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FORTALEZA - CEARÁ
2017
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FORTALEZA - CEARÁ
2017
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AGRADECIMENTOS
A minha família, minha mãe Valéria, meu pai Radier, meus irmãos Rafael, Rodrigo,
Amanda e Lívia por todo apoio, seja psicológico ou financeiro, que ajudaram a me
manter sempre focado na conclusão deste curso.
A Camila, o amor da minha vida, por sempre estar ao meu lado em todos os
momentos e sempre incentivando a atingir meus objetivos, por mais impossíveis que
eles pareçam.
Aos meus amigos, Tião e Oricélio por todo companheirismo nos momentos de lazer
e estudo. Este trabalho não seria possível sem vocês.
Aos meus amigos Caio, Emmanuel e Bruno, por serem os fieis membros dos grupos
de trabalho e seminários que ajudaram a manter a notas sempre altas.
Aos meus colegas de turma, pelos agradáveis momentos em sala e em campo, cada
vitória individual de cada um sempre foi um incentivo a ir além.
Ao professor Dr. Paulo Roberto Silva Pessoa, que me recebeu de braços abertos no
Laboratório de Geologia e Geomorfologia Costeira e Oceânica – LGCO nos tempos
de voluntário e aceitou ser o orientador desse trabalho.
Ao professor Dr. João Silvio Dantas de Morais, por aceitar participar da avaliação
desse trabalho.
Aos amigos da Secretaria Municipal das Finanças de Fortaleza, Henrique, Ana Carla
e Hélcio, por serem os melhores chefes/lideres que um estagiário pode ter e seguir,
Helder, Victor e Marília, pela paciência ao repassar seus conhecimentos e Wesley,
Neto, Mykael, Denise, Leninha, Érika, Abel, Aldayr, Jéssica, Thiago, Luís, Regina e
Josélia, pelo companheirismo nas dificuldades dos processos de cada dia.
RESUMO
ABSTRACT
The objective of the following work is to summarize the relationship between society
and nature in the locality of the beach of Iguape, located in the district of Jacaúna,
city of Aquiraz-Ce. The locality has undergone varied transformations since its
foundation, where from a simple village of fishermen happened to be a locality of
great tourist attraction. The arrival of families from Fortaleza promoted, more and
more, the increase of visitors, thus registering, the appreciation of the beach strips,
and began in these localities real estate speculation. The landscape began to change
and lose its characteristics of village. Little by little, the houses of the fishermen gave
way to the construction of summer houses, residences and tents by the sea, the
beach and post-beach areas were increasingly disputed. Economic activities are
marked by fishing, handicrafts, agriculture, vegetable and mineral extraction, trade
and tourism. These activities influence environmental changes. There are several
impacts observed in the occupied areas. The area has high landscape potential, a
scenario full of natural attractions, but it is of fundamental importance in the short
term to adopt environmental education policies. The research was divided into the
following steps: bibliographical survey, fieldwork and cabinet work. In the first stage,
bibliographical surveys were carried out. In the second stage, field visits were carried
out and in the third stage it was possible to correlate the observations made in the
field with the bibliographic survey information. The studies on the urban evolution in
the Iguape attest a growing process of development of the area, mainly due to the
tourist activities. The main problems in the coastal zone are due to two main factors:
deficiencies of sedimentary feeding and occupation of areas that should be of
permanent preservation. Tourism uses spaces, creates and recreates territories. In
the short term, only positive transformations are observed, such as increasing the
income of the local community and entrepreneurs, but in the long run, the locality
becomes environmentally degraded, since it does not Was prepared to receive a
large contingent of people in a short time, we observe the change in the way of life of
the local community, which has its economic activities and transformed way of life.
