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Percepção de lésbicas, gays e bissexuais
em relação aos serviços de saúde*
Lesbian, gay and bissexuals’ perception of
health services
Resumo
Partindo-se do princípio de que a saúde é um direito de todos e dever
do Estado, o presente estudo objetivou verificar a satisfação da população de
lésbicas, gays, bissexuais, em relação à assistência oferecida nos serviços de
Laudenize Souza Carvalho1 saúde do Distrito Federal. Por meio de uma pesquisa de campo, com aborda-
Miriam May Philippi2 gem quantitativa, qualitativa e descritiva, foi realizado um levantamento de
quais as principais dificuldades enfrentadas por essa população, quando bus-
ca atendimento nos serviços de saúde. Participaram da pesquisa 60 pessoas
maiores de 18 anos integrantes da população LGBT. Pode-se considerar que
muito dos problemas e dificuldades relatadas na presente pesquisa atingem
não só a população em questão, mas toda a população do Distrito Federal.
No entanto, os participantes da pesquisa assinalam que temos ainda muito
que avançar para uma efetiva implementação das políticas públicas que se
propõem a construir um serviço de saúde que atenda às demandas específicas
da população LGBT. Ressalta-se ainda a necessidade de educação continuada
e a capacitação aos profissionais da área de saúde, tanto da rede pública como
da rede privada, para um atendimento humanizado.
Abstract
Based on the principle that everyone has the right to health and it is
the government’s duty to ensure it, this study aimed at assessing the satis-
faction of the lesbian, gay and bisexual population regarding the assistance
provided by the health services in the Federal District of Brazil. By means
of a field research of quantitative, qualitative and descriptive approach, we
conducted a survey of the main challenges faced by this population when
seeking out health services. Sixty members of the LGBT population aged 18
and over participated in the study. We can affirm that many of the problems
reported in this research are not limited to the population in question, but
also affect all of the Federal District’s population. However, participants point
out that there is still much to be done in order to move towards effective
implementation of public policies designed with the purpose of establishing
health services that meet the LGBT population’s specific demands. Further-
*
Recebido em: 27/03/2012 more, we highlight the need for continuing training and education for health
Aprovado em: 10/10/2013 professionals, be they in the public or private sector, in order to provide more
1
Graduada em Enfermagem pelo Centro Uni-
versitário de Brasília, UniCEUB e Servidora da humanized care.
Secretaria de Saúde do Distrito Federal
2
Mestre em Psicologia Clínica, Professora do Keywords: Perception. LGBT population. Health services.
UniCEUB. miriamphilippi@yahoo.com.br
Laudenize Souza Carvalho, Miriam May Philippi
considera:
firmam o compromisso com a universalidade, com a in-
[...] a proteção do direito à livre orientação se-
xual e identidade de gênero não é apenas uma
tegralidade e com a efetiva participação da comunidade.
questão de segurança pública, mas envolve Reconhece, ainda, a necessidade de ações voltadas para a
também, de maneira significativa, questões promoção, a prevenção, a recuperação e a reabilitação da
pertinentes à saúde mental e a atenção a outras
vulnerabilidades atinentes a esses segmentos. saúde, além do incentivo à produção de conhecimentos e
(BRASIL, 2008). o fortalecimento da representação do segmento nas ins-
tâncias de participação popular. Já temos no Brasil uma
Em uma perspectiva de atendimento integral à
política de caráter transversal que envolve todas as áreas
saúde devem ser considerados, ainda, os agravos decor-
do Ministério da Saúde tais como as relacionadas à pro-
rentes dos estigmas, dos processos discriminatórios e de
dução de conhecimento, à participação social, à promo-
exclusão social, que violam seus direitos humanos, entre
ção, à atenção e ao cuidado (BRASIL, 2010).
os quais, o direito à saúde (BRASIL, 2004).
