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INSTITUTO FEDERAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ESPÍRITO SANTO

CAMPUS CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM


ENGENHARIA MECÂNICA

EMILIO DAVID
FELIPE VIEIRA PACHECO

PROJETO DE PARAFUSO E MOLA

CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM
2021
SUMÁRIO
1. Questão ................................................................................................................................. 2
1.1. Falha por fadiga ................................................................................................................. 4
1.1.1. Fator de modificação de condição de superfície .......................................................... 5
1.1.2. Fator de modificação de tamanho ................................................................................ 5
1.1.3. Fator de carregamento ................................................................................................. 5
1.1.4. Fator de temperatura .................................................................................................... 6
1.1.5. Fator de confiabilidade ................................................................................................. 6
1.1.6. Fator de efeitos diversos ............................................................................................... 6
1.1.7. Fator de concentrador de tensão.................................................................................. 6
1.2. Falha por fadiga ................................................................................................................. 8
1.2.1. Critério de Langer .......................................................................................................... 8
1.2.2. Goodman Modificado ................................................................................................... 9
1.2.3. Gerber ......................................................................................................................... 10
1.2.4. ASME Elíptico .............................................................................................................. 11
1.2.5. Diagrama dos critérios de falha .................................................................................. 12
2. Questão ............................................................................................................................... 13
3. Questão ............................................................................................................................... 15
2

1. Questão
Esquema daescotilha:

Figura 1–Escotilha de acesso pesada.


Fonte: Próprio autor.
Dados fornecidos:
 Peso da escotilha
escotilha: 𝑃 = 10000 𝑘𝑔𝑓 = 98100𝑁
 Coeficiente de fricção: 𝑓 = 0,15
 Força suportada por cada parafuso:
parafuso:𝐹 = 49050 𝑁
Hipóteses assumidas neste projeto:
 Coeficiente de fricção do colar
colar:𝑓 = 0,15
 Entradas da rosca
rosca: 𝑛 = 2
 Número de roscas engajadas: 𝑛 = 1
 Passo: 𝑝 = 5,5 𝑚𝑚
 Diâmetro maior: 𝑑 = 56 𝑚𝑚
 Diâmetro friccional: 𝑑 = 64 𝑚𝑚
De posse dessas considerações iniciais, pode
pode-se
se calcular as dimensões do
parafuso de potência de rosca quadrada:
 Profundidade de rosca:
𝑝 5,5
𝑃 = = ⇒ 𝑃 = 2,75 𝑚𝑚
2 2
 Largura de rosca:
3

𝐿 = 𝑃 = 2,75 𝑚𝑚
 Diâmetro médio:
𝑝 5,5
𝑑 =𝑑− = 56 − ⇒𝑑 = 53,25 𝑚𝑚
2 2
 Diâmetro menor:
𝑑 = 𝑑 − 𝑝 = 56 − 5,5 ⇒ 𝑑 = 50,5 𝑚𝑚
 Avanço:
𝑙 = 𝑛 · 𝑝 = 2 · 5,5 ⇒ 𝑙 = 11 𝑚𝑚

Dessa forma, pode-se determinar o ângulo de avanço:


𝑙 0,011
𝛾 = 𝑡𝑎𝑛 = 𝑡𝑎𝑛 ⇒ λ = 3,76°
𝜋𝑑 𝜋 · 0,05325
Nota-se que para que o parafuso de potência seja autobloqueante, é
necessário que o coeficiente de fricção de rosca seja maior ou igual que a
tangente do ângulo de avanço de rosca. Portanto, confere-se o autobloqueio
pela desigualdade:
𝑓 ≥ 𝑡𝑎𝑛(λ) ⇒ 0,15 ≥ 𝑡𝑎𝑛(3,76) ⇒ 0,15 ≥ 0,0657
O torque necessário para elevar a carga resulta em:
𝐹𝑑 𝑙 + 𝜋𝑓𝑑 𝐹𝑓 𝑑
𝑇 = +
2 𝜋𝑑 − 𝑓𝑙 2

49050 · 0,05325 0,011 + 𝜋 · 0,15 · 0,05325 49050 · 0,15 · 0,064


𝑇 = +
2 𝜋 · 0,05325 − 0,15 · 0,011 2

⇒ 𝑇 = 520,012 𝑁 · 𝑚

O torque para requerido para baixar a carga é:


𝐹𝑑 𝜋𝑓𝑑 − 𝑙 𝐹𝑓 𝑑
𝑇 = +
2 𝜋𝑑 + 𝑓𝑙 2

49050 · 0,05325 𝜋 · 0,15 · 0,05325 − 0,011 49050 · 0,15 · 0,064


𝑇 = +
2 𝜋 · 0,05325 + 0,15 · 0,011 2

⇒ 𝑇 = 344,386 𝑁 · 𝑚

A eficiência do parafuso para elevar a carga é:


