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O artigo usa como base um exemplo de caso de análise do trabalho pela ótica da
Ergonomia para trazer à luz suas reflexões sobre as complexas relações entre saúde e
trabalho. Saúde e trabalho são discutidas no trabalho de Yves Clot (2017) dentro da
perspectiva da chamada “gestão dos riscos psicossociais”. Segundo Clot, “a gestão dos
chamados “riscos psicossociais” tornou-se um verdadeiro business ao associar o estresse,
o sofrimento e a violência no trabalho, o assédio moral e, às vezes, até mesmo as
LER/DORT” (CLOT, 2017. p. 114).
Fazendo uma análise clínica de situações de trabalho, Clot aponta dois modos de
observar o problema. Primeiramente acontece uma abordagem geral do problema. A
segunda, seria uma exposição do conflito da qualidade do trabalho com os problemas no
próprio trabalho. Sendo assim, o artigo afirma que o psicossocial não pode ser visto com um
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Trabalho solicitado pela profª drª Rosângela Maria de Almeida Camarano Leal, para a disciplina
“Psicologia e Saúde do Trabalhador”
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Acadêmica do curso de Psicologia Integral da Universidade Federal de São João del-Rei
risco, mas uma atividade deliberada organizacional. O problema se concentra no risco
psicossocial estar subordinado a uma negação dos problemas do trabalho.
A seguir, Clot faz uma referência a um relatório proposto pelo governo Francês para
tentar suprimir a falta das observações sobre a identificação das causas dos riscos
psicossociais no trabalho. A tentativa de mensurar o estresse é o centro desse relatório,
como as correlações entre riscos, exposição, perigos e danos. A função do relatório seria
calcular o nível de exposição que possa permitir prognosticar os danos que podem decorrer
das ações de trabalho.
Os conflitos vivenciados nos locais de trabalho, quase que de modo geral, são
caracterizados por um paradoxo que se expressa diretamente em questões psicossociais:
ao investir em algum objetivo com sucesso, o objeto torna-se desinvestido, lugar que perde
seu sentido. Os desejos que ficam à margem da possibilidade de realização são
desacreditados pelos trabalhadores. O autor aponta nesse sentido a origem da resistência à
mudança. Yves Clot então conclui o artigo afirmando que