No entanto, sua implementação requer desafios e
Como sabemos, o SUS (Sistema Único de Saúde),
compromissos de várias instâncias de Governo e da so-
regimentado por meio da Constituição de 1988, a partir
ciedade civil nas suas mais variadas modalidades de or-
da qual se passou a entender a saúde como um dever do
ganização que tensionam os governos para a garantia do
Estado, está baseado em um conjunto de três princípios:
direito à saúde (BRASIL, 2010).
Integralidade, Equidade e Universalidade, significando
este último que todo e qualquer cidadão brasileiro tem Com a universalidade do direito à saúde, faz-se
84 direito e acesso gratuito aos serviços de saúde oferecidos necessário que se proponham estratégias de acolhimento
Percepção de lésbicas, gays e bissexuais em relação aos serviços de saúde
e de atenção específicas, de acordo com as singularidades de, dos gestores e dos profissionais da saúde da Atenção
dos sujeitos que buscam assistência. Para que isso ocorra, Primária no sentido de respeitar e reconhecer as diferen-
é fundamental que os profissionais e os gestores da saúde tes formas do exercício da sexualidade e também das di-
empoderem-se da premissa de que a orientação sexual e versas formas de novas constituições familiares. Os auto-
a identidade de gênero são importantes determinantes do res lembram que esse processo de mudança não é fácil,
processo saúde-doença e que estão diretamente articula- já que estamos diante de uma sociedade onde o padrão
dos a outros condicionantes que influenciam o perfil do heterossexual é hegemônico e influencia a conduta pro-
adoecimento e da mortalidade, tais como classe social, fissional, aumentando o risco de alguns não terem os seus
nível de escolaridade, condições socioculturais (BUSS; direitos respeitados e os afastando dos serviços de saúde.
PELLEGRINI FILHO, 2007). Segundo Cardoso e Ferro (2012) o próprio Mi-
O propósito do acolhimento em uma unidade de nistério da Saúde reconhece que a identidade sexual e a
saúde é recepcionar seus usuários com a finalidade de identidade de gênero são constituintes de um processo
escutá-los e resolver suas demandas, pautando-se numa complexo de discriminação e de exclusão, do qual deri-
postura ética diante da diversidade de casos que che- vam os fatores de vulnerabilidade. Segundo dados apre-
gam à busca de resolutividade e promovendo a inclusão sentados pelo Ministério da Saúde, “[...] dois em cada três
social, mediante uma escuta clínica altruísta e compro- entrevistados (67%) já sofreram algum tipo de discrimi-
metida com o fortalecimento da cidadania. (CAMPOS, nação motivada pela identidade sexual ou pelo gênero,
1997). Cerqueira-Santos e colaboradores (2010) lembram proporção que alcançou 85% em travestis e transexuais”.
que, em documento de 1990, o Ministério da Saúde pro- Os dados desse documento também apontam que “[...]
põe como diretriz básica para o funcionamento do SUS 14,5% dos participantes do estudo feito na Parada Gay de
a noção de acolhimento e de humanização. Segundo os São Paulo relataram já terem sofrido algum tipo de pre-
mesmos autores, entende-se por acolhimento a intenção conceito nos serviços da rede de saúde” (BRASIL, 2008
de estabelecer uma relação de confiança e de solidarieda- apud CARDOSO; FERRO, 2012).
de entre profissionais e usuários dos serviços de saúde. Para que seja colocada em prática uma política de
Apesar de alguns hábitos corporais ou mesmo práticas saúde realmente integradora, temos que assumir que se
sexuais da população LGBT guardar alguma relação com faz inevitável o investimento em formação profissional
o grau de vulnerabilidade da população mesma, o maior focada no desenvolvimento de competências de comu-
cipais dificuldades enfrentadas pela população em ques- adequado ao tema a ser pesquisado. Na primeira parte do
tão, quando busca atendimento nos serviços de saúde; e questionário, foram verificados aspectos sociodemográ-
identificar o conhecimento dos participantes sobre seus ficos dos participantes, como: idade, gênero (masculino,
direitos no acesso aos serviços de saúde no DF e sobre os feminino), união estável, grau de escolaridade, profissão
programas desenvolvidos pelo Ministério da Saúde que e renda mensal. Para descrever a identidade sexual dos
trata dos direitos de LGBT. participantes, foi solicitado que assinalassem como se au-
todefiniam: gay, lésbica, bissexual, transexual ou travesti.