𝐹𝑙 49050 · 0,011
⇒𝑒= = ⇒ 𝑒 = 0,165
2𝜋𝑇 2𝜋 · 520,012
4

Já a eficiência do parafuso para baixar a carga é:


𝐹𝑙 49050 · 0,011
⇒𝑒= = ⇒ 𝑒 = 0,249
2𝜋𝑇 2𝜋 · 344,386

1.1. Falha por fadiga


De acordo com Collins (2009) o exame da configuração típica de um conjunto
de parafuso de alimentaçãosugere que os parafusos de alimentação
incorporam certas características derolamentos, eixo de transmissão de força,
colunas carregadas axialmente, e rolamentos de corpos rolantes. O
potencialmodos de falha para um conjunto de parafuso de potência, portanto,
incluem candidatos de cada um dessesaplicações, incluindo falha por
escoamento, fragmentação, fadiga, corrosão, fadiga de superfíciedesgaste,
desgaste adesivo, desgaste abrasivo, desgaste corrosivo, desgaste por atrito,
escoriação, apreensão e, possivelmente,para parafusos com vãos longos sem
suporte, falha por empenamento ou instabilidade elástica. Neste trabalho,
optou-se projetar os parafusos de potência com semelhanças a um eixo de
transmissão de força, cujo potencial de falha se dá por fadiga e escoamento.
Segundo Collins(2009), na maioria das circunstâncias, um parafuso de
potência roscado seria fabricado com baixo teor de carbonoliga de aço de grau
de cementação, cementada e tratada termicamente. AISI 1010, 3310, 4620,ou
8620 pode ser usado, dependendo da aplicação específica. Opta-se pelo aço
AISI4620laminado a quente para o material do parafuso, cujas propriedades
segundo a tabela 3.3 do Collins2ª ed. são:
 Resistência à tração: 𝑆 = 600 𝑀𝑃𝑎
 Resistência ao escoamento: 𝑆 = 434 𝑀𝑃𝑎

Dessa forma, o limite de endurança vale:


𝑆 = 0,5 · 𝑆 = 0,5 · 600 ⇒ 𝑆 = 300 𝑀𝑃𝑎
Para determinar o limite de resistência à fadiga corrigido, determina-se,
primeiramente, os fatores modificadores. Para tanto, analisa-se o ponto crítico
A mostrado na figura 2 abaixo. Nesse ponto crítico, os prováveis modos de
falha governante são escoamento ou fadiga. Os componentes de tensão neste
ponto crítico incluemcisalhamento torcional no corpo do parafuso, tensão
normal no corpo do parafuso e tensão de flexão da rosca, conforme mostrado
no esboço do volume elementar na figura 2.A tensão de flexão nominal da
rosca pode novamente ser estimada considerando a roscacomo uma viga
cantilever (elemento estrutural rígido que se estende horizontalmente e é
suportado em apenas uma extremidade, em que, normalmente, se estende a
partir de uma superfície vertical plana, como uma parede, à qual deve ser
firmemente fixado) com uma carga “final” distribuída ao longo da linha de
passo.Um fator de concentração de tensão apropriado deve ser aplicado a
cada componente de tensão emeste ponto crítico.
5

Figura 2- Ponto crítico e componentes de tensão em parafusos de potência.

Fonte: Adaptado de Collins (2009).

1.1.1. Fator de modificação de condição de superfície


𝑘 = 𝑎𝑆
onde 𝑎 e 𝑏,, de acordo com tabela 6
6-2 do Shigley 10ªed, para um acabamento
superficial laminado a frio. são:
𝑎 = 4,51 e 𝑏 = −0,265
Portanto,
,
𝑘 =4
4,51 · (300) ⇒ 𝑘 = 0,827878226
1.1.2. Fator de modificação de tamanho
De acordo com
m equação 6 6-20
20 do Shigley, considerando o diâmetromenor
diâmetro do
parafuso𝑑 = 34 𝑚𝑚,, tem
tem-se:
, ,
𝑑 50,5
𝑘 = = ⇒ 𝑘 = 0,816802399
816802399
7,62 7,62
1.1.3. Fator de carregamento
Para flexão, tem-se
se que:
𝑘 =1
6

1.1.4. Fator de temperatura


Não há uma variação considerável na temperatura, então:
𝑘 =1
1.1.5. Fator de confiabilidade
Da tabela 6-5 do Shigley, para uma confiabilidade de 95%, tem-se:
𝑘 = 0,868
1.1.6. Fator de efeitos diversos
Considera-se que não há fatores diversos que influenciem nos cálculos:
𝑘 =1

