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PENAL

Prof. Esp. Arnaldo Quaresma Jr.


Profa. Ma. Letícia Neves
Prof. Me. Mauro Stürmer
Prof. Me. Nidal Ahmad
Enfrentando a 2ª Fase em Penal:

• Cada peça tem uma estratégia e teses bem definidas

1. Prisão em Flagrante Ilegal 2. Prisão em Flagrante Legal

Peça: Relaxamento de Prisão Peça: Liberdade Provisória


Base Legal: art. 310, I, do CPP e art. 5º, LXV, CF/88 Base Legal: art. 310, III, do CPP, art. 321 CPP, art.
Teses: Buscar no enunciado ilegalidades na prisão. 5º, LXVI, CF/88
Teses: Buscar no enunciado a ausência dos
requisitos da preventiva (art. 321 CPP);
Prisão em
excludente de ilicitude (art. 310, parágrafo único,
Flagrante Ilegal:
CPP).

Prisão em
Flagrante Legal:

• Lembre-se do seguimento processual e verifique onde o processo parou!

“PEDIU PRA PARAR, PAROU!”


Linha do tempo
Fase Extrajuducial

Quando não for o caso de conversão da


prisão em flagrante em preventiva

Prisão legal Se indeferido, Se denegado,


Liberdade provisória
habeas corpus ROC

Ausência dos requisitos da preventiva - art. 321 do CPP e


FLAGRANTE Excludentes da ilicitude - art. 310, § único, do CPP
Medidas cautelares - art. 319 do CPP
DELITO
Se indeferido, Se denegado,
Prisão ilegal Relaxamento da prisão
habeas corpus ROC

Formal ou material

Pedido de revogação Se indeferido, Se denegado,


Prisão legal
da preventiva habeas corpus ROC
JUIZ DECRETA A
PRISÃO PREVENTIVA
Pedido de Se indeferido, Se denegado,
Prisão ilegal
relaxamento da prisão habeas corpus ROC
Linha do tempo
Fase Extrajuducial

Pedido de revogação Se indeferido, Se denegado,


Prisão legal
da temporária habeas corpus ROC

JUIZ DECRETA A Se o enunciado referir


PRISÃO peça privativa de
advogado
TEMPORÁRIA
Relaxamento da Se indeferido, Se denegado,
Prisão ilegal
prisão habeas corpus ROC
Identificação Peça Base legal Teses Pedido
Prisão em Relaxamento Art. 310, I, CPP e Buscar no enunciado ilegalidades na Relaxamento +
flagrante ilegal da prisão art. 5 °, LXV, CF/88. prisão Alvará de soltura

Art. 310, III, CPP, Ausência dos requisitos da preventiva


Prisão em Liberdade Liberdade + Alvará
art. 321 CPP, art. 5°, (art. 321 CPP); excludente de ilicitude
flagrante legal provisória de soltura
LXVI, CF/88 (art. 310, parágrafo único, CPP).

Preliminares (nulidades) e mérito


(causas excludentes de ilicitude, Absolvição
Parou em Resposta à culpabilidade, salvo a sumária, com base no
Art. 396/396-A CPP
citação Acusação inimputabilidade, excludentes de artigo 397 do CPP
tipicidade e extintivas de +inciso correspondente
punibilidade)

Parou em audiência
Art. 403, § 3°, do Pedido de
de instrução ou na
CPP ou art. 404, absolvição, com
informação que o MP Memoriais Preliminares e mérito (MATICS).
parágrafo único, base no artigo
pugnou pela
do CPP 386 CPP.
condenação

Pedido de
Parou em
Apelação Art. 593, I, do CPP Preliminares e mérito (MATICS). absolvição, com base
sentença
no artigo 386 CPP.
MATICS

•Materialidade, autoria, tipicidade, ilicitude, culpabilidade e subsidiariedade

Causas excludentes de tipicidade Excludentes de culpabilidade


• tais como crime impossível (art. 17 do CP), • art. 21, 22, 26, "caput", 28, § 1 º, do CP.
princípio da insignificância (que não tem previsão
na lei, tratando-se de entendimento doutrinário e
jurisprudencial), ausência de dolo e culpa, erro de Teses subsidiárias
tipo invencível, Súmula vinculante nº 24 do STF. • guardam relação com a possibilidade de buscar,
na eventualidade de o juiz proferir sentença
Excludentes de ilicitude condenatória, amenizar a situação do réu,
arguindo teses no sentido de que a pena seja a
• o rol está no artigo 23 do CP, ao passo que o
menor possível, o regime carcerário ser fixado no
conceito de estado de necessidade está no artigo
mais brando, substituição da pena privativa de
24 do CP e o de legítima defesa no art. 25 do CP.
liberdade em restritiva de direito sursis... Sugere-
se você seguir o checklist do artigo 59 do CP,
conforme dito em aula e consta expressamente
no material de apoio.
Exemplos de subsidiariedade