Em seguida, havia questões relacionadas à percepção dos
2 Métodos (as) participantes em relação aos serviços de saúde no DF.
Trata-se de uma pesquisa exploratória que utilizou A coleta de dados envolveu participantes na faixa
um breve questionário, com questões fechadas e abertas. etária de 18 a 50 anos, com média de 34 anos de idade,
O questionário permitiu a análise e a classificação dos da- de um universo de indivíduos que se autodefinem como
dos obtidos. Antes da coleta de dados, o projeto de pes- lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.
quisa foi examinado e aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa do Centro Universitário de Brasília- UniCEUB
CAAE 0064/11. 3 Resultados
Foram selecionados dois locais públicos para a Observou-se a partir dos dados demográficos ob-
aplicação individual dos questionários. O primeiro foi tidos (Tabela 1) que a população entrevistada atingiu a
em um parque da cidade em dia, local e horário já co- faixa etária predominante de 18 a 28 anos, gênero mas-
nhecidos da população LGBT, como de encontro dela. O culino prevalecente com 58,33% do total da amostra, dos
segundo foi na Marcha contra Homofobia, na Esplanada quais 72% não vivenciam uma união estável. A autode-
dos Ministérios, em maio de 2011, ambos em Brasília, DF. finição em relação à identidade sexual dos participan-
Foram respondidos e devolvidos 60 questionários. tes apresenta variações, com concentração maior entre
gays e lésbicas, atingindo 45% e 38,33% do total de en-
O primeiro contato com os prováveis participan- trevistados respectivamente; para os que se autodefinem
tes da pesquisa foi realizado por uma pessoa que tem o como bissexuais houve uma representação de 13,33%.
hábito de frequentar esses locais. Ele perguntava aos fre- No que diz respeito aos transexuais e travestis, conside-
quentadores do local, maiores de 18 anos, se poderiam
Universitas: Ciências da Saúde, Brasília, v. 11, n. 2, p. 83-92, jul./dez. 2013
N=60 N=60
Questões Respostas Questões Respostas
f % f %
Você já sofreu ou sofre Você acha que Não, não há necessi-
Nunca 34 56,67
algum tipo de discrimi- os servidores dade, pois nos julga-
26 43,33
nação relacionada à sua mos iguais a qualquer
Universitas: Ciências da Saúde, Brasília, v. 11, n. 2, p. 83-92, jul./dez. 2013
sexual, inexistência da capacitação profissional”; “falta de universais. A Saúde, a Previdência e a Assistência Social
atenção com a população LGBT”; “indiferença ao saber integram o Sistema de Seguridade Social e essa conquista
de sua opção sexual”. Essas questões devem ser mais ex- representa o compromisso e a responsabilidade do Esta-
ploradas em estudos posteriores para a execução de trei- do com o bem-estar da população (BRASIL, 1988).
namentos adequados aos profissionais de saúde.
