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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS


ESCOLA DE ENGENHARIA ELÉTRICA E DE COMPUTAÇÃO
ATERRAMENTOS EM SISTEMAS ELÉTRICOS – PROF. BALEEIRO
ESQUEMA TN
(1a questão) A figura 1 ilustra um indivíduo recebendo um choque elétrico ao tocar no quadro energizado de
um CCM (centro de controle de motores).

Figura 1: Esquema TN em que um indivíduo recebe um choque ao tocar no CCM (fonte: Mamede, 7ª ed.).

No esquema TN, o condutor neutro e o condutor de proteção são distintos, por esta razão, esse sistema é
conhecido como sistema a cinco condutores. Na eventualidade de uma energização acidental de uma massa,
o percurso da corrente de falta é através de um “caminho metálico”, devendo possibilitar a atuação rápida da
proteção. Já o percurso da corrente do choque elétrico se fecha através do corpo da vítima, passando pelo
solo e retornando ao neutro da fonte de alimentação pelo sistema de aterramento, conforme ilustra a figura 1.
Desejamos determinar com a melhor precisão possível a magnitude da tensão de contato ( VC ) para o circuito
da figura 1. A fórmula para o cálculo de VC em módulo é dada a seguir:

Z PE
VC = V fn ,
Z T + Z C + Z PE
: impedância complexa do transformador;
ZT
: impedância complexa dos condutores das fases;
ZC
: impedância complexa dos condutores de proteção;
Z PE
: tensão fase-neutro.
V fn
As distâncias indicadas na figura 1 são:
- transformador até o quadro geral de força ( L1 ): 20m;
- QGF até o CCM ( L2 ): 40m.
As áreas das seções transversais de condutores estão também mostradas na figura. Os dados do
transformador são: 750kVA; 13,8-0,38kV; R% = 1,138%; X% = 5,391% na base do transformador. Os
condutores são de cobre e suas resistências e reatâncias são dadas na tabela 1.
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Tabela 1: Resistência e reatância de condutores de cobre (valores médios)
Seção (mm2) Resistência (mΩ por m) Reatância (mΩ por m)
25 0,8891 0,1164
50 0,4450 0,1127
120 0,1868 0,1076
240 0,0958 0,1070

(2a questão) Para o esquema TN, para 220V fase-neutro e o indivíduo na situação 1, o tempo máximo de
seccionamento da proteção tem que ser 0,40s. Se para a proteção do circuito da figura 1 (questão 1) fosse
empregado um disjuntor Siemens 3VF12 – 160A, ajustado em 160A e instalado no CCM para atuação no
tempo especificado e de acordo com o critério de segurança, utilize a condição de atuação (isto é,
Z S × I a ≤ V fn , Z S é o módulo da impedância do percurso da corrente de falta) para verificar a eficácia da

proteção selecionada. A seguir, na figura 2, é mostrada a curva característica do respectivo disjuntor.

Figura 2: Curva do disjuntor 3VF12 – Siemens – 160A.

(3a questão) No esquema TN, a corrente de choque a que poderá ficar submetida uma pessoa que estaria
tocando uma carcaça energizada acidentalmente é calculada pela seguinte expressão:
VC
I ch = ,
Rm + Rco + Rch

onde, Rm é a resistência de terra da malha, Rco é a resistência de contato e Rch é a resistência do corpo
humano. Da observação da figura 1 (questão 1) ainda podemos extrair alguns dados: resistência da malha
igual a 5Ω e a resistência de contato igual a 18Ω. Após obter a tensão VC (cálculo realizado na questão
precedente), determine a corrente presumida de choque.
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Respostas:

(1a questão)
Z T = 0,00219 + j 0,01038Ω
Z C = 0,01971+ j 0,0064Ω
Z PE = 0,03930 + j 0,00680Ω
Impedância total do percurso da corrente de defeito: Z S = 0,06120 + j 0,02382Ω
0,03930 + j 0,00680
Tensão de contato: VC = 380 = 133,2V
3 0,06120 + j 0,02382

Este valor está muito acima do valor permitido nesta condição, que é 50V. O tempo de atuação da proteção deve ser no máximo 0,40s, conforme tabela da NBR-
5410/2004.

(2a questão)
I a = 2.080 A
Z S I a ≤ V fn → 0,06120 + j 0,02382 × 2.080 = 136,5 < 220
Isto significa que existe proteção no CCM para contatos indiretos.

(3a questão)
A corrente presumida de choque é:

133,2
I ch = =130mA
1.000 +18 + 5

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