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22/03/2020

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO

FISCALIDADE
IRS 2019

José Mendes

Caracterização do IRS

Entrada em vigor em 01 de Janeiro de 1989, aprovado pelo


DL n.º 442-A/88, de 30 de novembro.

Tributação anterior – sistema de tributação dualista baseado


em vários impostos cedulares.

Imperativo constitucional - artº 104º da CRP :

No que respeita ao imposto sobre o rendimento pessoal


dispõe aquele artigo que visa a diminuição das desigualdades
e será único e progressivo, tendo em conta as necessidades
e os rendimentos do agregado familiar.

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Caracterização do IRS

Classificação do IRS:
 Sobre o rendimento;

 Directo;

 Pessoal;

 Estadual;

 Periódico;

 Global (Único);

 Progressivo.

INCIDÊNCIA REAL - (art.º 1.º)

O IRS incide sobre o valor anual dos rendimentos das


categorias seguintes, mesmo quando provenientes de actos
ilícitos, depois de efectuadas as correspondentes deduções
e abatimentos:

◦ Categoria A - Rendimentos do trabalho dependente;


◦ Categoria B - Rendimentos empresariais e
profissionais;
◦ Categoria E - Rendimentos de capitais;
◦ Categoria F - Rendimentos prediais;
◦ Categoria G - Incrementos patrimoniais (Mais
Valias);
◦ Categoria H – Pensões (reformas).

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Rendimentos trabalho dependente - (art.º 2.º)

Ordenados, salários, vencimentos,


gratificações, percentagens, comissões,
participações, subsídios ou prémios, senhas de
presença, emolumentos, participações em
coimas ou multas e outras remunerações
acessórias, ainda que periódicas, fixas ou
variáveis, de natureza contratual ou não.

Rendimentos trabalho dependente - (art.º 2.º)

Rendimentos acessórios:
Sub. Refeição – na parte que ultrapassa 4,77€/dia –
vale refeição 7,63€/dia (2-b), n.º 3 art.º 2.º)
Ajudas de Custo (al d) n.º 3 art.º 2.º)
Nacional/dia
 Diretores/gerentes 69,19€ - outros 50,20€
Estrangeiro /dia
 Diretores/gerentes 100,24€ - outros 89,35€

Utilização viatura própria 0,36€/km

Abono para falhas, na parte em que excedam 5% das


remuneração mensal fixa (al c), n.º 3 art.º 2.º)

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Rendimentos trabalho dependente - (art.º 2.º)

Os subsídios de residência ou equivalentes ou a utilização de casa de


habitação fornecida pela entidade patronal (4-al b) n.º 3 art.º 2.º).

• Caso subsídio de renda – total subsídio atribuído;


• Utilização de casa fornecida pela entidade patronal – rendimento em
espécie art.º 24.º, n.º 2.

Quando se tratar da utilização de habitação, o rendimento em espécie


corresponde à diferença entre o valor do respectivo uso e a importância paga a
esse título pelo beneficiário, observando-se na determinação daquele as regras
seguintes:
a) O valor do uso é igual à renda suportada em substituição do beneficiário;
b) Não havendo renda, o valor do uso é igual ao valor da renda condicionada,
determinada segundo os critérios legais, não devendo, porém, exceder um
terço do total das remunerações auferidas pelo beneficiário.

Nota: Os subsídio de residência, não são considerados rendimentos em


espécie e estão sujeitos a RF.

Rendimentos trabalho dependente - (art.º 2.º)

Os resultantes de empréstimos sem juros ou a taxa de juro


inferior à de referência para o tipo de operação em causa,
concedidos ou suportados pela entidade patronal, com
exceção dos que se destinem à aquisição de habitação própria
permanente de valor não superior a € 180.426,40 e cuja taxa
não seja inferior a 70% da taxa mínima de proposta aplicável
às operações principais de refinanciamento pelo Banco
Central Europeu, ou de outra taxa legalmente fixada como
equivalente.

O cálculo do rendimento em espécie é feito de acordo com o


n.º 3 do art.º 24.º

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Rendimentos trabalho dependente - (art.º 2.º)

Os resultantes da utilização pessoal pelo trabalhador ou membro de


órgão social de viatura automóvel que gere encargos para a entidade
patronal, quando exista acordo escrito entre o trabalhador ou membro
do órgão social e a entidade patronal sobre a imputação àquele da
referida viatura automóvel (9-b) n.º 3 art.º 2.º).

Valor tributável – n.º 5 art.º 24.º


Quando se tratar da atribuição do uso de viatura automóvel pela
entidade patronal, o rendimento anual corresponde ao produto de
0,75% do seu valor de mercado, reportado a 1 de janeiro do ano em
causa, pelo número de meses de utilização da mesma.

Notas:
• A tributação em sede de IRS da utilização pessoal da viatura automóvel, exclui a
tributação à taxa de tributação autónomo prevista no art.º 88.º do CIRC (al b) do
n.º 6 art.º 88.º CIRC).
• A exclusão de tributação autónoma prevista no art.º 73.º do CIRS apenas se aplica
às reintegrações (n.º 3 do art.º 78.º do CIRS).
• Necessidade de apurar o montante de combustível utilizado para fins pessoais,
valor esse a suportar pelo SP que usa a viatura.
• Sujeito a descontos para a SS (Art.º 46.º-A Código Contributivo SS) 9

Rendimentos trabalho dependente - (art.º 2.º)

Caso Prático:

O colaborador Raul Silva celebrou um contrato de trabalho com a


empresa XYZ, Lda tendo início em 01/01/2015. No contrato por
escrito ficou acordado que o trabalhador teria direito a utilizar, sem
qualquer limitação de horário e para fins pessoais, uma viatura ligeira
de passageiros da empresa. Foi-lhe atribuído uma viatura nova
adquirida em janeiro de 2012, pelo valor de 20.000€.

R:
Valor de mercado à data de 01/01/2015 (n.º 7 art.º 24.º) = (20.000-
20.000x0,45)=11.000€
(Valor de Mercado - portaria 383/2003, de 14/05)

Valor sujeito IRS= 11.000 x 0,0075 x 12 = 990,00€ (n.º 5 art.º 24.º)

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Rendimentos trabalho dependente - (art.º 2.º)

Caso Prático (continuação anterior):

A empresa XYZ, Lda, referida no caso prático anterior, realizou as


seguintes despesas relativamente à viatura ligeira de passageiros,
cedida a Raul Silva.

Depreciação viatura 25% s/20.000€ = 5.000€


Combustíveis 1.900€
Conservação e reparação 1.080€
Seguros 460€

Qual o montante de tributação autónoma que seria aplicada, caso


não tivesse sido realizado o referido contrato?

R:

TA = 0,1x(5000+1900+1080+460) = 844€

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Rendimentos trabalho dependente - (art.º 2.º)

Os resultantes da aquisição pelo trabalhador ou membro de órgão


social, por preço inferior ao valor de mercado, de qualquer viatura
que tenha originado encargos para a entidade patronal (10-b) n.º 3
art.º 2.º).

Rendimento em espécie – Art.º 24 n.º 6 e 7

6 - No caso de aquisição de viatura pelo trabalhador ou membro de


órgão social, o rendimento corresponde à diferença positiva entre o
respectivo valor de mercado e o somatório dos rendimentos anuais
tributados como rendimentos decorrentes da atribuição do uso com a
importância paga a título de preço de aquisição.
7 - Na determinação dos rendimentos previstos nos n.ºs 5 e 6,
considera-se valor de mercado o que corresponder à diferença entre o
valor de aquisição e o produto desse valor pelo coeficiente de
desvalorização acumulada constante de tabela a aprovar por portaria do
membro do Governo responsável pela área das finanças.

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Rendimentos trabalho dependente - (art.º 2.º)

Caso Prático:

O colaborador Raul Silva celebrou um contrato de trabalho com a


empresa XYZ, Lda tendo início em 01/01/2015. No contrato por
escrito ficou acordado que o trabalhador teria direito a utilizar, sem
qualquer limitação de horário e para fins pessoais, uma viatura da
empresa. Foi-lhe atribuído uma viatura nova adquirida em janeiro de
2012, pelo valor de 20.000€. A viatura foi utilizada até ao dia
31/05/2015, tendo adquirida a referida viatura em 01/06/2015 pelo
valor de 5.000€, valor faturado pela empresa, XYZ, Lda.

R:
Valor de mercado à data de 01/01/2015 = (20.000-
20.000x0,45)=11.000€
(portaria 383/2003, de 14/05)
Valor sujeito IRS (uso viatura) = 11.000 x 0,0075 x 5 = 412,50€
Valor sujeito IRS (aquisição)= 11.000–5.000-412,50 = 5.587,50€
Valor Total: 6.000,00€
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Rendimentos trabalho dependente - (art.º 2.º)

Na parte que exceda o valor correspondente ao valor médio das


remunerações regulares com carácter de retribuição sujeitas a
imposto, auferidas nos últimos 12 meses, multiplicado pelo número
de anos ou fracção de antiguidade ou de exercício de funções na
entidade devedora, nos demais casos, salvo quando nos 24 meses
seguintes seja criado novo vínculo profissional ou empresarial,
independentemente da sua natureza, com a mesma entidade, caso
em que as importâncias serão tributadas pela totalidade. (n.º 4 e 5
art.º 2.º)

Ex. Carlos, recebeu 24 915,85€ de indemnização pela cessação do


contrato individual de trabalho. Exerceu funções na firma ALFA, Lda.
durante 10 anos e 7 meses. As remunerações efectivas recebidas nos
últimos 12 meses foram de 13.168,20€.
R.
Rendimento sujeito= 24.915,85 – (13.168,20/12 x 11) = 12.845,00€
10 anos e 7 meses =11 anos

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Rendimentos trabalho dependente - (art.º 2.º)

Sujeição Indemnização mudança local de trabalho (al e) n.º 3 art.º


2.º)
Exclusão
• Não são considerados como rendimento as importâncias
suportadas pelas entidades patronais com encargos,
indemnizações ou compensações, pagos no ano da deslocação,
em dinheiro ou em espécie, devidos pela mudança do local de
trabalho, quando este passe a situar-se a uma distância superior a
100 km do local de trabalho anterior, na parte que não exceda
10% da remuneração anual, com o limite de € 4.200 por ano. (al
f), n.º 1 art.º 2.º-A).
• Cada sujeito passivo apenas pode aproveitar da exclusão prevista
na alínea f) do n.º 1 uma vez em cada período de três anos. (n.º 3
art.º 2.º-A).
• No caso das deslocações para fora do território nacional, por um
período igual ou superior a 90 dias, a compensação paga por
essa deslocação pode beneficiar de uma isenção prevista no art.º
39.º-A do EBF.
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Rendimentos trabalho dependente - (art.º 2.º)

Estágios Profissionais

Existirá tributação em IRS quando se inserem em algumas normas de


incidência do CIRS, nomeadamente o art.º 2.º n.º 1.
Ex:
• Subsídios de formação celebrado ao abrigo do DL 242/88, não
estão sujeitos a IRS;
• As bolsas de estágio pagas no âmbito de contrato de formação
em postos trabalho (ex. Medida Estágio Emprego ou contratos
emprego-inserção), estão sujeitas a IRS.

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Não tributação

Não encontram previsão na norma de incidência:

• Subsídio de desemprego;
• Subsídio de doença atribuída pela SS;
• Subsídio maternidade atribuída pela SS;
• Abono de família;
• Indemnizações resultantes de acidentes de trabalho.

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Exclusão tributação - (art.º 2.º-A)

Introduzido em 2015

• Prestações efetuadas pela entidade patronal que visem assegurar


benefícios de reforma invalidez e sobrevivência;
• Benefícios de utilidade social;
• Ações de formação profissional dos trabalhadores;
• Passes sociais a favor dos trabalhadores (carácter geral);
• Seguros de saúde ou de doença a favor dos trabalhadores e
familiares (carácter geral);
• Vales sociais “apoio à infância” (crianças entre 0-7 anos – sem
valor limite definido – critério da razoabilidade);
• Vales Educação (dependentes entre 7 e 25 anos), até ao limite de
1.100€/dependente ou 550€/dependente no caso do dependente
fazer parte de duas declarações (revogado OE 2018 – mantém
exclusão de TSU).

Nota: Vales sociais e educação regulado pelo DL 26/99, de 28


janeiro.
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Rendimentos empresariais e profissionais-(art.º 3.º)

a) Os decorrentes do exercício de qualquer actividade


comercial, industrial, agrícola, silvícola ou pecuária;

b) Os auferidos no exercício, por conta própria, de


qualquer actividade de prestação de serviços, incluindo as
de carácter científico, artístico ou técnico, qualquer que seja
a sua natureza, ainda que conexa com actividades
mencionadas na alínea anterior.

c) Os provenientes da propriedade intelectual ou


industrial ou da prestação de informações respeitantes a
uma experiência adquirida no sector industrial, comercial ou
científico, quando auferidos pelo seu titular originário

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Rendimentos empresariais e profissionais-(art.º 3.º)

Incluídos:
Atos isolados que não resultem de uma prática previsível ou
reiterada;
Arrendamento, quando haja opção pela tributação no âmbito
da categoria B (al) n. 1 art.º 4.º). A opção a que se refere a
alínea n) do n.º 1 deve ser exercida na declaração de início
de atividade ou na declaração de alterações (n.º 5 art.º 4.º)

Excluídos:
Rendimentos actividades agrícolas, silvícolas e pecuárias
quando o valor dos proveitos ou das receitas, isoladamente
ou em cumulação com os rendimentos ilíquidos sujeitos,
ainda que isentos, desta ou de outras categorias que devam
ser ou tenham sido englobados, não exceda por agregado
familiar quatro vezes e meia o valor anual do IAS 2019
(435,76€/mês ).

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Rendimentos empresariais e profissionais-(art.º 3.º)

Imputação temporal (art.º 3.º, n.º 6)

• Com base na contabilidade – art.º 18.º do CIRC


(imputáveis ao período de tributação em que sejam
obtidos ).

Regime simplificado:
• C/Emissão de fatura: (momento em que o IVA se torna
exigível, n.º 7.º e 8.º do CIVA);
• Emissão fatura/recibo: momento do recebimento (Ex.
Art.º 29.º n.º 3 CIVA).

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Rendimentos Capitais- (art.º 5.º)

Consideram-se rendimentos de capitais:


 Os juros e outras formas de remuneração derivadas de
depósitos à ordem ou a prazo em instituições financeiras;

 Os lucros e reservas colocados à disposição dos


associados ou titulares e adiantamentos por conta de
lucros;

 Os rendimentos distribuídos das unidades de participação


em fundos de investimento;

 Quaisquer outros rendimentos derivados da simples


aplicação de capitais.

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Rendimentos Prediais - (art.º 8.º)

Consideram-se rendimentos prediais:


 As importâncias relativas à cedência do uso do
prédio ou de parte dele e aos serviços relacionados
com aquela cedência;
 A diferença, auferida pelo sublocador, entre a renda
recebida do subarrendatário e a paga ao senhorio;
 As importâncias relativas à cedência do uso de
partes comuns de prédios em regime de
propriedade horizontal.
 As indemnizações que visem compensar perdas de
rendimentos desta categoria (aditado 2015).

Nota: a partir de 2015 esses rendimentos podem ser


tributados com rendimentos empresariais (implica
entrega declaração de início ou alteração de atividade –
n.º 5, art.º 4.º).

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Incrementos Patrimoniais- (art.º 9.º e 10.º)

Consideram-se incrementos patrimoniais:

 As mais-valias (ex. venda de prédios ou partes de


capital);

 As indemnizações que visem a reparação de danos não


patrimoniais, exceptuadas as fixadas por decisão judicial …

 Importâncias auferidas em virtude da assunção de obrigações


de não concorrência, independentemente da respectiva fonte
ou título;

 Acréscimos patrimoniais não justificados, determinados


nos termos dos artigos 87.º, 88.º ou 89.º-A da lei geral
tributária.

