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Março de 2010
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PRÁTICA 1 – APRESENTAÇÃO E VISITA AO MUSEU DE SOLOS DO RS
Objetivos
Expor ao aluno o seu objeto de estudo nesta disciplina, o solo, contextualizando a
ciência do solo e sua importância ambiental e para a produção agrícola.
Conteúdos trabalhados
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PRÁTICA 2 – ROCHAS E MINERAIS
Objetivos
Mineral
Rochas
Rocha: é um agregado natural, coerente, multigranular de uma ou mais espécies
minerais. Podendo conter ainda, matéria orgânica e matéria vítrea. A agregação dos
minerais na formação das rochas não se dá ao acaso, mas obedecem as leis físicas,
químicas ou físico-químicas definidas. Ex.: Granito (constituído de quartzo, feldspatos
e micas), Calcário (constituído de calcita e dolomita), Arenito (constituído de quartzo).
As rochas são o material de origem dos solos, sendo um dos principais fatores de
formação ligados a grande variabilidade e diversidade de solos que ocorrem na
superfície terrestre.
O critério usado para a divisão geral das rochas é a origem destas ou seu modo
de formação. A formação das rochas se dá por resfriamento do magma, formando as
rochas ígneas ou magmáticas; consolidação de depósitos sedimentares, originando as
rochas sedimentares; e metamorfismo, formando as rochas metamórficas.
1- Rochas ígneas ou magmáticas: As rochas ígneas ou magmáticas são
formadas a partir do resfriamento e solidificação de um magma. O magma é um
material em estado de fusão que se encontra em diferentes profundidades na crosta e
manto terrestre.
a)
b)
Figura 1- Textura das rochas ígneas: a) afanítica e b) fanerítica.
c) Coloração: As rochas ígneas podem apresentar minerais claros (félsicos) e/ou
escuros (máficos) em quantidades variáveis. A avaliação da quantidade de minerais
claros e escuros dará a classificação da rocha quanto ao Índice de Coloração:
Rochas Leucocratas: rochas onde predominam minerais claros, tais como:
quartzo, feldspatos, muscovita. A tonalidade da rocha é clara, mesmo que seus
minerais configurem à rocha textura afanítica (Figura 2a).
Rochas Melanocratas: rochas onde predominam minerais escuros, tais como:
piroxênios, biotita, anfibólios. A tonalidade da rocha é escura. (Figura 2b).
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Rochas Mesocratas: rochas onde os minerais claros e escuros aparecem em
proporções similares (Figura 2c).
a) b) c)
Figura 2 – Classificação das rochas pela coloração: a) leucocrata, b) melanocratas e c)
mesocratas.
Ácidas: são rochas que apresentam teor de SiO2 maior que 65% do
volume total de sua composição química. Macroscopicamente são rochas com
conteúdo de quartzo de médio a alto (maior que 10%), sendo facilmente
identificada devida sua abundância (Figura 3a).
Básicas: são rochas onde o teor de SiO2 é menor que 52% do volume
total de sua composição química. Macroscopicamente são rochas sem quartzo
(Figura 3b).
Intermediárias: são rochas onde o teor de SiO2 está entre 65 e 52% do
volume total de sua composição química. Macroscopicamente são rochas com
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pouco quartzo. O quartzo é identificado com alguma dificuldade devido ocorrer
em quantidades inferiores a 5% (Figura 3c).
a) b) c)
Figura 3 – Classificação das rochas quanto ao teor de sílica ou acidez : a) ácida
(granito), b) básica (basalto) e c) intermediária (sienito).
Maciça: quando os minerais são muito pequenos, não sendo possível identificá-
los a olho nu. A rocha apresenta seus constituintes muito coerentes, sem interstícios.
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Afanítica Fanerítica
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2- Rochas sedimentares: são formadas a partir da consolidação de um material
originado pela ação de um conjunto de processos que atuam na superfície da Terra
(processos exógenos) e que levam à ―destruição‖/desagregação de qualquer tipo de
rocha pré-existente (ígnea, sedimentar e metamórfica). Os principais agentes desses
processos são a água, o vento e o gelo, que são responsáveis pela geração do Ciclo
Sedimentar (Intemperismo, Erosão e Transporte, deposição e consolidação).
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c) Estrutura:As principais estruturas das rochas sedimentares são:
Maciça
Terrosa
Granular
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3- Rochas metamórficas: As rochas magmáticas e sedimentares podem ser
levadas por processos geológicos a condições diferentes daquelas nas quais se
formaram. Estas novas condições podem determinar a instabilidade dos minerais
preexistentes, estáveis nas antigas condições. As rochas sofrem então transformações
sob a ação destas novas condições de temperatura, pressão, presença de agentes voláteis
ou fortes atritos, adaptando-se a novas condições reinantes. As rochas originadas a partir
destas transformações são denominadas rochas metamórficas. O conjunto de fenômenos
que leva a estas transformações é conhecido como metamorfismo
O metamorfismo atua sobre rochas preexistentes modificando suas texturas,
estruturas e, não obrigatoriamente, a mineralogia. As modificações observadas em
decorrência do metamorfismo são reajustes necessários para que os minerais alcancem a
estabilidade nas novas condições do meio em que a rocha foi colocada. É importante
observar que esse processo ocorre sem que haja fusão da rocha preexistente, ou seja as
transformações ocorrem na fase sólida. Podem ocorrer tanto a recristalização dos
minerais preexistentes como a formação de novos minerais, graças à mudança da
estrutura cristalina sob novas condições de pressão e temperatura ou a combinação
química entre dois ou mais minerais formando um novo mineral.
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quartzo, muscovita) e minerais próprios, formados durante o metamorfismo (clorita,
sericita, zirconita, granada).
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Xistosa: é uma estrutura característica das rochas que exibem acentuado aspecto
planar e fissilidade ao longo de planos paralelos denominados de xistosidade. Ex:
muscovita xistos, biotita xistos, talco xistos, clorita xistos, hornblenda xistos, estaurolita
xistos.
Foliação: é uma estrutura planar que caracteriza rochas na quais sua orientação
é basicamente devida à ação tectônica. Difere da estrutura xistosa por apresentar
minerais de tamanho reduzido (textura afanítica e subfanerítica). Ex: filitos, ardósias.
5– Identificação de rochas
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6 – Atividade prática
A
C
D B
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7- Referências
http://ansatte.uit.no/kku000/webgeology/webgeology_files/brazil/minerals_pt_bra.html
http://www.museumin.ufrgs.br/porsite.htm
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PRÁTICA 3 – MORFOLOGIA DO SOLO
As características morfológicas do solo são o reflexo dos fatores e processos de
formação que aturam durante determinado período de tempo e o seu conhecimento e a
identificação são fundamentais para a descrição e classificação dos solos.
Objetivos:
Conteúdos trabalhados:
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Horizonte O ou H – constituído de material orgânico sobreposto a outros horizontes
minerais ou a rocha. O horizonte O é formado geralmente em condições de baixa
temperatura, enquanto o horizonte H é formado geralmente em condições de má
drenagem.
Horizonte A – constituído de material, encontrado na superfície ou em seqüência a
horizontes O ou H. Difere-se dos horizontes subseqüentes pelo maior acúmulo de
matéria orgânica e translocação de componentes minerais. Apresenta intensa atividade
biológica e propriedades químicas, físicas e biológicas influenciadas pela matéria
orgânica.
Horizonte E – constituído de material mineral com predomínio de partículas grosseiras
como areia e silte, devido a translocação de argila, ferro, alumínio ou matéria orgânica
para horizontes subseqüentes. Conhecido como horizonte eluvial.
Horizonte B – constituído de material mineral encontrado em subsuperfície, sob
horizontes A, E ou O. É o horizonte que apresenta maior expressão dos processos
pedogenéticos, notados pela cor, textura, mineralogia, estrutura e outros aspectos. Em
alguns casos caracteriza-se como horizonte iluvial.
Horizonte C – horizonte pouco afetado pelos processos pedogenéticos
Horizonte R – constituído de material mineral consolidado, como a rocha. Não pode ser
cortado com uma pá, mesmo quando úmido.
2- Horizontes de transição
São horizontes que apresentam características de dois horizontes principais,
situados na zona de transição de um para outro. Quanto à identificação, aquele horizonte
que predominar sobre o outro aparece na frente, por exemplo: horizonte AB, apresenta
características de A e B, entretanto, predomina aquelas de A, sendo considerado A para
fins de classificação. Outros exemplos de horizontes transicionais são os seguintes: BA,
AC, EB, BE, BC, CB, etc.
