamente Capacitada ou

1
Bigamia ”ocorre quando alguém sendo casado contrair novo casamento sem que o primeiro
estivesse disfeito legalmente” Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento: Pena
- reclusão, de dois a seis anos. § 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com
pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três
anos. § 2º - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que não
a bigamia, considera-se inexistente o crime. Do Código Penal Revogado.
interessada possa provar, e o próprio Estado nas veste do Ministério
Público.

Consumação e tentativa
É essencial dizer que a consumação ocorre no momento da celebração do
novo matrimónio. Além disso, é absolutamente desnecessária a existência de
conjunção carnal, uma vez que, pelo sistema jurídico Angolano, o casamento
aperfeiçoa-se com o “sim” dos dois nubentes, e com o seu Registro que é
obrigatório de acordo o artigo 38º C.F.

Frisa-se que admite-se, teoricamente, a tentativa, com o começo da


realização de alguns actos de celebração, interrompida por circunstãncias
alheias à vontade dos contraentes.

Tipo Objectivo adequação típica


Tem-se que a conduta típica, no caso em questão, consiste em pessoa
casada contrair, adquirir ou assumir, novas núpcias, sendo pressuposto para o
delito a existência formal de casamento anterior.

Assim, tem-se que deixa de existir o crime quando declarado nulo ou


anulado o matrimónio anterior ou o posterior, este por razão diversa da
bigamia.

Além disso, atos preparatórios do novo matrimónio poderão configurar o


delito de falsidade documental, tal como, por exemplo, do agente que, na
vigência de casamento, falsifica documentos para convolar novas núpcias. No
entanto, após a consumação a bigamia absorve o crime de falso. Assim, a
validade do casamento anterior é pressuposto para a configuração do crime.

No momento em que a pessoa casada contrair mais de um matrimonio


haverá concurso material de crimes.

Destaca-se que com a concordata assinada pela Santa Sé e o Estado


Angolano, o casamento religioso efetuado pela Igreja Católica, é pressuposto
deste delito.

Além disso, em se tratando de bigamia, a prescrição, antes de transitar em


julgado a sentença final, comeca a correr da data em que o crime se tornou
conhecido da autoridade pública, e não da data da celebracão do segundo
matrimónio.
Tipo Subjectivo adequação típica
O dolo é o elemento subjectivo, constituído pela vontade consciente de
celebrar novo matrimónio, no entanto, já sendo casado.

Tem-se que erro sobre a subsistência do matrimónio anterior exclui o dolo,


porém, a existência de dúvida é suficiente para configurar o dolo eventual.

Acrescenta-se que não há necessidade de qualquer elemento subjetivo


especial do injusto. Não há, tão pouco, previsão de modalidade culposa.

Liberdade condicional
A liberdade condicional de acordo o artigo 59.º 1. A aplicação da liberdade
condicional depende sempre do consentimento do condenado.

Este crime “Bigamia” permite a liberdade condicional do sujeito activo,


visto que esta em obediência com o artigo 63 nº1 do C.P, ou seja, para o crime
de bigamia a liberdade condicional quando se cumpre metade da pena, que se
for de 6 meses a metade será quando se cumpre 3, se for 2 anos será quando se
cumpre 1 ano..

Prescrição do Procedimento Criminal


O tempo para prescrição desse crime de acordo o nº 1, c) do artigo 129º, é
de 5 anos.

Prescrição da Pena
Para este crime a prescrição da Pena de acordo o artigo 133º nº 1, c)do
C.P. e de 10 anos.

Iniciativa processual
Neste tipo de crime a iniciatva processual fica dependente de queixa,
por parte do lesado. Pode o Ministério Público dar início ao procedimento
criminal se especiais razões de interesse público o impuserem, quando a Fé
Pública for lesada.

Acção e omissão
A acção vai ser o acto de pessoa casada sabendo que é casado contrair
novo casamento, lesando o novo cônjuge e o anterior.
Tendo o dever de comunicar a outro sobre já ser casado, estaremos
diante da omissão quando este dever não é cumprido.

Classificação doutrinária
Crime próprio ou seja, exige determinada qualidade do sujeito activo, no
caso, ser casado.

Comissivo isto é, a acção representada pelo verbo nuclear implica acção


positiva do agente.