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Incrementos Patrimoniais- (art.º 9.º e 10.º)

Consideram-se incrementos patrimoniais (alterações 2015):

 Reembolso de obrigações e outros títulos de dívida;


 Resgate de unidades de participação em fundos de
investimento;
 Cessão onerosa de créditos;
 Cessão onerosa de prestações acessórias e prestações
suplementares;
 Rendimentos provenientes da liquidação sociedades;
 revogação ou extinção de estruturas fiduciárias;
 As indemnizações devidas por renúncia onerosa a
posições contratuais ou outros direitos inerentes a
contratos relativos a bens imóveis .

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Mais valias- (art.º 10.º)

 Alienação onerosa de direitos reais sobre bens imóveis e afectação de


quaisquer bens do património particular a actividade empresarial e
profissional exercida em nome individual pelo seu proprietário
(adquiridos a partir de 01/01/1989, salvo terreno para construção –
regime transitório CIRS);
 b) Alienação onerosa de partes sociais e de outros valores
mobiliários, incluindo:
1) A remição e amortização com redução de capital de partes
sociais;
2) A extinção ou entrega de partes sociais das sociedades fundidas,
cindidas ou adquiridas no âmbito de operações de fusão,
cisão ou permuta de partes sociais;
3) O valor atribuído em resultado da partilha, bem como em
resultado da liquidação, revogação ou extinção de estruturas
fiduciárias aos sujeitos passivos que as constituíram, nos termos dos
artigos 81.º e 82.º do Código do IRC;
4) O reembolso de obrigações e outros títulos de dívida;
5) O resgate de unidades de participação em fundos de
investimento e a liquidação destes fundos;
 c) Alienação onerosa da propriedade intelectual ou industrial ou de
experiência adquirida no sector comercial, industrial ou científico,
quando o transmitente não seja o seu titular originário;
 d) Cessão onerosa de posições contratuais ou outros direitos
inerentes a contratos relativos a bens imóveis.
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Mais valias- (art.º 10.º, n.º 3)

Os ganhos consideram-se obtidos no momento da prática


dos actos previstos no n.º 1, sem prejuízo do disposto nas
alíneas seguintes:
a) Nos casos de promessa de compra e venda ou de troca,
presume-se que o ganho é obtido logo que verificada a
tradição ou posse dos bens ou direitos objecto do contrato;
b) Nos casos de afectação de quaisquer bens do património
particular a actividade empresarial e profissional exercida
pelo seu proprietário, o ganho só se considera obtido no
momento da ulterior alienação onerosa dos bens em causa
ou da ocorrência de outro facto que determine o
apuramento de resultados em condições análogas.
c) Nos contratos de permuta de bens presentes por bens
futuros, a tributação apenas ocorre no momento da
celebração do contrato que formaliza a aquisição do bem
futuro, ou no momento da sua tradição, se anterior.
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Mais valias - (art.º 10.º, n.º 5)

São excluídos da tributação os ganhos provenientes da


transmissão onerosa de imóveis destinados a habitação própria
e permanente do sujeito passivo ou do seu agregado familiar,
desde que verificadas, cumulativamente, as seguintes condições:
a) O valor de realização, deduzido da amortização de eventual
empréstimo contraído para a aquisição do imóvel, seja
reinvestido na aquisição da propriedade de outro imóvel, de
terreno para construção de imóvel e ou respetiva construção,
ou na ampliação ou melhoramento de outro imóvel
exclusivamente com o mesmo destino situado em território
português ou no território de outro Estado membro da União
Europeia ou do Espaço Económico Europeu, desde que, neste
último caso, exista intercâmbio de informações em matéria
fiscal;
b) O reinvestimento previsto na alínea anterior seja efetuado
entre os 24 meses anteriores e os 36 meses posteriores
contados da data da realização;
c) O sujeito passivo manifeste a intenção de proceder ao
reinvestimento, ainda que parcial, mencionando o respetivo
montante na declaração de rendimentos respeitante ao ano da
alienação.

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Mais valias - (art.º 10.º, n.º 6)

Não haverá lugar ao benefício referido no número


anterior quando:
a) Tratando-se de reinvestimento na aquisição de outro
imóvel, o adquirente o não afete à sua habitação ou do
seu agregado familiar, até decorridos doze meses após o
reinvestimento;
b) Nos demais casos, o adquirente não requeira a
inscrição na matriz do imóvel ou das alterações
decorridos 48 meses desde a data da realização, devendo
afetar o imóvel à sua habitação ou do seu agregado até ao
fim do quinto ano seguinte ao da realização;

7 - No caso de reinvestimento parcial do valor de


realização e verificadas as condições estabelecidas no
número anterior, o benefício a que se refere o n.º 5
respeitará apenas à parte proporcional dos ganhos
correspondente ao valor reinvestido
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Disposições Transitórias Reforma IRS 2015

 Art.º 11.-º da Lei da Reforma do IRS

As alienações de imóveis destinados a HPP, realizadas


entre 2015 e 2020, beneficiam da exclusão de tributação
desde que se verifiquem as seguintes condições:
 Valor de realização aplicado na amortização do
empréstimo contraído para a aquisição do imóvel
alienado;
 Não ser proprietário de outro imóvel habitacional;
 Tenha celebrado o contrato de empréstimo do prédio
alienado até ao dia 31/12/2014.

Nota: Aplica-se o n-º 7 art.º 10.º no caso de


reinvestimento parcial.

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Disposições Transitórias Reforma IRS 2015

Exemplo:
Em 2015 João Silva alienou a sua HPP, pelo valor de
82.000€, tendo amortizado o valor em dívida ao banco no
valor de 32.800€ (empréstimo realizado em 2003).
Apurou uma MV fiscal de 33.000€, não reinvestiu o valor
na compra de uma nova HPP e não possui uma outra
habitação.

% não reinvestida = (82.000 – 32.800)/82.000 = 0,6

MV = 33.000 x 0,6 = 19.800€

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Rendimentos pensões - (art.º 11.º)

Consideram-se rendimentos de pensões:

 As prestações devidas a título de pensões de


aposentação ou de reforma, velhice, invalidez
(geralmente auferidas após a cessação de relação do
trabalho por idade) - as pré-reformas são
considerados rendimentos da categoria A.

 As pensões de alimentos.

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Delimitação negativa incidência - (art.º 12.º)

 Prestações acidente de trabalho e doenças


profissionais (n.º 1);

 Subsídios de âmbito social (n.º 4);

 Bolsa e prémios atribuídos a praticantes de alto


rendimento (n.º 5);

 Transmissões gratuitas sujeitas a Imposto de Selo


(n.º 6)

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INCIDÊNCIA PESSOAL

Âmbito da Sujeição (art.º 15.º)

Princípio da universalidade ou da residência:


 Os sujeitos passivos residentes em território português estão
sujeitos a imposto sobre a totalidade dos rendimentos, quer sejam
obtidos em Portugal ou não.

Princípio da territorialidade ou da fonte dos rendimentos:


 Os não residentes apenas estão sujeitos a imposto relativamente
aos rendimentos obtidos em Portugal (obrigação real e limitada de
imposto).

O disposto nos pontos anteriores aplica-se aos casos de residência


parcial previstos nos n.ºs 3 e 4 do artigo16.º, relativamente a cada um
dos estatutos de residência.

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INCIDÊNCIA PESSOAL (art.º 13.º, n.º 2 e n.º 3)

 Quando exista agregado familiar, o imposto é apurado


individualmente em relação a cada cônjuge ou unido
de facto, sem prejuízo do disposto relativamente aos
dependentes, a não ser que seja exercida a opção pela
tributação conjunta

 No caso de opção por tributação conjunta, o imposto


é devido pela soma dos rendimentos das pessoas que
constituem o agregado familiar, considerando-se como
sujeitos passivos aquelas a quem incumbe a sua
direção (ambos os cônjuges ou SP em união de facto).

 Se um dos cônjuges é não residente, é vedado a opção


pela tributação conjunta, devendo neste caso o
cônjuge residente ser considerado como “separado de
facto”

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Artigo 102.º-C - Responsabilidade pelo pagamento

1 - Sendo exercida a opção pela tributação conjunta, a


responsabilidade dos sujeitos passivos pelo pagamento do
imposto é solidária.
2 - Na tributação separada, a responsabilidade dos
cônjuges pelo pagamento do imposto é a que decorre da lei
civil, presumindo-se o proveito comum do casal (não
aplicável unidos de facto).
3 - Cada dependente é subsidiariamente responsável,
relativamente aos sujeitos passivos, pelo pagamento do
imposto em falta, até à fração do imposto correspondente
aos seus rendimentos líquidos, das deduções específicas
previstas no presente Código.
4 - A responsabilidade do outro cônjuge e a
responsabilidade subsidiária, previstas nos n.ºs 2 e 3, efetiva-
se por reversão do processo de execução fiscal.

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Artigo 21.º e 22.º LGT

Artigo 21.º - Solidariedade passiva


1 – Salvo disposição da lei em contrário, quando os
pressupostos do facto tributário se verifiquem em
relação a mais de uma pessoa, todas são solidariamente
responsáveis pelo cumprimento da dívida tributária.

Artigo 22.º - Responsabilidade tributária



2 – Para além dos sujeitos passivos originários, a
responsabilidade tributária pode abranger solidária ou
subsidiariamente outras pessoas.
3 – A responsabilidade tributária por dívidas de outrem
é, salvo determinação em contrário, apenas subsidiária.

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Art.º 13.º n.º 4 – Agregado familiar

 Os cônjuges não separados judicialmente de pessoas e


bens, ou os unidos de facto, e os respetivos
dependentes;
 Cada um dos cônjuges ou ex-cônjuges, respetivamente,
nos casos de separação judicial de pessoas e bens ou
de declaração de nulidade, anulação ou dissolução do
casamento, e os dependentes a seu cargo;
 O pai ou a mãe solteiros e os dependentes a seu cargo;
 O adotante solteiro e os dependentes a seu cargo.

Nota: Os ascendentes e colaterais até ao 3.º grau


deixaram de fazer parte do conceito de agregado familiar.
A situação pessoal e familiar dos sujeitos passivos é a que
se verifica no último dia do ano a que o imposto respeita
(art.º 13.º n.º 8 e art.º 63.º).

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19
22/03/2020

Art.º 13.º n.º 5 - Dependentes

 Os filhos, adotados e enteados, menores não emancipados,


bem como os menores sob tutela;
 Os filhos, adotados e enteados, maiores, bem como aqueles
que até à maioridade estiveram sujeitos à tutela de qualquer
dos sujeitos a quem incumbe a direção do agregado familiar,
que não tenham mais de 25 anos nem aufiram anualmente
rendimentos superiores ao valor da retribuição mínima mensal
garantida (600x14=8,400€); (a partir de 2015 não obriga a que
os filhos estejam inscritos num estabelecimento ensino ou
serviço militar)
 Os filhos, adotados, enteados e os sujeitos a tutela, maiores,
inaptos para o trabalho e para angariar meios de subsistência;
 Os afilhados civis (com menos de 18 anos – enquadramento
do regime do apadrinhamento civil – Lei 103/2009, 11/09, DL
121/2010, 27/10).

Os dependentes maiores, poderão optar pela tributação em


separada, constituindo-se como sujeitos passivos autónomos.

39

Art.º 13.º n.º 5 - Dependentes

Os dependentes não podem, simultaneamente, fazer parte


de mais de um agregado familiar nem, integrando um
agregado familiar, ser consideradas sujeitos passivos
autónomos.
Exceções:

 Tributação separada pelos sujeitos passivos casados ou


em união de facto (n.º 1 do artigo 59.º);

 Guarda conjunta (n.º 9 do artigo 78.º) - existência de


um documento formal.

40

20
22/03/2020

Art.º 13.º n.º 9 – Guarda conjunta

Nos casos de divórcio, separação judicial de pessoas e bens,


declaração de nulidade ou anulação do casamento, quando as
responsabilidades parentais são exercidas em comum por ambos
os progenitores, os dependentes previstos na alínea a) do n.º 5
são considerados como integrando:
a) O agregado do progenitor a que corresponder a residência
determinada no âmbito da regulação do exercício das
responsabilidades parentais;
b) O agregado do progenitor com o qual o dependente tenha
identidade de domicílio fiscal no último dia do ano a que o
imposto respeite, quando, no âmbito da regulação do exercício
das responsabilidades parentais, não tiver sido determinada a sua
residência ou não seja possível apurar a sua residência habitual.

Se o dependente tiver rendimentos, devem os mesmos serem


englobados na declaração do agregado em que se integram (art.º
22.º n.º 8).
Nota: A guarda conjunta apenas se aplica a menores de idade e
decorre do disposto no artigo 190.º do Código Civil.

41

Art.º 14.º - Uniões de facto

 A existência de identidade de domicílio fiscal dos


sujeitos passivos durante o período exigido pela lei
(residência fiscal comum de 2 anos em 31/12/n – Lei
7/2001, 11/05, republicada pela Lei n.º 23/2010, 30/08 e
Lei n.º 2/2016, de 29 de Fevereiro) para verificação dos
pressupostos da união de facto, e durante o período de
tributação, faz presumir a existência de união de facto
quando esta seja invocada pelos sujeitos passivos.

 Os sujeitos passivos não residentes em território


português durante todo ou parte do período referido no
número anterior podem apresentar prova documental da
identidade de domicílio fiscal no Estado ou Estados onde
residiram durante aquele período

42

21
22/03/2020

Uniões de facto

Artigo 2.º - Excepções (Lei 7/2001)


Impedem a atribuição de direitos ou benefícios, em vida ou
por morte, fundados na união de facto:
a) Idade inferior a 18 anos à data do reconhecimento da
união de facto;
b) Demência notória, mesmo com intervalos lúcidos, e a
interdição ou inabilitação por anomalia psíquica, salvo se a
demência se manifestar ou a anomalia se verificar em
momento posterior ao do início da união de facto;
c) Casamento não dissolvido, salvo se tiver sido decretada a
separação de pessoas e bens;
d) Parentesco na linha recta ou no 2.º grau da linha
colateral ou afinidade na linha recta;
e) Condenação anterior de uma das pessoas como autor ou
cúmplice por homicídio doloso ainda que não consumado
contra o cônjuge do outro.

43

Uniões de facto

Ofício-Circulado 20.183 3/03/2016 “Caso não se verifique a


identidade de domicílio fiscal, a prova da união de facto,
designadamente quanto ao período mínimo de duração de
dois anos da mesma, pode ser efetuada mediante qualquer
meio legalmente admissível”. O ofício-circulado esclarece
ainda que nestas situações, quando os membros do casal
unido de facto não têm a mesma morada fiscal, podem
comprovar a sua situação apresentando:

 Uma declaração da junta de freguesia competente;

 Uma declaração de compromisso de honra assinada por


ambos os membros da união de facto de que vivem
juntos há mais de dois anos;

 Cópia integral do registo de nascimento de cada um


deles

44

22
22/03/2020

Residência

 São residentes em território português as pessoas que, no ano a


que respeitam os rendimentos:
a) Hajam nele permanecido mais de 183 dias, seguidos ou
interpolados, em qualquer período de 12 meses com início ou fim
no ano em causa;
b) Tendo permanecido por menos tempo, aí disponham, num
qualquer dia do período referido na alínea anterior, de habitação em
condições que façam supor intenção atual de a manter e ocupar
como residência habitual.

Notas:
Art.º 19.º da LGT define o conceito e regras relativas ao domicílio
fiscal. A alteração da residência fiscal deve ser comunicada no prazo
de 60 dias,
A residência é aferida em relação a cada sujeito passivo do agregado
familiar (n.º 5, art.º 16.º). Deixou de ser aplicável ou conceito de
residência por atração.
Dificuldade de se determinar o período de permanência em relação
aos cidadãos da UE.
As Convenções sobre Dupla Tributação (CDT), estabelecem regras
para minimizar o efeito da dupla tributação.

45

Residência Fiscal Parcial (art.º 16.º)

As pessoas que preencham as condições previstas nas alíneas a) ou


b) do n.º 1 tornam-se residentes desde o primeiro dia do período
de permanência em território português, salvo quando tenham aí
sido residentes em qualquer dia do ano anterior, caso em que se
consideram residentes neste território desde o primeiro dia do ano
em que se verifique qualquer uma das condições previstas no n.º 1.