Em relação ao perfil sociodemográfico dos par-
No entanto, algumas das dificuldades relatadas pe- ticipantes da pesquisa, destacamos que a maioria era de
los participantes não são questões que envolvem apenas a pessoas jovens (entre 18 e 28 anos), com um bom nível de
população LGBT. Podemos citar respostas como: “falta de escolaridade e renda mensal variável mantendo assim um
profissionais capacitados”; “mau atendimento com quem baixo índice de desempregados. Pode-se analisar ainda
não tem condições”; “falta de médicos de equipamentos que a identidade sexual dos participantes apresenta uma
e de medicações”; “tudo dificulta”; “grande lotação”; “fila, concentração convergente entre gays e lésbicas. No estu-
falta de médicos, má vontade, baixos salários”; “tempo de do em questão, não se pode considerar que tais dados são
espera”; “falta de informações claras e objetivas”; “gran- comuns a todos os membros da população LGBT, pois
de demanda e espera”; “o atendimento, o descaso, a falta não foi possível a coleta de dados das pessoas que se auto-
de sensibilidade alheia, a demora e falta de organização”; definem como transexuais e travestis, provavelmente por
“falta de interesse dos profissionais com a população”; não terem sidos abordados de maneira adequada.
“descaso do governo quanto à gestão de recursos huma-
Os dados apresentados informam que a popula-
nos e materiais, descaso dos próprios servidores da rede
ção LGBT procura pelos serviços de saúde no DF na rede
pública”; “falta de estrutura física”; “má administração de
pública e na rede privada em percentuais semelhantes,
renda”; “dificuldade na marcação de consultas”; “falta de
sendo que a procura pela rede pública concentra-se em
assistência e menosprezo por parte do governo”; “falta de
postos de saúde, enquanto que, nos da rede privada, pre-
vergonha dos políticos”; “exames precários”; “inaptidão
valecem as consultas médicas. Porém, a população em
nos serviços prestados”.
questão julga os serviços de saúde no DF como inacessí-
Quanto aos serviços privados os participantes veis, o que causa insatisfação relacionada ao atendimento
relataram: “os custos que são muito altos”; “falta de pro- tanto da rede privada como da rede pública.
fissionais capacitados”; “demora no atendimento mesmo
sem pessoas em fila de espera”; “ineficiência dos convê- Nessa questão, Tuller (2001 apud TERTO JR.,
2002) afirma que a falta de acessibilidade aos serviços de
participantes. Esse dado não difere em muito de estudos des especializadas, fortalecendo assim um vínculo entre
anteriores que descrevem que a menor procura pelos ser- os profissionais e os usuários a fim de promover saúde.
viços de saúde está associada à existência de discriminação
Como já pontuamos, algumas das principais difi-
nos serviços de saúde ao despreparo dos profissionais para
culdades que a população em questão encontra ao pro-
lidar com as “especificidades” desse grupo populacional e
curar pelo serviço de saúde no DF são singulares à popu-
às suas dificuldades em revelar sua identidade sexual aos
lação entrevistada no estudo, como as apresentadas em
profissionais de saúde (CARDOSO; FERRO, 2012).
uma das questões abertas, como: “pessoas que não estão
Outra questão relevante é que a maioria da popu- preparadas para lidar com o público gay”; “piadas de mau
lação entrevistada não acha necessária a disponibilidade gosto”; “impacto no olhar por ser gay”; “piadas e debo-
de serviços de saúde diferenciados que possam atender ches”; “principalmente na área de ginecologia, espanto
suas necessidades, apesar de descreverem formas de dis- pelas práticas entre lésbicas”. Essas questões devem ser
criminação e falta de preparo do sistema de saúde para mais exploradas em estudos posteriores para elaboração
atender às demandas específicas da população LGBT. de políticas públicas e intervenções mais adequadas à po-
Considerando que os participantes expressam problemas pulação LGBT. Pesquisa com gestores de saúde, ligados às
no sistema de saúde que não são queixas relacionadas demandas LGBT, também conclui que muito ainda pre-
apenas à população LGBT, tal dado pode expressar que os
cisa ser feito para que a vida real das pessoas LGBT
participantes percebem que o sistema de saúde no Brasil
seja tão digna e plena em direitos e em obrigações
deve melhorar como um todo, pois mesmo a qualidade
quanto às da maioria que vive – ou diz viver – nos
do sistema de saúde privada é questionada.
