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SEMANA 02 – RESUMO E ARGUMENTAÇÃO

Leia com atenção o texto abaixo.


8 bilhões em ação
Se as projeções da ONU estiverem corretas, acaba de nascer ou nascerá em algumas horas
o octabilionésimo ser humano da Terra. Essa é uma boa e uma má notícia. A parte negativa não é difícil de
compreender.
Embora temores neomalthusianos de superpopulação causando fomes apocalípticas tenham ficado no
passado, temos motivos legítimos para nos preocupar com a questão do clima e da sustentabilidade na
exploração dos recursos naturais. É até concebível imaginar que uma combinação de autocontenção com avanços
tecnológicos diversos nos leve a evitar os piores cenários, mas isso só parece possível com o sacrifício da justiça
social. É que, se todos os habitantes do 3º Mundo passassem a viver materialmente melhor e atingissem padrões
de consumo semelhantes aos dos norte-americanos, a pressão sobre o ambiente aumentaria magnificamente.
É, contudo, a parte positiva que me interessa mais. É bom que haja mais gente no planeta porque, como
ensinava o economista Julian Simon, a riqueza são pessoas. Mais especificamente, o que torna a humanidade
próspera são as ideias que as pessoas têm e os ganhos de produtividade que acarretam. A imaginação humana,
diz ele, é o recurso final — e inexaurível. Mais gente no planeta aumenta a probabilidade de surgirem ideias
originais, que produzirão novas tecnologias e mais ciência.
Populações razoavelmente densas também são importantes para criar mercados grandes o suficiente
para manter a economia girando e para assegurar a viabilidade de sistemas previdenciários.
Essas ideias, que já soaram exóticas, vão sendo assimiladas pelos países. A China, que até 2016, sob
inspiração neomalthusiana, ainda insistia na política do filho único, percebeu a magnitude de seu erro e agora
tenta, sem muito sucesso, incentivar seus cidadãos a gerar proles maiores. A solução, ainda que parcial, para o
problema é tão óbvia quanto difícil de implementar: imigração.
Helio Schwartsman, disponível em Folha de S. Paulo, 14 de novembro de 2022.

Faça um resumo desse texto, que deverá:

 identificar a tese principal;


 identificar e explicitar as razões que fundamentam essa tese;
 ter no mínimo 8 e no máximo 12 linhas;
 respeitar as características discursivo-formais do gênero solicitado.

Leia com atenção o texto abaixo.

A Copa é só uma Copa


Começou a Copa do Mundo, ainda bem: finalmente, vamos parar de falar de política. Ledo engano. A
politização do mundo da vida, que no Brasil se intensificou com a polarização ideológica desde o impeachment de
Dilma Rousseff, parece que veio para ficar.
Na última edição do torneio, em 2018, militantes de esquerda alertavam que "Enquanto você grita ‘gol’,
eles te exploram!". E, se mesmo explorado, você resolvesse torcer, ainda teria de escolher direito para quem:
porque, no maior evento de futebol do planeta, não é o futebol que importa, e sim se a seleção é de país que
colonizou povos africanos no século 19.
Este ano, sugeriram boicote à seleção brasileira porque alguns jogadores declararam voto em Jair
Bolsonaro. Trata-se do mesmo mecanismo que tenta cancelar artistas por causa de suas opiniões políticas. Essa
incapacidade de separar a estética da política denota ignorância flagrante sobre a criação e a fruição artísticas. O
fato do escritor argentino Jorge Luis Borges ter sido conservador, por exemplo, não torna seus contos menos
fantásticos —porque é de linguagem que se trata. Da mesma forma, não importa em quem Neymar vote, contanto
que faça belas jogadas que terminem em gol.
Não somos máquinas. Politizar é racionalizar, e há áreas da vida em que tal atitude é necessária. Mas, em
outras, devemos fruir com sensibilidade e paixão, sob o risco de perdermos aquilo que nos faz humanos. Ao
explicar que nem toda imagem de um sonho tem significados reprimidos que precisam ser desvendados, Freud
disse: "Às vezes, um charuto é apenas um charuto". Contrariando essa dica, a militância insiste em achar
interpretação política em tudo. Porém uma partida de futebol é apenas uma partida de futebol.
Por sorte, essa visão está restrita a uma bolha intelectual elitista que sinaliza virtude nas redes sociais. A
maioria da população ainda valoriza e se emociona com aquilo que o Brasil produziu de melhor ao
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longo de sua história: o futebol. E que venha o hexa!
Lygia Maria, Mestre em jornalismo pela UFSC, publicado em 20 de novembro de 2022.

O texto acima trata de um assunto atual que levanta, muitas vezes, posições antagônicas. Escreva um
texto em que você comente o posicionamento de Lygia Maria. Em sua redação, você deve:
 Contextualizar o tema discutido;
 Apresentar uma opinião clara em relação aos argumentos da autora;
 Expor justificativas e legitimá-las;
 Ter entre 10 e 15 linhas.

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