Do afastamento dos maus antecedentes Da atenuante da menoridade


• Exemplo: Foi juntada folha de antecedentes • Exemplo: Conforme se verifica, o réu era menor
contendo a informação de que o réu responde a de 21 anos na data dos fatos. Logo, incide a
outro processo pelo porte ilegal de arma. Todavia, atenuante da menoridade relativa, prevista no
nos termos da Súmula 444 do Superior Tribunal artigo 65, inciso I, do Código Penal. Assim, requer
de Justiça, não é possível utilizar ações penais em seja reconhecida a atenuante da menoridade
curso e inquéritos policiais para elevar a pena- relativa.
base. Além disso, considerar outro processo em
curso pelo porte ilegal de arma como maus Da confissão espontânea
antecedentes viola o princípio da presunção da
inocência, previsto no artigo 5º, inciso LVII, da • Exemplo: Ao ser interrogado, o réu confessou
Constituição Federal. Logo, requer seja afastada a que utilizou o veículo sem autorização, mas que
hipótese de considerar o réu com maus sua intenção era devolvê-lo. Logo, incide a
antecedentes e, por consequência, fixada a pena- atenuante da confissão espontânea, prevista no
base no mínimo legal. artigo Art. 65, inciso III, alínea “d”, do Código Penal.
Assim, requer seja reconhecida a atenuante da
confissão espontânea.
Do regime carcerário aberto Da substituição da pena privativa de
• Exemplo: O crime de furto simples tem pena liberdade por pena restritiva de direitos
máxima de 04 anos. Logo, na hipótese de • Exemplo: Quando se trata de crime praticado
eventual condenação, o Magistrado deverá fixar o sem violência ou grave ameaça, em que
regime aberto, nos termos do artigo 33, §2º, alínea eventual pena não seja superior a 04 anos, cabe,
“c”, do Código Penal, já que é primário e as no caso, a conversão da pena privativa de
circunstâncias judiciais do artigo 59 do Código liberdade em restritiva de direitos, nos termos
Penal são favoráveis. do artigo 44 do Código Penal.

FIQUE LIGADO! Tudo que você abordar


durante a peça, você deve pedir ao final! Não
esqueça!
Pedidos

Exemplo: - Seja fixado o regime aberto para início do


Ante o exposto, requer o denunciado: cumprimento da pena;
- Seja declarada a extinção da punibilidade, com - Seja substituída a pena privativa de liberdade
base no art. 107, inciso IV, do Código Penal; por restritiva de direitos.
- A absolvição, com fulcro no art. 386, inciso III,
do CPP;
- Seja afastada a hipótese de maus antecedentes
e fixada a pena-base no mínimo legal;
- Seja reconhecida a atenuante da menoridade
relativa;
- Seja reconhecida a atenuante da confissão
espontânea;
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VERDE
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Fase Judicial um mapa mental
1ª Instância referente ao assunto!

Fase
Extrajudicial Denúncia
IP QUEIXA-CRIME
(art. 30, 41, 44 do CPP)
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Formal
a) RELAXAMENTO DE PRISÃO Ilegal
Art. 310, I, do CPP Material M aterialidade (I e II)
Art. 5º, LXV, da CF A utoria (IV)
T ipicidade (III)
Art. 386 do CPP
b) LIBERDADE PROVISÓRIA Legal I licitude (VI)
Art. 5º, LXVI, da CF Art. 310, III, do CPP C ulpabilidade (VI)
S ubsidiariedade (art. 59 do CP)
c) PEDIDO DE REVOGAÇÃO DA Legal
PREVENTIVA OU TEMPORÁRIA Art. 316 do CPP
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Linha do tempo
VERDE
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referente ao assunto!
Fase Judicial Trânsito em julgado
2ª Instância REVISÃO CRIMINAL
Art. 621 do CPP
HABEAS CORPUS
Art. 647 e 648 do CPP e
Art. 5º, LXVIII, da CF

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EXECUÇÃO PENAL
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Art. 382 do CPP a) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Art. 619 do CPP
b) EMBARGOS INFRINGENTES OU DE NULIDADE
(decisão NÃO unânime. Ex: 2 a 1)
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P ES Art. 609, p. único, do CPP
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d) RECURSO ESPECIAL
Art Art. 105, III, da CF
Art. 102, II, "a", da CF - STF
e) ROC
Art. 105, II, "a", da CF - STJ
Procedimento do Júri
Identificação Peça Base legal Teses Pedido

Impronúncia,
Parou em audiência
absolvição sumária e
de instrução ou na Art. 403, §3º, do
Preliminares desclassificação, além de
informação que o Memoriais CPP ou art. 404 do
e mérito afastar qualificadoras e
MP pugnou pela CPP causas de aumento de
pronúncia
pena

Impronúncia,
absolvição sumária e
Parou em decisão Recurso em Preliminares desclassificação, além de
Art. 581, IV, do CPP
de pronúncia Sentido Estrito e mérito afastar qualificadoras e
causas de aumento de
pena
Apelação das decisões do Juiz Presidente - 2ª Fase do Júri - Art. 593, III, CPP
Base legal Hipótese de Cabimento Pedido

- Acolhimento / Reconhecimento
Art. 593, III, a, CPP Ocorrer nulidade posterior à pronúncia da nulidade, com submissão do
réu a novo júri

A sentença do Juiz Presidente for


- Retificação da decisão / art.
Art. 593, III, b, CPP contrária à letra expressa da Lei ou à
593, §1º, CPP
decisão dos jurados

Art. 593, III, c, CPP Quando houver erro ou injustiça à aplicação - Retificação da pena / art.
da pena ou da medida de segurança 593, §2º, CPP

Quando a decisão dos jurados for - Nulidade do julgamento,


Art. 593, III, d, CPP manifestamente contrária à prova dos submissão do réu a novo Júri -
autos art. 593, §3º, CPP

Lembrar - Súmula 713 do STF - indicar a alínea que deseja recorrer.


