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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS-UNIDADE IBIRITÉ

REFLEXÕES: RELAÇÃO SOCIEDADE NATUREZA E A PRODUÇÃO


DO ESPAÇO BRASIL

Edivânia do Carmo Ramos Oliveira


A ação do homem na natureza sempre alterou o espaço geográfico.
De acordo, com Jesus (2011), a geografia enquanto ciência social
possui o papel de avaliar as consequências da intervenção humana na
natureza, desse modo podemos inferir que é preciso um olhar crítico sobre tais
ações, uma vez que, o planeta Terra é a morada de todos os seres vivos, o que
exige da humanidade atitudes conscientes e intencionais para preservar a si e
aos outros.
¨O pensamento geográfico contemporâneo está profundamente
associado a análises da relação sociedade-natureza, cujas matrizes de
pensamento encontram-se assentadas em diferentes concepções teórico-
epistemológicas do pensamento ocidental, principalmente do grego
(RODRIGUES; RODRIGUES, 2014, p.212, apud PORTO-GONÇALVES,
2011).
Para Rodrigues e Rodrigues (2014, p.212):
Do mundo grego antigo ao mundo medieval, do período iluminista à
sociedade ocidental contemporânea, é possível evidenciar diversas
interpretações a respeito do termo “natureza” e da “relação
sociedade-natureza”, que vão desde a condição de categoria
ontológica abstrata até reflexões teórico-metodológicas cujas bases
filosóficas remontam a perspectivas que articulam historicidade e
teoria-prática, e que hoje contribuem na compreensão de algumas
manifestações e contradições da produção capitalista do espaço.
Considerando tal discussão, o objetivo do ensaio é tecer
considerações epistemológicas acerca do debate da relação
sociedade-natureza no pensamento geográfico. Para tanto, retomou-
se às matrizes teórico-epistemológicas clássicas, a saber, as
concepções kantiana, hegeliana e marxista, bem como a interlocução
com algumas perspectivas do pensamento geográfico de Quiani, Vitte
e Moreira, a respeito da relação sociedade-natureza, enquanto
possibilidade analítica para se pensar o objeto de estudo da
geografia.

O espaço é um conceito da geografia e tem suma importância quando


pensamos na sociedade humana.
O espaço geográfico precisa ser pensado, avaliado e compreendido em
todas as suas características de maneira que a evolução humana se dê de
modo equilibrado e a educação é o pilar mais sólido para transformação da
mente coletiva. E isso se dará quando apontarmos de maneira consciente por
vivencias práticas as teorias que ensinamos aos alunos. Para tanto, é preciso
que refaçamos nossas rotas educacionais e de consciência.
O homem precisa se compreender como parte do todo, e não como
dono de tudo.
“O espaço geográfico deve ser considerado como um conjunto
indissociável; no qual há participação, de um lado, de objetos geográficos,
naturais e sociais, e de outro, da sociedade, da vida que os preenche e os
animais dando-lhe movimento” (JESUS, p.3).
Desse modo, compreendendo nosso papel enquanto transmissores de
conhecimento, é preciso que o ensino da geografia seja repensado e que haja
maior interação do aluno e do meio estudado, para que por meio de vivencias
práticas os conceitos geográficos sejam melhor compreendidos.
Toda ação humana é uma produção dentro do espaço geográfico, suas
intervenções alteram realidades e trazem consequências para ele e para todo o
ecossistema do planeta. Assim, a conquista de territórios geográficos pelo
homem precisa considerar que a natureza culturalizada gera consequências
não somente para animais, e territórios naturais, nas que numa cadeia
continuada essas consequências afetam o homem direta e indiretamente.
Como exemplo, vemos sucessivos desastres naturais. Não muito distante,
neste mês de janeiro, fizeram-se, dois anos da tragédia de Brumadinho, onde a
mineradora Vale do aço, promoveu um dos maiores desastres ambientais que
se tem registro e ceifou centenas de vidas, desconfigurando, todo o espaço
geográfico daquela região e intervindo na fauna, na flora e na vida de pessoas
que habitavam naquele lugar.
È preciso que reensinemos as novas gerações que os problemas
ambientais são de responsabilidade social, esta diretamente ligada a
consciência que a sociedade humana faz de si e do meio. È preciso que
supere-se a visão estereotipada do homem enquanto destruidor e depredador
somente, e que este se compreenda como parte afetada por suas atitudes
impensadas. A relação homem e meio se ligam a relação homem com homem
e o desenvolvimento sustentável das sociedades preserva não só o planeta
terra, mas também assegura a sobrevivência humana.
As estruturas sociais precisam ser repensadas, refeitas e estabelecidas
para que as economias capitalistas se reposicionem de maneira que o lucro
não implique o fim da própria humanidade. As relações espaciais de
dominação de precisam ser estabelecidas a partir de uma consciência das
sociedades de que precisam se compreender como parte do todo, que as
desigualdades sociais aumentam a degradação do lar de todos, uma vez que
construções irregulares geram aumento da polução de rios, destroem
montanhas e causam danos muitas vezes irreparáveis para todos.
O ensino da geografia precisa gerar uma consciência cidadã e promoção
de atitudes que transformem os meios naturais, sem desrespeitar suas
características, e promovendo oportunidade de uma continuidade da vida. É
preciso que ensinemos e formemos uma sociedade autônoma, apta a defender
e gerir o meio de modo que todos sejam considerados.
Gerir para a coletividade é uma conquista e depende da máquina
publica, depende de informações constantes, atualizações sobre novas
configurações espaciais, e onde a problemática ambiental precisa ser
integrativa: a sociedade precisa valorizar e compreender a natureza se
reconhecendo como parte da mesma.
Contudo, tais modificações se darão com uma educação consciente,
com uma postura transformadora das praticas educacionais da geografia.

REFERENCIAS

JESUS, Roberta Batista de. A s relações sociais de produção e apropriação


desigual da natureza: (re) pensando a abordagem ambiental. Revista
Geográfica de América Central Número Especial EGAL, 2011- Costa Rica
II Semestre 2011 pp. 1-12

AMBIENTAL
RODRIGUES, Jovenildo Cardoso Rodrigues e RODRIGUES, Jondison
Cardoso Rodrigues. A relação sociedade-natureza no pensamento geográfico:
reflexões epistemológicas. 2014. P.212-232

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