A perda da qualidade de residente ocorre a partir do último dia de


permanência em território português, salvo nos casos previstos nos
n.ºs 14 e 16.

O disposto no n.º 1 e 2 do art.º 15.º aplica-se aos casos de


residência parcial previstos nos n.ºs 3 e 4 do artigo 16.º,
relativamente a cada um dos estatutos de residência (n.º 3 art.º 15).

Sempre que, no mesmo ano, o sujeito passivo tenha, em Portugal,


dois estatutos de residência, deve proceder à entrega de uma
declaração de rendimentos relativa a cada um deles, sem prejuízo da
possibilidade de dispensa, nos termos gerais (n.º 6, art.º 57.º).

O sujeito passivo deve comunicar à AT, no prazo de 60 dias, a


alteração da residência (art.º 19.º LGT).

46

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22/03/2020

Residência Fiscal Parcial (art.º 16.º)

Exemplo:
Um engenheiro, cidadão residente em Portugal, saiu do nosso
país e passou a residir na Holanda, a partir de 1 de maio de
2015.
Com as normas em vigor até 2014 este cidadão seria
tributado em 2015 como não residente relativamente a todos
os rendimentos auferidos em TN (com as respectivas
implicações ao nível das deduções à colecta).
A partir de 2015, este cidadão é tributado como residente
durante o período de 01/01/15 até 30/04/15 (devendo
declarar todos os rendimentos obtidos no TN ou fora dele). A
partir de 1/05/15 é tributado como não residente, sendo
obrigado a declarar apenas os rendimentos obtidos no TN,
após essa data.

47

Residência Fiscal Parcial (art.º 16.º, n.º 14 e 16)

 Não entanto um sujeito passivo considera-se residente em


território português durante a totalidade do ano no qual
perca a qualidade de residente quando se verifiquem,
cumulativamente, as seguintes condições:
a) Permaneça em território português mais de 183 dias,
seguidos ou interpolados, nesse ano; e
b) Obtenha, no decorrer desse ano e após o último dia
de permanência em território português, quaisquer
rendimentos que fossem sujeitos e não isentos de IRS, caso
o sujeito passivo mantivesse a sua qualidade de residente
em território português.
 Um sujeito passivo considera-se, ainda, residente em
território português durante a totalidade do ano sempre
que volte a adquirir a qualidade de residente durante o ano
subsequente àquele em que, nos termos do n.º 4, perdeu
aquela mesma qualidade (n.º 16).

48

24
22/03/2020

Residência Fiscal Parcial (art.º 16.º, n.º 15)

O disposto no n.º14 não é aplicável caso o sujeito passivo


demonstre que os rendimentos a que se refere a alínea b) do
mesmo número sejam tributados por um imposto sobre o
rendimento idêntico ou substancialmente similar ao IRS
aplicado devido ao domicílio ou residência:
a) Noutro Estado membro da União Europeia ou do Espaço
Económico Europeu, desde que, neste último caso, exista
intercâmbio de informações em matéria fiscal e que se
preveja a cooperação administrativa no domínio da
fiscalidade; ou
b) Noutro Estado, não abrangido na alínea anterior, em que
a taxa de tributação aplicável àqueles rendimentos não seja
inferior a 60% daquela que lhes seria aplicável caso o sujeito
passivo mantivesse a sua residência em território português.

49

Residência não habitual (art.º 16.º, n.º 8 a 12)


Consideram-se residentes não habituais os sujeitos passivos que,
tornando-se fiscalmente residentes nos termos dos n.ºs 1 ou 2, não
tenham sido residentes em território português em qualquer dos cinco
anos anteriores.
O sujeito passivo que seja considerado residente não habitual adquire o
direito a ser tributado como tal pelo período de 10 anos consecutivos
a partir do ano, inclusive, da sua inscrição como residente em território
português.
O sujeito passivo deve solicitar a inscrição como residente não habitual
no ato da inscrição como residente em território português ou,
posteriormente, até 31 de março, inclusive, do ano seguinte àquele em
que se torne residente nesse território.
O direito a ser tributado como residente não habitual em cada ano do
período referido no n.º 9 depende de o sujeito passivo ser considerado
residente em território português, em qualquer momento desse ano.
O sujeito passivo que não tenha gozado do direito referido no número
anterior em um ou mais anos do período referido no n.º 9 pode
retomar o gozo do mesmo em qualquer dos anos remanescentes
daquele período, a partir do ano, inclusive, em que volte a ser
considerado residente em território português

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25
22/03/2020

Residência não habitual (art.º 16.º, n.º 8 a 12)

Regras tributação
Não englobamento, salvo por opção dos titulares, dos
rendimentos líquidos das categorias A e B auferidos em
actividades de elevado valor acrescentado, com carácter
científico, artístico ou técnico, previstos na Portaria 12/2010,
de 7/1. Rendimentos tributados à taxa de 20% (n.º 6 a 8 art.º
72.º).
Opção pela aplicação do método de isenção quanto aos
rendimentos previstos no n,º 5, e sgt do art.º 81.º

51

Residência nas Regiões Autónomas (art.º 17.º)

Um sujeito passivo considera-se residente nas regiões


autónomas quando:

 Quando permaneçam no respectivo território por mais de


183 dias.
 Para que se considere que um residente em território
português permanece numa Região Autónoma é necessário
que nesta se situe a sua residência habitual e aí esteja
registado para efeitos fiscais.

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26
22/03/2020

Regime opcional residente EU/EEE (art.º 17.º-A)

Os sujeitos passivos residentes noutro Estado membro da


União Europeia ou do Espaço Económico Europeu com o
qual exista intercâmbio de informações em matéria fiscal,
quando sejam titulares de rendimentos obtidos em território
português, que representem, pelo menos, 90% da totalidade
dos seus rendimentos relativos ao ano em causa, incluindo os
obtidos fora deste território, podem optar pela respetiva
tributação de acordo com as regras aplicáveis aos sujeitos
passivos residentes em território português com as
adaptações previstas nos números seguintes.

Caso não optem por esse regime serão tributados como não
residentes.

53

Regime opcional residente EU/EEE (art.º 17.º-A)


Exercida a opção a taxa do imposto aplicável à totalidade dos
rendimentos obtidos em território português que seriam sujeitos a
englobamento caso fossem obtidos por sujeitos passivos residentes
é:
a) No caso da opção prevista no n.º 1, as taxas que, de acordo
com a tabela prevista no n.º 1 do artigo 68.º, correspondem à
totalidade do rendimento coletável determinado de acordo com as
regras previstas no capítulo II do presente Código, sendo tomados
em consideração todos os rendimentos do sujeito passivo, incluindo
os obtidos fora do território português.

À coleta apurada e até à sua concorrência são deduzidos os


montantes previstos no artigo 78.º relativamente a despesas ou
encargos que respeitem aos sujeitos passivos, a pessoas que estejam
nas condições previstas no n.º 5 do artigo 13.º ou ainda aos
ascendentes e colaterais até ao 3.º grau que não possuam
rendimentos superiores a € 475, desde que essas despesas ou
encargos não possam ser tidos em consideração no Estado da
residência.

54

27
22/03/2020

Rendimentos obtidos em TN (art.º 18.º)

O art.º 18.º elenca um conjunto de rendimentos


considerados obtidos em TN, aplicáveis ao n.º 2 do art.º 15.º,
nomeadamente:
 Rendimentos trabalho dependente devidos por entidades
com sede no TN;
 Os rendimentos de actividades empresariais e profissionais
imputáveis a estabelecimento estável nele situado;
 Rendimentos de capitais devidos por entidades que nele
tenham residência, sede, direcção efectiva ou
estabelecimento estável a que deva imputar-se o
pagamento;
 Os rendimentos respeitantes a imóveis nele situados,
incluindo as mais-valias resultantes da sua transmissão.

55

Contitularidade de rendimentos (art.º 19.º)

Os rendimentos que pertençam em comum a várias pessoas


são imputados a estas na proporção das respectivas quotas,
que se presumem iguais quando indeterminadas.

Casos especiais de contitularidade:


 Rendimentos em herança indivisa (n.º 2 art.º 57.º);
 Rendimentos categoria F em herança indivisa
(particularidades na emissão do recibo electrónico);
 Rendimentos de partes comuns um edifício em regime de
propriedade horizontal (al e) n.º 1 art.º 8.º).

56

28
22/03/2020

Imputação especial (art.º 20.º)

Transparência fiscal – art.º 6.º CIRC


Constitui rendimento dos sócios ou membros das entidades
referidas no artigo 6.º do Código do IRC, que sejam pessoas
singulares, o resultante da imputação efectuada nos termos e
condições dele constante ou, quando superior, as
importâncias que, a título de adiantamento por conta de
lucros, tenham sido pagas ou colocadas à disposição durante
o ano em causa.
Para efeitos do disposto no número anterior, as respectivas
importâncias integram-se como rendimento líquido na
categoria B (n.º 2 art.º 20.º CIRS).

57

Imputação especial (art.º 20.º)

Sociedades de profissionais art.º 6.º CIRC


A sociedade constituída para o exercício de uma atividade
profissional especificamente prevista na lista de atividades a
que se refere o artigo 151.º do Código do IRS, na qual todos
os sócios pessoas singulares sejam profissionais dessa
atividade; ou,
A sociedade cujos rendimentos provenham, em mais de 75%,
do exercício conjunto ou isolado de atividades profissionais
especificamente previstas na lista a que se refere o artigo
151.º do Código do IRS, desde que, cumulativamente, durante
mais de 183 dias do período de tributação, o número de
sócios não seja superior a cinco, nenhum deles seja pessoa
coletiva de direito público e, pelo menos, 75% do capital
social seja detido por profissionais que exercem as referidas
atividades, total ou parcialmente, através da sociedade.

58

29
22/03/2020

Imputação especial (art.º 20.º)

Uma sociedade é composta pelos seguintes sócios:


• Alberto Pinto (Contab.Cert.) 45% do capital
• Luís Ramos (Contab.Cert.) 35% do capital
• Rosa Alves (doméstica) 20% do capital
100% da actividade é proveniente da actividade da
contabilidade
Está empresa está sujeito ao regime de transparência fiscal?
Rendimento actividades SIM
profissionais > 75%
n.º Sócios<= 5 SIM
Capital social detido em SIM
mais de 75% por
profissionais que exercem
as atividades
Aplica-se o regime de transparência fiscal

59

Imputação especial (art.º 20.º)

Uma sociedade é composta pelos seguintes sócios:


• Alberto Pinto (Contab.Cert.) 45% do capital
• Luís Ramos (Contab.Cert.) 35% do capital
• Rosa Alves (doméstica) 20% do capital
Rendimentos:
Atividade de contabilidade 30.000€
Venda de computadores 20.000€
Total 50.000€
Rendimento actividades NÃO
profissionais > 75%
n.º Sócios<= 5 SIM
Capital social detido em SIM
mais de 75% por
profissionais que exercem as
atividades
Não se aplica-se o regime de transparência fiscal

60

30
22/03/2020

Imputação especial (art.º 20.º)

Uma sociedade é composta pelos seguintes sócios:


• Alberto Pinto (Contab.Cert.) 30% do capital
• Luís Ramos (Contab.Cert,) 30% do capital
• Rosa Alves (doméstica) 40% do capital
100% da actividade é proveniente da actividade da
contabilidade

Rendimento actividades SIM


profissionais > 75%
n.º Sócios<= 5 SIM
Capital social detido em NÃO
mais de 75% por
profissionais que exercem
as atividades
Não se aplica-se o regime de transparência fiscal

61

Imputação especial (art.º 20.º)

Uma sociedade é composta pelos seguintes sócios:


• Alberto Pinto (TOC) 45% do capital
• Luís Ramos (TOC) 45% do capital
• Rosa Alves (doméstica) 2% do capital
• Carlos Pinto (desempregado) 2% do capital
• José Lopes (Reformado) 2% do capital
• Carla Cunha (Reformada) 2% do capital
100% da actividade é proveniente da actividade da contabilidade
Rendimento actividades SIM
profissionais > 75%
n.º Sócios<= 5 NÃO
Capital social detido em SIM
mais de 75% por
profissionais que
exercem as atividades
Não se aplica-se o regime de transparência fiscal

62

31
22/03/2020

Rendimento Colectável - (art.º 22.º)

 O rendimento colectável em IRS é o que resulta do


englobamento dos rendimentos das várias categorias
auferidos em cada ano, depois de feitas as deduções e os
abatimentos previstos no CIRS.

 Rendimentos englobados: Rendimentos do trabalho


dependente, rendimentos profissionais, mais valias venda
de prédios, reformas/pensões.

 Não são englobados: rendimentos prediais, rendimentos


de capitais, mais valias venda de partes de capital e
pensões de alimento, auferidos por residentes em
território português, sem prejuízo da opção pelo
englobamento (rendimentos sujeitos à taxas especiais ou
liberatórias) (art.º 22.º n.º 3 al b).

63

Rendimento Colectável - (art.º 22.º)

 Quando o sujeito passivo exerça a opção referida no n.º


3, fica, por esse facto, obrigado a englobar a totalidade
dos rendimentos da mesma categoria de rendimentos (a
partir de 2015).

 Quando o sujeito passivo aufira rendimentos que dêem


direito a crédito de imposto por dupla tributação
internacional previsto no artigo 81.º, os
correspondentes rendimentos devem ser considerados
pelas respectivas importâncias ilíquidas dos impostos
sobre o rendimento pagos no estrangeiro.

 Quando os dependentes, nas situações referidas no n.º 9


do artigo 13.º, tiverem obtido rendimentos, devem os
mesmos ser incluídos na declaração do agregado em
que se integram (divórcio ou separação judicial).

64

32
22/03/2020

Rendimento Espécie - (art.º 24.º)

 Equivalência pecuniária (n.º 1).

 Utilização de habitação (n.º 2).

 Empréstimos (n.º 3).

 Atribuição uso viatura (n.º 5).

 Aquisição de viatura (n.º 6).

 Definição valor mercado (n.º 7.º - Portaria n.º


383/2003, de 14/05).

 Dispensa de retenção na fonte: (art.º 99.º, n.º 1 al a)

65

Rendimento Cat. A - Deduções - (art.º 25.º)

 Aos rendimentos brutos da categoria A deduzem-se:


a) 4 104€ (corresponde a 72% de 475€x12 - RMMG de
2010);
b) As indemnizações pagas pelo trabalhador à sua entidade
patronal por rescisão unilateral do contrato individual de
trabalho sem aviso prévio;
c) As quotizações sindicais desde que não excedam, em
relação a cada sujeito passivo, 1% do rendimento bruto
desta categoria, sendo acrescidas de 50%.

 Descontos para a segurança social, quando superior (n.º


2).

 Até 4.275€ (corresponde a 75% de 475€x12 - RMMG de


2010 – Art.º 98.º Lei 55-A/2010, 31/12 – disposição
transitória IRS), desde que o excedente resulte de
quotizações para ordens profissionais (n.º 4).
66

33
22/03/2020

Rendimento Cat. A - Deduções - (art.º 25.º)

Ricardo Santos, solteiro, é gestor de numa empresa de


calçado onde auferiu em 2015 o rendimento anual de
42.000€ e 1.848€ de subsídio de alimentação (8€/dia).
Descontou 4.800€ para a segurança social, 14.200€ de IRS,
580€ para o sindicato e 200€ para a OCC (quotizações).
Efetue o apuramento do rendimento líquido da categoria A.