Prazo: 5 dias para interpor - art. 593, caput, CPP / 8 dias para razões e 8 dias para contrarrazões - art. 600, CPP
Assistente de Acusação habilitado - prazo 5 dias / Assistente de Acusação não habilitado - prazo 15 dias - art.
598 do CPP
Clique nas peças que

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Denúncia 1ª Fase do Júri referente ao assunto!
Fase Juridicium accusationis ou Sumário
Extrajudicial Queixa-crime de Culpa (Fase da Acusação)
IP Art. 406 – 421 do CPP
(art. 29 do CPP) 2ª Fase:
Subsid. Pública ou Plenário do Júri
Crimes Conexos

Pronúncia - Art. 413 do CPP


Rejeição - RESE (Art. 581, I, do CPP) o- Recurso: RESE, art. 581, IV, CPP
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da denúncia a a ção esp 6 do ista 9 do A 411 5
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ou queixa u C t. 4
t. 4 A 40 394,
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DECISÃO Absolvição Sumária - Art.
415 do CPP
Recurso: Apelação, art.
Ver: Art. 412 do CPP 416, CPP
90 dias
Desclassificação - Art. 419
Não há previsão logo e expressa do CPP
de Absolvição Sumária antes da Recurso: RESE, art. 581, II, CPP
Aud. de Instrução Processual.
Matéria controvertida – ver
material

*Queixa-Crime: Subsidiária de
APPÚB – Incond.
Queixa-Crime: Crimes conexos.
Linha do tempo
2ª Fase do Júri
Preparação do Processo até a
Sessão Plenária Recurso Cabível
Sentença 2ª
Fase:

APELAÇÃO
Apelação –
art. 593, III, CPP

Votação dos
Pronúncia Art. 473 do CPP Jurados
Sessão Plenário Debates Orais: Art. 480, §1º, do SENTENÇA
do Júri Art. 476 do CPP CPP 2ª Fase do Júri Súmula
*Sorteio dos 713 do STF
jurados Quesitação
-Art. Ofendido Acusação
-T.A/T.D Defesa Art. 483 do CPP
Art. 431 do CPP Réplica Art.
Preparação Intimação das -Demais provas Art. 488 do CPP
- Interrogatório Tréplica Art. 489 do CPP 492 do CPP
do Processo partes

Art. 422 do
CPP Processo
incluído na
pauta de
julgamento Clique na peça que
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referente ao assunto!
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA

Princípio do Juiz Natural Lei processual que altera as regras de


•Art. 5º da CF/88,
competência
Inciso XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de Art. 2º: A lei processual penal aplicar-se-á desde
exceção; logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados
Inciso LIII - ninguém será processado nem sob a vigência da lei anterior.
sentenciado senão pela autoridade competente
Competência - Espécies
Características da Jurisdição
Ratione materiae: Em razão da matéria.
Substitutividade: a Jurisdição é a atividade
Ratione Personae: Em razão da pessoa.
desenvolvida pelo órgão judicial em substituição
Ratione Loci: Em razão do local
as partes.
Inércia: Não há, como regra, prestação
jurisdicional de ofício. O Poder Judiciário deve ser
provocado.
Exceção: Concessão de HC de ofício.
Coisa Julgada: impossibilidade de decisão judicial
se revista por órgão estranho ao poder judiciário.
Guia de fixação de competência
Competência originária – o acusado tem foro por prerrogativa de função?
Competência de jurisdição – qual é a justiça competente?
Competência territorial – qual a comarca competente?
Competência de juízo – qual a vara competente?
Competência interna – qual o juiz competente?
Competência recursal – para onde vai o recurso?

Restrição ao foro por prerrogativa de função


As normas da Constituição de 1988 que estabelecem as hipóteses de foro por prerrogativa de função
devem ser interpretadas restritivamente, aplicando-se apenas aos crimes que tenham sido praticados
durante o exercício do cargo e em razão dele. Assim, por exemplo, se o crime foi praticado antes de o
indivíduo ser diplomado como Deputado Federal, não se justifica a competência do STF, devendo ele ser
julgado pela 1ª instância mesmo ocupando o cargo de parlamentar federal. Além disso, mesmo que o
crime tenha sido cometido após a investidura no mandato, se o delito não apresentar relação direta com
as funções exercidas, também não haverá foro privilegiado. Foi fixada, portanto, a seguinte tese: O foro por
prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos (1) durante o exercício do cargo e (2)
relacionados às funções desempenhadas. STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado
em 03/05/2018 (Info 900)
Art. 69 do CPP - Competência pelo lugar da infração

Art. 70 do CPP - Competência Jurisdicional

Art. 72 do CPP - Competência pelo domicílio ou residência do réu

Art. 73 do CPP - Foro de Eleição em Processo Penal


Art. 76 do CPP - Competência será determinado pela conexão

Art. 77 do CPP - Competência será determinado pela continência


Artigos importantes:
Art. 78 do CPP - Regras da competência por conexão/continência

Art. 79 do CPP

Art. 83 do CPP - Competência por prevenção

Art. 89 do CPP

Art. 90 do CPP
Crimes contra a Vida

Em regra, o CPP acolhe a teoria do resultado, considerando como lugar do crime o local onde o delito
se consumou (crime consumado) ou onde foi praticado o último ato de execução (no caso de crime
tentado), nos termos do art. 70 do CPP. Excepcionalmente, no caso de crimes contra a vida (dolosos ou
culposos), se os atos de execução ocorreram em um lugar e a consumação se deu em outro, a
competência para julgar o fato será do local onde foi praticada a conduta (local da execução). Adota-se
a teoria da atividade. STF. 1ª Turma. RHC 116200/RJ, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 13/8/2013

Súmula 122 do STJ


Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competência
federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, a, do Código de Processo Penal.

