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Objectivos de Aprendizagem
Até ao fim da aula os alunos devem ser capazes de:
1. Listar as indicações para o pedido das seguintes análises laboratoriais:
a. Aspartato aminotransferase (AST). Alanina aminotransferase (ALT).
b. Bilirrubina total, bilirrubina directa e indirecta
c. Albumina.
d. Amilase e lipase séricas
e. Exame parasitológico de fezes.
f. Exame bacteriológico básico (gram e cultura).
g. Sangue oculto nas fezes.
h. HbsAg.
i. Análise de líquido ascitico (proteínas, eritrócitos, leucócitos, bactérias, amilase).
2. Conhecer os valores das análises consideradas normais.
3. Explicar o significado dos valores anormais, por excesso e por defeito, relacionando-o a principais
patologias gastrointestinais.
Estrutura da Aula
Bloco Título do Bloco Método de Ensino Duração
1 Introdução à Aula
2 Exames Laboratoriais
3 Pontos-chave
Trabalhos para casa (TPC), exercícios e textos para leitura – incluir data a ser entregue:
Sistema Gastrointestinal
Versão 1.0 1
BLOCO 1. INTRODUÇÃO À AULA
1.1. Apresentação do tópico, conteúdos e objectivos de aprendizagem.
1.2. Apresentação da estrutura da aula.
1.3. Apresentação da bibliografia que o aluno deverá manejar para ampliar os conhecimentos.
Sistema Gastrointestinal
Versão 1.0 4
Avaliar possível comprometimento pancreático causado por trauma ou cirurgia
abdominal.
Valores normais
Os valores normais da amílase sérica são: 27-131 u/L (0,46-2,23 μmol/L)
Interpretação
Quando os valores estão 2 ou 3 vezes acima do normal, é indicativo de pancreatite aguda
(seja por infecções ou medicamentos).
Quando está moderadamente aumentada, pode ser sugestivo de:
Obstrução no fluxo do suco pancreático (ducto biliar comum ou ducto pancreático,
obstrução na ampola de vacter)
Úlcera perfurada
Cancro pancreático
Doença aguda da glândula salivar
Níveis diminuídos podem ocorrer em pancreatite crónica, câncer pancreático, cirrose,
hepatite e toxemia gravítica.
Ascaris lumbricóides
O Ascaris lumbricóides está entre os parasitas intestinais mais prevalentes em Moçambique
O seu diagnóstico é feito através da visualização de ovos de Ascaris ou das larvas ao
microscópio.
Sistema Gastrointestinal
Versão 1.0 6
Entamoeba histolytica
O diagnóstico laboratorial é feito pela visualização de trofozoítos com hemácias fagocitadas,
presentes com maior frequência em fezes diarreicas.
Strongyloides stercoralis
O diagnóstico é feito pela observação do parasita nas fezes.
Schistosoma mansoni
O Schistosoma mansoni é um parasita causador da schistosomíase (Bilharziose). O
diagnóstico laboratorial é feito mediante a observação de ovos nas fezes.
Sistema Gastrointestinal
Versão 1.0 7
Fonte: Dr. Shirley Maddison, CDC Fonte: Dr. Shirley Maddison, CDC
Ancylostoma duodenale
O diagnóstico laboratorial é efectuado pelo achado de ovos no exame parasitológicos de
fezes.
Enterobius vermicularis
O diagnóstico é geralmente clínico, devido ao prurido característico. O diagnóstico
laboratorial consiste na identificação do parasita e de seus ovos.
Sistema Gastrointestinal
Versão 1.0 8
Taenia solium e Taenia saginata
O diagnóstico é clínico, epidemiológico e laboratorial. Como a maioria dos casos de teníase
é intermitente, o diagnóstico comummente é feito pela observação do paciente ou se forem
crianças, pelos familiares. Isto porque os proglotes (segmentos do corpo da taenia) são
eliminados espontaneamente e, nem sempre, são detectados nos exames parasitológicos
de fezes.
Sistema Gastrointestinal
Versão 1.0 9
2.5.2. Cultura de bactérias
A cultura de bacteriana dos fluidos ou secreções do TGI permite a identificação precisa de
microorganismos patogénicos. Este exame é normalmente associado a um antibiograma,
que visa identificar o antibiótico a que a referida bactéria é sensível.
A cultura pode fazer-se com amostras de sangue (hemocultura), de fezes (coprocultura), de
pus, ou aspirado gástrico e está indicada nos seguintes casos:
Infecção bacteriana que não regride após início de tratamento empírico ou
Suspeita de resistência aos antibióticos.
2.6. Análise do líquido ascítico
O líquido peritoneal normal é um líquido claro, estéril e viscoso produzido sob a forma transudato
do plasma, sob influência da permeabilidade vascular e das forças hidrostáticas e oncótica. Seu
volume não ultrapassa os 50 ml em indivíduos normais e seu aumento é designado ascite.
Perante um quadro de ascite, está indicada a punção e estudo do líquido ascítico, com vista a
apurar a etiologia. O estudo pode ser macroscópico e laboratorial, conforme descrito abaixo.
A análise macroscópica do líquido ascítico deve incidir nos seguintes aspectos:
Aparência límpida ou turva
Cor
Sangue
Pus
Viscosidade
A análise laboratorial permite realizar os seguintes estudos:
Coloração de gram e cultura: para pesquisa de agentes bacterianos
BK, para pesquisa do Micobacterium tuberculosis
Citologia, para pesquisa de tumores
Bioquímica, para estudo da natureza do fluido e relação com provável patologia de base
Em algumas situações, a aparência macroscópica do líquido ascítico pode sugerir algumas
patologias. Observe a tabela.
Sistema Gastrointestinal
Versão 1.0 10
BLOCO 3. PONTOS-CHAVE
3.1. Os exames laboratoriais servem para auxiliar o diagnóstico. Quando o TMG decide fazer um teste
adicional, é obrigatório que já tenha em mente o possível diagnóstico e saiba como interpretar os
resultados em função da sintomatologia do paciente.
3.2. Lembre-se que se não tiver uma ideia da patologia do doente, não tem como pedir os exames de
forma racional. Corre-se o risco de torturar o doente com manobras desnecessárias e gastar
recursos materiais.
3.3. As análises laboratoriais para o estudo do fígado permitem identificar e dimensionar a presença de
dano hepático (AST, ALT), bem como avaliar a sua função de síntese e de metabolismo
(bilirrubina, albumina).
3.4. A presença de HbsAg no sangue é sempre indicativa de exposição ao vírus da hepatite B.
3.5. Exame parasitológico de fezes deve ser requisitado na presença de diarreias, particularmente as
que não resolvem com tratamento empírico.
3.6. O TMG deve conhecer as possíveis alterações macroscópicas do líquido ascítico, e poder
relacionar os achados com a história clínica, para poder fazer um diagnóstico diferencial.
Sistema Gastrointestinal
Versão 1.0 11