LISTA DE FIGURAS
Figura 19 - Gráfico de evolução dos tipos de uso entre os anos 1958, 2007 e
2016............................................................................................................................42
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Evolução dos tipos de uso entre os anos 1958, 2007 e 2016................43
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LISTA DE QUADROS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 12
2. OBJETIVOS ................................................................................................................................ 15
2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................................. 15
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................. 15
3. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................................... 15
3.1 O ESTUDO DA PAISAGEM ................................................................................................... 15
3.2 O AMBIENTE COSTEIRO ................................................................................................ 18
3.3 OCUPAÇÃO DO AMBIENTE COSTEIRO ..................................................................... 20
3.4 A ATIVIDADE TURÍSTICA ................................................................................................ 21
3.5 SUSTENTABILIDADE ....................................................................................................... 22
3.6 GEOGRAFIA SOCIOAMBIENTAL................................................................................... 23
4. MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................................................ 23
5. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ..................................................................... 25
5.1 ASPECTOS GEOAMBIENTAIS ............................................................................................ 25
5.1.1 ASPECTOS GEOLÓGICO, GEOMORFOLÓGICOS E PEDOLÓGICOS ............... 27
5.1.1.1 PLANÍCIE LITORÂNEA................................................................................................ 27
5.1.1.2 CAMPO DE DUNAS ..................................................................................................... 28
5.1.1.3 FAIXE DE PRAIA .......................................................................................................... 28
5.1.1.4 NEOSSOLOS QUATZARÊNICOS ............................................................................. 29
5.1.1.5 GLEISSOLOS ................................................................................................................ 29
5.1.2 ASPECTOS CLIMÁTICOS.............................................................................................. 30
5.2 ASPECTOS HISTÓRICOS E SOCIOECONÔMICOS .................................................. 32
6. USO DO SOLO........................................................................................................................... 38
7. RECOMENDAÇÕES ................................................................................................................. 45
8. CONCLUSÕES........................................................................................................................... 47
8.1 EVOLUÇÃO URBANA ...................................................................................................... 47
8.2 PROBLEMAS AMBIENTAIS ............................................................................................. 47
8.3 SANEAMENTO E INFRAESTRUTURA.......................................................................... 49
8.4 TURISMO COMO AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO DA LOCALIDADE ................ 49
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................... 50
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1. INTRODUÇÃO
A ocupação atual dos espaços litorâneos e seu uso para fins econômicos vêm
gerando impactos e alterações com degradação da paisagem e dos ecossistemas,
podendo chegar à própria impossibilidade das atividades econômicas diante do
quadro de expansão desordenada. (SILVA, 1998). Esses impactos induzidos pela
influência humana podem trazer sérios problemas, sendo muitas vezes superior a
capacidade de suporte dos sistemas naturais, exercendo pressões no ambiente ou
gerando impactos adversos.
2. OBJETIVOS
3. REVISÃO DE LITERATURA
De acordo com esse raciocínio, Sauer (1998), citado por Guerra & Marçal
(2006), define que a paisagem como sendo “uma área composta por associação
distinta de formas, ao mesmo tempo físicas e culturais”, assim “sua estrutura e
função são determinadas por formas integrantes e dependentes”. Levando para a
esfera da Geografia Física, já é compreensível uma mudança ao se focar na
problemática da paisagem, pois sua complexidade torna impensável qualquer
análise geográfica sob a forma de pensar de uma única abordagem. Assim, a
paisagem, seja física ou cultural, segundo Schier (2003) “exige uma filtragem mais
ampla que, algumas vezes, foge até mesmo das questões geográficas mais
clássicas, necessitando uma filtragem científica, cultural, filosófica, política, entre
outras, mostrando um caráter multidisciplinar no seu estudo”.
mesmo autor ainda dispõe sobre a relação entre essas áreas de considerável
adensamento populacional convivendo com áreas de povoamento disperso,
segundo o mesmo, estas áreas de povoamento disperso são povoadas pelas
comunidades de pescadores artesanais, tribos indígenas e outros gêneros
considerados tradicionais (MORAES, 2007).
sobre a praia, o que eles acham sobre políticas já implementadas, ou qual praia eles
gostariam de ter, tornou-se mais importante do que apenas estimar o número de
frequentadores da praia e saber os serviços e o que os atrai. Nesse sentido, essa
compreensão é útil para subsidiar a implementação e os serviços de
empreendimentos de grande porte que venham a ser ou já tenham sido implantados
no local.