ATENÇÃO!
Art. 88 do CPP: No processo por crimes praticados fora do território brasileiro,
será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido
o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da
Capital da República.
Órgão da Justiça Federal Competência Criminal da Justiça Eleitoral

Segundo o Art. 106 da CF: Compete à Justiça Eleitoral julgar os crimes


Tribunais Regionais Federais eleitorais e os comuns que lhes forem conexos.
Juízes Federais Cabe à Justiça Eleitoral analisar, caso a caso, a
existência de conexão de delitos comuns aos
Cuidado: O STJ é um Tribunal Nacional – não delitos eleitorais e, em não havendo, remeter os
faz parte da Justiça Federal. casos à Justiça competente. STF. Plenário. Inq 4435
AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado
em 13 e 14/3/2019 (Info 933).

Competência da Justiça Militar


JMU – julga civil
JME – NUNCA julgará civil (apenas militares
estaduais)
Competência dos Juízes Federais

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:


IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse
(BIS) da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e
ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o
resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o §5º deste artigo;
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a
finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de
direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça,
em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça
Federal.
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema
financeiro e a ordem econômico-financeira;
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;
Súmula 140 do STJ: Compete à Justiça Fundação Pública Federal – FURG:
Comum Estadual processar e julgar crime
em que o indígena figure como autor ou
▪Justiça Federal
vítima.
Bens Tombados:

Crime contra Sociedades de Economia Mista:


▪Depende de quem tombou.
–BB Desvio de Verba Federal
–Petrobras
Súmula 42 do STJ – Compete a Justiça Comum Súmulas 208 e 209 do STJ.
Estadual processar e julgar as causas cíveis em que é Verba já incorporada ao patrimônio do
parte sociedade de economia mista e os crimes Município – JE
praticados em seu detrimento. Verba sujeita a prestação de contas junto ao
TCU – JF
Crimes contra os Correios:
▪Exploração direta pela ECT: JF Ver: art. 109 da CF/88

▪Franquia: Justiça Estadual


Crimes de Contrabando e Descaminho Crime cometido contra Funcionário Público
Federal em razão de sua função
Súmula 151 do STJ: A competência para o processo e
julgamento por crime de contrabando ou Justiça Federal - Súmula 147 do STJ - Compete à
descaminho define-se pela prevenção do Juízo Justiça Federal processar e julgar os crimes
Federal do lugar da apreensão dos bens. praticados contra funcionário público federal,
quando relacionados com o exercício da função.

Alguns julgados importantes sobre a matéria:

Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime ambiental de caráter transnacional que envolva animais
silvestres, ameaçados de extinção e espécimes exóticas ou protegidas por compromissos internacionais
assumidos pelo Brasil. STF. Plenário. RE 835558-SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 09/02/2017 (repercussão
geral).
Crimes contra a honra praticados pelas redes sociais da internet: competência da JUSTIÇA ESTADUAL (regra
geral) STJ. CC 121.431-SE, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 11/4/2012.
Compete à justiça FEDERAL processar e julgar o crime de redução à condição análoga à de escravo (art. 149
do CP). O tipo previsto no art. 149 do CP caracteriza-se como crime contra a organização do trabalho e,
portanto, atrai a competência da justiça federal (art. 109, VI, da CF/88). STF. Plenário. RE 459510/MT, rel. orig.
Min. Cezar Peluso, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 26/11/2015 (Info 809).

Súmula 546 do STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em
razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não importando a qualificação do
órgão expedidor.

Crime praticado em Banco Postal

Compete à Justiça Estadual (e não à Justiça Federal) processar e julgar ação penal na qual se apurem infrações
penais decorrentes da tentativa de abertura de conta corrente mediante a apresentação de documento falso
em agência do Banco do Brasil (BB) localizada nas dependências de agência da Empresa Brasileira de Correios
e Telégrafos (ECT) que funcione como Banco Postal. STJ. 3ª Seção. CC 129.804-PB, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 28/10/2015 (Info 572).
Competência para crimes dolosos contra a Crimes de moeda falsa:
vida praticados com violência doméstica:
Em regra, é de competência da Justiça Federal,
A Lei de Organização Judiciária poderá prever que pois é de competência da União emitir moeda
a 1ª fase do procedimento do júri seja realizada na (Art. 21, VII da CF). E mesmo se a falsificação for de
Vara de Violência Doméstica em caso de crimes moeda estrangeira, a competência continua da
dolosos contra a vida praticados no contexto de Justiça Federal, porque compete ao Banco
violência doméstica. Não haverá usurpação da Central fiscalizar a circulação de moeda
competência constitucional do júri. Apenas o estrangeira em território nacional. Entretanto,
julgamento propriamente dito é que, quando a falsificação de moeda é grosseira, não
obrigatoriamente, deverá ser feito no Tribunal do se trata de crime de moeda falsa, pois se a
Júri. STF. 2ª Turma. HC 102150/SC, Rel. Min. Teori falsificação é capaz de enganar alguém e se
Zavascki, julgado em 27/5/2014 (Info 748) obteve a vantagem ilícita trata-se de crime de
estelionato, logo, é de competência da justiça
estadual, no teor da Súmula 73 do STJ.
LEI 11.343/06