3- Horizontes intermediários
São horizontes ―mesclados‖, podendo ou não ser transicionais, onde porções de
um horizonte penetram na área de outro horizonte, sendo possível identificar as
diferentes partes. Estes horizontes são identificados da seguinte maneira: A/B, A/C,
B/C, B/C/R. Onde a primeira letra indica o horizonte que ocupa maior volume.
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Simbologia e características específicas de horizontes e camadas subordinadas do solo
(adaptado de Santos et al., 2005)
Forma ou Características
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topografia
Plana Paralela a superfície, pouco ou nenhuma irregularidade.
Sinuosa, com desníveis em relação a um plano horizontal mais
Ondulada
largos que profundos.
Irregular, com desníveis em relação ao plano horizontal mais
Irregular
profundos que largos.
Descontínua, em que partes de um horizonte estão parcial ou
Descontínua
completamente desconectadas de outras do mesmo horizonte.
Muito pequena < 1 mm < 10mm < 10mm < 5 mm < 5 mm < 1 mm < 1 mm
Pequena 1 a 2 mm 10 a 20 mm 10 a 20 mm 5 a 10 mm 5 a 10 mm 1 a 2 mm 1 a 2 mm
Média 2 a 5 mm 20 a 50 mm 20 a 50 mm 10 a 20 10 a 20 mm 2 a 5 mm 2 a 5 mm
mm
Grande 5 a 10 mm 50 a 100 mm 50 a 100 mm 20 a 50 20 a 50 mm 5 a 10 mm -
mm
Muito grande > 10 mm > 100 mm > 100 mm > 50 mm > 50 mm > 10 mm -
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Tipos de estruturas
5- Cerosidade
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Ocorrem devido aos movimentos de expansão e contração da massa de solo resultante
do umedecimento e secagem do solo.
Superfícies de compressão ou “pressure surface”: superfícies alisadas sem
estriamento causadas por compressão na massa de solo em decorrência da expansão do
material. Podem apresentar brilho quando úmidas ou molhadas.
6- Nódulos e concreções
Pouco: 5 a 10%;
Freqüente: 15 a 40%;
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(compostos de ferro predominante): ferro-magnesianas, gibbsita; carbonato de cálcio,
etc.
7- Presença de raízes
Pretendendo se distinguir as quantidades relativas de raízes nos diferentes
horizontes, anota-se a quantidade de raízes (muitas; comuns; poucas; e raras), o
diâmetro de raízes (muito finas < 1mm; finas = 1 a 2mm; médias = 2 a 5mm; grossas =
5 a 10mm; e muito grossas > 10mm), e o tipo de raízes, como fasciculada ou pivotante.
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Vegetação primária: refere-se à vegetação primária ou original do local do perfil;
Uso atual: refere-se ao uso atual do solo no local do perfil e nas suas imediações;
Clima: tipo de clima conforme a classificação de Köppen;
Descrito e coletado por: Nome dos indivíduos que efetuaram a descrição e coleta.
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CAMPUS DA UFSM – LOCALIZAÇÃO DOS PERFIS DAS AULAS PRÁTICAS
PERFIL 1
PERFIL 2
Biblioteca
Galpão do Depto.
de solos
CCR
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PRÁTICA 4 – MORFOLOGIA DO SOLO
Objetivos:
Continuar o estudo da morfologia do solo, fornecendo subsídios para que os
alunos aprendam a conhecer e interpretar as características morfológicas (cor, textura,
estrutura e consistência) de diferentes solos.
Conteúdos trabalhados:
a) Cor do solo e sua importância agrícola e ambiental;
b) Determinação da cor do solo coma caderneta de Munsell;
c) Textura do solo e sua importância agrícola e ambiental;
d) Determinação da textura do solo através do tato;
e) Consistência do solo e sua determinação pelo tato;
f) Estrutura do solo: formação e caracterização.
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Textura do solo: A textura do solo refere-se ao conteúdo percentual das frações
areia (partículas com tamanho entre 2 e 0,05 mm), silte (entre 0,05 e 0,002 mm) e argila
(menor que 0,002 mm) presentes no solo. A textura do solo nos informa sobre facilidade
de mecanização do solo, suscetibilidade à erosão, porosidade, armazenamento de água,
entre outros. Sua determinação no campo se baseia na sensibilidade ao tato:
Areia: sensação aspereza, não plástico, não pegajoso.
Silte: sensação sedosidade, plástico, não pegajoso.
Argila: Sensação sedosidade, plástica, pegajosa.
Este procedimento requer habilidade e prática. Sempre que possível, pegue um
punhado de solo e umedeça-o; após, esfregue uma porção do solo umedecido para
perceber as distintas sensações que as partículas nos dão. Como o solo é normalmente
composto pelas três frações granulométricas (areia, silte e argila) e raramente por
apenas uma dela, teremos uma ou duas sensações predominantes.
Para classificar o solo em uma classe textural, utiliza-se o triângulo textural,
entrando com os percentuais de areia, silte e argila e assim achando o nome da classe do
solo.
a) Solo seco: caracterizada pela dureza ou tenacidade. Para avaliá-la, deve-se selecionar
um torrão seco e comprimi-lo entre o polegar e o indicador.
Solta: não coerente entre o polegar e o indicador.
Macia: massa do solo fracamente coerente e frágil quebra-se em material
pulverizado ou grãos sob pressão muito leve.
Ligeiramente dura: fracamente resistente à pressão, facilmente quebrável entre
o polegar e o indicador.
Dura: moderadamente resistente à pressão, pode ser quebrado nas mãos sem
dificuldade, mas é dificilmente quebrável entre o polegar e o indicador.
Muito Dura: muito resistente à pressão. Somente com dificuldade pode ser
quebrado nas mãos. Não é quebrável entre o polegar e o indicador.
Extremamente Dura: extremamente resistente à pressão. Não pode ser
quebrado com as mãos.
b) Solo úmido: caracterizada pela friabilidade e determinada num estado de umidade
intermediário entre o seco e a capacidade de campo. Deve-se umedecer o torrão de solo
ligeiramente e deixar que o excesso de água seja removido da amostra antes de testar a
consistência. Depois tentar esboroar na mão uma amostra ligeiramente úmida.
Solta: não coerente.
Muito friável: o torrão esboroa-se com pressão muito leve, mas agrega-se por
compressão posterior.
Friável: o torrão esboroa-se facilmente sob pressão fraca e moderada entre o
polegar e o indicador e agrega-se por compressão posterior.
Firme: o material de solo esboroa-se sob pressão moderada entre o polegar e o
indicador, mas apresenta resistência distintamente perceptível.
Muito firme: o material de solo esboroa-se sob forte pressão; dificilmente
esmagável entre o polegar e o indicador.
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Extremamente firme: o material do solo somente se esboroa sob pressão muito
forte, não pode ser esmagado entre o polegar e o indicador e deve ser
fragmentado pedaço por pedaço.
c) Solo quando molhado: caracterizada pela plasticidade e pela pegajosidade e
determinada em amostras pulverizadas e homogeneidade, com conteúdo de água
ligeiramente acima ou na capacidade de campo. A quantidade de água é ajustada
adicionando solo ou água à medida que se manipula a amostra.
Plasticidade: para determinação a campo, rola-se, depois de amassado, o
material de solo entre o polegar e o indicador e observa-se se pode ser feito ou
modelado um fio ou cilindro fino.
Não plástica: quando muito, forma um fio, que é facilmente deformado;
Ligeiramente plástica: forma-se um fio, que é facilmente deformado;
Plástica: forma-se um fio, sendo necessária pressão moderada para sua
deformação;
Muito plástica: forma-se um fio, sendo necessária muita pressão para
deformá-lo.
Pegajosidade: para avaliação a campo a massa de solo, pulverizada e
homogeneizada, é molhada e então comprimida entre o indicador"e o polegar.
Não pegajosa: após cessar a pressão, não se verifica, praticamente,
nenhuma aderência da massa ao polegar e indicador.
Ligeiramente pegajosa: após cessar a pressão, o material adere a ambos
os dedos, mas desprende-se de um deles perfeitamente. Não há
apreciável esticamento ou alongamento quando os dedos estão afastados.
Pegajosa: após cessar a compressão, o material adere a ambos os dedos
e, quando estes estão afastados, tende a alongar-se um pouco e romper-
se, em vez de desprender-se de qualquer um dos dedos.
Muito pegajosa: após a compressão, o material adere fortemente a
ambos os dedos e alonga-se perceptivelmente quando eles estão
afastados.