Portanto, o valor corrigido da resistência à fadiga é:


𝑆 =𝑘 ·𝑘 ·𝑘 ·𝑘 ·𝑘 ·𝑘 ·𝑆

𝑆 = 0,827878226 · 0,816802399 · 1 · 1 · 0,868 · 1 · 300 ⇒ 𝑆 = 176,086 𝑀𝑃𝑎


1.1.7. Fator de concentrador de tensão
Das figuras 6-20 e 6-21 do Shigley 10ª ed. tem-se que a sensitividade ao
entalhe para flexão e torção, de acordo com o raio de adoçamento, vale:
𝑑 50,5
𝑟= = ⇒ 𝑟 = 2,525 𝑚𝑚
20 20
𝑟 2,525
= ⇒ 𝑟 = 0,05 𝑚𝑚
𝑑 50,5

𝑞 = 0,49 (flexão e axial)


𝑞 = 0,54
Das figuras A-15-13 e A-15-9 do Shigley 10ª ed. tem-se que os concentradores
de tensão para tração, flexão e torção, de acordo com a relação𝑑/𝑑 dos
diâmetros a seguir, valem:
𝑑 56
= = 1,1
𝑑 50,5
𝐾 = 2,44
𝐾 = 2,1

𝐾 = 1,6
Desse modo, os fatores de concentração de tensão modificados para tração,
flexão e torção para ressaltos, de acordo com a equação 6-32 do Shigley,
valem:
7

𝐾 = 1 + 𝑞(𝐾 − 1) = 1 + 0,49(2,44 − 1) ⇒ 𝐾 = 1,7056


𝐾 = 1 + 𝑞 𝐾 − 1 = 1 + 0,49(2,1 − 1) ⇒ 𝐾 = 1,539
𝐾 = 1 + 𝑞 (𝐾 − 1) = 1 + 0,54(1,6 − 1) ⇒ 𝐾 = 1,324
A tensão de cisalhamento devido ao momento de torção é:
16𝑇 16 · 520,012
𝜏= = ⇒ 𝜏 = 20,564 𝑀𝑃𝑎
𝜋𝑑 ³ 𝜋 · (0,0505)³
A tensão nominal axial vale:
4𝐹 4 · (−49050)
𝜎= = ⇒ 𝜎 = −24,488 𝑀𝑝𝑎
𝜋𝑑 ² 𝜋 · (0,0505)²
A tensão de sustentação de raiz de rosca com uma rosca carregando 0,38𝐹 é:
6 · (0,38𝐹) 6 · (0,38 · 49050)
𝜎 = ⇒ 𝜎 = 128,165 𝑀𝑃𝑎
𝜋𝑑 𝑛 𝑝 𝜋 · 0,0505 · 1 · 0,0055
Desse modo,as tensões tridimensionais, nas direções x, y e z, de acordo com a
figura 2 são:
𝜎 = 𝜎 = 128,165 𝑀𝑝𝑎
𝜎 =0
𝜎 = 𝜎 = −24,488 𝑀𝑝𝑎
𝜏 =𝜏 =0
𝜏 = 𝜏 = 20,564 𝑀𝑝𝑎
As tensões alternantes são:
−𝜎 𝜎 128,165 − 0
𝜎 =𝐾 = 1,7056 · ⇒ 𝜎 = 109,299 𝑀𝑃𝑎
2 2
𝜎 −𝜎 0 − (−24,488)
𝜎 =𝐾 = 1,539 · ⇒ 𝜎 = 18,843 𝑀𝑃𝑎
2 2
𝜏 −𝜏 20,564 − 0
𝜏 =𝐾 = 1,324 · ⇒𝜏 = 13,613 𝑀𝑃𝑎
2 2
De acordo com Shigley (2016), os fatores de concentração de tensão são, as
vezes, considerados opcionais para as componentes médias com materiais
dúcteis por causa da capacidade do material dúctil de escoar localmente nas
descontinuidades. Dessa forma, conforme visto, os materiais para fabricação
de parafusos precisam ser dúcteis. Assim, opta-se por não utilizar os fatores de
concentração de tensão para as tensões médias, as quais são:
𝜎 +𝜎 128,165 + 0
𝜎 = = ⇒𝜎 = 64,083 𝑀𝑃𝑎
2 2
𝜎 +𝜎 0 + (−24,488)
𝜎 = = ⇒𝜎 = −12,244 𝑀𝑃𝑎
2 2
8

𝜏 +𝜏 20,564 − 0
𝜏 = = ⇒𝜏 = 10,282 𝑀𝑃𝑎
2 2
As principais tensões para o ponto crítico são valores de tensão cíclica de pico,
cada um retorna ao estresse zero quando a carga é liberada.As equações das
tensões de von Mises alternante e média são, respectivamente:

