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PÓS-MODERNIDADE
AULA 6
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Escolhemos essa temática como exemplo para que possamos utilizar e
aplicar os conceitos aprendidos na análise concreta do dia a dia. Isso para
estimular que você, estudante, analista e crítico da vida em sociedade, também
faça suas análises e interpretações e, por que não? suas próprias propostas de
intervenções na realidade que o(a) cerca.
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Fonte: Jameson, 2007.
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modernidade como estrutura. Como justificativa, indica que, na época (início dos
anos 1980), ainda não havia outra palavra para distinguir o que chamamos hoje
de globalização – que, para ele, é o termo que sintetiza as características dessa
nova fase do capitalismo tardio.
Com base em conferência feita por Jameson no Brasil, em 2011,
selecionamos algumas considerações que o autor faz sobre sua obra e suas
interpretações do que seria o pós-moderno (Jameson, 2011, citado por
Fronteiras, 2013a, 2013b):
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Para exemplificar essa lógica, Jameson (2001) aponta o consumo estético
das mercadorias, com uma indústria da imagem e estratégias de venda como o
marketing, a publicidade e a propaganda. Tanto que há um esquecimento do
valor de uso das mercadorias, compradas mais pela sua imagem do que por sua
função real. “A sociedade da imagem e da propaganda sem dúvida comprovam
a transformação gradual das mercadorias em imagens libidinais delas mesmas,
ou seja, quase em produtos culturais” (Jameson, 2001, p. 64).
Como reflexão sobre as artes, Jameson utiliza o exemplo das instalações
como forma artística característica da pós-modernidade, quando já não há uma
referência de estilo e aponta que, nas instalações, os objetos não fazem sentido
em si, mas na sua relação com outros objetos.
Outro aspecto central apontado pelo autor é o enfraquecimento da
historicidade – também percebido em obras de arte, que já não expressam o
contexto em que foram produzidos, salientando ele, entretanto, que essa
característica já era sentida no modernismo.
Na discussão sobre produtos culturais como a arquitetura, o cinema, as
artes plásticas, interessa-nos ressaltar alguns tópicos que passam a caracterizá-
los, como:
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parte do conteúdo, de tal forma que [...] às vezes não fica claro quando o
segmento narrativo termina e começam os comerciais” (Jameson, 2007, p. 282).
Jameson (2007) amplia suas análises sobre a influência política da cultura
associada à mídia indicando que a retórica do mercado, com sua ilusão de
liberdade de escolha e democratização do acesso aos bens, se expande também
para a política, quando, por exemplo, contribui para a deslegitimação do discurso
da esquerda. “A proposição de que o mercado está na natureza humana, pois
seria o espaço em que reina a liberdade de escolha, é o terreno de luta ideológica
mais crucial em nossa época” (Jameson, 2007, p. 271).
Ao estudarmos os aspectos gerais apresentados pelo autor, é possível
enxergar as concepções marxistas como base para sua explicação sobre
estrutura e superestrutura, evidente em sua afirmação de que não existe uma
quebra direta da modernidade, mas uma fase do sistema capitalista que se
expressa com características próprias, assumida como pós-modernidade, como
reflexo das relações e imposições do mercado possibilitadas pela globalização
da economia e, como sua consequência, da cultura.
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3.1 Idade cronológica: pré-modernidade, modernidade e pós-
modernidade
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TEMA 4 – A LÓGICA PÓS-MODERNA PARA A INFÂNCIA E A TERCEIRA
IDADE
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4.1 A infância na pós-modernidade
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• a sexualização por meio da adultização da moda e do acesso a músicas
e conteúdos sem filtros, como os disponíveis nos meios de comunicação
para controle e seleção de adultos;
• a cultura narcisista que tem afetado cada vez mais cedo as crianças, que,
por vezes, deixam de brincar para não estragar o cabelo arrumado, as
unhas feitas precocemente e passam a adquirir vergonha dos seus
corpos, preocupadas que estão com a sua aparência física.
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• crescente individualismo e apelo ao prazer pode identificar as demandas
específicas associadas à velhice como um peso negativo para familiares,
pela lógica da eficiência, da busca de status e sucesso exclusivamente
econômico;
• possibilidades de compra a crédito, apelo a empréstimos destinados a
aposentados que resultam em endividamento e possível limitação da
qualidade de vida dos idosos.
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submetidos à lógica pós-moderna. Porém, se, para Mead (1928), a dificuldade
do período da adolescência é muito mais resultado de pressões culturais para a
adequação a uma forma de vida, assim como para o atendimento de etapas e
questões morais (por exemplo, de padrões que envolvem estudo, trabalho,
casamento, regras sociais de comportamento, entre outros), em teoria, a quebra
de padrões totalizantes, uma certa relativização moral e a possibilidade de
abertura para a diversidade característicos da pós-modernidade parecem ser
fatores positivos para uma possível diminuição da angústia durante essa fase.