Norma Penal em Branco Muita atenção:


• A Lei 11.343/06 – é uma Norma Penal em Branco Não gera reincidência - Cabe ressaltar
(Portaria 344 da Anvisa) que as condenações anteriores por
contravenções penais não são aptas a
gerar reincidência, tendo em vista o que
Combinação de Leis
dispõe o artigo 63 do Código Penal, que
• Súmula 501 do STJ - É cabível a aplicação
apenas se refere a crimes anteriores. E, se
retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o
as contravenções penais, puníveis com
resultado da incidência das suas disposições, na
íntegra, seja mais favorável ao réu do que o
pena de prisão simples, não geram
advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo reincidência, mostra-se desproporcional
vedada a combinação de leis. o delito do artigo 28 da Lei 11.343/2006
configurar reincidência, tendo em vista
Usuário (art. 28) que nem é punível com pena privativa de
• Relatório do Delegado (art. 52) liberdade (REsp 1.672.654/SP, j. 21/08/2018)
• Crime sui generis
Traficante (art. 33) – Hediondo
Causas de Aumento de Pena
Cuidado
Não configura crime a importação de • Súmulas selecionadas
pequena quantidade de sementes de • Cuidado
maconha. STF. 2ª Turma. HC 144161/SP, Rel. Súmula 587 do STJ: Para a incidência da
Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/9/2018 (Info majorante prevista no artigo 40, V, da Lei
915). 11.343/06, é desnecessária a efetiva
transposição de fronteiras entre estados da
Tráfico Privilegiado federação, sendo suficiente a demonstração
inequívoca da intenção de realizar o tráfico
• Art. 33 § 4º - Nos delitos definidos no caput e no
interestadual.
§ 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas
Súmula 607 do STJ: A majorante do tráfico
de um sexto a dois terços, vedada a conversão em
transnacional de drogas (artigo 40, inciso I, da
penas restritivas de direitos, desde que o agente
Lei 11.343/06) configura-se com a prova da
seja primário, de bons antecedentes, não se
destinação internacional das drogas, ainda
dedique às atividades criminosas nem integre
que não consumada a transposição de
organização criminosa.
fronteiras.
• Atenção: Não incide a causa de aumento de
pena do art. 40, III, no caso de o agente apenas
transportar a droga no transporte público.
Parte Processual Instrução
• Art. 28 – Lei 9.099/95
1.Interrogatório (um dos únicos procedimentos
onde o interrogatório não é o último ato
Outros Crimes: processual); CONFORME A LEI

• Denúncia
• Notificação para Defesa Prévia 2. Testemunhas de acusação (5)
• Pedido Principal – REJEIÇÃO DA DENÚNCIA
(art. 395 do CPP)
• Caso entenda pelo Recebimento:
a) Desclassificação de porte para consumo (art. 28 3. Testemunhas de defesa (5)
da Lei nº 11.343/06), com o encaminhamento do
processo ao JECrim;
b) Absolvição Sumária na forma do art. 397 do
4. Debates (20 min + 10 min)
CPP;
• Recebimento da Denúncia