1
𝜎′ = 𝜎 −𝜎 + 𝜎 −𝜎 + (𝜎 − 𝜎 ) + 3(𝜏² + 𝜏² + 𝜏² )
2

𝜎′

1
= 𝜎 −𝜎 + 𝜎 −𝜎 + (𝜎 −𝜎 ) + 3(𝜏² + 𝜏² + 𝜏² )
2

Como 𝜏 =𝜏 = 𝜎 = 0, então as equações de von Mises se reduzem a:

1
𝜎′ = (𝜎 ) + (−𝜎 ) + (𝜎 − 𝜎 ) + 3(𝜏² )
2

1
𝜎′ = (𝜎 ) + (−𝜎 ) + (𝜎 −𝜎 ) + 3(𝜏² )
2

Portanto, as tensões alternante e média de von Mises, respectivamente, valem:

1
𝜎′ = [(109,299) + (−18,843) + (18,843 − 109,299) + 3 · (13,613)²]
2

⇒ 𝜎′ = 103,912 𝑀𝑃𝑎

1
𝜎′ = [(64,083) + (−(−12,244)) + (−12,244 − 64,083) + 3 · (10,282)²]
2

⇒ 𝜎′ = 73,2 𝑀𝑃𝑎
1.2. Falha por fadiga
1.2.1. Critério de Langer
O critério de falha de primeiro ciclo ou critério estático de Langer, pode ser
calculado, de acordo com a tabela 6-6 do Shigley 10ª ed, por meio do fator de
segurança:
𝑆 434
n = = ⇒ n = 2,44
σ +σ 104,069 + 73,2
Pela Tabela 6-6 do Shigley 10ª ed., determina-se as resistências alternante S
e média S .A linha de carregamento é dada por:
σ′ 103,912
𝑟= = = 1,4195
σ′ 73,2
9

𝑟S 1,4195 · 434
S = = = 254,624 𝑀𝑝𝑎
1+𝑟 1 + 1,4195
S 254,787
S = = = 179,375 𝑀𝑃𝑎
𝑟 1,4195
Pode-se
se expressar graficamente esses resultados em 𝑀𝑃𝑎,, conforme mostrado
na figura 8 a seguir.

Figura 3

Figura 4 - Critério de falha de Langer.

Fonte: Matlab.

A intercessão das linhas, demarcada pelo ponto B,, de coordenadas (179,4;


(
254,7)) representa as tensões de resistências alternante e média, conforme
calculadas acima. O Ponto A de coordenadas ((73,2; 103,9)) representa as
tensões de e von Mises, também já calculadas. Observa
Observa-sese que não ocorrerá
falha por escoamento ou de primeiro ciclo no parafuso,, uma vez que as
tensões alternantes e a média, de von Mises, são inferiores à tensão limite de
escoamento do material.
1.2.2. Goodman Modificado
Calculando-se o fator de segurança, de acordo com a equação 6
6-46 do Shigley
10ª ed., tem-se:
1 σ σ 103,912 73,2
= + = + ⇒ n = 1,4
n S S 176,086 600

Pela Tabela 6-6


6 do Shigley 10ª ed., determina
determina-se
se as resistências alternante
altern S
e média S .
𝑟S S 1,4195 · 176,086 · 600
S = = ⇒ S = 145,918
918 𝑀𝑝𝑎
𝑟S + S 1,4195 · 600 + 176,086
10

S 54,77
S = = ⇒ S = 102,795 𝑀𝑃𝑎
𝑟 0,2145
Expressa-sese graficamente esses resultados em 𝑀𝑃𝑎,, conforme mostrado
most na
figura 9 a seguir.

Figura 5 - Critério de falha de Goodman modificado.

Fonte: Matlab.

Alternativamente, pode-se
se verificar o resultado do fator de segurança com a
seguinte razão dos segmentos da linha de carregamento, onde nota-se a
concordância total.
𝑂𝐵 𝑆 𝑆 102,8
𝑛 = = = = ⇒ 𝑛 = 1,4
𝑂𝐴 𝜎′ 𝜎′ 73,2

1.2.3. Gerber
Calculando-se o fator de segurança, de acordo com a tabela 6
6-7
7 do Shigley 10ª
ed., tem-se:

𝑟²S² 2S
S = −1 + 1 +
2S 𝑟S

1,4195² · 600² 2 · 176,086


= −
−1 + 1 + ⇒ S = 169,142
142 𝑀𝑃𝑎
2 · 176,086 1,4195 · 600

S 169,142
S = = ⇒ S = 119,156 𝑀𝑃𝑎
𝑟 1,4195
11

1 S σ′ 2σ′ S
n = −1 + 1 +
2 σ′ S S σ′

1 600 103,912 2 · 73,2 · 176,086


= · −1 + 1 +
2 73,2 176,086 600 · 103,912

⇒ n = 1,62

Expressa-sese graficamente esses resultados em 𝑀𝑃𝑎,, conforme mostrado na


figura 10 a seguir.