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função do tipo de solo. As praticas de manejo também podem alterar essas
características da estrutura do solo, principalmente na camada superficial.
Os tipos de estrutura normalmente encontrados no solo são classificados de
acordo com a forma e ao tamanho das unidades estruturais como mostra a tabela a
seguir:
Tipos: forma e arranjamento dos agregados
Blocos Blocos
Laminar Prismática Colunar Granular
angulares subangulares
Tamanho
Tamanho (mm)
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d) Atividade prática:
a) Identificar a cor (matiz, valor e croma) das amostras de solo com auxílio da caderneta
de Munsell.
Solo Matiz Valor Croma Cor
Seco Úmido Seco Úmido Seco Úmido Seco Úmido
b)Verificar a sensação que as frações areia, silte e argila de forma isolada proporcionam
ao tato.
c) Estimar pela sensação ao tato as frações areia, silte e argila das amostras de solo e
definir uma classe textural para cada amostra, com auxílio do triângulo textural.
Areia Silte Argila Classe
Solo
(%) (%) (%) textural
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d) Definir a consistência do solo molhado para as amostras de solo.
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PRÁTICA 5 – MORFOLOGIA DO SOLO: DESCRIÇÃO DE UM PERFIL Á
CAMPO
Objetivos:
Aplicar os conhecimentos de morfologia do solo e fazer a descrição morfológica
de um perfil de solo á campo.
Conteúdos trabalhados:
a) Identificação e separação dos horizontes do solo
b) Determinação da cor do solo com a caderneta de Munsell;
c) Determinação da textura do solo através do tato;
d) Determinação da estrutura do solo;
e) Consistência do solo e sua determinação pelo tato;
f) Identificar outras características morfológicas: cerosidade, concreções etc.
g) Coletar amostras de solo de cada horizonte para a determinação da textura em
sala de aula.
Metodologia:
a) Seleção do local: deve ser representativo da área e sempre que possível, sob
vegetação natural, permitindo a caracterização adequada da referida unidade. Para abrir
a trincheira deve-se atingir a profundidade desde a superfície até o material de origem,
com largura de cerca de 2 m e exposição do perfil ao Sol. Quando em corte de estrada, o
perfil não deve ter influência de insolação ou chuva sobre os horizontes. Após, inicia-se
o exame do perfil pela separação dos horizontes e, ou, camadas, que são diferenciadas
basicamente pela variação perceptível das características morfológicas (cor, textura,
estrutura, consistência, etc) avaliadas em conjunto.
b) Características morfológicas internas do perfil do solo (anatômicas): são
características visíveis a olho nu ou perceptível por manipulação. Nesta etapa descreve-
se a aparência do solo, ou mais especificamente, do perfil do solo. As características
morfológicas internas do perfil do solo são: espessura e transição entre horizontes, cor,
textura, estrutura, porosidade, consistência, cerosidade, slickensides, nódulos e
concreções minerais.
Material necessário: pá, faca, trena, caderneta de Munsell, água, sacos plásticos, ficha
de anotação e manual de descrição e coleta de solo á campo.
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FICHA PARA DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DO SOLO
Projeto: Drenagem:
Perfil Nº: Vegetação (primária e atual):
Classificação: Uso atual:
Localização: Unidade de mapeamento:
Situação de declive: Clima:
Altitude: Pedregosidade:
Material de origem: Rochosidade:
Relevo: Data:
Erosão: Descrito por:
Transição entre
Cor Estrutura
Profundidade horizontes
Horizontes Textura
(cm) Grau Forma Seco Úmido Tipo Tamanho Grau de
desenvolvimento
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FICHA PARA DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DO SOLO
Consistência
Horizontes Seco Úmido Molhado Cerosidade Raízes Porosidade Mosqueados Concreções
Plasticidade Pegajosidade
Observações:
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Exemplo: Descrição morfológica da Unidade de mapeamento São Pedro (Brasil,
1973)
CLASSIFICAÇÃO
ARGISSOLO VERMELHO AMARELO textura média relevo ondulado subs-
trato arenito.
PALEUDALF (44).
DYSTRIC NITOSOLS (12).
CARACTERÍSTICAS GERAIS
Esta unidade de mapeamento caracteriza-se por apresentar solos profundos,
avermelhados textura superficial arenosa, friáveis e bem drenados.
São ácidos, com saturação de bases baixa a média e pobres em matéria orgânica
e na maioria dos nutrientes.
Apresentam seqüência de horizonte A, B e C, bem diferenciados com as se-
guintes características morfológicas:
— Horizonte A profundo, normalmente bruno avermelhado escuro ou bruno
escuro; textura franco argilo arenosa e franco arenosa; estrutura fracamente
desenvolvida em blocos subangulares; friáveis, não a ligeiramente plástico e não
a ligeiramente pegajoso. A transição para o horizonte B é gradual e plana.
— Horizonte B profundo com cores avermelhadas; textura argilo arenosa a
franco argilo arenosa; estrutura fraca ou mais raramente moderada em blocos
subangulares; friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso.
— Horizonte C formado pelo arenito já bastante decomposto apresentando
textura argilo arenosa ou mais leve, de coloração variável.
CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS
— Capacidade de troca de cátions: O valor T é baixo (menor que 5,5cmolc kg-1
de solo) no A, aumentando com a profundidade (até 9,6cmolc kg-1 de solo).
— Saturação de bases. O valor V é baixo (menos de 35%) no horizonte A e
médio (ao redor de 45%) no horizonte B.
— Bases trocáveis. O valor S é baixo aumentando com a profundidade (menos
de 2cmolc kg-1 de solo no A e mais de 3,0cmolc kg-1 de solo no B). Os teores de
cálcio são dominantes, sendo ligeiramente superiores ao do magnésio no A e o
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dobro ou mais no horizonte B. O potássio normalmente é inferior a 0,08cmolc
kg-1 de solo.
— Matéria orgânica. São solos pobres em matéria orgânica cujos teores são
sempre inferiores a 2%
— Fósforo disponível. São muito pobres em fósforo disponível, apresentando
teores menores que 3 ppm.
— Alumínio trocável. O teor de alumínio trocável está ao redor de 1,0cmol c kg-1
de solo, embora em alguns perfis possam alcançar valore. de 4,0cmolc/kg de solo
ou mais no horizonte B.
— pH. São solos francamente ácidos, com pH água em torno de 5,0
apresentando pequenas variações para mais ou para menos, ao longo do perfil.
— A relação SiO2/Al2O3 (Ki) é ligeiramente superior a 2,2.
VARIAÇÕES E INCLUSÕES
Como variações, tem-se perfis de solos com horizonte A mais leve (areia fraca)
e perfis com transição abrupta para o horizonte B.
Como inclusões, tem-se a ocorrência em cerca de 20% da área de solos hi-
dromórficos indiscriminados principalmente do grande grupo Gley Pouco Húmico.
Também pequena ocorrência de perfis de solos da unidade Santa Maria.
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
Esta unidade ocorre nos municípios de São Pedro, Santa Maria, Restinga Seca,
Formigueiro, Jaguari, General Vargas, Cacequi, São Gabriel, São Francisco de Assis,
Alegrete Uruguaiana, Quaraí, Santana do Livramento, Rosário do Sul. Totalizam uma
área de 6.675 km2, o que representa cerca de 2,48% da área do RS.
DESCRIÇÃO GERAL DA ÁREA DA UNIDADE
Material de origem. Solos formados a partir de arenitos.
Relevo e altitude. O relevo predominante é o ondulado formado por elevações
arredondadas com declives em torno de 8 a 10% pendentes em centenas de metros.
A altitude média em que são encontrados situa-se ao redor de 150 metros.
Vegetação. A vegetação dominante é a de campo grosso apresentando pequena
cobertura, sendo formados predominantemente por Paspalum notatum e outras
gramíneas secundárias. São bastante infestados de barba-de-bode, (Aristida pallens) e
outras espécies invasoras.
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Clima. Nas áreas onde ocorre esta unidade de mapeamento o tipo fundamental é
o Cfa 2 (33) de Koeppen. A temperatura média anual fica compreendida entre 19,2 a
17,9°C. A precipitação média anual pode variar de 1404 a 1769mm. As normais
mensais são bem distribuídas (30).
Nesta região são freqüentes períodos secos podendo ter 100mm de déficit de
cinco vezes cada 10 anos e maior que 300mm l vez cada 10 anos. Períodos secos são
freqüentes em novembro, dezembro e janeiro.