Ao discutirmos a construção da identidade do sujeito, respaldada na
interação com o outro e nos valores vigentes de cada sociedade e cultura, como
explicado na nossa primeira aula com base em Hall, Goffman e George Mead,
torna-se nítido que a ausência de referências sólidas abre precedentes para que
os indivíduos possam se desenvolver de maneira mais livre. Por outro lado,
constatarmos todas as pressões inerentes ao contexto pós-moderno mostra que
o período da adolescência, etapa em que as expectativas sociais se
potencializam, parece resultar num período muito mais angustiante, hoje, do que
em outras épocas.
Nessa lógica, importa-nos reconhecer que as pressões que cada geração
sofre na sociedade são diferentes em conteúdo e intensidade. Apenas para
elucidar a discussão, pense na maneira pela qual muitos jovens são vistos pelas
gerações mais velhas quando estas afirmam que os jovens fazem corpo mole,
não querem se esforçar, não possuem a mesma resistência etc. Para
problematizar o tema, basta analisar a realidade dos jovens, hoje, pela ótica do
estímulo que recebem para ter prazer; as facilidades prometidas pela tecnologia;
bem como a alteração nas relações familiares e humanas, para que possamos
repensar a forma como olhamos e julgamos essa questão, lembrando que as
gerações anteriores eram feitas para trabalhar e tinham muito menos
estímulos e espaço para ter prazer e fazer escolhas pensando em
preferências individuais.
É com base nessa ótica que vamos refletir sobre um estudo que compara
três gerações ativas no mercado de trabalho (baby boomers, geração X e
geração Y) e discutir o efeito da pós-modernidade na constituição da identidade
dos sujeitos (Comazzeto et al., 2016).
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5.1 Gerações ativas no mercado de trabalho: constatações e análises
• Nascidos até 1964 (geração dos baby boomers): demonstram ser mais
motivados, otimistas e workaholics, apresentam senso de oportunidade
de inserção econômica em diversas ocupações no campo do trabalho e
aplicaram esforços escolares em carreiras que prometiam facilidades nas
relações empresariais. Em geral, especialistas apontam como suas
características principais o fato de terem sido jovens rebeles que, em sua
maioria, se tornaram adultos conservadores, mas não rígidos, que
valorizam status e ascensão profissional em uma empresa, com a qual
são leais e comprometidos.
• Nascidos entre 1965 e 1977 (geração X): geração que encontrou um
cenário de mudanças na família (pais trabalhando fora, sentimento de
culpa das mulheres pela ausência no lar, dificuldade dos pais em definir
limites para seus filhos). No trabalho, a visão de que adultos leais
perderam seus postos estimulou certa tendência a que melhorassem a
sua empregabilidade, uma vez que não contavam mais com um cenário
de estabilidade. As pessoas dessa geração tendem a ser individualistas,
irreverentes, autoconfiantes, valorizando a lealdade a si mesmas. No
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trabalho, gostam de variedade, desafios e oportunidades, optando por
trabalhar com liberdade, flexibilidade, e apresentam necessidade de
receberem feedbacks. Costumam adotar postura mais cética e defendem
um trabalho mais informal, com hierarquia menos rigorosa. Essa geração
carrega o fardo de ter crescido durante a diminuição da burocracia
corporativa desnecessária (chamada de downsizing corporativo), que
afetava a segurança no emprego.
• Nascidos de 1978 em diante (geração Y): cresceram em contato com
as tecnologias de informação e são mais individualistas. Nasceram, no
caso dos brasileiros, numa fase de instabilidade econômica e assistiram
à reinstalação da democracia. No cenário mundial, presenciaram a cultura
da instabilidade e da falta de garantias como consequência de mercados
voláteis. Trata-se da primeira geração a ter muito maior conhecimento em
tecnologia do que as anteriores. As pessoas dessa geração conviveram
com a diversidade das famílias, passaram a infância com a agenda cheia
de atividades e munidos de diversos aparelhos eletrônicos. São
apontadas como multifacetadas, que vivem em ação e administram bem
o tempo, captando acontecimentos em tempo real e se conectando com
uma variedade de pessoas. Assim, desenvolveram uma visão sistêmica
e aceitam com mais facilidade a diversidade. São pessoas que nasceram
na mesma época do início das revoluções tecnológicas e da globalização.
Atualmente, compartilham o mesmo ambiente de trabalho com gerações
anteriores, o que tem gerado conflitos de ideais e valores. Além disso,
diversos fatores e ideais da geração Y têm elevado o nível da rotatividade
em empresas, ao mesmo tempo que tais pessoas são consideradas
interessantes no mercado de trabalho pelas suas habilidades e talentos.
A imagem das organizações sobre essa geração é de que:
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mesmo poder de mudança. (Perrone et al., 2012, citados por
Comazzeto et al., 2016, p. 147-148; 155)
NA PRÁTICA
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FINALIZANDO
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violentas, restritivas e com consequências drásticas para os
identificados como culpados.
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REFERÊNCIAS
WE ALL want to be young (legendado). Box 1824, 8 fev. 2012. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=c6DbaNdBnTM>. Acesso em: 23 jan. 2020.
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