5. Julgamento - Sentença imediata ou em 10


dias (58)
Defesa Prévia/Preliminar • A atual Lei Brasileira é uma Lei de 3
Lavagem
• Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a de geração, pois aceita qualquer
notificação do acusado para oferecer defesa infração como antecedente para a
Capitais
prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. Lavagem;
• § 1º Na resposta, consistente em defesa • Fases da Lavagem: Introdução,
preliminar e exceções, o acusado poderá arguir Dissimulação e Reintegração;
preliminares e invocar todas as razões de defesa,
• Crime antecedente – deve ser
oferecer documentos e justificações, especificar as
crime produtor de bens ou dinheiro;
provas que pretende produzir e, até o número de
5 (cinco), arrolar testemunhas. • Justa Causa Duplicada (na Inicial o
MP deve trazer a justa causa do
Meios de Prova crime de lavagem e da infração
antecedente)
• Sempre mediante autorização judicial:
• Competência – definido pela
a) Infiltração de agentes de Polícia
competência para o crime
b) Não atuação policial (ação controlada)
antecedente.
• Cuidado: A Ação controlada na Lei 12.850/13 (art.
8) será apenas e tão somente necessário • Não se aplica o Art. 366 do CPP.
comunicar ao Juiz. • O STF admite a autolavagem.
LEI DE TORTURA § 1º Na mesma pena incorre quem submete
pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a
Art. 1º Constitui crime de tortura: sofrimento físico ou mental, por intermédio da
I - constranger alguém com emprego de violência prática de ato não previsto em lei ou não
ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico resultante de medida legal.
ou mental: § 2º Aquele que se omite em face dessas
a) com o fim de obter informação, declaração ou condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou
confissão da vítima ou de terceira pessoa; (prova) apurá-las, incorre na pena de detenção de um a
b) para provocar ação ou omissão de natureza quatro anos. (essa tortura não é etiquetado como
criminosa; (crime) crime hediondo)
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
(racismo) Tortura Qualificada
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou
• § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave
autoridade, com emprego de violência ou grave
ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental,
dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a
como forma de aplicar castigo pessoal ou medida
dezesseis anos.
de caráter preventivo. (Castigo)
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Obs1.: Trata-se de crime preterdoloso (dolo na
Consequências da condenação pelo
tortura e culpa na lesão ou no resultado morte)
Delito de Tortura
Obs2.: Não confundir com Homicídio Qualificado
pela Tortura.
• § 5º A condenação acarretará a perda do cargo,
função ou emprego público e a interdição para
Causas de Aumento de Pena seu exercício pelo dobro do prazo da pena
aplicada. (Automático – não necessita constar
• § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um expressamente da sentença)
terço: • § 6º O crime de tortura é inafiançável e
• I - se o crime é cometido por agente público (art. insuscetível de graça ou anistia.
327 do CP) • § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei,
• II – se o crime é cometido contra criança, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o cumprimento
gestante, portador de deficiência, adolescente ou da pena em regime fechado.
maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela
Lei nº 10.741, de 2003)
Para o STJ (HC 123316/SE) a fixação
• III - se o crime é cometido mediante sequestro.
do regime inicial fechado fere o
princípio da Individualização da
pena.
Extraterritorialidade da Lei de Tortura LEI DE TERRORISMO - LEI 13.260/2016

• Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda Art. 2º da Lei 13.260/16 - O terrorismo consiste na
quando o crime não tenha sido cometido em prática por um ou mais indivíduos dos atos
território nacional, sendo a vítima brasileira ou previstos neste artigo, por razões de xenofobia,
encontrando-se o agente em local sob jurisdição discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e
brasileira. religião, quando cometidos com a finalidade de
provocar terror social ou generalizado, expondo a
perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a
Cuidado – Tortura por Policial é ato de incolumidade pública.
improbidade administrativa. A doutrina apresenta quatro elementos
caracterizadores:
• A tortura de preso custodiado em delegacia
praticada por policial constitui ato de Atos de Violência
improbidade administrativa que atenta contra os
princípios da administração pública. (STJ)
Elemento Teleológico

Elemento Teatral

3. Testemunhas de defesa (5)


Ausência de Arrependimento ou culpa
Causa de Atipicidade Formal Competência da JF e Atribuição da PF
• § 2º do art. 2 - O disposto neste artigo não se • Art. 11. Para todos os efeitos legais, considera-se
aplica à conduta individual ou coletiva de pessoas que os crimes previstos nesta Lei são praticados
em manifestações políticas, movimentos sociais, contra o interesse da União, cabendo à Polícia
sindicais, religiosos, de classe ou de categoria Federal a investigação criminal, em sede de
profissional, direcionados por propósitos sociais inquérito policial, e à Justiça Federal o seu
ou reivindicatórios, visando a contestar, criticar, processamento e julgamento, nos termos do
protestar ou apoiar, com o objetivo de defender inciso IV do art. 109 da Constituição Federal.
direitos, garantias e liberdades constitucionais,
sem prejuízo da tipificação penal contida em lei. Aplicação de outras importantes
legislações aos Crimes de Terrorismo
Punição de Atos de Terrorismo
• Art. 16. Aplicam-se as disposições da Lei nº
•Art. 5º Realizar atos preparatórios de terrorismo 12.850, de 2 agosto de 2013, para a investigação,
com o propósito inequívoco de consumar tal processo e julgamento dos crimes previstos nesta
delito: Lei. (alteração introduzidas pelo art. 19 desta lei)
•Pena - a correspondente ao delito consumado, •Art. 17. Aplicam-se as disposições da Lei no 8.072,
diminuída de um quarto até a metade. de 25 de julho de 1990, aos crimes previstos nesta
Lei.
CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA - LEI 8.137/90

Princípio da Insignificância Competência para julgamento

• O Supremo Tribunal Federal e o Superior • Vai depender do ente que instituiu o tributo.
Tribunal de Justiça destoavam quanto ao valor • Assim, se o tributo sonegado for da competência
empregado. da União, o crime será julgado na Justiça Federal,
• STJ R$10.000,00 (dez mil reais) - Lei 10.522/02 se estadual ou municipal a competência será da
• STF R$ 20.000,00 (vinte mil reais) - Portaria do Justiça Estadual.
Ministério da Fazenda de nº 75, de 22 de março de
2012 Qual será a Justiça competente em caso de
• Hoje – STF e STJ - R$ 20.000,00 (vinte mil reais) conexão entre crimes da Justiça Federal e
Estadual (Ex.: supressão de IR e ICMS)?