Figura 6 - Critério de falha de Gerber.

Fonte: Matlab.

1.2.4. ASME
ME Elíptico
Calculando-se o fator de segurança, de acordo com a tabela 6
6-8
8 do Shigley 10ª
ed., tem-se:

𝑟²S² S² 1,4195 · 176,086² · 434²


S = = ⇒ S = 169,306
169 𝑀𝑃𝑎
S² + 𝑟²S² 176,086² + 1,4195² · 434²

S 169,306
S = = ⇒ S = 119,271 𝑀𝑃𝑎
𝑟 01,4195

1 1
n = = ⇒ n = 1,63
1
, ,
+ ,
+

Expressa-sese graficamente esses resultados em 𝑀𝑃𝑎,, conforme mostrado na


figura 11 a seguir.
12

Figura 7 - Critério de falha ASME-Elíptico.

Fonte: Matlab.

1.2.5. Diagrama dos critérios de falha

Figura 8 - Critérios de falha sobrepostos.

Fonte: Matlab.

Da figura 12, pelos resultados obtidos, todos os critérios de falh


falha por fadiga
ocorrerão antes do escoamento de primeiro ciclo, haja vista que o maior fator
de segurança calculado foi o do critério de Langer. Os critérios de falha por
fadiga de Gerber e ASME
ASME-Elíptico
Elíptico são muito próximos um do outro,
outro haja vista
que as tensões
ões de resistência alternante e média e, consequentemente, os
fatores de segurança são praticamente iguais iguais.. O critério de Goodman
modificado é conservativo quando comparado aos outros critérios. O critério de
Sodeberg se resguarda contra qualquer escoament
escoamento,o, porém é tendencioso
13

para baixo. Em razão disso não utilizou-se esse método neste projeto.
Portanto, o projeto do parafuso de potência está atendendo todos os critérios
de fadiga e, por conseguinte, não falhará no primeiro ciclo.
2. Questão
Dados:
 Número de parafusos: 𝑁 = 3
 Força de fixação ou pré-carga: 𝐹 = 60 𝐾𝑁
 Força total externa de tração na junta: 𝑃 = 15 𝐾𝑁
 Rigidez:𝑘 = 3𝑘
De posse dos dados fornecidos, assume-se as seguintes considerações, de
acordo com a tabela 8-1 do Shigley 10ª ed:
 Diâmetro nominal: 𝑑 = 10 𝑚𝑚
 Passo: 𝑝 = 1,5 𝑚𝑚
 Área de tensão de tração: 𝐴 = 58 𝑚𝑚²
Dessa forma, calcula-se o diâmetro menor e o médio, respectivamente:
𝑑 = 𝑑 − 𝑝 = 10 − 1,5 ⇒ 𝑑 = 8,5 𝑚𝑚
𝑑+𝑑 10 + 8,5
𝑑 = = ⇒𝑑 = 9,25 𝑚𝑚
2 2
Supondo o número de entradas no parafuso 𝑛 = 1, o avanço resulta em:
𝑙 = 𝑛𝑝 = 1 · 1,5 ⇒ 𝑙 = 1,5 𝑚𝑚
Adota-se o comprimento no parafuso 𝐿 = 12,5 𝑚𝑚. O comprimento de rosca de
acordo com a equação 8-14 do Shigley 10ª ed vale:
𝐿 = 2𝑑 + 6 = 2 · 10 + 6 ⇒ 𝐿 = 26 𝑚𝑚
A espessura de todo o material comprimido é 𝑙 = 105 𝑚𝑚. O comprimento da
seção útil não rosqueada vale:
𝑙 = 𝐿 − 𝐿 = 125 − 26 ⇒ 𝑙 = 99 𝑚𝑚
Assim, o comprimento da porção rosqueada vale:
𝑙 = 𝑙 − 𝑙 = 105 − 99 ⇒ 𝑙 = 6 𝑚𝑚
A área da porção não rosqueada vale:
𝜋𝑑² 𝜋 · (0,01)²
𝐴 = = ⇒ 𝐴 = 7,853981634 · 10 𝑚²
4 4
Dessa maneira, pode-se determinar a constante de rigidez do parafuso pela
equação 8-17 do Shigley 10ª ed., em que o módulo de elasticidade para o aço
é 𝐸 = 207 𝐺𝑃𝑎:
14