GRAUS DE LIMITAÇÃO AO USO AGRÍCOLA
Fertilidade natural: Forte. São solos arenosos pobres em matéria orgânica e em
nutrientes disponíveis.
Erosão: Moderada a forte. São solos bastante susceptíveis à erosão devido a
textura e ao relevo em que ocorrem.
Falta d'água: Moderada, possuem baixa capacidade de retenção de água. A
irrigação mesmo em áreas de chuvas normais é julgada conveniente (3).
Falta de ar Nula. São solos bem drenados, porosos e profundos.
Uso de implementos: Ligeira a moderada. São poucos os impedimentos à
mecanização sendo as principais limitações relacionadas com os solos hidromórficos
associados ao relevo.
USO ATUAL
Na maior parte da área estão sendo utilizados com pastagens naturais. Dis-
tribuídas na área da unidade são encontradas pequenas lavouras de milho, mandioca,
trigo e melancia.
O reflorestamento com eucalipto é também bastante encontrado. A maior parte
da área encontra-se com a vegetação natural de pastagens.
USO POTENCIAL
As principais limitações destes solos dizem respeito a fertilidade natural que é
baixa, susceptibilidade a erosão e baixa capacidade de retenção de umidade.
Podem ser cultivadas satisfatoriamente com culturas anuais, podendo serem
mecanizadas sem maiores problemas, mas necessitando adubação e correções maciças,
bem como praticas de conservação do solo e da água. Quando possível deve ser feita a
incorporação de matéria orgânica, a fim de melhorar suas propriedades físicas.
Utilização destes solos com culturas perenes ou pastagens cultivadas é bastante
recomendável.
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O melhoramento dos campos através da limpeza, manejo adequado, adubação e
correção é aconselhável.
ASSOCIAÇÕES
Os solos São Pedro também ocorrem associados a outros solos constituindo as
seguintes unidades de mapeamento:
— ASSOCIAÇÃO SÃO PEDRO —SANTA MARIA
Esta associação ocorre nos municípios de São Gabriel e Rosário do Sul ocu-
pando área de 255km2 correspondendo a 0,09% da área do Estado. Nesta associação os
solos São Pedro sempre ocupam o terço superior das coxilhas.
— ASSOCIAÇÃO SÃO PEDRO - AFLORAMENTO DE ROCHAS
Esta associação ocorre nos municípios de Candelária, Cachoeira do Sul e Jaguari
ocupando área de 460km2, correspondendo a 0,17% da área do Estado.
— ASSOCIAÇÃO SÃO PEDRO — PEDREGAL — ESCOBAR —
AFLORAMENTO DE ROCHAS
Esta associação ocorre nos municípios de Santana do Livramento, Rosário do
Sul e Alegrete ocupando área de l.115km2 correspondendo a 0,41% da área do Estado.
— ASSOCIAÇÃO SÃO PEDRO - LIVRAMENTO
Esta associação ocorre no município de Santana do Livramento ocupando área
de 325km2 correspondendo a 0,19% da área do Estado.
Perfil RS — 135
Unidade de mapeamento: SÃO PEDRO
Localização: A 42km da cidade de Rosário do Sul, na estrada Rosário do Sul-
Livramento.
Situação: Corte de estrada na meia encosta de uma elevação com 5% de declive .
Altitude: 200 metros.
Relevo: Ondulado com declives em dezenas de metros.
Material de origem: Arenito.
Cobertura vegetal: Campo natural com incidência de barba-de-bode.
Drenagem: Bem drenado.
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A1 0-25cm; bruno amarelado escuro (10YR 3/4, úmido); franco arenoso; fraca
pequena média granular; muito poroso; solto, muito friável, não plástico e não
pegajoso; transição difusa e plana; raízes abundantes.
A2 25-65cm; bruno escuro (7,5YR 3/2, úmido); franco arenoso; fraca média blocos
subangulares; muito poroso; solto, muito friável, não plástico e não pegajoso;
transição difusa e plana; raízes abundantes.
AB 65-l00cm; bruno avermelhado escuro (5YR 3/4, úmido); franco argilo arenoso;
fraca média blocos subangulares; poroso; ligeiramente duro, friável, ligeiramente
plástico e ligeiramente pegajoso; transição gradual e plana; raízes muitas.
BA 100-130cm; bruno avermelhado escuro (2,5YR 3/4, úmido); franco argilo
arenoso; moderada pequena e média blocos subangulares; poroso; ligeiramente
duro, friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição gradual e
plana; raízes poucas.
BC 130-160cm; vermelho escuro (2,5YR 3/6, úmido); mosqueado pouco pequeno e
proeminente bruno escuro (10YR 3/3, úmido); franco argilo arenoso; moderada
pequena blocos subangulares; cerosidade fraca e pouca; poroso; duro, friável,
ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição gradual e plana; raízes
raras.
C 160-210 cm+; vermelho (2,5YR 4/6, úmido); mosqueado pouco pequeno e
proeminente bruno escuro (10YR 3/3, úmido); franco argilo arenoso; fraca
média blocos subangulares; cerosidade fraca e pouca; poroso; duro, friável,
ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; raízes raras.
Obs.: — Nos horizontes B2 e B3 foi notada a presença de concreções tipo
"chumbo de caça", provavelmente de ferro.
ANALISE MINERALÓGICA
RS — 135 São Pedro
A1 Areias grossa e fina — 100% de quartzo vítreo incolor, alguns hialinos,
desarestados (rolados); traços de: ilmenita, concreções ferruginosas, feldspato
semi-intemperizado, biotita e detritos: fragmentos de raiz e sementes.
A2 Areias grossa e fina — Idem à fração areia da amostra anterior.
AB Areias grossa e fina — Idem à fração areia da amostra anterior.
40
BA Areias grossa e fina — Idem à fração areia da amostra anterior. Não se observa a
ocorrência de detritos.
BC Areias grossa e fina — Idem à fração areia da amostra anterior.
C Cascalho — 100% de concreções ferruginosas e argilo-ferruginosas com
inclusões de quartzo; l fragmento de carvão e l fragmento de quartzo.
41
Perfil: RS – 135 SÃO PEDRO
Horizonte Amostra seca ao ar (%) pH Equivalente
42
Complexo sortivo (cmolc Kg-1) V Al
Ca++ Mg++ K+ Na+ Valor S Al+++ H+ CTC pH 7 (%) (%)
0,9 0,8 0,08 0,03 1,8 1,1 2,5 5,4 33 38
1,2 0,5 0,05 0,03 1,8 1,0 2,9 5,7 32 36
3,1 0,9 0,05 0,04 4,1 1,0 4,1 9,2 45 20
3,2 1,2 0,10 014 4,6 1,3 3,7 9,6 48 22
2,0 1,2 0,06 0,03 3,3 1,7 3,2 8,2 40 34
2,1 0,7 0,06 0,03 2,9 1,9 2,5 7,3 40 40
43
PRÁTICA 5 – FATORES E PROCESSOS DE FORMAÇÃO DO SOLO
Objetivo
Método
Topo da
Coxilha
Ponto
1
Ponto
2
Várzea
Ponto
3 Ponto
4
44
Exercícios
Características
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4
do solo
Cor Hz. 1
Cor Hz. 2
Cor Hz. 3
Cor Hz. 4
Cor Hz. 5
Textura Hz. 1
Textura Hz. 2
Textura Hz. 3
Textura Hz. 4
Textura Hz. 5
Espessura Hz. 1
Espessura Hz. 2
Espessura Hz. 3
Espessura Hz. 4
Espessura Hz. 5
Profundidade com
presença de água
Mosqueados
(presença/ausência)
Processo de
Formação
45
4) Quais características morfológicas ainda poderiam ser caracterizadas em nossa
amostragem?
Situação: corte de estrada na meia encosta de uma elevação com 25% de declive.
Altitude: 220m
Descrição morfológica
A 0-20 bruno-avermelhado escuro (5YR 3/2, úmido), franco siltoso, fraca, pequena,
granular, muito poroso, macio, friável, ligeiramente plástico a plástico e não pegajoso,
presença de pedras na parte inferior do horizonte, transição gradual e plana, raízes
abundantes. Raízes compridas e penetram entre as pedras do hor. R. No horizonte A
ocorrem pequenos fragmentos de rochas em decomposição.
46
PRÁTICA 6 – PROPRIEDADES QUÍMICAS DO SOLO: UNIDADES DE
MEDIDA
47
Tabela 1- Sistema de unidades utilizado atualmente nas análises de solo e tecido
vegetal.
