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CENISTRATIVO.

AGRAVO INTERNO EM MANDADO DE


SEGURANÇA.
AUDITOR-FISCAL DO TRABALHO. DEMISSÃO DO CARGO.
ART. 132, XIII, C/C
ART. 137, CAPUT, DA LEI 8.112/90, POR
DESCUMPRIMENTO DOS DEVERES
FUNCIONAIS PREVISTOS NO ART. 116, I, E IX, E, AINDA,
POR TER
INCORRIDO NAS PROIBIÇÕES DO ART. 117, IV E IX,
TAMBÉM DA LEI
8.112/90. DEFESA ADMINISTRATIVA APRESENTADA PELO
SERVIDOR.
SUFICIÊNCIA. ALEGAÇÃO DE IMPOSSIBILIDADE DE
ACOMPANHAMENTO DO
PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR, POR
MOTIVO DE SAÚDE. APTIDÃO DE
SAÚDE DO IMPETRANTE, ATESTADA POR JUNTA MÉDICA.
NÃO DEMONSTRAÇÃO DE
PREJUÍZO PARA A DEFESA E EXISTÊNCIA DE DOCUMENTO
QUE, NO ÚLTIMO DIA
DO PRAZO PARA DEFESA, DEMONSTRA A MANIFESTAÇÃO
DO INDICIADO PELA
PRORROGAÇÃO DO PRAZO. RAZÕES DO AGRAVO INTERNO
QUE NÃO IMPUGNAM,
ESPECIFICAMENTE, OS ALUDIDOS FUNDAMENTOS DA
DECISÃO AGRAVADA. SÚMULA
182/STJ. LAUDO PERICIAL, NO ÂMBITO DO PROCESSO
ADMINISTRATIVO
DISCIPLINAR, ATESTANDO A APTIDÃO DO INDICIADO
PARA SE DEFENDER E
RESPONDER AO PAD. DILAÇÃO PROBATÓRIA.
INADMISSIBILIDADE, EM MANDADO
DE SEGURANÇA. ART. 164, § 1º, DA LEI 8.112/90.
AUSÊNCIA DE REVELIA.
NÃO NOMEAÇÃO DE DEFENSOR DATIVO. PRORROGAÇÃO
DO PRAZO PARA DEFESA,
EM BENEFÍCIO DO SERVIDOR. DEFESA APRESENTADA.
INOCORRÊNCIA DE
NULIDADE. SEGURANÇA DENEGADA. AGRAVO INTERNO
PARCIALMENTE CONHECIDO,
E, NESSA EXTENSÃO, IMPROVIDO.
I. Agravo interno interposto contra decisão que denegara o
Mandado
de Segurança, publicada na vigência do CPC/2015.
II. Trata-se de Mandado de Segurança, impetrado por
Sérgio Silveira
de Barros contra suposto ato ilegal do Ministro de Estado do
Trabalho, consubstanciado na Portaria 225, de 04/04/2018
(Processo
Administrativo Disciplinar 47909.000821/2015-71), que
lhe aplicou a
penalidade de demissão do cargo de Auditor-Fiscal do
Trabalho, com
fundamento no art. 132, XIII, c/c art. 137, caput, da Lei
8.112/90,
por descumprimento dos deveres funcionais previstos no
art. 116, I
(exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo), III
(observar as normas legais e regulamentares), e IX
(manter conduta
compatível com a moralidade administrativa), e, ainda, por
ter
incorrido nas proibições previstas no art. 117, IV (opor
resistência
injustificada ao andamento de documento e processo ou
execução de
serviço) e IX (valer-se do cargo para lograr proveito
pessoal ou de
outrem, em detrimento da dignidade da função pública),
todos da Lei
8.112/90.
III. Diante da prova pré-constituída neste mandamus, a
decisão ora
agravada considerou que a tese defendida pelo impetrante
não
encontra guarida na jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça,
bem como que qualquer outra conclusão demandaria
dilação probatória,
insuscetível de ser realizada na via estreita do mandado de
segurança, aspectos plenamente passíveis de serem
apreciados pelo
Relator, monocraticamente.
IV. O Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça
estabelece,
em seu art. 34, XIX, que o Relator pode,
monocraticamente, "decidir
o mandado de segurança quando for inadmissível,
prejudicado ou
quando se conformar com tese fixada em julgamento de
recurso
repetitivo ou de repercussão geral, a entendimento firmado
em
incidente de assunção de competência, a súmula do
Superior Tribunal
de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal, a jurisprudência
dominante acerca do tema ou as confrontar". Dessa forma,
não há que
se falar em afronta ao princípio da colegialidade, ainda mais
ante a
possibilidade de interposição de agravo interno contra o
referido
decisum, que permite que a matéria seja apreciada e
debatida pelo
Órgão fracionário correspondente, competente para julgar o
feito.
Nessa linha: STJ, AgInt no MS 22.585/DF, Rel. Ministro
GURGEL DE
FARIA, PRIMEIRA SEÇÃO, DJe de 09/04/2019.
V. No Agravo interno o impetrante não impugna,
especificamente, os
fundamentos da decisão agravada, quanto à existência de
prova
pré-constituída acerca de sua aptidão de saúde, atestada
por Junta
Médica, para apresentar a defesa administrativa e
responder a
processo administrativo disciplinar, e da existência de sua
manifestação quanto à prorrogação do prazo para defesa,
que
demonstrou o animus de se defender, afastando a
apontada revelia,
bem como quanto à não comprovação de prejuízo para a
defesa.
Incidência da Súmula 182/STJ, quanto aos aludidos pontos.
VI. Nos termos do art. 1º da Lei 12.016/2009 - e em
conformidade com
o art. 5º, LXIX, da Constituição Federal -, a impetração de
mandado