• Competirá a Justiça Federal processar e julgar o


APLICA-SE APENAS PARA IMPOSTOS
fato, nos exatos termos da súmula 122 do STJ:
FEDERAIS. Para ser aplicado a delitos Compete à Justiça Federal o processo e
praticados contra tributos estaduais ou julgamento unificado dos crimes conexos de
municipais depende de lei. competência federal e estadual, não se
aplicando a regra do art. 78, II, a, do Código
Penal.
Julgado importante CRIMES CONTRA O SISTEMA
FINANCEIRO – LEI 7492, DE 16 DE JULHO
•O pagamento do débito tributário, a qualquer
DE 1986 (LEI DO COLARINHO BRANCO)
tempo, até mesmo após o advento do trânsito em
julgado da sentença penal condenatória, é causa
de extinção da punibilidade do acusado. STJ. 5ª Competência para julgamento
Turma. HC 362.478-SP, Rel. Min. Jorge Mussi,
• Conforme o art. 109 da CF e art. 26 da Lei
julgado em 14/9/2017 (Info 611).
7.492/86, a competência é da Justiça Federal. Não
importando a instituição financeira lesada.
Crimes Tributários Materiais • Art. 109 da Constituição Federal: Aos juízes
federais compete processar e julgar:
•Súmula Vinculante 24: Não se tipifica crime
• VI – os crimes contra a organização do trabalho e,
material contra a ordem tributária, previsto no
nos casos determinados por lei, contra o sistema
art. 1º, incisos I a IV, da Lei 8137/90, antes do
financeiro e a ordem econômico-financeira;
lançamento definitivo do tributo.
• Art. 26 da Lei 7492/86: A ação penal, nos crimes
previstos nesta lei, será promovida pelo Ministério
Público Federal, perante a Justiça Federal.
da Comissão de Valores Mobiliários – CVM,
O que fazer se na prova vier crime sendo
quando o crime tiver sido praticado no âmbito da
julgado na Justiça Estadual:
atividade sujeita à disciplina e à fiscalização dessa
a) Exceção de Incompetência – do art. 95, II e 108 Autarquia, e do Banco Central quando, fora
do CPP daquela hipótese, houver sido cometido na órbita
• Art. 95. Poderão ser opostas as exceções de: de atividade sujeita à sua disciplina e fiscalização.
• II - incompetência de juízo;
• Art. 108. A exceção de incompetência do Colaboração Premiada
juízo poderá ser oposta, verbalmente ou por
escrito, no prazo de defesa. • Art. 25, § 2º Nos crimes previstos nesta Lei,
b) RA – art. 396 e 396-A do CPP – em preliminar cometidos em quadrilha ou coautoria, o co-autor
alegar a incompetência ou partícipe que através de confissão espontânea
revelar à autoridade policial ou judicial toda a
Assistentes especiais trama delituosa terá a sua pena reduzida de um a
dois terços. (Incluído pela Lei nº 9.080, de
•Art. 26, Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto 19.7.1995)
no art. 268 do Código de Processo Penal,
aprovado pelo Decreto-lei nº 3689, de 2 de
outubro de 1941, será admitida a assistência
Prisão Preventiva ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA – LEI 12.850/13

•Art. 30. Sem prejuízo do disposto no art. 312 do Conceito


Código de Processo Penal, aprovado pelo
• Art. 1º, § 1º. Considera-se organização criminosa a
Decreto-lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941, a
associação de
prisão preventiva do acusado da prática de crime
previsto nesta lei poderá ser decretada em razão
da magnitude da lesão causada. (1) 4 ou mais pessoas

(2) estruturalmente ordenada e

(3) caracterizada pela divisão de tarefas,


ainda que informalmente, com

(4) objetivo de obter, direta ou indiretamente,


vantagem de qualquer natureza, mediante a

prática de infrações penais cujas penas


máximas sejam superiores a 4 anos, ou que
sejam de caráter transnacional.
Infiltração de Agentes:
Crime
Autorização Judicial;
• Art. 2º Promover, constituir, financiar ou integrar, Não podemos ter outra forma de obter a
pessoalmente ou por interposta pessoa, prova;
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA: Pode ser requerida pelo MP ou por
• Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e representação da Autoridade Policial;
multa, sem prejuízo das penas correspondentes Prazo de 6 meses – renováveis;
às demais infrações penais praticadas. O agente deve guardar proporcionalidade na
sua atuação (responderá pelos excessos);

Meios de Obtenção de Prova


O Delegado e o MP terão acesso a dados
Ação controlada (deve apenas ser comunicada cadastrais sem a necessidade de ordem judicial
ao Juiz). No caso de transposição de fronteira (bancos, provedores de internet, administradoras
devemos ter a colaboração do agente policial do de cartão de crédito etc)
outro Estado. Escutas ambientais
Interceptações telefônicas (Lei 9.296/96 – crime
punido com reclusão, ordem judicial e não houver
outra forma de realizar a prova, prazo de 15 dias
(renováveis).
Colaboração Premiada/Delação Premiada Procedimentos

• Trifásico.
Requisitos: a.1) Fase de negociação e acordo;
a.2) Fase de homologação judicial;
1) A delação premiada deve ser submetida ao a.3) Fase de sentença.
contraditório. • Obs1.: segundo o STF é constitucional a
possibilidade de o Delegado de Polícia celebrar o
2) Deve conter a confissão do acusado, pois acorde de delação premiada (ADI 5508/DF)
senão constituirá simples meio de defesa. • Obs2.: No caso de o Delator envolver Autoridade
com foro por prerrogativa da função, o Tribunal
competente para julgar a Autoridade deverá
3) Deve encontrar amparo em outros
meios de prova.
homologar o acordo.
• Cuidado:
• O artigo 4°, parágrafo 16, dispõe que nenhuma
4) Se for extrajudicial, deve ser confirmada
sentença condenatória será proferida com
em juízo.
fundamento apenas das declarações do agente
colaborador;
Benefícios para o Delator/Colaborador