Elemento Unidade de medida
Cálcio (Ca) cmolc /dm3
Magnésio (Mg) cmolc /dm3
Alumínio (Al) cmolc /dm3
Enxofre (S) mg /dm3
Fósforo (P) mg /dm3
Potássio (K) mg /dm3
Cobre (Cu) mg /dm3
Zinco (Zn) mg /dm3
Boro (B) mg /dm3
Ferro (Fe) mg /dm3
Manganês (Mn) mg /dm3
Sódio (Na) mg /dm3
Matéria orgânica (MO) %
Onde:
1 ppm = 1 μg/ml = 1 mg/dm3
1 cmolc/dm3 = 1 cmolc/kg = 1 meq/100 ml = 1 meq/100 cm3 = 10 mmolc/dm3 = 10 mmolc/kg
48
Exercícios sobre transformação de unidades:
1) Estabelecer a relação entre as unidades de massa (a), volume (b), densidade (c) e
concentração (d).
49
g/g
mg/dm3
5) Uma análise de solo apresentou o resultado de 0,54 cmolc K/dm3. Este resultado
equivale a quantos mg K/dm3 de potássio? A quantos kg/ha de KCl (58% de K2O) este
resultado equivale?
50
10) Transforme 4 mmolc Al+3/dm3 em cmolc Al+3/dm3.
11) 130 mg K. dm-3 = ..... meq K. 100 cm³ = ..... cmolc K. dm3 = ..... mmolc K. dm-3
14) Alguns fertilizantes utilizados na agricultura são constituídos por três nutrientes
principais: nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K), sendo representados por três
números distintos, como por exemplo, 5 – 20 – 30. O primeiro número representa a
porcentagem em massa do N, sendo 5% nesse exemplo. Esse número indica que em
cada 100 g de fertilizante, 5 g são de N. O segundo e o terceiro números indicam que o
fertilizante ainda possui, respectivamente, 20% de P2O5 e 30% de K2O. A massa
restante, correspondente a 45% do produto, é constituída de material inerte. Dessa
forma, um saco de 50 kg de fertilizante contém 2,5 kg de N. Qual a massa de P e K
presente em 50 kg de fertilizante?
51
PRÁTICA 7 – PROPRIEDADES QUÍMICAS DO SOLO
1- Acidez ativa: é devida aos íons H+ que estão dissociados na solução do solo.
É expressa pelo pH: - log [H+] = 1/log [H+].
S= Ca + Mg + K + Na
CTCefetiva= Ca + Mg + K + Na + Al ou
52
CTCefetiva= S + Al
5- CTC potencial ou a pH 7: é representada pela soma de bases mais o
alumínio e hidrogênio. O resultado é expresso em cmolc/kg.
CTCpotencial= Ca + Mg + K + Na + Al + H ou
CTCpotencial= S+ H+ Al
6- Saturação de bases (V): representa quanto da CTC potencial é ocupada por
bases.
S
V (%) x100
CTC
pH 7
Al
m(%) x100
CTC
efetiva
a) Solo A: Latossolo
Prof. Composição granulométrica (g Kg-1)
Hor.
Areia grossa Areia fina silte argila
(cm)
A 0-40 70 60 250 620
B1 40-80 50 40 190 720
B2 80-120 50 40 170 740
B31 120-170 40 140 150 770
B32 170-210+ 40 50 160 750
-1 -1 -1
Hor pH C (g Kg ) M. O. (g Kg ) P (mg L ) Caráter
A1 5,3 12,3 2
água
B1 5,4 5,3 1
B2 5,4 5,1 1
B31 5,4 3,1 1
B32 5,5 3,3 1
54
b) Solo B: Vertissolo
c) Solo C: Neossolo
A 5,8 22 31
R 6,0 9,3 34
55
d) Solo D: Argissolo
-1
Prof. Composição granulométrica (g Kg )
Hor.
(cm) Areia grossa Areia fina silte argila
A11 0-25 430 300 120 150
A12 25-65 460 320 100 120
A3 65-100 340 260 110 290
B1 100-130 300 240 110 350
B2 130-160 290 270 120 320
B3 160-210+ 260 270 120 350
-1
Hor. Complexo sortivo – Cmolc Kg V m
+2 +2 + + + +3
Ca Mg K Na S H Al CTCef CTC
(%) (%)
A11 0,9 0,8 0,08 0,03 2,5 1,1
pH7,0
A12 1,2 0,5 0,05 0,03 2,9 1,0
A3 3,1 0,9 0,05 0,04 4,1 1,0
B1 3,2 1,2 0,10 014 3,7 1,3
B2 2,0 1,2 0,06 0,03 3,2 1,7
B3 2,1 0,7 0,06 0,03 2,5 1,9
-1 -1 -1
Hor. pH água C (g Kg ) M. O. (g Kg ) P (mg L ) Caráter
A11 5,0 6,9 6,9 3
A12 5,0 6,9 6,9 <1
A3 5,1 6,0 6,0 <1
B1 5,2 6,8 6,8 <1
B2 5,2 5,2 5,2 <1
B3 5,0 4,0 4,0 <1
56
e) Solo E: Neossolo
-1
Prof. Composição granulométrica g Kg
Hor.
(cm) Areia silte argila
A 0-30 884 30 86
C1 30-55 902 11 87
C2 55-90 898 16 86
C3 90-150+ 897 15 88
-1
Hor. Complexo sortivo – Cmolc Kg
+2 +2 + + +3 CTC
Ca Mg K Na S H Al CTCef V% Al%
pH7,0
-1
Hor. pH C (g Kg ) Caráter
-1 -1
M. O. (g Kg ) P (mg L )
água
57
f) Solo F: Planossolo
-1 -1 -1
Hor pH água C (g Kg ) M. O. (g Kg ) P (mg L ) Caráter
A1 5,0 7,4 1
A2 5,0 2,5 1
E 5,3 1,0 1
B 5,4 1,4 1
58
PRÁTICA 8 – PROPRIEDADES FÍSICAS DO SOLO: TEXTURA E ARGILA
DISPERSA EM ÁGUA
a) b)
Figura 1- Distribuição das partículas sólidas minerais do solo pelo tamanho (a) e
composição mineralógica predominante em cada fração (b).
59
Figura 2- Escala de distribuição das partículas minerais do solo pelo tamanho
(Departamento de agricultura dos EUA).
60
1- Análise granulométrica pelo método de Vettori.
Objetivo
Determinar os teores de areia, silte e argila das amostras coletadas nos
horizontes do perfil descrito em aula.
Materiais
Água destilada
Pipeta de 10 ml
1 Peneira de 279 mesh
1 bisnaga com água
1 funil grande
Latas
1 mangueira (sifão)
1 Balança de precisão
1 agitador elétrico
1 agitador manual
1 densímetro
1 termômetro
Estufa a 105°C
Proveta de 1L
2 Becker de 300 ml
Proveta de 250 ml
Procedimento
62
1851. A partir da Lei de Stokes, pode-se obter o tempo (t) necessário para uma partícula
descer a uma determinada distância vertical (h):
18 h
t
d g ( s f )
2
Onde:
t = tempo necessário para uma partícula descer a uma determinada distância ;
h = distância vertical;
= viscosidade do fluído;
d = diâmetro da partícula;
g = aceleração da gravidade;
s = densidade da partícula;
f = densidade do fluído.
TFSA
f
TFSE
% de areia = PAT x 2 x f
63
% de argila = duas condições
1) se TSAT = TPBAT então: % de argila = (DSAT – DPBAT) x 2 x f
2) se TSAT ≠ TPBAT então há necessidade de correção das leituras de densidade à
leituras corrigidas para temperatura de calibração do hidrômetro, para isso:
a) transformar °C para °F ↔ C=5/9 (F-32)
b) para cada °F a mais que 68, acrescentar 0,2 g/L à densidade lida pelo
densímetro. Para cada °F a menos que 68, diminuir 0,2 g/L. Chamar o
somatório de correção de ―ct‖.
c) % de argila = [(DSAT±ct) - (DPBAT±ct)] x 2 x f
f) Resultados :
Quadro 1- Fator de correção da umidade (f)
Massa da lata Massa da lata + Massa da lata + TFSA TFSE
Hz. N° lata f
(g) solo úmido (g) solo seco (g) (g) (g)
Quadro 2- Argila
Leitura Temp. Temp. Leitura Argila
Hz. ct f
Densímetro °C °F Corrigida % g kg-1 Kg kg-1
64
Quadro 3 – Areia e silte.
