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UNIVERSIDADE DE BRASILIA

FACULDADE DE DIREITO
NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA
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EXCELENTISSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA __ª
VARA DE FAMÍLIA, ÓRFÃOS E SUCESSÕES DE CEILÂNDIA.

BRENO DE ALBUQUERQUE SANTANA, menor púbere, nascido aos


19 de setembro de 2004; BRUNO DE ALBUQUERQUE SANTANA, menor
impúbere, nascido aos 25 de novembro de 1998 neste ato representados e
assistidos, por sua mãe VITALINA JOSÉ DE SANTANA, brasileira, solteira, sem
emprego, portadora da carteira de identidade número 838798 SSP-DF e inscrita no
CPF sob número 538.448.401-25, residente e domiciliada na Chácara de nº131,
setor “p-norte” conjunto b, lote 4, Ceilândia Norte-DF, vêm, perante Vossa
Excelência, através de sua advogado abaixo assinado, cuja procuração encontra-se
anexa (doc.1), propor

AÇÃO DE ALIMENTOS C/C PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

em face de seu pai, EDVALDO ROBERTO DE ALBURQUERQUE, brasileiro,


solteiro, comerciante, domiciliado no Chácara 131, conjunto b, lote 4 pelos motivos e
fatos a seguir expostos:

I- DOS FATOS

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Telefone: (61) 3581-1433 / 3372-3746 / 3372-1055 (fax)
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VITALINA JOSÉ DE SANTANA viveu uma relação estável de
aproximadamente 12 anos e 11 meses com EDVALDO ROBERTO DE
ALBURQUERQUE e dessa relação nasceram os menores, ora Requerentes, acima
descritos, conforme certidões de nascimento anexas.

O REQUERIDO, independente dos vínculos afetivos com a mãe dos


REQUERENTES, encerrado em razão das violências praticadas por ele, deveria
continuar contribuindo com a manutenção financeira das crianças e adolescentes,
porém não procedeu dessa forma, deixando a inteira responsabilidade sobre as
necessidades dos filhos em comum com a genitora.

A situação dos REQUERENTES é ainda mais grave porque os rendimentos


de sua mãe não são suficientes para atender a todas as necessidades oriundas da
manutenção e sustento, já que é preciso garantir manutenção da genitora e a de 02
(dois) menores que só têm a ela para recorrer, diante da inércia do pai.

O REQUERIDO é autônomo e recebe um valor que a representante dos


REQUERENTES não sabe mensurar ao certo, mesmo tendo vivido vários anos em
comum com ele. Sabe-se, contudo, que deve ganhar em média, aproximadamente,
R$ 1.000,00 (um mil reais), tendo em vista que é dono de um pequeno
estabelecimento comercial.

Assim, somente a fixação judicial dos alimentos poderá atender às


necessidades elementares dos REQUERENTES, porquanto, cabe também ao
REQUERIDO, que nega pagar até que sejam fixados os alimentos por V.exª., esta
obrigação que decorre da Lei.

II – DOS MOTIVOS QUE JUSTIFICAM A PROCEDÊNCIA DA ASSISTÊNCIA


ALIMENTAR

DO DEVER DE ALIMENTAR DO ALIMENTANTE

O dever legal de alimentar do REQUERIDO, como conseqüência de sua


relação de parentesco-descendência, encontra fundamento inicial no artigo 229 da
Constituição Federal:
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“Art. 229. OS PAIS TÊM O DEVER DE ASSISTIR, CRIAR E EDUCAR OS
FILHOS MENORES, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar
os pais na velhice, carência ou enfermidade.”
É dever de ambos os genitores, mesmo após a dissolução da união estável,
na proporção dos recursos de cada um, atender ao custeio da formação e educação
dos filhos, conforme preconiza o artigo 1.703, aplicável aos ex-conviventes:

“Art. 1.703. PARA A MANUTENÇÃO DOS FILHOS, OS CÔNJUGES


SEPARADOS JUDICIALMENTE CONTRIBUIRÃO NA PROPORÇÃO DE
SEUS RECURSOS.”

No mesmo sentido é a jurisprudência do Egrégio TJDFT:

“AÇÃO DE ALIMENTOS. CÔNJUGES DIVORCIADOS NECESSIDADE.


DEVER DE PRESTAR ALIMENTOS AOS FILHOS. OBSERVÂNCIA DO
BINÔMIO NECESSIDADE DOS ALIMENTANDOS E POSSIBILIDADE DO
ALIMENTANTE. REVISÃO DOS ALIMENTOS. PROVA DA
MODIFICAÇÃO DA SITUAÇÃO ECONÔMICA-FINANCEIRA DO
ALIMENTANTE. NECESSIDADE. 01. O DIREITO DOS FILHOS DE
HAVER ALIMENTOS DOS PAIS TEM PREVISÃO NO ARTIGO 1.696 DO
CC, ENQUANTO QUE A OBRIGAÇÃO DOS PAIS SEPARADOS OU
DIVORCIADOS DE PRESTAR ALIMENTOS TEM DISCIPLINA NO
ARTIGO 1.703 DO CC. ( 20070610169789APC. Relator JOÃO BATISTA
TEIXEIRA, 1ª Turma Cível, julgado em 23/07/2008, DJ 28/07/2008 p.32)
Vê-se que, tanto a legislação quanto a jurisprudência, são categóricas em
afirmar ser indeclinável a obrigação alimentar dos genitores em relação à
contribuição da subsistência dos filhos impossibilitados de proverem sua própria
sobrevivência.