Vencimento art.º 2.º, n.º 1 al a) 42 000,00


Sub. Alimentação art.º 2, n.º 3 al) b) 2) =1848/8*(8-4,27) 861,63
Rendimento Bruto Cat. A 42 861,63
Ded.Específica 75%<Desc. S.S. art. 25.º n.º 2 4275<4800 -4 800,00
Sindicato art.º 25.º n.º 1 al c) 580>0,01x42861,63 -642,92
Quotizações OCC (lim. 75%) Lim 75% < Desc. SS 0,00
Rendimento líquido Cat. A 37 418,71

67

Rendimento Cat. A - Deduções - (art.º 25.º)


António Santos é engenheiro e auferiu em 2015 remunerações no
montante de 22.000€. Descontou 2.420€ para a segurança social,
240€ para o sindicato e 320€ para a Ordem dos Engenheiros
(quotizações). No dia 30 de Setembro de 2015 foi despedido da
empresa, na qual trabalhava desde 1 de Janeiro de 2013, tendo
recebido uma indemnização de 12.000€. As remunerações regulares
dos últimos doze meses antes do despedimento totalizaram os
26.400€.
Efectue o apuramento do rendimento líquido da categoria A.

Vencimento art.º 2.º, n.º 1 al a) 22 000,00


Indemnização art.º 2.º n.º 4 (media =12.000 -
26400/12=2200) 2.200*3 5 400,00
Rendimento Bruto 27 400,00
Ded.Específica 75%>Desc. S.S. art.º 25.º n.º 4 4104+320>4275 -4 275,00
Sindicato art.º 25.º n.º 1 al c) 240<0,01x27400 -360,00
Rendimento líquido categoria A 22 765,00

68

34
22/03/2020

Determinação Rend. Cat. B (art.º 28.º e sgt)


A determinação dos rendimentos empresariais e
profissionais, salvo no caso da imputação prevista no artigo
20.º, faz-se:
a) Com base na aplicação das regras decorrentes do
regime simplificado;
b) Com base na contabilidade

3 - A opção a que se refere o número anterior deve ser


formulada pelos sujeitos passivos:
a) Na declaração de início de actividade;
b) Até ao fim do mês de Março do ano em que pretendem
alterar a forma de determinação do rendimento, mediante a
apresentação de declaração de alterações.

4 - A opção referida no n.º 3 mantém-se válida até que o


sujeito passivo proceda à entrega de declaração de
alterações.

69

Determinação Rend. Cat. B (art.º 28.º e sgt)


6- A aplicação do regime simplificado cessa apenas quando o
montante a que se refere o n.º 2 (200.000€) seja ultrapassado em
dois períodos de tributação consecutivos ou, quando o seja num
único exercício, em montante superior a 25%, caso em que a
tributação pelo regime de contabilidade organizada se faz a partir
do período de tributação seguinte ao da verificação de qualquer
desses factos.
8- Se os rendimentos auferidos resultarem de serviços prestados
a uma única entidade, exceto tratando-se de prestações de
serviços efetuadas por um sócio a uma sociedade abrangida pelo
regime de transparência fiscal, nos termos da alínea b) do n.º 1
do artigo 6.º do Código do IRC, o sujeito passivo pode, em cada
ano, optar pela tributação de acordo com as regras estabelecidas
para a categoria A (prestação serviços no regime simplificado).
10 - No exercício de início de actividade, o enquadramento no
regime simplificado faz-se, verificados os demais pressupostos, em
conformidade com o valor anual de rendimentos estimado,
constante da declaração de início de actividade, caso não seja
exercida a opção a que se refere o n.º 3 .
70

35
22/03/2020

Simplificado Vs Contabilidade
Em fevereiro de 2015, João Silva deu início a uma atividade
empresarial, tendo previsto um rendimento anual de
80.000€. Não realizou qualquer tipo de opção em termos
de tributação.

Ano Rendimento Anual Tributação

2015 110 000 € Simplificado

2016 290 000 € Simplificado

2017 150 000 € Contabilidade

2018 230 000 € Simplificado

2019 210 000 € Simplificado

2020 130 000 € Contabilidade


Nota: caso não opte em nenhum período até ao dia 31/03, pelo regime de
contabilidade.

71

Actos Isolados (art.º 30.º e sgt)

1 - Os sujeitos passivos que pratiquem atos isolados estão


sempre dispensados de dispor de contabilidade organizada
por referência a esses atos.

2- Na determinação do rendimento tributável dos atos


isolados:
a) Aplicam-se os coeficientes previstos para o regime
simplificado, quando o respetivo rendimento anual ilíquido
seja inferior ou igual a € 200 000;
b) Sendo o rendimento anual ilíquido superior a € 200 000,
aplicam-se, com as devidas adaptações, as regras aplicáveis
aos sujeitos passivos com contabilidade organizada.

72

36
22/03/2020

Actos Isolados (art.º 30.º e sgt)

João Silva, particular, vendeu a totalidade dos pinheiros que


possuía na sua única tapada, pelo valor de 8.500€, a uma
empresa que se dedica ao comércio de madeira, que
realizou o corte. Trata-se da primeira venda realizada por
João Silva, não estando por esse motivo colectado nas
finanças, não prevendo realizar outra venda proximamente.
R.
Considerado rendimento da categoria B., ato isolado.
Sendo o rendimento inferior a 200.000€, aplica-se as taxas
aplicáveis ao regime simplificado.

Rendimento líquido Cat B = 8.500x0,15 = 1.275€

Nota: por força do art.º 2.º n.º 1 al a) do CIVA esta


operação esta sujeita a IVA.

73

Regime Simplificado (art.º 31.º)


Coeficientes:
a) 0,15 às vendas de mercadorias e produtos, bem como
às prestações de serviços efetuadas no âmbito de atividades
hoteleiras e similares, restauração e bebidas;
b) 0,75 aos rendimentos das atividades profissionais
especificamente previstas na tabela a que se refere o artigo
151.º; (excluindo o código 1519 – outros serviços)
c) 0,35 aos rendimentos de prestações de serviços não
previstos nas alíneas anteriores;
d) 0,95 aos rendimentos provenientes de contratos que
tenham por objeto a cessão ou utilização temporária da
propriedade intelectual ou industrial ou a prestação de
informações respeitantes a uma experiência adquirida no
setor industrial, comercial ou científico, aos rendimentos de
capitais imputáveis a atividades geradoras de rendimentos
empresariais e profissionais, ao resultado positivo de
rendimentos prediais, ao saldo positivo das MV e
incrementos patrimoniais;

74

37
22/03/2020

Regime Simplificado (art.º 31.º)


e) 0,30 aos subsídios ou subvenções não destinados à exploração;
f) 0,10 aos subsídios destinados à exploração e restantes
rendimentos da Categoria B não previstos nas alíneas anteriores;
g) 1 aos rendimentos decorrentes de prestações de serviços
efetuadas pelo sócio a uma sociedade abrangida pelo regime da
transparência fiscal, nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 6..º
do Código do IRC (OE2018, alarga o campo de aplicação).

Os coeficientes previstos nas alíneas b), c) e f) do n.º 1 são


reduzidos em 50% e 25% no período de tributação do início da
atividade e no período de tributação seguinte, respetivamente,
desde que, nesses períodos, o sujeito passivo não aufira
rendimentos das categorias A ou H (início de atividade a partir de
01/01/2015 e não tenha ocorrido cessação de atividade nos últimos
5 anos).

(O OE de 2018 introduziu várias alterações ao regime simplificado)

75

Regime Simplificado (art.º 31.º)

 Os sujeitos passivos que obtenham rendimentos previstos nas


al. b) e c), n.º 1 art.º 31.º (prestação de serviços podem deduzir,
até à concorrência do rendimento líquido desta categoria, os
montantes comprovadamente suportados com contribuições
obrigatórias para regimes de proteção social, conexas com as
atividades em causa, na parte em que excedam 10% dos
rendimentos brutos, quando não tenham sido deduzidas a
outro título.
 O rendimento colectável é objecto de englobamento e
tributado nos termos gerais.
 O resultado positivo dos rendimentos prediais corresponde ao
rendimento líquido da categoria F, determinado nos termos do
artigo 41.º.
 Os subsídios ou subvenções não destinados à exploração são
considerados, depois de aplicado o coeficiente correspondente,
em frações iguais, durante cinco exercícios, sendo o primeiro o
do recebimento do subsídio.

76

38
22/03/2020

Regime Simplificado (art.º 31.º)


 Quando, por força da remissão do artigo 32.º, o sujeito
passivo tenha beneficiado da aplicação do regime previsto
no artigo 48.º do Código do IRC, não sendo concretizado
o reinvestimento até ao fim do 2.º período de tributação
seguinte ao da realização, acresce ao rendimento
tributável desse período de tributação a diferença ou a
parte proporcional da diferença prevista no n.º 1 daquele
artigo não incluída no lucro tributável, majorada em 15%.

Caso prático:
Um sujeito passivo com rendimentos da Cat. B, regime
contabilidade, alienou em 2015 um equipamento por 900€,
que tinha sido adquirido em 2011 por 1.800€. A empresa
depreciou o bem através do método da linha reta, taxa
máxima (20%),. Nesse ano manifestou a intenção de
reinvestir, 720€.
Em 2017, optou pelo regime simplificado, tendo nesse ano
apenas reinvestido 360€, relativamente à máquina alienada
em 2015.

77

Regime Simplificado (art.º 31.º)


Resolução 2015
MVC = VR – (VA – DAC)
DAC = 4 x 0,20 x 1.800 = 1.440€
MVC = 900 - (1.800 – 1.440) = 540€

MVF = VR – (VA – DAF)*Coef. (portaria 400/2015, 6/11)


MVF = 900 - (1.800 – 1.440)*1,03 = 529,20€

Havendo reinvestimento parcial é necessário apurar a % não


Reinvestida = (900-720)/900=20%
MVF = 0,5x529,20 + 0,5x0,2x529,20=317,52€
Em 2015 o SP deverá deduzir ao RLP a MVC de 540,00€ e
acrescer a MVF no valor de 317,52€

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39
22/03/2020

Regime Simplificado (art.º 31.º)


Resolução 2017

Em virtude de ter sido reinvestido 360€, é necessário


apurar qual o valor da MVF declarado a menos em 2015.
MVF declarada em 2015 , 317,52€

% não reinvestida = (900-360)/900=60%


MVF que deveria ter sido declarada em 2015:
MVF = 0,5x529,20 + 0,5x0,6x529,20=423,36€

Em 2017 o SP deverá acrescer ao rendimento tributável:


(423,36-317,52)x1,15=121,72€.

79

Regime Simplificado (art.º 31.º)

João Silva, um sujeito passivo enquadrado no regime


simplificado, desenvolve a actividade de venda, reparação de
equipamentos informáticos e esporadicamente é formador
na área informática. Em 2015 registou os seguintes dados:
 Venda de equipamentos informáticos – 36.000€
 Prestação serviço de reparação equipamentos – 18.900€
 Formador – 6.500€
 Renda da loja comercial – 6.100€
 Contribuições para a segurança social – 4.200€.

Efetue o apuramento do rendimento líquido da categoria B

80

40
22/03/2020

Regime Simplificado (art.º 31.º)

Tipo Rendimento Montante Taxa Valor

Equipamentos informáticos 36 000,00 15% 5 400,00

Serviços reparação 18 900,00 35% 6 615,00

Formador 6 500,00 75% 4 875,00

16 890,00

Contribuições SS 4.200 - 0,1x(18900+6500) -1 660,00

Rendimento Líquido Categoria B 15 230,00

81

Encargos não dedutíveis (art.º 33.º)

 As remunerações dos titulares de rendimentos da categoria B,


assim como outras prestações a título de ajudas de custo, utilização
de viatura própria ao serviço da atividade, subsídios de refeição e
outras prestações de natureza remuneratória, não são dedutíveis
para efeitos de determinação do rendimento da referida categoria
(deixou de ser aplicável aos restantes membros do agregado
familiar – são aceites os encargos com a Segurança Social);
 Limite n.º de viaturas (portaria 1041/2001, 28/08).
 Quando o sujeito passivo afecte à sua actividade empresarial e
profissional parte do imóvel destinado à sua habitação, os encargos
dedutíveis com ela conexos referentes a amortizações ou rendas,
energia, água e telefone fixo não podem ultrapassar 25% das
respectivas despesas devidamente comprovadas.
 Se o sujeito passivo exercer a sua actividade em conjunto com
outros profissionais, os encargos dedutíveis são rateados em função
da respectiva utilização ou, na falta de elementos que permitam o
rateio, proporcionalmente aos rendimentos brutos auferidos.
 Deixou de ser aplicável o limite de 10% relativo às despesas de
deslocação do sujeito passivo e membros agregado familiar.
82

41
22/03/2020

Neutralidade Fiscal (art.º 38.º)

Não há lugar ao apuramento de qualquer resultado tributável


por virtude da realização de capital social resultante da
transmissão da totalidade do património afecto ao exercício de
uma actividade empresarial e profissional por uma pessoa
singular, desde que, cumulativamente, sejam observadas as
condições, previstas no art.º 38.º, nomeadamente:
a) A entidade para a qual é transmitido o património seja uma
sociedade com sede e direção efetiva em território português
ou, sendo residente noutro Estado membro da União Europeia
ou do Espaço Económico Europeu, …
b) A pessoa singular transmitente fique a deter pelo menos
50% do capital da sociedade e a actividade exercida por esta
seja substancialmente idêntica à que era exercida a título
individual;
c) Os elementos activos e passivos objecto da transmissão
sejam tidos em conta para efeitos desta com os mesmos valores
por que estavam registados na contabilidade ou nos livros de
escrita da pessoa singular...

83

Mudança de regime (art.º 36.º-B)

Artigo 36.º-B - Mudança de regime de determinação do


rendimento

Em caso de mudança de regime de determinação do


rendimento tributável durante o período em que o bem seja
amortizável, devem considerar-se no cálculo das mais-valias as
quotas praticadas, tendo em conta as correcções previstas no
n.º 2 do artigo 64.º do Código do IRC, relativamente ao
período em que o rendimento tributável seja determinado com
base na contabilidade, e as quotas mínimas calculadas de acordo
com o previsto no n.º 9 do artigo 31.º, relativamente ao período
em que seja aplicado o regime simplificado.

84

42
22/03/2020

Mudança de regime (art.º 36.º-B)

Caso prático.

Em 2015 João Silva vendeu uma fotocopiadora pelo valor de


920,00€ adquirida em 2013 pelo valor de 1.200€.
Em 2013 foi tributado pelo regime da contabilidade tendo
realizado uma depreciação de 20% (taxa tabela). Em 2014 optou
pelo regime simplificado.
Depreciação 2013 = 1200x0,2=240€
Depreciação 2014 = 1200x0,1 = 120€ (taxa mínima)

MV 2015 = 920-(1200-240-120)= 80€


(Valor sujeito ao coeficiente de 95%)

85

Dupla Tributação Económica (art.º 39.º-A)

 O disposto no artigo 40.º-A é aplicável, com as necessárias


adaptações, aos rendimentos da categoria B auferidos por
sujeitos passivos enquadrados na contabilidade organizada (a
partir de 2015).

 Os lucros devidos por pessoas coletivas sujeitas e não isentas


do IRC são, no caso de opção pelo englobamento,
considerados em apenas 50% do seu valor.