Massa Massa da Areia
N° Areia Silte
Hz. lata lata + total
Lata
(g) areia (g) (g) % g kg-1 kg kg-1 % g kg-1 kg kg-1
65
2 - Argila dispersa em água
Materiais:
Água destilada;
1 Copo da batedeira;
Provetas de 1000 ml;
1 Mangueira (sifão);
2 Beckers de 300ml;
1 Proveta 250ml.
1 Balança de precisão;
1 Batedeira;
1 Densímetro;
1 Termômetro.
Procedimento:
1- Pesar 50 g de terra TFSA e colocar no copo da batedeira munida de varetas
verticais.
2- Adicionar 250 ml de água.
3- Agitar 5 minutos na batedeira .
4- Passar toda a amostra para a proveta e completar até o traço superior, isto é,
1000 ml, homogeneizar o conteúdo da proveta e deixar sedimentar durante 90
minutos.
5- Desse ponto em diante, determinar a argila dispersa em água pelo mesmo
processo usado na determinação da argila com dispersão.
6- Fazer prova em branco, usando somente a água destilada.
7- As leituras da densidade da suspensão (LSADA) e da prova em branco
(LPBADA) devem ser corrigidas (ct) pelas respectivas leituras de temperatura.
Cálculos:
66
ADA% = [(LSADAct) – (LPBADAct)] x 2 x f
Resultados:
ADA GF GD
Leitura Temp. Temp. Leitura
Hz. ct f
Densímetro °C °F Corrigida %
Questões:
67
PRÁTICA 9 – PROPRIEDADES FÍSICAS DO SOLO: DENSIDADE DE
PARTÍCULAS, DENSIDADE DO SOLO, POROSIDADE, ESPAÇO AÉREO E
UMIDADE DO SOLO
68
Metodologia:
Materiais
1 balão volumétrico de 50 ml
1 bureta de 50 ml
1 funil
1 tubo de álcool
1 balança de precisão
Procedimento
1- Pesar 20 g de TFSA (Terra fina seca ao ar)
2- Colocar em balão volumétrico de 50 ml com funil
3- encher uma bureta com 50 ml de álcool absoluto (etílico)
4- escorrer álcool da bureta para o balão até mais ou menos a metade do volume
do balão.
5- agitar o balão para completo umedecimento das partículas, evitando a
permanência de bolhas de ar.
6- através da mesma bureta, completar o volume do balão até a linha de aferição.
7- anotar o volume de álcool gasto.
8- calcular o volume das partículas ou sólidas (Vp), pela diferença de 50 ml –
volume álcool gasto. Obs.: 1 ml = 1 cm³
9- calcular a densidade de partículas (dp), dividindo TFSE pelo Vp.
69
Cálculos:
Dp
Mbs Mb
50 Va , onde:
Dp: densidade de partículas (g cm-3)
Mbs: massa do balão + solo
Mb: massa do balão
Va: volume de álcool gasto
Resultados:
Hz. TFSA (g) TFSE (g) f Va (ml) Vp Dp
(g/cm³)
TFSA: terra fina seca ao ar, TFSE: terra fina seca em estufa. Vp: volume das partículas.
Questões
a) Quais as causas das variações da densidade de partículas nos solos?
70
b) Porque a densidade de partículas não é utilizada para determinar a massa de um
hectare a uma profundidade conhecida?
2-Densidade do solo (Ds)
A densidade do solo pode ser definida como sendo a relação existente entre a
massa de uma amostra de solo seca a 105° C e a soma dos volumes ocupados pelas
partículas e pelos poros (Volume da amostra).
A densidade geralmente aumenta com a profundidade do perfil, pois, as pressões
exercidas pelas camadas superiores sobre as subjacentes, provocam o fenômeno da
compactação, reduzindo a porosidade. A movimentação de material fino
(principalmente argila) dos horizontes superiores para os inferiores, por eluviação,
também contribui para a redução do espaço poroso e aumento da densidade dessas
camadas. Nos solos minerais os valores da densidade do solo variam de 1, 1 a 1,8 g cm-3
enquanto que em solos orgânicos esses valores encontram-se entre 0,6 a 0,8 g cm-3.
Em condições de lavoura os valores da densidade do solo são alterados pelas
condições de manejo impostas ao solo. O tráfego de máquinas agrícolas e o pisoteio
animal em condições de alta umidade aumentam a densidade do solo pelo processo de
compactação (Figura 1).
a) b)
Figura 3 - Crescimento do sistema radicular de feijoeiro em área sob plantio direto com
solo bem estruturado (a) e em solo compactado (b).
Atualmente a pesquisa tem definido alguns valores de densidade do solo que são
considerados restritivos ao crescimento das raízes das culturas agrícolas. Os valores de
72
densidade considerados críticos variam conforme a classe textural do solo, e são
apresentados a seguir:
Densidade do solo
Classe textural
(g cm-3)
Argiloso 1,30 – 1,40
Franco argiloso 1,40 – 1,50
Franco arenoso 1,70 – 1,80
Franco siltoso 1,56
Metodologia:
Para a determinação da densidade do solo é necessário obter o valor da massa da
amostra de solo com sua estrutura (agregados + poros) preservada e depois o volume
total da amostra. A coleta das amostras é realizada com anéis metálicos com volume
conhecido. Esses anéis são inseridos no solo sem altera a estrutura natural do solo. A
massa é obtida por simples pesagem em balança analítica.
Materiais:
Anel volumétrico
Extrator
Faca
Martelo
Lata
Fita crepe
Régua
Procedimento:
1) Introduzir o anel no solo com auxílio do extrator e do martelo (Figura 3).
2) Ajustar o volume do solo ao volume do anel
73
3) Colocar o solo do anel dentro da lata ou manter no próprio anel.
4) Pesar o conjunto anel + solo úmido e deixar secar em estufa a 105°C durante 24
horas.
5) Pesar o conjunto anel + solo seco
Cálculo:
MSS
Ds
Vs
Onde:
Ds: densidade do solo (g cm-3)
MSS: massa do solo seco (g)
Vs: volume do solo ou do anel (cm-3)
Questões
a) Quando a densidade do solo aumenta, o espaço poroso aumenta, diminui ou
permanece constante? Por quê?
74
b) Como a matéria orgânica, a textura e a compactação afetam a densidade dos
solos?
Microporos
Macroporo
Agregados
75
Figura 4- Corte de uma amostra de solo com estrutura preservada, mostrando a
estrutura do solo (agregados + macroporos + microporos).
Metodologia
A porosidade total pode ser determinada saturando-se com água uma amostra de
solo coletada com anel. Inicialmente a amostra é saturada e pesada e em seguida é seca
em estufa por 48 horas a 105° C para obter-se a massa seca de solo. Pela diferença entre
a massa de solo saturado e a massa do solo seco, sabe-se o volume de água que estava
no interior dos poros do solo.
A porosidade total de um solo também pode ser calculada em função da
densidade do solo e da densidade das partículas do solo.
Cálculos:
Pt (%)
Dp Ds X 100
Dp
Pt (cm3cm 3 ) 1
Ds
Dp
Onde :
Pt : porosidade total do solo em % ou cm3cm-3
Dp : densidade de partículas (g cm-3)
Ds : densidade do solo (g cm-3)
Cálculo :
76
Ug (%)
MSU MSS X 100
MSS
Ug ( gg 1 )
MSU MSS
MSS
Onde :
Ug : umidade gravimétrica ( % ou g/g)
MSU : massa do solo úmido (g)
MSS : massa do solo seco
Cálculo:
(%)
MSU MSS X 100
Vt
(cm3cm 3 )
MSU MSS
Vt
(cm3cm3 ) UgxDs
Onde:
: umidade volumétrica (% ou cm3cm-3)
MSU: massa do solo úmido (g)
MSS: massa do solo seco (g)
Vt; volume total da amostra ou do anel (cm3)
Ug: umidade gravimétrica do solo (g g-1)
Ds: densidade do solo (g cm-3)
77
OBS: 1 g de água: 1 cm3
O espaço aéreo do solo é representado pelo volume de poros que esta ocupado por ar.