Plurissubjectivo ou seja, necessariamente deve ser praticado por mais de


uma pessoa, mesmo que uma delas não seja impedida de casar-se, também é
conhecido como crime de concurso necessário.

 Plurissubsistente via de regra, a conduta é necessariamente composta por


actos distintos.

 Instantâneo de efeitos permanentes isto é, o resultado se produz de


imediato, numa relação de proximidade entre acção e consequência, mas seus
efeitos perduram independentemente da vontade do agente.

Por ser um crime que deixa vestígio, que são os documentos que
comprovam o casamento, da abertura para que se proceda para o corpo de
delito de acordo as normas processuais penais.

Neste tipo de crime o corpo de delito pode ser Indirecto recaindo para as
testemunhas do casamento, e Directo que reicai para as provas materias do
próprio casamento.

Importância da positivação da proibição da Bigamia em Angola


A poligamia tem implicações na frequência da exposição a relações
sexuais, bem como na fecundidade. Em Angola, mais de três quartos das
mulheres casadas ou em união de facto (77%) declararam viver em união
monogâmica e 22% em união poligâmica. Por outro lado, 92% dos homens
casados ou em união de facto declararam ter apenas uma esposa e 8%
declararam ter duas esposas ou mais.

Em Angola, as mulheres casam-se mais cedo que os homens. A idade


mediana no primeiro casamento é de 20,5 anos para as mulheres de 25-49
anos e 24,4 anos para os homens de 25-49 anos. Três em cada dez mulheres
(30%) casam-se antes dos 18 anos e aproximadamente metade destas casam-
se antes dos 20 anos (47%). Esta percentagem é menor entre os homens: 7%
destes já se encontram casados ou unidos antes dos 18 anos e 21% antes dos
20 anos.

Os dados acima mencionados são do Instituto Nacional de Estatística, de


um Inquérito de Indicadores de 2016.

Com base os mesmo é notório que, a baixa escolaridade contribui para essa
aceitação de algumas mulheres em ser segunda ou sexta esposa de um
homem. Se boa parte destas relações contituídas por base a união de facto.
Mas o que boa parte não sabe é até a união de facto constitui objecto de
proteção Civil pelo código da família desde que se observe todos os requisitos
para o seu reconhecimento de acordo o artigo 112º do C.F.

Sendo fruto da herança cultural Angolana a Poligâmia é o sistema familiar


no qual um homem tem várias esposas ao mesmo tempo. As mulheres que
declararam que o marido ou parceiro tem outras esposas são consideradas
como estando num casamento poligâmico.

Com a nova realidade Penal, do nº 3 do artigo 238º do C.P. as relações


contituídas por união de facto passam a gozar da mesma protecção que o
casamento, para melhor salvaguardar a Instituição família, que é a base
existencial de um Estado.

O crime de bigamia dá lugar aos segintes crimes


Falcificação de documentos de Registos Técnicos artigo 250.º:
que é um crime que visa a Fé Pública.
Simulação de competência para celebrar casamento artigo
241.º: De acordo com o artigo 27º do C.C só é válido o
casamento celebrado órgão do registro civil. O Registro Civil é
uma função desempenhada por órgão competentes da
Administração pública, que garante certeza, validade e
crediblidade na celebração do Negócio jurídico Casamento. Daí
que Fraudar esse órgão para celebração de actos correspondente
a sua Função constituir Crime.
Indução em erro sobre impedimento artigo 239.º: São
Impedimentos para o casamento os seguintes pontos estatuidos
no Código Família: os do artigo 25º C.F estatui os Impedimentos
Absolutos do casamento; Artigo 26º c.f Impedimentos relativos.
Conclusão
Deste modo concluímos em quanto grupo, que a consagração punitiva
da Bigamia em Angola na nova estrutura penal é de suma importância, visto
que assegura e garante a establidade do Instituto família que é a base de
edificação de uma sociedade.

Referências
I. Código penal revogado.
II. Código penal Vigente.
III. Código da Família.
IV. Constituição da Republica de Angola
V. https://sandrielly.jusbrasil.com.br/artigos/111898879/consideracoes-
acerca-do-crime-de-bigamia-ficcao-e-realidade
VI. Instituto Nacional de Estatística (INE)-The DHS Program ICF.pdf

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