86

43
22/03/2020

Alterações OE2018 – art.º 31.º n.º 13, 14 e 15

A dedução ao rendimento que decorre da aplicação dos


coeficientes previstos nas alíneas b) e c) do n.º 1 está
parcialmente condicionada à verificação de despesas e encargos
efetivamente suportados, acrescendo ao rendimento tributável
apurado nos termos dos números anteriores a diferença
positiva entre 15% dos rendimentos brutos das prestações de
serviços previstas naquelas alíneas e o somatório das seguintes
importâncias:
 a) Montante de dedução específica previsto na alínea a) do
n.º 1 do artigo 25.º ou, quando superior, os montantes
comprovadamente suportados com contribuições
obrigatórias para regimes de proteção social, conexas com as
atividades em causa, que não sejam dedutíveis nos termos do
n.º 2;
 b) Despesas com pessoal e encargos a título de
remunerações, ordenados ou salários, comunicados pelo
sujeito passivo à Autoridade Tributária e Aduaneira nos
termos previstos na alínea c) do n.º 1 do artigo 119.º …

87

Alterações OE2018 – art.º 31.º n.º 13, 14 e 15

c) Rendas de imóveis afetas à atividade empresarial ou profissional


que constem de faturas e outros documentos, comunicados à
Autoridade Tributária e Aduaneira, nos termos previstos no n.º 2 do
artigo 78.º-E;
d) 1,5% do valor patrimonial tributário dos imóveis afetos à atividade
empresarial ou profissional ou, quanto aos imóveis afetos a atividades
hoteleiras ou de alojamento local, 4% do respetivo valor patrimonial
tributário, de que o sujeito passivo seja o proprietário, usufrutuário ou
superficiário;
e) Outras despesas com a aquisição de bens e prestações de serviços
relacionadas com a atividade, que constem de faturas comunicadas à
Autoridade Tributária e Aduaneira nos termos do Decreto-Lei n.º
198/2012, de 24 de agosto, ou emitidas no Portal das Finanças, nos
termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 115.º, designadamente despesas
com materiais de consumo corrente, eletricidade, água, transportes e
comunicações, rendas, contencioso, seguros, rendas de locação
financeira, quotizações para ordens e outras organizações
representativas de categorias profissionais respeitantes ao sujeito
passivo, deslocações, viagens e estadas do sujeito passivo e dos seus
empregados;
f) Importações ou aquisições intracomunitárias de bens e serviços
relacionados com a atividade …

88

44
22/03/2020

Alterações OE2018 – art.º 31.º n.º 13, 14 e 15

15 - Para efeitos da afetação à atividade empresarial ou


profissional das despesas e encargos referidos no n.º 13, o
sujeito passivo deve identificar:
a) As faturas e outros documentos referidos nas alíneas c) e e)
do n.º 13, que titulam despesas e encargos relacionados
exclusiva ou parcialmente com a sua atividade empresarial ou
profissional, através do Portal das Finanças, sendo aplicável com
as necessárias adaptações o disposto nos n.ºs 2 a 8 do artigo
78.º-B;
b) Os imóveis afetos exclusiva ou parcialmente à sua atividade
empresarial ou profissional e, de entre estas, a afetação a
atividades hoteleiras ou de alojamento local, através do Portal
das Finanças;
c) As importações e aquisições intracomunitárias de bens
efetuadas, específica e exclusivamente, no âmbito da sua
atividade empresarial ou profissional são indicadas na declaração
de rendimentos prevista no artigo 57.

89

Alterações OE2018 – art.º 31.º n.º 13, 14 e 15

Notas:
As alterações realizadas apenas têm efeito nas situações em que
o rendimento bruto das prestações de serviço seja superior a
27.360€, visto que aos 15% desse rendimento é possível deduzir
o montante previsto na al a) do n.º 1 art.º 25.º (4.104€)
4.104 / 0,15 = 27.360€.

Para rendimentos acima desse montante é necessário


apresentar despesas para não aumentar o rendimento líquido da
categoria B, o que contraria o espírito do regime simplificado,
cuja principal característica residia na simplicidade do
apuramento do rendimento, sem haver a necessidade de
comprovar despesas.

90

45
22/03/2020

Alterações OE2018 – art.º 31.º n.º 13, 14 e 15

Caso 1 – Contabilista sem apresentação despesas.

Prestação de serviços 40 000,00


Rendimento líquido 75% 30 000,00

15% Prestação Serviço 6 000,00


Dedução art.º 25.º -4 104,00
A acrescer 1 896,00
Rend.Líquido B 31 896,00

91

Alterações OE2018 – art.º 31.º n.º 13, 14 e 15

Caso 2 – Contabilista com apresentação despesas.

Prestação de serviços 110 000,00


Rendimento líquido 75% 82 500,00

15% Prestação Serviço 16 500,00


Dedução art.º 25.º -4 104,00
Salários colaborador -10 230,00
Comunicação -362,00
Material escritório -455,00
A acrescer 1 349,00
Rend.Líquido B 83 849,00

92

46
22/03/2020

Dupla terminação económica - (art.º 40.º-A)

 Os lucros devidos por pessoas coletivas sujeitas e não


isentas do IRC são, no caso de opção pelo englobamento,
considerados em apenas 50% do seu valor.
 O disposto no número anterior é aplicável se a entidade
devedora dos lucros ou que é liquidada tiver a sua sede ou
direcção efectiva em território português e os respectivos
beneficiários residirem neste território.
 A partir de 2015, norma alargada aos lucros distribuídos
por entidade residente noutro Estado membro da União
Europeia ou num Estado membro do Espaço Económico
Europeu que esteja vinculado a cooperação administrativa
no domínio da fiscalidade equivalente à estabelecida no
âmbito da União Europeia.

93

Rendimentos prediais - deduções - (art.º 41.º)

 Aos rendimentos brutos prediais deduzem-se,


relativamente a cada prédio ou parte de prédio, todos os
gastos efetivamente suportados e pagos pelo sujeito
passivo para obter ou garantir tais rendimentos, com
exceção dos gastos de natureza financeira, dos relativos a
depreciações e dos relativos a mobiliário,
eletrodomésticos e artigos de conforto ou decoração.
 No caso de fração autónoma de prédio em regime de
propriedade horizontal, são dedutíveis, relativamente a
cada fração ou parte de fração, outros encargos que, nos
termos da lei, o condómino deva obrigatoriamente
suportar e que sejam efetivamente pagos pelo sujeito
passivo.
 Caso o sujeito passivo arrende parte de prédio suscetível
de utilização independente, os encargos referidos no
número anterior são imputados de acordo com o
respetivo valor patrimonial tributário ou, na falta deste, na
proporção da área utilizável de tal parte na área total
utilizável do prédio.

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47
22/03/2020

Rendimentos prediais - deduções - (art.º 41.º)

 O imposto municipal sobre imóveis e o imposto do selo, pagos


em determinado ano, apenas são dedutíveis quando respeitem a
prédio ou parte de prédio cujo rendimento seja objeto de
tributação nesse ano fiscal.
 Na sublocação, a diferença entre a renda recebida pelo
sublocador e a renda paga por este não beneficia de qualquer
dedução.
 Podem ainda ser deduzidos gastos suportados e pagos nos 24
meses anteriores ao início do arrendamento relativos a obras de
conservação e manutenção do prédio, desde que entretanto o
imóvel não tenha sido utilizado para outro fim que não o
arrendamento (apenas gastos realizados a partir de 1 de janeiro
de 2015).
 Os gastos referidos nos números anteriores devem ser
documentalmente comprovados.
 No caso de tributação em separado ou no caso dos prédios em
compropriedade as deduções são declaradas na proporção da %
da detenção do prédio (al b) n.º 2 art.º 22.º CIRS).

95

Caso Prático - Rendimentos prediais

Rosa Martins arrendou um apartamento, por 350€/mês


(recebeu 12 rendas). Durante o ano suportou as seguintes
despesas em relação ao apartamento:
• Despesas de conservação documentadas 800€
• Despesas de conservação não documentadas 400€
• Frigorífico 350€
• Imposto Municipal sobre Imóveis 600€
• Despesas do condomínio 200€
• Juros empréstimos compra apartamento 360€
Efetue o apuramento do rendimento líquido da categoria F.
Qual o tratamento em termos de englobamento deste tipo de
rendimento?

96

48
22/03/2020

Caso Prático - Rendimentos prediais

Rendas 350 x 12 4 200,00


Despesas Conserv.Doc.art.º 41.º, n.º 1 -800,00
Despesas Conserv.N/Doc. Art.º 41.º n.º 1 0,00
Frigorífico - art.º 41.º1 n.º 1 0,00
Impostos Mun. S/Imóveis art.º 41.º, n.º 1 -600,00
Despesas condomínio art.º 41.º, n.º 2 -200,00
Juros empréstimo art.º 41.º, n.º 1
Rendimento líquido Cat. F. 2 600,00
Rendimento não englobado - art.º 22.º n.º 3 al b)
Sujeito taxa especial - 28% al e) n.º 1 art.º 72.º
Opção englob. n.º 5 art.º 22.º- art.º 72.º n.º 8.
Neste caso rendimento sujeito às taxas gerais art.º 68.º, não se
aplicando a taxa especial.

97

Categoria F vs Categoria B
Categoria F Categoria B

Recibo manual ou electrónico Recibo/Fatura e envio ficheiro saft


Isento IVA Isento IVA ou regime misto
Rendimento líquido art.º 41.º Regime simplificado RLx0,95
Contabilidade - Lucro (possibilidade de
considerar depreciação imóvel e encargos
financeiros)
Regime do acréscimo (salvo regime
Regime do recebimento simplificado com emissão de recibo)
Afetação do imóvel à atividade - diferimento
MV aquando da posterior transferência para
S/afetação do imóvel a esfera privada ou venda.
Sujeita Tx Especial 28% (salvo
opção englobamento Englobamento obrigatório – sujeito taxas
residentes) art.º 68.º
Dedução perdas 6 anos Dedução e perdas - 12 anos c/limite
RF (salvo dispensa) RF salvo dispensa e PC
Não desconta para a SS Pode ter de descontar para a SS.
98

49
22/03/2020

Mais Valias - (art.º 43.º e sgt)

 O valor dos rendimentos qualificados como mais-valias


é o correspondente ao saldo apurado entre as mais-
valias e as menos-valias realizadas no mesmo ano,
determinadas nos termos dos artigos seguintes.
 O saldo referido no número anterior, respeitante às
transmissões efectuadas por residentes previstas nas
alíneas a), c) e d) do n.º 1 do artigo 10.º, positivo ou
negativo, é apenas considerado em 50% do seu valor.
 O saldo referido no n.º 1, respeitante às operações
previstas na alínea b) do n.º 1 do artigo 10.º, relativo a
micro e pequenas empresas não cotadas nos mercados
regulamentado ou não regulamentado da bolsa de
valores, quando positivo, é igualmente considerado em
50% do seu valor.
 Para efeitos do número anterior entende-se por micro
e pequenas empresas as entidades definidas, nos termos
do anexo ao Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de
Novembro.

99

Mais Valias - (art.º 43.º e sgt)

Fórmula

MV = VR - (VA x coef. + EV + DAL + DAQ+I), sendo

VR - valor de realização
VA - valor de aquisição
Coef. - coeficiente de desvalorização monetária
EV - encargos com valorização
DAL - despesas com a alienação
DAQ - despesas com a aquisição
I – indemnizações paga pela renuncia onerosa a posições
contratuais

100

50
22/03/2020

Valor de realização - (art.º 44.º )

n.º 1
a) No caso de troca, o valor atribuído no contrato aos bens
ou direitos recebidos, ou o valor de mercado, quando aquele
não exista ou este for superior, acrescidos ou diminuídos, um
ou outro, da importância em dinheiro a receber ou a pagar;
b) No caso de expropriação, o valor da indemnização;

f) Nos demais casos, o valor da respectiva contraprestação.

2 - Nos casos das alíneas a), b) e f) do número anterior,


tratando-se de direitos reais sobre bens imóveis, prevalecerão,
quando superiores, os valores por que os bens houverem sido
considerados para efeitos de liquidação de imposto municipal
sobre as transmissões onerosas de imóveis ou, não havendo
lugar a esta liquidação, os que devessem ser, caso fosse devida.
5 - O disposto no n.º 2 não é aplicável se for feita prova de
que o valor de realização foi inferior ao ali previsto (aditado
2015)

101

Valor aquisição a título gratuito- (art.º 45.º )

 O valor que tenha sido considerado para efeitos de


liquidação de imposto do selo;

 O valor que serviria de base à liquidação de imposto do


selo, caso este fosse devido.

 No caso de direitos reais sobre bens imóveis adquiridos


por doação isenta, nos termos da alínea e) do artigo 6.º
do Código do Imposto do Selo, considera-se valor de
aquisição o valor patrimonial tributário constante da
matriz até aos dois anos anteriores à doação.

102

51
22/03/2020

Valor aquisição a título oneroso - (art.º 46.º )

 Valor de aquisição o que tiver servido para efeitos de


liquidação do imposto municipal sobre as transacções
onerosas de imóveis (IMT).
 Não havendo lugar à liquidação de IMT, considera-se o
valor que lhe serviria de base, caso fosse devida,
determinado de harmonia com as regras próprias
daquele imposto.
 O valor de aquisição de imóveis construídos pelos
próprios sujeitos passivos corresponde ao valor
patrimonial inscrito na matriz ou ao valor do terreno,
acrescido dos custos de construção devidamente
comprovados, se superior àquele.

103

Correcção monetária - (art.º 50.º)

 O valor de aquisição ou equiparado de direitos


reais sobre os bens referidos na alínea a) do n.º 1
do artigo 10.º, bem como de partes sociais no
caso da alínea b) do referido número, é corrigido
pela aplicação de coeficientes para o efeito
aprovados por portaria do membro do Governo
responsável pela área das finanças, sempre que
tenham decorrido mais de 24 meses entre a data
da aquisição e a data da alienação ou afetação.
(para 2015 – Portaria 400/2015, 6 de novembro).

104

52
22/03/2020

Despesas e encargos - (art.º 51.º)

 Os encargos com a valorização dos bens,


comprovadamente realizados nos últimos 12
anos, e as despesas necessárias e efetivamente
praticadas, inerentes à aquisição e alienação,
bem como a indemnização comprovadamente
paga pela renúncia onerosa a posições
contratuais ou outros direitos inerentes a
contratos relativos a esses bens, nas situações
previstas na alínea a) do n.º 1 do artigo 10.º;
 As despesas necessárias e efetivamente
praticadas, inerentes à aquisição e alienação,
nas situações previstas nas alíneas b) e c) do
n.º 1 do artigo 10.º.
105

Casos práticos MV

Carlos Cunha vendeu em 2015 a sua casa de habitação pelo


valor de 150.000€. A casa tinha sido adquirida em 2010 pelo
valor de 100.000€, tendo suportado 6.000€ de IMT. Durante
o ano de 2012 realizou obras de conservação (documentadas)
no valor de 5.000€.
1 Efetue o apuramento do rendimento líquido da categoria G.
2. Efetue o apuramento do rendimento líquido da categoria G,
supondo que efectuou a compra de uma nova casa em 2015,
para a sua habitação, no valor de 120.000€.
3. Efectue o apuramento do rendimento líquido da categoria
G, supondo que efectuou a compra de uma nova casa em
2015, para a sua habitação, no valor de 120.000€, tendo
recorrido a um empréstimo bancário de 60.000€.

106

53
22/03/2020

Casos práticos MV
1
Valor realização - art. 44.º 150 000,00
Valor compra actualizado - art.º 50- Coef.1,07 -107 000,00
IMT - art.º 51.º -6 000,00
Obras conservação - art.º 51 -5 000,00
Mais Valia 32 000,00
Mais valia fiscal 50% - art.º 43.º n.º 2 16 000,00
2
Valor realização 150 000,00
Reinvestimento 120 000,00
% não reinvestida '=(150000-120000)/150000 0,2
MV fiscal - art.º 10.º n.º 7 =16000x0,2 3 200,00
3
Valor realização 150 000,00
Reinvestimento (120000 - 60000) 60 000,00
% não reinvestida =(150000-60000)/150000 0,6
Mais Valia fiscal =16000x0,6 9 600,00 107

Casos práticos MV

Um sujeito passivo alienou em novembro de 2015, pelo valor


de 175.000€, a sua casa de habitação própria e permanente,
adquirida em Janeiro de 2009 por 90.000€, tendo sido avaliada
no valor de 105.000€, pelas finanças, em Maio de 2009.
Aquando da venda pagou à instituição bancária o montante de
75.000€ de empréstimo da habitação alienada. Suportou
1.450€ de IMT na compra, 1.200€ de comissões da agência
imobiliária pela venda e 12.000€ com encargos de valorização.
Em fevereiro de 2016, foi notificado pela AT, de que o valor
resultante da avaliação efectuada ao imóvel, devido às obras
realizadas em 2015 (antes da venda), foi de190.000€.
Em dezembro de 2015 adquiriu uma casa com o mesmo fim,
pelo valor de 225.000€, consubstanciando esta nova aquisição
numa escritura notarial de Compra e Venda, com um
empréstimo bancário com hipoteca, no valor de 150.000€,
tendo suportado 800€, de despesas de registo da nova casa.
Apure o rendimento líquido da categoria G.