Para que o turista sinta-se bem é preciso uma série de fatores, tais como os
serviços turísticos que são imprescindíveis para a caracterização de um atrativo
turístico e que são decisivos no momento da escolha do local visitado por parte do
turista. Para isso as localidades que desejam ter maior visibilidade turística devem
investir nestes serviços.
para a comunidade local, ele pode causar sérios danos ao meio ambiente e a
população nativa. Desta forma, faz-se necessário observarmos o conceito de
turismo Sustentável.
3.5 SUSTENTABILIDADE
Considerando que a Geografia tem uma tendência que se aproxima das Ciências
Humanas e outra que se aproxima das Geociências. É necessária uma maior
integração entre as duas, para tal obra é necessário utilizar e adaptar métodos de
pesquisas consagrados nas duas vertentes em nossos estudos empíricos. É salutar
ter uma especialidade, porém, sabendo utilizar os outros métodos da ciência
conforme o objetivo e objeto do estudo empírico, ou em outras palavras, um
“Geógrafo Físico” deve conhecer e utilizar também as técnicas da Geografia
Humana e vice-versa.
4. MATERIAIS E MÉTODOS
a) Levantamento Bibliográfico.
b) Trabalhos de Campo.
c) Trabalhos de Gabinete.
Na segunda etapa foram realizadas visitas de campo que tiveram como propósito
reunir informações a respeito das condições físicas e geográficas. Nessa etapa foi
possível determinar o grau de ocupação da área, assim como as condições do
ambiente costeiro, o estado de conservação, e os impactos ambientais causados
pela ocupação. Na checagem de campo, realizou-se um reconhecimento das
diferentes formas de uso e ocupação, dos principais impactos, com as suas
25
Nesta zona, forma-se uma feição típica de perfil de praia, a berma que se
define como sendo um ambiente de acúmulo de sedimentos que divide a zona de
pós-praia da praia propriamente dita. Esta, na maioria das vezes, se localiza acima
de limite superior do alcance da maré mais alta, pois em períodos de ressaca as
ondas podem chegar a atingi-las.
5.1.1.5 GLEISSOLOS
)
5.1.2 ASPECTOS CLIMÁTICOS
O litoral em foco não foge a regra, apresentando dois períodos climáticos bem
definidos e que geralmente tem a mesma duração no ano: um chuvoso entre os
meses de janeiro a junho, com máximas ocorrendo entre março e abril e outro de
estiagem entre os meses de julho a dezembro, sendo este último, muitas vezes
marcado pela ocorrência de precipitações esparsas.
A praia do Iguape, nessa época, era uma espécie de colônia pesqueira, onde
moravam algumas pessoas de certa influência. Realizando uma analogia com
Fortaleza, essa era habitada quase exclusivamente por militares, abrigava o chefe
da Capitania e do Poder Eclesial, representado pelo Capelão-Mor do Presídio. A
situação de Aquiraz foi se alterando ao longo dos anos. O seu porto passou a escoar
produtos como carne e farinha para outras localidades (século XVII). Nesse período,
Aquiraz tornou-se a primeira capital do Ceará e, em virtude desse fato, houve
gradativamente um aumento populacional.
Figura 13: Atividade de pesca artesanal. Figura 14: Atividade de pesca de lazer.
6. USO DO SOLO
Foram identificados diferentes tipos de uso do solo tendo como base imagens
dos anos 1958, 2007 e 2016, assim pode-se constatar a evolução dos tipos de uso
no espaço de seis décadas e analisar de forma aprofundada o desenvolvimento da
localidade do Iguape.
Em comparação dos tipos de uso do ano de 1958 com o ano de 2007 pode-se
constatar um crescimento bastante significativo da Vila do Iguape até uma área
urbanizada com maior infraestrutura. Essa área urbana acabou por se expandir por
cima dos campos de dunas fixas e móveis de em considerável desordenamento e
sem políticas públicas para preservar as áreas mais frágeis do meio ambiente local.