Antes da Condenação: Após a condenação:


• Perdão Judicial (art. 4, § 2º); • Art. 4, § 5º Se a colaboração for posterior à
• Reduzir a pena em 2/3 (art. 4, § 2º); sentença:
• Substituir a PPL por PRD (art. 4, § 2º); - a pena poderá ser reduzida até a metade;
• Suspensão do prazo para oferecimento da - será admitida a progressão de regime ainda que
denúncia por 6 meses (prorrogáveis) – art. 4, § 3º); ausentes os requisitos objetivos.
• Deixar de oferecer a denúncia (quando: não for o
líder e for o primeiro a colaborar) – art. 4, § 4º.

Atenção:

1 - Nenhuma sentença condenatória será proferida 2 - Nos depoimentos que prestar, o colaborador
com fundamento apenas nas declarações de renunciará, na presença de seu defensor, ao direito
agente colaborador ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal
de dizer a verdade.
Considerações Detração Penal Sistema progressivo 
- Lei 7210/84 Art. 42 do CP e art. 387, §2º, do CPP Tempo + bom comportamento
Se aplica tanto para penas, quanto É o computo do período que a pessoa Cuidado: Progressão de Regime Especial
para medidas de segurança ficou recolhida antes da sentença como para Mulheres (art. 112, §3º, da LEP) -
pena cumprida Requisitos cumulativos
Pode ser processo de execução penal Regra: a detração é observada na
definitivo ou processo de execução sentença condenatória quando o juiz
penal provisório fixar o regime Regressão de Regime 
Lembrar da Súmula 716 do STF Subsidiariamente: quando o juiz se omite
em relação a detração, o juiz da Arts. 118, I e II, e 146-C, par. único, ambos da LEP
Juiz da Vara de Execução Penal execução pode fazer (art. 66, III, c, da LEP) Regressão de regime sem ouvir o preso -
Art. 66 da LEP causa de nulidade
Como pedir algo ao Juiz da Vara de
EXECUÇÃO
Lembrar: Súmula 526 do STJ
Execução Penal?
Petição
Como recorrer da decisão do Juiz da
Vara de Execução Penal?
PENAL Agravo em execução
Regra: Não tem efeito suspensivo
Agravo em Execução
Exceção: Art. 179 da LEP
Remição da pena
Prisão Monitoramento Autorização de
domiciliar eletrônico saída
Remição por trabalho Remição por estudo
Art. 117 da Art. 146-B, da Permissão Saída
3 dias trabalhados = 1 dia de pena 12 horas estudadas divididas, no LEP LEP de saída temporária
Cabível nos regimes fechado e mínimo, em 3 dias = 1 dia de pena Art. 120, Art. 122,
semiaberto Possível no regime fechado, Para presos Para presos da LEP da LEP
O entendimento do STF e STJ é no semiaberto, aberto e livramento em regime em prisão
sentido de que não é cabível remição aberto domiciliar, Regime Regime
condicional regime fechado, semiaberto
por trabalho no regime aberto
semiaberto e semiaberto
É possível cumular as duas modalidades, se compatíveis saída e preso
temporária provisório
Art. 127 da LEP: falta grave e perda de até 1/3 dos dias remidos
Dicas para elaboração da peça prático-profissional

Inicie a prova fazendo a leitura do enunciado e marcando nele os aspectos importantes!

Tome cuidado com as datas e idades. A FGV costuma cobrar na prova teses relacionadas
a elas!

Não escreva a peça inteira no rascunho, pois ao final poderá faltar tempo para a conclusão
da prova!

No rascunho, faça o "esqueleto da peça" anotando os principais pontos, como qual a peça
adequada, a sua base legal, o prazo, conteúdo, entre outros.

Leia mais de uma vez o enunciado para identificar todas as teses cabíveis.

A partir das informações do "esqueleto da peça", redija a peça na folha definitiva!

Divida a peça em tópicos, para facilitar que o corretor identifique as teses!


Dicas para resolver as questões dissertativas

A prova possui quatro questões dissertativas, sendo que a FGV tem dividido elas em letra "a"
e "b". Dessa forma, tenha em mente que será como se você fosse responder oito questões!

Planeje a realização da prova, deixando tempo suficiente para resolver adequadamente as


questões! Sugerimos deixar 3h para a resolução da peça e 2h para as questões.

Faça a leitura do enunciado com calma e marque nele os aspectos importantes!

Não escreva a resposta inteira no rascunho, pois ao final poderá faltar tempo para a
conclusão da prova!

No rascunho, anote apenas os principais pontos em tópicos, para facilitar a formulação da


resposta na folha definitiva.

Leia mais de uma vez o enunciado para identificar todos os argumentos e teses cabíveis.

A partir das informações do rascunho, redija a resposta da questão na folha definitiva!

Cuidado com as teses contraditórias, pois você poderá não pontuar! Ex: alegar que a mesma
situação pode caracterizar estado de necessidade e legítima defesa.

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