𝐴 𝐴𝐸 (7,853981634 · 10 ) · (5,8 · 10 ) · 207 · 10


𝑘 = =
𝐴 𝑙 +𝐴 𝑙 (7,853981634 · 10 ) · 0,006 + (5,8 · 10 ) · 0,099
⇒ 𝑘 = 151,764 · 10 𝑁/𝑚
Da relação fornecida, pode-se determinar a constante de rigidez dos membros
fixados:
𝑘 = 3𝑘 = 3 · 151,764 · 10 ⇒ 𝑘 = 455,29 · 10 𝑁/𝑚
A força de fixação ou pré-carga de cada parafuso vale:
𝐹 60
𝐹 = = ⇒ 𝐹 = 20 𝐾𝑁
3 3
A força total externa de tração na junta vale 𝑃 = 15 𝐾𝑁. Assim, a força
externa de tração por parafuso é:
𝑃 15
𝑃= = ⇒ 𝑃 = 5 𝐾𝑁
3 3
A fração da força externa carregada por um parafuso é:
𝑘 151,764 · 10
𝐶= = ⇒ 𝐶 = 0,25
𝑘 +𝑘 151,764 · 10 + 455,29 · 10
A porção da força absorvida pelo parafuso e a porção absorvida pelos
elementos vale, respectivamente:
𝑃 = 𝐶𝑃 = 0,25 · 5 ⇒ 𝑃 = 1,25 𝐾𝑁
𝑃 = (1 − 𝐶)𝑃 = (1 − 0,25) · 5 ⇒ 𝑃 = 3,75 𝐾𝑁
Portanto, a força resultante em cada parafuso vale:
𝐹 = 𝑃 + 𝐹 = 1,25 + 20 ⇒ 𝐹 = 21,25 𝐾𝑁
A força resultante nos elementos conectados vale:
𝐹 = 𝑃 − 𝐹 = 3,75 − 20 ⇒ 𝐹 = −16,25 𝐾𝑁
Considerando o fator de atrito 𝑓 = 0,15, tem-se que o torque de aperto vale:
𝑇 = 0,2𝐹 𝑑 = 0,2 · 20000 · 0,01 ⇒ 𝑇 = 40 𝑁 · 𝑚
A tensão final no parafuso após a aplicação da carga vale:
𝐶𝑃 + 𝐹 0,25 · 5000 + 20000
𝜎 = = ⇒ 𝜎 = 366,379 𝑀𝑃𝑎
𝐴 5,8 · 10
Com a resistência mínima de prova, 𝑆 = 600 𝑀𝑃𝑎, de acordo com a tabela 8-
11 do Shigley 10ª ed., o fator de segurança ao escoamento vale:
𝑆 600
𝑛 = = ⇒ 𝑛 = 1,63
𝜎 366,379
O fator de carga vale:
15

𝑆 𝐴 +𝐹 (600 · 10 ) · (5,8 · 10 ) − 20000


𝑛 = = ⇒ 𝑛 = 11,84
𝐶𝑃 0,25 · 5000
O fator contra separação de junta vale:
𝐹 20000
𝑛 = = ⇒ 𝑛 = 5,33
(1 − 𝐶)𝑃 (1 − 0,25) · 5000
3. Questão
Dados fornecidos:
 𝐹 = 40 𝑁
 𝐿 = 45𝑚𝑚
 𝐹 = 55𝑁
 𝐿 = 32 𝑚𝑚

Considerações iniciais para esse projeto:


 𝑁 = 200.000 𝑐𝑖𝑐𝑙𝑜𝑠;
 𝑇 < 100 °𝐶;
 𝑂𝐷 ≤ 20𝑚𝑚; Tratamento superficial: sem jateamento;
 Tratamento de extremidade: esquadrado e esmerilhado;
 Linearidade robusta: 𝜀 = 0,15;
 Fixação: livre com a condição enrolada;
 Segurança-fadiga: 𝑛 = 1,5 usando o critério de falha por fadiga de
Sines-Zimmerli;
 Variável de decisão: diâmetro d do fio.