de segurança deve-se apoiar em incontroverso direito
líquido e
certo, comprovado documentalmente, desde o momento da
impetração.
VII. O exame dos autos revela que é inegável que a
Comissão
processante levou em consideração o estado de saúde do
impetrante,
ao encaminhar, à devida apuração técnica, a sua alegação
de falta de
condições de saúde para responder ao PAD, não dando
andamento ao
processo, até o pronunciamento da Junta Médica, que, em
resposta,
informou que o servidor estava apto para responder ao
processo
administrativo disciplinar.
VIII. Muito embora o ora agravante insista que resta
comprovada a
debilidade do seu estado de saúde, que impossibilitaria o
devido
acompanhamento do seu processo administrativo
disciplinar, a
documentação acostada aos autos demonstra o contrário,
ou seja, que,
à época da instrução processual, ele se encontrava "apto
para
responder a processo administrativo disciplinar". Quanto
a tal
ponto, mostra-se inadmissível o mandado de segurança
que visa
refutar os fatos da causa - no caso, inclusive, sua aptidão
de saúde
para responder ao PAD, atestada mediante perícia médica -
, ante a
impossibilidade de dilação probatória, na via estreita do
writ.
IX. Com efeito, "o art. 164, § 2º, da Lei n. 8.112/90
estabelece que
somente haverá a designação de defensor dativo para
defender o
indiciado que, porventura, seja revel, ou seja, que, a
despeito de
citado para o acompanhamento do processo e apresentação
da defesa,
não atenda à citação. No caso dos presentes autos observa-
se que a
defesa foi oportunizada e efetivamente exercida pela
impetrante"
(STJ, MS 11.971/DF, Rel. Ministra ALDERITA RAMOS DE
OLIVEIRA
(Desembargadora convocada do TJ/PE), TERCEIRA SEÇÃO,
DJe de
27/08/2013).
X. Citado o impetrante para apresentar a defesa escrita, no
prazo de
20 (vinte) dias, requereu ele a dilação desse prazo, em face
de
problemas de saúde, o que foi deferido. Posteriormente, a
Comissão
processante, no último dia do prazo prorrogado, foi por ele
avisada,
por email, de suas dificuldades em apresentar a peça de
defesa, por
alegado motivo de saúde. Porém, mesmo apresentada a
defesa a
destempo, acolheu a Comissão as alegações do acusado e
examinou-as
detidamente, no Relatório Final. É evidente, à época, o
animus do
acusado de se defender pessoalmente, tendo, ele mesmo,
justificado,
no início da defesa escrita, o atraso na entrega da peça e a
sua
expectativa de que fosse ela recebida. Em face das
peculiaridades do
caso concreto, mesmo que extemporânea a defesa escrita
apresentada,
ante as dilações de prazo, requeridas pelo próprio
impetrante, não
resta caracterizada a revelia, na hipótese, razão pela qual
não há
que se falar em lavratura de termo de revelia, ou, ainda,
em
inobservância do art. 66 da Lei 9.784/99.
XI. Na forma do parecer ministerial lavrado nos autos, pela
denegação da segurança, e na linha da jurisprudência do
STJ, "é fato
que a impetrante apresentou pessoalmente a sua defesa
perante a
Comissão Processante nos autos do processo
administrativo
disciplinar. Assim, não há falar em nulidade pela ausência
de
nomeação de defensor dativo - o que é exigido apenas no
caso de
revelia" (STJ, MS 17.485/DF, Rel. Ministro MAURO
CAMPBELL MARQUES,
PRIMEIRA SEÇÃO, DJe de 14/05/2013), ou, ainda, "tendo
sido
oportunizada no processo disciplinar a participação do
servidor, que
optou por realizar sua própria defesa, não há falar em
ocorrência de
nulidade ante a falta de nomeação de defensor dativo pela
Administração" (STJ, MS 11.222/DF, Rel. Ministra MARIA
THEREZA DE
ASSIS MOURA, TERCEIRA SEÇÃO, DJe de 28/05/2009).
XII. Pelo exame dos autos, o acolhimento e o exame da
defesa
administrativa, ante a manifestação do impetrante pela
prorrogação
do prazo para sua apresentação, mostra-se ato benéfico à
sua defesa,
não representando cerceamento de defesa, não havendo,
nisso,
qualquer ofensa ao art. 161, § 3º, da Lei 8.112/90.
XIII. Agravo interno parcialmente conhecido, e, nessa
extensão,
improvido.
Acórdão
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
DIREITO
ADMINISTRATIVO. PROFESSORA MUNICIPAL
APOSENTADA. REVISÃO DA
PROGRESSÃO FUNCIONAL. DANO MORAL. INEXISTÊNCIA.
REEXAME DE MATÉRIA
FÁTICA. SÚMULA 7/STJ.
1. A desconstituição das premissas lançadas pelas
instâncias
ordinárias, acerca da inexistência de dano moral
indenizável, na
forma pretendida, demandaria o reexame de matéria de
fato,
procedimento que, em sede especial, encontra óbice na
Súmula 7/STJ.
2. Agravo interno não provido.
Acórdão

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