Cálculo:
EA(%) Pt
Onde:
EA: espaço aéreo (%)
Pt: porosidade total (%)
: umidade volumétrica (%)
7- Exercícios
Área 1
Volume Massa do anel Massa do anel Massa Massa do Massa do solo
Profundidade N° do + solo úmido + solo seco do anel solo úmido seco
do anel
(cm) anel
(cm3) …………………………g……………………………
0-5 1 265,98 237,90 85,37
5-10 2 288,96 262,41 85,48
10-20 3 286,97 260,7 84,61
20-30 4 279,30 252,23 85,47
30-40 5 280,99 253,46 84,21
78
Profundidade Ds Ug Ug PT PT EA EA
(cm) (g cm-3) (g/g) (%) (cm3cm-3) (%) (cm3cm-3) (cm3cm-3) (cm3cm-3) (%)
0-5
5-10
10-20
20-30
30-40
Area 2
Volume Massa do solo
Profundidade N° do Massa do anel Massa do anel Massa Massa do
do anel seco
(cm) anel + solo úmido + solo seco do anel solo úmido
(cm3)
…………………………g……………………………
0-5 1 259.06 231.98 85.12
5-10 2 261.85 233.91 85.31
10-20 3 268.57 241.75 84.58
20-30 4 281.38 254.65 85.37
30-40 5 277.23 250.74 85.21
Profundidade
Ds Ug Ug PT PT EA EA
(cm) (g cm-3) (g/g) (%) (cm3cm-3) (%) (cm3cm-3) (cm3cm-3) (cm3cm-3) (%)
0-5
5-10
10-20
20-30
30-40
79
2- Foram coletadas amostras de solo com estrutura preservada em anéis metálicos em
duas áreas de uma lavoura no município de Cruz Alta-R. A área 1 é mantida sob plantio
direto a 10 anos e a área 2 foi escarificada. O solo do local é classificado como
Latossolo Vermelho e apresenta textura muito argilosa. Sabendo-se que a densidade de
partículas desse solo é de 2,70 g cm-3, faça os cálculos solicitados nas tabelas abaixo e
responda as questões.
Área 1:
Volume Massa do anel Massa do anel Massa Massa do Massa do solo
Profundidade N° do + solo úmido + solo seco do anel solo úmido seco
do anel
(cm) anel
(cm3) …………………………g……………………………
0-5 1 71.412 230.12 198.43 97.55
5-10 2 71.317 239.56 207.24 97.53
10-20 3 69.324 227.5 195.81 93.76
20-30 4 71.157 228.1 192.92 96.98
Profundidade Ds Ug Ug PT PT EA EA
(cm) (g cm-3) (g/g) (%) (cm3cm-3) (%) (cm3cm-3) (cm3cm-3) (cm3cm-3) (%)
0-5
5-10
10-20
20-30
Área 2:
Volume Massa do anel Massa do anel Massa Massa do Massa do solo
Profundidade N° do + solo úmido + solo seco do anel solo úmido seco
do anel
(cm) anel
(cm3) …………………………g……………………………
0-5 1 68.789 220.17 188.95 92.79
5-10 2 74.322 237.52 205.37 98.8
10-20 3 71.564 235.26 204.19 99.41
20-30 4 68.432 213.06 183.05 90.23
Profundidade Ds Ug Ug PT PT EA EA
(cm) (g cm-3) (g/g) (%) (cm3cm-3) (%) (cm3cm-3) (cm3cm-3) (cm3cm-3) (%)
0-5
5-10
10-20
20-30
80
a) Qual das áreas estudadas apresenta maiores problemas de compactação? Quais as
camadas de solo mais compactadas (profundidade)?
Profundidade Ds Ug Ug PT PT EA EA
(cm) (g cm-3) (g/g) (%) (cm3cm-3) (%) (cm3cm-3) (cm3cm-3) (cm3cm-3) (%)
0-5
5-10
10-20
20-30
82
1- Efeito da umidade e pressão na porosidade do solo.
Materiais
Equipamentos
1 Estufa a 105ºC
Procedimento
1- Colocar TFSA em duas placas de Petri até mais ou menos a metade da altura
da placa.
2- Umedecer as amostras de solo, até a saturação, que pode ser constatada pelo
espelhamento da água na superfície da amostra.
3- Pressionar com espátula uma das amostras.
4- Deixar em repouso por alguns minutos (2 a 5) e observar excesso de água na
superfície da placa pressionada.
5- Levar à estufa (105ºC), permanecendo por mais ou menos 2h e 30 min,
ambas as amostras.
6- Observar: aspectos das amostras.
7- Gotejar água na superfície e observar comparativamente a infiltração e
escoamento de água no solo.
Materiais
Agregados de diferentes horizontes e solos;
Beckers de 20ml.
83
Procedimento
Reagentes
CaCl2; NaCl.
Materiais
Solo
3 Tubos de Vidro;
3 Beckers de 200ml;
Suporte;
Água destilada
Procedimento
84
1- Colocar em três tubos de vidro uma coluna de agregados entre 2 - 0,5 mm,
do Hz B, com altura ao redor de 5 cm. Colocar em baixo e em cima da coluna de
agregados uma coluna de cascalho de 2cm de altura.
2- Cuidar para que a distribuição dos agregados seja uniforme.
3-Saturar o solo das três colunas com água, Ca2+ e Na+, passando 100 ml de
água na primeira coluna, 100 ml de CaCl2 na segunda coluna e 100 ml de NaCl
1,0 N na terceira coluna.
4 - Deixar drenar completamente.
5- Passar água através das colunas e medir a vazão em intervalos de 5 minutos,
durante 45 minutos.
6- Conservar carga hidráulica constante e semelhante nas três colunas.
7- Anotar o resultado no quadro abaixo.
10
15
20
25
30
35
40
85
Com os dados do quadro, construir gráficos da percolação em função do tempo.
120
100
Volume percolado (ml)
80
60
40
20
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Tempo (minutos)
120
Volume acumulado percolado (ml)
100
80
60
40
20
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Tempo (minutos)
86
4 - Resistência dos agregados ao impacto da gota de água
Materiais
Procedimento
5- Questões
87
a) Quais as diferenças observadas entre as amostras que receberam pressão das que
foram somente umedecidas? Explique o porquê dessas diferenças.
88
PRÁTICA 11 – ÁGUA NO SOLO: RETENÇÃO, ARMAZENAMENTO E
DISPONIBILIDADE
1- Adsorção e capilaridade
Água adsorvida
Água capilar
Partículas do solo
89
Em função do equilíbrio entre essas forças é possível estabelecer uma relação
matemática entre elas, conhecida como equação fundamental da capilaridade. Através
dessa equação é possível estimar o diâmetro dos tubos capilar se for conhecida a altura
de ascensão ou pode-se estimar a altura de ascensão se o diâmetro dor conhecido
(Figura 2).
2x cos
h
rxdxg
90
Figura 3- Fenômeno da capilaridade em tubos e no interior dos poros do solo.
Exercícios:
a) Qual o diâmetro de um tubo capilar, cuja ascensão de água atingiu 80 cm? Sabe-se
que a densidade da água (d) é igual a 1000 g cm-3, a aceleração da gravidade (g) é de
981 cm s2 e a tensão superficial () da água é de 711 dinas cm-1.
b) Um tubo capilar de vidro de raio 0,1 mm foi inserido numa cuba com água. Qual a
altura de ascensão da água no tubo? A densidade da água é de 1000 kg m -3, a aceleração
da gravidade de 9,8 x 10-4 m s2 e a tensão superficial da água é de 0,07194 N m-1.
Horizonte A
(Franco arenoso)
Horizonte E
(Arenoso)
Horizonte Bt
(Argiloso)
91
2- Retenção e armazenamento de água no solo
a) b)
92
água armazenada, basta multiplicar o conteúdo volumétrico de água pela espessura da
camada de solo (Figura 5).
Y
x
AR
H = 12,75 mm
ÁGUA
Sólidos
+
5 cm ar
SÓLIDOS
água
332 281
0,255cm cm
3 3
200cm
3
93
A capacidade de o solo reter água depende da sua textura e da estrutura, e a
quantidade de água retida é variável no tempo, de acordo com a distribuição da
precipitação e dos ciclos de secagem do solo. No entanto, nem toda a água armazenada
no solo é disponível para as plantas. Isso ocorre porque logo após as chuvas, o excesso
de água drena livremente no perfil, principalmente aquela água que ocupa os poros
maiores no solo, onde o efeito da capilaridade é menor. Essa água que drena
rapidamente é chamada de ‗água gravitacional‘ e, portanto, como drena rapidamente,
não fica disponível para as plantas. Outra parte de água fica retida fortemente entre as
partículas sólidas do solo, de forma que a planta não consegue absorve-la para as suas
necessidades fisiológicas. Assim, podem-se dividir os limites de disponibilidade de
água para as plantas em limite superior ou ‗capacidade de campo‘ e limite inferior ou
―ponto de murcha permanente‖ (Figura 6).