108

54
22/03/2020

Casos práticos MV

Valor venda - art. 46.º 190 000,00


Valor compra actualizado - art.º 50.º 1,08 -113 400,00
Encargos com valorização - art.º 51.º -12 000,00
Despesas aquisição e venda - art.º 51.º -2 650,00
Mais Valia - art.º 10.º, n.º 4.º 61 950,00
Mais valia 50% - art.º 42.º n.º 2 30 975,00
Reinvestimento
Valor de Realização 175000-75000 100 000,00
Valor nova compra 225 000,00
Emprestimo contraido 150 000,00
Reinvestimento 75 000,00
% não reinvestida 0,25
Mais Valia fiscal - art.º 10.º n.º 7 7 743,75

109

Casos práticos MV

A Sociedade Beta, Ldª, com um Capital Social de 10.000€


distribuído pelos sócios A (50%), B (25%) e C (25%) na
proporção da sua participação, entrou em liquidação, sendo o
resultado da partilha atribuído de 40.000€, em 2015. O sócio
A tinha adquirido a sua quota a um dos sócios fundadores
por 7.500€. Os sócios B e C tinham também adquirido as
suas quotas por 1.250€ cada, a um dos sócios fundadores
(aquisições realizadas em 2007).
Determine os valores a considerar para efeito de
apuramento do IRS.

110

55
22/03/2020

Casos práticos MV
Enquadramento

Artigo 10.º CIRS - Mais-valias


1- Constituem mais-valias …
b) Alienação onerosa de partes sociais, incluindo a sua
remição e amortização com redução de capital, e de outros
valores mobiliários, a extinção ou entrega de partes sociais
das sociedades fundidas, cindidas ou adquiridas no âmbito de
operações de fusão, cisão ou permuta de partes sociais, bem
como o valor atribuído em resultado da partilha nos termos
do artigo 81.º do Código do IRC;

4- O ganho sujeito a IRS é constituído:
a) Pela diferença entre o valor de realização e o valor de
aquisição…

Apuramento da MV de acordo com os art.º 43.º a 52.º

111

Casos práticos MV

SÓCIO A
Valor da partilha – 20.000€ - (50% de 40.000€)
Valor da quota – 5.000€ - (50% de 10.000€)
Valor de aquisição – 7.500€

MV= 20.000€- 7.500€x1,1= 11.750€

SÓCIOS B e C - Valores de cada um dos Sócios:


Valor da partilha – 10.000€
Valor da quota – 2.500€
Valor de aquisição - 1 250€

MV= 10.000 – 1.250 x1,1= 8.625 €

As MV de partes de capital derivadas da partilha são tributados a uma taxa


especial de 28% (al c) n.º 1 art.º 72º do CIRS), podendo contudo ser tributadas à
taxa geral se o sujeito passivo optar pelo englobamento previsto no art.º 22.º,
n.º 5 e 72.º, n.º 8 do CIRS.
A MV poderá ser considerada em 50% caso se aplique o n.º 3 do art.º 43.º.

112

56
22/03/2020

Pensões - (art.º 53.º)

 Aos rendimentos brutos da categoria H de valor anual


igual ou inferior a € 4.104 deduz-se, até à sua
concorrência, a totalidade do seu quantitativo por cada
titular que os tenha auferido.

 são ainda deduzidas:


a) As quotizações sindicais, na parte em que não
constituam contrapartida de benefícios relativos à saúde,
educação, apoio à terceira idade, habitação, seguros ou
segurança social e desde que não excedam, em relação a
cada sujeito passivo, 1% do rendimento bruto desta
categoria, sendo acrescidas de 50%;
b) As contribuições obrigatórias para regimes de
proteção social e para subsistemas legais de saúde, na
parte que exceda o montante da dedução prevista no n.º
1 (4.104€)

113

Caso Prático Cat H

Nelson Fernandes recebeu em 2015, um rendimento


bruto anual da Categoria H de 50.000€. Descontou
520€ para o sindicato.
Efetue o apuramento do rendimento líquido da
categoria H.

Rendimento Bruto cat. H - art.º 11 50 000,00


Ded.Específica art.º 53.º, n.º 1 -4 104,00
Sindicato al a) n.º 4 art.º 53 =
500x1,5 -750,00
Rendimento líquido cat H 45 146,00

114

57
22/03/2020

Deduções e Perdas - (art.º 55.º)


Relativamente a cada titular de rendimentos, o
resultado líquido negativo apurado em qualquer
categoria só é dedutível aos seus resultados líquidos
positivos da mesma categoria, nos seguintes termos:
 Categoria B – 12 anos (limite art.º 52.º CIRC – 70%
do RL - termina distinção entre tipo de atividade
agrícola/outras – regime simplificado n.º 4 art.º 55.º);
 Categoria F – 6 anos (antes era 5). Opção pelo
englobamento no ano da perda e nos anos em que se
verifica a dedução - limitação n.º 8 difícil aplicação;
 Categoria G ( MV Inst.Financeiros) – 5 anos (quando
objeto de englobamento);
 Categoria G (MV Prédios) – 5 anos.
Nota: Não comunicabilidade de perdas entre Cônjuges
ou SP em União de Facto.

115

Deduções e Perdas - (art.º 55.º, n.º 8)

Carlos Pinto apurou as seguintes rendas e


gastos em 2015.

Predio Renda Gastos Rend Liq.


A 10 000 5 000 5 000
B 4 000 3 000 1 000
C 5 000 8 000 -3 000
TOTAL 19 000 16 000 3 000

No caso do prédio C não gerar rendimentos


nos próximo anos, a norma prevista no art.º 55,
n.º 8 não tem aplicação, porque apurou um RL
Cat. F positivo de 3.000€.
116

58
22/03/2020

Deduções e Perdas - (art.º 55.º, n.º 8)

Carlos Pinto apurou as seguintes rendas e gastos em 2015 e 2016 .


2015 2016

Predio Renda Gastos Rend Liq. Predio Renda Gastos Rend Liq.
A 10 000 6 000 4 000 A 10 000 2 000 8 000
B 4 000 9 000 -5 000 B 4 000 1 000 3 000
C 5 000 10 000 -5 000 C 5 000 2 000 3 000
TOTAL 19 000 25 000 -6 000 TOTAL 19 000 5 000 14 000

O prejuízo fiscal apurado em 2015 é totalmente deduzido em


2016.
Caso não tivesse sido deduzida, a totalidade do PF, e a fraçao C,
não gerar mais rendimentos, a partir de 2017, qual a parte que se
deveria ter em conta do PF da fração C?!!

117

Sujeitos passivos com deficiência - (art.º 56.º-A)

 Os rendimentos brutos de cada uma das


categorias A, B e H auferidos por sujeitos
passivos com deficiência são considerados,
para efeitos de IRS, apenas por 90%.

 Sem prejuízo do disposto no número


anterior, a parte do rendimento excluída de
tributação não pode exceder, por categoria
de rendimentos, € 2.500.

118

59
22/03/2020

Declaração de rendimentos - (art.º 57.º e sgt)


Os sujeitos passivos devem apresentar, anualmente, uma
declaração de modelo oficial, relativa aos rendimentos do
ano anterior e a outros elementos informativos relevantes
para a sua concreta situação tributária.
Prazo (art.º 60.º): de 1 de abril a 31 de maio.
Nas situações de rendimentos auferidos no estrangeiro,
com direito a crédito imposto por dupla tributação
internacional, prazo prorrogado até ao dia 31/12 – sujeito a
comunicação prévia - n.º 3 e 4 art.º 60.º).
Nas situações que dependem do valor definitivo do VPT dos
imóveis com efeito nos rendimentos da categoria B ou G -
durante o mês de janeiro do ano seguinte.
Nota: deixou de haver prazos distintos para a entrega das
declarações em papel ou via digital e em função do tipo de
rendimento.
Podem ser entregues em papel as declarações que apenas
incluam os anexos A, F, G, G1, H e J.

119

Declaração de rendimentos - (art.º 57.º e sgt)

Ficam dispensados de apresentar a declaração os sujeitos


passivos que, no ano a que o imposto respeita, apenas tenham
auferido, isolada ou cumulativamente:
a) Rendimentos tributados pelas taxas previstas no artigo
71.º e não optem, quando legalmente permitido, pelo seu
englobamento (ex. rendimentos capitais, juros depósitos ou
dividendos ações);
b) Rendimentos de trabalho dependente ou pensões, desde
que o montante total desses rendimentos seja igual ou inferior
a 8.500€ e não tenham sido sujeitos a retenção na fonte.

Atos isolados e subvenções PAC de valor inferior a


4xIAS=1.743,04€ (IAS=435,76€) – desde que não aufiram
determinados tipos de outros rendimentos (n.º 2, art.º 58.º)

A dispensa de apresentação de declaração não impede os


sujeitos passivos de, querendo, apresentarem declaração de
rendimentos nos termos gerais.
120

60
22/03/2020

Declaração de rendimentos - (art.º 57.º e sgt)


As situações de dispensa de declaração não abrangem os
sujeitos passivos que:
 Optem pela tributação conjunta;
 Aufiram rendimentos em espécie;
 Aufiram rendimentos de pensões de alimentos de valor
superior a 4.104€;
 Subvenções/subsídios da PAC inferior a 1.743,04€;
 Ato isolado de valor inferior a 1.743,04€

Nos casos em que os sujeitos passivos optem pela não entrega


da declaração por reunirem as condições a Autoridade
Tributária e Aduaneira certifica, a pedido do sujeito passivo,
sem qualquer encargo para este, o montante e a natureza dos
rendimentos que lhe foram comunicados em cada ano, bem
como o valor do imposto suportado relativamente aos
mesmos.

121

Declaração de rendimentos - (art.º 57.º e sgt)

Sujeitos passivos casados ou em união de facto:


 Tributação em conjunto (uma única declaração-total
rendimentos – a opção é apenas válida para o ano em
causa);
 Tributação em separado (cada SP entrega uma declaração
e declara rendimentos e despesas próprias, quota parte
dos rendimentos comuns e 50% das despesas e
rendimentos dos dependentes).
Sujeitos passivos solteiros, separados de facto ou divorciados
– tributação em separado (entrega de declaração em
separado e possibilidade de dividir despesas dos dependentes
em guarda conjunta);

122

61
22/03/2020

Declaração de rendimentos - (art.º 57.º e sgt)


Sujeitos passivos viúvos (não separados de facto): No ano do
falecimento podem optar pela tributação conjunta se não tiver
casado posteriormente ou pela tributação em separado
(possibilidade de entrega de 2 declarações). O cônjuge sobrevivo
pode optar pela tributação conjunta com o novo cônjuge (art.º
63.º). Não se aplica no caso de união de facto. O SP sobrevivo
deverá declarar apenas os seus rendimentos como solteiro.
Divorciados e separados de facto (durante o ano) – englobar
rendimentos próprios, a parte dos rendimentos comuns e os
rendimentos dos dependentes a seu cargo.
No caso de falecimento do sujeito passivo não casado, incumbe ao
administrador da herança apresentar a declaração de rendimentos
em nome daquele, relativa aos rendimentos correspondentes ao
período decorrido de 1 de Janeiro até à data do óbito (art.º 57.º n.º
2).
Falecimento de titulares de rendimentos: A partir da data do óbito -
rendimentos comuns englobados pelos herdeiros, segundo a sua
quota ideal, até à data da partilha (art.º 64.º).

123

Declaração de rendimentos - (art.º 57.º e sgt)

Nas situações de contitularidade (herança indivisa), tratando-


se de rendimentos da categoria B, incumbe ao contitular a
quem pertença a respectiva administração apresentar na sua
declaração de rendimentos a totalidade dos elementos
contabilísticos exigidos para o apuramento do rendimento
tributável, nela identificando os restantes contitulares e a
parte que lhes couber (responsável pelo preenchimento do
anexo B ou C e anexo I).

Sempre que, no mesmo ano, o sujeito passivo tenha, em


Portugal, dois estatutos de residência, deve proceder à
entrega de uma declaração de rendimentos relativa a cada
um deles, sem prejuízo da possibilidade de dispensa, nos
termos gerais (conceito de residência parcial introduzida em
2015).

124

62
22/03/2020

Taxas gerais - (art.º 68.º)


Taxas (percentagem)
Rendimento coletável (euros)
Normal (A) Média (B)

Até 7 035 14,50 14,500


De mais de 7 035 até 20 100 28,50 23,600
De mais de 20 100 até 40 200 37 30,300

De mais de 40 200 até 80 000 45 37,613

Superior a 80 000 48 -

2 - O quantitativo do rendimento coletável, quando superior a € 7035, é


dividido em duas partes: uma, igual ao limite do maior dos escalões que
nele couber, à qual se aplica a taxa da col. (B) correspondente a esse
escalão; outra, igual ao excedente, a que se aplica a taxa da col. (A)
respeitante ao escalão imediatamente superior.

125

Taxas gerais - (art.º 68.º) – OE2018

Taxas (percentagem)
Rendimento coletável (euros)
Normal (A) Média (B)
Até 7 091 14,50 14,500
De mais de 7 091 até 10 700 23,00 17,367
De mais de 10 700 até 20 261 28,50 22,621
De mais de 20 261 até 25 000 35,00 24,967
De mais de 25 000 até 36 856 37,00 28,838
De mais de 36 856 até 80 640 45,00 37,613
Superior a 80 640 48,00 -

126

63
22/03/2020

Quociente familiar- (art.º 69.º)

 1 - Tratando-se de sujeitos passivos casados e não


separados judicialmente de pessoas e bens ou unidos
de facto, nos casos em que haja opção pela tributação
conjunta as taxas aplicáveis são as correspondentes
ao rendimento coletável dividido por dois.

 3 - As taxas fixadas no artigo 68.º aplicam-se ao
quociente do rendimento coletável, multiplicando-se
por dois o resultado obtido para se apurar a coleta
do IRS.

127

Taxas gerais - (art.º 68.º e 69.º)

Ex. Sujeito passivo solteiro com RC de 26.000€

Rendimento
Colectável 26 000,00

a) primeira parcela =20100*0,236 4 743,60

b) segunda parcela =(26000-20100)x0,37 2.183,00


Colecta soma 6.926,60

128

64
22/03/2020

Taxa adicional de solidariedade - (art.º 68.º-A)

Sem prejuízo do disposto no artigo 68.º, ao quantitativo


do rendimento coletável superior a € 80.000 incidem as
taxas adicionais de solidariedade constantes da tabela
seguinte:
Taxas
Rendimento coletável (euros)
(percentagem)
De mais de 80 000 até 250 000 2,5
Superior a 250 000 5

O quantitativo da parte do rendimento coletável que exceda €


80.000, quando superior a € 250.000, é dividido em duas partes: uma,
igual a € 170.000, à qual se aplica a taxa de 2,5%; outra, igual ao
rendimento coletável que exceda € 250.000, à qual se aplica a taxa de
5%.
Ao RC aplica-se o coeficiente familiar.

129

Taxa adicional de solidariedade - (art.º 68.º-A)

Ex. Viúvo com um rendimento anual de 340.000€:

1) 170.000 x 2,5% = 4.250


2) (340.000-250.000) x 0,05 =4.500
Taxa adicional = (4250+4500) = 8.750,00€
(n.º 2 art.º 68.º-A)

130

65
22/03/2020

Mínimo de existência (art.º 70.º)

Da aplicação das taxas estabelecidas no artigo 68.º não pode


resultar, para os titulares de rendimentos predominantemente
originados em trabalho dependente ou em pensões, a
disponibilidade de um rendimento líquido de imposto inferior
a € 9,150,96.
Não são aplicadas as taxas estabelecidas no artigo 68.º:
a) Ao rendimento coletável do agregado familiar com três ou
quatro dependentes cujo montante seja igual ou inferior a €
11 320;
b) Ao rendimento coletável do agregado familiar com cinco
ou mais dependentes cujo montante seja igual ou inferior a €
15 560.
Nos casados e unidos de facto, caso não optem pela
tributação conjunta, os valores referidos no número anterior
são reduzidos para metade, por sujeito passivo.