No período descrito a salinas foram abandonadas e surgiram barracas de praia ao
longo da costa, atendendo a demanda dos turistas que passaram a frequentar a
localidade com maior assiduidade. A faixa de praia sofreu grande alteração nesse
período, sofrendo com o constante processo erosivo, a linha costa aproxima-se cada
vez mais da zona urbanizada. Novos empreendimentos como a área loteada
invadem a área de dunas fixas, ocupando cada vez mais o espaço natural.
Entre os anos de 2007 e 2016 não houve grandes alterações nos tipos de uso da
localidade, a área urbana permanece praticamente estagnada, e até mesmo a área
loteada não obteve grandes avanços no levantamento de novas construções, fato
que pode ser confirmado em campo, esses dados afirmam a ideia de que o Iguape
não possui mais o mesmo atrativo para novos investimentos, seja para o setor
turístico ou como casa de veraneio, um fator que pode contribuir para essa situação
é a incessante processo erosivo que ocorre em sua faixa de praia, que teve como
uma de suas consequências a destruição das barracas do local, que apesar não
serem representadas no mapas, foram localizadas de forma pontual em campo.
Figura 16: Mapa de Uso do Solo no ano de 1958
39
Figura 17: Mapa de Uso do Solo no ano de 2007
40
Figura 18: Mapa de Uso do Solo no ano de 2016
41
42
Tabela 1: Evolução dos tipos de uso entre os anos 1958, 2007 e 2016.
Figura 19: Gráfico de evolução dos tipos de uso entre os anos 1958, 2007 e 2016.
1200000
1000000
800000
600000
400000
1958
200000
2007
0
2016
Em relação ao uso do solo por assentamento, foi possível quantificar três tipos
de uso de solo, sendo eles: uso residencial, área de loteamento e área de uso
comercial. O uso residencial foi subdividido em quatro padrões distinto; residencial
de alto padrão, residencial de médio padrão I, residencial de médio padrão II e
residencial de baixo padrão, totalizando um total de 99,02ha conforme descrito
abaixo.
-Área de uso Comercial: Esses usos oferecem suporte a uma série de atividades
humanas e, além disso, são responsáveis por uma considerável porcentagem da
oferta de empregos. Portanto, sua localização dentro do tecido urbano exerce
influência decisiva na quantidade e na qualidade dos deslocamentos diários entre
residência e trabalho. Apresentaram uma área total de 4.85ha.
7. RECOMENDAÇÕES
A praia e a pós-praia devem ter seu uso limitado, apenas para a pesca artesanal
e o lazer. Para as barracas instaladas na faixa de pós-praia, a sugestão é o
acompanhamento e a orientação para minimização dos impactos ambientais
produzidos por estes empreendimentos.
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8. CONCLUSÕES
Outra observação que deve ser feita é a retirada dos sedimentos da duna
móvel frontal para a construção civil, ou mesmo por esta se mover para dentro das
casas próximas a sua formação. Porém o manguezal é um sistema bastante frágil
sofrendo facilmente com as intervenções humanas, neste caso, verificam-se a
instalação de casas as margens do lagamar, no qual é despejado o esgoto
domiciliar, poluindo tal ambiente.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRETON, F. et al. The recreational use of beaches and consequences for the
development of new trends in management: the case of the beaches of the
Metropolitan Region of Barcelona (Catalonia, Spain). Ocean and Coastal
Management, Vol. 32, No. 3, pp 153 – 180, 1996.
CUNHA, S. B. da. Sustentabilidade dos canais urbanos nas áreas tropicais. In:
PINHEIRO, D. R. de C. (org.). Desenvolvimento Sustentável: desafios e discussões.
Fortaleza: ABC Editora, 2006.
SOUZA, C. R de G. & SUGUIO, K. The coastal erosion risk zoning and the São
Paulo Plan for Coastal Management. Journal of Coastal Research, Special Issue
35, p. 530-547, 2003.
SUGUIO, K. Introdução à sedimentologia. Ed. Edgard Blucher Ltda. 317 p., São
Paulo-SP, 1973.