parâmetros da norma heterossexual (MELLO; AVE-
Um dado que merece atenção por parte do sistema
LAR; MAROJA, 2012).
de saúde do Distrito Federal, é que a maioria dos parti-
cipantes da pesquisa (41,67%) desconhece seus direitos Porém, é importante enfatizarmos que algumas
em relação ao acesso aos serviços de saúde ou conhece questões levantadas pelos os participantes são comuns à
apenas alguns direitos (40%). O desconhecimento em população em geral, como: “a falta de médicos, de pro-
relação aos programas de saúde para a população LGBT fissionais capacitados, estrutura física inadequada à de-
também pode ser grande, dado que 91,67% dos partici- manda local e falta de matérias e equipamentos, deixando
pantes assinalam que desconhecem ou apenas já ouviram ainda uma alerta em relação à falta de compromisso do
Universitas: Ciências da Saúde, Brasília, v. 11, n. 2, p. 83-92, jul./dez. 2013
sobre os programas de saúde, mas não tiveram acesso a governo com a população como um todo”. Cerqueira-
esses programas desenvolvidos pelo Ministério da Saúde, -Santos e colaboradores (2010) encontraram dados seme-
que lutam pelo direito de igualdade social à população lhantes e colocam que a avaliação da qualidade do aten-
em questão. A melhor divulgação desses direitos pode dimento no SUS para o público LGBT também apresenta
fazer parte de novas formas de intervenção, para que as questões, além dos aspectos específicos relacionados à
pessoas se sintam mais empoderadas e mais à vontade orientação sexual, como, a curta duração das consultas,
para procurarem os serviços de saúde. o agendamento e a marcação delas, a estrutura física e as
condições de trabalho precárias.
Em relação aos servidores da área de saúde no
DF, podemos considerar mediante os dados coletados,
que seria fundamental um trabalho de capacitação por
5 Considerações finais
meio da educação continuada que facilitasse tanto o aco-
lhimento, quanto o trabalho a ser desenvolvido com essa O resultado do trabalho realizado permite consi-
população, pois, a ausência de um acolhimento adequado derar que a população abordada na pesquisa era compos-
no âmbito dos estabelecimentos do setor saúde contribui ta de jovens adultos, com bom nível de escolaridade, esta-
para o afastamento dessa população dos serviços de pro- velmente empregados e com boa renda mensal. Solicitam
moção de saúde. Campos (1997) afirma que a principal pelos serviços de saúde na rede pública, tanto quanto os
função do acolhimento é garantir o acesso aos usuários da rede privada apesar de considerarem tais serviços in-
do sistema de saúde, com o objetivo de escutá-los, resol- cessíveis e de apresentarem insatisfação com os serviços
90 ver seus problemas mais simples e referenciá-los a unida- prestados, pois se trata de um recurso essencial. Perce-
Percepção de lésbicas, gays e bissexuais em relação aos serviços de saúde
Nessa perspectiva, podemos considerar ainda que BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de
Combate à Discriminação. Brasil sem homofobia: pro-
a população em questão precisa de mais informação em
grama de combate à violência e à discriminação contra
relação aos seus direitos como cidadão brasileiro para LGBT e promoção da cidadania homossexual. Brasília:
melhor exercê-los, pois como peças principais de vários Ministério da Saúde, 2004.
movimentos realizados em benefício próprio, seria ex-
tremamente importante estar a par de alguns programas BRASIL. Ministério da Saúde. Política nacional de saúde
desenvolvidos pelo Ministério da Saúde que lutam pelos integral de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transe-
xuais. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
direitos à igualdade dessa população.
Entre as principais dificuldades que essa popula- BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde da população de
ção encontra ao procurar pelo serviço de saúde existem gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Brasí-
lia: Ministério da Saúde, 2008.
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Laudenize Souza Carvalho, Miriam May Philippi
92