131

Taxas liberatórias (art.º 71.º)

Estão sujeitos a retenção na fonte a título definitivo:


Rendimentos capitais (salvo algumas exeções) residentes
e não residentes – 28%.
Rendimentos não residentes – 25%
 Rendimentos cat. A e B;
 Rendimentos capitais al. m) e n) n.º 2 art.º 5.º;
 Pensões;
 Incrementos patrimoniais al. b) e c) n.º 1 art.º 9.º
Estão sujeitos a retenção na fonte a título definitivo, à
taxa liberatória de 35%, os rendimentos previstos no n.º
12.
132

66
22/03/2020

Taxas liberatórias (art.º 71.º)


 Os rendimentos a que se refere o n.º 1 podem ser
englobados para efeitos da sua tributação, por opção dos
respetivos titulares, residentes em território nacional,
desde que obtidos fora do âmbito do exercício de
atividades empresariais e profissionais.

 Feita a opção a que se refere o número anterior, a retenção


que tiver sido efectuada tem a natureza de pagamento por
conta do imposto devido a final.

Notas: de acordo com o n.º 5 do art.º 22.º, quando o sujeito passivo


exerça a opção de englobamento, fica, por esse facto, obrigado a
englobar a totalidade dos rendimentos da mesma categoria de
rendimentos.
Não sendo exercido a opção de englobamento, os rendimentos
sujeitos à taxa liberatória não são declarados (al a) n.º 1 art.º 58.º).
Por força de convenções internacionais, as taxas aplicadas aos não
residentes podem ser inferiores.
133

Taxas especiais (art.º 72.º)


Não residentes:
MV al. a) e d) n.º 1 art.º 10.º (imóveis) – 28%;
Outros rendimentos não sujeitos taxa liberatória – 28%.
Residentes:
 MV ações e outras partes de capital – 28%;
 Gratificações não auferidas pela entidade patronal – 10%
 Rendimentos prediais – 28%.
 Pensão de alimento – 20%.
 Acréscimos patrimoniais não justificados superiores a
100.000€ - 60%;
 Rendimentos capitais e MV provenientes de região
sujeitos a um regime claramente mais favorável – 35%.

134

67
22/03/2020

Taxas especiais (art.º 72.º)

 Os rendimentos previstos nas alíneas c) a e) do n.º


1, no n.º 5 e no n.º 6 podem ser englobados por
opção dos respetivos titulares residentes em
território português.
 Os residentes noutro Estado membro da União
Europeia ou do Espaço Económico Europeu, desde
que, neste último caso, exista intercâmbio de
informações em matéria fiscal, podem optar,
relativamente aos rendimentos referidos nas alíneas
a) e b) do n.º 1 e no n.º 2, pela tributação desses
rendimentos à taxa que, de acordo com a tabela
prevista no n.º 1 do artigo 68.º, seria aplicável no
caso de serem auferidos por residentes em
território português.

135

Taxas tributação autónoma ( art.º 73.º)

São tributados autonomamente os seguintes encargos, suportados por


sujeitos passivos que possuam ou devam possuir contabilidade
organizada no âmbito do exercício de actividades empresariais ou
profissionais, excluindo os veículos movidos exclusivamente a energia
eléctrica:
a) Os encargos dedutíveis relativos a despesas de representação e a
viaturas ligeiras de passageiros ou mistas cujo custo de aquisição seja
inferior a € 20 000, motos e motociclos, à taxa de 10%;
b) Os encargos dedutíveis relativos a automóveis ligeiros de
passageiros ou mistos, cujo custo de aquisição seja igual ou superior a €
20 000, à taxa de 20%.
Ajudas de custo e compensação pela deslocação em viatura própria
(nas condições do n.º 7) – 5%.
No caso de viaturas ligeiras de passageiros ou mistas híbridas plug-in, as
taxas referidas nas alíneas a) e b) do n.º 2 são, respetivamente, de 5% e
10%.
11 - No caso de viaturas ligeiras ou mistas de passageiros movidas a
gases de petróleo liquefeito (GPL) ou gás natural veicular (GNV), as
taxas referidas nas alíneas a) e b) do n.º 2 são, respetivamente, de 7,5% e
15%.

136

68
22/03/2020

Taxas tributação autónoma (art.º 73.º)


Excluem-se da TA:
 os encargos relacionados com viaturas ligeiras de
passageiros ou mistas, motos e motociclos, afectos à
exploração do serviço público de transportes, destinados
a serem alugados no exercício da actividade normal do
sujeito passivo, bem como as reintegrações relacionadas
com as viaturas relativamente às quais tenha sido
celebrado o acordo previsto no n.º 9) da alínea b) do n.º 3
do artigo 2.º.
 Do disposto nos n.ºs 2, 7, 10 e 11, os sujeitos passivos a
quem seja aplicado o regime simplificado de determinação
do lucro tributável previsto nos artigos 28.º e 31.º.
Nas situações de contitularidade de rendimentos abrangidas
pelo artigo 19.º o imposto apurado relativamente às despesas
que, nos termos dos números anteriores, estão sujeitas a
tributação autónoma é imputado a cada um dos contitulares
na proporção das respectivas quotas.

137

Rendimentos produzidos em anos anteriores ( art.º 74.º)

 Se forem englobados rendimentos que


comprovadamente tenham sido produzidos em anos
anteriores àquele em que foram pagos ou colocados
à disposição do sujeito passivo e este fizer a
correspondente imputação na declaração de
rendimentos, o respetivo valor é dividido pela soma
do número de anos ou fração a que respeitem,
incluindo o ano do recebimento, aplicando-se à
globalidade dos rendimentos a taxa correspondente à
soma daquele quociente com os rendimentos
produzidos no próprio ano.
 A faculdade prevista no número anterior não pode
ser exercida relativamente aos rendimentos previstos
no n.º 3) da alínea b) do n.º 3 do artigo 2.º.

138

69
22/03/2020

Procedimento e formas de liquidação ( art.º 76.º)


1 - A liquidação do IRS processa-se nos termos seguintes:
a) Tendo sido apresentada a declaração até 30 dias após o termo do
prazo legal, a liquidação tem por objecto o rendimento colectável
determinado com base nos elementos declarados, sem prejuízo do
disposto no n.º 4 do artigo 65.º;
b) Não tendo sido apresentada declaração, a liquidação tem por
base os elementos de que a Direcção-Geral dos Impostos disponha;
c) Sendo superior ao que resulta dos elementos a que se refere a
alínea anterior, considera-se a totalidade do rendimento líquido da
categoria B obtido pelo titular do rendimento no ano mais próximo
que se encontre determinado, quando não tenha sido declarada a
respectiva cessação de actividade.
2 - Na situação referida na alínea b) do número anterior, o
rendimento líquido da categoria B determina-se em conformidade
com as regras do regime simplificado de tributação, com aplicação do
coeficiente de 0,75, exceto quando estejam em causa rendimentos
previstos nas alíneas d) ou g) do n.º 1 do artigo 31.º, caso em que se
aplicam os coeficientes aí previstos.

139

Deduções à colecta (art.º 78.º e sgt)

a) Deduções pessoais;
b) Despesas gerais familiares;
c) Despesas de saúde e com seguros de saúde;
d) Despesas de educação e formação;
e) Encargos com imóveis;
f) Importâncias respeitantes a pensões de alimentos;
g) Despesas com exigência de fatura;
h) Encargos com lares;
i) Deduções pessoas com deficiência;
j) Dedução dupla tributação internacional;
k) Dedução benefícios fiscais.

140

70
22/03/2020

Deduções à colecta (art.º 78.º e sgt)

São ainda deduzidos à colecta os pagamentos por conta do


imposto e as importâncias retidas na fonte que tenham aquela
natureza...
As deduções referidas neste artigo são efectuadas pela ordem
nele indicada e apenas as previstas no número anterior (RF e
PC), quando superiores ao imposto devido, conferem direito ao
reembolso da diferença.
As deduções previstas no n.º 1 aplicam-se apenas aos sujeitos
passivos residentes em território português.
Nos casos de deduções que não sejam de montante fixo, as
mesmas só podem ser realizadas se constarem de documentos
comunicados pelos emitentes à Autoridade Tributária e
Aduaneira, com identificação do sujeito passivo ou do membro
do agregado a que se reportam através do número de
identificação fiscal correspondente.

141

Deduções à colecta (art.º 78.º e sgt)


7. A soma das deduções à coleta previstas nas alíneas c) a h) e k) do n.º 1 não pode
exceder, por agregado familiar, e, no caso de tributação conjunta, após aplicação do
divisor previsto no artigo 69.º, os limites constantes das seguintes alíneas:
a) Para contribuintes que tenham um rendimento coletável inferior a € 7.091, sem
limite;
b) Para contribuintes que tenham um rendimento coletável superior a € 7.091 e
inferior a € 80.640, o limite resultante da aplicação da seguinte fórmula
:
€ 80.640 - Rendimento
(€ 2.500 - €
€ 1.000 + Colectável
1.000) x
€ 80.640 - € 7.091

c) Para contribuintes que tenham um rendimento coletável superior a € 80.640, o


montante de € 1.000.
Nos agregados com três ou mais dependentes a seu cargo, os limites previstos no
número anterior são majorados em 5% por cada dependente ou afilhado civil que
não seja sujeito passivo do IRS.

142

71
22/03/2020

Deduções à colecta (art.º 78.º e sgt)

Exemplo aplicação da fórmula:


€ 80.640 -
(€ 2.500 - € Rendimento
€ 1.000 +
1.000) x Colectável
€ 80.640 - € 7.091

1) RC (após aplic. art.º 69) 40 000,00


Limite deduções à colecta 1.828,84€

2) RC (após aplic. art.º 69) 62 000,00


Limite deduções à colecta 1380,15€

143

Deduções à colecta (art.º 78.º e sgt)


Sempre que o mesmo dependente ou ascendente conste
de mais do que uma declaração de rendimentos, o valor
das deduções à coleta previstas no presente Código por
referência a dependentes ou ascendentes é reduzido para
metade, por sujeito passivo.
A dedução à coleta prevista no artigo 83.º-A impede a
consideração das demais deduções referentes ao
dependente por referência ao qual o sujeito passivo efetua
pagamentos de pensões de alimentos.
No caso de sujeitos passivos casados ou unidos de facto,
sempre que o valor das deduções à coleta previstas no
presente Código é determinado por referência ao
agregado familiar, não havendo opção pela tributação
conjunta, esses valores são reduzidos para metade, por
sujeito passivo.

144

72
22/03/2020

Deduções pessoais (art.º 78.º-A)

a) Por cada dependente, o montante fixo de € 600;


b) Por cada ascendente que viva efetivamente em
comunhão de habitação com o sujeito passivo, desde que
aquele não aufira rendimento superior à pensão mínima do
regime geral, deduz o montante fixo de € 525 (pensão
mínima 2019 – 275,08x14=3,851,12€)
2 - Às deduções previstas no número anterior somam-se
os seguintes montantes:
a) € 126 por cada dependente referido na alínea a) do
número anterior que não ultrapasse três anos de idade até
31 de dezembro do ano a que respeita o imposto;
b) € 110 no caso de existir apenas um ascendente
enquadrável nos termos previstos na alínea b) do número
anterior

145

Despesas gerais familiares (art.º 78.º-B)

É dedutível à colecta do IRS devido pelos sujeitos


passivos um montante correspondente a 35% do valor
suportado por qualquer membro do agregado familiar,
com o limite global de € 250 para cada sujeito passivo,
que conste de faturas que titulem prestações de
serviços e aquisições de bens comunicadas à
Autoridade Tributária e Aduaneira.
Os adquirentes que pretendam beneficiar da dedução
à colecta devem exigir ao emitente a inclusão do seu
número de identificação fiscal nas faturas.
No caso de famílias monoparentais, a dedução prevista
no n.º 1 é de 45% do valor suportado por qualquer
membro do agregado familiar, com o limite global de €
335.

146

73
22/03/2020

Despesas Saúde (art.º 78.º-C)

À coleta do IRS devido pelos sujeitos passivos é


dedutível um montante correspondente a 15% do valor
suportado a título de despesas de saúde por qualquer
membro do agregado familiar, com o limite global de €
1.000:
 Despesas saúde isentas ou sujeitas a IVA de 6%;
 Prémios de seguros ou contribuições pagas a
associações mutualistas ou a instituições sem fins
lucrativos que tenham por objeto a prestação de
cuidados de saúde;
 Despesas saúde sujeitas a IVA de 23% com receita
médica (Aditada pela Lei n.º 67/2015, de 6 de julho)

147

Despesas Educação e Formação (art.º 78.º-D)

À coleta do IRS devido pelos sujeitos passivos é


dedutível um montante correspondente a 30% do
valor suportado a título de despesas de formação e
educação por qualquer membro do agregado familiar,
com o limite global de € 800.
Despesas educação 2 filhos 2.400€
 2.400€x0,3 = 720€ _ dedução 720€

 Despesas educação 2 filhos 3.400€


 3.400€x0,3 =1.020€ _ dedução 800€ (limite)

148

74
22/03/2020

Despesas Educação e Formação (art.º 78.º-D)


Consideram-se despesas de educação e formação os encargos com o
pagamento de creches, jardins-de-infância, lactários, escolas,
estabelecimentos de ensino e outros serviços de educação, bem
como as despesas com manuais e livros escolares (deixou de ser
considerado outro tipo de material escolar).
As despesas de educação e formação suportadas só são dedutíveis
desde que prestadas, respetivamente, por estabelecimentos de ensino
integrados no sistema nacional de educação ou reconhecidos como
tendo fins análogos pelos ministérios competentes, ou por entidades
reconhecidas pelos ministérios que tutelam a área da formação
profissional.
São consideradas despesas de educação as despesas com amas,
formadores e explicadores.
(OE 2018 – prevê a possibilidade de considerar o valor das rendas pagas
pelos estudantes – existem condições e limites – ver n.º 11 art.º 78.º-D)

149

Encargos com imóveis (art.º 78.º-E)

À colecta do IRS devido pelos sujeitos passivos é dedutível um


montante correspondente a 15% do valor suportado por qualquer
membro do agregado familiar:
 Rendas pelo arrendatário para fins de habitação permanente,
líquidas de subsídios (contratos celebrados ao abrigo do
Regime do Arrendamento Urbano ou do Novo Regime do
Arrendamento Urbano), até ao limite de € 502;
 Juros de dívidas, por contratos celebrados até 31 de dezembro
de 2011, contraídas com a aquisição, construção ou
beneficiação de imóveis para habitação própria e permanente
ou arrendamento devidamente comprovado para habitação
permanente do arrendatário, até ao limite de € 296.
 Possibilidade de elevar os valores acima indicados (n.º 4 e n.º 5)
Nota: a partir de 2015 a maior parte dos senhorios são
obrigados a emitir o recibo da renda através do portal da AT.

150

75
22/03/2020

Deduções por exigência de fatura (art.º 78.º-F)

À coleta do IRS devido pelos sujeitos passivos é dedutível um


montante correspondente a 15% do IVA suportado por qualquer
membro do agregado familiar, com o limite global de € 250 por
agregado familiar, relativo às seguintes despesas:
 Despesas de conservação e reparação de automóveis e
motociclos;
 Alojamento e restauração;
 Cabeleiros e instituto de beleza;
 Atividade de veterinário (a partir de 2016)
(anteriormente previstos no art.º 66.º-B do EBF)
Ex. Despesas com cabeleiros – 2.400€
Dedução: 2400/1,23x0,23x0,15= 67,32€

151

Dedução pensão de alimentos (art.º 83.º-A)

À coleta devida pelos sujeitos passivos são deduzidas 20%


das importâncias comprovadamente suportadas e não
reembolsadas respeitantes a encargos com pensões de
alimentos a que o sujeito esteja obrigado por sentença
judicial ou por acordo homologado nos termos da lei civil,
salvo nos casos em que o seu beneficiário faça parte do
mesmo agregado familiar para efeitos fiscais ou relativamente
ao qual estejam previstas outras deduções à coleta ao abrigo
do artigo 78.º.