DAS POSSIBILIDADES DO REQUERIDO

Consoante exposto, o REQUERIDO possui um pequeno estabelecimento


comercial, da qual retira um rendimento de aproximadamente R$ 1.000,00 (mil
reais), embora os autores não saibam provar com exatidão. Ademais, não possui
outros filhos menores ou dependentes.

DAS NECESSIDADES DOS REQUERENTES

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Mostra-se evidente a necessidade da concessão da pensão alimentícia aos
requerentes, ainda mais que, atualmente a genitora encontra-se desempregada.
Esta sustenta com muita dificuldade e com ajuda de familiares os filhos, ora
REQUERENTES
Os gastos dos Requerentes podem ser demonstrados pela planilha abaixo:

GASTOS DOS REQUERENTES VALOR


Água R$ 60,00/mês
Eletricidade R$ 235,00/mês
Supermercado R$ 400,00/mês
Medicamentos/Farmácia R$ 60,00/mês
Material Escolar R$ 50,00/mês
Vestuário R$ 100,00/mês
Transporte R$ 30,00/mês
Lazer R$ 30,00/mês
Gás R$ 30,00/mês

TOTAL R$ 995,00/mês

Desse modo, é manifesta a possibilidade do Requerido em arcar com os


alimentos na ordem de 50% (cinqüenta por cento) dos gastos dos Requerentes, que
perfazem a monta mensal de aproximadamente R$ 497,50 (quatrocentos e noventa
e sente reais e cinquenta centavos).

Destarte, requer-se que o REQUERIDO arque com pagamento de alimentos


na ordem de 89% (cinqüenta e nove por cento) do salário mínimo vigente, que
atualmente está em R$ 540,00 (quinhentos e quarenta reais), o que corresponde
hoje à metade dos gastos dos menores, a serem depositados na conta bancária da
representante legal dos REQUERENTES (doc. 02).

III - DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS

É premente a fixação dos alimentos provisórios, dado que o prazo dos


alimentos provisionais estipulados em audiência preliminar já se extinguiu. Além
disso, conforme a documentação anexa, o pedido se justifica diante da evidência da
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relação de parentesco entre as partes, a necessidade dos menores Requerentes e a
possibilidade de seu genitor, com base no artigo 4º da Lei nº 5.478/68:

“Art. 4º Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos


provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente
declarar que deles não necessita.”

Também é o entendimento da Egrégia Corte, ao deferir os alimentos


provisórios em favor dos alimentandos:
“DIREITO PROCESSUAL CIVIL. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA COM A
FIXAÇÃO DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS. PRINCÍPIO DA
PROPORCIONALIDADE. 1 - É dever do Juiz fixar alimentos provisórios
initio litis, em Ação de Alimentos proposta pelo rito especial da Lei
5.478/68, exceto quando expressamente recusados pelo alimentando na
petição inicial. 2 - A prudência e a parcimônia devem reger o ato judicial de
fixação de alimentos provisórios. (...)” (20040020005935AGI, Relator
ANGELO PASSARELI, 1ª Turma Cível, julgado em 17/05/2004, DJ
03/08/2004 p. 96).

Assim Excelência, a lide em comento pode ser composta segundo os termos


do art. 4º, da Lei 5.478/68 c/c art. 273, I do Código de Processo Civil.
Desse modo, resta demonstrada a possibilidade do Requerido de arcar com
parte das despesas necessárias à mantença dos Requerentes, como prescrevem os
arts. 1695 e 1694, §1º do Código Civil.

IV - DOS PEDIDOS

Diante de todo exposto, requer a Vossa Excelência:

a) Seja o réu citado no endereço indicado, para que, querendo, conteste o


presente pedido, no prazo legal, sob pena de revelia.

b) Seja intimado o digno representante do Ministério Público

c) Seja deferido os benefícios da justiça gratuita, nos termos da Lei 1060/50 e


de conformidade com a anexa declaração de hipossuficiência.

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d) Seja concedida a antecipação de tutela para fixar os alimentos provisórios
a favor dos REQUERENTES, no equivalente a 24% (dez por cento) para cada filho,
totalizando 48% (quarenta por cento) calculado sobre a média de todos os
rendimentos brutos do requerido, o que equivale, hoje, a 0,89 salário mínimo.

e) Seja finalmente julgado procedente o presente pedido, para confirmar


eventual tutela antecipada, no valor acima requerido, condenando-se o réu ao
pagamento das custas processuais e honorários advocatícios.

g) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos

Dá-se à presente causa o valor de R$ 6480,00 (seis mil e


quatrocentos e oitenta reais).

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Brasília, 25 de janeiro de 2011.

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Rol de testemunhas:

Marcela Ferreira dos Santos, autônoma, residente em Ceilandia Norte, QNP1


Modulo 2 Bloco D Box 18.

Rol de Documentos:

 Procuração ad judicia

 Documentos pessoais da Representante dos Requerentes

 Declaração de hipossuficiência.

 Certidão de nascimento dos Requerentes

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