Você está na página 1de 5

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL,

CRIMINAL E EXECUÇÕES DA COMARCA DE ______________ ESTADO DE


_______________

Autos nº _____

Joaninha Silva, devidamente qualificada nos autos da presente ação, vem


respeitosamente, por intermédio de seu advogado________________, com
escritório na ________, Bairro ____, Cidade/UF, CEP ________, onde recebe
intimações conforme artigo 106, I, do CPC, procuração em anexo, com fulcro no
artigo 994 a art. 1008 e especialmente art. 1009 a 1014 do CPC, interpor recurso de:

APELAÇÃO

Em face da sentença proferida nos autos em epígrafe, da AÇÃO DE INDENIZAÇÃO


POR DADOS MATERIAIS E MORAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE
TRÂNSITO, proposta em face de Besouro Ribeiro, também devidamente qualificado
nos autos, pelas razões de fato e fundamentos de direito a seguir expostos.

Requer-se:
a) A intimação do recorrido para, querendo, apresentar contrarrazões de apelação,
no prazo de 15 dias, nos termos do artigo 1010, parágrafo 1, CPC;
b) Após as formalidades legais, sejam os autos remetidos ao tribunal,
independentemente de juízo de admissibilidade.

Termos em que,
Pede Deferimento.

Local e data

Advogado/oab
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ____________

APELANTE: JOANINHA SILVA


APELADO: BESOURO RIBEIRO
ORIGEM:
AUTOS Nº ______ – ____1ª VARA CÍVEL, CRIMINAL E EXECUÇÕES DA
COMARCA DE ____________ESTADO DE____________

RAZÕES DE APELAÇÃO

Colenda Câmara
Ínclitos Julgadores

1. DA SÍNTESE FATÍCA

Interpõe-se recurso de apelação em face da sentença de fls.____ que julgou


como totalmente improcedentes os pedidos da apelante.
A finalidade da presente ação é que a autora seja devidamente indenizada
pelos danos materiais e morais causados pelo apelado em decorrência do acidente
de trânsito.
A petição inicial foi julgada procedente, seguida da contestação, da devida
impugnação da contestação, houve a produção de provas conforme o requerido
pelas partes e a audiência em que foi proferida a sentença.
Todavia, a sentença merece reforma, pois a decisão proferida contraria as
provas produzidas nos autos e entende que a apelante foi quem causou o acidente
por culpa exclusiva sem qualquer evidência capaz de gerar essa certeza.

E desse modo, razão da apelação.


2. DA TEMPESTIVIDADE

No caso em tela, a sentença foi proferida no dia 12/03/2021, entretanto


publicada dia 15/03/2021, abrindo prazo para recursos.
Sendo assim, tempestivo o recurso de apelação por se encontrar dentro do
prazo, conforme artigo 1003 do CPC.

3. DO MÉRITO E DAS RAZÕES DA REFORMA

RAZÕES DA APELAÇÃO

DA AUSÊNCIA DE CULPA EXCLUSIVA

Inexistem provas de que a apelante estava fora da faixa de pedestres quando


ocorreu o acidente. Todavia, é sabido que o veículo estava em alta velocidade
quando atropelou a apelante e, obviamente, no momento da colisão a apelante foi
lançada para fora da faixa de pedestres. Desse modo, é importante ressaltar que a
velocidade do veículo era alta e isso fica evidente quando são analisadas as lesões
sofridas mesmo que não tenha sido realizada perícia para averiguar a velocidade do
automóvel no mento da colisão.
Cumpre evidenciar que a conclusão da autoridade policial que acompanhou a
ocorrência é que ambos foram responsáveis pelo acidente e, por isso, deveria ser
reconhecida no mínimo a culpa concorrente do apelado e não a culpa exclusiva da
apelante, porque não existem provas contundentes nesse sentido.