Chuva ou irrigação
Capacidade de campo
Drenagem do excesso de água
(Saída de água)
Água prontamente
disponível
Água disponível
para as plantas
Água
disponível
0,6 Capacidade de
campo
Umidade volumétrica (cm 3cm-3)
0,5
0,40 Solo argiloso
0,4
0,29
0,3 Solo siltoso
0,2
0,16 Solo arenoso
0,1
0
0 2 4 6 8 10
Tempo (Dias)
95
Figura 7- Variação da umidade do solo e da capacidade de campo em solos de textura
diferente.
Dessa forma, o conteúdo de águia disponível no solo para as plantas é variável
em função da textura do solo. A tendência é que solos mais argilosos apresentam uma
maior quantidade de água disponível, enquanto que os mais arenosos, por serem menos
porosos e apresentarem menor ASE, retém menor quantidade de água (Figura 8).
96
CC = Umidade volumétrica na capacidade de campo.
PMP = Umidade volumétrica no ponto de murcha permanente.
P = profundidade do solo explorado pelas raízes.
Objetivo:
Avaliar a capacidade de diferentes solos reter e conduzir água.
Material:
3 tubos de vidro (garrafas cortadas)
Solos com diferentes texturas
3 copos de Becker para coletar a água
1 Proveta de 250 ml.
Metodologia:
1- Adicionar 700 g de solo seco em cada recipiente (solo argiloso, solo arenoso e
areia) (Figura 9).
2- Adicionar 500 ml de água em cada recipiente;
3- Cronometrar o tempo necessário para que o excesso de água drene pela
amostra.
4- Verificar o volume de água que drenou em cada amostra.
5- Calcular quanta água ficou retida em cada amostra.
97
Água Água Água
Solo Massa de solo Volume de água Volume de água que Massa de solo Umidade
seco (g) adicionado (ml) drenou (ml) úmido (g) gravimétrica (g/g)
Questões:
c) Faça uma relação entre os resultados obtidos nessa atividade com as características
dos diferentes solos.
98
5 – Movimento e distribuição de água no solo
Objetivo:
Demonstrar como ocorre o movimento e a redistribuição da água em um perfil
de solo com gradiente textural.
Material:
1 Caixa de vidro
Solos com diferentes texturas
1 Bureta
Metodologia:
1- Montar o perfil com solos dos horizontes A, E e Bt, seguindo a mesma
seqüência como são encontrados a campo (Figura 10).
2- Gotejar a água na superfície com a bureta.
3- Observar como ocorre a distribuição da água no perfil.
Horizonte A
(Franco arenoso)
Horizonte E
(Arenoso)
Horizonte Bt
(Argiloso)
Figura 10- Esquema do perfil de solo para avaliar a redistribuição da água no solo.
99
Questões:
Bt
c) Faça uma relação entre os resultados obtidos nessa atividade com as características
dos diferentes solos.
100
6 – Exercícios sobre retenção e armazenamento de água no solo
101
4- A tabela a seguir apresenta os valores da umidade volumétrica do solo em
função da profundidade, obtidos no dia 14/06/09 e 21/08/09, num determinado solo.
Calcular a água total armazenada (AT) e a quantidade de água disponível (AD) para as
plantas. A umidade na capacidade de campo para esse solo é de 0,25 m3m-3 e a umidade
no ponto de murcha permanente de 0,10 m3m-3. Sabendo-se que em parte desta área foi
implantada a cultura do milho e também a cultura do feijão, cujo sistema radicular se
desenvolve ate os 0,50 m (milho) e 0,30 m (feijão) de profundidade, qual a quantidade
de água (em mm) que foi consumida pelas culturas (evapotranspiração) entre os dias 14
e 21?.
102
Horizonte Profundidade Argila Umidade CC PMP Água total Água
(m) (%) volumétrica armazenada disponível
(m3m-3) (mm) (mm)
Ap 0,00 – 0,20 21 0,22 0,22 0,08
A1 0,20 - 0,40 15 0,25 0,21 0,08
A2 0,40 - 0,60 18 0,27 0,21 0,08
E 0,60 - 0,70 12 0,20 0,18 0,06
AB 0,70 - 0,90 38 0,30 0,25 0,12
Bt 0,90 - 1,30 47 0,35 0,30 0,15
103
PRÁTICA 12 – ÁGUA NO SOLO: POTENCIAIS DA ÁGUA NO SOLO
Ep= m x g x h
104
A tendência da água na natureza é passar de um maior estado energético para um
menor estado energético, buscando o equilíbrio. É essa busca constante do equilíbrio
energético que gera a força motora responsável pelo ciclo da água na natureza.
Como a energia de um sistema é uma grandeza extensiva, é oportuno expressá-la
por unidade de outra grandeza proporcional a extensão do sistema. Três são as formas
mais utilizadas:
- Energia por unidade de massa:
E/m = mgh/m = gh (J kg-1; erg g-1;cal g-1)
- Energia por unidade de volume:
E/v = mgh/v = dgh (Pa) (Pa= N m-2; kPa; Mpa, d (dina); atm)
- Energia por unidade de peso (carga hidráulica):
E/P = mgh/mg = h ( m de coluna de água) (cm de água, m de água, e mm Hg)
T = g+ m + p + os
a) Potencial gravitacional:
• Quantidade de energia necessária para elevar uma unidade de água a um ponto
específico em relação ao plano de referência (Figura 1);
105
Figura 1- Representação do potencial gravitacional.
b) Potencial de pressão:
106
c) Potencial osmótico:
d) Potencial matricial:
107
• O potencial matricial descreve a contribuição das forças de retenção da água no
solo associadas com suas interfaces líquido-ar e sólido-líquido (adesão, coesão,
tensão superficial e capilaridade);
• Para remover a água retida por estas forças é necessário energia, sendo que a
quantidade de energia necessária é crescente a medida que o solo seca;
108
Os Tensiômetros podem ser instalados em várias profundidades do perfil do solo
(Figura 2). Para a sua instalação é necessário abrir-se um orifício circular no solo até a
profundidade desejada. Após isso, o tensiômetro é inserido no orifício e as laterais
devem ser preenchidas com solo, devendo este ser compactado para permitir melhor
contato entre a cápsula e o solo adjacente, formando-se assim um prolongamento da
cápsula com o solo. A instalação deve ser feita preferencialmente em condições de solo
úmido, para facilitar a instalação e melhorar a vedação das laterais, o que evita que
ocorra fluxo preferencial da água em períodos chuvosos. Após a instalação, o
tensiômetro deve ser preenchido com água destilada, deixando-se um pequeno espaço
de ar na superfície (2 cm) e vedado hermeticamente, para evitar a entrada de ar do
ambiente externo. A entrada de ar pode comprometer todo o funcionamento do sistema.
Quando colocado no solo, a água do tensiômetro entra em contato com a água do
solo através dos poros da cápsula porosa e o equilíbrio tende a se estabelecer (Figura 3).
De início, isto é, antes de colocar o tensiômetro em contato com o solo, a sua água esta
sob pressão atmosférica. A água do solo que, em geral, esta sob pressões
subatmosféricas, exerce um sucção (tensão) sobre a água do tensiômetro e dele retira
certa quantidade de água, causando uma queda de pressão hidrostática dentro do
instrumento. Depois de estabelecido o equilíbrio, o potencial da água dentro do
tensiômetro é igual ao potencial da água no solo nas proximidades da cápsula e o fluxo
de água cessa.
109
No entanto, se não ocorrer nova precipitação ou irrigação, o conteúdo de água no
solo vai reduzindo, devido a evapotranspiração e a drenagem interna. A medida que o
solo seca, a energia de ligação da água com as partículas do solo aumenta, o que
aumenta o seu potencial matricial. Assim, novos equilíbrios vão sendo estabelecidos
entre a água do solo e a água do tensiômetro. A diferença de pressão é indicada por um
manômetro que pode ser um simples tubo em U preenchido com mercúrio ou leitores
mecânicos ou transdutores de pressão elétricos (Figura 6). O tensiômetro tem uma
capacidade de ler tensões de no máximo-80 kPa. Quando a tensão da água no solo
estiver acima de -80 kPa, ocorre a entrada de ar pela cápsula porosa levando ao
borbulhamento.
110
Onde:
m = Potencial matricial da água no solo (cm)
h = leitura da altura da coluna de mercúrio (cm)
h1 = altura da cuba de mercúrio em relação a superfície do solo.
h 2 = a profundidade da cápsula porosa em relação a superfície do solo.
3- Exercícios:
a) Com base na figura abaixo, responda:
111
112