152

76
22/03/2020

Encargos com lares (art.º 84.º)

À coleta do IRS devido pelos sujeitos passivos é dedutível um


montante correspondente a 25% do valor suportado a título de
encargos com lares, com o limite global de € 403,75.
Encargos que constem de faturas que titulem prestações de
serviços e aquisições de bens, isentos de IVA ou tributados à taxa
reduzida, comunicadas à Autoridade Tributária e Aduaneira.
A dedução abrange encargos com apoio domiciliário, lares e
instituições de apoio à terceira idade relativos aos sujeitos
passivos, bem como dos encargos com lares e residências
autónomas para pessoas com deficiência, seus dependentes,
ascendentes e colaterais até ao 3.º grau que não possuam
rendimentos superiores à retribuição mínima mensal (600€/mês
2019).
Fatura passada em nome dos SP’s que pretendem realizar a
dedução, sendo necessário mencionar o NIF do titular que se
encontra no lar no quadro 7 da folha de rosto do IRS.

153

Deduções pessoas com deficiência (art.º 87.º)


 São dedutíveis à colecta por cada sujeito passivo com deficiência
uma importância correspondente a quatro vezes o valor do IAS
(1.900€*) e por cada dependente com deficiência, bem como,
por cada ascendente com deficiência que esteja nas condições da
alínea e) do n.º 1 do artigo 79.º, uma importância igual a 1,5
vezes o valor do IAS (712,50€*);
 30% despesas de educação e reabilitação;
 25% prémios seguro de vida com o limite de 15% coleta.
 Considera-se pessoa com deficiência aquela que apresente um
grau de incapacidade permanente, devidamente comprovado
mediante atestado médico de incapacidade multiuso emitido nos
termos da legislação aplicável, igual ou superior a 60%.

* disposição transitória – art.º 98.º Lei 55-A/2010 (OE 2011)

154

77
22/03/2020

Estatuto dos Benefícios Fiscais

À colecta do IRS devido pelos sujeitos passivos são


dedutíveis alguns benefícios fiscais previstos no EBF.
 Planos Poupança Reforma 20% dos valores investidos
limite:
 400€ por sujeito passivo com idade inferior a 35 anos;
 350€ por sujeito passivo com idade compreendida
entre os 35 e os 50 anos;
 300€ por sujeito passivo com idade superior a 50 anos.
 25% valor dos donativos à entidade reconhecidas,
majorados em função do destino do donativo (art.º
61.º e sgt EBF).

155

IRS a pagar ou a receber


O IRS apurado resulta do valor da colecta deduzido das deduções à
colecta. Ao IRS apurado é possível deduzir às retenções na fonte
realizadas e pagamentos por conta (categoria B).

Colecta 8200 4200 1300


Ded.Colecta -2400 -2800 -1500
IRS apurado 5800 1400 0
Retenções na fonte -3200 -1980 0
IRS a pagar 2600 0
IRS a receber 580 0

156

78
22/03/2020

Retenções na fonte (art.º 98.º)


 Nos casos previstos nos artigos 99.º a 101.º e noutros
estabelecidos na lei, a entidade devedora dos rendimentos
sujeitos a retenção na fonte, as entidades registadoras ou
depositárias, consoante o caso, são obrigadas, no acto do
pagamento, do vencimento, ainda que presumido, da sua
colocação à disposição, da sua liquidação ou do apuramento
do respectivo quantitativo, consoante os casos, a deduzir-lhes
as importâncias correspondentes à aplicação das taxas neles
previstas por conta do imposto respeitante ao ano em que
esses actos ocorrem.
 As quantias retidas nos termos dos artigos 99.º a 101.º
devem ser entregues até ao dia 20 do mês seguinte àquele
em que foram deduzidas (guias separadas para residentes e
não residentes).
 Com a nova redação dos art.º 98.º a 101.º-D, revoga o Dl
42/91.

157

Retenções na fonte (art.º 99.º)


 Nos termos do art.º 99 n.º 1 al. a) do CIRS, as
entidades devedoras de rendimento de trabalho
dependente são obrigadas a reter o imposto no
momento do seu pagamento ou colocação à disposição
dos respetivos titulares.
 As tabelas de retenção na fonte são aprovadas através
de diplomas próprias (não existe tabela específica para
os SP casados que optem pela tributação em separado).
 Em relação aos casais em que ambos auferem
rendimentos, deixou de ser possível um dos sujeitos
passivos optar pela tabela de “casados único titular”;

158

79
22/03/2020

Retenções na fonte (art.º 99.º)


 Os rendimentos em espécie, as gratificações auferidas pela
prestação ou em razão da prestação do trabalho, quando
não atribuídas pela respectiva entidade patronal e as pensões
de alimento estão excluídos de retenção na fonte (n.º 1 art.º
99.º);
 As entidades devedoras e os titulares de rendimentos do
trabalho dependente são obrigadas a solicitar ao sujeito
passivo, no início do exercício de funções ou antes de ser
efectuado o primeiro pagamento ou colocação à disposição,
os dados indispensáveis relativos à sua situação pessoal e
familiar.
 Se o titular dos rendimentos não fornecer à entidade
devedora os elementos respeitantes à sua situação familiar,
deve aquela proceder à retenção do imposto no
pressuposto de que o titular não tem dependentes (art.º
99.º-B)

159

RF Cat. A (art.º 99.º-C)


Aplicação das tabelas de RF
 Retenções efetuados sobre as remunerações
mensalmente pagas;
 Remuneração mensal – acrescidas de qualquer outros
rendimentos da cat. A, sujeitos a RF;
 Subsídio de Férias e Natal – retenção autónoma.
 A pedido do titular, possibilidade de incluir
gratificações não atribuídas pela entidade patronal e
rendimentos em espécie (subsídios de residência
obrigatoriamente considerados para efeito RF).
 A importância apurada mediante aplicação das taxas de
retenção é arredondada para a unidade de euros
inferior (art.º 99.º-E)

160

80
22/03/2020

RF Cat. Outras categorias (art.º 101.º e sgt)


As entidades que disponham ou devam dispor de contabilidade
organizada são obrigadas a reter o imposto, mediante a aplicação, aos
rendimentos ilíquidos de que sejam devedoras as seguintes taxas:
16,5%, tratando-se de rendimentos da categoria B referidos na alínea
c) do c) do n.º 1 do artigo 3.º, de rendimentos da categoria E ou de
incrementos patrimoniais previstos nas alíneas b) e c) do n.º 1 do
artigo 9.º.
25%, tratando-se de rendimentos decorrentes das atividades
profissionais especificamente previstas na tabela a que se refere o
artigo 151.º;
11,5%, tratando-se de rendimentos da categoria B referidos na alínea
b) do n.º 1 e nas alíneas g) e i) do n.º 2 do artigo 3.º, não
compreendidos na alínea anterior.
20%, tratando-se de rendimentos da categoria B auferidos em
actividades de elevado valor acrescentado, com carácter científico,
artístico ou técnico, definidas em portaria do membro do Governo
responsável pela área das finanças, por residentes não habituais em
território português.
25%, tratando-se de rendimentos da categoria F.

161

RF Cat. Outras categorias (art.º 101.º e sgt)


A taxa é aplicada ao rendimento ilíquido sujeito a retenção, antes da
liquidação do IVA a que, sendo caso disso, deva proceder-se.
A retenção que incide sobre os rendimentos das categorias B e F
referidos no n.º 1 é efetuada no momento do respetivo pagamento ou
colocação à disposição e a que incide sobre os rendimentos da
categoria E em conformidade com o disposto no artigo 7.º
Estão sujeitos a retenção, nos termos do n.º 1, os rendimentos de
capitais e prediais auferidos no âmbito do exercício de atividades
empresariais e profissionais, …
Quando os rendimentos referidos no número anterior se encontrem
sujeitos a retenção nos termos do disposto no artigo 71.º, o seu
englobamento é sempre obrigatório, o imposto retido tem a natureza
de pagamento por conta …
Nos casos previstos no artigo 20.º, o rendimento não é objeto de
retenção na fonte (Transparência Fiscal).
Sempre que os rendimentos decorrentes do arrendamento se
enquadrem na categoria B, o locador deve comunicar esse facto ao
locatário.

162

81
22/03/2020

Dispensa de Retenção na Fonte (art.º 101.º-B)


 Estão dispensados de retenção na fonte, exceto quando esta
deva ser efetuada mediante taxas liberatórias:
 Os rendimentos da categoria B, com exceção das comissões
por intermediação na celebração de quaisquer contratos, e
da categoria F, quando o respetivo titular preveja auferir, em
cada uma das categorias, um montante anual inferior ao
fixado no n.º 1 do artigo 53.º do Código do IVA;
 As importâncias que respeitem a reembolso de despesas
efetuadas em nome e por conta do cliente ou a reembolso
de despesas de deslocação e estada, no âmbito da categoria
B, devidamente documentadas, correspondentes a serviços
prestados por terceiros e que sejam, de forma inequívoca,
direta e totalmente imputáveis a um cliente determinado;
 Os rendimentos da categoria B referidos nas alíneas c), d), e),
f) e h) do n.º 2 do artigo 3.º;
 Os rendimentos da categoria E, sempre que o montante de
cada retenção seja inferior a € 5.

163

Dispensa de Retenção na Fonte (art.º 101.º-B)


 A dispensa de retenção nos termos das alíneas a) e b)
do n.º 1 é facultativa, devendo os titulares que dela
queiram aproveitar exercer o direito mediante
aposição, nos recibos de quitação das importâncias
recebidas, da seguinte menção: 'Sem retenção, nos
termos do n.º 1 do artigo 101.º-B do Código do IRS.'
 A faculdade de dispensa de retenção relativa aos
rendimentos previstos na alínea a) do n.º 1:
a) Não pode ser exercida por titulares que, no ano
anterior, tenham auferido rendimentos de montante
igual ou superior ao limite ali estabelecido (10.000€);
b) Cessa no mês seguinte àquele em que tiver sido
atingido o limite nela fixado.

164

82
22/03/2020

Pagamentos por conta (art.º 102.º)


 A titularidade de rendimentos da categoria B determina, para os
respectivos sujeitos passivos, a obrigatoriedade de efectuarem três
pagamentos por conta do imposto devido a final, até ao dia 20 de
cada um dos meses de Julho, Setembro e Dezembro.
 A totalidade dos pagamentos por conta é igual a 76,5% do
montante calculado com base na seguinte fórmula:
C x (RLB/RLT) - R
em que as siglas utilizadas têm o seguinte significado:
C = coleta do penúltimo ano, líquida das deduções a que se refere
o n.º 1 do artigo 78.º, com exceção da dedução constante da
alínea i);
R = total das retenções efetuadas no penúltimo ano sobre os
rendimentos da categoria B;
RLB = rendimento líquido positivo do penúltimo ano da categoria
B;
RLT = rendimento líquido total do penúltimo ano

165

Pagamentos por conta (art.º 102.º)

Caso prático:
João Santos auferiu os seguintes rendimentos líquidos em 2014:
Categoria A - 22 000,00
Categoria B - 40 000,00
Colecta líquida do IRS - 14 000,00
Retenções na fonte das Categorias B - 800,00
Determine o valor de cada pagamento por conta a efectuar por
João Santos e refira as datas em que os mesmos devem ser
pagos.
PC=0,765x(14000x40000/62000-800)=6.297,68€
Deverá realizar três PC de 2.100€, 20/07, 20/09 e 20/12 de
2016.

166

83
22/03/2020

Pagamentos por conta (art.º 102.º)


 Cessa a obrigatoriedade de serem efectuados os pagamentos por
conta quando:
a) Os sujeitos passivos verifiquem, pelos elementos de que
disponham, que os montantes das retenções que lhes tenham sido
efectuadas sobre os rendimentos da categoria B, acrescidos dos
pagamentos por conta eventualmente já efectuados e relativos ao
próprio ano, sejam iguais ou superiores ao imposto total que será
devido;
b) Deixem de ser auferidos rendimentos da categoria B.
 Os pagamentos por conta podem ser reduzidos pelos sujeitos
passivos quando o pagamento por conta for superior à diferença
entre o imposto total que os sujeitos passivos julgarem devido e os
pagamentos já efectuados
 Os titulares de rendimentos das categorias A e H, cujas entidades
devedoras dos rendimentos não se encontrem abrangidas pela
obrigação de retenção na fonte prevista no artigo 99.º, podem,
querendo, efetuar pagamentos por conta do imposto devido a final,
desde que o montante de cada entrega seja igual ou superior a €
50.

167

Obrigações acessórias (art.º 112.º e sgt)


Principais alterações:
 Estão dispensados de apresentação da declaração de início de
atividade os sujeitos passivos que apenas aufiram, na categoria B,
subsídios ou subvenções no âmbito da PAC de montante anual
inferior a quatro vezes o valor do IAS (n.º 8 art.º 112.º).
 Emissão de recibos e faturas (art.º 115.º, n.º 1 e portaria 338/15,
8/10).
 Preencher modelo 2 do Imposto Selo (comunicação contratos).
 Os titulares dos rendimentos da categoria F são obrigados (n.º 5
art.º 115.º):
a) A passar recibo de quitação, em modelo oficial, de todas as
importâncias recebidas dos seus inquilinos, pelo pagamento das
rendas referidas nas alíneas a) a e) do n.º 2 do artigo 8.º, ainda que
a título de caução, adiantamento ou reembolso de despesas; ou
b) A entregar à Autoridade Tributária e Aduaneira uma declaração
de modelo oficial que descrimine os rendimentos mencionados na
alínea anterior até ao fim do mês de janeiro de cada ano, por
referência ao ano anterior (modelo 44).

168

84
22/03/2020

Obrigações acessórias (art.º 112.º e sgt)


Principais alterações:
 Obrigações de registo dos SP sem contabilidade
organizada (art.º 116.º).
Centralização, arquivo e escrituração (art.º 118.º)
 Os sujeitos passivos são obrigados a centralizar a
contabilidade ou a escrituração referidas nos artigos
anteriores no seu domicílio fiscal ou em
estabelecimento estável ou instalação situados em
território português, devendo neste último caso
indicar, na declaração de início ou na declaração de
alterações, a sua localização.
 Os sujeitos passivos são obrigados a conservar em
boa ordem os livros, registos contabilísticos e
respetivos documentos de suporte durante 12 anos.

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Obrigações acessórias (art.º 112.º e sgt)


Comunicação de rendimentos e retenções (art.º 119.º)
 Entregar à Autoridade Tributária e Aduaneira uma
declaração de modelo oficial, referente aos rendimentos
pagos ou colocados à disposição e respetivas retenções
de imposto, de contribuições obrigatórias para regimes de
proteção social e subsistemas legais de saúde, bem como
de quotizações sindicais até ao 10 mês seguinte Cat A
(DMR) e final do mês de janeiro do ano seguinte
restantes categorias (modelo 10).
 Entidades devedoras ou as entidades que paguem ou
coloquem à disposição dos respetivos titulares residentes
os rendimentos a que se refere o artigo 71.º devem
entregar à Autoridade Tributária e Aduaneira, até ao final
do mês de fevereiro de cada ano, uma declaração, de
modelo oficial, referente àqueles rendimentos e respetivas
retenções de imposto, relativas ao ano anterior (n.º 12.)

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22/03/2020

Obrigações acessórias (art.º 112.º e sgt)


Obrigação de comprovar elementos das declarações (art.º
128.º)
1 - As pessoas sujeitas a IRS devem apresentar, no prazo de
15 dias, os documentos comprovativos dos rendimentos
auferidos, das deduções e de outros factos ou situações
mencionadas na respetiva declaração, quando a Autoridade
Tributária e Aduaneira os exija.
2 - O prazo previsto no número anterior é alargado para
25 dias quando o sujeito passivo invoque dificuldade na
obtenção da documentação exigida.
3 - A obrigação estabelecida no n.º 1 mantém-se durante
os quatro anos seguintes àquele a que respeitem os
documentos.
4 - O extravio dos documentos referidos no n.º 1 por
motivo não imputável ao sujeito passivo não o impede de
utilizar outros elementos de prova daqueles factos.

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