DA FÉ PÚBLICA DOS AGENTES PÚBLICOS

Vale lembrar que o relatado pela autoridade policial tem fé pública, isto é, há
presunção de veracidade de suas alegações, tendo em vista que no exercício de
suas funções deve atuar com imparcialidade e tem a devida experiência relatar as
ocorrências que fazem parte do seu trabalho.
Nesse diapasão, conforme a conclusão da autoridade policial que atendeu a
ocorrência o acidente ocorreu por falha humana de ambos, ou seja, houve culpa
concorrente. Nesse sentido, não é plausível que a apelante não seja indenizada ao
menos por parte dos danos por ela experimentados.

DA CULPA CONCORRENTE

É imperioso que no caso em questão seja reconhecida no mínimo a culpa


concorrente, pois as provas produzidas nos autos não são capazes de atestar que
houve culpa exclusiva da vítima. Aliás, a natureza das lesões sofridas pela apelante
evidencia que o apelado não estava em velocidade compatível com a via, sobretudo,
em dias nublados, como foi o dia do acidente.
Ademais, é justamente esse posicionamento o que vem sendo adotado pelos
tribunais nos casos em que a gravidade das lesões demonstra que a conduta do
condutor do veículo era inadequada e há uma suposta contribuição da vítima para o
resultado do acidente.
Nesse sentido, colaciono jurisprudência:

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ACIDENTE DE


TRANSITO. CULPA CONCORRENTE. INCAPACIDADE COMPROVADA
DA VÍTIMA. DANOS MORAIS E ESTÉTICOS. EXISTÊNCIA. VALOR.
PROPORCIONALIDADE. PENSÃO MENSAL. CABIMENTO.
MANUTENÇÃO DA SENTENÇA.
- Nos termos do art. 945 do Código Civil, se a vítima tiver concorrido
culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-
se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do
dano.
- Tendo-se em vista a concorrência de culpa, aplica-se o disposto no art.
945 do Código Civil, fixando-se a indenização de forma proporcional à
reprovabilidade das condutas verificadas e de sua contribuição para a
ocorrência do dano.
- Devem ser ressarcidos os danos morais e estéticos oriundos de acidente
automobilístico gerador de grave dano à vítima.
- A indenização deve ser fixada com observância da natureza e intensidade
do dano, da repercussão no meio social, da conduta do ofensor, bem como
da capacidade econômica das partes envolvidas, evitando-se
enriquecimento sem causa da parte autora.
- Em razão da igual concorrência de culpa das partes, e comprovada a
incapacidade permanente da vítima, devida a pensão mensal no valor
correspondente a meio salário mínimo.  (TJMG -  Apelação Cível
1.0439.14.016102-7/001, Relator(a): Des.(a) José Marcos Vieira , 16ª
CÂMARA CÍVEL, julgamento em 24/06/2020, publicação da súmula em
10/07/2020) (grifo nosso)

Pelo exposto, é fundamental que a apelante seja indenizada mesmo que se


reconheça apenas a culpa concorrente, mas é inadmissível que tenha que arcar com
todos os prejuízos do acidente sozinha porque não causou o acidente.
4. Dos pedidos e Requerimentos

Diante do exposto, requer-se:

a) Informa que deixou de juntar a guia do preparo, uma vez que a apelante litiga
sob o pálio da gratuidade da justiça;
b) O recebimento do recurso de apelação nos seus efeitos legais, nos termos
do art. 1012, CPC;
c) O conhecimento do presente recurso de apelação, haja vista a sua
tempestividade e pertinência, com fulcro no art. 1009, CPC;
d) O provimento do recurso a fim de se acolher as alegações com a
consequente reforma da sentença para condenar o apelado a indenizar a
apelante em danos morais no importe de R$ 20.000,00 e danos materiais no
importe de 30.000,00;
e) Não sendo este o entendimento de Vossas Excelências, no mérito, requer
que seja dado provimento integral ao recurso para reformar a sentença,
julgando procedentes os pedidos da Apelante, ou ao menos provimento
parcial no sentido de reconhecer que houve culpa concorrente e condenar o
apelado nos termos do pedido anterior, invertendo-se os ônus sucumbenciais
e condenando o Apelado ao pagamento de custas e honorários advocatícios.

Termos em que,
Pede Deferimento.
Local/data
Advogado/OAB

Você também pode gostar