Primeiro iremos informar o matéria escolhido, que foi o Fio musical A228.
Exatamente por ele ser o melhor, mais tenaz e o mais amplamente usado de
todos os materiais para pequenas molas. Ele tem a mais elevada resistência de
tração e pode aguentar tensões mais elevadas sobre carregamento repetido
que qualquer outro material de mola.
 Disponível em diâmetro de 0,12 mm a 3 mm.
 Não use em temperatura 0° < 𝑇 < 120°

Pela tabela 10-4, temos tais informações para o material Fio musical A228:
 𝑚 = 0,145
 𝑑 = 0,1 𝑚𝑚 – 6,5 𝑚𝑚
 𝐴 = 2211 𝑀𝑝𝑎 ∙ 𝑚𝑚

Os materiais de molas podem ser comparados por um exame de sua


resistência de tração, que calculamos com a seguinte equação:

𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡(𝐴)
𝑆 =
𝑑
O diâmetro d deve ser escolhido de forma com que atenda todos os critérios de
dimensionamento que veremos no decorrer do projeto, como já fizemos os
resultados finais o diâmetro do fio mola será de 𝑑 = 1,25𝑚𝑚, prosseguimos:
𝐴 2211
𝑆 = = ⇒ 𝑆 = 2140,6 𝑀𝑃𝑎
𝑑 1,25 ,
16

Ao construir um critério de falha no diagrama de fadiga torcional do projetista o


módulo torcional de ruptura é requerido, então empregaremos a equação:
𝑆 = 0,67 ∙ 𝑆 = 0,67 ∙ 2140,6 ⇒ 𝑆 = 1334.2 𝑀𝑝𝑎

Para a tensão torcional admissível máxima para molas helicoidais de


compressão em aplicações estáticas, na tabela 10-6 para o fio musical ele tem
uma porcentagem máxima de resistência a tração de 45%.
𝑆 = 0,45 ∙ 𝑆 = 0,45 ∙ 2140,6 ⇒ 𝑆 = 963,27 𝑀𝑃𝑎

Veremos agora como calcular a constante elástica com as informações que


temos:
 ∆𝐹 = 𝐹 − 𝐹 = 55 − 40 ⇒ ∆𝐹 = 15 𝑁
 ∆𝑦 = 𝑦 − 𝑦 = 45 − 32 ⇒ ∆𝑦 = 13
∆𝐹 15 𝑁
𝑘= = ⇒ 𝑘 = 1,1538
∆𝑦 13 𝑚𝑚

Para a força alternante e média, temos respectivamente:

55 − 40
𝐹 = = 7,5 𝑁
2
55 + 40
𝐹 = = 47,5 𝑁
2
A forca de serviço é encontrada pela seguinte formula:
𝐹 = (1 + 𝜀) ∙ 𝐹 = (1 + 0,15) ∙ 55 ⇒ 𝐹 = 63,25 𝑁

Para efeitos de curvatura, utilizaremos o fator de correção Bergstrasser 𝐾 ,


pois esse fator serve para prever a maior tensão de cisalhamento. Mas primeiro
definiremos a constante C, pelas seguintes formulas já considerando um fator
de segurança 𝑛 = 1,5 e por ser uma superfície não jateada 𝑆 = 241𝑀𝑃𝑎,
temos:
𝑆 241
𝛼= = ⇒ 𝛼 = 160,67𝑀𝑃𝑎
𝑛 1,5
8∙𝐹 8 ∙ 7,5
𝛽= = ⇒ 𝛽 = 12,22 𝑀𝑃𝑎
𝜋∙𝑑 𝜋 ∙ 1,25

2∙𝛼−𝛽 2∙𝛼−𝛽 3∙𝛼


𝐶= + − ⇒ 𝐶 = 11,8097
4∙𝛽 4∙𝛽 4∙𝛽

Encontrando C podemos definir o fator de correção de Bergstrasser:

4 ∙ 𝐶 + 2 4 ∙ 11,8097 + 2
𝐾 = = ⇒ 𝐾 = 1,11302
4 ∙ 𝐶 − 3 4 ∙ 11,8097 − 3

Para o diâmetro médio da mola:


𝐷 = 𝐶 ∙ 𝑑 = 11,8097 ∙ 1,25 ⇒ 𝐷 = 14,76 𝑚𝑚
17

A componente alternante de tensão de cisalhamento é encontrada da seguinte


forma:
8∙𝐹 ∙𝐷 8 ∙ 7,5 ∙ 14,76
𝜏 =𝐾 ∙ = 1,11302 ∙ ⇒ 𝜏 = 160,64 𝑀𝑃𝑎
𝜋∙𝑑 𝜋 ∙ 1,25
E a componente média de tensão de cisalhamento será:
8∙𝐹 ∙𝐷 8 ∙ 47,5 ∙ 14,76
𝜏 =𝐾 ∙ = 1,11302 ∙ ⇒ 𝜏 = 1017,56 𝑀𝑃𝑎
𝜋∙𝑑 𝜋 ∙ 1,25
A força de serviço é encontrada pela formula:
8∙𝐹 ∙𝐷 8 ∙ 63,25 ∙ 14,76
𝜏 =𝐾 ∙ = 1,11302 ∙ ⇒ 𝜏 = 1354,75 𝑀𝑃𝑎
𝜋∙𝑑 𝜋 ∙ 1,25
Para os fatores de segura, vamos encontrar os seguintes valores:
 𝑆 = 241 𝑀𝑃𝑎 (para superfície sem jateamento)
 𝑆 = 0,45 ∙ 𝑆 = 0,45 ∙ 2140,6 = 963,27 𝑀𝑃𝑎 (Tabela 10-6)
𝑆 241
𝑛 = = ⇒ 𝑛 = 1,5
𝜏 160,64
𝑆 963,27
𝑛 = = ⇒ 𝑛 = 0,71
𝜏 1354,75

Pela tabela 10-1 do Shigley 10º Ed. encontramos as equações seguintes para
extremidade esquadrado e esmerilhado:
𝑂𝐷 = 𝐷 + 𝑑 = 14,76 + 1,25 ⇒ 𝑂𝐷 = 16,01 𝑚𝑚
𝐼𝐷 = 𝐷 − 𝑑 = 14,76 − 1,25 ⇒ 𝐼𝐷 = 13,51 𝑚𝑚
𝐺∙𝑑 81000 ∙ 1,25
𝑁 = = ⇒ 𝑁 = 6,66 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎
8 ∙ 𝐷 ∙ 𝑘 8 ∙ 14,76 ∙ 1,1538
𝑁 = 𝑁 + 2 = 6,66 + 2 ⇒ 𝑁𝑡 = 8,66 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎
𝐿 = 𝑑 ∙ 𝑁 = 1,25 ∙ 8,66 ⇒ 𝐿 = 10,83 𝑚𝑚
𝐹𝑠 63,25
𝐿 =𝐿 + = 10,83 + ⇒ 𝐿 = 65,65 𝑚𝑚
𝑘 1,1538
2,63 ∙ 𝐷 2,63 ∙ 14,76
(𝐿 ) = = ⇒ (𝐿 ) = 77,64 𝑚𝑚
𝛼 0,5
A tabela a seguir mostra os testes com os diversos diâmetros para poder ter
chegado ao diâmetro d escolhido, os testes foram repetidos até se ter um
diâmetro de fio que se melhor adéqüe ao projeto.
As partes de vermelho são os resultados que de alguma forma não passaram
nos critérios selecionados.
18

Vejamos os resultados e os critérios escolhidos:


0,90 1,00 1,10 1,20 1,25 1,30 1,40
d=
mm mm mm mm mm mm mm
4,82 7,01 9,69 12,92 14,76 16,76 21,24
D=
mm mm mm mm mm mm mm
C= 5,36 7,01 8,81 10,77 11,80 12,88 15,17
5,72 8,01 10,79 14,12 16,01 18,06 22,64
OD =
mm mm mm mm mm mm mm
3,92 6,01 8,59 11,72 13,51 15,46 19,84
ID =
mm mm mm mm mm mm mm
51,3 25,4 14,1 8,4 6,6 5,3 3,5
Na =
volta volta volta volta volta volta volta
53,2 27,4 16,1 10,4 8,6 7,3 5,5
Nt =
volta volta volta volta volta volta volta
47,94 27,44 17,71 12,51 10,82 9,52 7,72
Ls =
mm mm mm mm mm mm mm
102,75 82,26 72,53 67,33 65,64 64,34 62,54
L0 =
mm mm mm mm mm mm mm
25,38 36,89 50,99 67,98 77,65 88,14 111,74
(Lo)cr =
mm mm mm mm mm mm mm
1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50
nf =
mm mm mm mm mm mm mm

As restrições gerais são:

3 ≤ 𝑁 ≤ 15

4 ≤ 𝐶 ≤ 12

(𝐿 ) >𝐿

As restrições especificas do problema são:

(𝐿 )
>4
𝐿

𝑂𝐷 < 20

Concluindo a questão, vemos que dois dos diâmetros satisfaz as restrições


dadas, mas me preocupa escolher um valor muito abaixo do diâmetro
requerido máximo da mola que é 𝑂𝐷 < 20, pois para o 𝑑 = 1,2 𝑚𝑚 temos um
valor de 𝑂𝐷 = 14,12 𝑚𝑚 possibilitando uma folga muito grande.
Então escolheremos o 𝑑 = 1,25 𝑚𝑚 que melhor se adapta ao trabalho.

Obs.: Sabendo também que valor C não é um desvio sério, podendo ser
escolhido também o diâmetro de 𝑑 = 1,3 𝑚𝑚 com a finalidade de diminuir a
folga do diâmetro 𝑂𝐷 = 18,06 𝑚𝑚 com o diâmetro interno 𝐷 = 20 𝑚𝑚 aonde
ela será acoplada a mola.

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